Cecelia ahern o ano em que te conheci

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mas nos negócios eu persistiria; sinal de que teremos problemas. — E depois tem meu pai — digo, mudando de assunto rapidamente. — Espere um minuto — interrompe Kevin. — Acho que devemos continuar aqui. — Kevin, isto não é uma sessão de terapia. — Sorrio, nervosamente. — É só uma conversa. E acho que estamos chegando perto do fim. — Eu acho que, para tirar o máximo de proveito, você deveria... Interrompo Kevin: — Essa não é a hora de... — Não tenho problemas em lavar a roupa suja. — Caroline dá de ombros, como se não tivesse uma preocupação no mundo; mas sua fala, sem contar sua expressão corporal, denuncia outra coisa. Não quero lavar a roupa suja com ela. Todos nos olham. Você se acomoda para a frente de sua cadeira, com os cotovelos sobre as coxas. Tudo que falta é uma tigela de pipoca. Você soca o ar levemente e canta baixinho: — Briga, briga, briga! — E depois cai na gargalhada. — Nós não vamos brigar — respondo, irritada. — Tudo bem. — Pigarreio e sorrio para Heather para me centrar. — Acho que eu poderia ser mais útil do que você tem me permitido ser. Não saiu tão ruim quanto poderia; mesmo assim, ela torceu tanto a cara que achei que fosse saltar no meu pescoço. — Ah é? Como? — pergunta ela, em tom agudo e estridente. — Você veio me pedir para tocar a ideia adiante, mas não aceita nenhuma das minhas sugestões. — Você tem experiência em montar empresas. Eu não faço a mínima ideia. — Sim, mas não se trata só de te dar a minha lista de contatos, Caroline. Quando monto empresas, participo do desenvolvimento e da implementação de estratégias. Se não posso desenvolver isso com você, então não tenho nenhum interesse pessoal nisso. Também tem de me representar — explico calmamente, mas com a voz firme. Ficamos todos em silêncio enquanto Caroline me encara em um tipo de estado catatônico atrasado. — Qual é a outra opção de trabalho? — pergunta Kevin. Fico agradecida por ele ter dado continuidade. — O pai dela — diz você. Todo mundo olha primeiro para você e depois para meu pai. Provavelmente já de saco cheio desse encontro, ele vai direto ao ponto. — Diretora de contas numa gráfica. Equipe de oito. Quarenta mil por ano. Se o emprego ainda estiver lá. — Está — diz Leilah, contrariando meu pai. — Ela poderia fazer isso de olhos fechados — comunica ele à sala, olhando para o celular em sua


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