“Campeão das Províncias” - 1/6/2023

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DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 | N.º 777 | ANO 3 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 17:00 / 18:00 HORAS EDIÇÃO DIGITAL FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Joana Alvim, Luís Carlos Melo e Cristiana Dias PAGINAÇÃO Grupo Media Centro De 2.ª a 6.ª-Feira, às 17:00 horas vá a na barra lateral encontra “Campeão Digital”. CLIQUE E LEIA! Pode também encontrar o link de ligação no Facebook do Campeão em www.campeaoprovincias.pt www.facebook.com/campeaodasprovincias 24 PÁGINAS PÁGINA 2 (CHAMADA PARA A REDE FIXA NACIONAL) UNIVERSIDADE DE COIMBRA É A MAIS SUSTENTÁVEL EM PORTUGAL E A 29.ª NO MUNDO FOTO: UC/FELIPPE VAZ

Universidade de Coimbra está na liderança da sustentabilidade

Pelo quarto ano consecutivo, a Universidade de Coimbra (UC) é considerada a instituição de ensino superior mais sustentável em Portugal e a 29.ª do mundo, de acordo com o ranking Times Higher Education Impact Rankings 2023, divulgado esta quinta-feira.

No total, participaram 1.591 instituições de todo o mundo, o maior número desde o início deste ranking. Com um score total de 92.9 em 100, a UC foi a instituição com um melhor desempenho global em Portugal no cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

Este ano, a Universidade de Coimbra destacou-se no alcance do ODS 2 – Erradicar a Fome, sendo considerada a 22.ª melhor universidade do mundo no cumprimento deste objectivo. A existência do menu social (a preços acessíveis) nas cantinas, a promoção de campanhas de combate ao desperdício alimentar e a existência de mecanismos de monitorização do desperdício, a disponibilização de produtos às Repúblicas a preços reduzidos ou a integração de critérios de sustentabilidade nos cadernos de encargos para aquisição de produtos alimentares para as cantinas são alguns exemplos das medidas praticadas pela instituição que contribuíram para este resultado.

Nesta edição de 2023, a Universidade de Coimbra ocupa uma posição de destaque em dois Objectivos de Desenvolvimento Sustentável pela primeira vez: a nível mundial, a UC foi considerada a 37.ª melhor instituição do mundo

no alcance dos ODS 11- Cidades e Comunidades Sustentáveis e ODS 13- Acção Climática.

“É com muita satisfação que vemos a Universidade de Coimbra ser reconhecida, pelo quarto ano consecutivo, como a Universidade mais sustentável de Portugal e uma das instituições de ensino superior com maior sucesso no cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU a nível mundial”, declara o Reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão. “Esta distinção não é um fim em si mesma. É um incentivo para mantermos uma postura responsável e assertiva na resposta aos desafios da sustentabilidade”, sublinha.

No que diz respeito ao ODS 11Cidades e Comunidades Sustentáveis, contribuíram para este resultado diversas iniciativas como a existência de museus e espaços de exposições, a promoção de eventos culturais e artísticos como a Semana Cultural da Universidade de Coimbra; mas também projetos como o UCicletas (disponibilização de bicicletas), alterações

de trânsito na Alta para garantir mais espaço aos peões ou a instalação de sistemas fotovoltaicos. De referir ainda a Classificação da Universidade de Coimbra - Alta e Sofia como Património Mundial da Humanidade da UNESCO, cuja inscrição completa agora dez anos, o que motivou a realização de um programa de celebrações com actividades culturais e académicas que assentam nas vertentes material e imaterial do património.

Já no ODS 13- Acção Climática, a UC destacou-se pelo seu compromisso com a neutralidade carbónica, o cálculo que efectua da pegada ecológica, o programa doutoral Território, Riscos e Políticas Públicas, o protocolo criado com a Direcção-Geral de Recursos da Defesa Nacional ou participação em redes orientadas para a acção climática.

Além dos ODS anteriormente referidos, a UC destacou-se também no cumprimento dos ODS 3Saúde de Qualidade (40.ª posição mundial) e ODS 9 - Indústria, Inovação e Infraestruturas (44.ª posição mundial).

QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 2 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf

TODA A OFERTA DE TURISMO NUM SÓ LOCAL DE COIMBRA

Reunir num só local toda a oferta de produtos e serviços turísticos de Coimbra e da região é a aposta de uma empresa que vai abrir um espaço num edifício da Praça do Comércio,

na Baixa da cidade. Este projecto mereceu um prémio da Turismo do Centro e pretende ser uma “porta de entrada” para os visitantes poderem adquirir todos os produtos endógenos

Inconveniente não será, mas incómodo é seguramente As revelações de António Marinho e Pinto

de Coimbra e dos 19 concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal, assim como saber toda a oferta turística, adquirir ingressos e fazer marcações. PÁGINA 3

António Marinho e Pinto, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, ex-eurodeputado e político, sempre se destacou pelas suas posições controversas e discurso arrojado. Em Entrevista à Rádio Regional do Centro e ao Campeão das Províncias revela a actualidade dos ideais que o moviam na

o a

uve e co mar

juventude, a decepção com a forma e desempenho desta democracia e a sua crítica à falta de liberdade de informação em Portugal. Com uma personalidade forte e convicta, Marinho e Pinto continua a ser uma figura marcante no panorama político

O Dia Mundial do Ambiente celebra-se na segunda-feira, dia 5 de Junho, e este ano o tema em foco está no combate à poluição plástica. As empresas Águas de Coimbra e a Águas do Centro Litoral procuram dinamizar esta data com várias iniciativas.

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3 QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt PREÇO 1€ | 2ª SÉRIE | ANO 23 | N.º 1161 | 1 DE JUNHO DE 2023 | SEMANÁRIO À QUINTA-FEIRA Telef. 239 497 750 (Chamada rede fixa nacional) | e-mail: campeaojornal@gmail.com PUBLICIDADE
Dia do Ambiente chama a atenção para os plásticos
Encerra ao Sábado

LOJAS DE COIMBRA COM MEMÓRIA 2 1 DE JUNHO DE 2023

CASA DOS ENXOVAIS TANTA COISA BONITA

DENTRO DAS PAREDES E DO PEITO

FERNANDA PAÇÓ

Falar da Loja dos Enxovais é falar de mais um dos bem conhecidos, prestigiados e antigos estabelecimentos de Coimbra, que ajudaram a fazer da Baixa da cidade um dos mais nobres espaços do comércio tradicional da cidade. Mais do que isso: falar da Casa dos Enxovais é reconhecê-la como uma loja âncora das muitas que povoaram as ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges, desde meados do século passado. Algumas delas foram fechando aos poucos por razões de natureza diversa: pela idade dos proprietários, pela alteração do modo de vida da sociedade, pela alteração das circunstâncias do negócio, pelo aparecimento dos grandes centros perante os quais algumas cidades se ajoelharam em troca de nada. Mas outros desses estabelecimentos resistem e os respectivos proprietários, de invulgar dinamismo empresarial, levam pela idade adiante a paixão pelo espaço comercial de que fizeram casa, loja, escritório e onde cultivaram uma clientela que se fez família ao longo de tantos anos e ainda hoje isso acontece. Na semana passada demos o exemplo da Ourivesaria Costa; esta semana falamos da Casa dos Enxovais, ali na Visconde da Luz, onde há anos e anos (57, propriamente), as montras, de tão cuidadas, são um dos embelezamentos da cidade, sob o olhar atento do seu responsável de sempre.

Durante muitos anos, dezenas deles, a Loja dos Enxovais foi, e continua a ser, das mais conceituadas de Coimbra, primando sempre pela qualidade dos produtos, pelo rigor de montras feitas com arte, perícia e amor, mas também pela forma elegante como os clientes eram e são tratados dentro daquele espaço, situado ali mesmo onde a Visconde da Luz se inicia a caminho da Portagem. Entrar ali, olhos postos nos expositores, é olhar para uma imensidão de tecidos produzidos com perícia e qualidade por empresas do norte, expostos com tal engenho e criatividade que todo aquele interior lembra um quadro de arte.

Conversando com José Marques

“Estive a trabalhar na Casa Guimarães por 17 anos e, depois, resolvi abrir a Casa dos Enxovais. Precisava ganhar dinheiro, para mim e para a minha família. E esse era o ramo que eu conhecia”,

explicou-nos José Marques numa breve conversa que com ele tivemos há dias.

Assim, o que começou como um meio de sustento tornou-se numa das lojas mais conhecidas da Baixa de Coimbra. No entanto, a tradição de comprar enxovais tem-se tornado obsoleta, como explica José Marques.

“Estes 57 anos têm sido muito bons, mas agora está um pouco mais difícil”, explica. As complicações surgem do facto de não haver tanto movimento quanto antes. “Há anos atrás estávamos sempre cheios de gente. Vendíamos 6.000 euros por dia, agora vendemos em torno de 600, isso representa apenas 10%”.

Como nos esclareceu, quando

as mulheres casavam era costume que fosse feita a compra de um enxoval, seja pela noiva em si ou pelos pais, sogros, madrinhas ou padrinhos, por exemplo. Hoje em dia, no entanto, deixou de ser habitual seguir este tipo de tradição.

“Foram anos de muito trabalho”

Contudo, por uma questão matrimonial ou não, ainda é possível visitar a loja e comprar produtos para a casa, como jogos de cama, banho, cozinha ou de sala. Os itens que estão a ser comercializados vêm de fábricas e, posteriormente, a Casa dos Enxovais personaliza os tecidos (com o bordado de nomes), embora tam-

bém estejam à venda jogos lisos.

Rosinda Henriques, colaboradora da Casa dos Enxovais há 53 anos, conta que, nos primeiros anos da loja, muito trabalho foi feito.

“Ao princípio foram anos de muito trabalho, já chegamos a ter 20 funcionários. Agora, desde há sete anos, estou a trabalhar sozinha e não é fácil. Mas há 30 anos, mais ou menos, era tudo uma maravilha”, explica.

Ao falar sobre a tradição de comprar enxovais, Rosinda Henriques informa que, “as mulheres antes de casar tinham de ter tudo para a sua casa”. Ou seja, ninguém se unia em matrimónio sem ter um enxoval.

“Actualmente, no entanto, é

totalmente diferente, as ideias são distintas”, afirma Rosinda. Agora já não é mais uma tradição seguida à risca e muitas pessoas casam-se sem comprar os jogos para casa.

Assim, os produtos mais vendidos no estabelecimento passaram a ser os jogos de cama e os jogos de banho, além dos panos de cozinha (este último é bordado já na fábrica).

Os que desejarem renovar os jogos de casa, ou visitar esta quase sexagenária loja, podem fazê-lo de segunda à sexta-feira, entre as 9h30 e as 12h30 e, de seguida, entre as 14h00 e as 18h00. No sábado o estabelecimento funciona apenas durante a manhã (9h30-12h30).

Deve-se, a Loja dos Enxovais, na sua concepção, criação e continuidade até hoje, a José Marques, hoje homem entristecido pela idade, pela cansaço, pela dificuldade em assistir ao desenvolvimento do mundo e particularmente da cidade de Coimbra, nem sempre pelos caminhos que considera os mais adequados. Desde há muito empresário de sucesso no seu ramo de actividade, frontal como poucos no apoio e na discordância, o José Marques de hoje provém daquele menino de 9 ou 10 anos que um dia desceu do norte e em Coimbra se fez marçano, moço de recados, esperto e ladino que cedo se destacou aos olhos do patrão da Loja Guimarães, na Praça do Comércio, por onde começou a sua vida profissional. A sua geração, rica de comerciantes muito bem sucedidos em Coimbra, começou quase toda assim (José da Costa foi assim também, os Mendes, Carvalho, Pedrosa e outros mais). Mas alguns deles cedo decidiram que não seria a aviar recados que fariam da vida a sua taleiga de sonhos. Mal a oportunidade surgiu, José Marques fez-se patrão na casa por onde começara e

daí à Casa dos Enxovais foi um pulo. Apostando na qualidade dos tecidos que vendia e que mandava fazer em fábricas do norte, o sucesso chegou e manteve-se muitos anos. Chegaram a ser mais de 20 pessoas a trabalhar dentro da loja. Hoje são dois apenas. Não porque a qualidade diminuiu, mas porque o mundo dos tecidos de qualidade e elegância levou uma volta de todo o tamanho. O produto disputado há anos é hoje dispensado e substituído por outros artigos, mais simples, mais baratos, menos distinto e outras formas de dar vida ao lar. Foi este salto, esta mudança no negócio, as alterações que a Baixa foi sofrendo ao longo dos anos (ainda hoje considera que tirar o trânsito das ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges foi uma das causas do definhar da Baixa) que trouxeram tristeza a José Marques, tristeza que, acumulada ao cansaço e à idade e outras circunstâncias, tem vindo a rasgar neste homem de enorme dignidade um rosto de sorriso triste. Mas foi este mesmo rosto, este mesmo empresário e homem, que ao longo de muitos anos foi, no recato da sua maneira

de ser, um alguém sempre disponível para a Casa da infância Elísio de Moura, de que foi dirigente, apoiante, porta sempre aberta e mãos largas nas muitas vezes em que o pão se fazia curto lá para as bandas da Alta, onde tão prestigiada instituição geria como podia as faltas de tanta vez, onde jovenzinhas de tenra idade, de quem a sorte cedo se esquecera, repartiam entre si as faltas que íam para além das disponibilidades de cada dia. Anos e anos José Marques esteve lá e foi um de alguns mais, onde as irmãzinhas das Missões eram o garante de que, se pão faltasse, carinho não faltaria seguramente. Sim, José Marques esteva lá. Com trabalho, com apoio, com ajuda, com motivação. Fechada a loja, subia à Alta. Era ali o seu destino de final de dia e também o seu destino de vida. Metade de Coimbra, se não Coimbra quase inteira, não sabe disto. Mas fica dito. Com verdade, com rigor, com reconhecimento. Sabendo embora que o faz à revelia de José Marques que se recusa a falar desta vertente do seu perfil de homem de bem, trabalhador, rezingão, mas homem de uma palavra só.

QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 4 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf
CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS José Marques, proprietário da Casa dos Enxovais, afirma que esses 57 anos na loja têm sido “muito bons” A Casa dos Enxovais é um dos comércios de grande prestígio que estão localizados na Baixa de Coimbra
As origens da casa dos enxovais

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS 1 DE JUNHO DE 2023

EMPRESA VAI PROPORCIONAR PRODUTOS E SERVIÇOS BAIXA DE COIMBRA VAI TER OFERTA TURÍSTICA DE TODA A REGIÃO

LUÍS SANTOS

Uma “porta de entrada” turística para Coimbra e a região vai estar na Praça do Comércio, na Baixa da cidade, num edifício onde uma empresa irá concentrar as várias ofertas de produtos e serviços turísticos, conferindo-lhes notoriedade e fazendo com que os visitantes permaneçam mais dias.

O “Coimbra Experiences Hub” é uma iniciativa da empresa Portugal Green Travel, que tem Hugo Teixeira Francisco e João Ramos como sócios fundadores, e já mereceu receber, na passada terça-feira, o Prémio Manuel Alves do concurso de empreendedorismo do Turismo Centro de Portugal.

Trata-se de uma plataforma única, de encontro da região com os seus turistas e vice-versa, que facilita a experiência turística e estrutura e qualifica a oferta da região. “Tem uma multiplicidade de funções, pois serve de ‘porta de entrada’ turística para Coimbra, promove cadeias curtas de produção, promove os negócios locais e produtos endógenos, contribui para o aumento da estadia média na região e uma oferta integrada e sustentável, que deixa um efeito multiplicador na região”, explicam os promotores.

João Ramos assegura que este projecto é uma solução circular que consegue “melhorar a experiência turística dos visitantes da cidade, promover e apoiar a estruturação da oferta turística e contribuir para o reforço da marca Coimbra e do destino turístico”, dando “notoriedade à marca chapéu e conferindo competitividade à mesma a nível nacional, reforçando a atractividade do destino e a estadia média do mesmo”.

Em termos práticos, como explicou ao “Campeão” Hugo Teixeira Francisco, trata-se de o turista poder adquirir todos os produtos representativos de Coimbra e dos 19 concelhos que integram a Comunidade intermunicipal, para além da região envolvente. Pode também obter informações sobre tudo o que pode visitar, incluindo adquirir ingressos e fazer marcações.

“Ao mesmo tempo, num mercado como o da Animação Turística, atomizado e cheio de micro-empresas, oferecemos um serviço de venda proactiva dos produtos e serviços turísticos, capacitamos os agentes locais e oferecemos um conjunto de serviços de economia partilhada, libertando os recursos humanos para actividades operacionais, conferindo ganhos de escala e eficiência de custos e contribuindo para a geração de riqueza e viabilidade económica dos negócios”, acrescenta João Ramos.

O projecto foi seleccionado pelo júri final do concurso, composto por Guilherme Fonseca (Portugal Ventures) e Miguel Mendes (Turismo de Portugal), tendo as avaliações sido

feitas de acordo com os seguintes critérios: Viabilidade económico-financeira; grau de inovação do projecto; contributo para o desenvolvimento do sector na região Centro, incluindo contributo para a sustentabilidade económica, ambiental e/ou social da região; e experiência e competências demonstradas pelo(s) promotor(es).

Para além da distinção, o projecto é contemplado com um montante financeiro de 2.500 euros do Prémio José Manuel Alves, organizado anualmente pelo Turismo Centro de Portugal e que se destina à detecção e apoio a projectos inovadores no sector do Turismo, com implementação na região e através do qual se pretende consagrar a melhor ideia de negócio no sector.

Aproveitar o impulso que Coimbra teve

A projecção que Coimbra teve com os recentes quatro concertos dos Coldplay e de que forma isto pode beneficiar a cidade e a região foi o tema da conversa de segunda-feira,

PRESIDENTE DA CÂMARA DE MIRA

na Rádio Regional do Centro (96.2 FM), promovida por Luís Santarino e que contou com a participação de Miguel Fonseca, vereador da Câmara de Coimbra, e de Hugo Teixeira Francisco, especialista em markting e co-fundador da empresa Portugal Green Travel.

Para além de todos os aspectos positivos já divulgados, o vereador Miguel Fonseca acentuou que os Coldplay ficaram instalados em Coimbra - Chris Martin na Quinta das Lágrimas, e os outros membros na Baixa -, e referiram ter tido uma “energia positiva com a cidade”. Porventura, segundo o autarca, “um investimento de 1 milhão de euros em marketing não teria a repercussão destes concertos”.

“Há efeitos nos sectores de actividade e é mais um contributo para tornar a cidade o local indicado para instalação de empresas”, com Miguel Fonseca a revelar que a Airbus, que recentemente se instalou no edifício Arnado, na Baixa da cidade, pretende chegar aos 200 recrutamentos até final do ano. E, acentuou, que “grande parte das pessoas recrutadas tinham saído de Coimbra por falta de oportunidades de trabalho e, agora, começam a regressar”.

Hugo Teixeira Francisco também sublinhou a “notoriedade e exposição” de Coimbra e considerou mesmo que “o investimento da Câmara foi gasto no primeiro dia, porque o resto foi lucro”. “Todos os agentes vão beneficiar e até encontrei hotéis no Porto esgotados de pessoas que vinham a Coimbra, o que parecia impensável”. Mas um dos principais aspectos tem mesmo a ver com Coimbra: “melhou a auto-estima e criou-se um espírito nas pessoas de que a cidade está apta para receber”.

RAUL ALMEIDA É CANDIDATO AO TURISMO DO CENTRO

Opresidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, é candidato ao Turismo do Centro nas eleições em Julho e o actual líder desta entidade regional, Pedro Machado, vai ser candidato à Assembleia-Geral na mesma lista, conforme o “Campeão” noticiou já no final da passada semana na edição digital.

“Depois de ouvir muitas pessoas ligadas à área do turismo e muitos autarcas, ter sido lançado o desafio por algumas dessas pessoas, alguns ‘players’ nesta área do turismo, depois de uma reflexão, decidi avançar”, afirma Raul Almeida, considerando que reúne condições “para poder prosseguir o excelente trabalho que tem sido

FEDERAÇÃO DE COIMBRA DO PS VAI ELEGER APENAS O PRESIDENTE O

Tribunal Constitucional decidiu que a Federação Distrital do Partido Socialista de Coimbra vai eleger apenas o seu presidente, revelou João Portugal, actual vice-presidente e candidato à liderança.

“Nós aguardávamos com grande expectativa esta decisão e fizemos sempre tudo com grande transparência, consultando os estatutos e, da nossa interpretação e com o apoio de muitos juristas, era-nos dito que tínhamos feito tudo de acordo com os estatutos, a lei, com o princípio da transparência e com a legitimidade de todos os militantes puderem ser candidatos ao órgão que ficou vago com a demissão do anterior presidente”, destacou João Portugal.

As eleições para a Distrital de Coimbra do PS, que agora vão ser a 24 de Junho, chegaram a estar agendadas para 25 de Março, mas, no entanto, a Comissão Eleitoral optou pelo seu adiamento, “para uma data posterior adequada”, que estava dependente de decisão do Tribunal Constitucional.

Ao Tribunal Constitucional tinha sido solicitado que se pronunciasse sobre um pedido de providência cautelar interposto pelo militante Victor Baptista para impugnar o acto eleitoral, que defendia “eleições para todos os órgãos” e não apenas para a presidência, que tinha ficado vaga após demissão de Nuno Moita. De acordo com João Portugal, a decisão do Tribunal Constitucional, datada de 25 de Maio, vem acabar com as “muitas insinuações e falsidades” criadas nas redes sociais e na comunicação social, “pela pessoa que interpôs o processo”.

feito na região de Turismo do Centro nos últimos anos, com uma forte dinâmica, um forte crescimento”.

Reiterando que foi feito “um grande trabalho” nos últimos anos no Turismo do Centro, liderado por Pedro Machado, que não pode recandidatar-se a um terceiro mandato, Raul Almeida refe que o convidou a integrar a sua equipa como candidato à assembleia-geral.

Entre os objectivos que pretende concretizar, o candidato apontou o aumento dos dias que os turistas permanecem na região e o crescimento do rendimento médio por quarto disponível (RevPAR). Por outro lado, Raul Almeida aponta o “desafio da

sustentabilidade”, quer ambiental, quer financeira, e também outra situação que o “preocupa muito”, a da “falta de mão de obra”, seja qualificada ou indiferenciada, nas áreas da restauração e hotelaria.

Raul Almeida, de 52 anos, licencia-

do em Direito, é presidente da Câmara de Mira desde 2017, pelo PSD, e se for eleito presidente da comissão executiva da Entidade Regional de Turismo do Centro Turismo renuncia ao cargo.

“Para mim foi uma honra e é uma honra servir o Município de Mira”, declarou, explicando que um “dos factores que pesou” na sua decisão de se candidatar ao Turismo do Centro prende-se com o facto de os seus vereadores estarem “super bem preparados, estão por dentro de todos os dossiês, estão por dentro de todos os assuntos”, para “poderem contribuir para o desenvolvimento de Mira”.

“Isto é o culminar do que esperávamos. Fizemos sempre tudo de uma forma abrangente, consultando os órgãos, consultando os estatutos e, portanto, estamos tranquilos relativamente a esta matéria, pois julgo que todas aquelas insinuações que foram feitas a nosso respeito ficaram mais do que esclarecidas com este acórdão do Tribunal Constitucional”, apontou.

O antigo deputado na Assembleia da República realçou que a Distrital do PS de Coimbra continuou a trabalhar desde a demissão de Nuno Moita, apesar das constantes insinuações de que “o partido estava a ser gerido ilegitimamente”.

João Portugal deverá ser o único candidato, após a demissão de Nuno

5 QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf 3 ACTUALIDADE
No edifício (mais próximo da Igreja de S. Tiago, na foto) poderá ser encontrada toda oferta turística de produtos e serviços
Moita
Raul Ameida, se for eleito, renuncia à Câmara de Mira

FIGURAS 4 1 DE JUNHO DE 2023

a s c e n s o r

A SUBIR

FILIPA DE SOUSA ROCHA – A portuguesa está entre os finalistas do Prémio de Jovens Inventores 2023, atribuído pelo Instituto Europeu de Patentes (IEP). A engenheira desenvolveu um sistema que permite que crianças com deficiência visual e cegas ultrapassem as barreiras existentes em relação à literacia digital. Filipa de Sousa Rocha criou, para isso, um sistema de codificação baseado em blocos físicos onde, utilizando peças de programação, as crianças com deficiência visual podem controlar um robô, como se de um jogo de computador se tratasse. Esta ideia levou a inventora a ser uma das três finalistas do Prémio Jovens Inventores, que, este ano, realiza a sua segunda edição. A iniciativa tem como propósito reconhecer jovens inovadores, até aos 30 anos de idade, que tenham desenvolvido soluções tecnológicas com vista a solucionar problemas globais e, assim, ajudar a alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Filipa de Sousa Rocha tem 27 anos e, actualmente, está a fazer um doutoramento em informática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Está também a desenvolver o seu trabalho no LASIGE e no Interactive Technologies Institute. Trabalha ainda como professora assistente no Instituto Superior Técnico de Lisboa.

FERNANDO DANIEL – O artista português surpreendeu o público nacional ao revelar que vai criar uma escola de música com cariz social na Praia do Furadouro, no concelho de Ovar. Fernando Daniel nasceu em Estarreja, Aveiro, mas actualmente vive em Ovar, local que escolheu para realizar dois sonhos antigos. O cantor está a recuperar as antigas instalações de uma discoteca, no Furadouro, para que estas possam dar lugar, por um lado, a um estúdio e, por outro, a uma escola de música social. Relativamente a este segundo espaço, o músico afirmou que a sua ideia “é, consoante as dificuldades das crianças e das famílias em apoiar os sonhos delas, ajustar os preços das aulas. Ou seja, há aulas que poderão ser de graça”. Fernando Daniel sublinhou ainda que, com esta acção, pretende que não se perca “um possível grande músico, um possível grande artista por não haver dinheiro em casa”. Palavras que estão a ser amplamente elogiadas pelo público português, que aguarda, com expectativa, a abertura da escola no Outono deste ano.

