Habitação Social: Possibilidades de Utilização da Madeira Engenheirada

habitação Social: possibilidades de utilização da madeira engenheirada

CAMILLA FIDELIS DE SOUZA 820270531

Habitação Social: Possibilidades de utilização da Madeira Engenheirada

Dossiê apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu para aprovação da disciplina Trabalho Final de Graduação I (Projeto de graduação: contextos).

Orientador: Sérgio L. Salles Souza

SÃO PAULO 2021

CAMILLA FIDELIS DE SOUZA 820270531

Habitação Social: Possibilidades de utilização da Madeira Engenheirada

Dossiê apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade São Judas Tadeu para aprovação da disciplina Trabalho Final de Graduação I (Projeto de graduação: contextos), como parte das exigências para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

São Paulo, de 2021.

Banca examinadora

Professor Orientador: Sérgio L. Salles Souza

Professor Avaliador: Fernando Guilhermo Vázquez Ramos

Dedicatória Dedico este trabalho a minha mãe Vera Fidelis e ao meu pai Cesar Ramos de Souza, foram vocês que me deram todo o suporte para eu estar onde estou, acreditando em mim a cada momento, me forçando a sempre ser o meu melhor, agradeço do fundo do meu coração por ter a oportunidade de ser filha de vocês.

Agradecimentos Meu agradecimento especial vai para meu orientador Sergio Salles, por toda a bagagem de aprendizado que adquiri nesses quase 5 meses, vou guardar seus ensinamentos comigo para o longo da minha carreira. E a todos os professores da São Judas Tadeu que tive o grande privilégio de ter tido aula.

Agradeço imensamente meus avós, Izabel Guedes e Adimar Ramos, vocês sempre vão ser minha motivação, meu exemplo e meu Norte.

Agradeço a meu namorado Alex Ferreira por sempre estar comigo, me ajudando e me dando forças nos momentos mais difíceis, por todo o amparo e carinho nessa jornada.

A cada amigo que fiz nessa trajetória, cada experiência que pude adquirir com vocês, vou guardar cada um aqui dentro.

Resumo O presente trabalho fundamenta-se na construção de Habitação de Interesse Social no distrito do Rio Pequeno, localizado no bairro do Butantã, na cidade de São Paulo. Atualmente a população deste local está correndo risco de vida devido à grande densidade populacional em cima de uma zona de deslizamento, são mais de 2 mil pessoas que não tem moradia digna, vivem em situação precária, sem saneamento básico. No projeto foi estudado a utilização da madeira engenheirada para a construção da moradia da população em vulnerabilidade, possibilitando uma obra rápida e eficiente, e com baixo custo, já que temos no Brasil grandes áreas de florestas nativas ou plantadas. Com a aplicação da madeira engenheirada geramos soluções não só para grave crise de moradia, mas também a questão da sustentabilidade, por se tratar de uma matéria-prima renovável.

Abstract The present work is based on the construction of Social Interest Housing in the district of Rio Pequeno, located in the district of Butantã, in the city of São Paulo.

Currently, the population of this place is at risk of life due to the high population density on top of a landslide zone, there are more than 3,000 people who do not have decent housing, live in a precarious situation, without basic sanitation. The project studied the use of engineered wood for the construction of housing for the vulnerable population, enabling a quick and efficient work at low cost, as we have large areas of native or planted forests in Brazil. With the application of engineered wood, we generate solutions not only for a serious housing crisis, but also the issue of sustainability, as it is a renewable raw material.

Lista de figuras

eucalipto >, acessado em 17/11/2021.

Figura capa - Favela da “01”, localizada no Jardim D’Abril, Rio Pequeno. Fonte: Acerso da autora, 2021.

Figura 12: Habitação Social “Via Cenni” em Milão. Fonte: < https://archello.com/project/social-housing-in-via-cenni >, acessado em 18/11/2021.

Figura 02 - Favela da “01”, localizada no Jardim D’Abril, Rio Pequeno. Fonte: Acerso da autora, 2021.

Figura 03 - Moradores de rua dormindo embaixo de viaduto.

Fonte: < https://www.esquerdadiario.com.br/Estado-maisrico-SP-tem-crescimento-de-35-dos-extremamente-pobres >.

Acessado em 01/08/2021.

Figura 04 - Pirâmide de Maslow. Fonte: Acervo da autora.

Figura 05 - Projeto: Dengo - Fran Parente. Fonte: < https:// rewood.com.br/artigo/sistemas-construtivos-em-madeira >, acessado 17/11/2021.

Figura 06 - Madeira Laminada Colada. Fonte: < https:// rewood.com.br/artigo/sistemas-construtivos-em-madeira >, acessado 17/11/2021.

Figura 07 – Instalações do Sistema Wood Frame. Fonte: < https://rewood.com.br/artigo/sistemas-construtivos-emmadeira >, acessado 17/11/2021.

Figura 08 - Madeira Lamelada Cruzada. Fonte: < https:// rewood.com.br/artigo/sistemas-construtivos-em-madeira >, acessado 17/11/2021.

Figura 09 - Paredes, piso e teto revestido por CLT. Fonte: < https://rewood.com.br/artigo/sistemas-construtivosem-madeira >, acessado 17/11/2021.

Figura 10: Madeira engenheirada de Pinus. Fonte: < https://rewood.com.br/artigo/diferencas-entre-as-especiesde-madeira-engenheirada-na-construcao-civil-pinus-eeucalipto >, acessado em 17/11/2021.

Figura 11: Madeira engenheirada de Eucalipto. Fonte: < https://rewood.com.br/artigo/diferencas-entre-as-especiesde-madeira-engenheirada-na-construcao-civil-pinus-e-

Figura 13: Explodido de “Via Cenni”. Fonte: < https://www10. aeccafe.com/blogs/arch-showcase/2015/02/24/socialhousing-via-cenni-in-milan-italy-by-rossiprodi-associati-srl/ >, acessado em 18/11/2021.

Figura 14: Caixa do elevador em madeira. Fonte: GRINOVER, Enzo. O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil.

Orientador: Alessandro Ventura. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

(Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

Figura 19: Banheiro do apartamento. Fonte: GRINOVER, Enzo. O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil.

Orientador: Alessandro Ventura. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

Figura 20: Sala de Jantar do apartamento. Fonte: GRINOVER, Enzo. O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil.

Orientador: Alessandro Ventura. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

Figura 15: Foto da construção. Fonte: GRINOVER, Enzo.

O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil.

Orientador: Alessandro Ventura. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

Figura 21: Foto do Edifício Pedregulho. Fonte: < https:// vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/20.240/8097 >, acessado em 10/10/2021.

Figura 16: Vigas metálicas de fixação das paredes. Fonte: GRINOVER, Enzo. O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil. Orientador: Alessandro Ventura. 2018.

143 f. Dissertação (Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

Figura 23: Corte Pedregulho. Fonte: Acervo da autora.

Figura 17: Varada apartamento. Fonte: GRINOVER, Enzo.

O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil.

Orientador: Alessandro Ventura. 2018. 143 f. Dissertação (Mestrado) (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) - FAUSP, São Paulo, 2018.

Figura 18: Sala apartamento. Fonte: GRINOVER, Enzo.

O conjunto habitacional de “Via Cenni” em milão como contribuição para habitação sociais de madeira no Brasil.

Orientador: Alessandro Ventura. 2018. 143 f. Dissertação

Figura 22: Localização Geral Pedregulho. Fonte: Acervo da autora.

Figura 24: Pavimento de Acesso. Fonte: Acervo da autora.

Figura 25: Plantas. Fonte: Acervo da autora.

Figura 26: Foto Pedregulho depois da reforma. Fonte: < https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/20.240/8097 >, acessado em 10/10/2021.

Figura 27: Foto Sehab Heliópolis. Fonte: < https://www. archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-bisellikatchborian-arquitetos >, acessado em 12/10/2021.

Figura 28: Grandes pórticos para entradas principais, possibilitando visibilidade do interior das quadras para pessoas que estão andando ao redor, um espaço convidativo e interativo com o

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entorno.

Fonte: < https://www.archdaily.com.br/ br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos/ 53e83bdec07a80388e0000b2-heliopolis-social-housingbiselli-katchborian-arquitetos-diagram?next_project=no >, acessado em 01/10/2021.

Figura 29: Entradas pelas laterais do terreno, desenvolvendo um fluxo maior com o interior do terreno.

Fonte: < https://www.archdaily.com.br/ br/625377/sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos/ 53e83bdec07a80388e0000b2-heliopolis-social-housingbiselli-katchborian-arquitetos-diagram?next_project=no >, acessado em 01/10/2021.

Figura 30: Espaço de convivência no grande pátio central, ideal para confraternização das famílias e amigos, um espaço para crianças brincarem, além de ser seguro, longe de rodovias e ruas. Fonte: < https:// www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-bisellikatchborian-arquitetos/ 53e83bdec07a80388e0000b2heliopolis-social-housing-biselli-katchborian-arquitetosdiagram?next_project=no >, acessado em 01/10/2021.

Figura 31: Aproveitamento do terreno, desfrute da topografia para entradas pelo meio dos edifícios. Fonte: < https:// www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolis-bisellikatchborian-arquitetos/ 53e83bdec07a80388e0000b2heliopolis-social-housing-biselli-katchborian-arquitetosdiagram?next_project=no >, acessado em 01/10/2021.

Figura 32: Corte transversal mostrando entrada pelo segundo andar.

Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/0116929/his-conjunto-heliopolis-gleba-g-biselli-katchborianarquitetos/16929_16947?next_project=no >, acessado em 01/10/2021.

Figura 33: Cada cor sinaliza qual bloco é e o pavimento pintado pela cor correspondente sinaliza o acesso de casa torre. Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/625377/ sehab-heliopolis-biselli-katchborian-arquitetos/53e83cc 5c07a8009620000b1-heliopolis-social-housing-bisellikatchborian-arquitetos--floor-plan?next_project=no > , acessado em 01/10/2021.

