Artigo - CONSTRUÇÃO NARRATIVA DO DRAMA MÉDICO NA ERA DAS MULTITELAS: UM COMPARATIVO ENTRE OS PILOTO

A CONSTRUÇÃO NARRATIVA DO DRAMA MÉDICO NA ERA DAS MULTITELAS: UM COMPARATIVO ENTRE OS PILOTOS DE GREY’S ANATOMY​ E ​THE RESIDENT Aluno: Giancarlo Campos Maturana

Resumo do artigo: Vivemos o tempo do hoje, do agora e do efêmero, a sociedade hipermoderna nutre uma relação de apego-dependência da velocidade exacerbada e isso é refletido no modo como as séries de televisão são assistidas. Com base nesse cenário atual, este artigo visa comparar a narrativa entre dois seriados americanos, ​Grey’s Anatomy e ​The Resident​, buscando a diferença entre as estruturas dos pilotos, onde o primeiro fora feito antes do ​boom ​múltiplas telas, enquanto o segundo serve de contraponto moderno.

Palavras-chave: ​multitela; narrativa na hipermodernidade; Grey’s Anatomy; The Resident; narrativa do drama médico Article Abstract: We are in the today-time, the here-and-now time, where everything is ephemeral. We live in hypermodern society feeded by the addiction for quickness and that is reflected in the way how we watch TV shows. Based on this current scenario, this article aims to compare the storytelling between two american’s medical drama. Grey’s Anatomy and The Resident, searching for a difference among the script structure from the pilots episodes, where the very first one was made before the multiscreen’s boom, as the second one fit up as modern counterpoint.

Keywords: ​multiscreen; storytelling at hypermodern; Grey’s Anatomy; The Resident; medical drama's storytelling

1. A SOCIEDADE TELÂNICA Andar pelas ruas de grandes metrópoles, como Nova Iorque, é receber uma chuva de imagens de todos os lados, são anúncios estáticos, vídeos promocionais, letreiros luminosos, entre outros aspectos de transmissão midiática que atingem ao espectador de tantas cores e formas diferentes. As imagens transmitidas pelas mais variadas telas, com tamanhos e funções distintas, que em um primeiro momento pode gerar até mesmo um certo desconforto, mas que após algum tempo se tornam corriqueiras e indispensáveis. A cada dia que passa, a comunidade global está cada vez mais ligada ao tudo-tela1, afinal o século XXI “é o da tela onipresente e multiforme, planetária e multimidiática” (Lipovetsky e Serroy, 2009, p.12).

Este é apenas de um dos reflexos da hipermodernidade (Lipovetsky, 2004), que mudou não apenas a sociedade e a difusão de dados, como também alterou a forma em que cada pessoa se comporta perante as múltiplas telas. Ainda em espelho das características hipermodernas, o cidadão está cercado de ecrãs de todos os tamanhos, como celulares, notebooks​, ​desktops​, ​smartwatches​, monitores em locais públicos, como aeroportos e metrôs, e até mesmo em óculos inteligentes, cada vez mais conectados a redes de internet graças ao IoT​ ou ​Internet of Things2.

A sociedade hodierna é moldada pelo efêmero e pela velocidade exacerbada, tudo que passa diante das telas, cada vez mais diversificadas, é de rápido engajamento e de validade curta, uma enxurrada de conteúdo nos mais variados aspectos e volumes. Segundo Weissheimer (2003), o mundo vive um curioso paradoxo: nunca houve tanta informação e nem tanta gente desinformada. Tal processo de transformação nutriu a sociedade, buscando

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Lipovetsky e Serroy (2009) utilizam o termo tudo-tela para se referir a era em que as telas predominam, ainda reiteram que o cinema não regrediu mediante as novas telas, mas sim ajuda a disseminar um olhar cinematográfico.

2 Segundo o site Acura, Internet of Things, IoT ou ainda Internet das Coisas em português, é uma rede de objetos físicos, veículos, prédios e outros que possuem tecnologia embarcada, sensores e conexão com rede capaz de coletar e transmitir dados.

as questões da ​tecnociência​, da arte, da relação de gênero e da ​multiculturalidade ​de Baumann (2007).

Todo o mecanismo telânico e a velocidade iniciada nos anos 1970 serviram para alterar a forma de como uma história é contada onde a regra básica da narrativa com início, meio e fim, é quebrada de forma a criar um novo tipo de abordagem privilegiando tudo que é caótico, disperso, descontínuo, fragmentado e não-unificado, como pode ser conferido pelas palavras de Lipovetsky e Serroy: Desde Spielberg e a geração neo-hollywoodiana do fim dos anos 1970, um outro parâmetro adquiriu uma importância maior: a velocidade, o ultramovimento, o ritmo infernal. Até então, a velocidade, que marcou o cinema americano das ​screwball comedies [comédias excêntricas] aos filmes de aventuras, era induzida pela história contada e obedecia a razões dramáticas ou psicológicas. A novidade reside numa narrativa de ​velocidade pela velocidade​, esta se tornando seu próprio fim. Tal dimensão, apresentada como atrativo em si, aparece em títulos que a anunciam como o conteúdo mesmo dos filmes (​Velocidade máxima, Velozes e furiosos​)...