MARCELO REBELO DE SOUSA

– Nota-se que ficou “entalado” na garganta com a atitude de António Costa a manter no Governo João Galamba a quem Marcelo sugerira a porta de saída. Engolindo em seco, o Presidente resguardou-se no

Figura da Semana

sábio dito popular “atrás de tempo, tempo vem” e marcou dois Conselhos de Estado lá mais para diante, logo após conversar com os partidos políticos antes de ir de férias. O que daí irá sair a seu tempo se verá, mas que há contas que ficaram pendentes, isso parece muito claro. Aliás, a azia de Marcelo notou-se de novo quando lá em cima, algures no norte, deixou cair que “quando o poder entra em descolagem em relação ao povo, não é o povo que muda, é o poder que muda.” Sendo esta uma verdade de La Palisse, nem sempre a temos muito presente. Se tivéssemos há muito que o país teria arrepiado caminho, lá pelas altas esferas da governação. Que em Portugal o povo já descolou do poder há muito que se vem notando e sentindo. Cerca de metade da população portuguesa não tem capacidade de voto: pela idade, pelas condições de aceder aos locais de voto, pela desmotivação, por saber que ganhe quem ganhar pouco ou nada muda, que cada camada eleita fará muito bem o que entender, mantendo-se indiferentes ao sentir do povo, agarrando-se ao orçamento de Estado e aos fundos europeus que aos milhões vêm diariamente da Europa como o mexilhão se agarra à rocha. Tudo isso levou a que mais de metade, bastante mais, do povo português já descolou do poder. Não ao poder em si mas em relação à forma como o poder é exercido entre nós: sem rigor, quase sem escrúpulos, ao sabor dos interesses de grupo e de ocasião, ao serviço de nichos de interesse que nada têm a ver com o interesse real do país. O que importa é a legitimidade formal, ganhar as eleições, nem que os votantes sejam cada vez menos, nem que a camada populacional que vai descolando seja cada vez maior, ficando entre os votantes muitos daqueles que assim asseguram as migalhas orçamentais com que o poder lhes vai acenando de tempos a tempos. Marcelo sabe disto, porque todos sabemos disto. E nada faz, nem nada fazemos, nada podemos fazer. Democrático embora, o regime não é suficientemente democrático para se manter credível, rigoroso, eticamente exigível para não deixar morrer o interesse e a motivação do povo. Esses vão descolando, como se vai vendo de cada vez que ao povo é dada a oportunidade de se pronunciar. Silenciando o silêncio do próprio povo, o seu afastamento e indiferença, faz-se da votação que resta a leitura que mais interessa em cada circunstância a quem mais um voto tiver. Há muito que é assim em Portugal, há muito que passou a ser assim, perante a quase indiferença de todos nós. Apesar disso e contrariando o axioma, o poder não muda mas o povo descola. Como interessa a alguma muito boa gente.

Na semana passada decorreu em Pombal, durante vários dias, o VI Congresso Internacional sobre Envelhecimento, promovido pela Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES) que tratou, e parece-nos ter tratado com muito emprenho e saber, temas de vincada dimensão social relacionados com o envelhecimento digno e o mais saudável possível que acompanhe o crescendo de longevidade que se tem vindo a verificar desde meados da segunda metade do século passado. O Congresso resultou de uma parceria da ANGES com o Instituto Politécnico de Leiria, com uma Universidade espamhola e outra peruana, bem como com o apoio logístico do Município de Pombal. Preside à Anges o Professor Ricardo Pocinho, especialista que tem dedicado a sua vida ao estudo desta tão importante temática, tentando sensibilizar a sociedade em geral, as suas instituições de apoio social , a comunidade científica e o próprio poder político que, no nosso e noutros países, faz quase sempre vista grossa, não vendo, ou não querendo ver, o que tem à frente dos olhos. Tem sido uma luta longa de anos, a travada por Ricardo Pocinho, numa caminhada de sensibilização que se traduz na realização de iniciativas diversas, de que este Congresso foi apenas o último e que trouxe contributos valiosíssimos de 40 e tal especialistas de Portugal, Brasil, Peru, França e Espanha. O assunto - pedindo à comunidade científica que estude e disponibi-

lize à sociedade em geral e às suas instituições específicas saber que valorize e ajude o envelhecimento natural das pessoas - é dos mais actuais dos tempos modernos mas de que a sociedade parece fugir por não ter â mão soluções que respondam de forma suficientemente satisfatória às necessidades dos nossos velhos, a que alguém no decorrer do Congresso denominou como os “adultos melhores”, designação bem mais elegante que essa coisa de “idosos” com que se tenta mascarar a idade avançada. Daí a importância do trabalho de Ricardo Pocinho para tentar trazer a esta problemática sensibilidade social e soluções científicas que dêem cor, sentido, respeito e dignidade ao envelhecimento. Até há pouco menos de 100 anos, os nossos “adultos melhores”, os nossos “velhos” se quiserem, viviam com as respectivas famílias, perto delas quando não muitas vezes sozinhos, até ao fim da vida. O mundo mudou e a realidade social alterou-se. A vida das famílias passou a decorrer muito mais no exterior, no local de tra-

HOMENAGEM PÓSTUMA A MÁRIO MIRANDA DE ALMEIDA

NO PRÓXIMO SÁBADO

No próximo sábado vai ser prestada uma homenagem a Mário Miranda de Almeida, destacado empresário que criou o Grupo Orima e já falecido em 2019. Esta homenagem teria sido prestada já antes e como tal foi pensada, se a pandemia não tivesse dificultado, e até impedido, ajuntamentos que pusessem em causa a saúde pública. O evento vai decorrer no Casino da Figueira da Foz e está prevista a participação de cerca de 350 pessoas, a maior parte familiares, amigos e trabalhadores que com Mário Miranda de Almeida partilharam pedaços de vida e com ele criaram e estreitaram cordiais relações de amizade e fraternidade. Mário Miranda de Almeida desenvolveu a sua intensa vida empresarial a partir de Cantanhede (Corticeiro de Cima, donde era natural e cuja Junta de Freguesia chegou a presidir), estendendo-a ao longo de todo o país e mesmo para países de expressão portuguesa com quem chegou a desenvolver vasta actividade comercial, sobretudo no sector dos electrodomésticos que constituiu sempre o núcleo central do seu trabalho. Actividade que a família continua e que a empresa Mamial (sedeada na Adémia) concretiza na cidade de Coimbra. No decorrer da homenagem serão homenageadas várias pessoas, sobretudo trabalhadores, que a Administração do Grupo considera ser-lhes devida. Caçador militante e fumador inveterado de charutos cubanos que muito apreciava e trazia às “carradas” das suas múltiplas viagens a Cuba, Mário de Almeida era muito considerado por toda a classe empresarial da região e do país, que nele apreciavam a sua ousadia e capacidade empreendedora, a par de uma natural irrequietude que dele faziam um trabalhador incansável.

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

balho, nas escolas, mundo fora e os mais velhos foram ficando cada vez mais sozinhos. Os Lares e instituições de idêntica natureza foram a solução encontrada, mais recurso que solução quase sempre. Daí ao afastamento dos nossos mais velhos foi um pulo. Cada vez menos visitados, cada vez menos motivados, cada vez mais sós, isolados e desmotivados, a saúde foi perdendo qualidade e a vida cada vez mais sentido. Aquele acrescento de idade com o aumento de longevidade, aqueles 9/10 anos a mais que a medicina foi conquistando, por bem vindos que foram, vinham e vêm muitas vezes acompanhados de saúde diminuída, porque os cuidados que se lhes dispensam, bem vindos obviamente, se aproximam de um arrastar que trata mais o corpo que a mente, deixando cair a vontade de viver em muitos deles, entregues a um destino que tem o colorido da morte a breve trecho. Destinar recursos, despertar sensibilidades, assegurar cuidados médicos específicos, pedir à Ciência que faça o seu trabalho, é o trabalho a que pessoas e instituições começam a dedicar-se e que merece o mais profundo respeito de todos nós que, por novos que sejamos, a velhos chegaremos se a morte não nos surpreender entretanto. Daí a importância destas iniciativas e o reconhecimento devido a quem com tão importante temática se preocupa. Ricardo Pocinho tem sido, na região e no país, um dos mais distintos soldados desta batalha.

CLARA ALMEIDA SANTOS – A professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC) foi empossada como Cônsul Honorária de Cabo Verde em Coimbra, ocupando assim um lugar que estava por preencher desde 2018 e que era ocupado pelo seu pai, Agostinho Almeida Santos. É Doutorada em Ciências da Comunicação pela Universidade de Coimbra e Professora Auxiliar no Departamento de Filosofia, Comunicação e Informação da FLUC. Participou em diversos projectos europeus relacionados com o diálogo intercultural. Foi consultora do Conselho da Europa no âmbito da campanha “Speak Out Against Discrimination”. Clara Almeida Santos foi jornalista, trabalhou no Canal de Notícias de Lisboa e na SIC. Directora da UCV – Televisão Web da Universidade de Coimbra –, foi editora da revista Rua Larga. Trabalhou como directora de comunicação da Interacesso.

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RICARDO POCINHO: FAZER DO ENVELHECIMENTO ALHEIO UMA CAUSA PRÓPRIA - LINDA FORMA DE DAR SENTIDO À VIDA DE TODOS NÓS

MÚSICO CONIMBICENSE COM PRÉMIO INTERNACIONAL

Hélder Bruno, músico conimbricense, foi distinguido nos Prémios Internacionais de Música Portuguesa (IPMA). A cerimónia realizou-se no passado dia 20 de Maio, na cidade norte-americana de Providence. O artista estava nomeado em duas categorias, sendo elas, “Instrumental Performance” (Performance Instrumental), com o tema “Door 17”, e “World Music Performance” (Performance de Música Mundial), com “Island”. Foi esta última nomeação que conferiu ao músico a sua distinção. Em comunicado, Hélder Bruno sublinhou que “ter vencido a categoria World Music Performance com este tema, para mim um dos mais interessantes do álbum, surpreendeu-me ainda mais! Estou bastante feliz pelo prémio e depois porque, como os IPMA chegam a todo o mundo, isso pode contribuir para que a minha música chegue a mais pessoas”. Hélder Bruno é natural de Coimbra e reside na Lousã. É doutorado em etnomusicologia pela Universidade de Aveiro. Em 2018 editou o seu primeiro álbum de originais chamado “A Presença, Serena e Terna”. O seu segundo álbum, “Under a Water Sky”, foi lançado em maio de 2022, no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra.

METRO MONDEGO ENTRE SERPINS E COIMBRA CONCLUÍDO EM DEZEMBRO

A empreitada de construção do troço do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) entre o Alto de São João, em Coimbra, e Serpins, na Lousã, deverá ficar concluída em Dezembro, segundo um responsável da Infraestruturas de Portugal (IP). Aquela que foi a primeira empreitada a ser consignada no âmbito do SMM, em Setembro de 2020, deverá ser dada como concluída em Dezembro, disse José Duarte Miguel, gestor do empreendimento do Sistema de Mobilidade do Mondego por parte da IP, que falava aos jornalistas na apresentação do protótipo dos abrigos que serão instalados em todas as estações do MetroBus, na Lousã. “Problemas de fornecimento, de sub-empreiteiros, de mão-de-obra”, assim como “problemas técnicos”, levaram ao atraso na conclusão desta empreitada, que inicialmente deveria estar terminada em Março de 2022, mas que foi depois adiada para Outubro desse mesmo ano, prazo que também falhou.

COIMBRA CELEBRA 10 ANOS DE PATRIMÓNIOMUNDIAL

Coimbra celebra 10 anos da classificação como Património Mundial, com debates e colóquios, mas também muitos concertos, nos quais o fado e a canção de Coimbra se apresentam abertos ao diálogo com outros instrumentos, géneros musicais e vozes. A guitarra portuguesa em diálogo com órgão da Capela de São Miguel (5 de Junho), a canção de Coimbra despojada das guitarras e apenas com voz e um piano que serve de “tela” (6 de Junho), diversos grupos de fado a tocar no Convento do Carmo (dia 17) ou um diálogo entre o jazz e o fado no Colégio das Artes (dia 18) são algumas das propostas do programa comemorativo proposto pelo músico e antigo director do Conservatório de Música de Coimbra, Manuel Pires da Rocha.

BLOCO DE ESQUERDA INICIA NOVA FASE COM MARIANA MORTÁGUA

Mariana Mortágua obteve um resultado muito significativo na Convenção do Bloco de Esquerda realizado no final da semana passada, conseguindo 67 dos 80 eleitos para a Mesa do partido (órgão que lidera esta estrutura partidária) após uma votação muito desequilibrada com Filipe Soares. Na Mesa Nacional Coimbra fica representada por Marisa Matias, Miguel Cardina, José Manuel Pureza e Carolina Gomes. Maria e Miguel Cardina foram ainda eleitos para a nova Comissão Política do partido, em reunião da Mesa Nacional logo após o encerramento da Convenção. Mariana Mortágua sucede assim, como coordenadora do BE, a Catarina Martins, que desempenhou estas funções durante 11 anos, conseguindo um reconhecido património de simpatia bem superior aos benefícios colhidos para o partido que se deixou descer bastante nas preferências dos eleitores portugueses. Mariana Mortágua apontou as próximas eleições europeias como um dos grandes objectivos do Bloco. Marisa Matias tem sido a eurodeputada do BE representada no Parlamento Europeu. O relativo apagamento dos últimos anos naquelas funções, em parte devido também à sua saúde, faz crescer a expectativa quanto às próximas eleições para aquele órgão, não se sabendo por enquanto se Marisa Matias se recandidata ou não.

