Jamie ford um hotel na esquina do tempo

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— A gente vai entrar de penetra? — indagou Keiko, preocupada. Henry balançou a cabeça. — Vamos ser vistos e expulsos. Em vez disso, ele arrastou dois caixotes de leite e ambos se sentaram para ouvir a música, ignorando o odor acre de cerveja e mofo que vinha do beco. Não acredito que ela está aqui, pensou Henry. o sol ainda brilhava e a música era vigorosa e alegre. Depois da primeira apresentação, de quinze minutos, a porta de tela se abriu com um ruído e um velho negro saiu para acender um cigarro. Assustados, Henry e Keiko deram um salto, prontos para correr. Estavam certos de que seriam tocados dali por vadiagem. — O que duas crianças estão fazendo aqui? Querem matar este velho de susto? O homem deu uma palmadinha no peito, sobre o coração, depois se sentou no lugar que Henry vagara. O velho mal-ajambrado vestia uma calça comprida, presa por um par de suspensórios, e uma camisa amassada abotoada até embaixo, com as mangas arregaçadas. Para Henry, ele parecia uma cama por fazer. — Desculpe — disse Keiko, alisando as rugas do vestido. — Só estávamos ouvindo a música, já íamos embora... Henry a interrompeu: — O Sheldon está tocando com o conjunto hoje? — Que Sheldon? Temos um bocado de caras novas aí dentro hoje, filho. — Ele toca sax. O velho enxugou as mãos suadas na calça e acendeu o cigarro. Pigarreando e tossindo, tragou rapidamente, como se estivesse numa competição e fosse o time perdedor tentando uma virada. Henry ouviu-o tomar fôlego entre as baforadas. — Ele está lá dentro, fazendo bonito. Você é um fã?


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