África ruh uma sombra na aljama

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chamas e pensou que gostaria de dançar com elas; fazia séculos que não dançava ao som da música, mas talvez no equinócio da primavera pudesse fazê-lo… ― Você arriscou a vida por mim. A voz de Enoc a tirou de seu pensamento. ― Não é para tanto. ― Bocejou ela ― Não é a primeira vez que ameaço alguém, sabe? ― Mas o fez para me proteger. ― Sim, suponho que sim. O jovem ficou rígido. ― Maria, não se equivoque: não a trouxe para minha casa com más intenções. ― O que quer dizer com isso? ― Sabe muito bem. ― balbuciou ele ― Apesar de tudo, sou um homem… ― Bom, não tenho tanta certeza. Nunca olhei entre as suas pernas. Enoc

a

olhou

com

uma

mescla

de

vergonha

e

recriminação. ― Podemos falar sério? ― Sim, claro. Tenta dizer-me que não me trouxeste para sua casa para me possuir grosseiramente sobre as peles da cozinha, não é verdade? O jovem levou as mãos ao rosto. ― Por que faz isso? ― A que se refere exatamente? ― Antes, no beco, senti que tudo isto lhe importava… e agora brinca como se nada fosse. 90


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