Boletim Informativo Velhas nº48

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Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas | Março, Abril e Maio/2025 |

Saneamento Rural

Comitê celebra entrega de estruturas de saneamento básico em área rural de Congonhas do Norte

Santa Luzia institui 29 de junho como o Dia do Rio das Velhas

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Entrevista: Márcia Lopes, delegada na Conferência Nacional do Meio Ambiente

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CBHs dos Rios das Velhas, Pará e Paraopeba se unem no 2º Fórum Brasil das Águas

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Editorial

Com imenso orgulho e senso de responsabilidade, compartilho com toda a sociedade da bacia do Rio das Velhas um marco significativo na nossa trajetória coletiva: estamos caminhando para a finalização do processo de Enquadramento dos corpos d’água da bacia, segundo os usos preponderantes, com ampla participação social.

Ao final de maio, o Grupo de Acompanhamento Técnico (GAT Enquadramento), a Diretoria e a empresa contratada concluíram a consolidação da proposta que será submetida à Plenária. Esta etapa coroou um processo longo, técnico, participativo e profundamente comprometido com o futuro das nossas águas.

Revisamos, juntos, cada uma das Unidades Territoriais Estratégicas (UTEs), ouvimos as vozes que representam os diferentes setores da sociedade e ajustamos metas para alcançar um equilíbrio entre a preservação ambiental e os múltiplos usos da água. O resultado é uma proposta madura, realista e ambiciosa: uma “terceira alternativa” construída a partir da convergência entre as propostas técnicas elaboradas pela empresa contratada e as contribuições vindas das reuniões setoriais e dos territórios.

O Enquadramento é mais do que um instrumento técnico: é um compromisso com a melhoria progressiva da qualidade da água, orientado pelos usos prioritários da sociedade. Ao estabelecer metas de qualidade compatíveis com os usos mais exigentes, estamos criando as bases para políticas públicas mais eficazes e investimentos mais estratégicos.

Este processo é um dos pilares da gestão das águas previsto na Política Nacional de Recursos Hídricos, e sua conclusão nos permite olhar para o futuro com esperança. Estamos definindo, com base técnica e legitimidade social, o que queremos para o Rio das Velhas e seus afluentes nas próximas décadas.

Convido todos e todas a permanecerem atentos, participativos e engajados. O futuro do Rio das Velhas está sendo escrito – e ele pode, sim, ser mais limpo, mais justo e mais sustentável.

Poliana Valgas

Presidenta do CBH Rio das Velhas

Honra ao rio

Santa

Luzia institui 29 de

junho

como o Dia do Rio das Velhas

A cidade de Santa Luzia, situada na região fisiográfica do Médio-Alto Rio das Velhas e integrante da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), instituiu, pela Lei nº 4.811/2025, o Dia Municipal do Rio das Velhas.

A data é a mesma escolhida pelo CBH Rio das Velhas em outubro de 2018, pela Deliberação Normativa número 05, para celebrar o patrimônio hídrico, histórico e cultural representado pelo mais extenso afluente do Rio São Francisco. Conforme registra a DN, tratava-se de estabelecer “uma data comemorativa para a comunicação e integração com a sociedade, visando fortalecer na população o sentimento de pertencimento à Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas”. A razão da data de 29 de junho? É quando “se comemora o Dia de São Pedro, guardião das chuvas”, lembra a Deliberação, além de ser o dia da criação do colegiado.

A lei, sancionada pelo prefeito Paulo Henrique Paulino e Silva (Avante) em 2 de abril último, foi concebida pelo covereador Glaucon Durães, que compõe, juntamente com a vereadora Suzane Duarte, o mandato coletivo Luzias (PT). Além do Dia do Rio, a nova legislação também adota o Dourado (Salminus franciscanus) como símbolo do rio no município.