facto da Semana

UNIVERSIDADE DE COIMBRA CONTINUA A RECUSAR FECHAR A PORTA FÉRREA À LIBERDADE

O Reitor da Universidade de Coimbra e a sua equipa reitoral decidiram cessar a colaboração que Vladimir Pliassov, Professor aposentado, vinha mantendo sem conhecimento da Reitoria no Centro de Estudos Russos, ligado a uma Fundação criada por Putin em 2007 e com a qual a Universidade já havia cessado o respectivo protocolo de colaboração, no contexto da guerra na Ucrânea. Sejamos mais claros: o referido professor - porque já aposentado e sem razão para por ali se manter activo apesar da orientação que a Universidade assumira e que, por estas duas razões, desconhecia qualquer colaboração já não necessária nem consentida - mantinha-se por ali, disfarçando eventuais campanhas de apoio à invasão da Ucrânia pela Rússia (ou dando disso claros indícios), sabendo que o estava a fazer dentro de uma Universidade estrangeira que já havia tomado uma posição formal de repúdio e discordância perante a invasão russa que despoletara idêntica reacção na generalidade dos países livres. Ao saber disto, a Universidade afastou o referido professor, que continuava a colaboração de que fora dispensado, mas manteve o Centro de Estudos Russos a funcionar (contrariamente ao que outras Universidades fizeram), permitindo também a continuidade de outros Professores e Investigadores russos, bem como duas dezenas de alunos igualmente russos que ali continuam. A Universidade de Coimbra manteve bem nítida a distinção entre impedir abusos de quem não soube respeitar a cordialidade, e a traía no desempenho de funções que já não tinha, e a continuidade de quem ali se justificava em funções meramente académicas, fosse como docente, investigador ou aluno. Choveram críticas ferozes ao Reitor e à Reitoria, algumas embrulhadas em insultos mal disfarçados. Defendem esses críticos que o referido professor se deveria manter por ali, em casa alheia e ainda que desempenhando funções que já não tinha e mantendo colaboração de que fora formalmente dispensado pela Universidade. Mas, afinal, para quê e porquê deveria o referido professor continuar a frequentar o referido Centro de Estudos, se já se aposentara e a Universidade lhe comunicara para cessar a colaboração que mantinha sem o conhecimento da própria Universidade? Seria correcto continuar a frequentar aquele espaço e aquele Centro para fazer (no mínimo havia disso claros indícios) política contrária à posição que a Universidade havia assumido, enquanto instituição pensante, activa e participativa da vida pública portuguesa e Escola que não costuma acovardar-se sempre que doutrinas contrárias à liberdade dos povos tentam subir as Escadas Monumentais, permitindo-se - como seria alegadamen-

te o caso em análise - acolher propaganda de regimes ditatoriais que só resistem à força de balas e se infiltram nos regimes democráticos de forma sub-reptícia e com propósitos conhecidos? Mais do que isso: defendem esses críticos que a Universidade deveria continuar a assumir o pagamento dessa política de perfil suspeito? A Universidade de Coimbra não o fez e entregou esse dinheiro, não à Fundação russa mas à Direcção da Faculdade para que contrate quem entenda ser verdadeiramente necessário ao trabalho sério que ali deva ser desenvolvido. Fez, a nossa Universidade, o que todas as Universidades livres do mundo fizeram e, ao agir assim, dignificou o seu passado de instituição livre e corajosa. Isso é motivo de orgulho e não o contrário. Uma certa esquerda, elitizada e aburguesada, agacha-se debaixo de certas sombras porque acredita que, independentemente dos valores que defende ou ataca, isso lhe dá estatuto. Não está sozinha. Há também quem o faça noutras áreas do pensamento político. Mas o núcleo central da democracia reside exactamente aí, na capacidade de reagir quando o bom senso cede perante ideologias de ocasião que espreitam em permanência a oportunidade de aniquilarem a liberdade. Defender certas ideologias e procedimentos, não por questões ideológicas mas porque é chique e está na moda, é assumir da mediocridade a forma e o jeito. E por vezes o proveito. Ainda bem que a Universidade de Coimbra, agindo na mesma linha de outras Universidades livres, nos tranquiliza enquanto instituição de elevados méritos científicos mas também como peregrina na busca e defesa de valores éticos que enformam as civilizações respeitadoras dos valores e direitos humanos. De política barata está o mundo cheio e por ela se está em permanente estado de guerra, no terreno ou a caminho.

«No contexto da guerra na Ucrânia, a opção da Reitoria da UC foi a de cessar o protocolo com a Fundação Russkyi Mir - Fundação criada por Vladimir Putin em 2007, sancionada pela Comissão Europeia por constituir veículo de propaganda e desinformação, e liderada por Vyacheslav Nikonov, oligarca russo sancionado internacionalmente.

Várias outras Universidades europeias decidiram de forma igual, tendo em alguns casos determinado mesmo a extinção dos Centros de Estudos Russos. Na Universidade de Coimbra, garantimos a continuidade do Centro de Estudos Russos, mas financiado com base em recursos próprios da Reitoria e o contrato de trabalho do Professor Vladimir Pliassov foi cumprido pontualmente até à data da sua aposentação.

Distinguimos assim o regime de Vladimir Putin do povo, da cultura, da língua e da literatura russas. As Universidades devem promover pontes de diálogo, pela cultura e ciência, num mundo com cada vez mais muros políticos.

Rejeitamos qualquer acção com base num princípio

de culpa colectiva, pelo que não há lugar a afastamentos em função da nacionalidade. Na UC encontram-se actualmente 4 professores de carreira, 4 investigadores e 21 estudantes de nacionalidade russa.

Sem conhecimento da Reitoria, o Prof Vladimir Pliassov, após a aposentação, continuou a dirigir o Centro de Estudos Russos, gerindo a respectiva página da Internet, onde até Dezembro de 2022 constava ainda, indevida e inaceitavelmente, o logotipo da Fundação Russkyi Mir. A continuação do referido professor na UC, a partir de 1 de Setembro de 2022, fez-se com base num acordo de colaboração voluntária, a título gracioso. A Reitoria, ao tomar conhecimento efectivo deste acordo, cessou-o de imediato no quadro jurídico aplicável.

Resumidamente: repusemos a solução que já estava definida aquando da cessação do vínculo com a Fundação Russkyi Mir. O nosso compromisso com a causa ucraniana é inequívoco, pois representa a defesa do humanismo, dos valores europeus e do Direito Internacional».

7 QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf 5 FACTOS
CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS 1 DE JUNHO DE 2023
ESCLARECIMENTO DA REITORIA DA UC

ENTREVISTA 6 1 DE JUNHO DE 2023

ANTÓNIO MARINHO E PINTO UMA VIDA

António Marinho e Pinto é um advogado e político conhecido pelas suas posições controversas e pelo seu discurso arrojado. Nasceu em Amarante, Vila Chã do Marão, a 10 de Setembro de 1950. Aos 20 anos, Marinho e Pinto foi preso pela PIDE, enquanto estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, por ações de contestação à ditadura. Iniciou a sua carreira como jornalista, exercendo funções de coordenação em agências noticiosas na região e fundou e dirigiu um jornal académico em 1985. Foi uma figura activa na luta contra a ditadura e, após o 25 de Abril de 1974, foi professor do ensino secundário, ensino politécnico e nas universidades de Coimbra e de Aveiro. Foi também bastonário da Ordem dos Advogados e em 2014, foi eleito deputado ao Parlamento Europeu. Em 2015 fundou o Partido Democrático Republicano (PDR), sendo eleito seu primeiro presidente, cargo que desempenhou até 2019, altura em que decidiu afastar-se da vida política ativa, alegando ter perdido as ilusões sobre a possibilidade de mudar o país.

LINO VINHAL/JOANA ALVIM

Campeão das Províncias

[CP]: Por onde anda?

António Marinho e Pinto [AMP]: Por aí! Citando esse grande pensador da nossa contemporaneidade, o Dr. Santana Lopes, ando por aí. Durante a semana, estou em Coimbra praticamente o tempo todo. E aos fins-de-semana, vou até à minha terra de origem, Amarante.

[CP]: Aqui estudou e de cá nunca mais saiu…

[AMP]: Quando me licenciei, ainda hesitei em sair para trabalhar noutras cidades onde havia até mais possibilidade de ganhar dinheiro, exercendo advocacia, do que aqui. A advocacia em Coimbra era muito concorrida, havia muitos advogados para a dimensão da comarca e, nessa altura, havia bons advogados. Não quero dizer que hoje não haja, sempre houve bons advogados em Coimbra. Alguns advogados de Coimbra eram até melhores do que os de Lisboa, mas os de Lisboa organizavam-se empresarialmente em grandes escritórios.

Em Coimbra, tínhamos dos melhores advogados, dos melhores mestres de Direito, mas exerciam em prática isolada, competindo uns com os outros em vez de se unirem. Eu disse várias vezes, que se os advogados de Coimbra se organizassem e cooperassem entre si na criação de um grande escritório este teria grande destaque na advocacia portuguesa e até europeia. Portanto, vivi essa época de hesitação quando me formei. Havia, nesse tempo, uma certa magia, um certo fascínio em Coimbra.

Vim para Coimbra, onde tinha amigos, na altura do meu sétimo ano que corresponde hoje ao 11.º ano (o 12º ano foi acrescentado para impedir a avalanche de entradas na universidade logo após o 25 de Abril).

[CP]: É nessa altura que veio morar para Coimbra?

[AMP]: Vim em 1970, dois ou três anos antes da entrada em vigor da reforma no ensino superior do Ministro da Educação, Veiga Simão. Mas em 1969 na altura da crise académica estive aqui embora ainda fosse aluno do liceu. Havia três lugares aqui em Coimbra que eram perigosos para o regime. A Praça da República, o Largo da Sé Velha e os Gerais. Era aí que começavam as coisas importantes. Eram também os locais que os agentes da PIDE mais frequentavam. Os agentes da polícia política, eram conhecidos. Eles eram funcionários do Estado, pagos para defender a ditadura. Mas havia algo pior do que eles. Piores do que os próprios polícias

eram os informadores, os bufos. Aqueles que entravam na nossa casa, jantavam connosco, como se fossem amigos, e no dia seguinte apresentavam um relatório à polícia. Isso era repugnante. Eles eram os maiores escroques, e esse é um dos aspectos mais repelentes das ditaduras. São os bufos, aqueles que se aproximam de pessoas, abraçam-nas, sentam-se à sua mesa e depois informam a polícia sobre as conversas que mantiveram. Após o 25 de Abril, descobriu-se que havia muitos mais do que na altura se suspeitava.

[CP]: Na Faculdade de Direito conheceu grandes referências?

[AMP]: Tive o privilégio de ter como professores nomes sagrados na área do direito e da acção cívica e política. Eram pessoas de esquerda, como Orlando de Carvalho e Teixeira Ribeiro, grandes figuras como Ferrer Correia, mas também muitos outros. Por exemplo, Eduardo Correia que foi talvez o maior mestre de Direito Criminal do século XX. Mas também devo dizer, por uma questão de justiça, que tenho uma grande admiração por uma pessoa que, aliás, me prejudicou bastante, pois não me permitiu fazer um exame ao qual eu tinha direito. Estou a falar do Professor Afonso Queiró. Grande parte do brilho e da dimensão científica da Faculdade de Direito de Coimbra deve-se a ele, pois escolhia as pessoas pelo seu mérito e não pela sua orientação política. Professores como Gomes Canotilho, Vital Moreira, Avelãs Nunes e Aníbal de Almeida, por exemplo, que eram reconhecidamente de esquerda, só foram contratados pela Faculdade de Direito devido a Afonso Queiró. Ele chegou a ir a Lisboa falar com Salazar para tirar Orlando de Carvalho da prisão no início dos anos 60. Orlando Carvalho era uma figura com fortes convicções de esquerda, enquanto Afonso Queiró era assumidamente salazarista. No entanto, isso não o impediu de querer os melhores na Faculdade que dirigia, independentemente de serem de direita ou de esquerda. E isso é o que caracteriza uma Universidade. Hoje em dia, porém, a Universidade de Coimbra está a passar por momentos difíceis. O actual Reitor parece um catavento mediático a acolher o que está em voga nos meios de comunicação social. Ele apareceu a proibir a carne de vaca nas cantinas e mais recentemente, a expulsar um professor da universidade, sem o ouvir, algo que nem mesmo a ditadura de Salazar fazia tão sumariamente.

[CP]: Continua hoje com a mesma força, revolta e convicções?

[AMP]: Sim. Os grandes ideais

da minha juventude continuam actuais. Naquele tempo, estávamos em luta contra a ditadura. A juventude universitária estava cheia de ideais e ilusões. O mundo fervilhava. Mandela estava na prisão, rotulado de terrorista. Salvador Allende era eleito no Chile e logo depois morto no golpe militar de Pinochet; Guevara tinha sido cobardemente assassinado. A cidade de Hanói, no Vietname, era bombardeada diariamente pelos americanos com duas a três mil toneladas de bombas. A América Latina era palco de golpes de Estado constantes contra governos democráticos que tentavam não seguir a cartilha do Tio Sam. E a juventude universitária sentia que estava num dos lados da trincheira que atravessava o mundo. Hoje, pela minha parte, mantenho todos os ideais da minha juventude pois eles não envelheceram, mas perdi todas as ilusões. A minha principal ilusão foi a de acreditar que, em democracia, a verdade, uma vez conhecida, triunfaria sobre a mentira. Décadas de perseguição e repressão da liberdade de expressão e de informação fizeram-me crer que em democracia bastaria afirmar publicamente a verdade para que as coisas erradas mudassem. Essa foi a maior das minhas ilusões. Eu disse a verdade várias vezes durante nas minhas intervenções públicas, algumas perante as mais altas autoridades do país, e tudo continuou como se nada tivesse sido dito. A opinião pública também não se importava muito com isso. Portanto, dizer ou não dizer a verdade era a mesma coisa. Mentir ou dizer a verdade é, praticamente, a mesma coisa na nossa democracia.

[CP]: Como acha que está a liberdade de informação hoje?