Figura 34: Tipologia das plantas de acordo com a família.

Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehabheliopolis-biselli-katchborian-arquitetos/53e83cc5c07a800 9620000b1-heliopolis--social-housing-biselli-katchborianarquitetos-floor-plan?next_project=no > , acessado em 01/10/2021.

Figura 35: Fachadas sempre distintas devido a orientação das janelas que nunca então no mesmo sentido. Fonte: < https://www.archdaily.com.br/br/625377/sehab-heliopolisbiselli-katchborian-arquitetos/53e83cafc07a80c3840000e8heliopolis-social-housing-biselli-katchborian--arquitetosphoto > , acessado em 01/10/2021 Figura 36: Imagem aérea conjunto Cafundá. Fonte: < http:// labhabufrj.weebly.com/conjunto-cafundaacute.html >, acessado em 01/10/2021.

Figura 44: Favela da “2” em perspectiva, topografia também com alta declividade e perigo de escorregamento. Fonte: < http://geosampa.prefeitura.sp.gov. br/PaginasPublicas/_SBC. aspx# >, acessado em 01/10/2021.

Figura 45 - Localização das favelas a serem realocadas.

Fonte: Acervo da autora.

Figura 46 - Localização geral do terreno. Fonte: Acervo da autora.

Figura 47 - Mapa escala municipal. Fonte: Acervo da autora.

Figura 48 - Mapa escala de bairro. Fonte: Acervo da autora.

Figura 49 - Mapa Densidade Populacional. Fonte: Acervo da autora.

Figura 37: Análise Geral – Cafundá. Fonte: Acervo da autora.

Figura 50 - Mapa gabarito de altura. Fonte: Acervo da autora.

Figura 38: Implantação Cafundá. Fonte: Acervo da autora.

Figura 51 - Mapa análise do terreno. Fonte: Acervo da autora.

Figura 39: Imagem interna das torres, relação das alturas dos edifícios. Fonte: < http://www.dau.puc-rio.br/arquivos/ arq1339/arq1339.visita.guiada.03.cafunda.pdf >, acessado em 01/10/2021.

Figura 52 - Imagens aérea. Imagem extraída do GeoSampa.

Diagrama elaborada pela autora.

Figura 40: Croquis relatando a relação com o entorno. Fonte: < https://revistaprojeto.com.br/acervo/sergio-magalhaesana-luiza-magalhaes-silvia-de-barros-clovis-de-barrose-ruivelloso-nucleo-habitacional-do-inocoop-cafundajacarepagua-rj/ >, acessado em 01/10/2021.

Figura 41: Fluxos. Fonte: Acervo da autora.

Figura 42: Análise das plantas e corte. Fonte: Acervo da autora.

Figura 43: Favela da “1” em perspectiva, topografia com alta declividade e perigo de escorregamento. Fonte: <http:// geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx# >, acessado em 01/10/2021.

Figura 53 – Fluxograma do projeto. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 54– Terreno da Área de Intervenção antes das alterações. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 55 – Terreno com patamares e circulação por meio da Alameda Central. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 56 – Terreno com as edificações e soluções projetuais.

Diagrama elaborada pela autora.

Figura 57 – Imagem aérea com entorno. Imagem do fundo extraída pelo GeoSampa. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 58 – Alameda Central e passarela aérea. Imagem elaborada pela autora.

7

Figura 59 - Imagem aérea mostrando Alameda Central.

Imagem elaborada pela autora.

Figura 60 - Área de recreação com uma quadra de futebol e uma de basquete, varias pistas de skate. Imagem elaborada pela autora.

Figura 61 - Estudo de Insolação. Imagem elaborada pela autora.

Figura 62 - Estudo de Insolação. Imagem elaborada pela autora.

Figura 63 - Estudo de Insolação. Imagem elaborada pela autora.

Figura 64 – Implantação.

Figura 65– Planta Nível 9.

Figura 66 – Passarela de acessos. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 67 - Tipologia com 6 apartamentos por andar.

Figura 68 – Tipologia com 4 apartamentos por andar.

Figura 69 – Tipologia PNE com 4 apartamentos por andar.

Figura 70 – Corte AA. Figura 71 – Corte BB. Figura 72 – Corte CC. Figura 73 – Imagem aérea.

Figura 74 – Imagem aérea da alameda central.

Figura 75 – Imagem aérea da lateral do terreno.

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“Não é por que você faz uma arquitetura para pobre que você tem que fazer uma arquitetura pobre.”

Alfredo Britto 9

Sumário Figura 02 - Favela da “01”, localizada no Jardim D’Abril, Rio Pequeno.

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1

Introdução 1.1 Problemática .....................................................12 1.2 Objetivo ............................................................12 1.3 Metodologia ......................................................12

Habitação de Interesse Social

2 3

2.1 - Contexto Histórico, Social, Cultural .............. 13 2.2 - Como a não moradia agrava a violência.........16 2.3 - De que maneira um lugar seguro pode acarretar em uma vida melhor? ..............................................18 2.4 - Mais que um teto e quatro paredes .................18 2.5 - Como a Pandemia agravou a moradia? ..........20 2.5.1 - Pirâmide de Maslow .....................................21

4 5

4.1 - Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Morais (Pedregulho) / Affonso Eduardo Reidy .....................29 4.2 - SEHAB Heliópolis / Biselli Katchborian Arquitetos ................................................................33 4.3 - Núcleo Habitacional do Inocoop Cafundá, Jacarepaguá, RJ ........................................38

Área de Intervenção 5.1 - Análise do local de Intervenção........................42 5.2 - Escala Municipal ..............................................45 5.3 - Escala de Bairro .................................................45 5.4 - Escala de Lote ...................................................46 5.5 - Análise Geral.....................................................47 Proposta Preliminar

6

Aplicação da Madeira para Habitação Social 3.1 - Tipos de Madeira Engenheirada .....................22 3.2 - Estudo de caso “Via Cenni” ............................24 3.3 - Por que usar madeira? .....................................27 3.4 - Incentivos fiscais para construção Sustentáveis .............................................................28

Projetos Referenciais

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6.1 - Proposta Preliminar .........................................48 6.2 - Projeto + Entorno..............................................50 6.3 - Insolação..........................................................51 6.4 - Implantação ....................................................52 6.5 - Acessos.............................................................53 6.6 - Tipologias.........................................................54 6.7 - Cortes...............................................................55 6.8 - Imagens............................................................56 6.7 - Considerações Finais.......................................57

Referências Bibliográficas .................................58

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1.1 PROBLEMÁTICA

1.2 OBJETIVO

O crescimento urbano e populacional, sem nenhum tipo de organização, provoca um excesso de moradias irregulares em todo o mundo, abalando o desenvolvimento das cidades como um todo, implicando na habitação precária e sérios problemas de qualidade de vida dos moradores. Pela Constituição Brasileira art. 6° “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados”, mas não vemos isso acontecer, o processo é lento e as famílias sofrem sem estrutura para viver. Desse modo, devemos pensar em proporcionar o mínimo para uma vida digna e com estrutura familiar, as habitações sociais auxiliam como impulsionadores para uma vida melhor

Pensar habitação e urbanização é em olhar para o local de forma humana, ver que é questão de urgência proporcionar uma vida alinhada para que assim, as pessoas tendo as necessidades básicas estabelecidas, possam pensar em estudar, trabalhar sem preocupações, criar os filhos com segurança, ver sua família com saúde.

1. 2 OBJETIVO

Com tudo, temos um mercado de tecnologia da construção civil voltado apenas para pessoas de alta renda, concebendo edificações mais sustentáveis e rápidas, uma vez que a população de baixa renda é a que mais precisa.

Para solucionar este problema, o projeto foi traçado para utilizar um material resistente e acessível, que possa levar de forma otimizada, um lar confortável de todas as maneiras possíveis, trazendo sustentabilidade, acústica, resistência, material acessível, e o melhor, um lar acolhedor.

1.Introdução

O objetivo deste trabalho oferecer modelos de habitação social na região do Rio Pequeno, São Paulo, em um local onde muitas famílias correm risco de desabamento devido ao escorregamento indicado pela Carta Geotécnica (GEOSAMPA, 2021). Devemos olhar com cuidado e atenção e dar a devida importância as pessoas com vulnerabilidade social, entendermos que não existe alternativas de uma vida melhor sem antes pensar numa habitação decente, para que assim as pessoas possam seguir suas vidas com o mínimo, nas palavras da arquiteta e urbanista Cecília Parlato (2017), “habitar não é só ter uma cobertura, uma cama e um lugar para comer. Você tem que ter uma ligação com o seu local de trabalho, a mobilidade urbana, o seu lazer, a unidade de vizinhança, os seus serviços, a saúde e educação são fundamentais para a gente poder trabalhar tudo isso numa forma conjunta.” E acima de tudo, segurança no local onde se vive.

1.3 METODOLOGIA Sob a perspectiva de trazer qualificação para a habitação, a proposta é fazer um projeto sustentável e acessível, que tire as pessoas da vulnerabilidade social, trazendo uma vida melhor aos moradores do local.

Foram desenvolvidos estudos de como podemos trabalhar em conjunto com a comunidade, ouvindo e trazendo propostas, não impondo e sim respeitando para que juntos tenham os melhores resultados.

12

2.1

Habitação Social - Contexto Histórico, Social e Cultural A seguir uma prevê linha do tempo mostrando os desdobramentos da habitação social ao passar dos anos, se iniciando em 1880 e

sendo

pauta

de

discussões

e

problemas

até

os

dias

atuais.

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As habitações precárias sempre foram presentes desde o surgimento das cidades, mas foi em 1880, que passou a ser um problema na cidade São Paulo.

