Boletim Trimestral nº 21

Page 1

Boletim Trimestral

Alentejo Hoje PolĂ­ticas PĂşblicas e Desenvolvimento Regional

21


Com o objetivo de caracterizar os municípios portugueses, o INE divulgou recentemente o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio 2013. Tendo como referência o valor nacional, pretende dar a conhecer o nível de bem-estar material das populações e permite estabelecer comparações e conhecer a evolução temporal das diversas unidades territoriais. No Alentejo, as capitais de Distrito apresentam um poder de compra, simultaneamente, acima do valor médio nacional e regional, a maioria dos concelhos revela uma evolução positiva e alguns dos que registam comportamentos negativos continuam acima da média nacional.


3

Ficha Técnica Propriedade ● Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo Avenida Engenheiro Arantes e Oliveira, nº193 7004-514 Évora Tel.: 266 740 300 | Fax: 266 706 562 Email: expediente@ccdr-a.gov.pt Director ● Roberto Pereira Grilo Director Executivo ● Figueira Antunes Concepção Gráfica e Paginação ● Direcção de Serviços de Desenvolvimento Regional Colaboradores internos ● Amável Candeias ● Joaquim Fialho ● João Alface ● Teresa Godinho

Índice 4

Conjuntura Regional

8

Temas em destaque Poder de Compra nos Concelhos do Alentejo

12 Matriz Input-Output da região Alentejo: Acerca da Distribuição de Rendimento (3º quadrante) 22 Perspetiva 2020 Conselho Regional da CCDR Alentejo Um momento-chave para o Alentejo! 26 EPRAL - A Educação e a Formação Profissional como elementos essenciais do desenvolvimento do Alentejo 34 Divulgação Casa do Pessoal da CCDR Alentejo

Colaboradores externos ● Gertrudes Guerreiro, José Belbute, António Caleiro, Elsa Vaz e Ana Eduardo - Universidade de Évora, Departamento de Economia e CEFAGE-UÉ ● Casa do Pessoal da CCDR Alentejo ● Álvaro Beijinha - Presidente do Conselho Regional da CCDRAlentejo e Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém ● EPRAL - Escola Profissional da Região Alentejo Edição Junho 2016 Agradecimento Agradece-se às entidades que gentilmente disponibilizaram algumas das imagens que constam do presente boletim.

Pedra do Homem


4

Conjuntura Regional Indicadores de conjuntura - ALENTEJO - 1º Trimestre de 2016 Mercado de trabalho

Variação 1º Variação Anual Trimestre Trimestre homóloga 2015 % %

Indicador

1º Trimestre 2016

4º Trimestre 2015

A ‐ Taxa de Emprego (%)

47,5

47,7

46,8

1,5

‐0,4

INE

B ‐ População empregada por conta de outrem (Milh.)

298,2

301

297,4

0,3

‐0,9

INE

C ‐ Rendimento médio mensal líquido da população empregada por conta de outrem (€)

803

794

788

1,9

1,1

INE

D ‐ Taxa de desemprego (%)

12,6

13,3

15,5

‐18,7

‐5,3

INE

E ‐ População desempregada (Milh.)

43,1

46,1

54,5

‐20,9

‐6,5

INE

F ‐ População desempregada inscrita nos Serviços de Emprego

39,8

35,8

38,3

3,9

11,3

IEFP

G ‐ População activa (Milh.)

341,3

347,2

351,8

‐3,0

‐1,7

INE

Fonte

Face aos principais indicadores do mercado de trabalho, pode afirmar-se que se verifica uma tendência genericamente positiva. É visível o decréscimo da taxa de desemprego e da população desempregada, quer em relação ao período homólogo, quer em relação ao trimestre anterior, apesar do número de desempregados inscritos nos serviços de emprego ter aumentado nos dois períodos de referência e da população activa ter diminuído. Também a taxa de emprego e a população empregada, apesar de apresentarem variações negativas face ao trimestre anterior, face ao período homólogo, as variações são positivas. O rendimento médio mensal líquido da população empregada, revela variações positivas face aos dois períodos em referência. Indicadores de mercado de trabalho - Alentejo 2013 = 100

2013 = 100

106

C

G

104 103

B A 2013

105

2013

105

85

102 101

D

100 99

E

3T

2014

4T

1T

2T

3T

2015

4T

1T

1T 2016

80 75 70 65 60

97 2T

95 90

F

98 1T

100

2T

3T

2014

4T

1T

2T

3T

2015

4T

1T 2016

Fontes: INE - Infoline, IEFP - Estatísticas mensais dos Centros de emprego

Se tivermos em conta a evolução das mesmas variáveis, verifica-se que desde o início de 2013 que a taxa de emprego e a população empregada não revelam tendências continuadas, pois nos primeiros trimestres de cada ano apresentam valores mais baixos e nos 2º e 3º trimestres apresentam tendências ascendentes. Esta situação revela o carácter sazonal da população empregada e da taxa de emprego. Quanto às variáveis relacionadas com o desemprego, destaca-se a tendência decrescente nos três primeiros trimestres de 2015 e o decréscimo do último período em análise depois da tendência ascendente no final de 2015. A população activa tem vindo a revelar a tendência contínua, decrescente, enquanto o rendimento médio mensal líquido da população que trabalha por conta de outrem, desde o final de 2014 que tem revelado uma tendência favorável ao rendimento disponível das famílias, apesar da oscilação verificada nos 2º e 3º trimestres de 2015.


5

Avaliação Bancária

Variação 1º Variação Anual Trimestre Trimestre homóloga 2015 % %

Indicador

1º Trimestre 2016

4º Trimestre 2015

A ‐ Empréstimos a famílias: rácio de crédito vencido (%)

5,8

5,7

5,9

‐1,7

1,8

BP

B ‐ Empréstimo concedido a famílias (106) €

8591

8643

8765

‐2,0

‐0,6

BP

C ‐ Empréstimo concedido a famílias (103 devedores)

306,2

306,3

306,9

‐0,2

0,0

BP

D ‐ Empréstimos a empresas: rácio de crédito vencido (%)

16,4

15,9

12,9

27,1

3,1

BP

E ‐ Empréstimo concedido a sociedades (106 €)

4413

4419

4624

‐4,6

‐0,1

BP

Fonte

No que concerne à avaliação bancária, o rácio de crédito vencido referente aos empréstimos concedidos, quer às famílias quer às empresas, no último trimestre, revelam uma tendência negativa, o mesmo sucedendo aos empréstimos concedidos a sociedades. Só o empréstimo concedido às famílias foi idêntico ao do último trimestre e teve uma variação negativa de 0,2% face ao período homólogo. Indicadores de avaliação bancária Alentejo Indicadores de avaliação bancária Alentejo

2013 = 100

A

2013

2013 = 100

120

170

115

D

2T

3T

2014

4T

1T

2T

3T

4T

2015

140

105

130 120

100

C

95

B

90

110

2013

E

Fontes: BP - Boletim Estatístico do Banco de Portugal

Fontes: BP ‐ Boletim Estatístico do Banco de Portugal

100 90 80 70

1T 2016

150

110

85 1T

160

1T

2T

3T

2014

4T

1T

2T

3T

2015

4T

1T 2016

A maior parte das variáveis revela uma tendência continuada, desde o início de 2014, sendo os empréstimos concedidos a famílias, os empréstimos concedidos a famílias (103 devedores) e os empréstimos concedido a sociedades (106 €) de tendência decrescente, enquanto os empréstimos a famílias: rácio de crédito vencido (%), inverteu no 1º trimestre de 2015 a tendência ascendente que vinha revelando, para a partir do 4º trimestre do mesmo ano, voltar a mostrar valores com uma ligeira subida, face aos anteriormente revelados. Os empréstimos a empresas: rácios de crédito vencido (%) não têm revelado uma tendência continuada, voltando a revelar uma ligeira tendência de subida, sendo que o maior acréscimo ocorreu entre o 1º e o 2º trimestre de 2015.


6

Habitação e Turismo

1º 4º Trimestre Trimestre 2016 2015

Indicador

Variação 1º Variação Anual Trimestre Trimestre homóloga 2015 % %

Fonte

A ‐ Licenças de construção (Nº fogos)

46

42

30

53,3

9,5

INE

B ‐ Avaliação bancária dos alojamentos (€/ m²)

901

910

878

2,6

‐1,0

INE

C ‐ Turismo: dormidas (nº)

109769

72363

90154

21,8

*

INE

5027

3921

4166

20,7

*

INE

3

D ‐ Turismo: proveitos totais (10 €) * Variações sazonais

O sector da construção voltou a revelar uma tendência positiva, quer face ao trimestre, quer face ao período homólogo. A avaliação bancária dos alojamentos atingiu os 901€/m²), face aos 910€ do 4º trimestre e aos 878€ do período homólogo. O turismo continua a ter uma evolução positiva, quer no que concerne ao número de dormidas (aumento de 21 800), quer quanto aos proveitos (passaram de 4166 para 5027 – unidades 103€). Indicadores de Habitação e Turismo - Alentejo Indicadores de Habitação e Turismo ‐ Alentejo

2013 = 100

2013 = 100

B

290

120 110

240

100

2013

90 80

D

70

A

C

2013

60 50

190 140 90

40 30 1T

2T

3T

4T

1T

2014

2T

3T

4T

2015

2016

Fontes: INE ‐ Infoline Fontes: INE - Infoline

40

1T

1T

2T

3T

4T

1T

2T

2014

3T

4T

2015

1T 2016

Das variáveis em apreciação, a mais descontínua ao longo dos anos 2014-2015 é a licenças de construção (nº de fogos) que teve uma subida no 2º trimestre de 2015 para voltar a descer apesar de ser para valores superiores aos verificados ao longo de 2014.

Exportação / Importação

Variação 1º 4º 1º Variação Anual Trimestre Trimestre Trimestre Trimestre homóloga 2016 2015 2015 % %

Indicador

Fonte

6

278,46

231,03

271,22

2,7

20,5

INE

6

217,45

181,27

230,39

‐5,6

20,0

INE

A ‐ Exportações de bens (10 €) B ‐ Importações de bens (10 €)

As exportações revelam um acréscimo positivo, quer face ao trimestre quer ao período homólogo, sendo que as importações, apesar do decréscimo face ao período homólogo revelam um acréscimo de 20% face ao trimestre anterior.