“Reconhecer o dia oficialmente significa que o rio é muito importante para a cidade. Não passou nem um mês da sanção e já recebemos denúncia de descarte irregular de esgoto industrial, um sinal de que a data começa a mexer com as pessoas”, comemora Durães, que é professor de Sociologia da rede pública estadual e mestre em Ciências Sociais pela PUC Minas.

O covereador ressalta que “antes do mandato coletivo, já acompanhávamos o Subcomitê Poderoso Vermelho [órgão do CBH Rio das Velhas que reúne as bacias dos ribeirões batizados com esses dois nomes] e participávamos da defesa do meio ambiente e das águas pelo Movimento Salve Santa Luzia”.

Para Vicente Rodrigues, secretário do Meio Ambiente de Santa Luzia e antigo ativista do tema – já foi conselheiro em nada menos que sete Subcomitês do CBH Rio das Velhas –, “essa lei veio coroar a importância que o rio tem, não só pela história da cidade, que nasceu quando pescadores encontraram uma imagem de Santa Luzia em suas águas, mas também pela importância econômica do rio, que tinha um porto onde os barcos se abasteciam.”

Benefícios no campo

Comunidade rural em Congonhas do Norte recebe sistemas de tratamento de esgoto doméstico

Em meados de abril, os moradores da comunidade de Lagoa, na zona rural de Congonhas do Norte, no Médio-Baixo Velhas, participaram da cerimônia de entrega oficial das obras de soluções individuais para o tratamento de efluentes domésticos. O evento contou com a presença de representantes do CBH Rio das Velhas, Prefeitura Municipal e parceiros.

Como parte dos esforços para avançar na universalização dos serviços de saneamento na bacia do Rio das Velhas, o CBH Rio das Velhas, em parceria com o Subcomitê Rio Paraúna e com apoio da Agência Peixe Vivo, entregou novas estações para o tratamento individual de esgotos na zona rural. Foram instalados 34 Tanques de Evapotranspiração (TEvap), dois Biodigestores, uma BioETE e um Módulo Sanitário. Essas intervenções visam melhorar diretamente a qualidade de vida na área rural, além de contribuir de maneira significativa para a preservação e melhoria da qualidade da água na região e em toda a bacia do Rio das Velhas.

A implantação dos módulos individuais de tratamento de esgoto marcou uma mudança significativa na vida de Celso Martins de Carvalho, aposentado e produtor rural da comunidade de Lagoa. Com experiência na vigilância sanitária, ele sempre teve consciência da importância de cuidar do meio ambiente, mas, durante décadas, a única alternativa era recorrer às fossas comuns. “O único recurso que a gente tinha era abrir o buraco mesmo, a tal da fossa comum, pra poder jogar os dejetos”, relembra. Com a chegada das

novas estações, Celso viu uma solução concreta surgir para um problema antigo. “É uma coisa que vem suprir e amenizar o sofrimento das pessoas também.”

Apesar dos benefícios evidentes, o início do projeto foi marcado por dúvidas e desconfiança. Isso porque, antes da execução das obras, é necessário um processo prévio de reuniões, visitas e explicações técnicas, o que demanda tempo e envolvimento da comunidade. “A princípio a gente nem acreditava. Participava das reuniões, mas ficava na dúvida”, relembra Celso. A mudança de percepção veio quando o CBH Rio das Velhas, junto aos parceiros, deu início às ações em campo. “Foi uma surpresa. A gente esperava uma coisa mais simples, mas veio algo muito mais tecnológico.” Para ele, o impacto foi imediato. “Toda a comunidade ficou satisfeita. Isso aí vai ficar pros filhos, pros netos...”, comemorou.

A presidenta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, destacou a importância da participação coletiva para o sucesso do projeto e agradeceu o engajamento local. “Em nome do Comitê e dos demais parceiros, agradecemos profundamente o envolvimento da comunidade e do poder público nesse trabalho. A região de Congonhas do Norte, onde passa o Rio Paraúna - um dos afluentes do Rio das Velhas -, é extremamente estratégica para que o rio chegue mais limpo e saudável à sua foz, no encontro com o Rio São Francisco. Cuidar dessa água é essencial para a saúde de toda a bacia”, afirmou.

