Revista Brasil Portugal no Ceará

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Os reflexos do aumento do dólar na economia brasileira

O trabalho das Comissões de Comércio do Exterior

Cronista Vírgilio Gomes fala sobre comida de hotel

BRASILPORTUGAL NO CEARÁ

Ano IV - # 11 - Abril-Maio-Junho de 2012

UMA LÍNGUA, INÚMEROS DESAFIOS

O NOVO EMBAIXADOR DE PORTUGAL NO BRASIL, FRANCISCO RIBEIRO TELLES, DESTACA A UNIÃO DE ESFORÇOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA PARA SEDIMENTAR O CRESCIMENTO ECONÔMICO E SOCIOCULTURAL DE TODA A COMUNIDADE

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2 Brasil-Portugal no Cearรก


nesta edição

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imóveis Boas perspectivas do mercado imobiliário com as oportunidades abertas pelo comércio eletrônico, que movimentou R$ 18 bilhões em 2011

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evento A capital cearense ganha o Centro de Eventos do Ceará, o segundo maior centro de convenções do país e o mais moderno da América Latina

breves

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editorial Aniversário de 11 anos com muito orgulho

página econômica Como maximizar a sua visita a uma feira internacional

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entrevista Pela união dos povos de língua portuguesa

economia Humores do câmbio

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negócios Colosso cearense

com Francisco Ribeiro Telles, embaixador de Portugal no Brasil

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página econômica A importância da CEE Comissão do Comércio Exterior do Ceará nas relações internacionais

comércio Brasil e Portugal unidos para sempre mercado Novas perspectivas no mercado imobiliário espaço ibef

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negócios Por uma cultura exportadora negócios Mandarim e português economia Novos horizontes

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cultura Brasileiros comemoram as festas juninas graças aos portugueses, mas há quem duvide que os festejos sejam os mesmos

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página econômica Seguro de crédito cresce no Brasil como forma de gestão integral de riscos para empresas

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cultura A festa dos santos populares

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informecial Patrocinadores apostam no golfe cearense

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gastronomia Comida de hotel

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cultura Dicas de livros

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agenda guia de sócios Abr-Mai-Jun 2012 3


capacitação

evento

breves | notícias

IPCP oferece curso de 3ª edição da pós-graduação com aulas Lisboa Design no Brasil e em Portugal Show chega em outubro

Há mais de 10 anos, o Instituto para Capacitação Profissional (IPCP) disponibiliza cursos de extensão e profissionalizantes. No momento, o IPCP oferece curso de pós-graduação, em Administração e Gestão de Empresas, com aulas no Brasil e em Portugal. A parceria com a University of Porto Business School, tem como objetivo desenvolver competências de gestão e de liderança, fundamentais para o trabalho de um gestor executivo, além de apresentar todos os mecanismos utilizados na gestão corporativa, diferenciais para o dia a dia das empresas. Além da pós-graduação, também será possível participar de um ciclo de estudos do mestrado em Edificação e Projeto Urbano, realizado em conjunto com a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Todas as informações sobre os projetos, com valores e ficha de inscrição,

podem ser encontradas no site do Instituto para Capacitação Profissional: www.ipcp.com.br ou e-mail atendimento.porto@ipcp.com.br. Sócios da Câmara Brasil Portugal no Ceará e demais sócios das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil terão condições especiais.

De 9 a 16 de outubro, será realizada a terceira edição de Lisboa Design Show (LXD) – Ao Ritmo das Tendências do Design na Feira Internacional de Lisboa (FIL). O evento será dedicado exclusivamente ao design, à inovação e à criatividade, com foco nas marcas, designers, ensino e indústria nacional. Especialistas, representantes de indústrias, designers, arquitetos, decoradores e amantes de design poderão se encontrar, trocar experiências e contatos profissionais. O encontro é uma plataforma para apresentação de propostas de mobiliário e acessórios, tendências de decoração e de projetos com conceitos criativos e inovadores nos diversos formatos: seminários, conferências e workshops. Durante a Lisboa Design Show, será outorgado o Selo de Performance Ambiental, em forma de certificado, aos produtos amigos do ambiente. Entre o conjunto de espaços temáticos disponibilizados para facilitar a integração das empresas, o evento terá: Cozinha & Banho Integral, Design Indústria, Materiais & Serviços, Bussiness Louge, Casa Ideal, dentre outros. Mais informações: www.lisboadesignshow.fil.pt/

hotelaria

Dom Pedro Club Card oferece vantagens nos hotéis do Grupo Dom Pedro Os hotéis do Grupo Dom Pedro cativam hóspedes a cada dia com seu programa de relacionamento. O Dom Pedro Club Card é aceito em qualquer hotel da rede que esteja inserido no plano cartão, em Lisboa, Algarve e Madeira (Portugal) e em Aquiraz (Fortaleza). Gratuito, ele garante benefícios a cada vez que é usado. Pontos são acumulados e convertidos em prêmios, estadias, tarifas preferenciais e outras 4 Brasil-Portugal no Ceará

vantagens, como upgrade para quarto superior ou suíte, refeições e entradas nos Spas Aquae (Algarve e Lisboa). Para adquirir o Dom Pedro Club Card é necessário fazer um registro por e-mail, para o qual será enviado um código de registro e de autenticação. Na página do Club Card é possível preencher o formulário de adesão. Os cadastrados recebem newsletters com ofertas e eventos especiais do Grupo

Dom Pedro. De uso pessoal, o cartão não é transferível e não pode ser utilizado por terceiros. Os pontos são registrados no cartão quando é feito o check out do hotel, assim, eles equivalem ao total da conta. Também se armazenam pontos em jantar nos restaurantes dos hotéis. Não há prazo para o uso do cartão, mas os pontos só podem ser acumulados num período máximo de três anos sem ser trocados por prêmios.


reforço

Câmara Brasil-Portugal nomeia quatro novos diretores Pedro Garcez, diretor de Indústria; Paulo Jácome, diretor para Assuntos Imobiliários; Análio Alves Rodrigues, diretor de Inovação; e Verônica Maria de Paula Gurgel do Amaral, diretora para Assuntos de Aduanas são os quatro novos diretores integrantes do rol de profissionais à frente da Câmara

Brasil-Portugal no Ceará. Para o presidente da Câmara, Jorge Duarte Chaskelmann, as quatro diretorias ajudarão a fomentar e apoiar a instalação de empresas portuguesas no Estado do Ceará, proporcionando parcerias e divulgando o desenvolvimento do mercado cearense e brasileiro.

solidariedade

Casablanca Turismo arrecada mais de quatro mil quilos de alimentos Aproveitando os festejos juninos, a agência de viagens Casablanca Turismo mobilizou os 250 colaboradores e clientes na 12ª edição do São João Solidário, que recolheu, desde o seu surgimento, doações para instituições. A campanha encerrou no dia 06 de julho, arrecadando 208 bolsas de sangue, 3.115 livros, 4.539 kg de alimentos e R$ 10.079,40. A Gincana Solidária dividiu os colaboradores da agência em nove equipes, com uma meta de arrecadação a superar e em busca de pessoas interessadas. As doações foram feitas nas lojas de Fortaleza, de Recife e de São Paulo. As bolsas de sangue arrecadadas foram direcionadas para os estoques do Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará) e os livros entregues à ONG Vladimir Diógenes. Os ali-

mentos não-perecíveis foram destinados a quatro instituições: Fundação Ana Lima, NAISCA (Núcleo de Atenção e Inclusão Social da Criança e Adolescente), Defesa Civil e Pastoral da Criança. A quantia em dinheiro, adquirida por meio da venda de bilhetes da rifa de uma passagem, será doada para a Fazenda Luz do Mundo, entidade mantida pelo humorista Paulo Diógenes que trata de dependentes químicos. O valor será destinado à construção de uma cozinha industrial.

turismo

Grupo FITTA oferece cartão pré-pago para viagem à Disney O Grupo FITTA, pensando em comodidade e facilidade para as transações comerciais em uma viagem, especialmente com crianças, oferece o FITTA Cash, um cartão pré-pago que pode ser carregado e recarregado em dólar, libra e euro. Uma das vantagens do cartão é a baixa taxa cambial, já que a quantia de dinheiro colocada no cartão obedece ao câmbio do dia em que a operação é realizada, fixando essa taxa. O percentual de IOF para quem usa o FITTA Cash também é reduzido em relação à mesma praticada pelos cartões de crédito internacionais, com uma diferença de até 6%. O cartão possui senha, chip eletrônico e assinatura, características que aumentam a segurança em casos de extravio, além de oferecer outros benefícios como isenção de anuidade, assistência emergencial global, atendimento 24h, reposição em caso de perda ou roubo e taxas muito menores do que os tradicionais cartões de crédito internacionais. O FITTA Cash Passport está disponível em todas as franquias FITTA Turismo espalhadas pelo Brasil e em mais de 300 estabelecimentos filiados de câmbio com o Grupo FITTA.

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aliança

Relação comercial entre Cabo Verde e Ceará entra em debate O restabelecimento da Rota Ceará-Cabo Verde e a logística portuária estiveram em debate no dia 10 de agosto em café da manhã na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC). Com o tema “Canal Aberto – Cabo Verde como hub para a África”, Roberto Marinho, secretário executivo da Comissão de Comércio Exterior (CCE) e presidente da Ceará Trade Brasil, apresentou as oportunidades de negócios

em torno dos blocos econômicos da África e o potencial de exportação dos produtos do Nordeste para lá. Na ocasião, foi apresentado o documento da Associação de Armadores de Cabo Verde com as condicionantes para o início da rota direta. A importância da CCE para o Ceará, a atualização das tratativas em torno do restabelecimento da rota marítima CearáCabo Verde e o acordo firmado com a As-

sociação dos Armadores de Cabo Verde foram apresentados por renomados especialistas, com cerca de 100 participantes. O evento é uma realização da Comissão de Comércio Exterior, Câmara Brasil-Portugal no Ceará e Câmara Brasil-Angola no Ceará e conta com o apoio do Centro Internacional de Negócios, FIEC/CNI e APEX Brasil, além do patrocínio da Termaco e Companhia Docas do Ceará.

sócios

breves | notícias

CBP-CE saúda seus novos associados GESTÃO Silvana Marques - É a mais nova sócia pessoa física da Câmara Brasil Portugal no Ceará. Assistente de Comércio Exterior dos Correios, de gestão internacional dos serviços de logística postal, é professora nas Faculdades Christus e Oboé. Dentre as suas atividades, faz parte também da Comissão de Comércio Exterior do Ceará, tendo permanecido à sua frente por 11 anos. Segundo Silvana, o seu objetivo é representar o serviço dos Correios na exportação, aumentar a rede de relacionamento e inserir as Faculdades Christus e Oboé em uma nova cultura de mercado internacional. Dentre outras atividades, pretende representar a Comissão de Comércio Exterior do Ceará em ações de fomento à cultura exportadora, com mais oito instituições com competências no Comércio Exterior. A especialista também deseja inserir as micro e pequenas empresas no mercado de Portugal. Dentro do seu trabalho nos Correios, ela trabalha com o aumento das exportações das mesmas, com o serviço Exporta Fácil. O diferencial de seu trabalho está na simplificação nos modelos de operacionalização das exportações e importações, e na experiência que tem para transmitir. “O conhecimento acumulado faz a diferença em tudo, pois, sabendo o dia a dia

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desse trabalho, temos mais iniciativas para decidir com foco e procuramos, por meio da motivação, fazer as ações de forma diferente”, explica. Contatos - Fone: +55 85 3433 5434 - Email: silvanamaria@correios.com.br GASTRONOMIA Chef Boy Bakker - O ramo da gastronomia agora tem representação na listagem de sócios da Câmara Brasil-Portugal no Ceará. O chef de cozinha Boy Bakker, de nacionalidade holandesa, filiou-se à entidade, com o interesse de fazer contatos de negócios no Ceará. Sua filiação veio através da experiência vivenciada por sua esposa como sócia da Câmara. Com relação aos benefícios, Bakker pretende manter-se informado sobre o desenvolvimento em sua área na cidade de Fortaleza e no estado do Ceará. Para os demais sócios da Câmara, Boy Bakker disponibiliza seus serviços em gastronomia, direcionado para hotéis e empresas de hospedagem. “Tenho formação e experiência na área de gastronomia com vários diplomas nesta área. Gostaria de apoiar pessoas a se profissionalizarem nesse setor no Brasil, especialmente na organização de rotinas de cozinhas, com a finalidade de gerar acompanhamento com lucros”. Atualmente, Boy Bakker trabalha em

uma empresa do ramo de bebidas, mas está aberto a oportunidades em sua área de atuação original, ligada à culinária francesa. ADVOCACIA Marinho e Associados - O escritório de advocacia empresarial é a mais nova empresa a filiar-se à Câmara Brasil-Portugal. Atendendo organizações de diversos ramos, como aeronáutico, bancário e de energia, tanto de porte nacional como estadual e local, a Marinho e Associados oferece serviços e produtos diferenciados na área do Direito, com alcance no interior do Ceará. Um dos sócios da empresa, Rodrigo Marinho, avalia a importância da associação como positiva. “A Câmara promove a integração entre países irmãos, tendo por finalidade o desenvolvimento dos seus produtos e negócios”, diz. Para ele, é muito importante estar envolvido nesse grupo podendo acrescentar no fomento de ideias e incrementar em crescimento para o Brasil e para Portugal. A decisão de filiar-se à entidade veio da necessidade de integração entre os países, uma constante no mundo globalizado em que vivemos. A Marinho e Associados preza pela ética na atuação profissional, sempre voltada à educação e ao desenvolvimento de seus funcionários, sem perder de vista seu princi-


gastronomia

Vila Galé tem novo chef corporativo para hotéis no Brasil O Grupo Vila Galé nomeou um novo chef corporativo para os seus hotéis no Brasil. Clodoaldo Ramos, que está na empresa desde 2005, antes respondia pelo cargo de chef executivo do Vila Galé Cumbuco. Em sua atual função, Clodoaldo vai unificar os serviços de Food & Beverage, englobando comidas e bebidas. Todos os hotéis Vila Galé no País serão supervisionados por ele, que também coordenará a formação interna das equipes.

pal objetivo, que é atender o cliente com excelência. A Marinho Associados funciona na Av. Antônio Sales, 1885 - 4° andar - Fortaleza-CE. Mais informações, no site www.marinhoeassociados.com.br CAFÉ Cáfe Incorporações - Fundado há mais de 16 anos em Portugal, o grupo trabalha com cinco plataformas: formatação de produto; personalização e diferenciação; divulgação; promoção e venda; e construção. Em Fortaleza, atua desde 2009 e conta com o sócio e diretor Carlos Ferreira à frente dos negócios. Criado com o objetivo de oferecer espaços únicos de conforto, qualidade e design, assim como personalizar empreendimentos conforme as necessidades e desejos dos clientes, o grupo sempre busca a inovação com excelência nos acabamentos, implantação de novas tecnologias e equipamentos modernos. Selma Peres, gerente administrativa do grupo, fala sobre a decisão de se associar a Câmara. “A CBP-CE oferece uma gama de contatos que serão estabelecidos através das reuniões e eventos promovidos”, afirma. Segundo Peres, o diferencial é que o grupo trabalha com um acompanhamento direto da consolidação da qualidade da marca, “vislumbrando uma real satisfação dos nossos clientes,

O chef corporativo é responsável pela uniformização da oferta de alimentos em todas as unidades do hotel, além de introduzir novos conceitos aos pratos, cuidar da manutenção dos padrões já definidos na empresa, negociar com fornecedores de acordo com as necessidades, custo e consumo de cada hotel. “Os grandes desafios do profissional de cozinha, hoje, são ser um gestor com liderança e ter noções de Recursos Humanos, pois isso vai fazer dele um verdadeiro

desde o atendimento inicial, até a entrega dos seus empreendimentos”. Para mais informações visite o site www.cafe-construcoes.pt e pelo fone +55 85 3267 1427 CONSULTORIA EMPRESARIAL Pedro Bernardo Gomes da Conceição - É diretor executivo da empresa Girassol Consultoria e Marketing, trabalha como gestor hoteleiro e, a partir de agora, faz parte da carteira de sócios da Câmara Brasil Portugal no Ceará. Com o objetivo de aumentar o número de potenciais clientes, explica a razão de se associar à Câmara: “É importante me associar à Câmara para poder estar mais conectado com empresas locais, nacionais e portuguesas. Além disso, posso potencializar meus negócios através de mais contatos profissionais”. Pedro é especialista em consultoria empresarial e sabe bem a importância de estar sempre em contato com potenciais clientes. Para ele, o diferencial do seu trabalho está na sua metodologia, que começa na realização de um diagnóstico da área. Para mais informações, entre em contato pelo e-mail conceicaopedro@hotmail.com ou pelo telefone: +55 85 8141.4450. CORRETORA DE SEGUROS Sabseg Nordeste Corretora de Seguros - Com vasta experiência

coaching”, afirma o novo chef corporativo da Vila Galé no Brasil. E é esse papel de coaching que o grupo valoriza, principalmente por envolver treinamento e acompanhamento de equipe e, como consequência, a qualidade ofertada aos clientes.

no mercado de seguros, a Sabseg Nordeste Corretora de Seguros é a nova associada da Câmara Brasil-Portugal. A recente abertura da unidade de negócios em Fortaleza consolida a presença da Sabseg na região Nordeste por seu know how no mercado brasileiro. A corretora está sob a responsabilidade de sócios locais e empresários conhecedores do tecido e cultura empresariais, além de ligados às forças econômicas, políticas, desportivas e culturais de Fortaleza e do Ceará. Para Edmilson Oliveira Lima Neto, diretor comercial da empresa, o mercado no Ceará é vasto e com muitas oportunidades de negócios. “A prospecção de novos clientes é ampla e se observa crescimento e várias perspectivas de parcerias tanto do lado do segurador quanto do segurado”, diz ele. Em atividade desde fevereiro na região Nordeste, a empresa é originalmente portuguesa, da cidade de Braga, e mantém 18 escritórios em Portugal e outros países, como Angola, Espanha e Moçambique. A Sabseg Nordeste Corretora de Seguros está localizada na Av. Santos Dumont, 5753 - Sala 1609 Complexo São Mateus Torre Office. Mais informações, pelo fone +55 85 3181 8033, pelo site www.sabseg.pt ou pelo e-mail atendimento.ne@sabseg.com.br Abr-Mai-Jun 2012 7


evento

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Alfândega do Porto de Fortaleza sediou o evento da Receita Federal A Alfândega do Porto de Fortaleza (ALF/FOR) sediou no dia 04 de julho o Projeto “A Receita Federal convida: conheça a nossa Aduana”. A apresentação, no Miniauditório da Alfândega, contou com a participação de 22 pessoas. O objetivo do evento foi oferecer transparência à sociedade sobre a atuação da Administração Aduaneira e a ALF/FOR reservou dois dias por ano, ou em qualquer outra data, para que suas unidades recebam a comunidade. A programação da visita contou com a exibição de vídeo de boas-vindas do Secretário da Receita Federal; de vídeo institucional sobre a Aduana brasileira; de palestra que destacou o papel institucional da

Aduana e atribuições, finalizando com o procedimento da visitação do Centro de Cão de Faro da 3ª RF, do Depósito de Mercadorias Apreendidas (DMA) e da infraestrutura física do Porto de Fortaleza. A avaliação dos participantes foi bastante positiva pelo reconhecimento da importância da atuação aduaneira no país, a regulação econômica, e a quebra dos paradigmas e pressupostos entre a Receita Federal Brasileira e a sociedade.

seminário

William Ury em Fortaleza

online

Revista da CBP tem versão virtual no site A Revista Câmara Brasil Portugal é uma publicação trimestral com tiragem de 3.000 exemplares. Está na 11a edição, com artigos e matérias divulgando informações estratégicas e oportunidades de negócios. Para auxiliar na democratização e na transparência do acesso ao seu conteúdo, a CBP disponibiliza a publicação em versão on-line para visualização, compartilhamento e impressão no seu site.