Devido ao alto número de imigrante e sem estrutura para suportar, desencadeou a primeira crise habitacional (BONDUKI, 2017). A saúde pública foi a mais prejudicada, e com ela, muitas doenças surgiram na época, chamando atenção do poder público.

As pessoas não tinham condições de moradia adequadas e “[...] fez com que se edificassem diferentes tipos de estalagens, cortiços e habitações operárias, quase todas elas de construção apressada e precária.” (BONDUKI, 2017, pág. 31) Nesse ambiente se iniciou o combate a saúde, “Os higienistas lançam o alerta para o poder público: é necessário intervir, criar uma legislação restritiva, romper com as posturas liberais e com a privacidade do domicílio. Deve-se “providenciar radicalmente”.

(BONDUKI, 2017, pág. 34).

Os trabalhadores na sua grande maioria, viviam de aluguel em cortiços-corredor, cortiço-casa de cômodos ou casas geminadas, circunstância normal, visto que na época não havia o sistema de financiamento de casa própria (BONDUKI, 2017).

O período da era Vargas, foi a primeira vez que a habitação foi vista como “condição básica de reprodução da força de trabalho e, portanto, como fator econômico na estratégia da industrialização do país; segundo, a habitação como elemento na formação ideológica, política e moral do trabalhador, decisiva na criação do “homem novo” e do trabalhador-padrão” (BONDUKI, 2017, pág. 81).

Nesse contexto, o governo começou a intervir no processo da habitação, e a partir das dificuldades desde a Primeira Guerra, que em 1942, o mercado de locação foi congelado por meio da Lei do Inquilinato.

Instituto de Aposentadoria e pensão (IAP)

Urbanismo Sanitarista

1930 1880

Ao contrário do que se esperava, “A lei viria a ser um dos principais fatores para o surgimento e popularização das favelas, especialmente na cidade de São Paulo. A drástica redução no número de unidades de baixa renda no mercado, somado ao número crescente de despejos, empurraram os mais pobres (despejados e migrantes recém-chegados) para a autoconstrução em terrenos públicos” (LING, 2018).

A primeira intervenção federal da história no brasil nas habitações sociais foi com a criação dos IAPs (Instituto de Aposentadoria e Pensões) e a Fundação da Casa Popular

Surgimento das favelas em São Paulo

1946

1942 1942

1933

Era Vargas

Segundo Nabil Bonduki, foi o colapso da produção rentista e a crise da moradia dos anos 40. “O país assistiu a uma escassez assombrosa na oferta de aluguéis, a partir do momento em que os empreendedores pararam de construir de habitações que suprissem a essa necessidade — isso em uma época que o fluxo migratório das zonas rurais para as cidades crescia intensamente.” (LING, 2018).

Lei do Inquilinato

Fundação da Casa Popular (FCP)

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beneficiou cerca de 10% da população, com mais de 50 mil habitantes (BONDUKI, 2017, pág. 136).

Os despejos eram muito frequentes, de acordo com a publicação no Correio Paulistano, em 1946: Diariamente sobe e desce as escadarias do Palácio da Justiça uma multidão de velhos, moças, homens e mulheres que ali vão com as notificações em punho; nos lábios a pergunta inquieta: “ONDE MORAR?”; na frente dos olhos um futuro sombrio.

Nesse contexto surge as favelas, “Ao contrário do Rio de Janeiro, onde as favelas surgiram no início do século, em São Paulo, elas foram um produto da crise de habitação na década de 1940.” (BONDUKI, 2017, pág. 269). Seu surgimento foi entre 1942 e 1945 (PMSP São Paulo 1965). O advento das favelas expressa uma oposição da população em sair das áreas centrais e morar nas periferias (BONDUKI, 2017, pág. 269).

Um operário adquire um terreno; ele mesmo abre um poço depois do serviço. Compra os tijolos. E aos domingos convida a turma para lhe dar uma mão. Em poucos domingos as casas se levantam pelos barracos da Vila Matilde, Vila Esperança, Vila Guilhermina. São as “casas domingueiras”, as mesmas que tremem com a ventania.

(HOJE, 06/02/1947)

chamo do modo de vida dos habitantes paulistano.”

Em 2007 foi lançado o Programa de aceleração do crescimento, que visava investimentos públicos e privados. Um inventivo financeiro e ao crédito, com redução de arrecadação dos impostos, melhorias do ambiente de investimentos e aperfeiçoamento da legislação. (PACIEVITCH, 2008).

Assim começa a autoconstrução das favelas, aos poucos, os moradores montam um canto para morar. A moradia precária traz consigo várias lacunas, entre elas; a construção inadequada e a desqualificação do modo de morar urbano (BONDUKI, 2017, pág. 291).

Já em 2009, foi implantado o programa Minha Casa Minha Vida, que facilitava o acesso ao imóvel próprio por meio da Caixa Econômica Federal. Segundo Souza, a meta do Governo Federal era a construção de um milhão de habitações até 2012, e em 2015 o programa De acordo com Nabil, “O auto empreendimento na já havia beneficiado 3,857 milhões de famílias. periferia, configurou o território da aventura individual, da propriedade privada, da moralidade cristã e do Mais recente foi criado o programa Casa Verde e Amarela, conservadorismo político – no espaço da casa em que tem como objetivo promover o direito á moradia a construção, do lote bagunçado, da quadra clandestina, da famílias que moram na área urbana, com renda mensal rua sem oficializada, do ponto de ônibus sempre cheio, até R$ 7.000,00. De acordo com o portal do Governo, do tempo infinito até o trabalho -, formou a base do que até 2024 vai financiar 1,6 mil imóveis, regularizar 2 milhões de moradores e reformar 400 mil residências.

Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Plano Diretor

1995 1988

Casa Verde e Amarela

2009 2007

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)

2020

Minha Casa, Minha Vida

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Figura 03 - Moradores de rua dormindo em baixo de viaduto.

2.2

Como a não moradia agrava a violência?

16

A violência é um quadro muito presente na população brasileira, mas acaba se agravando quando nos deparamos com bairros pobres e periféricos. “Os homicídios concentram-se em bairros pobres e atingem, em proporção muito maior, a população pobre.” (REZENDE, 2020).

Ao tentar entender o contexto da violência nas periferias das cidades, além de moradia irregular, passando por diversos problemas de infraestrutura, saneamento, condições mínimas de saúde, revela um outro lado do problema, o tráfico de drogas, que piora ainda mais a hostilidade de morar em favelas.

Por não haver renda suficiente para morar de aluguel, os trabalhadores pobres ocupam o lugar e começam a autoconstrução. Em São Paulo comporta 27% das favelas do Brasil (SAWAYA; ALBUQUERQUE; DOMENE, 2018).

Essas moradias são em regiões urbanas incapacitados de atender às necessidades da população, faltando praticamente tudo, não tendo nem mesmo registros formais de propriedade. Grupos criminosos se aproveitam da situação, como por exemplo o Primeiro Comando da Capital (PCC), ampliando cada dia mais seu domínio. (SAWAYA; ALBUQUERQUE; DOMENE, 2018). Todo o contexto acarreta no declínio da segurança, educação e da saúde da população.

O Brasil ocupa o primeiro lugar no mundo como o país com mais anos de vida perdidos pela violência. As favelas brasileiras surgiram nas colinas do Rio de Janeiro no início do século XX e foram construídas por ex-escravos. Nas últimas décadas, a velocidade de seu crescimento se intensificou. Entre 2000 e 2010, o crescimento de favelas foi doze vezes maior que o aumento anual das famílias brasileiras. (SAWAYA; ALBUQUERQUE; DOMENE, 2018)

Esses efeitos incluem aqueles de caráter amplo que decorrem da localização das moradias, tais como falta de saneamento básico, de água potável, excessivo adensamento demográfico, construções precárias com riscos de enchentes e incêndios, poluição, falta de rede de transporte e a estigmatização. Reconhecese cada vez mais que a associação desses determinantes contribui para uma condição de agravamento da situação de vulnerabilidade, comparativamente àquela experimentada por pessoas pobres que não vivem em favelas. (SAWAYA; ALBUQUERQUE; DOMENE, 2018)

17

2.3

De que maneira um lugar seguro pode acarretar em uma vida melhor?

Na Declaração dos Direitos Humanos está bem claro que, “Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família, saúde

2. 4 Mais que um teto e quatro paredes

e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis”. O Brasil, como membro da ONU, É muito importante enfatizar que moradia não é apenas um teto e quatro assina embaixo, e tem força de lei, fazendo ser obrigatório (MERELES, 2017). paredes, as pessoas precisam de qualidade de vida. Sendo elas: “Além da declaração da ONU, o Brasil também integra o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, que foi promulgado em 1996. O Pacto diz que os Estados que o assinaram “reconhecem o direito de toda pessoa a nível de vida adequado para si próprio e sua família, inclusive à alimentação, vestimenta e moradia adequadas, assim como a uma melhoria contínua de suas condições de vida.” (MERELES, 2017).

Segurança da posse: Todas as pessoas têm o direito de morar sem o medo de sofrer remoção, ameaças indevidas ou inesperadas. As formas de se garantir essa segurança da posse são diversas e variam de acordo com o sistema jurídico e a cultura de cada país, região, cidade ou povo; 18

Disponibilidade de serviços, infraestrutura e equipamentos públicos: A moradia deve ser conectada às redes de água, saneamento básico, gás e energia elétrica; em suas proximidades deve haver escolas, creches, postos de saúde, áreas de esporte e lazer e devem estar disponíveis serviços de transporte público, limpeza, coleta de lixo, entre outros.

Custo acessível: O custo para a aquisição ou aluguel da moradia deve ser acessível, de modo que não comprometa o orçamento familiar e permita também o atendimento de outros direitos humanos, como o direito à alimentação, ao lazer etc. Da mesma forma, gastos com a manutenção da casa, como as despesas com luz, água e gás, também não podem ser muito onerosos.