O prefeito de Congonhas do Norte, Fabrício Aparecido Otoni, destacou a importância da obra de saneamento implantada na comunidade rural e agradeceu a parceria entre as instituições envolvidas. “Estamos aqui na comunidade da Lagoa, recebendo com muito carinho uma grande obra voltada para o saneamento rural, que trará mais qualidade de vida e conforto para os moradores. Além disso, a partir de agora, não vamos mais poluir os nossos córregos, que fazem parte da bacia do Rio das Velhas”, afirmou.

Os sistemas implementados, como os Tanques de Evapotranspiração e Biodigestores, demonstram alta eficiência na redução dos efluentes domésticos no solo e nos lençóis freáticos. As obras foram realizadas entre setembro de 2024 e abril de 2025, com um investimento de aproximadamente R$ 840 mil, oriundos da Cobrança pelo uso da água na bacia.

Ao todo, foram instalados na comunidade de Lagoa 34 TEvaps, dois Biodigestores, uma BioETE e um Módulo Sanitário.
Prefeito de Congonhas do Norte, Fabrício Otoni, destacou a importância da obra para a localidade rural.
“A

solução ainda está nas nossas mãos”

Delegada na Conferência Nacional de Meio Ambiente fala sobre os desafios da transformação ecológica em tempos de emergência climática

Márcia Lopes, coordenadora do Subcomitê Carste, com vasta formação profissional na área e anos de dedicação à causa ambiental, foi eleita para representar o CBH Rio das Velhas na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada em Brasília de 6 a 9 de maio – nada menos que 12 anos depois da última edição.

Com mais de 1,5 mil delegados e delegadas de todos os estados e do Distrito Federal, eleitos em mais de 900 conferências e mobilizando diretamente 2.570 municípios, o megaevento concentrou debates em cinco eixos temáticos: Mitigação; Adaptação e preparação para desastres; Justiça climática; Transformação ecológica; e, por fim, Governança e Educação Ambiental.

Márcia e o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, durante a 5ª Conferência do Meio Ambiente.
Coordenadora do Subcomitê Carste, Márcia Lopes foi eleita delegada durante a 1ª Conferência Livre da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, realizada pelo Comitê em dezembro de 2024.

O que significou representar o CBH num evento de tamanha magnitude?

Antes de mais nada, representou uma grande responsabilidade, portando a esperança de 51 municípios. Eleita na Conferência Livre da Bacia do Velhas, em 2024, eu já sabia que estava indo direto para a Nacional, levando 10 propostas (2 por eixo). Foram, ao todo, mais de 3.500 propostas na Conferência Nacional, compiladas pela Comissão Organizadora, e eu tinha consciência de que as nossas estavam lá. Eu participava somente de um eixo temático e tinha a preocupação de saber onde tinham sido compiladas, pois para cada eixo tinha vários Grupos de Trabalho. Para garantir esse acompanhamento, comecei a buscar delegados de Minas que iriam participar dos outros eixos.

No meu eixo, conseguimos priorizar as propostas que vinham de encontro ao definido na Conferência Livre. Para isso, fazíamos moções apoiando aquelas propostas, e eram necessárias pelo menos 300 assinaturas para submetê-las ao plenário. Foi uma articulação intensa que funcionou.

Que propostas principais a Conferência Livre da Bacia do Rio das Velhas decidiu levar a Brasília?

