Edição 495_29_10_2009

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QUINTA-FEIRA

POLÍTICA

DE OUTUBRO DE 2009 CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

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PS/Coimbra

Ministros

Fernandes numa encruzilhada apesar de poupado pela CPF

Sete caras novas no novo Governo

R.A.

A Comissão Política da Federação (CPF) do PS/ Coimbra, reunida sábado, poupou Henrique Fernandes, líder partidário de âmbito local, mas nem por isso as próximas semanas deixam de ser exigentes para o sucessor de Luís Vilar. Volvidos quatro meses e meio sobre a última reunião da Comissão Política Concelhia (CPC) conimbricense do Partido Socialista, o presidente, Henrique Fernandes, está numa encruzilhada e o Secretariado da estrutura encontra-se sem quorum estatutário. Alvo de terceira derrota consecutiva nas eleições autárquicas realizadas no município de Coimbra, o PS só terá plenário da Concelhia a 09 ou 16 de Novembro, embora a Comissão Política de Federação (de âmbito distrital) já se tenha reunido. Segundo o Secretariado da Federação, “apesar das derrotas verificadas em algumas autarquias, o Partido Socialista sente-se globalmente confortado com o enorme trabalho desenvolvido” por militantes e candidatos e manifesta “confiança num futuro diferente”. A menos de meio ano do termo do mandato da Concelhia conimbricense, caso o presidente pretenda recandidatar-se, seria normal Henrique Fernandes viabilizar a antecipação do sufrágio em ordem à sua recondução ou à eleição do sucessor. O “Campeão” diligenciou no sentido de conhecer a posição do líder local do PS/Coimbra, mas o sociólogo e governador civil privilegiou o silêncio.

Paulo Penedos, segundo membro da lista em que Fernandes foi eleito, interpreta os sinais dados pelo camarada como uma provável manifestação de indisponibilidade para voltar a perfilar-se para o cargo. Neste contexto, o advogado receia que “não haja um confronto clarificador” e, por isso, manifesta-se adepto de uma “solução consensual”, embora ela se lhe afigure improvável. Penedos puxa por Manuel Machado

Manuel Machado, exautarca, constituiria, segundo Paulo Penedos, uma “boa solução” para a liderança concelhia do PS/ Coimbra. “A bem da clarificação”, caso equacione recandidatar-se, Henrique Fernandes deve “avançar já”, declarou o advogado ao nosso Jornal. Se prevalecer o cenário inverso, como lhe parece, Penedos entende que, “por razões de bom e adequado funcionamento dos órgãos”, a próxima reunião da CPC deve recompor o Secretariado. Esta estrutura, órgão executivo e operacional da Concelhia, está sem quorum estatutário desde a renúncia de Ana Cristina Rosa, divulgada (na semana passada) pelo diário As Beiras. Sendo conhecidas algumas intenções de candidatura de potenciais sucessores de Fernandes, Penedos, presidente da Mesa da CPC, opina que se lhe afigura razoável “chamar todos [os interessados] ao trabalho partidário numa fase de transição”.

Se for essa a opção do líder cessante, ela poderá esbarrar, contudo, na oposição dos membros da Comissão Concelhia conotados com Carlos Cidade, que, há ano e meio, protagonizou uma alternativa a Henrique Fernandes. Segundo fonte partidária, os eleitos na lista de Cidade reunir-se-ão assim que for convocado o próximo plenário da CPC do PS/Coimbra. Em reacção à divulgação da demissão de Ana Rosa, precedida pelas de Paulo Penedos, Pedro Martins, Maria do Rosário Pimentel e Carlos Cidade, Fernandes acenou com a hipótese de promover a recomposição do Secretariado. Neste contexto, o líder partidário de âmbito concelhio dirigiu um remoque aos camaradas que optaram pela saída do órgão executivo e operacional, excepção feita a Penedos, a cuja renúncia foi alheio o processo eleitoral autárquico. Enquanto a demissão de Ana Rosa se consumou em meados deste mês, as dos outros três camaradas ocorreram no início do Verão, tendo Carlos Cidade invocado “questões de honra e de dignidade, pessoal e política”. Subjacente às renúncias de Martins, Maria do Rosário, Cidade e Ana Rosa esteve o desempenho do líder concelhio do PS/Coimbra no contexto do processo eleitoral autárquico. Os votos de Paulo Valério