[AMP]: Na verdade, em Portugal, não temos informação. O jornalismo vendeu-se. O jornalismo em Portugal está controlado, principalmente por agências de comunicação pagas pelo poder político e pelo poder económico. O que tem acontecido com a cobertura de um dos eventos mais importante do século XXI, que é a guerra na Ucrânia, é vergonhoso. É desprezível o que os jornalistas portugueses e os meios de comunicação social em Portugal têm feito em relação à cobertura desse conflito. O papel da informação é apresentar os factos com objectividade, explicando-os quanto às suas causas e consequências, e não manipular sistematicamente esses factos para que cheguemos às conclusões que os jornalistas ou os seus mandantes querem que cheguemos. Existe uma hostilidade e uma agressividade sem precedentes contra um país com o qual

António Marinho e Pinto:

“a minha principal ilusão foi a de acreditar que, em democracia, a verdade, uma vez conhecida, triunfaria sobre a mentira”. Portugal nunca teve problemas, por causa de uma guerra com a qual o nosso país não teve a ver. Se me perguntarem sobre a invasão da Ucrânia, sou contra, mas também fui contra a invasão da Jugoslávia, de Granada, do Panamá, do Iraque, da Líbia, do Afeganistão, do Vietname, da Checoslováquia e da Hungria. Os comentários sobre a guerra entre a Rússia e a Ucrânia são feitos por comentadores que odeiam a Rússia e por comentadores que adoram os EUA e a NATO. A moderação é feita por jornalistas que, ao mesmo tempo, odeiam a Rússia e amam os Estados Unidos e a NATO. Precisamos de contraditório nos órgãos de informação, de ouvir o outro lado, de ouvir todas as partes envolvidas. E o mesmo vale para a União Europeia. Este paraíso da democracia e liberdade impede,

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DAS
CAMPEÃO
PROVÍNCIAS
“Mantenho todos os ideais da minha juventude pois eles não envelheceram, mas perdi todas as ilusões”

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS 1 DE JUNHO DE 2023

MARCADA PELA POLÉMICA E OUSADIA

[CP]: Com a sua passagem pelo Parlamento Europeu comprovou a opinião sobre o estado da democracia?

arbitrariamente, os cidadãos europeus de aceder aos órgãos de informação russos, incluindo um Canal de Televisão, que podiam ser vistos e lidos livremente antes da guerra. A democracia está ferida de morte quando se estabelece a censura, quando se impedem as pessoas de aceder às perspectivas de ambos os lados de um conflito. Isso não é democracia.

[CP]: Na sua opinião a Rússia tem razão?

[AMP]: Não. Sou contra a invasão e acho terrível o que está a acontecer ao povo ucraniano. A Ucrânia está realmente a ser martirizada, é um país e um povo martirizados. Mas há várias causas para isso. Uma delas é a falta de líderes na Ucrânia e na Europa capazes de evitar a guerra resolvendo diplomaticamente os problemas que a ela conduziram. Estamos num impasse. Um país a enfrentar uma das maiores potências militares do mundo, a Rússia, com um arsenal nuclear capaz de destruir o planeta. Esse país, a Ucrânia, é apoiado com dinheiro e armas pelo Ocidente, numa das alianças mais cínicas que eu já vi. Os EUA, a União Europeia e a NATO dão os canhões e a Ucrânia dá a carne! É muito fácil resumir ou atribuir a situação à insanidade de um líder, mas isso é redutor, não esclarece tudo. Dizer que Hitler era louco e foi responsável por tudo pode ser em parte verdadeiro, mas a

verdadeira causa do nazismo e da tragédia que ele espalhou pela Europa foi o Tratado de Versalhes e a humilhação imposta à Alemanha pelos vencedores da 1.ª guerra mundial. Estamos a viver um ambiente muito semelhante ao que a Europa viveu antes da Primeira Guerra Mundial. Naquela época, houve uma espécie de união sagrada (segundo uma expressão do presidente francês, R. Poincaré), que era o unanimismo em França, Inglaterra e outros países contra a Alemanha. Era a germanofobia e as pessoas que eram contra a guerra, que alertavam para as consequências da guerra, eram perseguidas, silenciadas e até assassinadas, como aconteceu com o líder do PS francês, Jean Jaurès. Hoje, vivemos em um ambiente semelhante. Qualquer cidadão russo, independentemente das suas opiniões políticas, é perseguido e afastado do seu trabalho simplesmente por ser russo, como aconteceu aqui na Universidade de Coimbra com um professor da Faculdade de Letras que foi saneado por um Reitor da Universidade que não tem cultura democrática, que não tem formação democrática, que não tem perfil democrático e que está à frente de uma universidade pública. Isto é terrível e é por isso que as instituições se degradam cada vez mais, por muito prestígio que tenham tido no passado.

[AMP]: O Parlamento Europeu foi uma grande desilusão para mim. Os eurodeputados não eram verdadeiros representantes do povo, pois nem sequer podiam (nem hoje podem) propor leis ou apresentar projectos legislativos em nome dos seus eleitores. O PE não podia nem pode escolher a sua própria sede, sendo obrigado a andar de malas às costas entre Bruxelas e Estrasburgo. O PE nem sequer pode elaborar a sua agenda legislativa que era e é feita pelos órgãos executivos. Os deputados eram tratados como alunos. Presenciei coisas abomináveis. O presidente do PE expulsou um deputado do plenário por este ter feito, durante a campanha eleitoral no seu país, afirmações de que aquele não gostou. O Parlamento sempre funcionou como uma espécie de corte imperial. Os deputados ganham muito bem, mas têm se submeter à agenda legislativa de um órgão não eleito, a Comissão Europeia, e mesmo assim, a palavra final em matéria legislativa pertence a outro órgão não eleito, o Conselho. Apesar disso, eu acredito numa União Europeia verdadeiramente democrática. A União Europeia trouxe 60 anos de paz e prosperidade entre os seus membros, mas agora parece ter-se tornado um ajuntamento de belicistas. Além disso, a maioria dos Estados Membros recebem da União Europeia mais do que lhe pagam. Apenas alguns países (Alemanha, França, Itália, Áustria, Bélgica, Holanda, Suécia, Dinamarca e Finlândia) são contribuintes líquidos da União, ou seja, pagam mais do que recebem. Os restantes, quase dois terços dos estados membros (entre os quais Portugal e até Espanha) recebem mais da União do que pagam. Isso cria um ambiente insuportável na União e divisões constantes entre os seus membros. A cultura da maioria dos países, como Portugal, é gastar, gastar, pois alguém há-de pagar. Esse alguém é sempre o povo. O nosso país tem estado a fazer despesas que hão de ser pagas com os impostos de pessoas que ainda não nasceram. Os nórdicos têm contas públicas equilibradas e, por isso, têm um estado social muito melhor que o nosso. É por isso que eles têm prosperidade.

[CP]: O rumo do País não é do seu agrado…

[AMP]: E do seu, é? Hoje em dia, não temos opinião pública em Portugal. Temos um povo conformado. Era preciso mais inconformismo. Existem dois tipos de inconformismo ou, se quiser, de revolta: a revolta metafísica que, no fundo, acaba por ser uma revolta contra Deus por permitir tanta injustiça e tantas coisas más no mundo. A sua arma será a blasfémia e acaba por levar ao suicídio. Mas há também a revolta contra a história do nosso tempo, contra o que outros homens estão a fazer. Essa revolta é contra quem nos governa, contra quem está no poder. Hoje, porém, o inconformismo é cada vez mais raro. Conheci pessoas que antes do 25 de Abril pagaram o preço por serem livres: prisões, expulsões da universidade, perseguições e até mesmo a

“Os EUA, a União Europeia e a NATO dão os canhões e a Ucrânia dá a carne”

“Os homens livres pagam sempre um preço pela liberdade”

própria vida. Hoje a situação não é melhor, ninguém é preso ou morto por exercer a sua liberdade. No entanto, muitas pessoas têm medo de falar, com medo de perder o pão dos seus filhos, de perder o emprego, a carreira profissional, de não poder fazer um doutoramento. De uma maneira ou de outra, os homens livres pagam sempre um preço pela liberdade. Antes do 25 de Abril, fazíamos a nossa voz ser ouvida, mesmo que não fosse pelos órgãos de informação. Mas hoje o que prevalece é a mentira e o silêncio. Vivemos tempos de silêncios - de silêncios espúrios, de silêncios cobardes, de silêncios traiçoeiros.

[CP]: Passou a sua vida a protestar e a manifestar insatisfação com variadíssimas situações, acha que um dia vai ter de prestar contas ao Criador?

[AMP]: Eu acredito que Ele não o irá fazer porque estaria a negar-se a si próprio. No fundo, Ele é o principal responsável por permitir tudo aquilo que eu contesto. Eu

tenho, sobre Deus, uma posição muito próxima da de Teixeira de Pascoaes. “Deus vive, Deus existe. Não na sua obra humana, errada e triste, mas num remoto vulto de lembrança e de esperança”, dizia o grande poeta de Amarante. Para quem acredita, Deus é isso mesmo, esperança apenas. Eu não acreditando, reconheço que alguns daqueles que O invocam neste mundo, neste país, têm dado contribuições positivas para combater muitos dos nossos males sociais, como a pobreza e a miséria. Quando estive na Ordem dos Advogados, em Lisboa, vi muitas vezes, à noite, grupos de pessoas à porta de um supermercado à espera do lixo para apanhar os restos de frutas, de legumes e até de carne e peixe que os supermercados deitavam fora. Essas pessoas que não eram mendigos, tinham uma casa, mas não tinham o que comer. Este é um país que permite que isso tenha acontecido. Eu não gosto muito de apontar pessoas individualmente, prefiro sempre denunciar e criticar situações. Mas há casos em que não podemos esquecer as pessoas. Houve um governo que atribuiu um subsídio de 80 euros por mês para idosos acamados ou com mobilidade reduzida, para ajudá-los a pagar a quem cuidasse deles. Depois, veio outro Governo e até esse subsídio cortou! Isto é quase sanguinário! Tirar 80 euros mensais a idosos pobres e incapacitados. O primeiro-ministro e os ministros desse Governo não têm, nem nunca terão o meu respeito como governantes.

[CP]: Corre o risco de morrer inconformado?

[AMP]: A minha vida não foi determinada por estados de alma. Não se trata de uma revolta metafísica. É história, é a realidade do meu tempo. Em vez de me perguntar isso, pergunte ao povo português por que aceita tantas injustiças, por que aceita tantas mentiras? Por que aceita tanta manipulação da verdade? Por que aceita tanta exploração, tanta hipocrisia e tanto cinismo? Eu não aceito, e como eu, há muitos outros. Quanto à morte, ela é igual para todos. Quando morrer estarei, de certeza, muito tranquilo com a minha consciência. A morte é muito democrática, toca a todos! Vou morrer tranquilo, sereno, e vou-lhe dizer uma coisa: vou morrer feliz. Porque se não consegui mudar nada, também nunca me submeti a ninguém e nunca me conformei com o que estava errado nem com a mentira

9 QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL www.campeaoprovincias.pt/pdf/campeaodigital.pdf PUBLICIDADE PATROCÍNIO: Praça da República aos sábados entre as 11 e as 12 horas RÁDIO REGIONAL DO CENTRO 7 ENTREVISTA

ESAC ESTABELECE MÉTODOS PARA SALVAGUARDAR MEIO AMBIENTE

ODia Mundial do Ambiente, que se celebra na segunda-feira (5 de Junho), procura divulgar e alertar para a importância dos cuidados que todos nós, enquanto cidadãos, devemos ter para com o planeta em que vivemos. Marta Lopes é docente e coordenadora da Licenciatura em Tecnologia e Gestão Ambiental da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) e também investigadora no INESC Coimbra - Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra e falou ao Campeão das Províncias de como a ESAC prepara os seus alunos para uma melhor gestão do ambiente, bem como considera a região de Coimbra em termos ambientais.

Campeão das Províncias [CP]: O tema deste ano do Dia Mundial do Ambiente é sobre o combate à poluição plástica. Na sua opinião, quão importante é esta problemática?

Marta Lopes [ML]: O plástico desempenha uma função útil no nosso dia-a-dia, com aplicações importantes em várias actividades. Em 2021, em Portugal, foram produzidas cerca de 1,8 milhões de toneladas (Mt) de resíduos de plástico, tendo apenas cerca de 60% destas sido recicladas. Estima-se que na União Europeia, 80-85% do lixo marinho seja constituído por plástico, representando um sério risco para os ecossistemas marinhos, a biodiversidade e a saúde humana, causando prejuízos a actividades como o turismo, as pescas e o transporte marítimo. A redução da poluição marinha requer ajustamentos nas opções de consumo individuais, de novas soluções baseadas no ecodesign de produtos e de políticas ambientais inovadoras.

[CP]: Como considera que a região de Coimbra está a liderar com os microplásticos?

[ML]: Estudos recentes comprovam a omnipresença de microplásticos no ambiente, incluindo rios, solo e ecossistemas marinhos. Estima-se que 35% dos microplásticos nos

oceanos sejam originados pela lavagem de têxteis sintéticos. Os microplásticos entram meio hídrico através da deposição atmosférica, do escoamento da água ou através das águas residuais urbanas, cujos sistemas de tratamento têm sido ineficazes, até ao momento, para os remover. É necessário promover políticas, regulamentação e incentivos que limitem a incorporação de microplásticos em produtos, promovam o desenvolvimento e adopção de novas tecnologias de tratamento de águas residuais e sensibilizem a sociedade para novos padrões de consumo. Um exemplo em Coimbra é o projecto “Make water cleaner” que visa desenvolver uma tecnologia para remover microplásticos das águas residuais.

[CP]: De que forma os cursos da ESAC preparam os estudantes para a protecção do meio ambiente?