Localização adequada: Para ser adequada, a moradia deve estar em local que ofereça oportunidades de desenvolvimento econômico, cultural e social.

Ou seja, nas proximidades do local da moradia deve haver oferta de empregos e fontes de renda, meios de sobrevivência, rede de transporte público, supermercados, farmácias, correios, e outras fontes de abastecimento básicas.

A localização da moradia também deve permitir o acesso a bens ambientais, Habitabilidade: A moradia adequada tem que apresentar boas condições de como terra e água, e a um meio ambiente equilibrado. proteção contra frio, calor, chuva, vento, umidade e, também, contra ameaças de incêndio, desmoronamento, inundação e qualquer outro fator que ponha Adequação cultural: A forma de construir a moradia e os materiais utilizados em risco a saúde e a vida das pessoas. Além disso, o tamanho da moradia e na construção devem expressar tanto a identidade quanto a diversidade a quantidade de cômodos (quartos e banheiros, principalmente) devem ser cultural dos moradores e moradoras. Reformas e modernizações devem condizentes com o número de moradores. Espaços adequados para lavar também respeitar as dimensões culturais da habitação. Adequação cultural: roupas, armazenar e cozinhar alimentos também são importantes.

A forma de construir a moradia e os materiais utilizados na construção devem expressar tanto a identidade quanto a diversidade cultural dos moradores e Não discriminação e priorização de grupos vulneráveis: A moradia moradoras. Reformas e modernizações devem também respeitar as dimensões adequada deve ser acessível a grupos vulneráveis da sociedade, como idosos, culturais da habitação. mulheres, crianças, pessoas com deficiência, pessoas com HIV, vítimas de desastres naturais etc. As leis e políticas habitacionais devem priorizar o atendimento a esses grupos e levar em consideração suas necessidades especiais. Além disso, para realizar o direito à moradia adequada é fundamental Fonte: http://www.direitoamoradia.fau.usp.br/?page_id=46&lang=pt, acessado em que o direito a não discriminação seja garantido e respeitado.

05/10/2021.

19

2.5 Como a Pandemia Agravou a Moradia?

A pobreza e a extrema pobreza se agravaram, por conta da pandemia, em 2020 na América Latina “níveis que não foram observados nos últimos 12 e 20 anos, respectivamente, bem como uma piora dos índices de desigualdade na região e nas taxas de ocupação e participação no mercado de trabalho, sobretudo das mulheres, devido à pandemia da COVID-19”, segundo o porta da Comissão Econômica para a América e o Caribe.

Segundo o IBGE, 12,8% dos brasileiros precisam viver com apenas R$ 246 por mês, as pessoas estão sem condições mínimas para se alimentar, quanto mais para pagar uma moradia digna.

“A pandemia evidenciou e exacerbou as grandes lacunas estruturais da região e, atualmente, vive-se um momento de elevada incerteza em que ainda não estão delineadas nem a forma nem a velocidade da saída da crise. Não há dúvida de que os custos da desigualdade se tornaram insustentáveis e que é necessário reconstruir com igualdade e sustentabilidade, apontando para a criação de um verdadeiro Estado de bem-estar, tarefa há muito adiada na região”, afirmou Alicia Bárcena.

No ambiente da pandemia, ficamos mais em casa, por conta do isolamento social, tornando nosso espaço de trabalho e estudo, entretanto não são todas as pessoas que têm o privilégio de ter um local para morar, “vem refletindo uma desigualdade latente e um desrespeito a Constituição e acordos internacionais. Segundo dados da campanha Despejos Zero, no último ano, mais de 9 mil famílias sofreram com ações de despejos pelo país, sendo que outras 64 mil seguem correndo risco de perder seus lares.” (LIMA, 2021) 20

De acordo com Sharon Dias: “São fatores que colaboram para o aumento da população em situação de rua. A ausência de um ou dois meses de salário e de políticas sociais é o suficiente para isso. Então, quando em um contexto de pandemia, a população não tem acesso a meios significativos de renda para arcar com os custos mínimos da vida, dentre eles os custos relacionados à habitação, há um crescente déficit habitacional no Brasil que dificulta muito o acesso à moradia” Em 2020, mais de 220 mil pessoas viviam em situação de rua no Brasil, com a pandemia isso agravou. Além do colapso na saúde e a crise econômica, e os despejos continuavam acontecendo com a permissão do judiciário, no mesmo momento que o discurso “fique em casa” era propagado (LIMA, 2021).

No depoimento de Valdirene Ferreira Frazão, de 48 anos, o reflexo das famílias brasileiras: “Hoje tenho um abrigo, será que vou ter na semana que vem? Hoje, tenho comida pra alimentar minha família, será que vou ter no próximo mês? Se eu tiver que sair daqui, não tenho qualquer outra perspectiva”, relata à BBC. (LIMA, 2021) Contudo, nós como arquitetos e urbanistas precisamos cuidar destas pessoas com vulnerabilidade social, como pensar em estudar e trabalhar sem ter o mínimo?

2. 5 .1 Pirâmide de Maslow De acordo com Maslow (1908 – 1970), um psicólogo e pesquisador, existe uma hierarquia das necessidades do ser humano, nas quais são: necessidades auto-realização MORALIDADE, CRIATIVIDADE, ESPONTANEIDADE, SOLUÇÃO DOS PROBLEMAS, AUSÊNCIA DE PRECONCEITO, ACEITAÇÃO DOS FATOS

necessidades psicológicas

REALIZAÇÃO PESSOAL

AMIZADE, FAMILIA, INTIMIDADE SEXUAL

necessidades básicas

ESTIMA

AUTO-ESTIMA, CONFIANÇA, CONQUISTA, RESPEITO DOS OUTROS, RESPEITO AOS OUTROS

AMOR/RELACIONAMENTO

SEGURANÇA DO CORPO, DO EMPREGO, DE RECURSOS DA MORADIA, DA FAMÍLIA, DA SAÚDE, DA PROPRIEDADE

SEGURANÇA

RESPIRAÇÃO, COMIDA, ÁGUA, SEXO, SONO, HOMEOSTASE, EXCREÇÃO

FISIOLÓGICAS

Figura 04 - Pirâmide de Maslow. Diagrama elaborada pela autora.

Analisando a figura 04, percebe-se que temos algumas hierarquias de necessidades, a moradia se encontra na primeira gleba, na Segurança. Não podemos esperar de um individuo que ele tenha aptidões da gleba da Realização Pessoal, sendo que sua segurança é falha.

Sem emprego, recursos de moradia, segurança a família, saúde e propriedade, o individuo se encontra sem um parâmetro para projetar um futuro melhor, e o discernimento do que é certo ou errado. É neste contexto que muitos jovens caem no mundo do crime, prostituição e drogas.

Maslow relatou que sem as necessidades primárias saciadas, o individuo não vai procurar níveis seguintes da pirâmide, segundo Schermann, por isso a importância de sanar a necessidade de moradia.

21

3.1

Aplicação da Madeira na Habitação Social MLC – Madeira Laminada Colada

to, vigas e pilares, além da eficiência estrutural, também proporciona um ambiente moderno e elegânte, Consiste na colagem de lamelas paralelas entre si, já que sua estrutura fica exposta. que proporciona ao material alta resistência e uma infinidade de tamanhos, seções e formas. (ANTUNES, Wood Frame 2021).

Como tratasse de um sistema construtivo resistente, A composição do Wood Frame é feita por montantes de madeira, atuando na estrutura dos edifícios também, preenchido com isolantes térmicos e contraventados por placas OSB (Chapas de tiras de madeira orientadas). De acordo com Antunes, em sua camada externa recebe também uma manta hidrófuga para impermeabilização e a placa cimentícia, que veda o material e permite revestimentos finais.

No projeto foi utilizado Wood Frame do interior dos apartamentos, já que é um sistema utilizado em pa-

A tecnologia vem avançando na área da construção civil, e a madeira vem ganhando força por ser um material sustentável e resistente. Os primeiros projetos em madeira surgiram a mais de 1000 anos, na China e logo mais tarde os europeus começaram a se destacar na utilização deste material, de acordo com à repórter Maureen Bertol do Portal Madeira e Construção.

Quando falamos de madeira engenheirada existe variações no mercado, que podem ser usadas juntas ou separadas, de acordo com a necessidade do projeto.

De acordo com o portal Centro de Tecnologia de Edificações, podemos definir madeira engenheirada por: “A madeira engenheirada é aquela que é processada Figura 06 - Madeira Laminada industrialmente para otimizar o seu desempenho para Colada. uso na Construção Civil. Ou seja, a madeira é “engenheirada” (passa por engenharia e processos) sendo 05 - Projeto: Dengo transformada de matéria-prima com imperfeições na- Figura - Fran Parente. turais, para um material fabricado de excelente proé mais utilizado em pilares e vigas, “como foi aplicapriedade construtiva. do, por exemplo, no esqueleto estrutural do primeiro Figura 07 - Instalação do sistema Wood Frame. prédio de madeira do Brasil, onde funciona a loja da Dengo Chocolates, situado na cidade de São Paulo.” redes, tanto estruturais, como de fechamentos, facilitando a compatibilização com a rede elétrica e hi(ANTUNES, 2021).

Foi usada o MLC em toda a parte estrutural do proje- dráulica.