(LIPOVETSKY; SERROY, 2009, p. 75)

Entretanto, antes de entrar de fato nas características das novas narrativas, é preciso elucidar de melhor forma os conceitos de hipermodernidade e multitelas. Criando assim um ponto de apoio a uma área de estudo ainda em desenvolvimento e que retrata o hoje com todas as suas características e peculiaridades.

1.1. A HIPERMODERNIDADE No final da década de 1970 o mundo deixava para trás a modernidade, passando a estar na pós-modernidade. A ideia do pós-moderno figurou inicialmente no campo arquitetônico e com grande rapidez migrou para outras áreas de estudo, alterando a forma como a sociedade da época via o mundo, pelas palavras de Lipovetsky: (...), ela bem depressa foi mobilizada para designar ora o abalo dos alicerces absolutos da racionalidade e o fracasso das grandes ideologias da história, ora a poderosa dinâmica de individualização e de pluralização de nossas sociedades. Para além das diversas interpretações propostas, impôs-se a idéia de que estávamos diante de uma sociedade mais diversa, mais facultativa, menos carregada de expectativas em relação ao futuro. (LIPOVETSKY; 2004, p. 51)

A hipermodernidade ou a pós-modernidade é marcado pelo aqui-agora e pelo grande papel de importância da mídia, com seus poderes quase ilimitados, já que em diversos momentos essa mesma mídia disseminou mensagens e valores, A derrocada dos grandes messianismos políticos, longe de ter provocado a aniquilação de todos os valores, permitiu que as democracias se reconciliassem com seus princípios morais básicos: os direitos humanos. De um lado, o individualismo faz reduzir-se a força das obrigações morais; de outro, contribui para dar-lhes nova prioridade. O respeito à pessoa humana podia parecer secundário quando comparado à revolução, à luta de classes, à nação ou ainda à raça. Não é mais o caso (LIPOVETSKY; 2004, p. 118)

Em resumo pode-se dizer que a a era hipermoderna traz consigo o ar da individualidade, do avanço tecnológico, da extrema conexão, tudo e todos estão conectados, afinal, a internet revolucionou o mundo em diversos aspectos e essa revolução não deixou de atingir os grandes estúdios de Hollywood. Assim como traz uma profusão de telas em diversos modos de exibição.

1.2. A ERA DAS MULTITELAS A virada do milênio trouxe para a sociedade hipermoderna o ​boom d​ a internet e o desenvolvimento de tecnologias móveis mais acessíveis, como o celular e o ​tablet​, o que amplificou a velocidade de tudo ao nosso redor, isso é corroborado pela fato da “mutação hipermoderna se caracteriza por envolver, num movimento sincrônico e global, as tecnologias e os meios de comunicação, a economia e a cultura, o consumo e a estética” (Lipovetsky e Sorry, 2009, p.23).

A tela global é o celular, o ​tablet​, assim como é a tela da TV, do ​notebook ou ainda do cinema. Muito além de um único ecrã, a era hipermoderna trás luz a uma era de multitelas, interligadas e ao mesmo tempo separadas por diversidade de informação e conteúdo. Em estudo realizado no Brasil pela gigante da internet, Google, foi constatado que em 2013 cerca de 63 milhões de pessoas utilizavam dois tipos de tela, sendo estas o computador e a TV, enquanto 30 milhões visualizam uma terceira tela, o celular.

Nos Estados Unidos, uma pesquisa realizada também em 2013 pela ​Nielsen Company,​ mostra que os norte-americanos consumiam uma média de 60 horas semanais de conteúdo em diferentes telas. Esses dados mostram o quanto a sociedade hodierna está

conectada a esta profusão de telas que comercializam modos de vida, o hedonismo de massa3 e o elogio da moderação4 ​ ​que outrora não se fazia presente, agora ditam as regras.

O avanço vertiginoso da globalização, o surgimento de novas tecnologias, o prazer pelo consumo, guiam a sociedade pela lógica da moda5, onde a espera pelo futuro foi substituído pelo aqui-e-o-agora. E essas características foram introduzidas nas produções 6

cinematográficas. A sociedade hipermoderna vive sob uma midiocracia , um poder exercido pela tela que influencia até os campos mais banais da vida humana. Como podemos ver pelas palavras de Lipovetsky e Serroy: O homem de hoje e de amanhã, permanentemente ligado por seu celular e seu computador ao conjunto das telas, está no centro de uma rede cuja extensão marca os atos de sua vida cotidiana. (...) Um tela-mundo que, evidentemente, não é mais a do cinema, mas que como veremos, em muitos aspectos pode ser vista como um cine-mundo. É tamanha a explosão de telas que em dez anos - a idade da internet – houve uma verdadeira revolução copernicana, que modifica a maneira mesma de estar no mundo. (LIPOVETSKY; SERROY, 2009, p. 256-257)

Viver na era das multitelas é estar sempre conectado a tela, ou seja, transformando o homem hipermoderno em um ​Homo ecranis,​ e essa variedade de telas trás consigo a escolha por uma, cada membro da sociedade escolhe sua tela favorita e dita as regras de seu consumo, mais do que nunca tendo o poder para escolher o que assistir e quando assistir.

