Como organizar um Plano de Investigação para o Pequeno cientista? O programa educacional “Pequeno cientista” foi proposto em 2010, entretanto, sua implantação na rotina da Casa da Ciência se consolidou em 2012, com sua articulação com outro programa, o “Adote um cientista”. A proposta base do “Pequeno” é desenvolver a formação conjunta entre os pós-graduandos (PG) e os alunos do ensino básico. O PG ao orientar jovens, antecipa uma prática que será exigida mais tarde: a orientação em projetos de pesquisa (proposta estruturada no NAP de 2012). O jovem, ao desenvolver projetos de investigação, articula conceitos básicos e os aplicam em situações complexas, que envolvem hipóteses, avaliação de resultados e sua divulgação (resultados confirmados nos programas Caça-Talentos, Fapesp Jr. e Adote um cientista). Entretanto, a elaboração do plano de investigação – diferentemente do plano de ensino e do plano de escrita – apresenta estrutura própria que tentaremos dar algumas pistas/caminhos que talvez facilitem sua elaboração. Identificar uma boa pergunta para investigação Baseado no artigo de José Luiz Braga (2005), para iniciar o projeto de pesquisa é fundamental encontrar uma ou mais perguntas que possam ser investigadas, com certo rigor, permitam articulações complexas entre os diferentes conceitos básicos, muitos dos quais os alunos já dominam. Para o “Pequeno” não é necessário uma pergunta inédita. É importante ter uma questão que possa ser investigada a partir de critérios específicos, como na pesquisa.
A pergunta que avança Para Carvalho (1992) e outros pesquisadores seguindo a Teoria da Equilibração Piagetiana durante o processo cognitivo acontece a “perturbação” do sistema, num constante equilíbrio e desequilíbrio do conhecimento com sua posterior “assimilação” e “acomodação” alcançando novos patamares de articulação e complexidade. Considerando este caminho e articulando-o com as propostas de Benjamin Bloom e associados, podemos considerar que uma boa pergunta permite encurtar caminhos. Segundo este autor, existem diferentes níveis de complexidade encontradas em uma pergunta e na resposta esperada (objetivos cognitivos da Taxanomia de Bloom). Estes níveis podem ser encontrados no capítulo II do livro “Teste em Educação”, de Heraldo M. Vianna (1982), importante avaliador brasileiro que analisa a direta relação entre o Objetivo e a Avaliação em processos educacionais.
Uma pergunta bem colocada, articulada e estruturada, permite encurtar caminhos e, o mais importante, provoca no aluno o interesse de aplicar esta “nova” forma de estudar em outras matérias (como exemplo, podemos citar a aluna Mayara Hellen Leme Rossato que manifestou, em conversa informal com a equipe da CC, o fato de passar a questionar a forma de estudar história, em que não era mais suficiente estudar as datas e os eventos históricos, mas que passava a se preocupar com o contexto em que os eventos ocorriam).