[ML]: A Agrária de Coimbra ministra actualmente cursos de nível superior (CTeSP, Licenciaturas e Mestrados) nas áreas de agricultura biológica, agropecuária, ambiente,

biotecnologia, enfermagem veterinária, florestas, tecnologia alimentar, turismo em espaços rurais e naturais, caracterizados por uma forte componente profissionalizante e por uma ligação muito próxima ao tecido empresarial, a associações e cooperativas.

Embora a Licenciatura em Tecnologia e Gestão Ambiental e os Mestrados em Gestão Ambiental e em Desenvolvimento Sustentável sejam as ofertas mais relacionadas com as tecnologias de proteção ambiental, todos os cursos estão alinhados com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a adopção dos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Além disso, acreditamos que a imersão dos estudantes no “campus sustentável”, certificado como “Eco-Campus”, reconhecido internacionalmente pelas boas práticas de gestão ambiental e alvo de vários projectos de eficiência energética cofinanciados por programas públicos, que fazem deste espaço uma referência, induz toda a comunidade académica a adoptar práticas e comportamentos mais sustentáveis.

[CP]: Que soluções/ projectos a ESAC oferece na sustentabilidade do sector agrícola?

“A

consagra que todos temos direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado, mas também o dever de o defender, preservar e de respeitar, de forma a assegurar o desenvolvimento sustentável a longo prazo para as gerações futuras”.

Marta Lopes

[ML]: Além do ensino, na Agrária de Coimbra desenvolvem-se outro tipo de actividades, nomeadamente, investigação, apoio à comunidade, produção agrícola, pecuária e florestal, bem como transformação agroalimentar com produção de diversos produtos inovadores.

Ao longo dos anos, a ESAC tem desenvolvido vários projectos que promovem a sustentabilidade da agricultura, sempre utilizando o seu campus como laboratório vivo de ensino, aprendizagem e investigação. Exemplo disso são os 17 hectares certificados em agricultura biológica; utilização de práticas eficientes na rega para poupança de água e energia; desenvolvimento de técnicas de conservação e proteção da erosão do solo; soluções de tratamento de efluentes inovadoras; desenvolvimento e utilização de técnicas 4.0 para optimizar a produção agropecuária; entre outras.

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CRISTIANA DIAS/ FERNANDA PAÇÓ
CAMPEÃO DAS
11 DIA
PROVÍNCIAS 1 DE JUNHO DE 2023
MUNDIAL DO AMBIENTE
Constituição da República Portuguesa

DIA MUNDIAL DO AMBIENTE 12 1 DE JUNHO DE 2023

COMO EXPLICAR ISTO?

CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

REGIÃO CENTRO TEM APENAS 30% DOS APOIOS À FLORESTA

OCentro PINUS, associação para a Valorização da Floresta de Pinho, apresentou recentemente um relatório sobre a execução do PDR2020 onde revela que a região Centro apenas teve algum sucesso nos apoios de recuperação de incêndio.

Segundo os resultados obtidos a NUT III região de Coimbra representou 6,3% do financiamento contratualizado a nível nacional e a NUT III região de Leiria 5,1%. A mesma análise revela, ainda, que a

NUT III região de Aveiro é a terceira do país com menos financiamento (1,1%). Em contrapartida, mantêm-se a desigualdade na atribuição dos fundos comunitários, já verificada em anos anteriores, com as regiões do Alentejo e Ribatejo a concentrar 47% do financiamento.

Analisando o tipo de apoio que a região Centro recebeu, esta destacou-se apenas na medida destinada à recuperação pós incêndios, em que recebeu 60% das verbas nacionais destinadas a esse efeito em 2021.

O Centro PINUS alerta que a adequação destes apoios aos pequenos proprietários da região Centro teria permitido alavancar mais gestão florestal e prevenir incêndios, devendo estes ser o tipo de apoios destinados a esta região.

João Gonçalves, presidente do Centro PINUS, revele que “os dados que apuramos relativos à medida de prevenção do PDR2020 são ilustrativos do insucesso deste instrumento. Num universo estimado em 400.000 proprietários,

este número evidencia a desadequação do programa à realidade do país“.

O Centro PINUS reconhece que a área financiada pelo PDR2020 será superior aos 77.734 hectares de espécies florestais com pro-

jectos aprovados até 2021, mas este valor representa apenas 2,4% da floresta do continente em sete anos de execução.

Paralelamente, dos 41,7 milhões de euros pagos até 2021 para prevenção de várias ameaças, a maioria não se dirigiu aos territórios mais vulneráveis aos incêndios. Pelo contrário, destes 41,7 milhões, a maior fatia (53%) foi paga no Alentejo, a região que continua a concentrar a maior fatia das medidas de apoio à floresta com excepção de uma: o restabelecimento após incêndio.

De referir ainda que nem todos os projectos de prevenção de ameaças têm por propósito prevenir incêndios. Sabe-se que até 2021 mais de metade da despesa dos projectos aprovados

destinou-se à prevenção e controlo de pragas e doenças e apenas 22% à gestão de vegetação combustível. Para João Gonçalves, “o PDR2020 é um programa a que poucos proprietários florestais se tentam candidatar pela complexidade do processo. A maioria das candidaturas não é aprovada e os (poucos) projectos aprovados têm uma execução baixa. No fim deste ciclo de insucessos, muito pouco chega ao terreno. Apesar de reconhecermos que o Governo anunciou medidas que poderão simplificar o próximo programa de financiamento (o PEPAC 23.27), alertamos que os apoios continuam inadequados à maioria dos proprietários da floresta do Norte e Centro do país”.

ESTUDO DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA RESÍDUOS MINEIROS DE CARVÃO EM

AUTOCOMBUSTÃO

PREJUDICAM O AMBIENTE

AUniversidade de Coimbra (UC), através do Departamento de Ciências da Terra (DCT) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), realizou uma investigação que conclui que os resíduos mineiros de carvão em autocombustão têm impacto negativo para o meio ambiente.

Segundo os investigadores, este factor tem um impacto negativo no ambiente devido à produção de drenagem ácida que, como resultado, pode afectar os solos e os ecossistemas da área envolvente.

O trabalho sobre os resíduos mineiros em autocombustão em Portugal, iniciado em 2007, além de incidir sobre a identificação de autocombustão de resíduos mineiros resultantes da exploração de carvão no passado, visa identificar e compreender os impactes desse processo no ambiente, particularmente nos solos, nas águas e na atmosfera. De acordo com a professora do DCT e autora do estudo, Joana Ribeiro, o impacte mais significativo

pode estar relacionado com as emissões de compostos orgânicos voláteis durante a combustão.

“Foram detectadas substâncias, nomeadamente hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e outros compostos orgânicos, que são emitidas para a atmosfera e que são prejudiciais para a saúde humana. Esta situação pode ser particularmente preocupante quando as escombreiras em autocombustão se encontram perto de áreas habitadas”, revelou.

Em Portugal são conhecidos três casos de escombreiras de resíduos mineiros de carvão cuja ignição começou em 2005, devido a incêndios florestais.

Para a investigadora “há sempre formas de resolver situações como a da escombreira de São Pedro da Cova, no entanto, são dispendiosas e complexas”, acrescentando que existem soluções, como a que foi aplicada pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) que inclui a remobilização do material do local, arrefecimento com água e um agente retardador da temperatura, recolocação e compactação no local.

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Já é conhecido todo o cartaz da Expofacic

A31.ª edição da Expofacic, uma das feiras e festivais mais proeminentes da região, a comissão organizadora da Expofacic 2023 está empenhada em ir além, atrair novos públicos. Durante a divulgação do alinhamento e dos detalhes do festival, a presidente da Câmara, Helena Teodósio, enfatizou a importância da Expofacic, que se tornou um evento “querido e apreciado pelo público devido à sua diversidade de oferta. O festival já se estabeleceu como uma grande marca na região”.

Com um orçamento de 1,85 milhões de euros, os organizadores estão determinados em criar uma experiência verdadeiramente inesquecível para os participantes.

De 27 de Julho a 6 de Agosto, a Expofacic 2023 apresentará um alinhamento eclético de artistas, além da presença de empresas, barracas de comida, associações, instituições de bem-estar social, escolas e Juntas de Freguesia locais. Helena Teodósio expressou gratidão à equipa pelo entusiasmo e dedicação na organização da edição deste ano, enfatizando o objectivo de fortalecer o status da Expofacic como uma atracção turística estruturada e uma celebração notável do concelho.

Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal, afirmou que “a Expofacic é querida tanto por turistas quanto pelos habitantes locais”. Ele ressaltou o aumento do número de pernoites na região, com um crescente influxo de turistas, especialmente provenientes de países asiáticos, que escolhem a região do Centro de Portugal como destino.

Abrangendo uma área de aproximadamente 100.000 metros quadrados, a Expofacic espera receber cerca de 400.000 visitantes que irão explorar as várias áreas de exposição e desfrutar das atracções oferecidas. O espaço de exposição acomodará 500 expositores em 625 espaços

disponíveis, enquanto a área gastronómica contará com 72 espaços, incluindo 47 tasquinhas. O evento conta com a significativa participação de associações locais, reflectindo o forte apoio e envolvimento da comunidade.

A Expofacic continuará a apresentar exposições temáticas, incluindo duas exposições especiais e um mercado que destaca produtores de 19 municípios da região de Coimbra. A área agrícola sediará exposições e dias temáticos com palestras esclarecedoras, atendendo a interesses diversos e promovendo oportunidades educativas.

Similar às edições anteriores, a Expofacic oferecerá o serviço Expofacicbus com seis linhas, permitindo que os visitantes cheguem facilmente ao local. Além disso, o evento manterá o estatuto de Eco Evento em colaboração com a ERSUC, demonstrando um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental.

O cartaz no palco principal garante uma experiência excepcional para os participantes. O festival terá início em 27 de Julho com uma apresentação de abertura de Diogo Piçarra, seguido por Os Quatro e Meia no dia 28, os artistas brasileiros Vitor Kley e Lon3r Johny no dia 29, e Tony Carreira no dia 30. Os dias seguintes contarão com concertos de Bárbara Bandeira e Ivandro no dia 31, Nini-

nho Vaz Maia e Álvaro de Luna a 1 de Agosto, Tributus Band Pink Floyd e Rui Veloso no dia 2, Papillon e Slow J no dia 3, João Só e Calema no dia 4, e Hybrid Theory. A tão aguardada cabeça de cartaz, a artista americana Anastacia, actualmente em digressão pela Europa, subirá ao palco em 5 de Agosto. O último dia do festival encerrará com o espectáculo da icónica banda de rock portuguesa, Xutos & Pontapés. Idalécio Oliveira, presidente da INOVA, entidade responsável pela gestão da feira, afirmou que “Xutos & Pontapés são parte integrante da família Expofacic e sempre garantem um grande sucesso”.

Os ingressos para a Expofacic 2023 estarão disponíveis por 4,50 euros por dia, mas em pré-venda mantêm-se nos 4 euros, com excepção da apresentação especial de Anastacia, que terá o preço de 15 euros. Para aqueles que desejam aproveitar ao máximo o festival, um passe geral pode ser adquirido por 50 euros, garantindo acesso a todo o evento.

A Expofacic 2023 tem como objectivo atrair audiências de todo o país e além, oferecendo uma celebração extraordinária de música, entretenimento e experiências culturais. O seu cartaz ecléctico e oferta diversificada, a Expofacic continua a solidificar a sua posição como uma atracção turística de destaque e um evento essencial no calendário regional.

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Instituto Politécnico de Tomar realiza seminário i9PT

OInstituto Politécnico de Tomar vai receber, sexta-feira (02), a primeira edição do i9PT Seminário Investigação + Desenvolvimento + Inovação + Comunicação. O evento decorre no Auditório Doutor José Bayolo Pacheco do Amorim e é gratuito.

A iniciativa tem como objectivo “apresentar e debater as metodologias aplicadas nos processos de inovação e as dinâmicas nas parcerias entre a academia e as empresas na transferência de conhecimento” adianta, em comunicado, a organização. O seminário conta com vários oradores convidados, entre eles, representantes da Renova, José Neves Embalagens, Diverge (Delta Cafés) e Softinsa. Estes “terão a oportunidade de partilhar as suas experiências, reflectindo sobre as vantagens competitivas alcançadas pelos processos de inovação no desenvolvimento dos seus produtos”, lê-se no documento.

O i9PT Seminário Investigação + Desenvolvimento + Inovação + Comunicação está integrado no Programa INOVC+: Ecossistema de Inovação Inteligente da Região Centro. O projecto é liderado pela Universidade de Coimbra e cofinanciado pelo CENTRO 2020 - Programa Operacional Regional do Centro, Portugal 2020 e União Europeia, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

De recordar que o Programa INOVC+ trata-se de uma iniciativa de “valorização do conhecimento científico e tecnológico que consiste na implementação de um projecto-piloto de âmbito regional, que, num contexto de trabalho em rede entre todas as Universidades, Politécnicos e Centros de Interface Tecnológica da Região Centro, potencie a valorização e a transferência de conhecimento e de resultados de actividades de I&D e Inovação para a economia regional”, sublinha ainda o comunicado. Desta forma, o programa visa promover o desenvolvimento sustentável da Região Centro.