2. NARRATIVAS DO DRAMA MÉDICO Uma vez entendido os conceitos de hipermodernidade e multitela, é chegado o momento de falar sobre os dramas médicos e suas narrativas. Dentro da gama de séries veiculadas, o drama médico se faz altamente presente como uma grande variedade de produtos como: ​Grey’s Anatomy7 ​(ABC, 2005 - Presente), ​The Resident ​(FOX, 2018 Presente), ​New Amsterdam (NBC, 2018 - Presente), ​Chicago MED (NBC, 2015 - Presente), House, MD (FOX, 2004 - 2012), ​ER (NBC, 1994 - 2009), ​Scrubs (​ FOX, 2001 - 2010), ​The Good Doctor (ABC, 2017 - Presente), Sob Pressão (Globo, 2017 - Presente), dentre outros; e

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Cultura do excesso, o querer mais e mais sem a real necessidade.

A autoconscientização dos direitos humanos, valorização da saúde, do afeto, da consciência ambiental.

5 Mercado organizado pelo efêmero, sedução, prazer pelo consumo e novidades permanentes.

6 De mídia, no plural do latim media; Cracia, sufixo que denomina: domínio ou poder.

7 Nota do autor: para este artigo foi escolhido a utilização dos nomes das séries e dos episódios, em sua língua original.

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conta com elevados níveis de audiência, vide a quantidade de temporadas de algumas das séries supracitadas.

Contudo, antes de partir para a narrativa de fato, é preciso fazer um recorte um pouco mais amplo. Os dramas médicos são um subgênero dos ​workplaces dramas​, que são histórias contadas em ambientes de trabalho, como por exemplo: estações policiais, como é visto em ​Castle ​(ABC, 2009 - 2016) e ​Bones ​(FOX, 2005 - 2017), escolas e universidades, como mostrado em ​Elite (Netflix, 2018 - Presente), ​Rebelde ​(Televisa, 2004 - 2006) e ​Gossip Gril (​ The CW, 2007 - 2015), ambientes corporativos e jurídicos como em The Office (​ NBC, 2005 - 2013), ​Mad Men (AMC, 2007 - 2015), ​Hot Get Away With Murder (ABC, 2014 Presente) e ​Law and Order (NBC, 1990 - 2010). Os ​workplaces dramas tem como estrutura principal a trama episódica, em que cada episódio casos são apresentados e resolvidos, com eventuais extensões para um número limitado de episódios, desenvolvendo muito pouco da trama pessoal de cada personagem nos episódios.

Os dramas médicos não fogem dessa fórmula, porém, estão cada vez mais voltados ao desenvolvimento dos protagonistas e não do casos médicos em si, notadamente essa mudança ocorreu com ​Grey’s Anatomy ​(ABC, 2005 - Presente), onde Shonda Rhimes apresenta o dia-a-dia dos personagens de modo que os problemas de saúde dos pacientes permeiam a narrativa central e não o contrário. Desde então, diversas séries médicas bebem desta fonte e se mantêm estáveis perante a pluralidade de opções.

Partindo então para construção narrativa, os dramas médicos são, assim como outros dramas, pontuados pelo desenvolvimento da Jornada do Herói (Campbell, 1949), como também pelo “espírito dramático, como as tragédias, ou seja, que encerrem uma só ação, inteira e completa, com princípio, meio e fim” (Aristóteles, 2000, capítulo XXIII), orquestrado de acordo com a essência do programa, podendo ser procedural, serializada ou ainda híbrida.

A construção do universo ambientado dentro de um hospital, assim como em qualquer outra estória é separada dentro daquilo que é considerado o mundo comum, pautado pelas normas da normalidade e da moral, geralmente apresentados através dos pacientes, que são pessoas comuns com seus desejos, sonhos e problemas. Em contraste a isso, há o mundo

especial, que é neste caso é o próprio ambiente hospitalar, composto por suas próprias regras e diretrizes, onde os médicos são os heróis que travam batalhas contra a morte.

Os conflitos entre o mundo comum e o especial é o que torna a narrativa atraente, uma vez que “o mundo especial de uma história só é especial se puder ser contrastado a um mundo cotidiano, com as questões de todo dia, das quais o herói é retirado” (Vogler, 1989, p.

95). São estes conflitos que movimentam os personagens e consequentemente a trama, os levando para um ciclo de acontecimentos em que ora os mesmos se encontram em equilíbrio, ora em desequilíbrio e novamente se reequilibram, formando assim uma narrativa plena, pelas palavras de Todorov: Uma narrativa ideal começa com uma situação estável que uma força qualquer vem perturbar. Disso resulta um estado de desequilíbrio; pela ação de uma força com sentido contrário, o equilíbrio é restabelecido; o segundo equilíbrio é semelhante ao primeiro, mas os dois nunca são idênticos. (TODOROV, 2003, p. 152)

Com isso em mente pode-se dizer que o mundo comum (o paciente) é afetado por um evento traumático (doença ou casualidade), que causa a desordem, o herói (médico) é chamado para combater o mal, tentando assim restaurar a ordem de equilíbrio, podendo ou não obter sucesso em seu intento. Esta é a estrutura básica de praticamente toda e qualquer narrativa, seja literária, cinematográfica ou televisiva.