7

Exportações / Importações - Alentejo Exportações / Importações ‐ Alentejo

Milhões Euros

290 270

Exportações

250 230 210 190

Importações

170 150

1T

2T

3T

4T

1T

2T

2014

3T

4T

2015

1T 2016

Fontes: INE ‐ Infoline Fontes: INE - Infoline

Ao longo do período em apreço, as tendências das importações e das exportações são praticamente similares. Exportações / Importações por categoria de bens

Exportações ‐ Principais Bens

Importações ‐ Principais Bens

A – V: Produtos minerais

E – XVII: Material de transporte

B – VII: Plástico e suas obras; borracha e suas obras

F – V: Produtos minerais

C – IV: Produtos das indústrias alimentares; bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres; tabaco e seus sucedâneos manufaturados

G ‐ XVI: Máquinas e aparelhos, material elétrico; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão

D – VI: Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas

H ‐ VII: Plástico e suas obras; borracha e suas obras

Quanto às categorias de bens com importações e exportações mais elevadas destacam-se nas exportações os produtos minerais, os plásticos e borrachas, os produtos das indústrias alimentares, bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres; tabaco e seus sucedâneos manufaturados. Quanto às importações, destaca-se o material de transporte, os produtos minerais, Máquinas e aparelhos, material elétrico; aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens e de som em televisão e ainda Plástico e suas obras; borracha e suas obras. Exportações - Principais Bens

Importações - Principais Bens

Exportações ‐ Principais Bens Importações ‐ Principais Bens

M ilhõ es Euro s

M ilhõ es Euro s

70

A

80

65

70

E

60

60

55

50

50 45

B C

G

35 30

D

H

25 20

1T

2T

3T 2015

Fontes: INE - Infoline

Fontes: INE ‐ Infoline

4T

30 20 10 0

1T 2016

40

F

40

1T

2T

3T 2015

4T

1T 2016

No caso das exportações os produtos minerais são os que revelam uma tendência mais descontinuada no tempo, enquanto no caso das importações, os produtos mais importados são os incluídos em Material de Transporte ■


8

Tema em destaque Poder de Compra nos Concelhos do Alentejo

O INE divulgou recentemente o Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio (EPCC 2013) que tem como objetivo caracterizar os municípios portugueses relativamente ao poder de compra. A análise do poder de compra per capita pretende dar a conhecer o nível de bem estar material das populações, com base no cálculo de um índice construído a partir de um conjunto de variáveis e através da elaboração de um modelo de análise fatorial em componentes principais. Este modelo permite estabelecer comparações entre as diversas unidades geográficas do país, bem como conhecer a evolução temporal registada em cada uma delas. Tendo por referência o valor nacional (Portugal = 100), estabeleceram-se valores relativos para as regiões de Portugal e suas desagregações geográficas, até nível concelhio. O índice é de periodicidade bienal e para o período 2004 a 2013,

apresentam-se os resultados relativos a 2004, 2009 e 2013, complementados com mapeamentos dos valores do índice em 2013 e a evolução entre 2009 e 2013. De um modo geral, as regiões apresentam perda de poder de compra, mais intensa e ao longo de todos os anos, na Área Metropolitana de Lisboa e no Algarve. O Alentejo, o Norte e o Centro recuperam em todo o período, sem nunca alcançarem a média nacional, e que apenas é detida pela Área Metropolitana de Lisboa. Algumas capitais de distrito registam um poder de compra per capita superior à média nacional, com relevância para Faro (132,3), Coimbra (130,3), Aveiro (123,5) e Évora (111,0) e acima do valor nacional, evidenciam-se também Sines (128,0), no Alentejo Litoral e Azambuja (110,8), na Lezíria do Tejo.


o valor nacional, evidenciam‐se também Sines (128,0), no Alentejo Litoral e A 9 na Lezíria do Tejo. Poder de compra per capita Regiões de Portugal Poder de compra per capita / Regiões de Portugal 160 150 140 130

A.M.Lisboa

120 110 100

Algarve Norte Alentejo Madeira Açores

90 Centro

80 70 2004

2009

2013

No Alentejo e a nível sub-regional, apenas o Alentejo Litoral diminui o poder de compra entre 2009 e 2013 e as maiores variações positivas ocorrem no Alto e no Baixo Alentejo. Acima do valor regional tejo e a nível sub‐regional, apenas o Alentejo Litoral diminui o poder de comp estão as sub-regiões do Alentejo Central, do Alentejo Litoral e da Lezíria do Tejo.

Poder de compra per capita 2013 e as maiores variações positivas ocorrem no Alto e no Baixo Alentejo. A Poder de compra per capita / NUTs III do Alentejo NUTs III do Alentejo gional estão as sub‐regiões do Alentejo Central, do Alentejo Litoral e da Lezíria 100

Alentejo Litoral

95

Lezíria do Tejo

90 85

Alentejo Alto Alentejo Alentejo Central Baixo Alentejo

80 75 70 65

der de Compra

2004

2009

2013

Alguns concelhos apresentam


100

10

Alentejo Litoral

95

Lezíria do Tejo

90

Alen

Alto Alentejo Alguns concelhos apresentam poder de compra superior à média nacional, tais como Sines, o conce85 lho que conta com o valor regional mais elevado (128). Sines é também um dos 34 concelhos a nível Alentejo Central nacional com valor superior à média do país, ocupando a 7ª posição, logo após Lisboa, Baixo AlentejoOeiras, Porto, 80 Faro, Coimbra e S. João da Madeira. Também com um poder de compra por habitante superior ao de Portugal encontram-se, por ordem 75 Castro Verde e Santarém. de valor, Évora, Azambuja, Beja, Portalegre, São 13 os concelhos com poder de compra acima da média da Região. Para além dos já assinalados 70 Vendas Novas, Santiago do Cacém, Benavente, Campo Maior, Estremoz e Cartaxo apresentam um poder de compra per capita superior a 89.4, o valor alcançado pelo Alentejo. Comparando com o país, 34 concelhos65 do Alentejo encontram-se entre a metade mais elevada do 2004 2009 valor do poder de compra per capita nacional.

Poder de Compra per capita 2013

Castelo de Vide Marvão

Golegã Chamusca

Rio Maior SANTARÉM

Alguns concelh compra superior Sines, o concel regional mais ele um dos 34 con valor superior à 7ª posição, logo Faro, Coimbra e

Nisa Gavião

Crato

Ponte de Sôr

PORTALEGRE

Alpiarça Alter do Chão

Almeirim Cartaxo Azambuja

Arronches

Fronteira

Avis

Salvaterra de Magos

Campo Maior

Monforte

Sousel Coruche

Benavente

Mora Estremoz

Elvas

Borba Vila Viçosa Arraiolos Vendas Novas Montemor-o-Novo

Redondo

Alandroal

ÉVORA Reguengos de Monsaraz Alcácer do Sal Viana do Alentejo

Mourão

Portel

Alvito Grândola

Cuba

Vidigueira

Moura

Barrancos

Ferreira do Alentejo

Sines

Santiago do Cacém

BEJA

Castro Verde Mértola

Odemira

Portugal =100 103 e + 89 - 102 75 - 88

Almodôvar

0

10

20 km

Também com habitante sup encontram‐se, p Azambuja, Beja, Santarém.

São 13 os conce acima da média assinalados Ve Cacém, Benaven e Cartaxo apres per capita super pelo Alentejo.

Comparando co Alentejo encont elevada do valo capita nacional.

Serpa

Aljustrel

Ourique

2013

< 75


11

Da avaliação da variação do poder de compra per capita de 2009 para 2013 observa-se ainda que a maioria dos concelhos do Alentejo ganha poder de compra, sendo aproximadamente metade, aqueles que ganham mais de 6 pontos. Acresce ainda que alguns dos concelhos, apesar de perderem poder de compra, pertencem ao grupo dos que apresentam poder de aquisição superior à média nacional em 2013. Entre eles contam-se Beja, Évora, Portalegre e Sines ■

Variação do Poder de Compra per capita 2009 ‐ 2013

Castelo de Vide

Gavião

Marvão

Golegã Chamusca

Rio Maior SANTARÉM

Da avaliação da v 2009 para 2013 concelhos do Al aproximadamente pontos.

Nisa

Crato

Ponte de Sôr

PORTALEGRE

Alpiarça Alter do Chão

Almeirim Cartaxo Azambuja

Fronteira

Avis

Salvaterra de Magos

Arronches Campo Maior

Monforte

Sousel Coruche

Benavente

Mora Estremoz

Elvas

Borba Vila Viçosa Arraiolos Vendas Novas Montemor-o-Novo

Redondo

Alandroal

ÉVORA Reguengos de Monsaraz Alcácer do Sal Viana do Alentejo

Mourão

Portel

Alvito Grândola

Cuba

Vidigueira

Moura

Barrancos

Ferreira do Alentejo

Sines

Santiago do Cacém

BEJA

Serpa

Aljustrel

Mértola

Odemira

Variação >6 0-5 -5 - 0

Almodôvar

0

10

20 km

< -5

perda ganho

Castro Verde Ourique

Acresce ainda que poder de compra, poder de aquisição eles contam‐se Be


12

Tema em destaque Matriz Input-Output da região Alentejo: Acerca da Distribuição de Rendimento (3º quadrante)

1. Introdução No número 18 do “Boletim Trimestral” apresentámos os principais resultados do estudo que elaborou a Matriz Input-Output da Região Alentejo (MIO-Alentejo). Com este texto prosseguimos o propósito de divulgação dos resultados e conclusões do projeto, mas adotando agora uma perspectiva mais focalizada. Em particular, interessa-nos de momento olhar para o processo de formação do valor acrescentado, ou, de forma equivalente, para a distribuição do rendimento gerado na produção, sob a forma de remuneração dos diferentes fatores produtivos (3º quadrante). Nos pontos 2, 3, e 4 apresentamos os resultados e, em conclusão, deixamos algumas considerações finais no ponto 5. Anexamos um glossário com uma breve descrição metodológica.