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Dessa maneira, a edição virtual da revista também cumpre o seu papel e ajuda na missão da Câmara, atuando nas áreas de fomento ao comércio, serviços, turismo e indústria. De modo a apoiar as atividades empresariais e influir nas políticas públicas afeitas às relações do Ceará com Portugal e demais países de língua portuguesa no âmbito da indústria, comércio e serviços. Mais informações, no site www.brasilportugal.org.br/ce/

O mestre em negociação da Harvard University, William Ury, estará pela primeira vez em Fortaleza no dia 28 de setembro deste ano, em uma tarde repleta de conceitos estratégicos e práticas eficazes para se obter o melhor acordo em negociações de baixa ou grande complexidade. O evento será realizado no La Maison Coliseu, de 14h às 18h30. Em parceria com o Instituto Empresariar, a AD2M Engenharia de Comunicação assina a assessoria de comunicação do evento. William Ury é reconhecido como um dos maiores especialistas em negociação e gestão de conflitos. É autor, com Roger Fisher, do best-seller Getting to yes, com mais de 8 milhões de exemplares vendidos e traduzidos para 30 idiomas. Também escreveu Getting past no e Getting to peace, ambos com grande repercussão. Sua obra mais recente é The power of positive no: how to say no and still get to yes, que esteve na lista dos mais vendidos do The New York Times. Para mais informações e inscrições no (11) 4689-6666, outras cidades no 08007716606, no site- hsm.com.br e pelo e-mail eventos@hsm.com.br


editorial A Câmara Brasil-Portugal no Ceará - Indústria, Comércio e Turismo (CBP-CE) surgiu em junho de 2001. Atualmente, a entidade conta com cerca de 150 associados entre sócios pessoa física e pessoa jurídica. O objetivo principal da entidade é apoiar as atividades empresarias e influir nas políticas públicas vinculadas às relações luso-cearenses no âmbito das áreas de atuação da Câmara. DIRETORIA Presidente

Jorge Duarte Chaskelmann 1º Vice-Presidente

José Maria McCall Zanocchi 2º Vice-Presidente

Antônio Roberto Alves Marinho Diretora Tesoureira

Huga Mendes Oliveira Diretor de Energias Renováveis

Armando Leite Mendes de Abreu Diretor de Agronegócios

Carlos Manuel Subtil Duarte Diretor de Comunicação

Cliff Freire Villar da Silva Diretora de Assuntos Jurídicos

Fernanda Cabral de Almeida Gonçalves Diretor de Construção Civil

Francisco Eugênio Montenegro Diretor de Meio Ambiente

José Euber de Vasconcelos Araújo Diretora de Tecnologia da Informação (Brasil) Marluce B. Aires de Pina Diretor de Tecnologia da Informação (Portugal) Miguel Costa Manso Diretor de Indústria Pedro Miguel Correia Garcez Diretor de Logística Carlos Maia Diretor de Assuntos Imobiliários Paulo Antonio Felicidade Jacome Av. Barão de Studart, 1980 - 2º Andar - Ed. Casa da Indústria (FIEC) Fortaleza-CE - CEP: 60120-901 Fone e Fax: + 55 85 3261 7423 E-mail: secretariace@brasilportugal.org.br

BRASILPORTUGAL NO CEARÁ

A Revista Brasil-Portugal no Ceará é uma publicação trimestral da Câmara Brasil-Portugal no Ceará Ano IV - # 11 - Abril-Maio-Junho de 2012 Conselho Editorial

Clivânia Teixeira, José Maria McCall Zanocchi, José Wahnon e Cliff Freire Villar da Silva Jornalistas Responsáveis

Mauro Costa (CE01035JP) e Rafaela Britto (PE 3672 JP) Redação

Eduardo Lima, Jacylete Abreu, Samira de Castro, Munique Freitas, Nut Pereira, Thamyres Heros, Ionara Monteiro, Kellyane Pinheiro Colaboração

Caramelo Comunicação Concepção Gráfica / Design Editorial

GMS Studio - Glaymerson Moises Produção

(85) 3258 1001 - www.ad2m.com.br Os artigos assinados da revista não necessariamente refletem a opinião da entidade e são de exclusiva responsabilidade dos autores.

Aniversário de 11 anos com muito orgulho É com muita satisfação que levamos ao seu conhecimento o sucesso da REVISTA BRASIL PORTUGAL NO CEARÁ. São 3.000 exemplares, sem falar na edição online, com conteúdo focado em negócios, distribuição em mais de 20 países, além dos destinos locais, estaduais e nacionais. No terceiro ano de existência, verificamos o quanto este veículo contribui para a ampliação e manutenção do status quó de nosso relacionamento internacional, sendo este, indispensável ao amparo às nossas atividades. A Revista tem como alvo permanente divulgar as ações institucionais, ambiência de negócios, mas, sobretudo ampliar, com qualidade, a visibilidade dos sócios. Das 13 Câmaras portuguesas instaladas no Brasil somos a segunda câmara com revista, aliás, também somos a segunda instituição no gênero em número de sócios e uma das primeiras do mundo em visibilidade pelas ações desenvolvidas e enlaces promovidos ao longo de 11 anos de existência. Este mês de junho, completamos 11 anos de atividade e, com muito orgulho, estamos lançando a 11ª edição da revista. Muito nos honraria contar com a sua presença nesta Edição Especial de Aniversário. Para tal, lançamos uma promoção especial destinada exclusivamente aos sócios com condições que possibilitam a participação de todos vocês. Aproveite! É fundamental que você, sócio, aumente ainda mais a visibilidade dos seus negócios neste momento em que a bússola de novos negócios aponta para o Brasil, além de tornar-se corresponsável pela manutenção da publicação que vem desbravando mares. Seu apoio é indispensável para a continuidade deste projeto. Jorge Duarte Chaskelmann Presidente CBP-CE – Gestão 2010/2014

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entrevista Francisco Ribeiro Telles embaixador de Portugal no Brasil

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PELA UNIÃO DOS POVOS DE LÍNGUA PORTUGUESA ESTREITAR O RELACIONAMENTO ENTRE BRASIL E PORTUGAL PARA FORMAR, CADA VEZ MAIS, UMA ALIANÇA ESTRATÉGICA, ECONÔMICA E CULTURAL ENTRE OS DOIS PAÍSES, É UM DOS DESAFIOS DO NOVO EMBAIXADOR PORTUGUÊS. PARA ISSO, O DIPLOMATA DE CARREIRA TEM UMA LARGA EXPERIÊNCIA NAS RELAÇÕES DOS PAÍSES QUE COMPÕEM A CPLP Antes de assumir a embaixada de Portugal no Brasil, em março deste ano, o português Francisco Ribeiro Telles foi embaixador em Cabo Verde e em Angola durante os últimos dez anos. Logo no início do seu mandato, o diplomata de carreira terá de acompanhar ações para reafirmar os aspectos culturais que identificam e aproximam os dois países, durante as comemorações do Ano Brasil Portugal, que iniciam em 7 de setembro de 2012 e encerram em 10 de junho de 2013. Entre os desafios a trabalhar está o estreitamento, cada vez maior, das relações entre os dois países, a fim de construir uma verdadeira aliança estratégica. Para isso, será preciso unir as vantagens da unidade linguística dos oito países da Comunidade

dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com a dispersão geográfica desta comunidade e de se identificarem as áreas de interesses comuns entre os seus Estados membros. Francisco Ribeiro Teles é licenciado em História pela Universidade Clássica de Lisboa. Foi consultor para as Relações Internacionais da Casa Civil do Presidente da República, exercendo vários cargos no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Participou, de 1987 a 1994, da missão permanente de Portugal junto à ONU, em Nova YorK. Também foi Ministro Conselheiro na Embaixada em Madri por três anos e fez parte da delegação de negociações sobre TimorLeste, além de cumprir em Luanda a sua mais recente missão, antes de ser nomeado para a embaixada de Portugal no Brasil. Abr-Mai-Jun 2012 11


A programação do ano de P ortugal no Brasil Portugal assenta num conjunto de iniciativas em que se pretende mostrar os vários domínios, setores e indústrias em que P ortugal se desta Portugal desta-ca. Vamos privilegiar a cultu ra; a economia cultura; senvolvimento e o de desenvolvimento empre sarial; a tecnoempresarial; logia e a inovação; a ciência e a educação; e o Desporto .” Desporto.”

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O “Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal” será celebrado conjuntamente, de 7 de setembro deste ano a 10 de junho de 2013. Durante a sua posse, o Sr. pontuou que será uma oportunidade para reafirmar os aspetos culturais que identificam e aproximam os países e que haverá ações programadas para o processo de “atualização” entre os dois países. Como se darão exatamente essas ações? A programação do ano de Portugal no Brasil assenta num conjunto de iniciativas em que se pretende mostrar os vários domínios, setores e indústrias em que Portugal se destaca. Vamos privilegiar a Cultura; a Economia e o Desenvolvimento Empresarial; a Tecnologia e a Inovação; a Ciência e a Educação; e o Desporto. Este conjunto de eventos deverá desenvolver-se ao longo de todas as regiões do Brasil, com presença direta em múltiplas cidades e cobertura mediática de alcance nacional, em parceria com a Globo.

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Qual o papel do Nordeste e do Ceará no relacionamento comercial e econômico entre Brasil e Portugal? O Nordeste, e nomeadamente o Ceará, assume uma importância relevante no 12 Brasil-Portugal no Ceará


relacionamento bilateral entre Portugal e o Brasil. A hotelaria e as operações turísticas são disso exemplo, onde a companhia aérea TAP tem sido um fator de grande dinamismo daqueles setores. É nossa intenção reforçar e consolidar a presença de empresas portuguesas nos mais variados setores.

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O estreitamento dos laços econômicos entre os dois países pode auxiliar Portugal a superar a crise financeira? De que forma e quais ações podem ser tomadas para mudar o cenário? Mais do que um relacionamento estreito, ou mesmo uma parceria, Portugal e Brasil estão a construir uma verdadeira Aliança Estratégica. Portugal mantém com o Brasil uma balança comercial de bens tradicionalmente deficitária, mas temos vindo a registrar progressos. O Brasil foi o 10º cliente de Portugal em 2011 e o 3º fora da União Européia (UE). No que refere ao investimento direto de Portugal no estrangeiro, o Brasil foi o 4º destino dos nossos investimentos em 2010 e o 1º fora da União Européia. Por seu lado, o Brasil é também um grande investidor em Portugal. Foi o 7º maior em 2010. O que se pretende agora é intensificar o relacionamento, nomeadamente ao nível econômico, volume de trocas comerciais, investimentos e parcerias recíprocas, mutuamente vantajosas.

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Quais os maiores desafios dos países de língua portuguesa para demonstrar ao mundo a capacidade de desenvolver tecnologia e garantir um futuro com um crescimento sustentável? Os oito países da língua portuguesa constituem uma comunidade (a CPLP) que, apesar da sua diversidade geográfica, de inserções em alianças regionais diversas, com profundas diferenças de desenvolvimento sócio-econômico e de interesses estratégicos, está firme em princípios comuns de Solidariedade e Cooperação. O maior desafio que se coloca é a possibilidade de se conjugar as vantagens da unidade linguística, com a dispersão geográfica desta Comunidade e

de identificar as áreas chaves em que há particular coincidência de interesses entre os seus Estados membros.

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Qual sua opinião sobre o futuro do Euro e que papel o Sr. atribui à moeda com o comércio entre os países de língua portuguesa? O Euro irá sobreviver à atual crise europeia, e continuará a ser uma moeda forte nos mercados internacionais, incluindo nas relações econômicas e comerciais entre os países de língua portuguesa.

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As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram 39,1 milhões de dólares no período de janeiro a abril de 2012, um aumento de 7,1 milhões de dólares e um acréscimo de 22% em comparação ao mesmo período de 2011, de acordo com estatísticas divulgadas pelos Serviços da Alfândega da China. De que forma esse comércio beneficia os países lusófonos? A facilidade de entrada dos produtos chineses no mercado desses países não pode ser prejudicial aos empresários dos países da CPLP? Os países lusófonos, nomeadamente os africanos, e a China, são países em desenvolvimento com alguns problemas semelhantes na sua estrutura econômica. Esta situação fornece um enorme potencial para a sua cooperação em áreas como as infraestruturas, a energia e a agricultura, dadas as complementaridades intensivas nas respectivas economias. A China, hoje, faz ofertas num momento em que a África não as pode recusar. Oferecem opções novas aos líderes africanos mas não creio que sejam necessariamente prejudiciais aos interesses dos empresários dos países da CPLP.

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Antes de assumir a embaixada de Portugal no Brasil, o senhor exerceu o mesmo cargo em Angola. Que lições o senhor tira dos anos em que passou servindo no país africano?

Fui Embaixador em Cabo Verde e Angola durante os últimos dez anos. Ambos os países mantêm uma relação muito forte com Portugal, a todos os níveis: político, económico, social e cultural. Somos parceiros fiáveis e estabelecemos uma cooperação mutuamente vantajosa, com base na reciprocidade de interesses partilhados. O elo comum é a língua portuguesa que representa, de fato, uma vantagem substancial para as empresas e empresários portugueses.

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As Câmaras de Comércio Brasil-Portugal têm o objetivo de promover e auxiliar as relações comerciais entre os países de língua portuguesa. No Ceará, a entidade vem crescendo exponencialmente desde seu surgimento, há 11 anos. Como o Sr. vê a atuação das câmaras de comércio? São cada vez mais relevantes. São agentes da nossa diplomacia econômica, graças às redes aqui criadas, ao seu empreendedorismo, ao seu conhecimento do terreno, mas também no apoio que dão à presença e consolidação das nossas empresas no Brasil.

Mais do que um relacionamento estreito, ou mesmo uma par ceria, P orparceria, Portugal e Brasil estão a construir uma verdadeira Aliança Estratégica... O que se pretende agora é intensificar o nosso relacionamento, nomeadamente ao nível económico, volume de trocas comerciais, investimentos e parcerias recíprocas, mutuamente vantajosas.” Abr-Mai-Jun 2012 13


comércio | aliança

por Priscilla Rabelo

BRASIL E PORTUGAL

UNIDOS

PARA SEMPRE É UM LUGAR-COMUM DIZER QUE BRASIL E PORTUGAL SÃO PAÍSES IRMÃOS. E SÃO. INTRINSECAMENTE LIGADOS, OS DOIS TÊM UM HISTÓRICO DE RELACIONAMENTO PROVEITOSO EM VÁRIOS NÍVEIS. PORÉM, ISSO NÃO SIGNIFICA QUE SE CONHEÇAM TÃO BEM

A

caba de ser apresentada a programação da iniciativa Ano de Portugal no Brasil - Brasil em Portugal 2012-2013, uma realização conjunta dos dois países, que vai decorrer entre 7 de setembro de 2012 e 10 de junho de 2013, datas que correspondem, respetivamente, ao Dia da Independência do Brasil e ao Dia de Portugal. Trata-se de uma oportunidade única para aprofundamento de relações, proporcionando uma atualização na memória que o Brasil tem sobre Portugal e que Portugal tem sobre o Brasil. Essa iniciativa bilateral permitirá, ao longo de 10 meses, o estreitamento de laços entre os dois países, em diversas áreas, fortalecendo a imagem do Brasil em Portugal e a de Portugal no Brasil. O Brasil irá mostrar todas as artes que lhe deram fama internacional, como a MPB e o Carnaval, mas 14 Brasil-Portugal no Ceará

também irá dar a conhecer vários dos seus múltiplos e novos talentos – na música, artes cênicas, cinema, literatura – que são menos conhecidos no exterior, mas igualmente valorosos e muito importantes na dinâmica social, cultural e econômica do país. Com esse evento, os espaços públicos de Portugal se encherão de cores, imagens e sons brasileiros. É uma excelente oportunidade para o Brasil revelar a Portugal que a sua diversidade artística é proporcional à sua grandeza territorial. Para Portugal, é a oportunidade de mostrar-se evo-


luído e inovador. O país dos descobrimentos tem ocasião para revelar o quanto cresceu com o passar do tempo. É altura de mostrar que continua conquistador, embora atualizado, tendo abandonado as naus para partir em busca de conquistas com novos instrumentos, nomeadamente intensificando o intercâmbio científico e tecnológico e estreitando as relações econômicas. É momento de mostrar que além do seu vasto patrimônio histórico, Portugal é um país moderno e tecnologicamente avançado. Por inúmeras razões as comemorações do Ano do Brasil em Portugal e do Ano de Portugal no Brasil são um evento grandioso. A Via Press Comunicação Integrada, com a sua experiência na área da produção cultural, respondeu ao apelo de promover criatividade e diversidade do pensamento e apresentou diversos projetos para participar dessa iniciativa bilateral de inegável apelo histórico, social, cultural e empresarial.

A Via Press e a Câmara do Comércio Brasil-Portugal no Ceará (CBP-CE) apresentaram, conjuntamente, três projetos no âmbito do Ano do Brasil em Portugal: “Quadrilhas do Brasil”, que contempla a realização de espetáculos de quadrilha e a realização de oficinas culturais, com o apoio da Fundação Pirata Marinheiros; “Na luz do carbureto”, filme documentário sobre o Maracatu no Ceará; e “Brasileiro do Mundo”, filme documentário sobre a vida e obra do embaixador Dário Castro Alves (1927-2010), um dos maiores nomes da diplomacia brasileira e personalidade fortemente reconhecida em Portugal. Esses projetos têm como missão levar a Portugal as melhores referências da cultura popular do Nordeste e da diplomacia brasileira – potenciando ainda mais o turismo no Nordeste brasileiro e dando a conhecer tradições e o folclore desta região, consolidando o estado do Ceará como uma referência no panorama cultural brasileiro.