A diversidade dentro dos dramas médicos é gigantesca, como já demonstrado anteriormente, passando por séries como ​House, MD (FOX, 2004 - 2012), em que o foco era a descoberta da doença e não a trama dos personagens, já em ​The Good Doctor (ABC, 2017 Presente), onde a jornada dos personagens é muito mais importante do que o diagnóstico ou a solução médica para seus pacientes. É interessante ressaltar que ambas as séries são criações do mesmo produtor-roteirista, David Shore, mesmo que ​The Good Doctor seja uma versão americana de ​Good Doctor8 ​(KBS2, 2013), um dorama9 sul coreano.

Toda essa diversidade traz consigo a riqueza da pluralidade dentro um único sub-gênero televisivo, por este motivo, este artigo irá se limitar a dois episódios pilotos de duas séries, ​Grey’s Anatomy (​ ABC, 2005 - Presente) e ​The Resident ​(FOX, 2018 - Presente),

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Nota do autor: o título original do dorama é escrito em língua inglesa.

Doramas são séries de televisão ocidentais.

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tendo como intuito entender as diferenças trazidas pela hipermodernidade e pelas múltiplas telas.

A escolha destes dois ​shows s​ e dá pelo fato de ambos seguirem a mesma linha de produção: focado nos médicos e seus problemas, onde o universo hospitalar e os pacientes são parte do todo e não o principal; outro fator importante para esta escolha é o fato de que: a primeira teve sua estreia antes da ​boom da internet e das múltiplas telas, seguindo uma lógica narrativa mais arrastada e menos ágil, enquanto a segunda serve como contraponto hipermoderno, cuja narrativa é rápida e articulada. É importante levar em consideração, que dentro os mais de trezentos episódios de Grey’s Anatomy (​ ABC, 2005 - Presente), seria possível comprar a evolução da própria série e como a mesma fora moldada aos novos tempos. Entretanto, a fim de criar parâmetros externos, esta análise poderá ser feita em trabalhos futuros.

3. PILOTOS COMPARADOS: ​GREY’S ANATOMY & THE RESIDENT Com base nas definições citadas até este momento e na escolha dos dramas médicos, é preciso trazer a luz as sinopses oficiais de cada uma delas. Partindo de ​Grey’s Anatomy​, cujo piloto foi ao ar no dia 27 de março de 2005, a sinopse não oficial segundo o fã-​site Grey’s Anatomy​ BR é: Grey’s Anatomy é um drama médico norte-americano exibido no horário nobre da rede ABC. (...) O folhetim é protagonizado por Ellen Pompeo, como Dra. Meredith Grey, residente do fictício hospital cirúrgico Seattle Grace, em Seattle, Washington, (...). A série é focada nela e seus colegas, também internos: Cristina, Izzie, George e Alex, mostrando suas vidas amorosas e as dificuldades pelas quais passam no trabalho. O título do seriado é uma brincadeira com Gray’s Anatomy (Anatomia de Gray), o famoso livro de anatomia de Henry Gray. (​www.greysanatomy.com.br​)

Já ​The Resident,​ teve seu episódio piloto exibido pela primeira vez no dia 21 de janeiro de 2018. Segundo o site TV.com a série tem a seguinte descrição: The Resident é um drama médico, cujo foco é no idealista e novato médico sob a supervisão de residente senior, brilhante e durão, que sempre extrapola em suas ações, tanto para bem quanto para o mal na medicina moderna. Vidas podem ser

salvas ou perdidas, mas as expectativas (​http://www.tv.com​, tradução nossa)

sempre

serão

destruídas.10

Uma vez que todas definições e explicações foram explicitadas, este trabalho seguirá para a análise dos episódios pilotos das duas séries. Os episódios de estreia serão analisados de acordo com os episódios exibidos e por seus roteiros11, disponíveis na internet12.

3.1. ​GREY’S ANATOMY: A HARD DAY’S NIGHT A sequência de abertura de ​A Hard Day’s Night ​segue a estrutura base de um roteiro, independe de ser televisivo ou cinematográfico, já que o telespectador “tem que saber quem é o seu personagem principal, qual a premissa dramática, isto é, sobre o que trata o filme, e a situação dramática — as circunstâncias que rodeiam a ação” (Field, 2001, p.68). É apresentado os casal de protagonistas, Meredith Grey (Ellen Pompeo) e Derek Shepherd (Patrick Dempsey), seguido dos co-protagonistas: Richard Webber (James Pickens Jr.), Cristina Yang (Sandra Oh), George O’Malley (T.R. Knight), Isobel ‘Izzie’ Stevens (Katherine Heigl), Alex Karev13 (Justin Chambers) e Miranda Bailey (Chandra Wilson); em seguida é apresentado toda a estrutura do mundo especial da série, com uma ronda pelo Seattle Grace Hospital14 e as regras ditas pela personagem de Chandra Wilson.