2. Distribuição de rendimento (valor acrescentado na ótica do rendimento) na região Alentejo A tabela 1 apresenta o Valor Acrescentado Bruto (VAB) regional e respetiva estrutura, em termos das suas componentes (inputs primários) na ótica do rendimento. Tabela 1 – Estrutura do Valor Acrescentado Bruto (Região Alentejo, 2008)

Produtos / Ramos de Atividade

Remunerações (REM)

Unidade: %

Excedente Outros impostos Valor Excedente de Consumo de de líquidos de Acrescentado Exploração Bruto Capital Fixo Exploração subsídios à Bruto (VAB) a (EEB) (CCF) Liquido produção (Ti‐Z) preços base (EEL) 10 3 Euros

% A

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

B

Indústrias extrativas

CA Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco CB Fabricação de têxteis, indústria do vestuário e do couro e dos produtos do couro CC Indústrias da madeira; fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos; impressão

36,2

‐24,12

87,92

23,95

63,97

849 729,88

38,17

0,76

61,07

35,01

26,05

232 326,75

55,88

0,85

43,27

20,77

22,5

403 213,03

62,6

0,89

36,51

21,43

15,07

20 614,02

70,05

0,63

29,31

19,57

9,75

85 208,18


13

CD Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados

16,85

2,57

80,59

67,07

13,52

258 347,77

CE Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas e artificiais

37,39

1,25

61,36

32,24

29,12

136 819,09

9,37

1,26

89,36

17,63

71,74

10 182,17

49,73

1,1

49,17

26,34

22,84

133 569,90

CF Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas CG

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas, e de outros produtos minerais não metálicos

CH

Indústrias metalúrgicas de base e fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos

68

0,48

31,52

11,88

19,65

116 756,59

CI

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamentos para comunicação, produtos eletrónicos e óticos

66,15

0,29

33,56

6,34

27,22

25 083,19

CJ

Fabricação de equipamento elétrico

62,65

0,43

36,92

10,63

26,29

60 476,45

77,22

0,27

22,51

7,8

14,71

12 956,94

86,4

0,78

12,82

15,88

‐3,06

58 577,38

CK Fabricação de máquinas e equipamentos, n.e. CL Fabricação de equipamento de transporte CM

Fabricação de mobiliário e de colchões; outras indústrias transformadoras; reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos

61,66

0,6

37,73

11,01

26,72

84 129,93

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

15,02

0,45

84,52

49,72

34,81

368 153,95

E

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

51,44

‐1,07

49,63

30,97

18,66

93 394,79

F

Construção

61,55

0,2

38,25

10,28

27,97

611 968,45

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis

51,25

0,67

48,08

15,18

32,9

1 192 705,17

H

Transporte e armazenagem

45,65

0,83

53,52

41,71

11,81

557 540,78

I

Atividades de alojamento e restauração

36,5

0,66

62,84

12,25

50,59

497 009,81

JA Atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão

98,72

0,02

1,26

1,94

‐0,68

6 857,82

JB

Telecomunicações

21,24

0,2

78,55

28,1

50,46

85 801,75

JC

Consultoria e atividades relacionadas de programação informática; atividades dos serviços de informação

57,68

‐0,38

42,7

24,48

18,22

10 713,12

K

Atividades financeiras e de seguros

41,19

0,29

58,52

7,07

51,44

347 800,58

L

Atividades imobiliárias

1,9

3,31

94,79

70,97

23,82

810 785,62

Atividades jurídicas e de contabilidade; atividades das sedes sociais; atividades de MA consultoria para a gestão; atividades de arquitetura e de engenharia; atividades de ensaios e análises técnicas

44,01

‐0,44

56,43

9,75

46,68

188 148,51

MB Investigação científica e desenvolvimento

30,91

‐1,94

71,04

11,68

59,36

4 299,13

MC

Publicidade e estudos de mercado; outras atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades veterinárias

44,37

‐0,02

55,65

8,11

47,54

40 967,15

N

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

61,11

0,88

38,01

25,03

12,98

124 704,42

O

Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

82,39

‐0,76

18,37

20,03

‐1,66

971 198,43

P

Educação

95,41

‐2,46

7,05

3,74

3,31

637 029,18

QA Atividades de saúde humana

95,01

0,07

4,91

1,49

3,42

342 754,50

QB Ação social

81,85

‐4,28

22,43

18,18

4,25

173 475,67

R

Atividades artísticas, de espetáculos e recreativas

51,57

‐4,47

52,9

31,95

20,95

34 569,82

S

Outras atividades de serviços

66,96

‐8,28

41,31

17,47

23,84

98 629,78

T

Atividades das famílias empregadoras; atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio

100

0

0

0

0

93 313,44

U

Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais 51,65

‐1,85

50,21

24,52

25,68

9 779 813,13

TOTAL


14

Como seria de esperar, os produtos produzidos maioritariamente pelo Estado (Administração Pública e Defesa, Educação, Saúde, Acção Social) e os produtos de atividades das famílias empregadoras e atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio, destacam-se pela utilização intensiva do fator produtivo trabalho, o que se comprova pelo grande peso das remunerações no valor acrescentado. Mas além destes, no setor secundário (indústria), com um peso das remunerações acima dos 70%, destacam-se os produtos das indústrias da madeira; fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos e impressão, os produtos da fabricação de máquinas e equipamentos, e os produtos da fabricação de equipamento de transporte.

3. Coeficientes de inputs primários Os Coeficientes de Inputs Primários, permitem identificar a contribuição de cada input primário para a produção de uma unidade em cada produto/ ramo de atividade. A conjugação desta matriz com a Matriz de Coeficientes Técnicos permite conhecer a estrutura da produção de cada produto/ ramo de atividade. Permite ainda determinar a dependência, quer da produção, quer da utilização dos vários inputs, relativamente à procura final, assim como a modelização adequada da produção. Tabela 2 – Coeficientes de inputs primários (Região Alentejo, 2008)

Produtos / Ramos de Atividade

Remunerações (REM)

Excedente Outros impostos Valor Consumos Excedente de Consumo de de líquidos de Acrescentado Intermédios Exploração Bruto Capital Fixo Exploração subsídios à Bruto (VAB) a (CI) (EEB) (CCF) Liquido produção (Ti‐Z) preços base (EEL)

A

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

0,154

‐0,103

0,375

0,102

0,273

0,426

0,574

B

Indústrias extrativas

0,179

0,004

0,287

0,164

0,122

0,469

0,531

CA Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco

0,118

0,002

0,092

0,044

0,048

0,212

0,788

CB Fabricação de têxteis, indústria do vestuário e do couro e dos produtos do couro

0,268

0,004

0,156

0,092

0,064

0,428

0,572

CC Indústrias da madeira; fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos; impressão

0,195

0,002

0,082

0,054

0,027

0,278

0,722

CD Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados

0,011

0,002

0,052

0,044

0,009

0,065

0,935

CE Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas e artificiais

0,049

0,002

0,080

0,042

0,038

0,130

0,870

CF Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas

0,058

0,008

0,553

0,109

0,444

0,618

0,382

CG

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas, e de outros produtos minerais não metálicos

0,149

0,003

0,148

0,079

0,069

0,301

0,699

CH

Indústrias metalúrgicas de base e fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos

0,231

0,002

0,107

0,040

0,067

0,339

0,661

CI

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamentos para comunicação, produtos eletrónicos e óticos

0,247

0,001

0,126

0,024

0,102

0,374

0,626

CJ

Fabricação de equipamento elétrico

0,200

0,001

0,118

0,034

0,084

0,319

0,681

CK Fabricação de máquinas e equipamentos, n.e.

0,304

0,001

0,089

0,031

0,058

0,394

0,606

CL Fabricação de equipamento de transporte

0,184

0,002

0,027

0,034

‐0,007

0,213

0,787

CM

Fabricação de mobiliário e de colchões; outras indústrias transformadoras; reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos

0,293

0,003

0,179

0,052

0,127

0,476

0,524

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

0,042

0,001

0,236

0,139

0,097

0,279

0,721

E

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

0,175

‐0,004

0,169

0,105

0,063

0,340

0,660

F

Construção

0,259

0,001

0,161

0,043

0,118

0,421

0,579


15

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis

0,298

0,004

0,279

0,088

0,191

0,581

0,419

H

Transporte e armazenagem

0,232

0,004

0,272

0,212

0,060

0,508

0,492

I

Atividades de alojamento e restauração

0,214

0,004

0,369

0,072

0,297

0,587

0,413

JA

Atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão

0,398

0,000

0,005

0,008

‐0,003

0,403

0,597

JB

Telecomunicações

0,106

0,001

0,394

0,141

0,253

0,501

0,499

JC

Consultoria e atividades relacionadas de programação informática; atividades dos serviços de informação

0,357

‐0,002

0,265

0,152

0,113

0,620

0,380

K

Atividades financeiras e de seguros

0,287

0,002

0,407

0,049

0,358

0,696

0,304

L

Atividades imobiliárias

0,016

0,028

0,811

0,607

0,204

0,856

0,144

Atividades jurídicas e de contabilidade; atividades das sedes sociais; MA atividades de consultoria para a gestão; atividades de arquitetura e de engenharia; atividades de ensaios e análises técnicas

0,212

‐0,002

0,271

0,047

0,224

0,481

0,519

MB Investigação científica e desenvolvimento

0,226

‐0,014

0,520

0,085

0,434

0,731

0,269

0,000

0,310

0,045

0,265

0,557

0,443

MC

Publicidade e estudos de mercado; outras atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades veterinárias

0,247

N

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

0,333

0,005

0,207

0,137

0,071

0,546

0,454

O

Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

0,583

‐0,005

0,130

0,142

‐0,012

0,708

0,292

P

Educação

0,837

‐0,022

0,062

0,033

0,029

0,877

0,123

QA Atividades de saúde humana

0,505

0,000

0,026

0,008

0,018

0,532

0,468

QB Ação social

0,469

‐0,024

0,128

0,104

0,024

0,572

0,428

R

Atividades artísticas, de espetáculos e recreativas

0,179

‐0,016

0,184

0,111

0,073

0,348

0,652

S

Outras atividades de serviços

0,315

‐0,039

0,194

0,082

0,112

0,470

0,530

T

Atividades das famílias empregadoras; atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio

1,000

0,000

0,000

0,000

0,000

1,000

0,000

U

Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais

O coeficiente das remunerações em cada produto / ramo de actividade é um indicador do contributo relativo do fator trabalho para a produção de cada unidade desse produto / ramo de actividade. À semelhança do que referimos no ponto 2, os produtos de atividades das famílias empregadoras e atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio, assim como os produtos produzidos maioritariamente pelo Estado (Administração Pública e Defesa, Educação, Saúde) destacam-se pela utilização intensiva do fator produtivo trabalho, o que se comprova pelos valores dos coeficientes associados às remunerações (acima de 0,5)1. Além destes produtos, com coeficientes das remunerações acima de 0,3, destacam-se no setor secundário (indústria) os produtos da fabricação de máquinas e equipamentos, e no sector terciário (serviços) vários produtos / ramos de actividade - atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão; consultoria e atividades relacionadas de programação informática, atividades dos serviços de informação; atividades administrativas e dos serviços de apoio; ação social e outras atividades de serviços.