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Cátia Barbosa (Jornalista do “Campeão” no Porto)

Pavilhão Multiusos de Paredes acolhe Prova Qualificativa de Ginástica Rítmica

No último fim de semana, o Pavilhão Multiusos de Paredes foi palco da Prova Qualificativa de 1.ª Divisão de Ginástica Rítmica. A Associação de Ginástica do Centro (AGDCentro) foi representada por todos os seus clubes afiliados na disciplina. Os resultados foram excelentes para a região, com a Academia de Ginástica Rítmica Aveirogym (AGRA), a Associação Cristã da Mocidade de Coimbra (ACMC) e o Centro Norton de Matos (CNM) apurando todas as suas ginastas para o Campeonato Nacional de 1.ª Divisão, que será realizado nos dias 24 e 25 de Junho, no Complexo Desportivo Municipal do Casal Vistoso, em Lisboa.

Desta forma, Sofia Carvalho (Júnior, AGRA), Inês Simões (Juvenil), Ana Miguel Dias (Júnior), Oleksandra Huzak (Junior Elite) e Elisabete Seletcaia (Sénior Elite), todas representantes da ACMC, assim como Maria Benedita Ferreira, Maria Luís e Marta Cardoso (Iniciadas), Gabriela Lucas (Juvenil) e Letícia Ribeiro (Júnior) do CNM, irão representar os clubes e a AGDCentro na competição mais importante do calendário nacional de Ginástica Rítmica. Vale ressaltar que as três ginastas Iniciadas do CNM conquistaram a medalha de ouro por equipas. Além disso, Helena Marques (Iniciada, CNM) também garantiu a qualificação para o Campeonato Nacional.

A Ginástica Aeróbica do Centro também merece destaque. Dezassete ginastas dos escalões júnior e sénior da Academia CantanhedeGym participaram da 1.ª Prova de apuramento para o Campeonato da Europa, realizada no último fim-de-semana em Ponta Delgada. Os resultados foram excelentes para a equipa de Cantanhede, conquistando o 1.º e o 2.º lugar no Individual Feminino Sénior, o 1.º lugar no Trio Sénior, o 1.º lugar no Aerostep Sénior, o 1.º lugar no Trio Júnior (em parceria com a União Recreativa de Dafundo), o 2.º lugar no Aerodance Júnior, o 4.º lugar no Individual Feminino Júnior e o 5.º lugar no Trio Júnior.

Para a AGDCentro, “os resultados nessas duas provas qualificativas falam por si. Trabalho, dedicação, profissionalismo e alegria em fazer ginástica são ingredientes necessários para manter nossas ginastas sempre no mais alto nível, procurando constantemente a perfeição e voos mais altos, seja em âmbito nacional ou internacional”.

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Neste Dia Mundial da Criança, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima apresenta as Estatísticas APAV 2022 | Crianças e Jovens Vítimas de Crime e de Violência.

Em 2022, a APAV prestou apoio a 2.595 crianças e jovens vítimas de crime e violência, um aumento de 32% face ao ano anterior. Destas 2.595 crianças e jovens, 60% eram do sexo feminino e a média de idades é de 10 anos. Em 31,6% dos casos, a vítima era filho ou filha da pessoa agressora.

63% das situações aqui retratadas referem-se a casos de violência doméstica. O espaço de segurança e conforto que deveria ser a casa das vítimas é, não raras vezes, transformado num cenário de violência a que crianças e jovens são sujeitos, directa ou indirectamente. A residên-

cia comum à vítima e pessoa agressora é o local do crime e/ou violência em 46,7% das situações reportadas.

Em quase 60% dos casos de crime e violência contra crianças e jovens que chegaram ao conhecimento da APAV em 2022, foi efectuada queixa/denúncia às autoridades competentes. A maior parte destas queixas/denúncias foi realizada na Guarda Nacional Republicana (GNR), seguindo-se a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Polícia Judiciária (PJ).

A APAV está disponível para apoiar todas as vítimas de crime e violência através da Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e ainda por chamada gratuita e confidencial, através das Linhas de Apoio à Vítima 116 006 ou Internet Segura 800 21 90 90 (dias úteis, 8h-22h).

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Apoio a crianças vítimas de crime e violência cresce 32% em 2022, revela a APAV

Tertúlia sobre Envelhecimento e Saúde Mental marca o ciclo de tertúlias “Portugal 50 Anos”

ABiblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC) acolherá hoje, quinta-feira, a partir das 18h00 , António Leuschner e Margarida Pedroso de Lima para uma tertúlia inspiradora sobre “Envelhecimento e Saúde Mental”. Este evento marca a quinta sessão do ciclo “Portugal 50 Anos (1973-2023) | O que mudou? O que falta fazer?” e promete oferecer uma visão abrangente sobre o tema do envelhecimento e as suas interacções com a saúde mental.

A tertúlia contará com a presença de António Leuschner, médico especialista em Psiquiatria e ex-presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, e Margarida Pedroso de Lima, professora associada na Faculdade de Psicologia e

Ciências da Educação da Universidade de Coimbra. Ambos são profissionais reconhecidos nas suas áreas e contribuirão com a vasta experiência e conhecimento para o debate enriquecedor.

O ciclo “Portugal 50 Anos (1973-2023) | O que mudou? O que falta fazer?” é uma iniciativa da BGUC que visa discutir as transformações ocorridas em diferentes sectores sensíveis desde o 25 de Abril. Temas como demografia, cidadania, juventude, cultura, comunicação social, saúde mental, envelhecimento e utopias serão abordados ao longo do ciclo de tertúlias.

Infelizmente, não há mais vagas disponíveis para participação presencial no evento devido ao grande interesse gerado. No entanto, aqueles

que desejarem acompanhar a tertúlia ao vivo podem assistir através da página de Facebook da BGUC, no seguinte link: uc.pt/bguc. Para obter mais informações sobre o evento, é possível aceder ao site oficial da BGUC uc.pt/bguc ou entrar em contacto através do email bg-eventos@bg.uc.pt.

A tertúlia de hoje, “Envelhecimento e Saúde Mental”, oferecerá uma perspectiva aprofundada sobre as preocupações relacionadas com o envelhecimento e como elas se conectam à saúde mental. Serão abordadas questões sobre como retardar os efeitos inevitáveis do envelhecimento e as mudanças ocorridas nos cuidados prestados aos idosos e na atenção dada à saúde mental nos últimos 50 anos.

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de preço

Os preços das casas para arrendar em Portugal continuam a subir, apresentando um aumento de 1,9% em Maio em comparação com o mês anterior. De acordo com o índice de preços do idealista, o custo médio de arrendamento por metro quadrado (m²) no final de Maio deste ano era de 14,1 euros. A variação trimestral registou um aumento de 5,3%, enquanto a variação anual foi de 26%.

Em Maio, o valor do arrendamento subiu em oito capitais de distrito, sendo Coimbra a cidade com o maior aumento de preços, com uma subida de 4,7%. Em seguida, estão Aveiro (4,2%), Setúbal (3,1%), Viana do Castelo (2,6%), Funchal (2,5%), Lisboa (1,8%), Braga (1,5%) e Faro (0,6%). Por outro lado, os preços desceram em Leiria (-6,7%), Viseu (-3,6%) e Castelo Branco (-1,3%).

Lisboa mantém-se como a cidade mais cara para arrendar uma casa, com um valor médio de 19,6 euros/m². O Porto (15,1 euros/m²) e o Funchal (12,8 euros/m²) ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente. Seguem-se Setúbal (10,4 euros/m²), Faro (10,3 euros/m²), Aveiro (10,1 euros/m²), Coimbra (9,3 euros/m²), Braga (8,3 euros/m²) e Leiria (8,1 euros/m²).

As cidades mais económicas em termos de arrendamento são Castelo Branco (5,6 euros/m²), Viseu (6,2 euros/m²) e Viana do Castelo (7,7 euros/m²).

No que diz respeito aos distritos e ilhas, Coimbra (5,6%) e a ilha de São Miguel (4,4%) registaram o maior aumento de preços em Maio. Seguem-se a ilha da Madeira (3,7%), Portalegre (3,2%), Castelo Branco (2,9%), Lisboa (2,1%), Braga (1,8%), Setúbal (1,7%), Santarém (1,2%), Viana do Castelo (0,9%) e Porto (0,7%). Já Viseu manteve os preços estáveis em Maio, enquanto Leiria (-2,1%), Vila Real (-1,2%), Aveiro (-0,6%) e Faro (-0,5%) registaram uma descida nos preços. Lisboa continua a liderar o ranking dos distritos mais caros para arrendar casa, com um valor médio de 17,7 euros/m², seguida pelo Porto (13,1 euros/m²), ilha da Madeira (12,3 euros/m²),

Faro (12 euros/m²), Setúbal (11,3 euros/m²), ilha de São Miguel (9,5 euros/m²), Coimbra (9,1 euros/m²), Leiria (8,6 euros/m²), Braga (8,2 euros/ m²), Aveiro (8,1 euros/m²), Viana do Castelo (7,9 euros/m²) e Santarém (7,1 euros/m²). Os preços mais baixos encontram-se em Vila Real (5,4 euros/m²), Viseu (5,7 euros/m²), Portalegre (5,9 euros/m²) e Castelo Branco (6,5 euros/m²).

Em termos de regiões, os preços das casas para arrendar subiram em todas as regiões portuguesas durante o mês de Maio, com excepção do Algarve, onde registaram uma descida de 0,5%. A Região Autónoma dos Açores lidera as subidas de preços, com um aumento de 6,6%, seguida pela Região Autónoma da Madeira (3,7%), Área Metropolitana de Lisboa (2,3%), Alentejo (1,8%), Centro (0,5%) e Norte (0,5%).

A Área Metropolitana de Lisboa continua a ser a região mais cara para arrendar uma casa, com um valor médio de 17 euros/m², seguida pela Região Autónoma da Madeira (12,2 euros/m²), Algarve (12 euros/m²) e Norte (11,9 euros/m²).

As regiões mais económicas são o Centro (8,1 euros/m²), a Região Autónoma dos Açores (8,8 euros/m²) e o Alentejo (9,2 euros/m²).

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QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023
Casas para arrendar em Portugal ficaram 1,9% mais caras em Maio Coimbra lidera subida

Psiquiatra do CHUC recebe prémio de 300 mil euros

Nuno Madeira, psiquiatra do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e investigador no Coimbra Institute For Biomedical Imaging and Translational Research (CIBIT) da Universidade de Coimbra, foi agraciado com o prémio FLAD Science Award Mental Health 2023, no valor de 300 mil euros. O projecto premiado, intitulado “BS2C | Non-invasive Brain Stimulation for Social Cognitive impairment in Schizophrenia”, propõe uma abordagem inova-

dora para o tratamento dos sintomas cognitivo-sociais da esquizofrenia.

O projecto será realizado em colaboração com o Biological Affect Modulation Lab da University of Pittsburgh, School of Medicine, e tem como objectivo testar um protocolo de tratamento não invasivo utilizando estimulação magnética transcraniana. O ensaio clínico procura desenvolver uma terapia eficaz para a disfunção cognitiva social associada à esquizofrenia, sem a necessidade de internamento hospitalar ou outros procedimentos complexos. O resultado poderá levar, num futuro próximo, à disponibilização dessa arma terapêutica para pessoas com esquizofrenia em Portugal e em outros países.

Nuno Madeira expressou a sua satisfação com o reconhecimento do prémio: “Este prémio valoriza um trabalho de investigação clínica ao longo de uma década, realizado por uma equipa multidisciplinar que envolveu médicos, engenheiros biomédicos e outros profissionais de saúde, muitos deles pertencentes ao Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria do CHUC. Graças ao apoio da FLAD, poderemos realizar um ensaio que testará a eficácia deste tratamento de estimulação cerebral na melhoria das dificuldades cognitivas sociais enfrentadas por muitas pessoas com esquizofrenia.”

O FLAD Science Award Mental Health é um apoio inédito a jovens investigadores em Portugal que visa desenvolver novas linhas de investigação clínica em Saúde Mental, desde a prevenção até ao tratamento e à reabilitação. Este prémio, uma iniciativa anual, financia jovens investigadores com projectos de mérito em colaboração com centros de investigação nos Estados Unidos, totalizando 300 mil euros ao longo de 3 anos. A iniciativa conta com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

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Sistema Carta por Pontos começou há sete anos

Hoje marca o sétimo aniversário do Sistema Carta por Pontos, que entrou em vigor em 1 de Junho de 2016. Este sistema, implementado em Portugal, consiste na atribuição de 12 pontos a cada condutor, sendo que a subtracção desses pontos varia de acordo com o tipo de infracções cometidas, podendo levar à cassação do título de condução quando a totalidade dos pontos é perdida.

Além disso, o Sistema Carta por Pontos prevê a atribuição de pontos adicionais. Os condutores que não tenham registos de infracções graves, muito graves ou crimes rodoviários nos seus registos individuais de condutor ao final de cada período de três anos recebem três pontos adicionais, até um máximo de 15 pontos. Também é atribuído um ponto adicional a cada período correspondente à revalidação da carta de condução, desde que o condutor participe voluntariamente em acções de formação de segurança rodoviária e não tenha registos de crimes rodoviários.

Ao longo dos sete anos de vigência do Sistema Carta por Pontos, cerca de 571 mil condutores perderam pontos, sendo que aproximadamente 173 mil deles perderam pontos apenas no último ano (entre 1 de Junho de 2022 e 30 de Maio de 2023), representando um aumento de 43% em comparação com os seis anos anteriores.

Desde a implementação do sistema, um total de 2.607 condutores tiveram os seus títulos de condução anulados, o que os impede de obter um novo título de condução pelo período de dois anos. Apenas no último ano, 499 condutores tiveram os seus títulos cancelados,

representando um aumento de cerca de 24% em comparação com os seis anos anteriores. Actualmente, estão em andamento cerca de 500 processos para os condutores que perderam todos os pontos.