Em seguida segue-se com diversas cenas onde são apresentados o conflito geral da série: a dificuldade dos novos médicos de conciliarem sua vida pessoal com a profissional; bem como o conflito do episódio em si, ou seja, o conflito entre o mundo comum e especial.

O conflito geral da série é dado no momento em que Meredith descobre que Derek, não é apenas um homem com quem ela passou a noite, bem como seu novo chefe. Desta forma o Ato I do episódio é encerrado.

10 ​

No original: “​The Resident is a medical drama which centers on an idealistic young doctor who begins his first day under the supervision of a tough, brilliant senior resident who pulls the curtain back on all of the good and evil in modern day medicine. Lives may be saved or lost, but expectations will always be shattered.”​ 11 Ambos os roteiros possuem diferenças com o episódio final, a exemplo de nomes de locações e personagens e profundidades de algumas cenas, sobretudo no roteiro do Piloto de ​The Resident.​ 12 ​ Material disponível no site: ​https://sites.google.com/site/tvwriting 13 Nas primeiras versões do roteiro do episódio piloto, o personagem não existia sendo criado posteriormente, porém graças a regravações e edições digitais o personagem foi incluído no episódio.

14 O hospital representado em ​Grey’s Anatomy​ teve seu nome modificado na sexta temporada, quando passou a se chamar ​Seattle Grace Mercy West Hospital​ e na nona temporada fora renomeado mais uma vez para Grey-Sloan Memorial Hospital​, nome que continua até hoje.

O início do Ato II é marcado por um decréscimo do ritmo narrativo, em comparação com os dez primeiros minutos de episódio, tendo de relevante dramaticamente apenas o primeiro embate entre o casal de protagonistas e a primeira cirurgia da série. Nos minutos seguintes há diversos pontos de conflito, todos envolvendo Meredith, direta ou indiretamente, no primeiro momento a personagem de Ellen Pompeo é ​bipada 91115 ​pela equipe de enfermagem, mas se depara com uma Katie Bryce (Skyler Shaye), sua paciente, completamente lúcida e bem.

Em sequência há uma pequena conversa entre Meredith e Alex e posteriormente a interna é chamada novamente pelas enfermeiras de Katie, porém desta vez ela deve lidar com um conflito contra a possibilidade de morte da paciente, após alguns engasgos a protagonista consegue seguir a em frente e impedir que a paciente morra, este é o primeiro momento em que é visto as fraquezas descritas pela personagem na abertura do episódio: “O jogo. Dizem que uma pessoa tem ou que é preciso para jogar, ou não. Minha mãe foi uma das grandes. Eu por outro lado, sou meio que ferrada”16 (Meredith Grey, T1:E1, tradução nossa).

A medida que o arco avança em direção ao clímax do episódio, é possível ver que o ritmo se mantém lento, sem grandes acontecimentos, com exceção de Derek pedir ajuda aos internos, oferecendo a chance de entrar na cirurgia de Katie caso um deles encontre a causa de sua doença. O clima torna-se um pouco mais rápido quando Cristina pede ajuda a Meredith para descobrir o que há de errado com Katie, a protagonista aceita, mas diz que não quer a cirurgia.

Durante a conversa, Meredith conta a Cristina que teve relações sexuais com Derek.

Posteriormente, há um confronto entre a vida pessoal e a profissional de Meredith, quando ela aceita ir para a cirurgia. Este conflito se estende pelas cenas seguintes, onde Cristina e Derek são os antagonistas em relação a Meredith.

Com o início do Ato III o episódio caminha para seu término, com a cirurgia de Katie indo bem, Cristina e Meredith fazendo as pazes de seu modo único, marcando assim o início de uma amizade para a vida toda. Os demais internos também lidam com as Por se passar em 2005 o uso de ​pagers​ no lugar de celulares é constante, conhecido comumente no Brasil como ​bip​, por isso o termo “bipada”. O código 911 é o número da emergência nos EUA, sendo usado amplamente na cultura norte-americana em casos de risco de morte.

16 No original: “The game. They say a person either has what it takes to play, or they don't. My mother was one of the greats. Me on the other hand -- I'm kinda screwed.”

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consequência sde suas ações. O episódio termina com o ​plot twist17 onde se vê Meredith com Ellis Grey, sua mãe que possui Mal de Alzheimer.

3.2. ​THE RESIDENT: PILOT O episódio piloto começa rítmo acelerado, em uma sala de operação a equipe cirúrgica realiza um procedimento de rotina, são liderados pelo Doutor Randolph Bell (Bruce Greenwood), o chefe de cirurgia. Nesse momento é apresentado o grande conflito da série: a falta de ética na profissão médica, e isso fica claro com o seguinte diálogo entre Bell e Doutor Peter Chu, anestesiologista, e as enfermeiras de suporte: Bell: Eu acho que todos concordamos que foi a dose da anestesia que levou a essa situação desconfortável.