4. Multiplicadores de inputs primários Nas tabelas que se seguem apresentam-se os efeitos multiplicadores, totais e parciais, dos inputs primários. Estes multiplicadores permitem avaliar os efeitos de alterações nos inputs primários em resultado dos impactos que as perturbações da procura final têm sobre a produção. O multiplicador total para cada ramo corresponde à alteração, na margem, do input primário da região, quando a procura final do ramo se altera em 1€. O multiplicador parcial para cada ramo corresponde à alteração, na margem, do input primário desse mesmo ramo, quando a procura final da região se altera 1€. Assim, em produtos cuja produção é essencialmente “trabalho intensiva” (vejam-se os casos dos Serviços de Educação, de Saúde e de Ação Social) os impactos (positivos ou negativos) sobre 1 - No caso das atividades das famílias empregadoras e atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio,

o valor do coeficiente das remunerações é igual a 1, o que significa que o fator trabalho é o único a determinar o valor da produção.


16

as remunerações tenderão a ser maiores (em valor absoluto), quando comparados com aumentos de produção em sectores de maior intensidade em capital e vice-versa. Estes multiplicadores são também uma importante fonte de informação para avaliar (ainda que indiretamente) eventuais impactos sobre o emprego na região. Tabela 3 – Multiplicadores totais de inputs primários (somatório em coluna) (Região Alentejo, 2008)

Produtos / Ramos de Atividade

Remunerações (REM)

Outros impostos Excedente de líquidos de Exploração Bruto subsídios à (EEB) produção (Ti‐Z)

A

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

0,270

‐0,133

0,573

B

Indústrias extrativas

0,257

0,005

0,411

CA Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco

0,212

0,003

0,203

CB Fabricação de têxteis, indústria do vestuário e do couro e dos produtos do couro

0,371

0,005

0,288

CC Indústrias da madeira; fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos; impressão

0,333

0,004

0,250

CD Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados

0,024

0,002

0,086

CE

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas e artificiais

0,163

0,004

0,262

CF

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas

0,123

0,009

0,665

CG

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas, e de outros produtos minerais não metálicos

0,283

0,006

0,347

CH

Indústrias metalúrgicas de base e fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos

0,375

0,003

0,255

CI

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamentos para comunicação, produtos eletrónicos e óticos

0,290

0,002

0,173

CJ

Fabricação de equipamento elétrico

0,285

0,003

0,212

CK Fabricação de máquinas e equipamentos, n.e.

0,405

0,002

0,191

CL

Fabricação de equipamento de transporte

0,281

0,003

0,123

CM

Fabricação de mobiliário e de colchões; outras indústrias transformadoras; reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos

0,416

0,005

0,307

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

0,129

0,003

0,540

E

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

0,347

‐0,003

0,369

F

Construção

0,426

0,003

0,315

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis

0,388

0,005

0,404

H

Transporte e armazenagem

0,284

0,006

0,351

I

Atividades de alojamento e restauração

0,300

0,005

0,480

JA

Atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão

0,564

0,002

0,206

JB

Telecomunicações

0,236

0,003

0,608

JC

Consultoria e atividades relacionadas de programação informática; atividades dos serviços de informação

0,470

‐0,001

0,428


17

K

Atividades financeiras e de seguros

0,366

0,004

0,539

L

Atividades imobiliárias

0,062

0,029

0,868

Atividades jurídicas e de contabilidade; atividades das sedes sociais; atividades de MA consultoria para a gestão; atividades de arquitetura e de engenharia; atividades de ensaios e análises técnicas

0,374

‐0,001

0,471

MB Investigação científica e desenvolvimento

0,291

‐0,013

0,611

Publicidade e estudos de mercado; outras atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades veterinárias

0,387

0,001

0,456

N

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

0,462

0,006

0,352

O

Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

0,655

‐0,005

0,214

P

Educação

0,874

‐0,022

0,098

QA Atividades de saúde humana

0,634

0,001

0,140

QB Ação social

0,535

‐0,024

0,211

MC

R

Atividades artísticas, de espetáculos e recreativas

0,359

‐0,017

0,389

S

Outras atividades de serviços

0,426

‐0,038

0,357

T

Atividades das famílias empregadoras; atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio

0,000

0,000

0,000

U

Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais

0,000

0,000

0,000

Tabela 4 – Multiplicadores parciais de inputs primários (somatório em linha) (Região Alentejo, 2008) Remunerações Produtos / Ramos de Atividade

(REM)

Outros impostos Excedente de líquidos de Exploração Bruto subsídios à (EEB) produção (Ti‐Z)

A

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

0,202

‐0,134

0,490

B

Indústrias extrativas

0,353

0,007

0,565

CA Indústrias alimentares, das bebidas e do tabaco

0,216

0,003

0,167

CB Fabricação de têxteis, indústria do vestuário e do couro e dos produtos do couro

0,299

0,004

0,174

CC Indústrias da madeira; fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos; impressão

0,332

0,003

0,139

CD Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados

0,055

0,008

0,262

CE Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas e artificiais

0,109

0,004

0,179

CF Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas

0,058

0,008

0,556

CG

Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas, e de outros produtos minerais não metálicos

0,232

0,005

0,230

CH

Indústrias metalúrgicas de base e fabricação de produtos metálicos, exceto máquinas e equipamentos

0,404

0,003

0,187

CI

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamentos para comunicação, produtos eletrónicos e óticos

0,259

0,001

0,131

CJ

Fabricação de equipamento elétrico

0,243

0,002

0,143

0,308

0,001

0,090

CK Fabricação de máquinas e equipamentos, n.e.


18

Tabela 4 – Multiplicadores parciais de inputs primários (somatório em linha) (Região Alentejo, 2008) (continuação)

CL Fabricação de equipamento de transporte

0,200

0,002

0,030

Fabricação de mobiliário e de colchões; outras indústrias transformadoras; reparação, manutenção e instalação de máquinas e equipamentos

0,364

0,004

0,223

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

0,194

0,006

1,093

E

Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de resíduos e despoluição

0,281

‐0,006

0,272

F

Construção

0,623

0,002

0,387

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis

0,788

0,010

0,739

H

Transporte e armazenagem

0,515

0,009

0,604

I

Atividades de alojamento e restauração

0,259

0,005

0,446

JA Atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão

0,442

0,000

0,006

JB

Telecomunicações

0,152

0,001

0,563

JC

Consultoria e atividades relacionadas de programação informática; atividades dos serviços de informação

0,379

‐0,002

0,281

K

Atividades financeiras e de seguros

0,517

0,004

0,735

L

Atividades imobiliárias

0,026

0,046

1,308

Atividades jurídicas e de contabilidade; atividades das sedes sociais; atividades de MA consultoria para a gestão; atividades de arquitetura e de engenharia; atividades de ensaios e análises técnicas

0,510

‐0,005

0,654

MB Investigação científica e desenvolvimento

0,232

‐0,015

0,533

Publicidade e estudos de mercado; outras atividades de consultoria, cientificas, técnicas e similares; atividades veterinárias

0,313

0,000

0,393

N

Atividades administrativas e dos serviços de apoio

0,602

0,009

0,374

O

Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

0,621

‐0,006

0,138

P

Educação

0,907

‐0,023

0,067

QA Atividades de saúde humana

0,622

0,000

0,032

QB Ação social

0,470

‐0,025

0,129

CM

MC

R

Atividades artísticas, de espetáculos e recreativas

0,204

‐0,018

0,210

S

Outras atividades de serviços

0,367

‐0,045

0,227

T

Atividades das famílias empregadoras; atividades de produção de bens e serviços pelas famílias para uso próprio

0,000

0,000

0,000

U

Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais

0,000

0,000

0,000

Se isolarmos os 5 ramos com maiores e menores multiplicadores totais (tabela 5), podemos confirmar que é nos ramos mais intensivos em trabalho (como a Educação, Administração Pública e Defesa, Segurança Social Obrigatória ou Atividades de saúde humana) que o aumento da procura terá maior efeito no aumento das remunerações da região, enquanto que nos outros ramos, onde o peso dos outros fatores produtivos é mais significativo, como Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas, as Telecomunicações e a Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, o aumento da procura influencia mais as restantes componentes do VAB.


19

Tabela 5 – Multiplicadores totais de inputs primários: destaque de alguns ramos Educação

0,874

L

Atividades imobiliárias

0,868

O

Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

0,655

CF

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas

0,665

QA Atividades de saúde humana

0,634

JA Atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão QB Ação social

Maiores

P

MB Investigação científica e desenvolvimento

0,611

0,564

JB

Telecomunicações

0,608

0,535

A

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca

0,573

Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados

0,024

CD Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refinados

0,086

L

Atividades imobiliárias

0,062

CF

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas

0,123

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

CE

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas e artificiais

CD

Menores

Multiplicadores totais ‐ EEB

P Menores

Maiores

Multiplicadores totais ‐ Remunerações

Educação

0,098

CL Fabricação de equipamento de transporte

0,123

0,129

QA Atividades de saúde humana

0,140

0,163

CI

Fabricação de equipamentos informáticos, equipamentos para comunicação, produtos eletrónicos e óticos

0,173

No que diz respeito aos multiplicadores parciais, temos agora que considerar também o Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e a Construção como ramos que maior impacto geram nas remunerações da região ou a Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio, o Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e as Atividades financeiras e de seguros no caso do maior impacto no Excedente de Exploração Bruto. É relevante verificar que nestes dois tipos de efeitos analisados, sejam maioritariamente produtos do sector terciário a promoverem mais a capacidade de gerar valor na região, e não a indústria transformadora produtora de bens transacionáveis. Tabela 6 – Multiplicadores parciais de inputs primários: destaque de alguns ramos Multiplicadores parciais ‐ EEB

P

Educação

0,907

L

Atividades imobiliárias

1,308

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis

0,788

D

Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

1,093

F

Construção

0,623

G

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis 0,739

K

Atividades financeiras e de seguros

QA Atividades de saúde humana

0,622

Maiores

Maiores

Multiplicadores parciais ‐ Remunerações

O

Administração Pública e Defesa; Segurança Social Obrigatória

0,621

Atividades jurídicas e de contabilidade; atividades das sedes sociais; MA atividades de consultoria para a gestão; atividades de arquitetura e 0,654 de engenharia; atividades de ensaios e análises técnicas

L

Atividades imobiliárias

0,026

JA Atividades de edição, audiovisuais e radiodifusão

0,006

CL Fabricação de equipamento de transporte

0,03

QA Atividades de saúde humana

0,032

CD Fabricação de coque e de produtos petrolíferos refin 0,055 CF

Fabricação de produtos farmacêuticos de base e de preparação farmacêuticas

0,058

CE

Fabricação de produtos químicos e de fibras sintéticas e artificiais

0,109

P

0,152

CK Fabricação de máquinas e equipamentos, n.e.