No eixo da Mitigação, o incentivo tributário para indústrias que usam materiais recicláveis em sua linha de produção e estratégias para desenvolver municípios resilientes. Na Adaptação e preparação para o desastre, o incentivo às tecnologias adaptativas e um incremento da legislação de proteção ambiental. No eixo Justiça Climática, a revisão de leis para garantir efetiva participação dos grupos que se encontram em situação de vulnerabilidade ambiental e o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). No tema Transformação ecológica, técnicas de combate a queimadas, plantio agroecológico para regeneração e captura de carbono e políticas

de energia sustentável e infraestrutura verde. Por fim, em Governança e Educação Ambiental, um Plano de Educação interinstitucional e a formação continuada.

O “Fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas” e a “adoção das sub-bacias como unidade territorial”, foram propostas da nossa Conferência aprovadas com prioridade pela Nacional. Que efeitos essa priorização pode trazer?

Essa proposta subiu aqui de Minas, da bacia do Velhas. Vejo um efeito muito positivo. Sempre ouvi das vanguardas aqui do CBH Velhas a defesa da bacia como unidade territorial, e não os limites municipais. Utilizando esse conceito, o benefício começa a atingir mais pessoas, independente da cidade. Alguns estados já têm um bom patamar nesse debate, mas tinha gente que nem sabia o que é uma bacia hidrográfica, estão ainda tentando formar seus Comitês. A conversão em política pública do fortalecimento da organização por bacia combate essa desigualdade em todo o território nacional.

É preciso dizer que tudo lá em Brasília foi muito respeitoso, muito democrático. Eu tinha identificado lideranças eleitas por outros Comitês de Bacia. Dialogamos. Na hora de priorizar, já tínhamos espalhado essa proposta nas nossas delegações. Isso fez com que o sentido das nossas propostas fosse amplamente contemplado dentre as aprovadas com prioridade. Fica aqui a sugestão para que o CBH Velhas propicie um momento para debater as propostas priorizadas e como implementá-las, pois a maioria não depende do poder público. Podemos fazer a nossa parte.

Qual o papel e a importância desse tipo de evento de construção coletiva?

É muito positiva desde a organização de municípios e estados para discutirem esses temas, com a garantia de participação dos três

setores, todos voltando o olhar para o futuro, vendo os desafios da transformação ecológica num momento de emergência climática. Além disso, a riqueza da diversidade de pessoas, organizações e coletivos, os objetivos comuns, o diálogo respeitoso, a priorização de propostas voltadas ao bem comum, pensando nas cidades, nas pessoas, nos animais, a natureza como ela deve ser, sem desvincular o homem da natureza, mas integrando.

Tenho expectativa de que possamos trabalhar essas propostas, levá-las até os gestores públicos, pressionar e cobrar deles a transformação dessas propostas em políticas públicas, e também trazer a sociedade para essa construção.

A 5ª Conferência conseguiu captar a gravidade do momento e preparar respostas adequadas?

A própria realização da Conferência já é resultado da preocupação com a gravidade da situação em que nos encontramos. Carlos Nobre [cientista brasileiro, destacado principalmente na área dos estudos sobre o aquecimento global] disse lá que já estamos numa situação de quase não retorno. A Amazônia tem um índice de devastação de 18%. Se chegar a 25%, não tem volta, uma gravidade que atinge também outros biomas.

As propostas aprovadas trazem todas uma pegada mais sistêmica, constituídas com esse olhar e com o cuidado de que, em se tornando políticas públicas, sejam exequíveis. Mas vejo que essa preocupação está muito mais nas organizações sociais do que nos governos. Um evento assim é muito importante para as organizações perceberem como são muitas e fortes, e isso nos renova, nos faz voltar mais fortalecidos. Cada um levando o amor que tem pelo seu território e unindo tudo isso para buscar alternativas. A solução ainda está nas nossas mãos. Basta voltar o olhar para a natureza.

Márcia Lopes representa a ONG Lagoa Viva no Subcomitê Carste, do qual é coordenadora-geral.
Mais de 1,5 mil delegados eleitos em quase mil conferências participaram do evento em Brasília.