Além dos projetos apresentados em parceria com a CBP-CE, a Via Press também apresentou, através da sua sede, na Bahia, um projeto em comemoração aos 100 anos do escritor Jorge Amado. Já no âmbito do Ano de Portugal no Brasil, a Via Press é entidade parceira do Município de Vila Nova de Famalicão no projeto sobre o escritor Camilo Castelo Branco, que contempla a realização de exposição, espetáculo teatral e congresso de estudos literários, em comemoração do 150º aniversário de escrita do romance “Amor de Perdição”. O Município de Vila Nova de Famalicão, no Norte de Portugal, acolhe a casa-museu do escritor e um centro de estudos da obra camiliana. Muitas outras instituições, de ambos os lados do oceano, candidataram os seus projetos. Em comum, todos têm uma mesma função: encurtar distâncias, derrubar barreiras. Mostrar ao Mundo que Brasil e Portugal são, de fato, países irmãos. Irmãos que se conhecem e relacionam muito bem!

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mercado | imóveis

por Thamyres Heros

EMPRESÁRIOS DO MEIO IMOBILIÁRIO ENCONTRAM A GRANDE EXPERTISE PARA INCREMENTAR AS VENDAS, O COMÉRCIO ELETRÔNICO QUE MOVIMENTOU MAIS DE R$ 18 BILHÕES EM 2011 ABRE PORTAS PARA NOVAS OPORTUNIDADES

NOVAS PERSPECTIVAS NO

MERCADO IMOBILIÁRIO 16 Brasil-Portugal no Ceará


Germano Belchior, diretor da Alessandro Belchior Imóveis

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os últimos anos, o mercado imobiliário cearense vem assistindo a grandes mudanças e inovações. Em 2010, o superaquecimento do setor fez o crédito imobiliário crescer 65%, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), e esses números colocaram o mercado em uma posição de vendas compulsórias tanto para quem buscava sua moradia, quanto para pequenos e grandes investidores. Apesar da estabilização pela qual o setor vem passando em 2011 e 2012, apontadas pela imprensa nacional e também em uma pesquisa especializada em imóveis da Datastore a grande

expertise da vez tem sido inovar e investir em uma área, ainda pouco utilizada, mas de intensa proporção, o comércio eletrônico. Segundo pesquisas da E-bit, o comércio eletrônico movimentou R$ 18,7 bilhões em 2011, 26% a mais que em 2010. Nesses anos nove milhões de novos consumidores passaram a fazer compras on-line, somando 32 milhões de pessoas. Isso reflete o intenso retorno que é investir nessa plataforma de vendas. Em complementação a esses dados, uma pesquisa da Cielo mostra que as expectativas do comércio eletrônico apontaram para movimentação de US$ 1 trilhão em 2012. Se o mercado caminha para uma estabilização, mas as vendas on-line crescem compulsoriamente, essa nova plataforma de vendas se configura como a grande saída para intensificar as vendas imobiliárias. No mês de junho deste ano, a IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) fez uma pesquisa e apontou a Incorporadora Cyrela como case de sucesso, devido ao seu faturamento com vendas por intermédio de canais digitais em 2011. A empresa alcançou R$ 1.317 bilhão, cerca de 20% de seu faturamento, com esse tipo de mercado, além de crescimento de 89% em acessos ao site e 69% em volume de contatos de “prospects” em comparação com 2010. Apesar dessa estabilização no mercado, os empresários do ramo se mantêm otimistas, já que para eles esse momento gera oportunidades de inovar. Alguns empresários mais antenados já colocam um novo olhar no mercado e começam a investir em outras plataformas de vendas. A empresa Alessandro Belchior Imóveis percebeu, nesse novo momento, uma oportunidade de investir em novas formas de vender seu

produto e começou a investir em ecommerce. A loja virtual da empresa funciona como as outras agências físicas e oferece todos os serviços imobiliários que facilitam a vida dos clientes, com praticamente tudo sendo resolvido via web. “As plataformas de atendimento digitais são hoje uma realidade. A economia de tempo gerada para os clientes é muito grande, com todos os serviços sendo oferecidos via internet. O resultado de tudo isso é sim um incremento de locações e vendas de imóveis”, afirma Germano Belchior, diretor da empresa. As perspectivas para essas novas plataformas são vistas de longo prazo já que não se pode parar de investir para ter resultados. De acordo com Germano Belchior, o investimento é por um tempo maior e a evolução contínua. Como o conceito é de ter todas as facilidades da loja física na loja virtual não se pode parar de implementar em novos serviços. “O retorno é medido pelo volume de adesão a cada facilidade, e tem realmente sido extremamente satisfatório”, garante Germano. Hoje, investir no comércio eletrônico se configura como uma forma criativa de implementar as vendas. O mun-

Loja virtual da Alessandro Belchior Imóveis oferece todos os serviços para facilitar a vida dos clientes Abr-Mai-Jun 2012 17


Comprar um imóvel para repassá-lo antes da obra concluída continua sendo rentável, mas não na mesma proporção que ocorria até 2011

do on-line não pode mais ser dissociado do mundo real da compra e venda imobiliária. Mais da metade dos clientes, hoje, se originam a partir de pesquisas feitas na internet em sites de busca, portais, ou diretamente nos sites das imobiliárias e construtoras. “A empresa que atuar no mercado imobiliário e não estiver preparada com uma plataforma tecnológica de interface amigável ao cliente, ficará de fora deste jogo”, afirma o consultor e diretor da Viva Imóveis, Paulo Angelim. É um consenso entre os empresários do ramo de que o mercado imobiliário está caminhando para um equilíbrio, mais maduro, de crescimento sustentável, o que diminui a presença de aventureiros, tanto por parte de construtores e corretores como de pequenos investidores. “Um mercado responsável começa por profissionais responsáveis, que não estão focados somente na comissão, e sim na relação com os seus clientes. É isso que pautamos aqui na Viva Imóveis” conclui Angelim. O que acontecia entre 2009 até meados de 2011, quando a compra e venda se dava de maneira compulsória trouxe para esse ano uma grande oferta de repasses, oriundas de investidores que inundaram o mercado durante esse período, e essa é uma das causas desse 18 Brasil-Portugal no Ceará

processo de desaquecimento de compra por parte deste segmento. De acordo com Paulo Angelim, houve uma adequação no mercado, que caminha para um equilíbrio de oferta e procura. “Na verdade não houve redução na procura por parte de compradores finais, e sim de pequenos investidores, que viam no significativo incremento dos preços, que chegou a quase 30% ao ano, uma oportunidade de ganhos com a compra e repasse dos imóveis. Os preços continuam e vão continuar subindo, mas não na mesma proporção que antes”, explica. Paulo Angelim, diretor da Viva Imóveis

O diretor da Viva afirma que as vendas continuam para o nicho de pequenos investidores, mas em menor proporção. Comprar um imóvel para repassá-lo antes da obra concluída continua sendo interessante e rentável, mas não mais na mesma proporção, desmedida, desequilibrada e insustentável, que ocorria até 2011. Além da mudança de perfil dos compradores, há também outro movimento dentro do mercado que favorece essa normalização. Segundo André Montenegro, vicepresidente da área imobiliária do Sinduscon, as construtoras estão tendo mais dificuldades para lançar imóveis devido à burocratização nos documentos das obras. Um dos grandes entraves tem sido a liberação do RI (Registro de Incorporação), indispensável para a comercialização de um condomínio na planta ou em construção. Assim que registrada, a incorporação imobiliária garante ao consumidor que o projeto está aprovado e em conformidade com as exigências legais. “Essa normalização está relacionada com a diminuição de lançamentos no mercado devido à grande dificuldade das construtoras em aprovar a documentação dos imóveis, sendo assim, o que diminuiu não foi a procura e sim a quantidade de imóveis lançadas no mercado, explica André.


ESPAÇO IBEF

Por que os pacotes industriais do governo só beneficiam a indústria do sudeste?

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o analisar a composição setorial dos parques fabris do Ceará e do Brasil pode-se chegar à conclusão que os dois são muito semelhantes. Esta conclusão é corroborada quando se analisa quatro indicadores: a) o número de empresas no número total das indústrias; b) o número de empregos no número total do emprego industrial; c) a distribuição dos setores industriais; d) a participação dos produtos industrializados nas exportações. O NÚMERO DE EMPRESAS NO NÚMERO TOTAL DAS INDÚSTRIAS De acordo com os dados por nós compilados, enquanto no Ceará as microempresas respondem por 82,56% do total das indústrias instaladas no Estado, elas perfazem um total de 83,63% do número de indústrias componentes do parque fabril do Brasil. Em termos de distribuição por porte de empresas industriais, Ceará e Brasil são praticamente iguais. O que chama a atenção é que no Ceará as microempresas têm peso menor quer no Brasil. O NÚMERO DE EMPREGOS NO NÚMERO TOTAL DO EMPREGO INDUSTRIAL Também no que diz ao quantitativo do emprego de cada porte de empresa no emprego industrial total, a situação da indústria cearense é muito semelhante à situação da indústria brasileira. Vale chamar a atenção para o fato de que, tanto no Ceará quanto no Brasil, as microempresas são menos empregadoras que as grandes empresas, fato que nem sempre é acreditado. Os dados, entretanto, não permitem outra conclusão. A DISTRIBUIÇÃO DOS SETORES INDUSTRIAIS Quanto à distribuição, por tamanho de setor, da colocação de cada um deles no contexto do parque fabril da região, verifica-se que dos quinze setores por nós analisados, em nove deles, a mesma ordem de importância é comum ao Ceará e ao Brasil. Esta é mais uma evidência que os dois parques fabris, na média, são muito semelhantes. O que chama a atenção é a importância do setor da construção civil que ocupa o primeiro lugar, tanto no Ceará quanto no Brasil. Também vale mencionar que os dois setores em ordem de importância, têxtil e vestuário e alimentos e bebidas, o são para Ceará e Brasil.

Por que, então, se afirma que o parque fabril nacional é “mais sofisticado” que o cearense. As evidências negam esta afirmativa. Mesmo porque as diferenças de posições apresentadas pelos outros setores são muito próximas. Veja-se que o setor produto mineral não metálico ocupa a 7ª posição no Ceará e a 8ª no Brasil. A diferença mais acentuada é para o setor de calçados, que ocupa a 9ª posição no “ranking” cearense e a 11ª no brasileiro. A PARTICIPAÇÃO DOS PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS NAS EXPORTAÇÕES Partindo das informações fornecidas pela SECEX/MDIC, podese analisar as participações das exportações de produtos industrializados nas exportações totais do Ceará e do Brasil. Nesse contexto, podemos dizer que as semelhanças entre os dois parques fabris não existem? Se tomarmos a média das estatísticas, a resposta é afirmativa. De fato, na média, no Ceará, as exportações de produtos industrializados corresponde a 66,41% das exportações totais do Estado. No Brasil, este percentual é de 58,46. Portanto, há uma diferença de 8 pontos percentuais, o que é significativo. Também contribui para acentuar a diferença entre os dois parques fabris, o fato de eles se comportarem, quanto a este fenômeno, de maneira completamente opostas. Enquanto no Ceará, o setor industrial participa cada vez mais com as exportações estaduais, no Brasil ocorre o contrário: cada vez menos os produtos industriais participam das exportações do País. Talvez seja este fenômeno que determinou dizer-se que o Brasil é um país exportador de “commodities”, haja vista que exportações de produtos industrializados têm cada vez menor importância no mercado externo brasileiro. A conclusão, portanto, que se pode tirar desta análise é que os dois parques fabris, quanto à composição, são semelhantes, diferindo, apenas, na importância deles para as exportações totais das duas regiões. O sistema econômico cearense está cada vez mais dependente do mercado externo, o que o deixa vulnerável à crise internacional. Assim, vale a pergunta. Se estes parques fabris são tão semelhantes por que os “pacotes” industriais tipo MP 593 e MP 594 tratam de beneficiar mais os setores automotivos, que não têm peso na economia cearense? por Pedro Jorge Ramos Vianna, presidente do Econometrix e diretor do IBEFCE Abr-Mai-Jun 2012 19


página econômica | eventos

por Antônio Manuel Brito, CEM, CMP Consultor internacional em Gestão e Marketing de Feiras e Eventos abrito@newevents.com.pt

Como maximizar a sua visita a uma feira internacional

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rimeira Questão: por que razão as feiras são únicas?

• Oferecem a informação para avaliar as possibilidades de uma futura participação como expositor.

Em primeiro lugar porque é o único meio de marketing que permite utilizar na plenitude os nossos cinco sentidos. Por exemplo, podemos numa feira de estética ou de alimentação usar o olfato, ver os produtos, escutar apresentações, podemos tocar e manusear o produto, assim como, se for o caso, degustar e utilizar assim o nosso paladar. No entanto, a principal razão deve-se à possibilidade única de nos relacionarmos pessoalmente com os outros. Segundo a conceituada revista “Harvard Business Review” num estudo de setembro de 2009, concluiu que “95% dos CEO inquiridos a nível mundial afirmaram que as reuniões Face to Face são o fator chave no momento de criar relações a longo prazo e que têm um elevado impacto na comunicação pessoal”. Este é sem dúvida o segredo porque as feiras são oportunidades únicas para realizar negócios e estabelecer relações duradouras.

Mas, sobretudo, permitem-nos encontrar “Soluções para a nossa necessidade.”

Além de pretendermos relacionarmos com o nosso semelhante e assim gerar oportunidades de negócio, existem outros motivos porque é importante visitar uma feira, como sejam: • São úteis para obter informação sobre novidades, as feiras permitem assistir ao “vivo e a cores” às demonstrações e apresentação de novos produtos e ou serviços. • Permitem pré selecionar as empresas que nos interessam e realizar compras ou negócios “cara a cara” com o vendedor. • Permitem-nos validar as características dos produtos ou serviços antes da compra. • Facilitam comparações de preços. • Permitem elevar o nosso conhecimento porque proporciona a possibilidade de assistir a workshops e seminários, que são fontes indiscutíveis de informação sobre as tendências e a evolução do sector. • Geram oportunidades de negócio e estimulam novas ideias.

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No entanto, e para que a nossa visita tenha sucesso é necessário planeá-la antecipadamente, assim como estabelecer um objetivo prévio. Todos sabemos que o tempo utilizado fora do nosso escritório é precioso, para mais na atual situação econômica, o nosso tempo deve ser aproveitado do melhor modo possível. Honoré Balzac dizia que “o tempo é o único capital de quem só possui a fortuna da sua inteligência”. Na minha opinião, uma das melhores formas de aproveitar o nosso tempo é sem dúvida na visita a uma feira, desde que saibamos organizar a nossa visita de forma a obtermos o retorno desejado. Assim, um dos primeiros aspectos a considerar é definir um objetivo, claro e específico: Compras? Conhecer novidades? Soluções para o seu problema? Seja específico, mensurável, atingível, realista e num tempo definido, só assim poderá avaliar o retorno do tempo investido e os negócios gerados. Definido o objetivo, devemos agora planejar a visita a uma determinada feira, assim o nosso próximo passo será: 1. Selecionar a melhor feira que se adequa aos seus objetivos e, não esqueça, nem sempre quantidade corresponde a qualidade. Verifique o perfil do expositor e do visitante, os setores de exposição, dados estatísticos, etc. Após uma primeira pesquisa contate o organizador, a maior parte dos promotores têm sites disponíveis que lhe podem fornecer toda a informação que necessita, por outro lado existem organizadores que desenvolvem Programas de Hosted Buyers que lhe poderão proporcionar uma elevada rentabilidade desde que se enquadre no perfil da candidatura do visitante pretendido. Cruze a informação disponível com alguém que já tenha estado presente, peçalhes opinião. Por vezes não são as feiras de maior dimensão as mais interessantes, ou mais importantes. Existe hoje em dia o conceito de Microfeira, evento muito especializa-


do e profissionalizado nos subsetores onde poderá encontrar a “solução para o seu problema” e assim corresponder ao seu objetivo. 2. Registre-se antecipadamente - Proceda o seu pré-registro como visitante profissional antecipadamente, a maioria dos certames disponibilizam esta funcionalidade. 3. Pré-selecione e defina “quem quero ver” e “quem devo ver” - Peça informação ao organizador sobre os expositores presentes ou acesse à informação on-line para selecionar os expositores que pretende visitar. Em função do perfil de cada empresa presente e de acordo com o seu objetivo e interesse particular, selecione aqueles que “obrigatoriamente” “quer ver” para gerar negócios e os que “deve ver” para obter ideias, soluções, experiências, etc. 4. Solicite Reuniões, tome a iniciativa - Após a préseleção das empresas que lhe interessa solicite reuniões com os responsáveis, pois permitir-lhe-á falar com quem pretende e qualificada para “solucionar o seu problema” e, por outro lado, a empresa também poderá preparar-se conveniente e antecipadamente para oferecer-lhe as melhores soluções. 5. Organize a sua visite e desenvolva um roteiro - Defina o tempo que pretende em cada reunião, assim permitirlhe-á gerir a sua visita e criar uma agenda antecipadamente. Consulte a planta da feira e identifique a localização dos expositores que pretende visitar por ordem da sua agenda e desenvolva um roteiro. 6. Reserve a sua viagem e alojamento com antecedência Se for visitar uma feira no estrangeiro e necessita viajar de avião reserve com antecedência, quanto mais cedo reservar mais econômico será, assim como garantirá o melhor preço, também garantirá a disponibilidade. As feiras internacionais movimentam milhares de pessoas nas cidades onde se realizam, assim, e caso não reserve alojamento e viagem antecipadamente poderá deparar-se com custos mais elevados assim como não conseguirá encontrar o alojamento adequado. 7. Dia D: Prepare-se - Chegado o dia da feira tome um pequeno-almoço energético e nutritivo pois irá caminhar durante horas no evento. Vista roupa e sapatos confortáveis, reveja o seu plano e agenda, prepare a sua pasta de trabalho, não se esqueça dos cartões-de-visita, material sobre a sua empresa, bloco de notas, telemóvel, portátil, pendrive, calculadora, gravador, máquina fotográfica, etc. Entrando na feira disponibilize algum tempo para se familiarizar com o evento, locais de seminários, descanso, restauração e etc. Antes de iniciar as reuniões pré-agendadas faça uma visita incógnito, ambiente-se, detecte novidades, atitudes, localize e identifique as empresas que “quer ver” e “deve ver”, deste modo poderá apreciar os produtos ou serviços sem pressão, identificar oportunidades, rever prioridades e “absorver” informação que lhe pode ser útil mais tarde. Inicie as reuniões pré-agendadas, apresente-se cordialmente e não esqueça os seus cartões-de-visita, esteja pre-

parado para fazer perguntas difíceis aos expositores, será a forma de verificar se os produtos apresentados se adequam às suas necessidades. Identifique os responsáveis da empresa, verifique quais são as características e os pontos fortes da empresa e os mercados que ela atende, verifique questões logísticas, informe-se sobre os níveis de preços praticados. Disponibilize os seus dados, solicite o envio de informações complementares para o seu escritório, agende reuniões pós-feira e evite conversas sem interesse, lembre-se que o seu tempo é precioso e o seu objetivo é encontrar a melhor solução para as suas necessidades. Procure também oportunidades de networking, muitas empresas e o próprio organizador realizam recepções, apresentações dentro e fora da feira, participe, estabeleça contatos com todos os stakeholders e leaders, obtenha cartões-de-visita e incremente a sua rede de contatos. Ao chegar no hotel, não se esqueça foi um longo dia de trabalho e merece repousar. Aproveite para rever as suas notas e faça um breve relatório da visita e dos seus resultados, anote dúvidas, aspectos que lhe merecem relevância, organize a sua base de dados com os contatos que efetuou, relacione estes com as informações que obteve para evitar confusões no futuro, prepare e reveja a agenda do dia seguinte. Relaxe e, caso tenha um jantar ou um evento pós-feira, não falte, pois permitir-lhe-á num ambiente extra feira relacionar-se e reforçar contatos e também divertir-se um pouco, no entanto seja comedido, pois provavelmente espera-lhe no dia seguinte um dia de viagem ou de trabalho na feira. Tito Maiorescu dizia “Tenha cuidado com o dia seguinte ao êxito”. Nesse sentido, lembre-se que após o seu regresso do certame tudo pode cair por terra se não fizer um correto follow-up dos contatos e oportunidades geradas. Planeje agora o que vai fazer com a informação obtida, realize um relatório detalhado da sua visita, organize o material recebido, classifique os contatos por ordem de importância, garanta que irá receber a informação solicitada, agende e confirme as reuniões pós-feira, agradeça as reuniões e envie apresentações da sua empresa, e mantenha-se em contato periodicamente com todos os contatos gerados durante a feira. Desenvolva e ponha em prática um plano de ação e recorde que só há três coisas na vida que não voltam atrás, a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida. Concluindo, as feiras de negócios são sem dúvida a melhor ferramenta de marketing que as empresas tem ao seu dispor, no entanto, se não planejarmos criteriosamente a nossa participação não conseguiremos obter o retorno desejado e corremos o risco de transformarmos um investimento produtivo em custo desnecessário. Planeje objetivos e meça resultados e verá que as feiras que visita ou participa serão fundamentais para incrementar os seus negócios e estabelecer relações de longo prazo entre todos.