JB Telecomunicações

Menores

Menores

0,735

Educação

0,067 0,090


20

5. Considerações finais No que respeita à formação do valor acrescentado e/ou distribuição do rendimento gerado na produção, sob a forma de remuneração dos diferentes fatores produtivos (3º quadrante), a MIO-Alentejo (2008) permite, em particular, clarificar o peso do fator trabalho na produção regional dos diferentes ramos de actividade económica, o que representa uma importante fonte de informação para avaliar (ainda que indiretamente) eventuais impactos de novos investimentos sobre o emprego na região. De facto, a estimação da MIO-Alentejo (2008) contribui para uma melhor caraterização das estruturas produtiva e de distribuição da região Alentejo, mas a sua utilidade é mais ampla. Na verdade este instrumento tem um enorme potencial no apoio ao desenvolvimento regional, no processo de planeamento, no desenho de políticas públicas regionais, assim como na análise de impactos, cenarização e avaliação de políticas públicas. Para além disso, a matriz constitui uma adequada plataforma sobre a qual se podem realizar extensões para temáticas mais específicas e igualmente relevantes para o planeamento e prospetiva. A MIO-Alentejo deve ser entendida como um ponto de partida para o aprofundamento do conhecimento da região Alentejo e melhoramento dos instrumentos de apoio à decisão económica e política. Nomeadamente, em termos de desenvolvimentos futuros, e no que respeita à distribuição de rendimento, poder-se-á construir uma matriz de contabilidade social (SAM) a partir da actual MIO-Alentejo, a qual permitiria uma abordagem do lado dos sectores institucionais e uma melhor compreensão da “economia” das famílias residentes na região. Importa ainda, assegurar a atualização da matriz numa base regular, para que a mesma seja encarada como um instrumento dinâmico, e seja utilizada com todo o seu potencial.

Glossário Remunerações (Rem): Total das remunerações, em dinheiro ou em espécie, a pagar pelos empregadores aos empregados como retribuição pelo trabalho prestado por estes últimos no período de referência. As remunerações dos empregados subdividem-se em: a) ordenados e salários: ordenados e salários em dinheiro; ordenados e salários em espécie; b)contribuições sociais dos empregadores: contribuições sociais efetivas dos empregadores; contribuições sociais imputadas dos empregadores. Para o cálculo dos valores regionais das Remunerações (Rem) dos empregados, por produto, foram utilizadas as estatísticas publicadas nas Contas Regionais por ramos de atividade, convertendo-se os valores por ramo em valores por produto. Outros impostos sobre a produção (Ti): São todos os impostos em que as empresas incorrem pelo facto de se dedicarem à produção, independentemente da quantidade ou do valor dos bens e serviços produzidos ou vendidos. Podem ser devidos por terrenos, ativos fixos ou mão de obra empregada no processo de produção ou em certas atividades ou operações. Outros subsídios à produção (Z): Os "outros subsídios à produção" recebidos por unidades produtivas residentes em consequência da sua atividade produtiva são subsídios não ligados à quantidade ou ao valor dos bens e serviços produzidos ou vendidos. Para determinar o valor regional dos Outros impostos menos subsídios à produção (Ti-Z), por produto, foram utilizados os valores publicados para Portugal nas Contas Nacionais e considerado o peso do VAB da Região Alentejo por produto, no VAB nacional. Excedente de exploração: É o saldo contabilístico da conta de exploração de cada sector e permite medir o montante do valor acrescentado retido no setor da produção como excedente de exploração ou rendimento misto. O valor acrescentado transita da conta de produção para a conta de exploração e esta conta regista a remuneração dos empregados no processo de produção e os impostos ligados à produção devidos às administrações públicas, para que o excedente de exploração (ou rendimento misto dos trabalhadores por conta própria do setor das famílias) possa ser obtido como o saldo contabilístico para cada setor. Consumo de Capital Fixo (CCF): O consumo de capital fixo representa a depreciação verificada, no decurso do período considerado, pelo capital fixo em resultado da utilização normal e da obsolescência previsível, incluindo uma provisão para perdas de bens de capital fixo na sequência de prejuízo acidentais seguráveis. Relativamente ao valor regional do Excedente de Exploração Bruto (EEB), por produto, a sua determinação resultou a soma do Consumo do Capital Fixo (CCF) e do Excedente de Exploração Líquido (EEL). Para o cálculo do CCF e do EEL, por produto, na região, considerou-se o peso do VAB da região Alentejo no VAB Nacional, por produto ■

Artigo da responsabilidade da Universidade de Évora, Departamento de Economia e CEFAGE-UÉ - Gertrudes Guerreiro, José Belbute, António Caleiro, Elsa Vaz e Ana Eduardo.


21


22

Perspetiva 2020 Conselho Regional da CCDR Alentejo Um momento-chave para o Alentejo!

Barragem da Vigia, Redondo e Montoito

O novo ciclo de investimentos por via dos fundos comunitários aprovados para o País e para o Alentejo no âmbito do PORTUGAL 2020, configura um momento-chave para a nossa região. Num contexto económico e financeiro difícil, e com o conjunto de incertezas que, mais do que nunca, assola o espaço europeu – e, por conseguinte, o território nacional - estes significativos recursos financeiros serão um elemento essencial para a dinamização e apoio ao desenvolvimento económico, social e territorial do Alentejo. Devemos, pois, centrar-nos na grande oportunidade que temos pela frente. Com efeito, o conjunto heterogéneo de recursos e potencialidades existentes - entre a fachada atlântica, os campos da Lezíria do Tejo, os tecidos urbanos e patrimoniais, as margens do Guadiana e os territórios do fronteira - fazem do Alentejo uma Região com capacidade diferenciadora relativamente às demais. A Estratégia Regional de Especialização Inteligente (EREI) do Alentejo é bastante clara na definição daquela que deve ser a visão regional a adotar nesta fase decisiva para o nosso presente e futuro: “Um Alentejo com capital simbólico e identidade distintiva, num território dotado de recursos materiais, de conhecimento e competências e de amenidades, aberto para o mundo e capaz de construir uma base económica renovada sobre a sua mais-valia ambiental, atraindo residentes, visitantes, investimentos e atividades geradoras de emprego e coesão social”.


23

No fundo, o que está em cima da mesa é aprofundar e consolildar aquele que já foi o objetivo central do Alentejo 2015, que passava por alcançar um Alentejo que possa ser reconhecido, interna e externamente, como uma região capaz de gerar, pela sua dinâmica empresarial, riqueza e emprego; uma região aberta ao exterior, com fortes dinâmicas no turismo, com qualidade de vida global e exemplar no plano ambiental. O quadro comunitário é, pois, uma oportunidade para as empresas e para as autarquias aproveitarem este período numa perspetiva de desenvolvimento. Nesse pressuposto, é caso para dizer que o Alentejo não pode “perder o norte”, nomeadamente naquele que deve ser o foco de todos aqueles que são os atores deste processo: as pessoas. Os alentejanos e as alentejanas. Sempre eles, em primeira, segunda e terceira instância. E isso só será tangível com a criação de emprego, com a fixação das populações, com especial preocupação centrada na criação de emprego. Neste particular, os jovens deverão merecer toda a nossa atenção, no sentido de travar uma tendência de êxodo para as grandes metrópoles não alentejanas. A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo foi incumbida pelo Governo de preparar regionalmente (NUT II) este importante processo, contando com a colaboração e parceria

L'And Vineyards, Montemor-o-novo


24

dos atores regionais representativos das diferentes dimensões (económica, social, ambiental, política e administrativa) que a estratégia de desenvolvimento regional, a programação e a operacionalização dos seus instrumentos de execução carecem. Só uma estratégia de desenvolvimento territorial e um plano de ação participados e apropriados pelos seus agentes mais representativos podem ter sucesso em termos dos resultados que todos ambicionamos para o Alentejo, nomeadamente em termos de crescimento, de qualificação do capital humano e do emprego. Com uma dotação global de 1.082,9 milhões de euros, o Alentejo 2020 deverá representar uma aposta nos vértices estruturantes de natureza económico-empresarial, aliados à qualificação das competências e conhecimento, e ao desenvolvimento urbano sustentável, com um grande enfoque no reforço da competitividade das PME, na promoção da sustentabilidade e da qualidade do emprego, no apoio à transição para uma economia de baixo carbono e a preservação e proteção do ambiente, bem como a promoção da utilização eficiente dos recursos. Impõe-se pois, um outro desafio muito significativo de consolidação e racionalização dos investimentos mais pesados já realizados (eixos rodoviários principais, Alqueva, porto de Sines, entre outros), em articulação com as especificidades inerentes à sua especialização em atividades económicas alicerçadas quer nos recursos naturais (agricultura, floresta, agroalimentar e indústrias extrativas), quer em setores emergentes no território (como são os casos do turismo, energias Alqueva

Fluviário de Mora

Porto de Sines


25

renováveis, aeronáutica, automóvel, TIC). A história milenar do Alentejo deixou às gerações atuais um ativo muito vasto e riquíssimo a vários níveis. O património arquitetónico, mais evidente e visível, é apenas um entre vários aspetos diferenciadores do Alentejo nesta área. O património artístico e documental, o artesanato, as tradições oral e escrita, as festividades populares, ou a gastronomia são traços essenciais que valorizam e enriquecem de sobremaneira a Região. Depois temos as oportunidades que a costa e o mar nos oferecem. A centralidade europeia e mundial do porto de Sines. A agricultura, a pecuária e todo o potencial da economia agroalimentar. As oportunidades transfronteiriças. Um crescimento turístico que nos orgulha e que pode – e vai – crescer ainda mais. Saibamos aproveitar estas oportunidades de ouro para catapultar uma Região ávida por um “rastilho de pólvora”, que está agora à nossa porta. Que todos saibamos assumir o nosso papel, para que se efetive essa “explosão” do Alentejo. Para que se reduzam as assimetrias e se potencie um território de enorme riqueza. Para que impere o emprego e a justiça social. Vamos agarrar esta oportunidade! ■ Artigo da responsabilidade do Presidente do Conselho Regional da CCDRAlentejo, Álvaro Beijinha (Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém). Extração de cortiça