Peter Chu: Você tá brincando, né? Você cortou a aorta. Vocês duas são testemunhas.

Bell: Você nunca deveria tê-lo liberado para cirurgia. Os exames deles estavam anormais.

Peter Chu: Mentira! Estavam todos acima do limite normal. Isso nunca vai colar.

Bell: Eu tô me lembrando de quando você cortou a garganta de uma idosa em uma intubação de rotina. Aquilo colou? Eu te cobri. Eu sou o chefe de cirurgia. Ele é um residente do segundo ano no fim de um turno de 30 horas. O que vocês duas viram?

Peter Chu: Estamos todos no mesmo time aqui, certo?

Enfermeira Cirúrgica: Talvez ele tenha tido um ataque cardíaco?

Peter Chu: Algum histórico de doença cardíaca na família.

Bell: Sim. O lado esquerdo estava entupido. Foi um ataque cardíaco repentino.

Claudia: Tentamos massagem cardíaca. Não funcionou.

Bell: Não havia forma de prevenir isso.18 (Pilot, T1:E1, tradução nossa)

No desenrolar do Ato I de ​Pilot o telespectador é apresentado ao universo da série, o mundo especial ambientado no ​Chastain Park Memorial Hospital,​ um dos melhores hospitais Segundo o ​Filmmaker’s Dictionary: plot twist​ é uma mudança radical na direção esperada do enredo, que causa surpresa e mantém o público preso a obra cinematográfica.

18 ​ Diálogo retirado do roteiro do episódio piloto. No original: “​Bell: I think we can all agree it was the misdosed sevo that led to this unfortunate situation.

Peter Chu: You're kidding, right? You nicked the aorta. You're both witnesses.

Bell: You never should have cleared him for surgery, his INR was abnormal.

Peter Chu: Bullshit! It was upper range of normal! That's never going to fly.

Bell: I'm Flashing back to the time you tore through that old woman's oropharynx on a routine intubation. Did that fly? I covered for you. I'm chief of surgery. He's a 2nd year resident at the end of 30 hour shift. What did you two see?

Peter Chu: We're all on the same team here, right?

Scrub Nurse: Maybe he had a heart attack?

Peter Chu: Some family history of heart disease.

Bell: Yes. his left main clogged. Sudden cardiac event.

Claudia: We tried CPR. It didn't work.

Bell: There was no way to prevent this.”​ 17

dos Estados Unidos, localizado em Atlanta, Georgia; os personagens principais também são apresentados começando por Devon Pravesh (Manish Dayal), Conrad Hawkins (Matt Czuchry), Irving Feldman (Tasso Feldman) e Nicolette ‘Nic’ Nevin (Emily VanCamp).

Com o início do Ato II é revelado os primeiros conflitos entre os personagens e as relações que os mesmos mantêm e/ou mantiveram; os eventos que causam desequilíbrio no episódio, o primeiro grande caso do Doutor Pravesh e a chegada de uma paciente com câncer, Lily Kendall (Violett Beane), responsável por boa parte do arco narrativo da primeira temporada.

Conforme o Ato II avança é notada uma diminuição do ritmo narrativo, com poucos eventos dramáticos acontecendo, há a primeira derrota de Devon, ao ressuscitar Chloe Goddard (Alexa Mansour), sem levar em conta o tempo em que a mesma ficou sem oxigenação no cérebro, o que significa que ele salvou a vida, porém a paciente teve morte cerebral; o primeiro embate entre o protagonista e o antagonista, Conrad e Randolph respectivamente; a apresentação de residente cirúrgica Mina Okafor (Shaunette Renée Wilson) e um conflito entre ela e Doutor Bell.

O Ato III se inicia com as consequências dos atos de Randolph, estas ações possuem a função dramática de estabelecer o personagem enquanto antagonista e seu poder como chefe de cirurgia. Nos minutos finais do episódio é possível notar que Conrad aceita Devon como seu interno, na cena em que o residente sênior revela um de seus casos, a fala seguinte reforça tal aceitação: “Annabeth. Cinco. Ela tinha câncer. Eu cometi um erro. Apliquei potássio demais. Ela morreu. Por minha culpa, não o câncer. Se fosse fácil, todo mundo seria médico, porque é esse é o melhor emprego do mundo. Apesar de tudo. Por causa de tudo”19 (Conrad Hawkins, T1:E1, tradução nossa).