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economia | cotação

por Samira de Castro

HUMORES DO CÂMBIO COMO O DÓLAR MEXE NA ECONOMIA BRASILEIRA: OS REFLEXOS DO AUMENTO DA MOEDA NA ECONOMIA BRASILEIRA

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om o dólar voltando a bater na casa dos R$ 2,00 – desde o começo de maio - o empresariado brasileiro vive novamente uma relação de amor e ódio com a moeda norte-americana. Embora os reflexos não possam ser vivenciados no curtíssimo prazo, a elevação do dólar é alvissareira para os exportadores, ao passo em que freia os negócios dos importadores, só para citar alguns segmentos diretamente impactados pelos humores do mercado de câmbio. A oscilação da moeda estrangeira também traz consequências na formação dos preços internos, nos planos dos brasileiros que sonham em realizar viagens internacionais e até no bolso do trabalhador. O dólar ainda é - e será por bastante tempo - a âncora cambial, avalia Roberto Marinho, diretor presidente da Ceará Trade Brasil. “Seja para a formação de preços da importação ou exportação, a variação do câmbio influencia diretamente. Portanto, o aumento da cotação do dólar melhora a

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competitividade dos produtos brasileiros, mas encarece os custos da exportação como frete, por exemplo, e também os produtos importados, pois ao fazer a conversão para o Real, o produto fica mais caro”, afirma Marinho, lembrando que os impostos de importação são calculados após a conversão da moeda, o que faz aumentar a arrecadação quando o câmbio fica mais apreciado. Para os especialistas ouvidos pela reportagem, a elevação do câmbio deve ter um impacto defasado na economia brasileira. É que o dólar voltou a subir num momento em que o cenário econômico global segue com perspectiva de baixo crescimento por um período de tempo prolongado, segundo dados do Relatório de Inflação do Banco Central (BC), referente ao mês de junho. A recessão na Zona do Euro e a instabilidade da recu-

peração dos Estados Unidos, aliadas aos sinais de desaceleração da poderosa economia chinesa, refletem-se na redução no volume de transações internacionais. O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, acredita que o dólar a R$ 2,00 produz pouco efeito sobre a atividade doméstica, pois há um excesso de produção de manufaturados no mundo.


JOSÉ PAULO LACERDA

"Com os consequentes estreitamentos dos mercados e a maior concorrência dos produtos importados no mercado doméstico, é mais visível a perda de competitividade da indústria brasileira", disse o economista, ao divulgar o Informe Conjuntural da CNI, referente ao segundo trimestre de 2012. Para Castelo Branco, a mudança no câmbio deve ter impacto limitado na economia porque grande parte das encomendas é contratada com antecedência e as entregas que estão sendo feitas agora ainda refletem o patamar anterior da moeda norte-americana. "O câmbio demora para trazer impactos, mas é um fator que deve ter efeitos adicionais", pontua o economista da CNI. No entanto, alerta que a expectativa de crescimento do PIB de 2,1%, feita pela entidade, já leva em consideração uma reação da economia no segundo semestre de 2012 causada, entre outros fatores, pelo dólar mais favorável aos exportadores.

Flávio Castelo Branco, gerente Executivo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria

ta. A regra inversa tem o mesmo valor, ou seja, quando o dólar cai, ele desfavorece os exportadores e favorece os importadores", explica Eduardo Bezerra, superintendente do Centro Internacional de Negócios (CIN-CE), ligado à Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Ele ressalta que o momento é favorável aos exportadores, mas esse é apenas um lado da

questão. "Só existe exportação quando existe encomenda. Se o importador do outro lado do mundo não faz pedido, o produtor daqui não vende, como o de Portugal também não", argumenta. Eduardo Bezerra lembra que o volume de transações globais está experimentando uma ligeira queda. "Ou seja, as pessoas estão consumindo menos e, sendo assim, não há exportação e importação. A taxa de crescimento das economias mundiais tende a ser menor", afirma, concordando com as análises dos economistas do Banco Central. O superávit da balança comercial brasileira, segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC),

SUPERÁVIT MENOR "Toda vez que o dólar evolui para mais, ele favorece quem exporta e pune quem impor-

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apresentou recuo de 26,5%, nos cinco primeiros meses de 2012, em relação ao mesmo período de 2011, atingindo US$ 6,3 bilhões. As exportações aumentaram 3,4% e as importações, 6,4%, totalizando US$ 97,9 bilhões e US$ 91,6 bilhões, respectivamente, no período. O principal destino das exportações brasileiras continua sendo a Ásia, que adquiriu 30,1% das vendas externas brasileiras nos cinco primeiros meses do ano, ocorrendo aumentos nos embarques destinados à China, 7,2%, e aos demais países da região, 15,2%. A parti-

cipação das exportações brasileiras para os EUA aumentou 2,3% no período, situando-se em 12%. O agravamento da crise econômica na Europa se refletiu nos fluxos de comércio com a região. Nesse sentido, a participação da região como destino das exportações brasileiras recuou de 22,1% para 20,3% nos cinco primeiros meses do ano, em relação a igual intervalo de 2011. De acordo com o Relatório de Inflação do BC, a ausência de solução definitiva para a crise europeia, as perspectivas de desaceleração na China e os riscos à sustentabilidade do crescimento da economia dos EUA se traduziram, no decorrer do segundo trimestre do ano, em elevada volatilidade e aversão ao risco nos mercados financeiros. "Esse cenário, que incorpora recuo dos preços das commodities, perda de vigor do comércio internacional e diminuição de riqueza nos mercados acionários, se traduz em dificuldade na rolagem da dívida soberana de países do bloco europeu que apresentam desequilíbrio fiscal", pontuam os economistas da autoridade monetária máxima do Brasil.

TABULEIRO DE XADREZ

Eduardo Bezerra, superintendente do CIN-CE 24 Brasil-Portugal no Ceará

Para Roberto Marinho, o aumento do frete neutraliza, em muitos casos, as vantagens competitivas que um dólar mais apreciado teria, “sendo necessário, portanto, um olhar mais apurado e global”. “Sendo o mercado internacional comparado a um tabuleiro de xadrez, é prudente analisar as jogadas dos competidores mundiais e o que os governos dos países estão planejando e fazendo, pois os reflexos são para todos”. O diretor-presidente da Ceará Trade Brasil acrescenta que a concorrência internacional, além de preço, analisa prazos de entrega, qualidade, serviços, agilidade, inovação. “Muitos desses itens também sofrem influências das variações cambiais, das estratégias de governo, então, resta ao empresário fazer a sua parte, investindo na inovação, qualidade e serviços, diferenciando-se assim, dos demais e agregando valor aos seus produtos”, completa. Marinho explica que como a Ceará Trade Brasil é uma empresa comercial exportadora e importadora, o impacto é diferente a cada movimento do câmbio. “Estamos trabalhando para criar um equilíbrio entre as exportações e importações


de forma que as variações possam ser neutralizadas ou minimizadas. No momento, estamos investindo em informação e agilidade, com novos parceiros internacionais, ampliando a rede de relacionamento de forma a gerar um volume de negócios maior e menos suscetível a oscilações externas. É fato que não há como blindar, mas trabalhamos para minimizar os reflexos ruins e maximizar os bons reflexos”. Na avaliação do empresário, o Brasil tem condições de promover o real como moeda forte mundo afora para depois, quem sabe, torná-lo moeda de troca internacional. “Creio que o Governo está atento ao câmbio, atuando quando necessário e adotando medidas de curto prazo”. No entanto, na sua avaliação, falta uma visão mais estruturada dos fatores que compõem a cadeia industrial, logística, de crédito e uma estratégia internacional de médio e longo prazos, de forma que se permita o investimento e o estímulo ao mercado internacional direta ou indiretamente. “É urgente e necessário uma redução inteligente da carga tributária e trabalhista, possibilitando maior produção e, consequentemente, recuperando os valores dos impostos. Com estes requisitos, estaremos mais preparados para as oscilações cambiais que fazem parte da realidade mundial”.

AGÊNCIAS ENCONTRAM ALTERNATIVAS Um dos principais efeitos do câmbio em patamar elevado é o encarecimento dos pacotes de viagem para fora do Brasil. A busca por cruzeiros e viagens de lazer internacionais experimentou uma pequena arrefecida entre abril e junho deste ano, em relação a igual intervalo de 2011. No entanto, a recente alta do dólar já não preocupa os empresários do setor, pois o movimento é de acomodação das tarifas de serviços no exterior, por conta da crise nos EUA e na Europa. “O que percebemos é que os fornecedores norte-americanos não estão aumentando preços, praticamente desde 2008. Pelo contrário, eles têm reduzido os valores de tarifas de hoteis, transporte, receptivo e mesmo de cruzeiros marítimos, entre outros, já que a economia de lá está em crise”, afirma Tarcísio Ximenes Júnior, diretor-presidente da Catavento Turismo. Na sua avaliação de economista, ele acrescenta não ser interes-

sante para o Brasil o câmbio em patamar elevado, “uma vez que o país é mais importador do que exportador”. Na zona do Euro, a redução de tarifas ainda é tímida, mas deve ser mais significativa a partir de agosto deste ano. Até lá, entre as estratégias dos operadores para evitar maior impacto da baixa nas vendas está a de fixar o câmbio a R$ 1,98, por meio de negociação com os fornecedores. Além disso, as companhias aéreas estão ajustando seus preços. “Uma passagem Fortaleza-Nova Iorque estava custando US$ 700 em maio. Hoje, já pode ser comprada a US$ 600”, afirma Ricardo Lemos, diretor-presidente da Discovery Tour. Ele acrescenta que até os países da América Latina estão com

custos mais acessíveis aos brasileiros. Os empresários concordam que, com a estabilidade da economia brasileira, cada vez mais pessoas estão buscando fazer a tão sonhada viagem internacional. O crescimento do mercado varia entre 25% e 30% ao ano. E, para isto, o consumidor se planeja com quatro meses a um ano de antecedência. “A demanda está muito aquecida desde 2011, quando o dólar vinha oscilando R$ 1,76 e R$ 1,80”, comenta Ximenes. Com a inflação sob controle, os brasileiros compram os pacotes de acordo com suas possibilidades, desfrutando do parcelamento na hora de pagar. “O interesse da classe C por viagens internacionais também é visível”, diz.

Exportação de máquinas avançam no quadrimestre O volume exportapesquisados pela do de bens de capital Abimaq, excluindoavançou 18,5% de se máquinas para janeiro a abril, em petróleo e energia comparação a igual renovável. No mesperíodo de 2011. O mo período, a prodado é da Fundação dução de bens de Centro de Estudos do capital encolheu Comércio Exterior 10%, segundo o (Funcex) e mostra Instituto Brasileiro que o consumo dode Geografia e Esméstico de máquinas tatística (IBGE). e equipamentos seSem o desempegue fraco, mas a exnho das exportaportação cresceu com ções no primeiro Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq força no primeiro quadrimestre, o quadrimestre do ano, faturamento nomigraças ao câmbio mais favorável, que nal das indústrias associadas à Abimaq mostra impacto sobre os embarques do teria crescido 1,5% sobre os quatro prisetor, cujos preços aumentaram 4,7%. meiros meses de 2011, e não 3,4%, como De acordo com dados da Associação ocorreu. Fernando Bueno, diretor da entiBrasileira das Indústrias de Máquinas e dade, atribui o comportamento positivo Equipamentos (Abimaq), as empresas das vendas externas mais a transações associadas exportaram 14,8% a mais intercompanhias do que a um mercado em dólares, na comparação entre janeiro aquecido. e abril de 2012 e o mesmo intervalo do Bueno acrescenta que o setor chegou ano passado. Os US$ 3,9 bilhões expora exportar 35% da produção. Hoje, essa tados representam o maior valor para o participação está em 20%. "Espero que acumulado entre janeiro e abril desde com essa movimentação do dólar, a perda 2008, quando a crise ainda não havia seja estancada", disse. Luiz Aubert Neto, atingido o comércio exterior. presidente da Abimaq, por sua vez, consiO desempenho positivo das exportadera que "para dar um mínimo de compeções no primeiro quadrimestre foi registitividade (à indústria nacional), o câmtrado em 19 dos 29 subsetores bio tinha de estar em R$ 2,4, R$ 2,5". Abr-Mai-Jun 2012 25


negócios | eventos

por Nut Pereira

COLOSSO CEARENSE COM PREVISÃO DE INAUGURAÇÃO NO PRÓXIMO DIA 15 DE AGOSTO, O CENTRO DE EVENTOS DO CEARÁ SE DESTACA COMO O MAIS MODERNO EQUIPAMENTO DO GÊNERO NA AMÉRICA LATINA

O

gigante é incapaz de passar despercebido. Quem trafega pela Av. Washington Soares, em Fortaleza (CE), se admira ao ver a majestosa obra que em poucos meses tomou forma ao lado do Centro de Convenções. O Centro de Eventos do Ceará (CEC), que tem inauguração prevista para o dia 15 de agosto deste ano, promete alavancar a economia e o turismo de eventos do Estado, que reforça sua presença como opção no roteiro das grandes feiras nacionais e internacionais, graças à construção do complexo. Depois de três anos de intensas obras, realizadas a partir do consórcio das construtoras Galvão Engenharia e Andrade Mendonça, o CEC ganha vida ao preencher uma área de 152 mil m² numa das avenidas mais movimentadas da cidade. Por meio de serviços e aluguéis para realização de eventos, o centro será o responsável pela entrada de recursos da ordem de R$ 840 milhões

26 Brasil-Portugal no Ceará

A grandiosidade do local pôde ser percebida no mês passado com um aperitivo. A pré-inauguração do espaço foi feita com nada mais, nada menos que um show da cantora americana Jennifer Lopez, que dividiu a noite do dia 30 de junho com outros artistas, incluindo a cantora baiana Ivete Sangalo. O acontecimento ocupou apenas a primeira parte do complexo, mas quem foi ao espetáculo teve uma boa noção da imensidão do Centro de Eventos, que teve investimentos de mais de R$ 467 milhões. O projeto arquitetônico condensa modernidade e beleza a começar pela fachada. Com cores e formas que remetem às falésias do litoral leste do Ceará, o centro já é considerado o mais moderno do gênero na América Latina e traz consigo uma marca diferencial: a versatilidade. O equipamento multiuso tem plenas condições de receber diversos tipos de eventos, entre feiras, shows, encontros e exposições. Com capacidade para abrigar até 33 mil pessoas, o CEC é divisível em 44 espaços, adap-


táveis às diferentes necessidades de eventos, de variados portes. O gigante é composto por dois grandes blocos com salão de exposição e dois mezaninos, com salas integráveis. Adaptado ao clima tropical do Ceará, todo o equipamento possui sistema de refrigeração e iluminação inteligentes. Para eventos como shows, que causam grande barulho, o centro conta com isolamento acústico e sistemas elétricos e de sonorização ambiente, além de instalações com transmissão de dados e telefonia. Por meio de serviços e aluguéis para realização de eventos, o centro será o responsável pela entrada de recursos da ordem de R$ 840 milhões, o equivalente

Centro de Eventos em números 152 mil

metros quadrados de área construída, em terreno de

17

hectares, com

3,2 mil

vagas de estacionamento e capacidade de público de

30 mil

pessoas, sendo o

2o maior

centro de convenções do país e o

1

o

do Nordeste em realização de feiras e eventos.

a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará, que atualmente está entre R$ 84 bilhões. O incremento na economia não para por aí. Quando em funcionamento, o centro deverá proporcionar 400 empregos diretos e 2.000 indiretos, num total de 2.400 trabalhadores, número que pode aumentar de acordo com o porte do evento a ser realizado. O centro prova ser moderno não só nas instalações e projeto arquitetônico, mas também na preocupação com o meio ambiente. O cuidado com a sustentabilidade está presente, por exemplo, na refrigeração do espaço. O sistema de climatização do local possui central de água gelada e tanque de termoacumulação, o que reduz de forma considerável o consumo de energia e ajuda, inclusive, na prolongação da vida útil do sistema de refrigeração. Além disso, os sanitários dos banheiros possuem sistemas de escoamento a vácuo, o que reduz em grande escala o consumo de água. Também foram instalados vestiários, refeitórios, ambulatórios, banheiro família e fraldário, salas para produção de eventos, administração, segurança, brigada de incêndio, juizado de menores, vigilância sanitária e ouvidoria.