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CLT – Cross Laminated Timber ou Madeira sos, como é o caso do NLT. (ANTUNES, 2021) danos possíveis à natureza.” (ANTUNES, 2021) Lamelada Cruzada Diferenças das madeiras: Pinus e Já o Eucalipto, é uma madeira de folhosas, com cerca de 70% das florestas de refloresEucalipto “Por fim, o sistema construtivo em madeira CLT, um painel estrutural produzido a partir da colagem entre lamelas orientadas perpendicularmente à anterior, resultando ao produto alta rigidez estrutural, estabilidade, durabilidade, leveza e maior alcance de placas

Quando falamos de madeira engenheirada na construção civil, duas se destacam, o Pinus sp. e o Eucalyptus sp. As duas espécies são derivadas de florestas de reflorestamento com fins comerciais, agindo na captação de CO2 e recomposição da biodiversidade. (ANTUNES, 2021)

tamento. Caracteriza-se por ter uma densidade alta e uma tonalidade mais rosada e escura. Sua resistência é alta e é adotada para vencer grandes vãos. (ANTUNES, 2021)

A espécie Pinus ocupa cerca de 22% dessas florestas, é uma árvore conífera, de tonalidade branco-amarelo, densidade

Figura 08 - Madeira Lamelada Cruzada.

Figura 11: Madeira engenheirada de Eucalipto.

Figura 10: Madeira engenheirada de Pinus.

Figura 09 - Paredes, piso e teto revestido por CLT.

com grandes dimensões.” (ANTUNES, 2021) Por ser um material muito versátil na aplicação de grandes dimensões de placas é altamente competitivo no mercado. O uso compõe paredes e lajes, com superfícies lisas, sem fri-

alta e macia ao corte. (ANTUNES, 2021) “As características anatômicas desta madeira permitem a aplicação do tratamento de autoclave. Processo tecnológico que impregna profundamente produtos inseticidas e fungicidas em seus veios, resultando na proteção contra ataques de agentes biológicos de detrioração (fungos e cupins). A madeira de Pinus autoclavada é eco-friendly, ou seja, causa o mínimo de

“Por ser uma hardwood, o processo de tratamento em autoclave não é viável no Eucalipto, principalmente pela impregnação do produto ser mais difícil e nem sempre efetivo.

Com isso, nossas madeiras engenheiras para construção civil, derivadas dessa espécie recebem tratamento com stain, um acetinado que penetra em seus veios, garantindo assim 20 anos estruturais para o Eucalipto. A escolha desta espécie, na maioria das vezes, está relacionada a lugares internos e projetos que demandam maior desempenho em relação a resistência estrutural.” (ANTUNES, 2021).

23

3.2 Estudo de Caso - “Via Cenni” Figura 12: Habitação Social “Via Cenni” em Milão.

24

O conjunto Habitacional “Via Cenni” em Milão é uma referência quando falamos de habitação em madeira, é uma das maiores construções habitacionais de madeiras da Europa. A obra foi totalmente executada com painéis de madeira do tipo CLT(Cross Laminated timber) (GRINOVER, 2018).

O projeto foi fruto de um concurso em Milão, o escritório vencedor foi o Studio Rossi Prodi Associati, as empresas Carron Cav. Angelo S.P.A. e a Service Legno, construtoras responsáveis pelo sistema CLT, o engenheiro Prof. Andrea Bernasconi, calculista.

Todos foram responsáveis pela criação do conjunto.

Segundo Grinover,” o exemplo de “Via Cenni” pode contribuir para difundir o uso de madeira industrializada e agregar valor ao setor madeireiro da construção. Demoramos 500 anos para mudarmos as exportações de madeira em toras de Pau Brasil para madeiras serradas sem valor agregado. A madeira precisa ser encarada não mais como uma commodity para equilíbrio da balança econômica, mas como um produto de valor agregado capaz de transformar e distribuir a riqueza brasileira.”

A madeira é um material altamente eficaz, e acaba se destacando quando falamos em sustentabilidade, quanto mais disseminarmos a utilização da madeira pré-fabricada nas construções sociais brasileiras, cada vez mais ela terá preços

competitivos com outros materiais tradicionais, e “será reconhecida como o material brasileiro sustentável por excelência” (GRINOVER, 2018).

O projeto de “Via Cenni” nos prepara para um futuro próximo muito promissor, a utilização da madeira tem inúmeras vantagens, além de ser rápida para as pessoas que vivem em vulnerabilidade social. São essas pessoas que mais precisam de construções eficientes e rápidas, para que tenham moradia digna.

O conceito espacial foi o que criar um espaço público e semipúblico para moradores e vizinhança.

O espaço central é o fluxo entre a cascina existente e restaurada e o pequeno parque ao sul da área.

O lugar central se localiza o pátio, onde foram plantadas espécies arbóreas e arbustivas com variações de colocação e perfumes no sentido sul norte. Existem pequenos jardins particulares e telhados verdes com hortas e flores. “O espaço público é controlado pelas próprias atividades contidas nele, é um micro tecido social com o objetivo de revitalização da periferia” (GRINOVER, 2018).

“O pátio jardim constitui o cenário da vida diária, um lugar de encontros e passagens da comunidade. Os edifícios de dois andares em forma de “C” abertos são formadores do pátio central e abriga no primeiro andar com acesso à habitação e as quatro torres de apartamentos.” (GRINOVER, 2018).

Figura 13: Explodido de “Via Cenni”.

25

Nas fotos da obra podemos ver na figura 14 a caixa do elevador toda em madeira, na segunda figura a construção geral e na terceira as vigas metálicas de fixação das paredes.

O isolamento térmico dos ambientes teve resultados excelentes, previa no verão uma redução de três a cinco graus na temperatura interna com relação a externa.

De acordo com Grinover, “A madeira é um dos materiais de construção que melhor exemplifica o princípio dos 3 Rs: Redução, Reutilização e Reciclagem.”

Por ser um produto natural, renovável e reciclável, no qual se desenvolve facilmente nas florestas brasileiras, as árvores sempre nos deram abrigo, desde os primórdios, podendo ter desde florestas nativas até florestas plantadas de reflorestamento. (GRINOVER, 2018)

Figura 15 : Foto da construção.

Figura 14: Caixa do elevador em madeira.

Figura 16: Vigas metálicas de fixação das paredes.

A seguir, fotos das obras entregues e já mobiliada, depois da construção temos a possíbilidade de deixar o interno em madeira ou revestir de acordo com o gosto pessoal.

“Em ambos os casos para preservar sua existência devem ser colhidas com cuidados e cm critérios de manejo florestal. A área da floresta Amazônia é de 5.500.000 km² dos quais 60% são brasileiras (ABIMCI) ou seja 3.300.000 km².

Em 2018, é colhido em cerca de 4% desta área a madeira nativa certificada. A produção de madeira certificada proveniente de floresta nativas e plantadas, em toras, é de 8,9 milhões de m3³ no Brasil (ABIMCI).” (GRONOVER, 2018)

Figura 17: Varada apartamento.

Figura 18: Sala apartamento.

Figura 19: Banheiro do apartamento.

Figura 20: Sala de Jantar do apartamento.

26

A madeira é um material sustentável, ecológico, rápido na construção e muito resistente, tanto estruturalmente quanto ao fogo.

“O fogo na madeira avança a uma taxa de 0,7 a 0,8 milímetros por minuto. Se uma parede de CLT tiver 100mm, acabaria sendo consumida depois de mais de 2 horas, mesmo se falamos de madeira não tratada. Este processo de carbonização é a reação natural da árvore para se proteger.” (FRANCO, 2020)

3.3

Por que usar madeira?

O impacto ambiental é baixo, por isso é um fator relevante na indústria da construção. As construções ocorrem, geralmente, com concreto, porém sua pegada é bem maior, a cada metro cúbico de concreto se emite à atmosfera uma tonelada de CO2. (FRANCO, 2020) A construção em CLT, “carbono sequestrado” é usado, uma vez que a árvore, à medida que cresce, se alimenta de carbono. Portanto, apesar de toda a energia usada no processo de extração e fabricação, a madeira nunca corresponderá à quantidade de carbono que ela mantém “sequestrada”.

(FRANCO, 2020) De acordo com José Tomás Franco, “A CLT tem sido chamado de “o concreto do futuro” e, em certo sentido, é verdade, já que fornece - pelo menos a mesma resistência estrutural do concreto armado.

É um material com alto grau de flexibilidade e precisa passar por grandes deformações para quebrar e desmoronar, ao contrário do concreto. Por outro lado, 1 m³ de concreto pesa aproximadamente 2,7 toneladas, enquanto 1 m³ de CLT pesa 400 kg, proporcionando a mesma resistência. O mesmo vale para o aço.”

Quando falamos de construções em madeira, falamos de um alto nível de precisão, tudo é predeterminado na fábrica, as pessoas que “trabalham um uma obra de CLT são montadores”.

Trabalham com margens de erro de 2 milímetros.

Com isso, a rapidez das obras é muito maior, além de ter uma obra limpa e organizada. (FRANCO, 2020) “Enquanto a fase projetual pode demorar um pouco mais, a montagem é de uma velocidade incrível: no caso de uma casa de 200 m², a montagem pode levar 5 dias e ocupar uma força de trabalho mínima (cerca de 4 pessoas instruídas).” (FRANCO, 2020) Hoje em dia já vemos construções em CLT até 30 andares no Canadá e até 40 andares da Finlândia. O futuro da construção civil sustentável é com a utilização da madeira e nós brasileiros podemos usar nossas inúmeras reservas para acompanharmos o desenvolvimento que já chegou.

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Vantagens - Produção e Pré-fabricação - Resistência - Fogo - Sísmica - Acústico e Vibração - Isolamento Térmico - Durabilidade - Gerenciamento de Umidade e Difusão de Vapor - Ambiental - Ambiente Interno Saldável - Análise do Ciclo da Vida - Efetividade de Custo - Flexibilidade de Projeto - Velocidade de Construção - Resíduos Reduzidos - Sustentável

Como apotadas ao lado, são inúmeras as vantagens com a construção em madeira, e segundo o portal Ecoplac, “A madeira frente à construção civil apresenta diversas peculiaridades. Dentre as vantagens ambientais, considera-se que a madeira é um recurso natural renovável e sob ponto de vista energético tem baixo consumo de energia. No caso de construções de madeira, o consumo energético por metro quadrado é duas vezes menor que a de alvenaria. Outra vantagem ambiental seria a economia em recursos hídricos, pois a água não é empregada em nenhuma etapa de seu processo fabril.”.