Laboratório de Energias Renováveis, Moura


26

Perspetiva 2020 EPRAL - Escola Profissional da Região Alentejo A Educação e a Formação Profissional como elementos essenciais do desenvolvimento do Alentejo

A Fundação Alentejo é um projeto de intervenção sociocultural que “persegue fins de interesse social, de caráter educativo, cultural e de solidariedade, orientados para a valorização escolar e profissional dos cidadãos, para a promoção da igualdade de oportunidade e de género e para o desenvolvimento sustentável do território de intervenção, através da criação e manutenção de diferentes respostas sociais e educativas integradas nos diferentes ciclos do sistema educativo pré-universitário” (artigo 4º dos estatutos) orientado para o desenvolvimento sustentável da região. A Fundação Alentejo tem como Missão a prestação de serviços, que visam a excelência, à comunidade, promovendo a qualificação escolar e profissional e a cidadania ativa para alcançar uma sociedade de progresso, mais justa, esclarecida, que respeite os direitos e liberdades de cada cidadão, serviços esses que: concretizem projetos de caráter educativo, cultural e de solidariedade social, orientados para o desenvolvimento sustentável do(s) seu(s) território(s) de intervenção; assumam a natureza de projetos de cooperação para o desenvolvimento na área da educação e formação que contribuam para a promoção do desenvolvimento sustentável; promovam a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, pela integração qualificada no mercado de trabalho e na sociedade do conhecimento e pelo exercício responsável de uma cidadania esclarecida e participativa. Da sua Visão destaca-se o contributo para o bem-estar dos cidadãos, para a melhoria das suas condições de vida através de uma educação e formação de excelência, que os prepare enquanto cidadãos livres, conscientes, responsáveis e capacitados para participar ativamente numa sociedade globalizada e que os capacite para a sua inserção profissional e para o empreendedorismo, dotandoos de competências sociais, técnicas e profissionais que lhes permitam responder às exigências, desafios e oportunidades da nova Era do Conhecimento. Complementarmente o desenvolvimento de ações que sensibilizem, consciencializem, formem e mobilizem os cidadãos para os valores dos direitos humanos, da justiça, da equidade, da solidariedade, da responsabilidade social, da igualdade de género e do sentimento de pertença a um só mundo. Ao longo destes 25 anos de atividade foram muitos aqueles que quiseram salientar o contributo da EPRAL e da Fundação Alentejo para o Desenvolvimento Regional. Podemos assim destacar alguns desses testemunhos:


27

“Em nome da Universidade de Évora, que aqui represento, quero declarar a minha alegria e ver concretizada esta magnífica obra e desejar os maiores êxitos à EPRAL, para bem do Alentejo e de Portugal.” Manuel Ferreira Patrício - Universidade de Évora (04 dezembro, 1992) “Quando se visita uma escola que tem um Projeto, que tem uma liderança e que possui um corpo docente estável, verifica-se que o sucesso é possível e ocorre tal como acontece com a EPRAL. Muitos parabéns e muitas felicidades para todos os que estudam e trabalham nesta escola que deverá constituir referência para o ensino profissional em Portugal.” Eduardo Marçal Grilo - Ministro da Educação (20 janeiro, 1997) “Aos 60 anos de idade e cerca de 40 de profissão(ões) a formação profissional tem-se entrosado sempre e recorrentemente nos meus projetos de vida e profissionais. Tenho-me batido pela profissionalização do ensino em Portugal e por uma educação para todos cada vez mais qualificante e de excelência. É-me grato contactar de perto e ao vivo com um projeto que reúne todas as valências que fazem a diferença e garantem que o sucesso é não só possível, como é uma realidade e que o desenvolvimento do país e dos portugueses se faz com projetos destes.” Maria Márcia Trigo - Ministério da Educação (20 janeiro, 1997) “Uma saudação fraterna de grande apreço pela EPRAL, por todos os que a criaram e desenvolveram e com o desejo das maiores felicidades para os alunos, professores e restantes trabalhadores.” António Guterres – Primeiro Ministro (7 maio, 1999) “É um gosto ver uma escola organizada e a funcionar de forma impecável. Certamente que traduzo a opinião dos meus colegas de outros países ao manifestar o agrado pela visita realizada.” Pedro Lourtie - Membro do Comité da Educação do Conselho da União Europeia (31 março, 2000) “Numa terra que se lamenta, que perdeu a auto estima, que se assume frequentemente como dependente, sempre como vítima, a EPRAL pode ser uma convicção, uma fé, num país que queremos e não temos conseguido construir. Acredito que de alguma forma o desenvolvimento pode nascer Edíficio da EPRAL aqui.” Mariana Torres Vaz Freire Cascais - Secretária de Estado da Educação (08 outubro, 2002) “A qualificação dos portugueses é um desígnio nacional. Como tal, deverá ser assumido por todos nós. Apesar disso, de entre nós, são alguns que o fazem de forma ativa, profissional e empenhada. A Fundação Alentejo e a EPRAL fazem-no em benefício dos jovens do Alentejo e dos portugueses e fazem-no com muita qualidade.” José Manuel Albuquerque P. Canavarro - Secretário de Estado Adjunto e da Administração Educativa (10 novembro, 2004) “Nesta ocasião de uma visita à EPRAL a propósito da entrega de diplomas, quero felicitar a escola, os seus alunos, funcionários e diretores bem como os promotores pela excelência do projeto que têm levado a cabo, permitindo a centenas de jovens escolhas de futuro e de cidadania ativa e contribuindo decisivamente para o desenvolvimento da região e do país. Saão exemplos como estes que suportam o caminho de aposta na qualificação dos portugueses, que o país quer trilhar, que ajudam a compreender a justeza e importância de tal aposta.” Valter Victorino Lemos - Secretário de Estado da Educação (20 janeiro, 2007) “Muitos parabéns e votos de continuação de excelente trabalho. Num momento de “Novas Oportunidades”, em que pretendemos colocar a qualificação dos portugueses como a prioridade nacional central para os próximos anos, contamos com o esforço e empenho da Fundação Alentejo e da EPRAL para vencermos o desafio. Quer na formação profissional de jovens mas também na formação de adultos e ativos, pois todos somos essenciais à modernização e desenvolvimento do país.” Fernando Medina Maciel Almeida Correia - Secretário de Estado do Emprego e Formação Profissional (22 março, 2007)


28

A Escola Profissional da Região Alentejo, propriedade da Fundação Alentejo, é um estabelecimento de ensino que prossegue finalidades de interesse público e desenvolve as suas atividades culturais, científicas e pedagógicas com autonomia, sob tutela do Ministério da Educação da República Portuguesa. A EPRAL presta um serviço público de educação e integra a rede de entidades formadoras do Sistema Nacional de Qualificações sendo detentora da autorização de funcionamento nº. 1, concedida pelo Ministério da Educação, em 1999, já enquanto instituição no âmbito da Fundação Alentejo. Cláudio Ramos - Diretor da EPRAL A oferta formativa autorizada estende-se por 25 áreas de formação distintas, num total de 36 curso profissionais, fruto da sua capacidade técnica, material e humana. Para além de Cursos Profissionais, a EPRAL, oferece em parceria com os institutos politécnicos da região, Cursos Técnicos Superiores Profissionais. A qualificação de recursos humanos, a formação dos jovens e o desenvolvimento do território, em particular, do território alentejano, estão no centro das opções tomadas pela instituição. A qualificação das pessoas e dos territórios assume-se como eixo central da atuação da EPRAL ao longo dos seus 25 anos de existência. O reforço da empregabilidade, o combate ao insucesso e abandono escolares e o forte contributo para o incremento dos fatores de competitividade e atratividade dos territórios de baixa densidade, caso da região Alentejo, são, no seguimento dos objetivos previstos pelos diferentes programas operacionais, nomeadamente o POCH – Programa Operacional Capital Humano- outro dos eixos estruturantes da atuação da Fundação Alentejo, através da Escola Profissional da Região Alentejo. Entre 1993 e 2015 mais de 5 300 diplomados nas diversas áreas terminaram a sua formação na EPRAL, nas áreas da multimédia, da hotelaria, do turismo, da informática, dos audiovisuais e produção dos media, das indústrias agroalimentares ou da construção civil. Cofinanciado por:

O melhor testemunho do trabalho desenvolvido são os nossos diplomados: Belmiro Pinto terminou o Curso Profissional de Técnico de Restauração em 1996. Atualmente é Diretor do Vila Galé Hotel em Évora. O seu percurso profissional levou-o ao Brasil num projeto do grupo hoteleiro onde ainda hoje trabalha, exercendo diversos cargos de direção nas unidades hoteleiras do grupo. Começou a trabalhar na cadeia hoteleira onde realizou os seus momentos de formação e contexto de trabalho. “A EPRAL destacava-se das “outras” escolas que tinha frequentado, pela estrutura da escola (salas de aula, equipamentos à disposição para uma aprendizagem mais eficaz para os vários cursos ministrados na EPRAL), pela diversidade na ofer-

Belmiro Pinto - Técnico de Restauração


29

ta de Cursos Profissionais para os Jovens, pela abrangência dos Polos da EPRAL que estavam “espalhados” por várias localidades da região do Alentejo.” “Destaco ainda os conteúdos dos Cursos ministrados na EPRAL que procuram preparar os Jovens da melhor forma, tendo em conta a realidade profissional existente na Região e no País.” “O curso de Técnico de Hotelaria Restauração, Organização e Controle que frequentei entre 1993 e 1996 na EPRAL, permitiu-me adquirir vários conhecimentos teóricos e práticos, que foram fundamentais no início do meu percurso profissional na área da Hotelaria/Turismo. Com a conclusão do Curso, tive a oportunidade de começar a trabalhar de imediato no local onde realizei o meu último estágio curricular do curso, dando inicio a um percurso profissional que perdura até aos dias de hoje, sempre relacionado com a área da Hotelaria.” “A formação em contexto de trabalho é essencial e fundamental para que os jovens que frequentam os cursos possam ter o contato com a “realidade” e perceber tudo o que se passa na atividade em questão. Os dois momentos de formação em contexto de trabalho que tive no 2º e 3º ano do curso permitiram-me apreender mais conhecimentos práticos que foram essenciais para a minha integração no mercado de trabalho.”