Acessibilidade Com o objetivo de facilitar o acesso ao centro e melhorar o fluxo de carros na Av. Washington Soares, foram construídos, ainda no período em que o Centro de Eventos estava sendo erguido, quatro túneis de 9,5 m de largura cada. Realizada pelo mesmo consórcio de construção do CEC, a obra custou mais de R$ 94 milhões e eliminou dois semáforos que havia no local, além de possibilitar acesso direto ao centro e equipamentos vizinhos. Cerca de 50 mil motoristas que trafegam pela Av. Washington Soares diariamente foram beneficiados com a obra, que deixou o trânsito mais fluido. Túnel 1 – Deputado Edson Queiroz Filho, 700m de extensão: Passa por baixo da Av. Washington Soares, no sentido praia-sertão. Termina no estacionamento do CEC. Túnel 2 – Pintor Antônio Bandeira, 665m de extensão: Corta a Av. Washington Soares pela Av. Des. Manoel Sales, no sentido oeste-leste, ligando a Av. Rogaciano Leite ao CEC. Também facilita o acesso ao estacionamento da Unifor. Túnel 3 - Sérgio Nogueira, 465m de extensão: Corta a Av. Washington Soares pela Des. Manoel Sales. Serve para quem sai do CEC e da Unifor, rumo à Messejana. Túnel 4 – Olga Barroso, 365m de extensão: Corta a Av. Washington Soares pela Firmino Aguiar e serve para quem sai do CEC, Unifor e outros equipamentos ao redor em direção à Av. Rogaciano Leite. Abr-Mai-Jun 2012 27


página econômica | comércio

por Roberto Marinho, secretário Executivo CCE-CE Presidente Câmara de Comércio Brasil- Angola-CE

A importância da CEE Comissão de Comércio Exterior do Ceará nas relações internacionais

O

mundo vive desde os atentados de 11 de setembro de 2001 e a Crise Mundial de 2008, uma mudança significativa no tabuleiro das relações internacionais. Antigos propulsores do comércio internacional passaram a ter menor significado e atores com menos importância num passado recente, se tornaram pujantes e consumidores vorazes. Do lado brasileiro, a luta contra a inflação, juros altos, deficiência de infraestrutura, burocracia excessiva, gargalos de logística, pouca cultura internacional, fazem crer que praticar o comércio internacional é coisa só para grandes, dado sua complexidade e riscos. No Ceará, temos a localização geográfica favorável, portos em modernização e ampliação; estamos no centro das atenções na Região Nordeste que é a que mais cresce em nosso país e atraimos, em função disto, muitos investimentos nacionais e internacionais. Temos igualmente muitos desafios a superar e a união de esforços e competências é essencial para vivenciarmos este momento de crescimento com o máximo de resultados para os negócios e para a sociedade. É neste contexto que assumimos a CCE - Comissão de Comércio Exterior do Ceará, representando a Câmara Brasil Portugal Ceará e a Câmara Brasil Angola no Ceará. A CCE tem por missão integrar as entidades participantes, visando o fomento dos negócios internacionais do Estado, com foco no desenvolvimento da cultura exportadora. Em vias de completar 12 anos

28 Brasil-Portugal no Ceará

de atuação e com a experiência das 14 entidades participantes, conseguimos discutir e propor soluções às necessidades da cadeia exportadora do Ceará, mas também ampliamos e geramos oportunidades para os vários segmentos e destinos mundiais. Vamos agora focar fortemente na articulação entre o parlamento, governos, órgãos anuentes, de controle, entidades de fomento às exportações e empresas, de forma que possamos incrementar as exportações através do conhecimento e racionalização de processos, bem como estratégia, acesso a mercados e informação. Iremos investir fortemente na formação de uma rede de relacionamento nacional e internacional com credibilidade e que possibilite destravar alguns processos, gerar sinergia entre todos e criar um caminho rumo à inserção internacional e crescimento da participação cearense no mercado global. O Estado do Ceará carece de um pensamento internacional, de ações coordenadas no âmbito mundial, daí a CCE está cada vez mais se transformando em referência no assunto, através da integração das ações e dos agentes participantes da cadeia exportadora e importadora. A CCE tende a ser mola propulsora de desenvolvimento internacional para o Estado, dado a expertise de seus participantes, a disposição em transformar a realidade atual e as reais condições de atuar na articulação entre os vários segmentos. Nossa experiência com as Câmaras de Comércio, nos faz crer que, no Brasil, a Câmaras bilaterais torna-


ram-se relevantes para a economia nacional, no auxílio do desenvolvimento do país bem como dos seus representados. Toda essa força será utilizada em prol do desenvolvimento de uma estratégia que se convencionou chamar de Paradiplomacia Comercial, onde uma grande articulação se forma em torno de um objetivo único que, nesse caso, é aumentar a inserção internacional do Estado do Ceará. A CCE trabalha forte na concretização de uma linha marítima direta entre o Brasil (Ceará) e Cabo Verde. Esta linha que será anunciada em breve, selará a viabilização de acordos anteriormente celebrados e permitirá um fluxo crescente de intercâmbio de produtos e serviços do Nordeste brasileiro com a África através de Cabo Verde. Outra importante iniciativa é o Exporta + Marítimo que avança, já dá sinais de viabilidade e trará um grande contributo às exportações das pequenas e médias empresas. Também o Prêmio Exportador do Ano, entregue pela CCE que tem como objetivo estimular as empresas cearenses dos mais di-

versos segmentos da economia a enfrentarem o desafio da exportação, mediante o reconhecimento público daquelas que mais se destacaram por sua atuação no mercado internacional. Com essa força tarefa a serviço das relações internacionais, a comunidade empresarial consegue um forte aliado para seus empreendimentos globais; os Governos têm a seu dispor um grupo pensando e propondo ações, participando das soluções e gerando oportunidades; os Investidores encontram um campo fértil para seus projetos, que reflete em aumento de investimentos, de postos de trabalho, de divisas internacionais, de turismo de negócios e lazer e gera um círculo virtuoso. Temos a plena convicção que a CCE contribuiu e contribuirá de forma determinante para uma maior visibilidade do Ceará e das empresas cearenses mundo afora e que como consequência bons ventos soprarão no mar do Ceará, escoando nossos produtos e transformando nossos sonhos em realidade.

Abr-Mai-Jun 2012 29


negócios | comércio exterior

por Jacylete Abreu

POR UMA CULTURA

EXPORTADO AS COMISSÕES DE COMÉRCIO DO EXTERIOR DESENVOLVEM AÇÕES DE TROCA DE EXPERIÊNCIA, PROMOVENDO A CULTURA DE EXPORTADORA NOS ESTADOS

30 Brasil-Portugal no Ceará


As exportações são consideradas uma das maneiras para que o país mantenha aquecido o crescimento da economia

RA A

venda de produtos brasileiros para o mercado estrangeiro é hoje considerada um dos meios para que o país mantenha aquecido o crescimento da economia. Por outro lado, no Brasil, a exportação é pouco explorada, falta cultura exportadora e melhor conhecimento sobre como vender para fora, seja do país, do estado, do município ou da região que o produziu. Um trabalho que demanda tempo, conhecimento, planejamento estratégico e persistência. No Ceará, esse trabalho conta com uma força-tarefa encampada pela Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCE/CE) que vem escrevendo sua história de sinergia e esforços voltados para promover a cultura exportadora em todo o Estado. Atualmente, a CCE é composta por 14 entidades: Associação dos Municípios e Prefeitos do Estado do Ceará (Aprece), Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Governo do Estado do Ceará, por meio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) /Projeto Extensão Industrial Exportadora (Peiex), Instituto Agropolos e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/CE), Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e, mais recentemente, a Câmara Brasil Angola no Ceará (CBA-CE) e Câmara Brasil Portugal no Ceará (CBP-CE), Abr-Mai-Jun 2012 31


que passaram a integrar a CCE-CE, em outubro do ano passado, durante solenidade no Encontro de Negócios na Língua Portuguesa (ENLP), realizado em Fortaleza. Um time de peso formado por instituições públicas e priva-

das com a missão de desenvolver a cultura exportadora e fomentar os negócios internacionais do Estado. “Com a entrada da Câmara Brasil Portugal no Ceará e da Câmara Brasil Angola no Ceará, percebemos que desde então estamos contribuindo mais com a nossa experiência nas ações especialmente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas também nos relacionamentos com África, Europa e Estados Unidos”, pontuou Roberto Marinho, o recém empossado secretário executivo da Comissão de Comércio Exterior do Ceará. “As entidades são escolhidas a partir de contato mútuo entre as partes, por estarem prestando relevantes serviços aos negócios internacionais do Estado. Apresentam uma solicitação de ingresso na CCE, a qual é submetida à deliberação do Conselho Gestor da CoErnesto Leite, gerente de Ambiente e Operações de Câmbio do BNB

32 Brasil-Portugal no Ceará

missão”, explica Ernesto Leite, Gerente de Ambiente e Operações de Câmbio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). A gestão da CCE-CE é desenvolvida por dois conselhos: Executivo e Gestor. A temática do comércio exterior é discutida pelos representantes das entidades participantes em reuniões quinzenais do Conselho Executivo, com uma agenda de ações coordenada pela Secretaria Executiva, exercida por um dos participantes, em caráter de rodízio. O Conselho Gestor, formado pelos gestores das respectivas entidades, participa das decisões e patrocina as ações da Comissão. “Sua atuação tem permitido a criação de um ambiente institucional favorável à soma de esforços e competências, possibilitando que as entidades participantes integrem ações, atividades e projetos de atendimento empresarial e fortalecimento de geração de negócios no Estado”, acrescentou Leite.


AUMENTO NAS EXPORTAÇÕES No período de 1996-99, o Ceará manteve-se estagnado no Comércio Exterior, surpreendendo ao apresentar rápido crescimento no mercado internacional após a CCE. Para Karina Frota, analista de Comércio Exterior do Centro Internacional de Negócios (CIN/ CE), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) que auxilia os empresários cearenses a ingressarem no mercado internacional, “há condição de ampliar ainda mais a pauta de exportações, considerando que os cinco principais setores exportadores cearenses Calçados, Couros, Castanha de Caju, Fruticultura e Ceras vegetais, respectivamente - são responsáveis por 80,4% do total exportado pelo Estado. São setores expressivos e competitivos. E é crédito da Comissão o persistente esforço no sentido do cumprimento dos objetivos. A CCE tem foco nos em-

presários, e visa alcançar resultados concretos, mediante o uso intensivo das competências específicas das entidades participantes e contribui como agente indutor para levar os empresários de pequeno, médio e grande porte a acreditarem no seu potencial”. “Existem ainda setores como a apicultura, floricultura, camarão, confecções, cosméticos e farmacêuticos que apresentam vantagem competitiva no comércio exterior, mas pouca representatividade na pauta de exportações do Estado do Ceará. Esses setores, se bem trabalhados, poderão conquistar espaços significativos na pauta de exportação cearense nos próximos anos”, complementa Marta Campêlo, coordenadora de Internacionalização do Sebrae/CE. “A Câmara Brasil Portugal no Ceará desde o início de suas atividades vem desenvolvendo uma série de esforços,

que em conjunto ou isoladamente contribuem para apoiar as ações que intensificam a inserção internacional do Estado. O Ceará é hoje um dos principais captadores de investimentos estrangeiros no Brasil. O ingresso da Câ-

Marta Campelo, coordenadora de internacionalização do Sebrae-CE Abr-Mai-Jun 2012 33


Evolução das exportações cearenses ANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

US$ FOB $ 353.002.493,00 $ 355.246.242,00 $ 371.234.015,00 $ 495.338.674,00 $ 527.668.107,00 $ 545.023.335,00 $ 762.602.719,00 $ 861.567.940,00 $ 933.589.116,00 $ 961.874.415,00 $ 1.148.357.273,00 $ 1.276.970.342,00 $ 1.080.168.033,00 $ 1.269.498.551,00 $ 1.270.274.045,00

mara na CCE-CE ampliará a sinergia com as demais integrantes da Comissão, o que seguramente refletirá em ações que possibilitarão o incremento da balança comercial do Estado, tanto na pauta de importação como de exportação, considerando os potenciais de mercado já elencados pelos demais membros da Comissão, declarou Clivânia Teixeira, executiva da Câmara Brasil Portugal no Ceará “Fazer parte da CCE-CE é assumir o compromisso de atuar conjuntamente com as diversas entidades que fomentam as relações internacionais em nosso Estado, contribuindo para o engrandecimento dos negócios internacionais e transformando o grande potencial que o estado do Ceará tem em realidade, em negócios e em parcerias. Mas é necessário lembrar que devido ao fato de a CCECE traçar objetivos estratégicos, a deliberação do Conselho Gestor da Comissão, após a organização apresentar uma solicitação de ingresso na Câmara, reflete o pensamento institucional dos segmentos interessados na internacionalização do Estado. Nosso interesse maior é partilhar experiências, aumentar a capilaridade da CCE-CE que faz o esforço estratégico e a conjunção de ações no sentido de tornar realidade as estratégias e objetivos em prol do desenvolvimento internacional das empresas e, por fim, da sociedade cearense. Queremos, com isso, trazer resultados positivos, reais para a sociedade cearense. Diversos projetos poderão ser desenvolvidos conjuntamente, envolvendo as entidades da CCE-CE, gerando assim uma potencialização das oportunidades para empresas e empreendedores, levando a cultura exportadora também ao interior 34 Brasil-Portugal no Ceará

$ 1.400.000.000,00 $ 1.200.000.000,00 $ 1.000.000.000,00 $ 800.000.000,00 $ 600.000.000,00

US$ FOB ANO

$ 400.000.000,00 $ 200.000.000,00 $ 0,00

do Estado, permitindo o desenvolvimento do empreendedorismo com o viés internacional”, complementou Marinho. Baseada na perspectiva de aumentar as exportações do Ceará nos próximos anos, e prestes a completar doze anos de existência - oficialmente constituída em agosto de 2000 -, a Comissão de Comércio Exterior do Ceará, segue à risca um planejamento estratégico elaborado para o período 2011/2015 no qual estão previstas ações para a interiorização da cultura exportadora, já iniciadas em 2012. “Deveremos promover ainda uma aproximação maior da CCE-CE com as entidades participantes e com os fóruns de discussão das temáticas importantes no quesito internacionalização, atração de investimentos externos e Zonas de Processamento de Exportação. Concretamente, será implantado um núcleo piloto no interior do estado, reunindo as entidades da região que têm atuação em comércio exterior, replicando o modelo de atuação da CCE na Capital. Ainda para esse ano, planejamos também a realização de estudos visando identificar a microrregião mais adequada para implantação desse núcleo piloto, como também identificar e sensibilizar os atores que irão inicialmente compor o núcleo. Em outra vertente, está prevista a realização de cursos em cidades estrategicamente escolhidas, como na região do Cariri, ao longo do ano de 2012, tratando de temas como: práticas cambiais, Carta de Crédito, Drawback, Financiamento a Exportação, Câmbio Financeiro e Câmbio de Importação. Para tanto, será utilizada a estrutura de membros da CCE, como o Banco do Brasil e Sebrae”, anunciou Marinho.

Em 2012, o esforço pela cultura exportadora tem sido alvo da CCE estadual e as ações realizadas pelas instituições são foco do plano para o comércio exterior do Ceará, conforme depoimento da assistente de comércio exterior dos Correios, Silvana Vidal. “As exportações simplificadas diminuíram devido à crise, contudo o Ministério do Desenvolvimento

Novo comando d Roberto Marinho é Engenheiro Civil, com especialização em Administração de Empresas. Entrou para o setor de Exportação e Importação em 2007, com a empresa Ceará Trade Brasil, depois de uma bemsucedida passagem por uma indústria cearense como Diretor Administrativo e Financeiro, onde teve a oportunidade de estabelecer contatos com exportadores e importadores de vários países do mundo e com a Assessoria Internacional do Governo do Estado do Ceará. Na Ceará Trade Brasil, destacam-se entre os trabalhos realizados, um Estudo de Logística Aérea e Marítima entre os portos e aeroportos do Nordeste do Brasil e Costa Oeste Africana + Moçambique, estudo este que está viabilizando a retomada da rota marítima Brasil (Ceará) – Cabo Verde. Também atua na consultoria de internacionalização do SEBRAE e promove exportações e importações para vários países do mundo, entre eles Portugal, Alemanha, Bélgica, Holanda, Caribe, Angola, Cabo Verde e Moçambique. Em 2012, abriu um Entreposto de Produtos Brasileiros em Cabo Verde, que será o piloto para outros dois em Angola e Moçambique em breve.


Industrial e Comércio Exterior (MDIC) continua incentivando o plano de cultura exportadora”, diz. Segundo Vidal, a exportação simplificada é uma das alternativas para as Médias e Pequenas Empresas (MPEs) para o envio de cargas comerciais, ou seja, para vendas, pois o importador deverá desembaraçar a carga na alfândega do país de destino pagando somente o imposto sobre a mercadoria, que é um direito aduaneiro e obrigação do importador. O regime simplificado ainda favorece o envio das amostras, que é o início de toda operação de exportação. “As MPES podem fazer pequenos envios para o importador apreciar e verificar se deseja comprar o produto, para comercializar. A logística simplificada do serviço Exporta Fácil dos Correios ainda é uma alternativa de envio para as exportações, via aérea”, afirma Silvana. A criação de uma linha marítima regular entre Cabo Verde e o Ceará está na lista de conquistas da CCE-CE. Esse

projeto integra a Companhia Docas do Ceará, a Comissão de Comércio Exterior do Ceará, as câmaras de comércio Brasil-Portugal, Brasil-Angola e BrasilMoçambique no Ceará, bem como do Sebrae/CE, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará/Centro Internacional de Negócios e Empresários, dos Sindicatos das Indústrias. Em janeiro passado, a Companhias Docas do Ceará e a Enapor, de Cabo Verde, assinaram um acordo de entendimento para a criação de uma linha marítima regular, que deve ligar o porto do Mucuripe, em Fortaleza, ao de Cabo Verde. Na base do compromisso está um estudo de viabilidade sobre as possibilidades reais de negócios entre o estado do Ceará e países como Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Moçambique e, num futuro mais distante, com o Senegal e a Guiné-Bissau. A viabilização da rota será um marco nas relações comerciais e de cooperação do Brasil com a África e porta de entrada para o continente.