O ​plot twist d​ o episódio se dá no momento em que Conrad é pego por Nic desligando os aparelhos que mantém Chloe viva. É importante lembrar que neste episódio não há um desfecho completo do conflito episódico, já que as ações de Conrad, Nic e Devon terão repercussão no episódio seguinte. Outro ponto importante é o fato de que o conflito

19 ​

Diálogo retirado do roteiro do episódio piloto. No original: “​Annabeth. Five. She had cancer. I made a mistake. Gave her too much potassium. She died. From me, not the cancer. If it were easy, everyone would be a doctor because this is the best job in the world. Despite everyting. Because of everything.”​

geral da série, são apresentados em pequenas cenas durante toda a temporada até que sejam resolvidos.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao assistir os dois episódios de estreia e analisar a estrutura narrativa e quantidade de ação existente em ambos, é notório a diferença entre os ritmos narrativos em ambos os shows,​ em ​Grey’s Anatomy ​(ABC, 2005 - Presente), é apresentado uma narrativa mais clássica, com os atos bem divididos e claros, além de um ​gap20 ​maior entre os acontecimentos de grande importância para a estória. Já em ​The Resident (​ FOX, 2018 - Presente) os atos estão mais entrelaçados, a apresentação do universo da série não é dada segundo os parâmetros de Syd Field (2001) e a grande diferença se faz no tempo reduzido dos ​gaps ​entre os eventos de grande importância, fato este que é o diferencial hipermoderno.

As tabelas abaixo apresentam comparações entre os dois episódios, levando em consideração os atos, acontecimentos e duração aproximada (em minutos).

Tabela 01: Relação dos acontecimentos do Ato I dos episódios pilotos de ​Grey’s Anatomy​ e ​The Resident Série

Acontecimento

Duração

Série

Apresentação do Universo Ato I

Grey’s Anatomy

Apresentação do Conflito do Episódio Apresentação do Conflito da Série

6

The Resident

Acontecimento

Duração

Apresentação do Primeiro Conflito da Série

5

Primeira Cirurgia/Erro Apresentação do Universo

5

A primeira sequência de ambas as séries determinam seu tema central, em ​Grey’s Anatomy há a busca pelo equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, enquanto em ​The Resident foca nas na Ética Médica. Contudo, a semelhança estrutural termina neste tópico, já

Segundo o Google a definição de ​gap é:​ substantivo masculino, cujo significados são: 1. quebra de continuidade; 2. atraso relativo, descompasso ou disparidade entre coisas, países, pessoas, níveis financeiros, mentalidades etc.

20 ​ ​

que no primeiro ​show a duração é menor e é ditado uma velocidade mais lenta, esta diferença fica clara ao comprar a cena inicial de um episódio com o outro.

Em ​Grey’s Anatomy há o romance de Derek e Meredith e em ​The Resident uma situação-problema dentro de uma sala de cirurgia. Mesmo que em ambas as séries o Ato I seja dinâmico e envolvente, atraindo o público de formas distintas. Essas diferenças podem ser vistas em outras produções do gênero, quando se compara a criação de Shonda Rhimes21 a​ elas, como por exemplo ​The Good Doctor (ABC, 2017 - Presente) e do drama médico brasileiro Sob Pressão (Globo, 2017 - Presente).

Tabela 02: Relação dos acontecimentos do Ato II dos episódios pilotos de ​Grey’s Anatomy​ e ​The Resident Série

Acontecimento

Série

Acontecimento

Embate do casal protagonista

5

Apresentação do conflito entre os personagens

Primeira Cirurgia/Erro

5

Apresentação do Conflito do Episódio

5

Apresentação do Segundo Conflito da série

Conflito menores Ato II

Duração

Grey’s Anatomy

The Resident Conflito com a Morte

5

Conflito entre protagonista e antagonista

Descoberta da Cura

5

Derrota para a Morte

Conflito vida pessoal x profissional

5

Apresentação de novo personagem

Duração

4

6

15

Ações do antagonista

Shonda Rhimes é a criadora de ​Grey’s Anatomy,​ foi a produtora executiva, roteirista e ​showrunner​ da série até a décima quarta temporada.

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Durante o segundo ato de cada uma dos pilotos, é possível ver uma queda na velocidade em que a estória é contada, porém, ao traçar um paralelo entre ambas, é possível ver que os eventos menos importantes possuem apelos diferenciados. Na veterana as cenas de apoio são estreladas pelos internos da Doutora Bailey, cujos temas são sempre pertinentes ao tema central da série.

Enquanto no show mais recente, as cenas são voltadas para a ação dos médicos exercendo suas funções, sempre em rápidos acontecimentos, em sua grande maioria de tirar o fôlego. Mais um exemplo de como a audiência mudou com o avanço da internet e a popularização das multitelas caracterizadas pela velocidade exacerbada, já explicado no capítulo um deste trabalho. Um ponto interessante a respeito desta comparação entre os Atos II é: em ​The Resident o​ mesmo é cerca de cinco minutos menor do que o ofertado pela série da ABC. Tabela 03: Relação dos acontecimentos do Ato II dos episódios pilotos de ​Grey’s Anatomy​ e ​The Resident Série

Ato III

Grey's Anatomy

Acontecimento

Duração

Série

Acontecimento

Cura de Katie

Consequência das ações do antagonista

Resolução Cristina e Meredith

Aceitação dos protagonistas

Consequências das ações dos demais internos

7

Revelação Sobre Ellis Grey

The Resident

Conrad é pego desligando os aparelhos de Chloe

Duração

7

Resolução parcial do conflito do episódio

Em ambas os ​shows é possível ver que o Ato III é destinado ao encerramento total ou parcial dos conflitos episódicos, até mesmo seus tempos de duração são próximos, além de seguirem praticamente o mesmo caminho. É no terceiro ato que as séries voltam a conversar, tanto em ritmo, quanto em estrutura narrativa.

