Adam makos & larry alexander o amigo alemão

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24 de janeiro de 1990 Sr. Franz Stigler Surrey, B. C. V3W 4P8 Canadá Querido Franz, Receber sua carta foi uma das coisas mais arrebatadoras da minha vida. Embora eu normalmente procure me antecipar aos eventos e me preparar para as mais variadas circunstâncias, fiquei paralisado ao receber a carta e totalmente despreparado para escrever esta resposta; então, se você não se importar com isso, aqui vai. Primeiramente, não fique desanimado com a quantidade de informação que vai encontrar junto com esta carta. Uma vez que você tiver lido The 13 minute gap e depois The 13 minute gap – Revisited, você compreenderá melhor meu interesse. Vou também anexar as duas primeiras histórias de uma antologia que estou compilando e fornecer informações que as contextualizem. Por fim, enviarei também alguns resultados da minha pesquisa sobre combustão, especialmente os que se referem a motores a diesel. Quando li a sua carta e vi a sua foto fiquei tão assombrado que só conseguia pensar que talvez seu gesto se referisse a outra aeronave. Eu precisava ter certeza e consegui seu número com a telefonista de Vancouver. Minha conversa com você eliminou qualquer dúvida quando você mencionou ter voado sobre a água (o Mar do Norte) conosco. Isso nunca foi anunciando em nenhuma das cartas de busca pelo piloto do 109. Você se lembra do ponto exato em que saímos da costa? Sei que você percebe que a probabilidade de nós dois sobrevivermos por estes mais de quarenta e seis anos desde 20 de dezembro de 1943 é, em si e por si mesma, inacreditável. Além disso, sermos capazes de nos localizar e nos comunicar é nada menos do que um milagre. Meus mais sinceros cumprimentos à sua associação de pilotos de caça e em especial ao seu maravilhoso boletim, que funcionou como veículo para a nossa correspondência. Agora, algumas explicações, observações e perguntas específicas: 1) Eu gostaria que você comentasse as razões pelas quais não atirou contra nós durante o nosso encontro. Imaginei que você talvez fosse um dos pilotos que haviam anteriormente nos atacado, que estava sem munição e que havia acenado/saudado como um gesto de respeito/camaradagem. Se você tinha munição, a alternativa era que você tinha sentido que, em decorrência dos danos excessivos à nossa aeronave, nós não conseguiríamos voltar para a Inglaterra. Neste caso, o aceno/saudação seria somente para nos desejar sorte. Durante a nossa conversa, você mencionou que tinha pensado que tentaríamos chegar à Suécia. Se tivéssemos conseguido nos comunicar e você tivesse me sugerido isso, hoje eu falaria sueco. Conforme a história demonstra, eu era um comandante muito,


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