Eric frattini o ouro de mefisto

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A mulher, um tanto intrigada, tentou falar, mas foi logo interrompida pelo chefe da Odessa. – Achava que iríamos transar? – perguntou o magnata francês. – Mulheres é o que não me falta, e jamais me deitaria com uma pessoa como você. Você, doutora Oberhaser, não passa de mais uma arma da Odessa, só isso. Não confunda as coisas. – Bem, Herr Lienart, então… – Não fale. Apenas ouça. Você parece uma mulher atraente debaixo desse vestido sujo, desse casaco de mau gosto, desses sapatos gastos de estilo militar e desse chapéu ridículo. Farei de você uma arma perigosa, implacável e cruel. Você, senhorita Oberhaser, se transformará em uma arma de primeira nas mãos da Irmandade, mas lembre-se sempre: por mais eficaz que seja a arma da beleza, infeliz da mulher que só a esse recurso dever o triunfo sobre um homem ou a conquista de seus objetivos – afirmou o magnata, lançando uma sonora gargalhada. Nesse momento, Lienart pegou o telefone e pediu à recepção que enviassem à suíte maquiadoras, massagistas, costureiras, manicures e cabeleireiras. Minutos depois, um pequeno exército de mulheres entrava no quarto com o necessário para transformar aquele monstruoso verdugo de massas em uma perigosa e bela assassina. Três horas depois, a mulher insignificante – de rosto marcado e com bolsas sob os olhos – que entrara na suíte era uma beldade do ponto de vista masculino, algo absolutamente necessário para a missão que ia desempenhar. Antes de liberá-la, Lienart lhe confiou dois envelopes, um com seu nome e o outro com o nome de Walther Hausmann, que deveriam ser entregues no hotel de Zurique. – Está tudo aí. Missão, objetivos e o dinheiro necessário. Depois de ler as instruções, você e Hausmann queimarão os papéis para não deixar a mínima pista, entendido? – Entendido, Herr Lienart. – Então, boa sorte… senhorita Oberhaser.


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