Roberto Marinho ratifica que “dentre os vários projetos que estão na estratégia da CCE-CE, destaca-se o Programa Exporta + marítimo e a conquista para o Ceará de uma linha marítima direta entre o Estado e Cabo Verde. O estabelecimento desta rota permitirá que o Ceará se torne um hub, um ponto centralizador de cargas do Norte e Nordeste para a África (Costa Oeste e Moçambique), e os Portos de Cabo Verde, um ponto descentralizador dessas cargas, dado que já operam nos portos de Cabo Verde diversas companhias marítimas com linhas para os principais países africanos da Costa Oeste. Com isto, além de um maior controle das cargas, teremos a diminuição do transit time de 40 dias para aproximadamente cinco dias e aí poderemos escoar de maneira mais econômica, as cargas com destino a África, que está passando ao largo da grande crise econômica que vemos nos países do hemisfério norte”.

a CCE-CE Ainda em 2007 entra para a Câmara Brasil Portugal - CE, depois assumindo a Diretoria de Parcerias e Negócios na Gestão de Armando Ferreira e, logo mais, a Vice Presidência na Gestão de Jorge Chaskelmann, quando desenvolve ações de incentivo à internacionalização, atração de investimentos, parcerias com empresas brasileiras e portuguesas, participações em missões internacionais e desenvolvimento de eventos

importantes como o ENLP – Encontro de Negócios na Língua Portuguesa, realizado em Fortaleza – CE, em outubro de 2011. Em 2010, funda a Câmara Brasil Angola – CE, onde ocupa a Presidência da entidade até 2014. Na Câmara, participou da FILDA – Feira Internacional de Luanda de 2009 até a presente data representando marcas e produtos cearenses. Os primeiros dois anos da CBA foram para uma melhor apresentação das oportunidades e realidades de Angola para os empresários cearenses e neste período foram realizados alguns eventos importantes como a “Apresentação de Feiras e Oportunidades de Negócios na África” realizada em parceria com o Sebrae, Fiec e a Câmara Brasil Portugal – CE, ocorrido em maio de 2011. Neste mesmo mês, a Câmara de Comércio, Indústria e Agropecuária Brasil Moçambique (CCIABM) decide abrir a Regional Nordeste e destaca Roberto Marinho para comandar esta regional. A partir daí as três câmaras passam a adotar um disRoberto Marinho: “Assumir como Secretário Executivo da CCE-CE, além de uma grande honra, é um desafio imenso, pois vivemos um momento excepcional para o Brasil"

curso unificado no que diz respeito às relações com a África e as ações com este objetivo ganham mais força, vigor e visibilidade. Em outubro de 2011, após consulta ao Conselho Gestor da CCE-CE as Câmaras Brasil Angola CE e Brasil Portugal CE passam a integrar a entidade e em maio de 2012, Roberto Marinho é escolhido para comandar a instituição por um período de um ano. “Assumir como Secretário Executivo da CCE-CE, além de uma grande honra, é um desafio imenso, pois vivemos um momento excepcional para o Brasil, mas que mudanças estruturais são necessárias em todos os níveis de governo e é função da CCE-CE alertar, interagir, discutir e participar destas questões no que concerne às relações internacionais. Acredito que com o dinamismo que temos hoje, com a credibilidade que nossas instituições possuem e principalmente com a participação de todo o grupo de instituições que compõem a CCE-CE e com o apoio e experiência dos Secretários Executivos anteriores, poderemos sim realizar um trabalho profícuo e com isso ampliar a participação do Ceará nas exportações brasileiras”, finalizou Roberto Marinho. Abr-Mai-Jun 2012 35


negócios | comércio exterior

por Samira de Castro

MANDARIM E PORTUGUÊS AUMENTA A APROXIMAÇÃO COMERCIAL ENTRE A CHINA E A CPLP

36 Brasil-Portugal no Ceará


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s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa atingiram US$ 39,106 milhões, de janeiro a abril de 2012, representando um aumento de US$ 7,137 milhões (22%), face ao mesmo período de 2011, quando somaram US$ 31,969 milhões. As informações, divulgadas pelos Serviços da Alfândega da China, mostram números relativamente modestos, mas que ilustram o potencial de incremento dos negócios entre a segunda maior potência econômica global e o mundo que fala português - um agrupamento composto de oito nações com uma população combinada de 230 milhões de habitantes. O secretário-executivo da Comissão de Comércio Exterior do Ceará (CCECE), Roberto Marinho, afirma que a China tem várias razões para reforçar o relacionamento com a CPLP. "Primeiro - e mais importante - é a segurança energética. A China é hoje o segundo maior consumidor mundial de recursos energéticos após os Estados Unidos. Ao longo dos últimos anos, a segurança energética, em particular a garantia do abastecimento de petróleo, tornou-se uma prioridade para a liderança chinesa", resume. De acordo com Marinho, mais de 60% das importações chinesas de petróleo bruto provêm do Oriente Médio. "E Pequim considera esta dependência como uma vulnerabilidade estratégica devido à instabilidade política em curso e preponderância militar dos EUA em torno da região. A China vem, portanto, tentando diversificar suas importações energéticas longe de fontes tradicionais no Golfo Pérsico.

Estes incluem os países da CPLP, como Angola, Brasil, Moçambique e Timor-Leste", acrescenta. Em segundo lugar, continua Marinho, Pequim está disposta a explorar os recursos naturais para alimentar o crescimento vertiginoso da própria economia. "Além disso, 230 milhões de pessoas representam um mercado importante para produtos chineses manufaturados", completa ele, que também é presidente da Câmara Brasil Angola no Ceará e vice-presidente da Câmara Brasil Portugal no Ceará. Marinho acrescenta que a estratégia comercial da China com a CPLP se fortificou quando estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau (que português) como plataforma para o reforço da cooperação econômica e comercial, em 2003.

IMPORTAÇÕES DE COMMODITIES De acordo com Paulo Vicentini, professor de Economia Política da Universidade de Comunicações Sociais da China, em Nanjing, o aumento de 28% nas importações chinesas (em volume, inclusive) de commodities resultaram no incremento das trocas comerciais entre a república comunista e os países da CPLP. As importações da China dos países de língua portuguesa somaram US$ 27,415 milhões, enquanto as exportações da China para o bloco atingiram US$ 11,691 milhões, uma alta de 11%, em comparação a igual período de 2011. Somente em abril do corrente ano, as trocas comerciais entre a China e os países da CPLP atingiram US$ 11,258 milhões, um acréscimo de US$ 904 milhões (9%), face ao mês anterior (US$ 10,354 milhões). As importações da China dos países de língua portuguesa somaram US$ 8,199 milhões, um aumento de 19% em relação a março, enquanto as exportações chegaram a US$ 3,059 milhões, representando uma diminuição de 12%, na comparação com o mês imediatamente anterior. Na avaliação de Roberto Marinho, o principal motivador para o incremento nas relações da CPLP com a China é a estratégia do governo chinês de buscar recursos e tentar garantir o abaste-

cimento de matéria-prima para as necessidades crescentes de energia daquele país, refletindo a sua posição como centro de fabricação global. "Outro fator é a percepção da África como uma arena onde as empresas chinesas podem se desenvolver e onde há um mercado de consumo com grande potencial", completa. A China importa dos países da CPLP, principalmente, recursos naturais, como petróleo, minérios, alimentos. "Angola já é responsável por 15,7% do petróleo importado pela China", informa Marinho. Já o bloco de língua portuguesa compra da república chinesa têxteis, calçados, vestuário, eletrônicos e manufaturados em geral. "É visível que, nos países da CPLP, a maioria de produtos são de baixa qualidade e preço. A exceção se dá em Portugal e Brasil onde já notamos produtos de alta tecnologia, como smartphones, TVs de LED e até automóveis com todos os itens de segurança".

PROTAGONISMO VERDE E AMARELO O Brasil é o principal parceiro chinês no bloco da CPLP, tendo negociado US$ 84,5 bilhões em 2011, com um avanço de 35,2% na comparação com 2010. Em seguida, aparece Angola (US$ 27,6 bilhões, com um aumento de 11,5% frente a 2010) e em terceiro, mas com uma participação ainda bem tímida, está Portugal (US$ 3,9 bilhões, com um aumento de 21,2% ante 2010, conforme dados do Gabinete de Apoio ao Secretariado Permanente do Fórum de Macau. O secretário-executivo da CCE-CE avalia que “o Brasil precisa assumir seu papel de protagonista na CPLP, inclusive no relacionamento com a China dentro da própria comunidade que fala português”. Posição que envolve cooperação, financiamento, assessoria técnica, agronegócio, ou seja, em áreas nas quais o país tem expertise consagrada, como na exploração de petróleo na camada de pré-sal, aviação e educação. Ao assumir esta posição de vanguarda, o Brasil será indutor de um crescimento exponencial nesta relação comercial entre China e CPLP, podendo ainda minimizar os efeitos da conAbr-Mai-Jun 2012 37


corrência dos produtos de baixo valor agregado na indústria brasileira e portuguesa, bem como na industrialização africana. “No momento que o Brasil e os empresários brasileiros investirem mais tempo e recursos na internacionalização, e o governo racionalizar a estrutura tributária e trabalhista, estaremos mais próximos de assumir esta posição que nos é cobrada frente a CPLP”.

DEMANDAS E DESAFIOS Diversificar e agregar valor à pauta de exportações para a China, no caso dos países lusófonos, é o principal desafio para ampliar a corrente de comércio multilateral, na avaliação de Paulo Vicentini. "A tarefa é hercúlea: as economias da CPLP ainda não dispõem de produtos ou serviços intensivos em conhecimento e tecnologia qualificados por Pequim como vitais para os processos de modernização ou reaparelhamento de seus complexos industriais civis e militares", comenta. No nicho tecnológico, continua o historiador, os chineses são obrigados a recorrer - e enfrentar infindáveis restrições comerciais, assim como enormes barreiras para a obtenção de contratos de transferência tecnológica -, aos mercados dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Inglaterra, França, Canadá, Rússia, Itália, Israel, Austrália e Taiwan, por exemplo. “Neste sentido, o caso do Brasil - a nação mais industrializada e o maior parceiro econômico da China dos quadros da CPLP -, é sintomático”, afirma Vicentini. Em 2011, produtos como minério de ferro, soja e petróleo responderam por aproximadamente 80% da pauta de exportações do Brasil para o seu principal sócio comercial

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De acordo com o especialista, em 2011, produtos como minério de ferro, soja e petróleo responderam por aproximadamente 80% da pauta de exportações do Brasil para o seu principal sócio comercial. “Vale ressaltar, portanto, que apesar de o superávit brasileiro ultrapassar a relevante marca de US$ 11 bilhões na corrente comercial com os chineses (US$ 44,3 bilhões em exportações, contra US$ 32,7 bilhões em importações), a principal economia lusófona – repetindo o cenário dos últimos 12 anos -, não foi capaz de fazer prosperar, significativamente, as vendas de produtos acabados de médio e alto valor agregado para a segunda economia mundial”. Vicentini ressalva que a exportação de commodities para o mercado chinês (realidade extensiva a estados africanos como Angola e Moçambique) não implica em erros econômicos ou geopolíticos. “Pelo contrário, os recursos advindos destas vendas – desde que bem aplicados em educação, infraestrutura, desenvolvimento tecnológico e ganhos de produtividade industrial e agropecuário -, podem ser decisivos para o desenvolvimento dos países fornecedores de matérias-primas da CPLP e para o futuro equilíbrio das relações de complementaridade econômica mantidos com a China". Vicentini, que mora em Angola desde 2009, onde se dedica aos estudos dos impactos da presença chinesa em solo africano, acrescenta que, em Angola e Moçambique, os chineses pros-

seguem elevando seus investimentos nas áreas de petróleo, gás, mineração, construção civil e cimenteiro. "Porém, podem (e devem) fazer muito mais em termos de investimentos nestes mercados nas próximas décadas", frisa. No entanto, o especialista ressalta que cabe aos membros africanos da CPLP - ainda importadores líquidos de alimentos -, criar as condições favoráveis necessárias (estabilidade política e econômica, bem como claros e sólidos mecanismos de garantia jurídica) para atração de respeitáveis investimentos ou ampliação da concessão de linhas de financiamento privilegiados voltados ao fomento de suas respectivas atividades agropecuárias e industriais, por exemplo. Já Portugal, que captou recentemente US$ 3,5 bilhões através da venda de 21,3% das ações da Energia de Portugal (EDP) para a Tree Gorges Corp, tem tudo para ampliar a atração de expressivos recursos chineses nas áreas de logística, produção de peças e veículos automotivos e na vitivinicultura, por exemplo. “Há oportunidades pontuais em nichos ainda não devidamente exploradas pelos membros da CPLP: pedras preciosas, bebidas finas, cosméticos, turismo e, até mesmo, mercado imobiliário (vendas diretas para pessoas físicas na China)”, conclui Vicentini. Consolidada como uma das principais provedoras de máquinas, equipamentos eletroeletrônicos e outros tipos de manufaturados para os países da CPLP, a China realiza crescentes investimentos nos mercados do Brasil e de Portugal, concentrando-se, basicamente, em transferências de controle acionário ou fusões empresarias – sempre capitaneadas por suas estatais. "No Brasil, sobretudo, também estão vinculadas ao acesso às matérias-primas e ao seu pujante mercado consumidor interno", avalia Vicentini. Para o especialista, "aos olhos de Pequim, a expansão de seus investimentos nos países da CPLP pode implicar, em longo prazo, na ampliação de mercados alternativos à sua poderosa indústria, enquanto tenta levar adiante a expansão de seu mercado interno e procura expandir desesperadamente o conteúdo tecnológico na sua produção de bens e serviços".


Conhecimento mútuo é a chave da aproximação

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levar o mútuo conhecimento científico, econômico e cultural parece ser a chave da aproximação entre a China e os países da CPLP. "A China, neste aspecto, leva grande vantagem sobre a maioria de seus parceiros", comenta Paulo Vicentini. Segundo ele, algumas de suas instituições universitárias vêm incentivando e patrocinando valiosos estudos acadêmicos (incluindo sociológicos) acerca do Brasil e da Angola. "O mesmo não se sucede, afora algumas iniciativas isoladas, com idêntico peso e frequência nos países da CPLP". O especialista acrescenta que, ao mesmo tempo, a exposição da China nos países lusófonos é muito maior do que a divulgação alcançada pelos países de língua portuguesa na sociedade chinesa. "A insegurança urbana no Brasil, Angola e Moçambique, por exemplo, aliada à falta de infraestrutura adequada, também pode ser apontada como corresponsável pela limitada exploração da indústria turística, assim como contribui para certo desprestígio econômico junto aos formadores de opinião chineses", argumenta. Em termos de política econômica, Vicentini destaca que a subvalorização artificial do Yuan prejudica vários setores (exportadores ou não) da economia brasileira e portuguesa. "Entretanto, não podemos desprezar fatores internos inerentes a esses dois países que contribuem para a baixa competitividade de seus produtos frente aos produtos chineses: excessiva carga fiscal, precária infraestrutura e falta de flexibilização para a contratação da mão-de-obra entre eles". Vicentini alerta que, tanto as salvaguardas comerciais quanto o protecionismo econômico, não parecem ser a melhor resposta para frear a entrada de produtos chineses. "O adequado – iniciativa que o governo brasileiro vem se mostrando incompetente para levar a cabo -, é rever a suas políticas educaci-

onais, tecnológicas, industriais e fiscais", defende. Roberto Marinho, por sua vez, acrescenta que, com relação a África, a China avança bem nos tratados comerciais, baseados em cooperação técnica e financeira. "Para o Brasil, creio que falta maior apetite internacional e maior vigor na busca destes tratados, tanto por parte da diplomacia como por parte dos empresários, no que diz respeito às cobranças e às cooperações empresariais como joint ventures. Na realidade o Brasil precisa se internacionalizar e isto fará toda diferença no relacionamento com a China", pontua. O secretário-executivo da CCE-CE, acrescenta que, para o incremento das trocas comerciais são necessários portos e aeroportos prontos para a demanda, com profundidade adequada aos novos navios, com áreas de armazenagem, equipamentos e estrutura para agilizar cargas e descargas. "Muito ainda há de ser feito, especialmente no Brasil, que também carece de infraestruturas como estradas, ferrovias e aeroportos".

Em recente trabalho desenvolvido pela Ceará Trade Brasil para a a Associação Brasileira do Sebrae Nacional (Abase), sobre Logística dos Portos e Aeroportos do Nordeste do Brasil para a Costa Oeste da África + Moçambique, foi possível evidenciar o estado dos portos e aeroportos brasileiros e africanos. "É notória a necessidade de intervenções urgentes nos equipamentos brasileiros e em vários dos africanos, dado que à época do estudo (2010), estes equipamentos estavam trabalhando no limite como o de Angola, por exemplo". De 2010 para cá, Roberto Marinho acrescenta que alguma coisa mudou. "E Cabo Verde é um exemplo, que está modernizando os dois principais portos como o da Praia e o Porto Grande do Mindelo. Angola também moderniza suas unidades portuárias e aeroportuárias, bem como Moçambique. Saliente-se que os aeroportos de Angola e Moçambique foram modernizados com recursos da China!". Abr-Mai-Jun 2012 39


economia | indústria

por Ionara Monteiro

NOVOS

HORIZONTES INDÚSTRIAS SE DESCENTRALIZAM DAS GRANDES CIDADES E APOSTAM EM MUNICÍPIOS DO INTERIOR, DESENHANDO UM NOVO MAPA GEOGRÁFICO DA ECONOMIA NO BRASIL E NO CEARÁ

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ma das tendências que vem se acentuando no Brasil nos últimos anos é redistribuição produtiva, revelando outras nuances do país, que vão das cidades do interior para os grandes centros, com valorização das potencialidades econômicas de cada região. No Ceará não tem sido diferente, cada vez mais as cidades do interior crescem e mostram o seu potencial. Em função disso, a Câmara Brasil Portugal (CBP-CE) tem incentivado os empreendedores a apostarem nas cidades do interior . O objetivo é pulverizar os investimentos no Estado como um todo. O foco da CBP-CE é apresentar para potenciais investidores cidades como Juazeiro do Norte, Sobral, Tauá, Caucaia e Maracanaú, por serem receptivas a esse tipo de investimento. O último evento realizado pela Câmara foi um almoço na Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), com o intuito de mostrar as potencialidades de Iguatu. O próximo acontecerá em agosto, apresentando São Gonçalo do Amarante. Com relação a essa interiorização dos investimentos, ela ainda acontece de

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forma gradual. De acordo com a professora doutora em Economia da Universidade Federal do Ceará Inez Batista Castro, “o Ceará ainda apresenta as atividades econômicas concentradas espacialmente. Apenas para ilustrar esta concentração, o Instituto de Pesquisa e Estratégica Econômica do Ceará (IPECE) estimou o PIB cearense em cerca de R$ 60.100.000,00 em 2008 (os dados dos PIBs estaduais mais recentes são de 2008). Deste total, aproximadamente 61% é gerado em apenas cinco municípios: 47% em Fortaleza, 5% em Maracanaú, 3,3% em Juazeiro do Norte, 3,3% em Caucaia e 2,8% em Sobral”. Hoje, São Gonçalo do Amarante também é um dos locais mais procurados para investimento. Trata-se de município com mais de 87 mil habitantes, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, distante 55 km da capital, cuja principal atração econômica é o Complexo Portuário do Pecém, que possui posição geográfica privilegiada, com o menor tempo de distância entre o Brasil, os Estados Unidos e a Europa, média de 7 dias para chegar ao destino. O Porto tem atraído outros investi-

mentos como a siderúrgica no Ceará, que durante todo o período de sua construção, irá gerar 23 mil vagas de empregos diretos e indiretos no Estado. A previsão da Secretaria de Infraestrutura do Estado é de que São Gonçalo do Amarante deverá chegar ao ano de 2015 com quase 30 mil novos postos de trabalho. Tal crescimento é impulsionado pela ampliação do complexo portuário do Pecém. De acordo com informações do Governo do Estado, em 2011, o Porto teve elevação positiva de 5% na movimentação de cargas e de 17% no faturamento da Cearáportos, empresa que administra o Terminal Portuário Pecém, com 502 navios operando de janeiro a dezembro, transportando um total de 3,1 milhões de toneladas de mercadorias, entre exportações e importações. Outro número que confirma o crescimento do Complexo Industrial do Porto do Pecém (CIPP), que compreende o Pecém, São Gonçalo do Amarante e Caucaia, são os dados do Instituto de Pesquisa do Ceará


Em São Gonçalo do Amarante a principal atração econômica é o Complexo Portuário do Pecém, que possui posição geográfica privilegiada, com o menor tempo de distância entre o Brasil, os EUA e a Europa

(IPECE), que mostram que de 2000 para 2009 o número de indústrias saltou de 581 para 1.076. O IPECE atesta ainda que somente em São Gonçalo do Amarante o número de empregos formais aumentou de 622 em 2007, para 1.056 em 2010. “No tocante especificamente a São Gonçalodo Amarante, o município apresentava (em 2008) o quarto maior PIB per capita do Estado (R$ 14.440), sendo esta cifra fortemente influenciada pelo Complexo Portuário do Pecém”, pontua Inez Castro. De acordo com o secretário de infraestrutura do Estado, Adail Fontenele, vários projetos estruturantes serão garantidos para que esse desenvolvimento da região de São Gonçalo do Amarante continue em ascensão. “Duplicaremos a CE-155, que garantirá mais qualidade no aporte de veículos pesados. Pretendemos também construir uma linha de trem para transportar passageiros do Porto do Pecém para Fortaleza”, explica. Esses projetos, quando concluídos, tornarão o município ainda mais atraente para investimentos.