Estagiou no Hotel Convento do Espinheiro, em Évora e no grupo hoteleiro Mar d’Ar, onde teve oportunidade de trabalhar com os chefs Luís Mourão e António Nobre. Integra a equipa responsável por um novo estabelecimento na área da pastelaria na cidade de Évora. “A EPRAL abriu-me as portas para o mundo do trabalho, proporcionando-me experiências em contexto de trabalho, os “estágios”, como nós habitualmente nos referíamos a esses momentos. Foram importantes para uma melhor articulação das aprendizagens.

Nuno Veiga - Técnico de Comunicação Social

Tiago Aranha - Técnico de Restauração

Tiago Aranha concluiu o Curso Profissional de Técnico de Restauração na variante Cozinha / Pastelaria.

Nuno Veiga concluiu o Curso Profissional de Técnico de Comunicação Social no Pólo de Elvas, 1992/95, sendo atualmente fotógrafo da agência Lusa. “A EPRAL teve um peso muito importante na minha formação a todos os níveis. Em primeiro como pessoa, pois a idade em que por lá passámos estamos ainda a formar a nossa personalidade que acaba por ser também um pouco “moldada” pelos professores, cujos conselhos ainda hoje recordo. A forma de funcionamento modular da escola incutiu-nos mais responsabilidade e obrigou-nos a ser mais criativos. Os formadores lecionam com grande atenção e proximidade aos alunos, tentando despertar o interesse pelas matérias, o que na época se diferenciava bem dos métodos do ensino tradicional onde “despejar” a matéria era a opção seguida muitas vezes. Na EPRAL tínhamos mais vontade


30

de aprender e conseguir bons resultados. No ponto de vista profissional fio também muito importante, já que frequentei esta instituição de ensino dois anos após ter abandonado os estudos e já com uma breve passagem pelo mercado de trabalho, num órgão de comunicação Social local. Na altura a EPRAL foi a oportunidade de chegar ao 12º ano e de alargar os meus conhecimentos bem como aceder a equipamentos que me deram outras valências (vídeo, fotografia e multimédia) e no fundo me vieram a abrir portas no futuro. Tenho muito boas recordações da escola, principalmente da forma como os professores conseguiam transmitir as matérias, mais ligeira mas não menos trabalhada. No bom ambiente da escola, o facto de nos sentirmos uma família foi importante para motivar e nos levar a atingir bons resultados. Outro aspeto importante foi a avaliação não só por provas escritas, mas também com base em trabalhos realizados, podendo recorrer aos mais variados suportes e tecnologias disponíveis, o que dava vontade de nos aplicarmos mais, ser criativos e de chegar mais longe. Continuo a ser da opinião que a EPRAL segue os métodos de ensino mais atuais para formar os seus alunos, motivando-os sempre, com vista a prepará-los para o mercado de trabalho. É uma instituição que baseia a formação na componente prática, não descurando a teórica e que dá as ferramentas e o espaço de manobra para que possam aprender praticando, analisando erros e retificando. Na minha opinião é assim que o ensino deve funcionar, principalmente nas áreas técnicas e a EPRAL trabalha nesse sentido.” Foram esses momentos que me permitiram evoluir enquanto profissional e atingir os meus objetivos profissionais.”

Luís Boieiro concluiu o Curso Profissional de Técnico de Comunicação/Markerting, Relações Públicas e Publicidade. Atualmente é técnico de produção e impressão na Spreading Avertising. “Antes de mais quero deixar o meu agradecimento à EPRAL por me ter ajudado a entrar no mundo do trabalho. Foi bastante importante porque sempre me forneceu as ferramentas necessárias para a conclusão do meu curso e iniciar a minha carreira profissional na área da publicidade. Durante esses três anos que frequentei a EPRAL fiz bastantes amizades, desde os colegas de curso, até aos funcionários de toda a escola, o que fez com que esses três anos passassem a correr. Durante esse tempo nunca me faltou nada, desde a motivação nos momentos mais difíceis, ate às ferramentas de trabalho que a EPRAL põe a nosso dispor, que são excelentes. O estágio curricular foi bastante importante para mim, pois consegui um contrato com a empresa, onde permaneci durante cerca de 6 anos e me permitiu dar o salto a nível profissional. Só me resta mais uma vez deixar o meu agradecimento e as maiores felicidades à EPRAL. Obrigado.”

Marius Araújo - Técnico de Multimédia

Luís Boieiro - Técnico de Comunicação / Markerting

Marius Araújo concluiu o Curso Profissional de Técnico de Multimédia e atualmente exerce funções de técnico de multimédia na Escola de Artes da Universidade de Évora. “O que me parece ser importante destacar relativamente ao ensino profissional é que este tipo de ensino é muito prático e direcionado. O ensi-


31

no por módulos permitia ter um encaixe concreto daquilo que se aprendia. Relativamente à escola, a qualidade das instalações, dos meios técnicos e dos docentes das disciplinas técnicas foram fatores que me impressionaram. O curso profissional permitiu-me adquirir conhecimentos/ competências em áreas diferentes de produção multimédia, contribuindo para que conseguisse fazer uma escolha sobre a área que ía de encontro aos meus interesses. Nesse sentido foi absolutamente determinante para o meu percurso académico e profissional posterior. Durante o meu percurso na EPRAL, tive o privilégio de poder realizar vários momentos de formação em contexto de trabalho, o que me deu uma ideia consolidada daquilo que eram as minhas preferências em termos profissionais e daquilo que não me atraía. Todas as experiências são positivas quando aplicamos o que aprendemos e retiramos ilações construtivas para o nosso futuro”.

As formações em contexto de trabalho ao longo do curso foram muito importantes para o meu percurso profissional porque durante esses períodos, aprendi muitas coisas que foram benéficas para o meu dia-a-dia e tudo o que aprendi posso agradecer ao serviço onde realizei os estágios. Uma semana depois de ter concluído o curso comecei a trabalhar na minha área de formação.”

Miguel Espada - Técnico de Gestão

João Matos - Técnico Auxiliar de Saúde

João Matos concluiu o Curso Profissional de Técnico Auxiliar de Saúde, uma oferta formativa pioneira desenvolvida na EPRAL. Atualmente trabalha no Hospital do Espírito Santo em Évora. “Em 2011 quando fui para o secundário não estava com vontade de continuar a estudar porque tinha a sensação de que quando chegasse ao 12º ano iria ficar em casa sem nada para fazer e não me estava a agradar muito essa ideia. Então decidi a via do Ensino Profissional.

Miguel Espada concluiu o Curso Profissional de Técnico de Gestão. Atualmente trabalha no Hospital da Misericórdia em Évora. “A diferença mais significativa entre a EPRAL e as escolas que anteriormente havia frequentado, foi sem dúvida a ligação mais próxima entre alunos e professores, existindo uma possibilidade de comunicação muito maior e por conseguinte um acompanhamento mais estreito do nosso percurso escolar. Destaco como aspeto muito positivo e diferenciador deste tipo de ensino a possibilidade de ingressar no mercado de trabalho pouco depois de terminar o curso profissional na EPRAL. Aquando da realização do último estágio curricular no Hospital da Misericórdia de Évora, tive a oportunidade de passar pelas diferentes áreas de trabalho o que representou uma mais valia para a minha formação. Após a conclusão do curso em 2009, tive uma experiência profissional de cura duração (3 meses) na Tyco e fui posteriormente convidado a trabalhar no Hospital da Misericórdia de Évora, onde me encontro até hoje em funções. Neste momento encontro-me no setor de Armazém/Logística que é basicamente o coração do hospital”.


32

Uma das áreas de formação com maior sucesso e presente desde a primeira hora da EPRAL é a Hotelaria/Restauração. Prova desse sucesso é o reconhecimento por parte das entidades de acolhimento dos estágios das competências e qualidade dos nossos formandos. Destacamos assim os jovens formandos do Curso Profissional de Técnico de Restauração (Ciclo de formação 2013-2016), no âmbito da EPRAL, distinguidos pelo TROIA DESIGN HOTEL, (Grupo Amorim) com a atribuição do “Diploma de Mérito - Estagiário”, pela qualidade de competências evidenciadas e pelo seu desempenho no período de formação em contexto real de trabalho, realizada naquele estabelecimento hoteleiro com a classificação “5 estrelas”.

Estagiários da EPRAL - Hotelaria / Restauração

Na variante de Cozinha-pastelaria Ana Carapinha; Daniel Jeremias; Inês Maia; João Piteira e Rita Ribeiro e na variante de Restaurante-bar Lúcia Antonino. O grupo foi unânime no reconhecimento da importância da formação em contexto real de trabalho para o desenvolvimento de competências profissionais e de competências transversais, consolidando a formação realizada na EPRAL, em particular através das atividades de formação prática realizadas no quadro de projetos de parcerias e de disciplinas específicas da componente de formação técnica do seu curso profissional.


33

Igualmente importante é o reconhecimento do trabalho feito pela e na Escola por parte dos elementos que integram o Júri das Provas de Aptidão Profissional no final de cada ciclo de formação. É o caso dos testemunhos a seguir apresentados. “Tive a oportunidade de ter sido júri de PAP da EPRAL em vários ciclos de formação do Curso Profissional de Técnico de Multimédia dos polos de Estremoz e Elvas. Desde o primeiro dia assumo que fui agradavelmente surpreendido pelo rigor e qualidade dos trabalhos apresentados numa região do país que claramente ficou marcada para mim (Arqui300) como um hub de jovens artistas ao nível do que tenho visto do melhor inclusivamente num plano internacional. Nuno Mesquita - Diretor da Arqui300 Tecnicamente na área de produção de filmes 3D e de composição gráfica, assim como, pessoalmente na capacidade oratória e de apresentação é impressionante a qualidade do trabalho com que estes jovens alunos me presenteia. Tem sido uma honra imensurável poder colaborar com a EPRAL nas inúmeras frentes em que possa existir uma mais-valia para o futuro da nossa juventude criativa e do nosso país. Parabéns EPRAL! “ Como um dos sócios gerentes da empresa de Animação Turística Rustitur, Lda., hoje identificada com a marca RTin Group, foi um enorme reconhecimento o convite que me foi endereçado pela EPRAL para mais um ano poder participar no Júri das Provas de Aptidão Profissional do Curso Profissional de Técnico de Organização de Eventos. Pelo quarto ano participo neste júri e pela quarta vez me deparo com trabalhos realizados por alunos onde a prática do dia-a-dia sobressai ao trabalho mais académico. Trabalhos, ou melhor organização de eventos onde é demostrada a grande capacidade de inovação e implementação do evento que os alunos se propõem realizar, e também a capacidade de no dia da implementação liderar todo o trabalho e equipa que esta profissão exige. Nuno Morte - Sócio Gerente da Rustitur, Lda. Tenho de reconhecer, mais uma vez, a capacidade da Escola Profissional da Região Alentejo, o profissionalismo, e também a relação humana, que existe no corpo docente que sem dúvida aqui será fundamental para o resultado final dos alunos. Sem bons “treinadores” não existem boas equipas! Posso ainda comprovar a grande motivação e a excelente relação pessoal com que os alunos saem do curso pelo facto de a RTin Group ser uma empresa que tem acolhido ao longo dos anos vários estágios curriculares de Técnicos de Organização de Eventos. Grato uma vez mais pelo reconhecimento e pelo convite, grato pelo “produto final” tão importante para os setor. Bem hajam e continuação de um excelente trabalho” ■ Artigo da responsabilidade da EPRAL - Escola Profissional da Região Alentejo