Um giro pela bacia do Rio das Velhas

Arrudas e Onça reunidos para debater edital

O encontro entre representantes dos Subcomitês dos Ribeirões Arrudas e Onça foi realizado em maio e discutiu propostas a serem enviadas para o formulário de Procedimento de Manifestação de Interesse destinado ao Programa de Mananciais e Nascentes Urbanas (PMNU). O projeto acolhe ações de recuperação de fundos de vale em áreas urbanas, incluindo ações de mobilização e educação ambiental, com a intenção de recuperar, preservar e revitalizar pequenas áreas em espaços urbanos. Prefeituras municipais, órgãos da administração pública, organizações e associações sem fins lucrativos, além de pessoas físicas, puderam submeter propostas por meio do preenchimento do Formulário de Manifestação de Interesse. As áreas de intervenção devem estar totalmente inseridas nos limites da área de drenagem da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Dessa forma, não apenas as sedes municipais estiveram habilitadas a participar, como também os grandes distritos e regiões de conflito urbano.

História revisitada no Vale do Taquaraçu

Ao final de maio, caiaqueiros e cavaleiros da ‘Expedição TaquaraDorff 2025’ revisitaram parte do caminho encravado na bacia do Rio das Velhas e que, há 200 anos, foi desbravado pelo histórico Barão de Langsdorff. A empreitada, que passou pelos municípios de Bom Jesus do Amparo, Nova União, Taquaraçu de Minas e Taquaraçu de Baixo, contou com o apoio do CBH Rio das Velhas e Subcomitê Rio Taquaraçu. Durante o percurso, os expedicionários, que se dividiram em duas equipes – uma embarcada em caiaques e outra montada no lombo de cavalos – buscaram relembrar o trajeto do expedicionário Barão de Langsdorff, que percorreu o Vale do Taquaraçu entre os anos de 1824 e 1825.

Notificação por atraso

No mês de abril, o Subcomitê Águas da Moeda elaborou um ofício ao Ministério Público, ARSAE-MG e IGAM, denunciando a falta de comprometimento com os prazos divulgados pela Copasa na finalização das novas instalações da ETE do bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. Com o atraso e a consequente ausência dos serviços, os representantes do Subcomitê chamam a atenção para a contínua poluição do Córrego Seco. No início de 2025, os profissionais da Copasa haviam confirmado em reunião que, até fevereiro deste ano, a nova ETE já estaria funcionando.

Diagnóstico da Lagoa da Lapinha em pauta

Em abril, o Subcomitê Carste participou de uma reunião para discutir o termo de referência para a revitalização da Lagoa da Lapinha, em Lagoa Santa, que aborda aspectos técnicos, ambientais e sociais do projeto. O encontro teve a participação de representantes da prefeitura e ICMBio. Foram debatidos temas como o diagnóstico ambiental, levantamentos topográficos, estudos arqueológicos, envolvimento da comunidade local e autorizações necessárias para a realização dos trabalhos. O planejamento do projeto incluiu discussões sobre cronograma, equipe técnica, metodologias de pesquisa e conformidade com regulamentações, visando uma abordagem abrangente e participativa para a recuperação da lagoa.

Águas no Carste

Foi realizada, no último mês de março, a quinta edição do Seminário Águas no Carste. Promovido pelo IEF, o Instituto Estadual de Florestas, com apoio do CBH Rio das Velhas e Subcomitê Ribeirão Jequitibá, o evento visou discutir a preservação e o uso sustentável das águas da região cárstica, com foco em Sete Lagoas. Ao final, foi elaborada uma carta com as principais ações concretas necessárias para garantir a sustentabilidade hídrica da região. O documento foi entregue ao prefeito da cidade, Douglas Melo.