E outros impactos vão surgindo com a “revolução industrial” em São Gonçalo do Amarante. Um Grupo de Pesquisa Trabalho, Cidadania e Democracia, pertencente ao Núcleo de Pesquisa Social da UECE, que é vinculada ao programa de Mestrado Acadêmico em Políticas Públicas e Sociedade, vem acompanhando o processo de industrialização do Ceará, especificamente do município de São Gonçalo do Amarante, e, de acordo com o resultado do trabalho apresentado: “Após a instalação do Porto do Pecém, houve um crescimento econômico em grandes proporções, mas ainda precisa acontecer uma melhor distribuição de renda”. Inez Castro afirma ainda que um investimento como o Complexo Portuário do Pecém gera uma série de demandas como: Demanda industrial direta (insumos, máquinas e equipamentos) e indireta (gerada por quem fornece bens e serviços ao CIPP); investimentos em agricultura e pecuária nas áreas de influência direta e indireta; ampliação do serviço de transportes

terrestres e marítimos; demanda de serviços de controle e fiscalização como vigilância sanitária, alfândega, segurança do complexo industrial e do porto; incentivo para ampliação de serviços de apoio como, por exemplo: restaurantes para os trabalhadores, bancos, oficinas de reparo no complexo industrial, treinamento para a mão-de-obra; melhorias no sistema de informação (como internet e telecomunicações); aprimoramento nos serviços de energia, água, saneamento e coleta de lixo. A economista lembra também que outras obras como a Rodovia Transnordestina que se estenderá por um trecho de 1.728 km atingindo os Portos de Pecém (Ceará) e de Suape (Pernambuco) acabam por gerar outras demandas de insumos, mão de obra e infraestrutura. “Vejo como algo muito benéfico essa descentralização das atividades econômicas para o interior do Estado. Esses investimentos proporcionam oportunidades para outras pessoas, outras regiões e valoriza outras culturas”, avalia a professora Inez Castro. Abr-Mai-Jun 2012 41


página econômica | crédito

por Enrique Asenjo, presidente da Cescebrasil, empresa especializada em seguro garantia e seguros de crédito à exportação e interno

Seguro de crédito cresce no Brasil como forma de gestão integral de riscos para empresas

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istoricamente pouco procurado no Brasil, o seguro de crédito, que garante o pagamento ao fornecedor em caso de inadimplência do comprador, está tendo uma maior demanda devido à crise financeira internacional, servindo ainda como forma de gestão integral de riscos para as empresas. A principal crise no momento é a gerada pela instabilidade econômica na Zona do Euro, com a Grécia em situação grave. Mas mesmo no Brasil se percebe um aumento de inadimplências - segundo a Serasa Experian, detentor do mais extenso banco de dados da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos econômicos, a inadimplência de pessoa física cresceu 6,2% em maio em relação a abril. Dentro desses números houve um crescimento de 9% das dívidas não-bancárias (como as relacionadas a serviços, telefonia, financeiras etc.) e de 3,1% das dívidas junto aos bancos. Segundo a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados), órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro, o mercado de seguro de crédito em 2011 foi de R$ 133 milhões (doméstico) e R$ 10,4 milhões (externo). Na região Nordeste, percebe-se um busca maior por seguro de crédito devido a um crescimento econômico

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regional de 37,1% entre 2003 e 2010, desempenho superior à média nacional (32,2%), segundo dados do Banco Central do Brasil. Para este ano, projeções do Banco do Nordeste apontam um avanço de 5,4% do PIB (Produto Interno Bruto) da região, ante um crescimento nacional previsto de 4%. Entre as oportunidades identificadas no Ceará, por exemplo, destacam-se os investimentos para setores estratégicos como infraestrutura, mobilidade urbana e energia limpa, que têm atraído empresas brasileiras e multinacionais para o estado. A CESCEBRASIL, especializada em seguro garantia e seguros de crédito à exportação e interno, com mais de 40 anos de experiência na Europa e há 16 anos no Brasil, inaugurou um escritório em Fortaleza no fim do ano passado para suprir essa demanda. O seguro de crédito funciona através da análise da carteira do cliente interessado no produto, levando em consideração o crédito individual – há monitoramento do crédito no período de vigência da apólice, que é flexível. A cobertura pode ser aplicada a inadimplências decorrentes de riscos comerciais, no seguro de crédito interno, ou comerciais e políticos, no seguro de crédito à exportação. É uma excelente ferramenta para a gestão integral de riscos, que em curto prazo, além da vantagem da trans-


ferência do risco, reduz os valores da inadimplência dos compradores, uma vez que a seguradora aplica todo o conhecimento externo e ainda informação gerada internamente com as apólices para determinar um limite de risco a cada comprador. Por esses motivos é que os piores pagadores se concentram mais como clientes das empresas que não têm seguro. As empresas podem adquirir o produto com coberturas abrangentes e preços acessíveis fazendo a contabilidade entre o custo total da gestão do risco e a margem resultante do aumento das suas vendas. Na Cescebrasil são desenvolvidos mecanismos potentes de classificação e gestão do risco que permite oferecer aos clientes de seguro de crédito grande estabilidade na proteção das suas vendas a crédito mesmo em períodos de crise, prevenindo perdas. O objetivo é que o seguro de crédito possa manter sua oferta de proteção durante o período de crise sem necessidade de diminuir a cobertura de forma quase

total nos momentos em que as empresas mais necessitam. Outros fatores colaboraram para o aumento das aquisições de seguro de crédito no Brasil, como garantia das vendas a crédito de bens ou prestação de serviços assumindo os riscos comerciais de curto e longo prazo. Além do seguro também permitir captação de novos clientes e mercados; aumento da solvência da empresa com a cobertura de contas a receber (geralmente a única parte do ativo não coberta); formação de carteira de clientes mediante a análise da solvência de cada um deles e melhor negociação de taxas em desconto de recebíveis. E o seguro de crédito é mais barato, flexível e global (a contratação não é por evento) e menos burocrático do que outras opções de proteção a atrasos no pagamento e calotes. Como a carta de crédito, altamente popular no país, mas que devido a sua própria dinâmica pode não cobrir de fato casos de inadimplência em algumas situações.

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cultura | festas

por Jacylete Abreu

A FESTA DOS

SANTOS POPULARES OS PORTUGUESES TROUXERAM NA BAGAGEM AS TRADIÇÕES DE SUAS FESTAS QUE DERAM ORIGEM ÀS COMEMORAÇÕES JUNINAS NO BRASIL

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s brasileiros comemoram as festas juninas graças aos jesuítas portugueses. Com a chegada da família real ao Brasil, em 1808, essas festas ganharam ainda maior vulto. A corte de Dom João VI trouxe na bagagem tradições da Festa dos Santos Populares, como lá são conhecidas as festas juninas do Brasil. Ao longo do tempo, poucos aspectos culturais foram preservados e quem visita as terras lusitanas em junho é capaz de duvidar que os festejos sejam os mesmo que deram origem às comemorações promovidas no Brasil. Mas nem por isso a Festa dos Santos Populares são menos atrativas e envolventes do que os arraiais brasileiros.

“Achei diferente a forma como a festa em Lisboa se apropria dos espaços públicos, é algo que envolve mesmo toda a cidade, todos estão juntos, reunidos, sem diferenças. Os lisboetas, que são quase sempre fechados e distantes, parecem nessa ocasião estar mais abertos e disponíveis para interagir com o outro. No Brasil, apesar de a festa ajudar a integrar as pessoas, ela tende a acontecer em grupos separados, em eventos separados, num espaço separado pra isso. Em Lisboa é como se fosse uma festa só e tudo acontece na rua. Acho que nesse sentido, a festa em Portugal é mais democrática”, declara Camila Matos, 24 anos, universitária cearense que morou um ano em Lisboa, durante um intercâmbio entre a UFC e a UTL, pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC. “Outra diferença”,continua Camila “é que em Lisboa, as festas juninas parecem ter uma ligação mais forte com as tradições religiosas. No Brasil, isso parece ter se perdido mais. Em Lisboa é mais forte a relação da festa com a imagem dos santos populares. No Brasil, mal se fala em São João, Santo Antônio, São Pedro”, complementou a universitária que aproveitou a ocasião para fazer um vídeo https://vimeo.com/25055051 registrando o clima da festa em Lisboa. A tradição começou na Europa, no século VI, quando o Vaticano transformou o Segundo a estudante Camila Matos, que morou um ano em Lisboa, as festas juninas em Portugal parecem ter uma ligação mais forte com as tradições religiosas

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dia 24 de junho numa comemoração cristã, festejando o nascimento de João, que batizou Cristo. Bem mais para frente, no século XIII, os portugueses acrescentaram duas datas: o nascimento de Santo Antonio de Lisboa, dia 13, e o dia da morte de São Pedro, 29. As festas juninas nasceram da fé católica. Eram celebradas durante o solstício de verão, ou seja, em junho, no Hemisfério Norte. Em Lisboa, o foco central são os festejos de Santo Antônio, embora o padroeiro da capital seja, na verdade, São Vicente. Em Portugal, Santo Antônio goza de muito prestígio e para os lisboetas, ele não é exclusivamente o santo casamenteiro. Para usar um termo atual, em terras lusitanas, Santo Antônio é santo multitarefas, e habitualmente recorre-se a ele para tudo. A tradição de comemorar o dia de São João, em Portugal, é mais evidente no Porto, em Braga e em Almada. E o dia de São Pedro, no Seixal. Procedente de Portugal, mas logo inserido aos costumes das populações indígenas e africanas, no Brasil, os festejos juninos são caracterizados por danças, bandeirinhas, fogueiras, quadrilhas, forrós, leilões, bingos, casamentos caipiras e comidas típicas, além das peculiaridades de cada região. A canjica e a pamonha são comidas tradicionais da festa, devido a época ser propícia para a colheita do milho. O lugar onde ocorrem as festas de junho é chamado de arraial, um espaço ao ar livre cercado ou não, e onde há barracas ou um galpão adaptado para a festa. O festejo se inicia no dia 12 de Junho, véspera do dia de Santo Antônio e se encerra no dia 29, dia de São Pedro. O ponto mais elevado da festa ocorre entre os dias

23 e 24, o dia de São João. Geograficamente, no Brasil a festa de São João tem maior destaque na região Nordeste. Em Campina Grande, na Paraíba, por exemplo, a festa junina já virou um megaevento e atrai milhares de pessoas de todos os cantos do país e até de além-mares. Já em Portugal, os festejos juninos acontecem no verão e é comum as pessoas se vestirem de forma especial para dançar as tradicionais marchinhas populares, que remetem às festas dos aldeões portugueses e suas celebrações da Primavera. Estas músicas resgatam, de certa forma, os traços rurais tão esquecidos pelos moradores das cidades. Aos poucos, entretanto, as marchas portuguesas torAbr-Mai-Jun 2012 45


As festas juninas nasceram da fé católica. Elas eram celebradas durante o solstício de verão, ou seja, em junho, no Hemisfério Norte. Durante os festejos, as ruas das cidades portugueses ficam coloridas com a decoração

A sardinha é o prato tradicional e um símbolo da festa, que inspirou o concurso “Desenha Tua Sardinha”

naram-se mais modernas, dizem inclusive que receberam influências do Carnaval carioca. As competições interbairros tornaram-se tão disputadas quanto as que se realizam no Rio de Janeiro entre as escolas de samba. Graças a essa popularidade, a festa junina lusitana é considerada uma das melhores celebrações dos países europeus. “O próprio governo municipal, assim como no Brasil, incentiva esta manifestação cultural. Alguns bairros mais tradicionais de Lisboa ficam cheios (muito cheios mesmo) de gente pelas ruas, como é o caso dos bairros de Alfama e Santos. A festa em Alfama é a mais conhecida. As ruas estreitas ficam repletas de barraquinhas onde se vendem as comidas típicas: sardinhas na brasa, pão com chouriço, vinho e broa. Em alguns pontos há palcos com

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música típica. Os próprios estabelecimentos comerciais, restaurantes da região, contratam também músicos para divertirem seus fregueses. As pessoas andam pelas ruas de banca em banca, provando das sardinhas e encontrando os amigos. Todos se desejam ‘bons santos’!”, relembra Cibele Bonfim, outra universitária cearense, de 23 anos que também participou do programa de intercâmbio acadêmico na Universidade Técnica de Lisboa, cidade onde residiu de setembro de 2010 a julho de 2011. Dentre as particularidades das festas juninas dos patrícios, destacam-se as sardinhas. Nada de canjica, paçoca, milho verde, pé-de-moleque, quentão ou aluá. A bola da vez é a sardinha! Em tempos de São João, Santo Antônio e São Pedro, a tradição em Portugal é reunir a família, os amigos e assar sardinha. O aroma da iguaria assada toma conta das casas, das calçadas, das ruas, das praças. Sardinha assada para todos e em todo lugar! “Um símbolo da festa, em Portugal, que inspirou o concurso ‘Desenha Tua Sardinha’. “Em Lisboa, a prefeitura estampa os ‘autocarros’ e ‘electricos’ com imagens gigantes de sardinhas que são selecionadas através deste concurso aberto para a população participar. Um elemento visual muito forte e é tratado com muita criatividade e bom humor”, revelou Cibele Bonfim, autora das fotos que ilustram essa matéria. Além da sardinha, os famosos vasinhos de manjericão estabelecem um intercâmbio entre os apaixonados, como o correio elegante brasileiro. Os casais permutam vasos de manjericão que transportam em seu interior mensagens em verso e declarações de amor.


informe publicitário

Patrocinadores apostam no golfe no Ceará Várias competições foram realizadas graças ao apoio de empresas e instituições que acreditam no crescimento do esporte no Estado

O

primeiro campo de golfe do Ceará foi inaugurado em outubro de 2008 e, apesar de ainda não ser um esporte comum no Estado, a prática está em crescimento. Semanalmente, cerca de 80 jogadores ocupam o campo e, além dos alunos matriculados, o Golfe Club House do Aquiraz Riviera possui cerca de 70 sócios permanentes. Quando estiver totalmente concluído, o campo ocupará 90 hectares num total de 18 buracos de 72 tacadas com 7.322 jardas, tornando-se um dos maiores do Nordeste. Em 2012, o campo já recebeu importantes competições a nível interestadual como a 3 ° Copa Manuel Dias Branco e o 2º Open de Golfe – Embrase TAM Viagens além de diversos torneios internos entre sócios como as etapas da Copa Aquiraz Riviera e Torneio Match Play que são competições realizadas até o final de 2012. Torneios para crianças também são atrativos para o futuro do esporte e acontecem ao decorrer do ano. Ainda este ano serão realizados o 2º Interclubes no mês de agosto e o Torneio Brasileiro de Duplas no mês de outubro, grandes competições e que trazem golfistas do nível nacional e internacional para o primeiro campo de golfe do Estado. Só para este ano, ainda estão previstas mais de 20 competições no Clube de Golfe do Aquiraz Riviera. O crescimento do esporte no Ceará, com a realização de vários eventos, é fruto das parcerias de empresas que acreditam no desenvolvimento da prática no Ceará. Podemos citar alguns patrocinadores: a Salco Logistics - empresa especializada em logística interna-

cional e consultoria em comércio exterior; a TAM Viagens, empresa do ramo turístico; o Grupo M. Dias Branco, indústria de comércio e alimentos; a Braslimp, gerenciamento de resíduos; a Itograss, fornecedora de grama; a Ceará Segurança, segurança patrimonial; a Mini Kalzone, fast food; o Bicbanco, banco privado; as construtoras Mota Machado e a Manhattan; a Home Construtora, construtora de casas; o Galpão D, decoração ambientes, entre outros. Estes parceiros apostam no retorno da divulgação da marca para o público frequentador deste esporte tão envolvente e requintado. As empresas patrocinadoras do golfe divulgam a sua marca para o público de interesse de maneira eficiente e direta, gerando oportunidade de negócios, transmitindo valores corporativos de sua empresa para os seus clientes, seus parceiros e seus colaboradores. O Aquiraz Riviera possui um departamento específico para contato de interesses de patrocínio para próximos eventos de golfe.