É possível dizer que ambas as produções seguem padrões comerciais da produção e desenvolvimento de suas narrativas, mesmo que haja suas particularidades em certos pontos, já citados, mostrando que a forma de contar boas histórias é a mesma, mesmo com treze anos de diferença entre as primeiras exibições dos episódios.

Quanto a proposta deste artigo é válido dizer que o mesmo atingiu as expectativas ao fim das análises, já que faz-se claro a influência dos preceitos de Lipovetsky e Serroy. E mais, mostrou-se ainda mais promissor à medida que elucida as semelhanças e diferenças entre ambos os ​shows,​ sendo assim um oceano de possibilidades de estudos futuros.

5. REFERÊNCIAS 5.1. BIBLIOGRAFIA ARISTÓTELES. ​Poética, Política-os Pensadores​. São Paulo: Nova Cultural, 2000.

BAUMANN, Zygmunt. ​Tempos Líquidos​. Rio de Janeiro: Zahar, 2007.

CAMPBELL, Joseph. ​O Herói de Mil Faces​. São Paulo: Cultrix/Pensamento, 1997.

FIELD, Syd. ​Manual do Roteiro: Os Fundamentos do Texto Cinematográfico.​ Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

LIPOVETSKY, Gilles. ​Tempos Hipermodernos​. São Paulo: Barcarolla, 2004.

LIPOVETSKY, Gilles; SERROY, Jean. ​A Tela Global​: ​mídias culturais e cinema na era hipermoderna.​ Porto Alegre: Sulina, 2009.

SINGLETON. Ralph Stuart; CONRAD, James A.; HEALY, Janna Wong. ​Filmmaker's Dictionary.​ UK: Lone Eagle Pub. Co., 2000.

TODOROV, Tzvetan. ​Poética da Prosa.​ São Paulo: Livraria Martins Fontes, 2003.

VOGLER, Christopher. ​A Jornada do Escritor: estruturas míticas para escritores.​ Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

5.2. FILMOGRAFIA A HARD Day’s Night (Temporada 1, ep. 1). ​Grey’s Anatomy​ [Seriado]. Direção: Peter Horton. Produção: Peter Horton. Roteiro: Shonda Rhimes. Estados Unidos da América: Produtora ABC Network, 2005. Disponível em: ​Netflix.​ Assistido em 17 dez. 2018.

PILOT (Temporada 1, ep. 1). ​The Resident​ [Seriado]. Direção: Phillip Noyce. Produção: David Boorstein. Roteiro: Amy Holden Jones, Hayley Schore e Roshan Sethi . Estados Unidos da América: Fox 20th Televesion, 2018. Disponível em: ​Fox Play.​ Assistido em 18 dez. 2018.

5.3. WEBGRAFIA ACURA.​ Internet das Coisas. ​Disponível em: <​https://www.acura.com.br/pt/tecnologia/internet-das-coisas​>. Acesso em: 29 jun. 2018.

GREY’S ANATOMY BR. ​Sinopse do Seriado.​ Disponível em: <​http://www.greysanatomy.com.br/3-2​>. Acesso em: 17 dez. 2018.

NIELSEN COMPANY. ​Multi-Screen Survey Report.​ Disponível em: <​https://www.nielsen.com/content/dam/corporate/us/en/reports-downloads/2013%20reports/a na-nielsen-multi-screen-survey-report-nov-2013.pdf​>. Acesso em: 13 dez. 2018.

THINK WITH GOOGLE. ​Entendendo o Consumidor Brasileiro Multitelas.​ Disponível em: <​https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/tendencias-de-consumo/comportamento-consu midor-multiplataforma​>. Acesso em: 13 dez. 2018.

TV.COM. ​The Resident - Show News, Reviews, Recaps and Photos.​ Disponível em: <​http://www.tv.com/shows/the-resident​>. Acesso em: 17 dez. 2018.

TV WRITING. ​TV Writing - Grey’s Anatomy.​ Disponível em: <​https://sites.google.com/site/tvwriting/us-drama/show-collections/greys-anatomy​>. Acesso em: 29 jun. 2018. __________. ​TV Writing - 17-18 Season.​ Disponível em: <​https://sites.google.com/site/tvwriting/us-drama/pilot-scripts/17-18-season​>. Acesso em: 29 jun. 2018.

VIEIRA, Manuela Do Corral. ​Semiótica e Hipermodernidade.​ IV Congresso Internacional da Associação Brasileira de Estudos Semióticos. Hábitos e estilos de vida: design, comunicação, cultura., São Paulo, maio. 2010. Disponível em: <​http://www.bocc.ubi.pt/pag/vieira-manuela-semiotica-e-hipermodernidade.pdf​>. Acesso em: 01 jul. 2018.

WEISSHEIMER, Marco Aurélio. ​Paradoxo da informação desafia modelo de progresso​.

Disponível em: <​http://www.consciencia.net/2003/11/08/weisseheimer.html​>. Acesso em: 28 jun. 2018.