Educação Ambiental na UTE

Curimataí

No mês de abril, foram realizadas três ações de Educação Ambiental na UTE Rio Curimataí. Alunos e professores da E.M. Noemi Pereira da Costa, de Buenópolis, tiveram a oportunidade de participar de uma visita à Trilha do Saber e à Trilha Descobrindo o Cabral, localizadas no Parque Estadual Serra do Cabral. A atividade faz parte do Projeto de Educação Ambiental do Tempo Integral, uma iniciativa do Subcomitê Rio Curimataí. O projeto tem como público-alvo escolas dos municípios do território e conta com a parceria do IEF, Pescabral e prefeitura de Buenópolis. Além da E.M. Noemi Pereira da Costa, outra visita foi realizada pelos alunos e professores participantes do projeto ‘Mergulho na paisagem da sub-bacia do Rio Curimataí’ à uma nascente, localizada no Hotel Água Azul, em Augusto de Lima.

Audiência sobre segurança hídrica em Curvelo

O Subcomitê Santo Antônio-Maquiné marcou presença em uma Audiência Pública sobre segurança hídrica na Câmara Municipal de Curvelo. O encontro foi palco de diálogos para construir propostas mais sustentáveis para a região e apresentar o trabalho realizado pelo CBH Rio das Velhas. A ideia é investir em soluções concretas e regionalizadas, pontos fortes do trabalho realizado pelos Subcomitês da Bacia do Rio das Velhas. Representantes do CBH do Rio São Francisco também estiveram presentes, assim como diversas instituições parceiras, como a Copasa, CEFET, Codema e a AVAC.

Obras de esgotamento na Serra do Cipó

Em maio, tiveram início as obras de adequação das soluções de esgotamento doméstico na subbacia do Ribeirão Soberbo, no distrito da Serra do Cipó, em Santana do Riacho. O ribeirão é a primeira fonte de água imprópria que chega ao rio assim que ele sai do Parque Nacional da Serra do Cipó. As obras de revitalização fazem parte do projeto ‘Implantação de Obras de Soluções Individuais de Tratamento de Efluentes Domésticos’, contemplado em edital. A empresa responsável deve concluir as reformas em junho de 2026.

De olho no fogo

Fomentado por discussões advindas do Plano de Formação de Conselheiros do CBH Rio das Velhas, o Subcomitê Rio Pardo se reuniu, na primeira quinzena de março, para discutir possíveis ações e parcerias para prevenir e enfrentar incêndios florestais. Como o ano de 2024 foi palco de queimadas devastadoras na bacia do Rio das Velhas, essa é uma questão que tem permeado diversas reuniões entre os Subcomitês. Em consonância, a Prefeitura de Diamantina criou o Projeto Carcará, que busca reunir parceiros e propor ações como curso de brigadistas, estudo das queimadas na região e formas de prevenir a incidência dos incêndios florestais nas áreas do município.

Roda de conversa do Subcomitê Nascentes em festival

A equipe do Festival da Terra convidou o Subcomitê Nascentes para apresentar suas iniciativas para conservação de água e preservação da biodiversidade. O evento, realizado na segunda quinzena de maio, contou com a participação do vice-presidente do CBH Rio das Velhas, Ronald Guerra, e do coordenadorgeral do Subcomitê, Paulo Barcala. A iniciativa é da Associação de Moradores de Maciel e do ROOTS (Rotas do Ouro), em parceria com a equipe organizadora do evento. O Festival da Terra, realizado na comunidade de Maciel, distrito de São Bartolomeu, em Ouro Preto, celebra a cultura e a natureza através da arte e da educação, com o objetivo de fortalecer a cultura local. O evento é construído de forma coletiva, envolvendo os moradores da região e parceiros.

Integração pelas águas de MG

CBHs dos Rios das Velhas, Pará e Paraopeba se unem no 2º Fórum Brasil das Águas

Entre 05 e 09 de maio, a cidade de João Pessoa (PB) foi palco do 2º Fórum Brasil das Águas. Além de painéis, reuniões e debates, os CBHs dos Rios das Velhas, Pará e Paraopeba atuaram efetivamente em um estande integrado que contou com o engajamento do público durante todo o evento, principalmente por meio de um Quiz Ambiental.