34

Divulgação Casa do Pessoal da CCDR Alentejo

CASA D

PESSOAL O ano de 1994 ficou marcado pela unificação física de todos os serviços da CCRA (atual CCDRA) que estavam dispersos por vários edifícios na cidade de Évora, graças à conclusão da construção do novo edifício sede da CCRA. Depois da inauguração deste novo e moderno edifício público, no dia 8 de Julho de 1994, todos os funcionários da sede da CCRAlentejo começaram a coabitar diariamente nestas novas instalações, o que fez com que a partir daquele momento se iniciasse uma nova vida dentro desta instituição. Esta aproximação entre colegas, que raramente conviviam e trabalhavam dentro do mesmo espaço físico, trouxe um novo alento nas relações pessoais, com a concretização de novas e duradouras amizades. Esta nova relação, dentro do mesmo espaço físico concretizou, também, uma maior operacionalidade em termos da eficácia da atuação da CCRA, neste imenso território que é o Alentejo. Foi assim, no contexto deste novo quadro, que em 1995, um grupo de 12 colegas, com grande entusiasmo, empenho e dedicação, decidiu criar a associação Casa do Pessoal da Comissão de Coordenação da Região do Alentejo (CP-CCRA), cuja constituição foi registada no 2º Cartório Notarial de Évora em 05-05-1995 e publicada no Diário da República, III Série, nº131 de 06-06-1995. A Casa do Pessoal é assim uma associação sem fins lucrativos, dotada de personalidade jurídica, que tem como objetivo promover o bem-estar dos seus associados, com especial incidência na ocupação de tempos livres, bem como desenvolver formas de convívio e cooperação, nomeadamente: ● Promover atividades de índole recreativa, social e cultural em benefício exclusivo dos seus associados e familiares; ● Criar e desenvolver o associativismo e a prática de atos de solidariedade entre os funcionários da CCRA; ● Proporcionar serviços complementares de saúde em beneficio dos seus associados e familiares; ● Promover benefícios de índole económica através de mecanismos de tipo corporativo. Conforme definido estatutariamente, podem ser sócios da Casa do Pessoal os funcionários e outros agentes da CCRA, incluindo os aposentados, qualquer que seja o vínculo que os ligue à função pública, tendo como órgãos sociais a Assembleia Geral, a Direção e o Conselho Fiscal. Decorridos mais de vinte anos após a sua criação, mantém-se o entusiasmo, a dedicação e o empenho na prossecução dos fins que estiveram na base da criação da Associação; podendo mesmo


35

dizer-se que nos últimos anos tem sido feito um grande esforço por parte da Direção para diversificar, intensificar e aumentar o número de atividades. De facto, a Casa do Pessoal desenvolve anualmente um vasto conjunto de iniciativas e atividades em prol não só dos seus cerca de 175 sócios e seus familiares, mas também dos restantes funcionários e colaboradores da CCDR, sendo de destacar as seguintes: ● Festa de Natal, é a iniciativa mais emblemática, que se realiza todos os anos desde a criação da Casa do Pessoal que inclui a realização de um espetáculo infantil, a entrega de presentes de Natal aos filhos de todos os funcionários e colaboradores da CCDR independentemente de serem ou não sócios da Casa do Pessoal, e que culmina com a oferta de um lanche.

● Magusto, é também uma iniciativa tradicional que se realiza por altura do S. Martinho destinada a todos os funcionários e colaboradores da CCDR e suas famílias.

● Concerto de Ano Novo/Reis, é igualmente uma iniciativa tradicional que se realiza no Auditório da CCDR por altura dos Reis destinada a todos os funcionários e colaboradores da CCDR e suas famílias.


36

● Passeios/Convívio, é uma iniciativa mais recente que pretende ter uma periodicidade anual e que consiste na realização de passeios pedestres e de BTT em diferentes locais na região Alentejo. É uma iniciativa muito participada que conta já este ano com a sua 6ª edição, a realizar na Herdade de S. Lourenço do Barrocal em Monsaraz. Os passeios anteriores foram: 1º Passeio - Aqueduto da Água de Prata/Évora; 2º passeio – Valverde; 3º Passeio- Alqueva; 4º Passeio- Serra D’Ossa e 5º Passeio - S. Torpes/Sines.

● Feira de Sabores, Arte e Lavores; conta já com 3 edições anuais e visa divulgar e dinamizar as várias atividades com que muitos funcionários e colaboradores da CCDR se ocupam na sua vida privada, como sejam a pintura, a bijuteria, o croché, os bolinhos secos, os licores, as compotas, as ervas aromáticas, os doces tradicionais entre muitos outros trabalhos artesanais, sendo realizada na galeria de exposições da CCDR.

● Concurso/Exposição de Fotografia, embora seja a mais recente iniciativa implementada, conta já com duas edições, estando a decorrer a 3ª edição sob o tema “Pormenores do Alentejo”. Trata-se de um concurso aberto não só aos sócios da Casa do Pessoal mas também a todos os funcionários e colaboradores da CCDR, para apresentação de fotografias da sua autoria, sendo as temáticas definidas em regulamento próprio. A 1ª edição do concurso foi realizada em 2014, subordinada aos temas: Património, Paisagem, Pessoas e Macro. A participação foi bastante elevada, tendo sido recepcionadas 90 fotografias de 23 concorrentes. Relativamente ao 2º concurso, realizado em 2015, sob o tema Alentejo: património e paisagem, foi também bastante participado, com 81 fotografias de 21 concorrentes. Sendo a fotografia uma temática que desperta grande entusiasmo e interesse, a Casa do Pessoal decidiu mais uma vez possibilitar a participação de todos os funcionários e colaboradores da CCDR nesta iniciativa de grande sucesso, cabendo-lhes a tarefa de votarem nas fotografias do seu agrado e assim participar na escolha das premiadas. Na sequência de cada concurso é efectuada uma exposição fotográfica que fica patente na galeria da CCDR podendo a mesma ser mostrada noutros locais.


37

Neste contexto, foi com muita satisfação e orgulho que, em resultado de uma parceria entre a Casa do Pessoal, a Câmara Municipal de Évora e o INATEL e ainda do Art' Café, foi possível “levar para fora de portas” a Exposição das 81 fotografias apresentadas no 2º concurso que esteve patente na Galeria da Fundação INATEL no Palácio do Barrocal em Évora entre 15 de Janeiro e 15 de Fevereiro de 2016. A Exposição que pôde ser visitada pelo público em geral, foi inaugurada pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal de Évora, tendo contado com a actuação, muito preciosa, do grupo de cantadores Os Trovadores de Redondo. Para além destas iniciativas de carácter recreativo, a Casa do Pessoal desenvolve outras iniciativas em prol dos seus associados, sendo de destacar o Seguro de Saúde Médis, que oferece condições muito vantajosas e que conta com cerca de 170 segurados e também os Protocolos com diversas entidades/empresas da região que possibilitam a obtenção de descontos nos serviços prestados para os sócios da Casa do Pessoal. De referir ainda que a Casa do Pessoal tem sido solicitada para a divulgação e promoção de iniciativas de outras entidades, como seja a Doação de Sangue promovida pelo Hospital Distrital de Évora e o Dia Mundial da Saúde promovida pela Escola de Enfermagem. Salientar por fim que está atribuída à Casa do Pessoal a exploração do Bar/Refeitório da CCDR, protocolado com os Serviços Sociais da Administração Pública, sendo este o maior refeitório destes Serviços Sociais existente em Évora, onde todos os seus associados podem aceder e obter refeições a preços reduzidos. Para a concretização das diversas iniciativas e atividades desenvolvidas que visam a prossecução dos fins estatutariamente definidos, a atual Direção da Casa do Pessoal, tem contado com a indispensável e permanente colaboração e apoio da Presidência da CCDR Alentejo, sem a qual não seria possível concretizar plenamente muitas das iniciativas enumeradas. Também a colaboração muito estreita de alguns colegas e sócios da Casa do Pessoal tem sido fundamental para o sucesso das várias iniciativas. A Casa do Pessoal tem ainda recebido apoios e patrocínios de diversas entidades locais e regionais, sendo desta forma reconhecida a importância da Associação na promoção do desenvolvimento local e regional, entre as quais se encontram a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, as Câmaras Municipais de Évora, de Reguengos de Monsaraz e de Redondo e o Hotel de S. Paulo, entre outras. Também a imprensa local e regional tem sido um parceiro fundamental na divulgação de algumas iniciativas da Casa do Pessoal, designadamente o jornal Diário do Sul e a Rádio Voz da Planície, reconhecendo desta forma o papel importante da Associação no contexto da Região Alentejo. Todas as acções e iniciativas desenvolvidas pela Casa do Pessoal visam a concretização da sua finalidade mais nobre de elemento de coesão e união entre os trabalhadores da CCDR, criando e fomentando um sentimento de pertença e espírito colectivo, enquanto catalisador da organização, fazendo que cada um de nós a “sinta” como a “sua casa”. De futuro, a Casa do Pessoal, além de prosseguir a concretização dos objetivos plasmados nos seus estatutos, pretende continuar a promover parcerias, de uma forma mais intensa, entre os vários atores regionais, com o objetivo de criar sinergias que contribuam para o desenvolvimento do Alentejo, que “Melhor que Conhecê-lo é Vivê-lo” ■ Artigo da responsabilidade da Casa do Pessoal da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo



Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.