Paulo Valério fez votos, entretanto, para que o PS/Coimbra seja “eticamente irrepreensível, intelectualmente estimulante e

genuinamente fraterno”. A declaração do jurista, comunicada ao “Campeão”, foi feita a propósito de uma notícia do nosso Jornal a apontá-lo como potencial sucessor de Henrique Fernandes na presidência da Comissão Concelhia conimbricense do Partido Socialista. Paulo Valério entende que a próxima eleição da referida Concelhia deve deixar de configurar um “ajuste de contas com o passado”. “Seria bom que se passasse a ajustar contas com o futuro”, declarou. Em reacção à notícia, o militante socialista aludiu à inexistência de qualquer processo eleitoral em curso. Para o antigo adjunto do governador civil Henrique Fernandes, o PS/ Coimbra “só voltará ao fulgor de outros tempos quando for, simultaneamente, um partido próximo dos militantes, eticamente irrepreensível, intelectualmente estimulante e genuinamente fraterno”. “Sem reunir estas condições, não ponderarei perfilar-me para qualquer candidatura”, acentuou. Fontes partidárias auscultadas pelo “Campeão” sugerem que, num cenário de antecipação da próxima eleição da Comissão Concelhia de Coimbra do PS, caso Paulo Valério se manifeste indisponível, poderá despontar a candidatura de Rodrigo Maia. Valério e Maia, entre outros camaradas, são conotados com a anterior coordenadora do Departamento Federativo de Mulheres Socialistas de Coimbra, Carla Violante, que é apoiante do líder da minoria federativa do PS, Mário Ruivo.

Águas de Coimbra

Processo disciplinar em “banho-maria” Um processo disciplinar instaurado a um ex-director da Águas de Coimbra (AC) chegou às mãos do instrutor no dia a seguir ao das eleições autárquicas, soube o “Campeão”.

Gilberto Lopes, o jurista nomeado pelo presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) para proceder à instrução, foi habilitado para a desencadear a 12 de Outubro de 2009.

A decisão do Conselho de Administração da AC no sentido da abertura de um processo disciplinar visando João Santos Seco foi tomada a 30 de Abril (cinco meses e meio antes de o instrutor ter sido ha-

bilitado para o efeito). João Santos Seco, um dos dois directores «emprateleirados» há dois anos naquela empresa municipal, foi director de Manutenção e de Exploração de Sistemas.

O XVIII Executivo, o segundo de José Sócrates, tem sete novos ministros; seis são reconduzidos e três são governantes cessantes (que mudam de pastas). Alberto Martins, antigo presidente da Associação Académica de Coimbra, sucede a Alberto Costa no Ministério da Justiça e a nova titular da pasta do Ambiente, Dulce Pássaro, é natural de Oliveira do Hospital. Os outros cinco novos ministros são António Serrano (Agricultura), António Mendonça (Obras Públicas), Helena André (Trabalho e Solidariedade Social), Isabel Alçada (Educação) e Gabriela Canavilhas (Cultura). Permanecem nas mesmas pastas Luís Amado (Negócios Estrangeiros), Fernando Teixeira dos Santos (Finanças), Pedro Silva Pereira (Presidência), Ana Jorge (Saúde), Rui Pereira (Administração Interna) e Mariano Gago (Ciência e Tecnologia e Ensino Superior). Augusto Santos Silva transita dos Assuntos Parlamentares para a Defesa e

José Vieira da Silva da pasta do Trabalho e Solidariedade Social para a da Economia, cabendo a Jorge Lacão, anterior secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, substituir Santos Silva na articulação do Governo com a Assembleia da República. O ministro das Obras Públicas, António Mendonça, com a particularidade de ter sido conotado com o PCP, sucede a um antigo militante daquele partido (Mário Lino). João Tiago Silveira, que coadjuvou Alberto Costa, substitui Jorge Lacão como secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Como era expectável, cessaram funções, além de Manuel Pinho (outrora ministro da Economia), Nuno Severiano Teixeira (Defesa), Alberto Costa (Justiça), Francisco Nunes Correia (Ambiente), Jaime Silva (Agricultura), Mário Lino (Obras Públicas), Lurdes Rodrigues (Educação) e José António Pinto Ribeiro Cultura).

Secretarias de Estado

Isabel Oneto provável no MAI Isabel Oneto, ex-governadora civil do Porto, deverá ficar à frente de uma das secretarias de Estado do Ministério da Administração Interna (MAI), soube o “Campeão”. A jurista tinha sido investida, recentemente, na presidência da Autoridade Metropolitana portuense de Transportes. Outrora jornalista (da Agência Lusa e da revista Visão), Isabel Oneto poderá suceder a José Magalhães, desconhecendo-se ainda se serão reconduzidos José Miguel Medeiros e Rui Sá Gomes (os restantes secretários de Estado na dependência do MAI). Paulo Campos deverá continuar na Secretaria de Estado das Obras Públicas e, segundo o Jornal de Negócios, Correia da Fonseca poderá suceder a Ana

Paula Vitorino na Secretaria de Estado dos Transportes. Correia da Fonseca, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (tal como o novo ministro das Obras Públicas, António Mendonça), é o responsável pelo Plano Estratégico de Transportes, instrumento que se encontra em fase de consulta pública. Sérgio Vasques deverá suceder a Carlos Lobo na Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais e Bernardo Trindade poderá permanecer à frente da Secretaria de Estado do Turismo. Segundo o Jornal i, Guilherme Dray, professor de Direito, irá suceder a Pedro Lourtie, diplomata, na chefia do gabinete de José Sócrates.


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