Vendas parceladas dão lugar ao cartão de débito, aponta Boanerges & Cia. Segundo consultoria, enquanto vendas no cartão de débito crescem, cai faturamento real das vendas parceladas no cartão de crédito Crescimento da participação da modalidade débito nas vendas com cartão pode ganhar força com a nova lei que permite a cobrança de preços diferenciados de acordo com o prazo e o meio de pagamento. São Paulo, 26 de julho 2017 – O parcelamento no cartão de crédito, descendente direto do já quase extinto cheque pré-datado, foi incorporado aos hábitos de consumo dos brasileiros nos últimos anos. Para muitos consumidores, o valor das parcelas acaba pesando mais até do que o valor total do produto na decisão de compra. Nem mesmo as vendas parceladas, porém, resistem à crise econômica que ainda assola o país. Com base nas estatísticas de pagamentos de varejo e cartões divulgadas pelo Banco Central do Brasil (BCB) em 10 de julho, a Boanerges & Cia., consultoria especializada em varejo financeiro, realizou uma análise que identificou uma queda real (descontada a inflação) do faturamento das vendas parceladas no cartão desde o início da crise, em 2014. Faturamento real dos cartões de pagamento - Transações domésticas (R$ bi de 2016)
37,9 58,8 81,4 185,8
45,3 68,4 94,0 208,3
58,6 84,9 111,9 241,2
177,1
203,3
238,3
2008
2009
2010
débito
64,4 98,7
73,7 108,4
86,6 114,7 146,1
1.103
1.105
91,8 117,8
86,6 112,7
83,1 106,5
149,8
147,4
143,8
340,5
342,3
341,0
137,2
126,1 273,3
1.110
298,4
320,8
315,1
369,2
410,1
414,1
430,4
275,0 2011
2012
2013
2014
2015
2016
crédito 1 parc.
2 e 3 parc.
4 a 6 parc.
7 ou + parc.
Fonte: BCB; elaboração: Boanerges & Cia.
Entre 2014 e 2016, o faturamento real das vendas em 2 ou 3 parcelas caiu 4%, de R$ 149,8 bilhões para R$ 143,8 bilhões; no caso das vendas de 4 a 6 parcelas, o recuo foi de 9,6%, de R$ 117,8 bilhões para R$ 106,5 bilhões; no caso das vendas em 7 ou mais parcelas, por sua vez, o recuo foi de 9,5%, de R$ 91,8 bilhões para R$ 83,1 bilhões.