O primeiro campo de golfe do Ceará foi inaugurado em outubro de 2008 e quando estiver totalmente concluído, ocupará 90 hectares, com 18 buracos de 72 tacadas com 7.322 jardas, sendo um dos maiores do Nordeste

SERVIÇO: Quer ver sua empresa nesta jogada certeira? Contato: comercial@aquiraz.com ou fone +55 85 3224 4164

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gastronomia | hotelaria

por Virgílio Nogueiro Gomes

COMIDA A

pesar de ser menos utilizada, continua a ser usada a expressão “comida de hotel” com sentido depreciativo para a comida. Por quê? Já estamos muito distantes dos relatos que vou citar. E foi em junho de 1484 que Nicolaus Von Popplau, um nobre da Europa Central, partiu de Viena para uma viagem a Portugal. Em seus relatos, conta como viajou de Valença até Ponte de Lima, passando depois por Barcelos até chegar ao Porto sempre por via terrestre. Do Porto a Lisboa viajou de barco e depois deslocou-se até Setúbal, onde se encontrava o Rei D. João II, e com o qual pensava ter um encontro. A estratégia para esses seus intentos foi enviar um dos seus servidores, que falava espanhol, para falar com o

de hotel cozinheiro do Rei, que seria flamenco. Podemos deduzir que haveria uma proximidade do cozinheiro ao seu Rei motivada, possivelmente, pelos prazeres da mesa. Mas o nosso visitante gostaria de incumbir ao cozinheiro a tarefa de lhe encontrar alojamento, tarefa difícil, naquele lugar, e em pleno verão. Conta nas suas crônicas que o alojaram num estabelecimento que ele registra como “Stallasum”, mas em minha opinião seria uma estalagem da época, pois não havia hotéis, e ainda por cima teria que cada um confeccionar as suas refeições, sempre com acidentes e incidentes complicados para quem não fala a língua. Lá lhe mandou o cozinheiro mensagem que o Rei o “recebia depois de comer”. Estas citações são um pretexto para mostrar como a comida era um Hoje existem hotéis do mundo todo que são verdadeiros emblemas da alta gastronomia

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marco do cotidiano. O Rei parece ter feito justiça e mandou gente do palácio acompanhá-lo ao albergue e mandou para a prisão a dona do albergue e o seu pessoal “mesonero” (que assiste às mesas). Quanto à alimentação centrase sobre a alimentação real e faz supor que, para sua sorte, para comer nos albergues, é salvo por seus serviçais que o acompanham nas viagens. Mais tarde, em 1786, J. B. F. Carrère escreve curiosamente sobre as hospedarias e comida em Lisboa. Transcrevo diretamente a tradução de Castelo Branco Chaves: “…paredes negras, mesas ensebadas, cadeiras desengonçadas, uma cama nojenta, são os objetos que se lhe oferecem. Se sai deste antro, topa uma cozinha suja, vasilhas porcas, trem de cozinha mal cuidado, quatro caçarolas ao lume e um cozinheiro repelente. Chega a hora da refeição: uma toalha com oito dias de serviço, um garfo de ferro ferrugento e gorduroso, pratos rachados ou esbeiçados, sopa aguada, guisado a tresandar a fumo, com molho só temperado com sal, um assado duro, seco, queimado, vão sendo postos na mesa, que está tão suja como o chão em que assenta.” E conti-


nua escrevendo que “em Lisboa há muitas hospedarias, mas nenhuma é boa. Numas, as refeições são em mesa redonda, a preço fixo; noutras, comese o que se pedir, pagando-se consoante os pratos escolhidos… as comidas são grosseiras, muito ordinárias, raramente bem temperadas.” Ora nesta descrição encontramos uma expressão que, possivelmente, deu origem à expressão “comida de hotel”: mesa redonda. Mas não é ainda a qualificação destas hospedarias que lhe atribuem àquela expressão o sentido negativo de qualificação. Teremos que esperar, para o brilho das refeições em hotel, por 1864, quando João da Mata se estabelece com o seu primeiro hotel, na rua Garrett, depois de ter tido a glória com os anteriores restaurantes. Com João da Mata tivemos seguramente os primeiros restaurantes de excelência em hotéis, e ainda não foram estes hotéis que de-

ram origem à imagem negativa do conceito de “comida de hotel”. Nos finais do século XIX surgem os grandes hotéis de luxo, os palaces ou palácios, cujos exemplares de maior conforto e eficiência de serviço se encontravam na Suíça, Áustria e Alemanha. Depois da primeira guerra mundial, começa a crescer o hábito de viajar e incrementa-se a instalação de hotéis. Em simultâneo desenvolvem-se os hotéis de praia, com épocas especiais de frequência. Para dinamizar o consumo interno nos hotéis surge o conceito de meia-pensão e pensão-completa. Estas refeições afastam-se do serviço à carta, confeccionadas em grande quantidade. Possivelmente foram estas refeições que criaram a expressão “comida de hotel” e não expressa, de fato, a imagem dos hotéis nos finais do século XX. Hoje em dia temos hotéis do mundo todo que são verdadeiros emblemas da alta gastronomia.

Restaurantes de hotéis em Fortaleza No Brasil, de Norte a Sul, é possível degustar pratos exclusivos produzidos por grandes chefs, nacionais e internacionais. Confira alguns restaurantes de hotéis em Fortaleza: Hotel Dom Pedro Laguna Praia de Marambaia, Aquiraz-CE Fone: +55 85 3388 3000 Hotel Luzeiros Av. Beira-Mar, 2600 - Meireles Fortaleza-CE - Fone: +55 85 4006 8585 Hotel Oásis Atlântico Av. Beira Mar, 2500 - Meireles Fortaleza-CE - Fone: +55 85 4009 2800 Hotel Vila Galé Av. Dioguinho, 4189 - Praia do Futuro Fortaleza-CE - Fone: +55 85 3486 4400 Abr-Mai-Jun 2012 49


cultura | literatura

por Kellyane Pinheiro

As regrinhas do novo Acordo Ortográfico A língua escrita é viva. As palavras que escrevemos juntando-as umas com as outras para formar sentimentos, ideias e mensagens, modificam-se com a habilidade de manuseio do povo que a usa. A língua portuguesa que é tão falada e pouco ouvida está em vias de oficializar mais um acordo ortográfico entre seus povos que a escrevem (já que falar, falamos como queremos, ora pois!). É neste sentido de sabermos todas as regrinhas do novo acordo ortográfico, que o Armazém da Cultura disponibiliza no comércio o livro 'Acordo Ortográfico - vocabulário das palavras modificadas'. O exemplar contém uma relação em ordem alfabética das palavras que sofreram alguma alteração na

língua portuguesa, a partir do Acordo assinado por oito países, em 2009, visando à sonhada unificação da língua. De autoria de frei Hermínio Bezerra de Oliveira e de Zacharias Bezerra de Oliveira, o livro mostra as dificuldades e pontos obscuros do Acordo que entrará em vigor, definitivamente no Brasil, em 2013, como também palavras e expressões que não foram contempladas no Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa. SERVIÇO: Acordo Ortográfico vocabulário das palavras modificadas Autor: Frei Hermínio Bezerra de Oliveira e Zacharias Bezerra de Oliveira Editora: Armazém da Cultura Ano da edição: 2012 308 Páginas

Por uma “Ilíada” para todos Em sua sexta obra literária Ednilo Soárez, propõe em "Desvendando a Ilíada" uma maior aproximação entre o leitor mais receoso e a grandiloquente epopéia grega, considerada a "obra fundadora" da literatura ocidental e um dos livros mais importantes do mundo, junto com Odisséia, ambos atribuídos a Homero. A ideia do livro é fazer com que a "Ilíada" - poema épico grego que narra os acontecimentos durante a Guerra de Troia - não permaneça como um tema restrito a especialistas e seja alcançado por jovens e 50 Brasil-Portugal no Ceará

interessados em geral por grandes viagens. Para tanto, em "Desvendando a Ilíada", o autor escreveu em prosa a ação dos heróis, conservando a poesia original para que os leitores pudessem penetrar no mundo grego. Como, além de escritor, é também educador, Ednilo Soárez propõe uma leitura simples e didática. SERVIÇO: Desvendando a Ilíada Autor: Ednilo Soárez Editora: Expressão Gráfica Ano da edição: 2012 312 páginas Valor sugerido: R$ 30


Retratos de Iguatu Em “O Conciso Inventário do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Iguatu”, primeiro álbum fotográfico da cidade Iguatu, localizada no Interior do Ceará, é possível fazer uma viagem pelo local por meio de fotos raras e históricas selecionadas pela fotógrafa e historiadora Gardevânia Farias. A obra está dividida em três partes, evidenciando a importância de prédios, casas e casarões, que trazem uma expressiva parte da memória histórica iguatuense. Guardiã de um imenso acervo iconográfico da cidade de Iguatu, iniciado desde 1993, o livro é apenas um ponto de par-

tida para nortear outros estudos e pesquisas, além de ser uma oportunidade ímpar de rever, em fotos raras, toda uma arquitetura de outrora da cidade de Iguatu. SERVIÇO: O Conciso Inventário do Patrimônio Histórico e Arquitetônico de Iguatu Autor: Gardevânia Farias

Getúlio Vargas por Lira Neto Na obra “Getúlio – Dos Anos de Formação à Conquista do Poder (1882-1930)”, Lira Neto procura reconstituir a trajetória pessoal e política de Getúlio Dornelles Vargas. Para o autor, Getúlio foi um homem dos extremos e, para o bem ou para o mal, coube a ele ser o divisor de águas do país: abriu as portas para um Brasil moderno, mas também impôs a terrível ditadura militar. Lira Neto se debruça sobre documentos para ajudar a decifrar a 'esfinge Getúlio' e mostrar como foi possível que convives-

sem no mesmo indivíduo o revolucionário, o ditador, o reformador social e o demagogo. A obra é baseada em cartas pessoais e memorandos oficiais, diários íntimos, autos judiciais, boletins de ocorrência, notícias de jornal, anúncios de publicidade, charges, hinos, marchinhas, livros de memórias, entrevistas, depoimento, entre outros. SERVIÇO: Getúlio – Dos Anos de Formação à Conquista do Poder (1882-1930) Editor: Companhia das Letras Autor: Lira Neto

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agenda | Câmara

Agosto

Setembro

Outubro

De 9 a 13 4ª Fima - Feira Internacional de Minas de Angola (Luanda-Angola)

De 3 a 7 XXXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Intercom 2012 (Fortaleza-CE)

De 8 a 21 Missão Empresarial a China (Centro Internacional de Negócios-CIN)

Dia 9 Encomex - Encontro de Comércio Exterior (Vitória-ES) Dia 10 Canal Aberto: Cabo Verde como Hub para África (Evento CBP-CE) Dias 15 e 16 II Jornada Tecnológica Rede Petro/ CE (Sebrae-CE) Dia 27 Facim - Feira Internacional de Maputo - Moçambique (MaputoMoçambique) De 29 a 31 Cearafest-Pão 2012 (Fortaleza-CE) De 29 a 31 Brazil WindPower 2012 (Rio de Janeiro-RJ) De 29 a 31 Congresso Brasileiro de Energias Renováveis (São Luís-MA) 52 Brasil-Portugal no Ceará

De 4 a 6 Frutal 2012 (Fortaleza-CE)

De 9 a 14 Lisboa Design Show (Lisboa-Portugal)

Dia 7 Dia da Independência do Brasil

De 9 a 14 SIL Salão Imobiliário de Portugal 2012 (Lisboa-Portugal)

De 7 a 10 Comemorações do Ano de Portugal no Brasil e do Brasil em Portugal

De 10 a 12 RECICLA NORDESTE – Feira de Reciclagem do Nordeste (Fortaleza-CE)

De 20/set a 30/out Casa Cor Ceará 2012 (Fortaleza-CE)

De 11 a 15 BITUR ANGOLA – Bolsa Internacional de Turismo de Angola (Luanda-Angola)

De 24 a 27 Feira do Empreendedor - CE (Fortaleza-CE)

Dia 23 Empreender 2012 (Fortaleza-CE)

Dias 27 e 28 ENAEX – Encontro Nacional de Comércio Exterior (Rio de Janeiro-RJ)

De 23 a 25 Einne - XVI Encontro Internacional de Negócios do Nordeste (Salvador-BA)

Dias 28 e 29 I Congresso Brasileiro das Comissões de Direito Marítimo, Portuário e Aduaneiro da OAB (Itajaí-SC)

De 25 a 28 Projekta Angola (By Constroi) (Angola) Mais informações e atualizações no site www.brasilportugal.org.br/ce


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SÓCIOS EM DESTAQUE

XACT TECNOLOGIA

guia de sócios

| cbp-ce

ADVOCACIA • Albano Rocha • Albuquerque Pinto Advogados • Aloísio Pereira Neto Advocacia • Cid Marconi Advocacia S/C • Colares Advocacia - Assessoria e Consultoria Especializada • Helder Nascimento Advogados • José Airton Batista Lima • Marinho e Associados • Marcos Vinícius Cavalcanti Soares • MZG Advogados • Oliveira Freitas Advogados • Rebouças Porto & Praça Advogados Associados • Tarcísio Rebouças Porto Júnior • Trigueiro Fontes Advogados AGÊNCIA DE VIAGENS • Casablanca Turismo • Catavento Viagens e Turismo • Discovery Tour • Naja Turismo Ltda AGÊNCIA DE PUBLICIDADE • Caramelo Comunicação AGENTES DE INVESTIMENTOS • Agesco Brasil Participações Ltda. • Aquiraz Investimentos Turísticos S.A. • Marbello Prasa Empreendimentos Turísticos S.A. AGRONEGÓCIOS • Terra Quente Agropecuária Ltda. ALIMENTOS • Domaine Montes Claros Importadora Ltda. • M. Dias Branco Industria e Comércio de Alimentos Ltda. ARQUITETURA • Nasser Hissa Arquitetos Associados ASSESSORIA DE IMPRENSA E COMUNICAÇÃO • AD2M Engenharia de Comunicação • Caramelo Comunicação • Via Press Comunicação AUDITORIA CONTÁBIL • Deloitte Touche Tohmatsu • KPMG Auditores Independentes • Marpe Contadores Associados • M&M Assessoria Contábil CASA DE CÂMBIO • Fitta Câmbio CHEFE DE COZINHA • Boy Bakker (Culinária Francesa)

INTERGLOBAL

• Trade Way COMUNICAÇÃO E IMPRESSÃO DE JORNAIS • Empresa Jornalística O Povo CONSULTORIA E ASSESSORIA • Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. • CPLP - Consultoria • Elevus People & Business Results • IBI Engenharia e Consultoria S/S • Interglobal Negócios Imobiliários Ltda. • Luis Henrique Mascarenhas Correia Silva • M&M Assessoria Contabil • Marcos Vinícius Cavalcanti Soares • OSS Consulting • RV Consultoria Desenvolvimento de Negócios Ltda • Singular Consultoria Empresarial Ltda. CONSULTORIA/ASSESSORIA DE MEIO AMBIENTE • Ampla engenharia Ltda. • Braselco -Serviços Comércio de Equipamentos e Participações Ltda. • Geoconsult - Consultoria, Geologia e Meio Ambiente Ltda. • Terra Quente Agropecuária Ltda. CONTABILIDADE • Climene Porto Soluções em Contabilidade e Negócios • M&M Assessoria Contabil • Marpe Contadores Associados • OSS Consulting DESPACHO ADUANEIRO • LGA Gerenciamento de Negócios EDUCAÇÃO • IPCP - Instituto para Capacitação Profissional ENGENHARIA • Ampla engenharia Ltda. • Braselco -Serviços Comércio de Equipamentos e Participações Ltda. • Cáfe Incorporações Ltda. • Caravela Construções e Empreendimentos Imobiliários Ltda. • Concremat Engenharia e Tecnologia S.A. • CONFAHT - Construtora Holanda Ltda. • Fibra Engenharia • IBI Engenharia e Consultoria S/S-Infante Santo Empreendimentos Imobiliários Ltda. • Socorpena Contruções • Time Incorporações e Gestão Ltda.

COMÉRCIO DE MEDICAMENTOS • Panorama Comércio de Produtos Médicos e Farmacêuticos Ltda. • Pharma Scalabis Ltda.

EVENTOS • Brilhante Eventos (Montagem de Eventos) • Pirata Bar Turismo Promoções • Prática Eventos • Stylo Serviços Temporários Ltda. • Via Press Comunicação

COMÉRCIO EXTERIOR • Ceará Trade Brasil • Henrique Diamantino Freire Gonçalves • LGA Gerenciamento de Negócios • Pharma Scalabis Ltda. • Silvana Maria Marques Vidal

GERAÇÃO DE ENERGIA • Armando Leite Mendes de Abreu • Braselco -Serviços Comércio de Equipamentos e Participações Ltda. • EDP - Energias do Brasil • MARTIFER Group

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GRÁFICAS • Gráfica Editora R. Esteves Tiprogresso Ltda. HOTELARIA • Aquiraz Investimentos Turísticos S.A. • Dom Pedro Brasil Emprendimentos Turísticos Ltda. • Hotel Luzeiros • Hotel Oásis Atlântico • José Augusto Pinto Wahnon • Marbello Prasa Empreendimentos Turísticos S.A. • Pedro Bernardo Gomes da Conceição • Pedro Manuel Oliveira Netto Brandão • Vila Galé Cintra - Brasil Ltda. IMÓVEIS • A Predial Administradora Cearense de Bens e Imóveis Ltda. • Agesco Brasil Participações Ltda. • Alessandro Belchior Administração de Imóveis Ltda. • Aquiraz Investimentos Turísticos S.A. • Carlos Manuel de Sousa Campos • Dom Pedro Brasil Emprendimentos Turísticos Ltda. • Huga Mendes Oliveira • Humberto Ary Romcy Sanford Lima • In's Brasil (Christie's Great Estates ) • Infante Santo Empreendimentos Imobiliários Ltda. • Interglobal Negócios Imobiliários Ltda. • LusoInvest - Investimentos Imobiliários Ltda. • Marbello Prasa Empreendimentos Turísticos S.A. • MEGA Administração de Imóveis Ltda. • Tarcísio Rebouças Porto Junior • Time Incorporações e Gestão Ltda. IMPORTADORA DE VINHOS • Domaine Montes Claros Importadora Ltda. NOTÁRIO • Cláudio Martins PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS • Wilson Luiz Monteiro Ferreira (limpeza industrial) RECURSOS HUMANOS • Elevus People & Business Results RESTAURANTES E SIMILARES • Pirata Bar Turismo Promoções SEGUROS • CesceBrasil Seguros • Sabseg Corretora de Seguros TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO • Additive - Tecnologia Brasil Ltda. • All At Work Informática • Iativa Tecnologia e Comunicação Ltda. • Xact Tecnologia TRANSPORTES/LOGÍSTICA • Brandão Filhos Fortship Agência Marítima Ltda. • Carlos Maia


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Propaganda A-4 b

56 Brasil-Portugal no Cearรก


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