A presidenta do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, avaliou como positiva a participação dos Comitês mineiros no Fórum. “Foi uma oportunidade de articulação direta com os órgãos estaduais e federais. Muitas vezes é difícil viabilizar essa agenda em Brasília. Esse espaço facilitou esse contato, esse networking, essa construção de pontes”, declarou.

Poliana reforçou ainda a necessidade de considerar o papel dos afluentes do Rio São Francisco na gestão das águas. “Pensar no São Francisco sem pensar no Alto Velhas e nos seus afluentes é incoerente. Melhorar a qualidade e a quantidade de água nas bacias contribui diretamente para o Velho Chico e para toda a bacia hidrográfica”, concluiu.

O presidente do CBH do Rio Pará, Túlio de Sá, também avaliou positivamente a experiência da participação dos três Comitês mineiros no 2º Fórum Brasil das Águas. Para ele, a atuação integrada tem demonstrado cada vez mais resultados significativos. “Essa integração realmente traz um resultado

melhor. A ideia de juntar três Comitês, de mostrar que a bacia precisa ser pensada de forma conjunta, e que os Comitês devem trabalhar alinhados, tem se mostrado uma grande conquista”, declarou.

Um dos momentos mais relevantes, segundo Poliana Valgas, foi a reunião do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), que tratou dos impactos da redução de mais de R$ 70 milhões no orçamento da ANA para 2025. “Isso preocupa diretamente os Comitês federais, mas também atinge os estaduais”, alertou.

Meta 2034

Durante a programação, a Meta 2034 foi apresentada pelo médico e ambientalista Apolo Heringer, idealizador do Projeto Manuelzão e expresidente do CBH Rio das Velhas. A exposição ocorreu durante a 4ª Reunião Ordinária do CNRH.

A Meta 2034 reúne um conjunto de ações prioritárias voltadas à recuperação ambiental do trecho mais comprometido da bacia do Rio das Velhas – o chamado “epicentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)”. “A Meta 2034 vem propondo a volta do peixe ao Rio das Velhas, nadar na RMBH com as crianças. Fazer um trabalho paisagístico na região metropolitana chamada epicentro, para o lazer e para a pesca, para a confraternização, transformar a margem do rio todo em parques naturais, não deixar destruir, não deixar as pessoas invadirem”, destacou Apolo.

INFORMATIVO CBH Rio das Velhas. Mais informações, fotos, mapas, apresentações e áudios no portal www.cbhvelhas.org.br

Diretoria CBH Rio das Velhas

Presidenta: Poliana Valgas

Vice: Ronald de Carvalho Guerra

Secretário: Renato Júnio Constâncio

Sec. Adjunta: Heloísa França

Produzido pela Assessoria de Comunicação do CBH Rio das Velhas comunicacao@cbhvelhas.org.br

Tiragem: 3.000 unidades. Direitos reservados. Permitido o uso das informações desde que citada a fonte.

COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA

DO RIO DAS VELHAS

Comunicação: TantoExpresso (Tanto Design LTDA)

Direção: Paulo Vilela, Pedro Vilela e Rodrigo de Angelis

Coordenação de Jornalismo: Luiz Ribeiro

Redação e Reportagem: Yasmim Paulino, Juliana Brito, Paulo Barcala e João Alves

Fotografia: Bianca Aun e João Alves

Diagramação: Sérgio Freitas @cbhriodasvelhas cbhvelhas.org.br

Rua dos Carijós, nº 244, Sala 622 - Centro Belo Horizonte - MG - 30120-060 (31) 3222-8350 - cbhvelhas@cbhvelhas.org.br

Poliana Valgas e Túlio de Sá, presidentes dos Comitês dos Rios das Velhas e Pará.

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