As infracções que mais contribuem para a perda de pontos são o excesso de velocidade (69% dos condutores), seguido pela utilização indevida do telemóvel (11% dos condutores), violação de regras e sinais (9,2% dos condutores), condução sob influência de álcool ou substâncias psicotrópicas (3,05% dos condutores) e o não cumprimento de normas como a luz vermelha, linha longitudinal contínua, não utilização de equipamentos de segurança e luzes quando obrigatórias (7,75% dos condutores).

Nos distritos de Lisboa e Porto, são registadas aproximadamente 6.500 contra-ordenações por mês, seguidas por Aveiro e Leiria, com cerca de 3.700 cada, e Setúbal, Braga e Coimbra, com cerca de 2.600 cada. Esses distritos são os locais onde a maioria dos condutores perdem pontos na carta de condução, representando 28,40% em Lisboa e 16,03% no Porto. Em seguida, temos Leiria, Aveiro e Braga, com 7,50%, 7,26% e 6,22% dos condutores, respectivamente. Faro e Coimbra também apresentam percentagens significativas, com 5,21% e 5,14% dos condutores, enquanto Setúbal, Viseu e Santarém apresentam percentagens menores, com 4,47%, 3,42% e 3,30%, respectivamente.

O Sistema Carta por Pontos estabelece que os condutores que possuam apenas cinco ou quatro pontos devem frequentar uma acção de formação dentro de um prazo máximo de 180 dias a partir da data de

recepção da notificação, caso contrário, correm o risco de terem seus títulos de condução anulados. Actualmente, existem 2.538 condutores nessa situação, dos quais 1.762 já foram notificados, sendo que 928 frequentaram a acção de formação e 207 não cumpriram, resultando na abertura do processo de cancelamento. Desses casos, 32 títulos de condução já foram anulados, e os demais encontram-se em fase de instrução e/ou notificação. Outros 627 condutores ainda estão dentro do prazo para frequentar a acção de formação.

Em relação aos condutores que possuem apenas três, dois ou um ponto, o Sistema Carta por Pontos estabelece que devem realizar uma prova teórica do exame de condução dentro de um prazo máximo de 90 dias a partir da data de recepção da notificação, caso contrário, correm o risco de terem seus títulos de condução anulados. Actualmente, existem 4.240 condutores nessa situação, dos quais 2.051 já foram notificados. Desses notificados, 808 realizaram a prova teórica, enquanto 400 faltaram ou reprovaram na prova. Nesse grupo, 77 títulos de condução já foram anulados, e os demais encontram-se em fase de instrução e/ou notificação. Os restantes 843 condutores ainda não realizaram a prova, mas aguardam o agendamento e a realização da mesma no Instituto da Mobilidade e dos Transportes. Outros 2.189 condutores estão em fase de notificação.

É importante destacar que, nos sete anos de vigência do regime anterior, que durou até 31 de Maio de 2016, apenas dois títulos de condução foram anulados.

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Consórcio TEF-Health une esforços no IPN para impulsionar inovações na área da Saúde

No dia 30 de Maio, o Instituto Pedro Nunes (IPN) recebeu a reunião do consórcio do TEF-Health - Testing and Experimentation Facility for Health AI and Robotics, uma iniciativa da Comissão Europeia que tem como objectivo acelerar o processo de certificação e testes de tecnologias baseadas em inteligência artificial e robótica na área da saúde. O IPN, por meio do seu Laboratório de Automática e Sistemas (LAS), lidera o consórcio nacional e fornecerá serviços na área tecnológica e de regulamentação de dispositivos médicos.

O TEF-Health, que recebeu um financiamento de oito milhões de euros da Comissão Europeia para ser implementado em Portugal ao longo de cinco anos, tem como propósito impulsionar a medicina personalizada e os cuidados centrados no cidadão, aumentando a eficácia, a resiliência e a sustentabilidade dos sistemas de saúde por meio da aplicação de soluções de Inteligência Artificial (IA) e robótica.

Uma das metas do programa é reduzir as disparidades na prestação de cuidados de saúde na Europa, sem comprometer a conformidade com os requisitos legais, éticos, de qualidade e interoperabilidade necessários para o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Além do IPN, esta iniciativa conta com a participação do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC), do Centro Hospitalar de São João, no Porto, dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, do Health Cluster Portugal e do EIT Health Innostars.

No âmbito deste projecto, serão criadas estruturas denominadas TEF (Testing and Experimental Facilities), que estabelecerão uma ponte entre empresas e hospitais. Os TEF, além de ser-

virem como ambiente de teste e demonstração de soluções, também irão realizar revisões éticas e de proteção de dados dos projectos das empresas, contemplando ainda actividades como incubação e análise de mercado.

Este projecto europeu envolve um consórcio de 52 entidades de 10 países, sendo liderado pelo Hospital Universitário Charité, em Berlim (Alemanha).

O TEF-Health representa um passo significativo na promoção da inovação e no impulsionamento das tecnologias de IA e robótica na área da saúde. Espera-se que esta colaboração entre instituições e empresas nacionais e europeias traga avanços importantes para o sector, contribuindo para uma saúde mais personalizada, eficiente e acessível a todos os cidadãos.

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31.ª Edição Expo Miranda arranca hoje

AExpo Miranda, organizada pela Câmara Municipal de Miranda do Corvo, terá início hoje com um foco especial no entretenimento infantil. A partir das 15h00, uma variedade de estruturas insufláveis gigantes tomará conta das ruas, proporcionando diversão infinita para os mais pequenos. A cerimónia oficial de abertura ocorrerá às 17h00, com a presença de autoridades locais e a participação de 92 expositores, tornando o evento deste ano ainda mais notável.

Realizado de 1 a 4 de Junho, o evento contará com diversas tasquinhas, bares e entretenimento abundante, acompanhados por uma selecção ecléctica de música em três palcos: o palco das Tasquinhas, o palco Connection e o palco principal da Expo Miranda. Destacam-se as performances de Ana Bacalhau a 2 de Junho, David Carreira no dia 3 de Junho e Cuca Roseta em 4 de Junho. O programa completo pode ser encontrado no site da Câmara Municipal: cm-mirandadocorvo.pt.

A Expo Miranda é conhecida por promover a gastronomia local, o artesanato e os produtos únicos de Miranda do Corvo, reflectindo a identidade dos seus habitantes. Serve como uma vitrine das actividades industriais, comerciais e agrícolas da região, com o objectivo de atrair o maior número possível de visitantes.

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QUINTA-FEIRA, 1 DE JUNHO 2023

Estreia do Cine-Concerto “Epopeia Gandareza” em Cantanhede

Cantanhede recebe, no próximo dia 7 de Junho, pelas 21h30, na Praça Marquês de Marialva, a estreia do cine-concerto “Epopeia Gandareza”, um filme realizado por Vasco Espinhal Otero e produzido por Cabra Cor de Rosa / Cineclub Bairrada. O destaque especial deste evento é a banda sonora, criada pelo projecto “Cabra Cor de Rosa”, que será interpretada ao vivo, acompanhando a projecção da obra.

“Epopeia Gandareza” transporta o espectador numa jornada única, convidando-o a adoptar a visão de um narrador divino ou extraterrestre. A história começa nos confins do Cosmos e no início microscópico da vida, chegando ao nosso planeta e, mais especificamente, à região da Gândara, em Portugal. No entanto, essa é apenas uma referência, um ponto de passagem com uma cultura própria, entre muitas desta aldeia global. O filme aborda as ameaças actuais ao meio ambiente, com foco nas soluções para o futuro: diversidade cultural, partilha emocional e arte científica. A produção desta obra começou em 2016 e

reúne elementos de vários géneros cinematográficos. Ao longo do seu percurso, “Epopeia Gandareza” já recebeu prémios em países como Índia, Argentina, Estados Unidos da América, África do Sul e Malásia. Agora, marca o início da sua digressão nacional e internacional com esta estreia em Cantanhede.

Os bilhetes para o espectáculo são gratuitos, mas devido à lotação limitada do espaço, é obrigatória a reserva. Os interessados poderão adquirir os bilhetes no Posto de Turismo de Cantanhede (telefone: 231 410 155) e no Museu da Pedra de Cantanhede (telefone: 231 423 730), através do e-mail dc@cm-cantanhede.pt ou pela plataforma Bol.pt.

Este evento conta com o apoio do Município de Cantanhede e faz parte da programação da Tapas & Papas - Mostra de Gastronomia e Artesanato de Cantanhede, organizada pela União das Freguesias de Cantanhede e Pocariça. É uma oportunidade imperdível para os amantes de cinema e música desfrutarem de uma experiência única que combina arte cinematográfica e música ao vivo.

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Câmara da Lousã celebra Dia Mundial da Criança com uma semana de actividades

ACâmara Municipal da Lousã, em parceria com outras entidades, está a promover uma série de actividades para celebrar o Dia Mundial da Criança. As actividades decorrem em vários espaços do concelho, desde o dia 31 de Maio até 4 de Junho.

O programa diversificado e de qualidade, que inclui desporto, cultura e animação, reflecte a atenção e o investimento que a autarquia tem dedicado aos mais jovens, conforme destacou Luís Antunes, presidente da Câmara Municipal da Lousã. Ele salientou também o trabalho em parceria realizado com diversas entidades do concelho, promovendo o trabalho associativo e envolvendo crianças e jovens.

As actividades tiveram início no dia 31 de Maio com o espectáculo “Batuta, o Maestro da Fruta”, promovido pela Academia de Música Classplash, nas suas instalações.

No dia 1 de Junho, decorre a iniciativa “Boleia Humana - Vamos a pé para a Escola” para os alunos do 1.º CEB ao Secundário, dos estabelecimentos de ensino da vila da Lousã. O dia encerra com a Ópera de Sombras “Chiu!”, dinamizada pela TEAMUS, Companhia Um do Outro e Agrupamento de Escolas da Lousã.

No dia 2 de Junho, as actividades começam com a iniciativa “Boleia Humana - Vamos a pé para a Escola” para os alunos do 1.º CEB de Casal de Santo António, na Freguesia de Serpins. Em seguida, é tempo do “Serão Mágico entre Letras” no Parque Carlos Reis, destinado a crianças dos 6 aos 10 anos de idade.

O fim de semana começa com actividades no sábado, dia 3 de Junho, no Parque Carlos Reis. Houve os “Jogos do Hélder” para toda a família, momentos de interacção com várias mascotes conhecidas das crianças e os Jogos da Freguesia na Rua, dinamizados pela Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho. Durante a tarde, serão promovidas a “Caminhada na Floresta” pela Equipa Multidisciplinar da Câmara Municipal e demonstrações de “CrossFit Kids”, promovidas pelo Lousã Cross Fit,

e de “MoveKids”, dinamizado pelo Move Wellness & Fitness Centers. O dia encerra com um Passeio de Bicicleta “Pais e Filhos I Avós e Netos”, promovido pela Câmara Municipal, com o apoio do projecto “Voltinhas na Escola/Academia de Ciclismo EFAPEL” do Agrupamento de Escolas da Lousã e do grupo Lesmas BTT. O último dia de actividades, domingo, começa com uma interacção com os Bombeiros Municipais da Lousã e Bombeiros Voluntários de Serpins, onde os jovens podem conhecer algumas viaturas e materiais, além de uma Campanha de Adopção do Centro de Recolha Animal Oficial, dinamizada pela Louzanimales, que conta com uma actividade dinamizada pelo treinador Ivo Gomes. A manhã também inclui “Zumba na Espuma”, uma aula de Zumba no Parque Carlos Reis para toda a família. Destaque ainda para o Campeonato Nacional de Carrinho de Rolamentos 2023, que terá lugar na zona da Avessada, dinamizado pela Junta de Freguesia de Serpins. O dia culmina com o espectáculo “Por Terras de Ávila” no Pátio do Casarão, organizado pela Academia de Bailado da Lousã.

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1 DE JUNHO 2023

Câmara da Mealhada lança a concurso reabilitação da antiga estrada nacional 235

ACâmara Municipal da Mealhada anunciou, após uma reunião do Executivo Municipal, o lançamento a concurso da empreitada de reabilitação da antiga Estrada Nacional 235, que faz a ligação entre o Luso e o limite do concelho de Penacova. Com um preço base de 565.000 euros (+IVA), a obra tem um prazo de execução estipulado em 180 dias.

Esta empreitada tem como objectivo principal a reabilitação dos pavimentos, aquedutos e muros ao longo da estrada, incluindo a reconstrução de muros danificados, além da instalação de nova sinalização horizontal e de rail’s de segurança. Actualmente, a

estrada, que circunda a Serra do Bussaco e serve como uma das principais vias de acesso ao Luso e aos limites do concelho de Penacova, encontra-se em péssimo estado de conservação, apresentando sérios problemas de segurança para os condutores.

“Esta intervenção é extremamente necessária, tendo em conta que se trata de uma estrada bastante turística e uma das principais rotas de entrada no nosso concelho, que leva directamente ao Luso Bussaco, a nossa zona mais turística”, destaca António Jorge Franco, presidente da Câmara Municipal da Mealhada.

A reabilitação da antiga EN

235 é considerada uma prioridade para a autarquia, uma vez que a estrada desempenha um papel fundamental no desenvolvimento turístico da região. Além de melhorar a segurança rodoviária, a obra contribuirá para proporcionar uma melhor experiência aos turistas que visitam a zona, garantindo uma infra-estrutura de qualidade que se enquadra na importância histórica e turística do Luso e da Serra do Bussaco.

Após o encerramento do prazo para apresentação de propostas, será seleccionada a empresa responsável pela execução da obra, dando-se início ao processo de reabilitação da estrada.

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