3.4 Incentivos fiscais para construções sustentáveis

Hoje em dia, por não haver tanta demanda por construções em CLT no Brasil, o preço é mais elevado, porém existe inventivos fiscais para construções sustentáveis que possibilita as construções de Habitação Social. Entre elas são: - BNDES Finam do Banco do Brasil De acordo com o site, ideal para a empresa que busca financiamento de longo prazo para implantação, ampliação, recuperação ou modernização.

E segundo estudos, a madeira vai se tornar o concreto do futuro, sendo cada dia mais usado e procurado - Bônus verde, fornecida pela Iberdrola, é um finanpelas grandes construtoras. ciamento ou refinanciamento de projetos verdes, isto é, sustentáveis e socialmente responsáveis em áreas Segundo o site da Crosslam, “Madeira e produtos de tão diversas como: energias renováveis, eficiência madeira têm um enorme potencial em diferentes se- energética, transportes limpos ou gestão responsável tores, desde instrumentos musicais até aeroespacial, dos resíduos. construção e móveis. Produtos à base de madeira e, De acordo com o site da Iberdrola, “A Iberdrola se particularmente, coisas como biomassa de madeira consolidou como o maior grupo emissor de bônus têm um enorme potencial para ajudar a resolver os verdes do mundo; e no início de 2021, realizou a desafios das mudanças climáticas. Madeira laminada emissão do maior bônus verde híbrido da história, no cruzada (CLT), cartão de fibra e aglomerado são alta- valor de 2 bilhões de euros. 90 % do plano de investimente úteis na construção de madeira e são ecologi- mento 2020-2025 da Iberdrola — com uma dotação camente corretos.” orçamentária de 75 bilhões de euros até 2025 que aumentarão até 150 bilhões em 2030 — está alinhado O projeto a seguir foi pensado em ser totalmente em à taxonomia da União Europeia para a mitigação das madeira engenheirada, porendo trazer além de con- mudanças climáticas.” forto e rapidez, sustêntabilidade para a cidade e o entorno.

Com esses incentivos podemos ter acesso cada dia mais a construções conscientes para o mundo.

28

4 .1

Projetos Referenciais Conjunto Residencial Mendes de Morais (Pedregulho) / Affonso Eduardo Reidy Figura 21: Foto do edifício Pedregulho.

29

Bloco A Pavimentos: 7 (1 intermediário de acesso aos apartamentos) Apartamentos dos pavimentos 1 e 2: quitinete Apartamentos dos pavimentos 4/5 e 6/7: duplex Apartamento por andar: 68 Total: 272 apartamentos

Bloco I 28 apartamentos duplex de 2, 3 e 4 quartos Jardim de Infância

projeto de referência - pedregulho

Escola Maternal

Bloco II 28 apartamentos duplex de 2, 3 e 4 quartos

projeto de referência - pedregulho

O projeto Pedregulho é um importante referencial arquitetônico visto que é mais do que um conjunto residencial, ele é concretização de um ideal de habitação. Contando com complexas combinações que traz ao morador oportunidades de ter muito além de um espaço para morar, mas um lugar que suas necessidades diversas sejam atendidas. O Pedregulho conta com escola maternal, jardim de infância, escola primária, posto de saúde, playground, lavanderia, supermercado, ginásio e piscina (Figura 22).

Sol da manhã Sol da tarde

Permeabilidade visual Permeabilidade visual

Planta tipo duplex

Galerias de acesso

Planta tipo duplex Pavimento intermediário

Nível da rua

Planta tipo quitinete Planta tipo quitinete Aproveitamento da topografia

fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy

Figura 23 – Análise do Corte- Pedregulho. Diagrama elaborada pela autora.

Playground Posto de saúde (desativado)

Lavanderia/ Mercado Piscina Ginásio

Escola primária fonte: https://earth.google.com/web/

Figura 22 – Localização Geral – Pedregulho. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pela autora.

Sua arquitetura concretizou a rua suspensa (Figura 14) proposta por Le Corbusier, pelo Arquiteto Affonso Eduardo Reidy e desenvolvido pela engenheira Carmen Portinho, diretora do Departamento de Habitação Popular (BONDUKI, 2017). A topografia em desnível leva a oportunidade de fazer a entrada pelo meio do edifício (Figura 23), sendo assim, possível de ter mais do que 5 andares, já que desta forma, foi proposto 4 andares para cima e 2 andares para baixo do andar de entrada.

30

A forma curva é provavelmente o primeiro protagonista a se chamar atenção, sendo construída de acordo com as curvas de nível, evidenciando a beleza natural pré-existente (SILVA, 2005).

A variação tipológica é de acordo com a quantidade de membros de cada família, tendo desde apartamentos duplex, até quitinete.

ACESSO DOS MORADORES ACESSO DOS MORADORES FLUXO DOS CARROS PLANTA TIPO DUPLEX 5° E 7° PAVIMENTO

Rua Mal. Jardim

PLANTA TIPO DUPLEX

4° E 6° PAVIMENTO

1° E 2° PAVIMENTO

RUA SUSPENSA DE ACESSO

PARA O EDIFÍCIO Figura 24 – Planta Pedregulho, pavimento de acesso. Diagrama elaborada pela autora.

0

15M

30M

Projetado nos anos 40, oferece uma nova forma de pensar a moradia em vários aspectos, por exemplo, as lavanderias coletivas, para a época era uma grande novidade não ser dentro de casa, e sim um local apenas para isso, “com um engenhoso sistema de numeração das roupas para preservar o anonimato” (BENETTI, 2012, pág. 22).

Segundo o prof. Dr. Pablo Cesar Bernetti, a construção do Pedregulho não é um exímio exemplo de habitação viável, “mas o que temos é um modelo, um objeto que até hoje serve como referência de qualidade. Este será sempre um dilema àqueles que fazem habitação social, face a enorme carência: fazer habitação, ainda que de menor qualidade, ou fazer manos habitação de boa qualidade.” (BERNETTI, 2021, pág. 25).

PLANTA TIPO QUITINETE

0

15M

30M

Figura 25 – Plantas Pedregulho. Diagrama elaborada pela autora.

31

Ficha técnica: Arquitetos: Affonso Eduardo Reidy Ano: 1947 Endereço: Bairro de São Cristóvão Rio de Janeiro Brasil Tipo de projeto: Residencial Status: Construído Materialidade: Concreto Estrutura: Concreto Localização: Bairro de São Cristóvão, Rio de Janeiro, Brasil Cliente: Distrito Federal (na época Rio de Janeiro) Edifício Principal: 260 metros de comprimento (272 unidades) Programa de Apartamentos: 2 Tipologias Número de Dormitórios: De 1 e 2 dormitórios Equipamentos: Serviços Públicos, Centros Comerciais, Jardim-de-infância, Maternal, Berçário, Escola Primária, Quadras Esportivas, Ginásios, Piscina, Centro Sanitário Fonte Ficha técnica: https://www.archdaily.com.br/br/01-12832/classicos-da-arquitetura-conjunto-residencial-prefeito-mendes-de-moraes-pedregulho-affonso-eduardo-reidy

32 Figura 26: Foto Pedregulho depois da reforma.

4 .2

Projetos Referenciais Sehab Heliópolis / Biselli K atchborian Arquitetos Figura 27: Foto Sehab Heliópolis.

33

O projeto SEHAB Heliópolis é parte do Progra¬ma de Reurbanização de Favelas da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Habi¬tação. É notório que não é uma habitação popular comum, o conjunto direcionou elementos para que tivesse uma interação com o tecido urbano, entradas pelas laterais (Figura 29) e grandes pórticos para entradas principais (Figura 28), espaços de convivência no grande pátio central (Figura 19), aproveitamento do terreno (Figura 30). Tudo foi pensado para melhor aproveitamento e desempenho do programa (VICTORIANO, 2015).

Figura 28 – Grandes pórticos para entradas principais, possibilitando visibilidade do interior das quadras para pessoas que estão andando ao redor, um espaço convidativo e interativo com o entorno.

Figura 29 – Entradas pelas laterais do terreno, desenvolvendo um fluxo maior com o interior do terreno.

34

Figura 32 – Corte transversal mostrando entrada pelo segundo andar.

Figura 30 – Espaço de convivência no grande pátio central, ideal para confraternização das famílias e amigos, um espaço para crianças brincarem, além de ser seguro, longe de rodovias e ruas.

O acesso é pelo meio do edifício (Figura 29), se assemelhando ao Pedregulho, aproveitando a topografia existente e tirando o melhor aproveitamento das condições do local. Dispondo da vantagem do desnível, foi possível construir até oito pavimentos sem a utilização de elevadores (VICTORIANO, 2015).

“O terreno tem um desnível importante que atinge quase dois metros, e existe um artigo da lei que permite ao arquiteto decidir qual será o térreo, desde que este esteja contido na cota média entre a menor e a maior. Então, determinamos vários térreos, cada um com três andares acima e cinco abaixo; ou dois para baixo e cinco para cima” (KATCHBORIAN, 2015).

Figura 31 – Aproveitamento do terreno, desfrute da topografia para entradas pelo meio dos edifícios.

A construção foi elaborada economicamente, pois havia um limite de orçamento (VICTORIANO, 2015), usando bloco de concreto e passarelas-pontes metálicas. As cores são muito importantes para a setorização e orientação de quem mora no local (Figura 33), sinalizando onde é o térreo de cada edifício.

35

Figura 33 – Cada cor sinaliza qual bloco é e o pavimento pintado pela cor correspondente sinaliza o acesso de casa torre.

A implantação é estudada para que todos os apartamentos tenham ventilação e insolação, os cheios e vazios dão movimento ao projeto, assim como as fachadas, as esquadrias não estão situadas no mesmo local (Figura 35), sendo assim, em tempo algum haverá fachada similar (VICTORIANO, 2015).

Como há um vão muito grande, foi necessário vigamento e Enquanto uma janela abre para a direita, a outra abre para esquerda; estrutura de concreto. Já os elementos metálicos foram aplicados elas se movimentam de tal forma que nunca ficam iguais, abertas ou fechadas, criando a cada dia ou noite uma nova fachada. nas pontes, que vencem um vão de 27 metros. (BISELLI, 2015) (BISELLI, 2015) Enquanto uma janela abre para a direita, a outra No layout vemos a importância dada aos números de pessoas que abre para esquerda; elas se movimentam de tal forma que nunca no futuro iriam morar naquele local, “Isso era necessário porque ficam iguais, abertas ou fechadas, criando a cada dia ou noite uma o número de moradores por família varia de 5 a 11 pessoas, nova fachada. (BISELLI, 2015) de acordo com estudo feito pela equipe social da SEHAB.” (VICTORIANO, 2015). O arranjo das plantas é cuidadosamente A arquitetura se conecta em todos os pontos do programa, trazendo movimento e dinamismo. pensado e elaborado para acomodar as famílias (Figura 34).

O grande pátio central é claramente uma construção incomum, se assemelhando bastante com as quadras europeias, porém convidativa ao público, fazendo com que o espaço interno seja liberado para área de convivência e fique apenas vielas laterais de acesso a edificação (MASSIMINO, 2018) Também conta com comércio e uso institucional, onde tem salões comunitário para atividades de uso coletivo, situada no térreo (MASSIMINO, 2018).

Figura 34 – Tipologia das plantas de acordo com a família.

36

Figura 35 – Fachadas sempre distintas devido a orientação das janelas que nunca então no mesmo sentido.

Ficha Técnica Projeto: Conjunto Habitacional Heliópolis G Data: 2011 Área: 31.329,60 m2 Local: São Paulo SP Autores: Artur Katchborian e Mario Biselli Equipe: Melina Giannoni de Araújo (coordenadora), Adriana Godoy, André Biselli Sauaia, Cássio Oba Osanai, Guilherme Filocomo, Luiza Monserrat, Marcelo Santos Checchia, Maria Fernanda Vita, Priscila Dianese e Vinicius Figueiredo Projetos complementares Construtora: Passarelli Estrutura: Steng Engenharia de Projetos Instalações: DMA Engenharia Geotecnia: GEObrAX Fonte da ficha técnica: https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/15.172/5511 , acessado em 01/10/2021.

37

Figura 36: Aproveitamento do terreno, desfrute da topografia para entradas pelo meio dos edifícios.

4 .3

Projetos Referênciais

Núcleo Habitacional do Inocoop-Cafundá, Jacarepaguá, RJ

38

SOL DA TARDE

O projeto Habitacional do Cafundá foi desenvolvido em 1978 – 1979. Começaram as obras em março de 1980 com término previsto para março de 1982 (PROJETO, 2020). Fruto de um concurso em 1977, promovido pelo Inocoop-Rio/BNH, recebeu o 1° lugar. O júri foi integrado pelos arquitetos Walmir Lima Amaral, Júlio D. A. Pinheiro e Hélio Vianna Jr. (Projeto, 2020).

Para uma população de aproximadamente 8.000 habitantes, o conjunto compõe-se de 1.443 unidades autônomas, serviços comunitários de creche-escola maternal, escola de 1.a a 8.a séries, cooperativa-reembolsável, centro comunitário, quadras de esportes com vestiários, anfiteatro ao ar livre, 4 playgrounds, 11 play-lots, espaço comunitário de lazer, áreas arborizadas e livres, comércio, salões de condomínio e estacionamento. O núcleo será implantado em um único lote de 106.996 m2, do qual foi desmembrado o lote que receberá a construção da escola a ser doada ao Município. A área total de construção é de 128.000 m2.

(PROJETO, 2020) A autoria do projeto foi de Sergio Ferraz Magalhães, Ana Luiza Petrik Magalhães, Silvia Pozzana de Barros e Clovis Silvestre de Barros, e o arquiteto agregado Rui Rocha Veloso. (BENETTI, 2012, pág. 48).

A preocupação por respeitar o entorno é visível, todo o programa é pensado de forma flexível, seguindo a topografia e as curvas de nível, existe a troca de serviços, num processo de interação social (PROJETO, 2020).

Esporte

Escola

SOL DA MANHÃ

LEGENDA:

Bolsão para carros

Bolsão para carros

FLUXO DE PEDESTRE 0

50M

100M

Figura 37– Análise Geral – Cafundá. Imagem extraída do Google Earth, diagrama elaborado pela autora.

PERCURSO COMUNITÁRIO

ÁREA DE ESPORTES

CENTRO COMUNITÁRIO

ÁREA DE ESTACIONAMENTO

ESCOLAS

Figura 38 - Implantação Cafundá. Diagrama elaborado pela autora.

39

O programa possui uma forte crítica aos produtos da política habitacional da época, tanto o recurso de “casinhas individuais, como os conjuntos em ‘H’ de baixa altura “(BENETTI, 2012, pág.

50). De acordo com a Revista Projeto de 1980, n° 32, página 64, “o espaço urbano é desfigurado pela pulverização de projeções, criando áreas vizinhas aos blocos, de modo a atenderem estritamente aos afastamentos exigidos pela legislação. Daí decorre a redução das áreas de recreação / encontro, uma dispersão de áreas tratadas com jardins..., uma insalubridade evidente em áreas menos isoladas, um custo elevado de manutenção e conservação do tratamento externo...”.

Figura 39 - Imagem interna das torres, relação das alturas dos edifícios.

Vale observar que segundo a equipe, a clássica separação das funções entre habitar, recrear, circular, trabalhar (Carta de Atenas) não tem correspondido à dinâmica da vida especialmente entre a população carente como a brasileira. (In Revista Projeto, 1980. A relação que Cafundá tem com o entorno é notória, “a localização dos equipamentos coletivos, campos de futebol com vestiários, N°32) creche, escola, centro comunitários, cooperativas, áreas livres Cafundá é o exemplo que podemos fazer diferente, edifícios em arborizadas etc. na periferia em contato com a malha urbana altura com alta densidade e com boa qualidade (BENETTI, 2012, enfatiza a ligação com a cidade. [...] Cada um desses espaços é pensado no local e na conformação, a fim de atender a demanda pág. 50). de graus de relação desde o individual, passando pelo familiar, O partido adotado entende que é improvável que haja a interação reunião de várias famílias (vicinal) até a reunião coletiva geral dos edifícios com as casas baixas existentes ao redor (Figura 40, (comunitário).” (BENETTI, 2012, pág. 51). croqui 01), então apresenta a solução da relação bairro-cidade (Figura 40, croqui 02), por meio da localização dos equipamentos Também apresenta fluxos horizontais e verticais (Figura 32), rua comunitários e da abertura de espaços livres entre o complexo e o elevada, que foi proposto no Pedregulho, atravessando o interior das torres, estruturando e levando vida para todas as categorias do entorno (Figura 40, croqui 03) (BENETTI, 2012, pág. 51). projeto. (BENETTI, 2012, pág. 52).

40

Croqui 01 - Não havia possibilidade de ter uma interação continua com o entorno.

Croqui 02 - Assim, foi considerado que para ter interaçao e trocas sociais seria necessario o respeito a escala do entorno existente, deste modo, deslocaram dos limites do terreno os edifícios e assumiram como áreas de convívio.

Croqui 03 - Então consideraram que o conjunto deveria se abrir ao bairro existente, logo

Pavimento Tipo Inferior PLANTA COM VISTA PARA OS DOIS LADOS DO EDIFÍCIL bOA VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

Figura 40 - Croquis relatando a relação com o entorno.

ÁREA DE AMPLA VARANDA, DIFERENTE DO QUE SE TINHA NA ÉPOCA

COBERTURA 7° PAVIMENTO TIPO SUPERIOR

6° PAVIMENTO TIPO DEQUE / CIRCULAÇÃO 5° PAVIMENTO TIPO INFERIOR Pavimento Tipo Deque/ Circulação 4° PAVIMENTO TIPO SUPERIOR A CIRCULAÇAO HORIZONTAL DO DEQUE DA ACESSO A TODOS OS APARTAMENTOS POR MEIO DAS ESCADAS E ELEVADORES

1° Pavimento

3° PAVIMENTO TIPO DEQUE / CIRCULAÇÃO 2° PAVIMENTO TIPO INFERIOR 1° PAVIMENTO

CORTE REFERÊNCIAL

Nível abaixo do deque PLANTA COM VISTA PARA OS DOIS LADOS DO EDIFÍCIL bOA VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

Pavimento Tipo Inferior PLANTA COM VISTA PARA OS DOIS LADOS DO EDIFÍCIL bOA VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

LEGENDA:

Nível do deque

Apartamento de 1 dormitório Apartamento de 2 dormitórios Apartamento de 3 dormitórios

LEGENDA: Circulação Vertical PLANTA COM VISTA PARA OS DOIS LADOS DO EDIFÍCIL BOA VENTILAÇÃO E INSOLAÇÃO

Circulação Horizontal

0

1M

2M

3M

4M

5M

10M

1° Pavimento

Nível acima do deque

Figura 42 - Análise das plantas e corte. Diagrama elaborado pela autora.

0

10M

20M

Figura 41 - Circulação. Diagrama elaborado pela autora.

41

O projeto se localiza na avenida Antônio Ramiro da Silva, 279, Jardim do Lago, Rio Pequeno, São Paulo. Uma região com alta vulnerabilidade social, contendo inúmeras habitações irregulares. Um pouco acima do local se localiza duas favelas (Figura 43 e Figura 44) em cima de um terreno com risco de desabamento, mais de 2 mil pessoas sofrem o risco diariamente de sofrer um deslizamento de terra. Neste contexto o programa é voltado para essas famílias que precisam ser removidas do local com urgência, trazendo habitações sociais para quem não tem condições de morar de forma adequada.

5.1 Análise do local de intervenção 42

A favela da “1”, localizada no Rio Pequeno, é uma grande área de 30.000m2, comportando mais de mil famílias. Na área não existe saneamento básico, as pessoas vivem com o corrego aberto e o perígo de se contaminarem com a sujeira do local. São barracos espalhados, sem estrutura e organização.

Além de todas as situações precárias, por ser um ambiente muito fechado é um local onde criminosos utilizam para tráfico de drogas, aumentando a violência da região.

Em entrevista com os moradores foi relatado que a 10 anos atrás metade da área caiu, deixando muitos peridos e algumas mortes, por se tratar de uma região de deslizamentos (Figura 45).

Figura 43 – Favela da “1” em perspectiva, topografia com alta declividade e perigo de escorregamento.

A favela da “1” é menor em relação a “2”, com 8.900m2, a parte superior (Figura 44), porém ela se estende por mais 400m, para baixo (Figura 46), mas essa área não apresenta riscos de deslizamento e as residências tem maior estrutura, não sendo barracos de madeira. Os problemas nesta gleba são os mesmos, o terreno tem o perigo de deslizamentos, as famílias correm risco de vida. O problema de saneamento básico também é presente e a violêcia é grande.

Figura 44 – Favela da “2” em perspectiva, topografia também com alta declividade e perigo de escorregamento.

43

LOCALIZAÇÃO DAS FAVELAS A SEREM REALOADAS

localização das favelas a serem realocadas escala de bairro

favela da “1” quanto a favela da “2” (Figura 45).

A densidade populacional do local de quase 700 pessoas/ha, sem condições básicas de saúde, corrego aberto, violência, falta de saneamento. Essas famílias precisam de um lar apropriado para morar.

FAVELA DA “1” - REÚNE MAIS DE 2 MIL FÁMILIAS

A localização da área de intervenção fica perto do terreno onde as famílias vão ser realocadas, portando, possíbilitando que continuem na região onde muitas vezes já vivivem ali a muito tempo.

LEGENDA:

FAVELA DA “1”

escorregamento cabeceira de drenagem OCUPAÇÃO IRREGULAR

LEGENDA: OCUPAÇÃO IRREGULAR terreno para realocação das famílias

0

100M

200M

FAVELA DA “2” - REÚNE MAIS DE 2 MIL FÁMILIAS fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Figura 45 - Localização das favelas a serem realocadas. Diagrama elaborada pela autora.

Quando o projeto começou a ser elaborado a ideia inicial foi usar o terreno da favela da “1” como área de intervenção (Figura 45), porém depois de alguns estudo sobre a área descobriu-se que é um território de escorregamento, e tem uma cabeça de drenagem.

Levando essas informações em consideração, foi propósto uma nova área (Figura 46) para dar seguimento no projeto.

Hoje, em torno de 2 mil famílias correm perigos de deslizamento de terra, tanto na

FAVELA DA “2”

0

250M

500M

fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Figura 46 - Localização geral do terreno. Diagrama elaborada pela autora.

44

área de intervenção

Área de intervenção

LES

3.3 ESCALA DE BAIRRO

AV. e NGEN HE

IRO Q UE

IRÓS TE

LEGENDA:

osasco

RIOS

TÊ RIO TIE

local do terreno

VILA LEOPOLDINA

RIO TI ETÊ

LEGENDA: ÁREA DE ESTUDO pontos DECLIVIDADE altura - 25 a 60% hidrografia

jaguaré

RIO PIN HE IRO S

OCUPAÇÃO IRREGULAR

alto de pinheiros

IC ÉCN

L

IT

1KM

A

O LA P

rio pequeno

butantã

ESTUDO DA ÁREA DO PROJETO

ÁREAS VERDES

A

4KM

V. E SCO

localização do terreno

3.2 ESCALA Municipal

PONTOS DE ÔNIBUS ESCOLAS unidades de saúde mecados próximos

localização - São paulo/ brasil

2KM

MORUMBI são paulo

raposo tavares vila sÔnia

0KM

1KM

0m 2KM

100m

200m

4KM

fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Figura 47 - Mapa escala municipal. Diagrama elaborada pela autora.

O local da intervenção fica no destrito do Rio Pequeno, no bairro do Butantã, na cidade de São Paulo, localização perto de muito pontos de fácil acesso para locomoção na cidade (Figura 47). Fica a menos de 100m da Rod. Raposo Tavares, ponto de inúmeros ônibus, que conecta tanto o centro de São Paulo, quanto Cotia e arredores. Encontra-se a menos de 200m da Av. Escola Politécnica.

fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Figura 48 - Mapa escala de bairro. Diagrama elaborada pela autora.

Na escala de bairro observa-se vários pontos de declividade (Figura 48), um está localizado no terreno, onde tem quase 25m de desnível. Na região encontra-se alguns equipamentos públicos como, unidades de saúde e escolas, porém não apresenta equipamentos de segurança para o território, como por exemplo, delegacia, sendo assim, uma das propóstas é colocar na área de intervenção.

45

densidade populacional

escala de LOTE

106M

106M

50M

LEGENDA:

93M

0 A 3 METROS DE ALTURA

DENSIDADE POPULACIONAL - 300 A 600 PESSOAS

DENSIDADE POPULACIONAL - 600 A 1200 PESSOAS

100M

TERRENO EM ESTUDO

200M

LEGENDA:

DENSIDADE POPULACIONAL - 0 A 300 PESSOAS

100M 40M

ESTUDO DA ÁREA DO TERRENO - GABARITO DE ALTURA

gabarito de altura

200M

ESTUDO DA ÁREA DO TERRENO - DENSIDADE POPULACIONAL

3.4 escala de lote

75M

0

3 A 6 METROS DE ALTURA

6 A 9 METROS DE ALTURA

9 A 20 METROS DE ALTURA

TERRENO EM ESTUDO

150M

75M

0

150M

fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Figura 49 - Mapa Densidade Populacional. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 50 - Mapa gabarito de altura. Diagrama elaborada pela autora.

A densidade populacional no terreno é de 300 a 600 pessoas, densidade baixa perto da área de 42.782m2, aproximandamente 100 pessoas/hac.

O local não apresenta o gabarito de altura alta, devido a maior presença de empresas.

Ao redor o gabarito de altura permanece baixo, já que se trata de residências familiares, sendo sobrados e casas térreas.

Ao lado superior direito há um condomínio, com prédios com altura de até 20m.

46

Análise geral

Imagem aérea

escala de LOTE

escala de LOTE

775M 780M

770M 765M 760M

755M SOL DA MANHÃ

785M

LEGENDA 790M ZEIS 1

755M 790M

ZEIS 5

nio Ram

785M

iro da S

ilva

780M

765M

CURVAS DE NÍVEL

770M

TERRENO EM ESTUDO

775M

755M

RUÍDOS iNTENSOS DEVIDO A ROD. rAPOSO TAVARES VENTOS PREDOMINANTES

775M

765M

Local do terreno.

ZMa

760M

Av. Antô

SOL

770M

Futura revitalização do terreno a frente para ser um parque.

755M 760M 750M

755M 750M

745M SOL DA TARDE

745M

0m

50m

100m

200m

fonte: http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Figura 51 - Mapa análise do terreno. Diagrama elaborada pela autora.

Figura 52 - Imagens aérea do local. Imagem extraída do GeoSampa, diagrama elaborado pela autora.

Os parâmetros urbanísticos adotados segue as normas do Plano Diretor de São Paulo. Temos duas ZEIS presentes no local, no terreno de cima, ZEIS 1, onde localiza o ginásio e o terreno de baixo, ZEIS 5. O desnível do terreno é de 25m, trazendo desafios para o projeto. Em frente ao lote se localiza a Rodozia Raposo Tavarez, trazendo ruído para os moradores.

O local apresenta várias possibilidades de usos, o terreno a frente apresenta grande área verde, possíbilitando a criação de um parque para o local, trazendo qualidade de vida para a região.

Na área de intervenção há a presença de inúmeras árvores, as quais vão ser realocadas para o parque a frente na criação dos patamares (Figura 55).

47

6.1

Proposta preliminar

No fluxograma a seguir (Figura 53) apresenta a forma como foi executada as conecções em relação aos conjuntos, todos tendo uma ligação direta, porém, com distânciamentos diferentes. A proposta é comportar equipamentos e habitações, trazendo qualidade de vida não apenas para quem mora, mas para o entorno.

O terreno recortado para a intervenção possui como área total, 42.782m ², com um perímetro de 995m. Totalizando 382 pessoas/ haq.

SALÃO DE FESTAS

PLAYGROUND

BANHEIRO PÚBLICO

PRÉ-ESCOLA

O conceito adotado promove um projeto acolhedor para as famílias carentes, SALÃO DE FESTAS PLAYGROUND BANHEIRO PÚBLICO que já vem com um histórico de sofrimento e que precisam de estruturas para uma vida melhor. Pensando nisso, foi utilizado a madeira engenheirada, CRECHE PRÉ-ESCOLA visualmente trazendo mais colhimento para quem mais precisa, e rapidez na construção, já que se trata de um material pré-fabricado.

ADMINISTRAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO

LIXEIRA

CONJUNTOS HABITACIONAIS

A baixo as normas de zoneamento de acordo com o projeto proposto: CRECHE

SALÃO DE FESTAS

PLAYGROUND

BANHEIRO PÚBLICO

ZEIS 1

GINÁSIO/ ESPORTE

ZEIS 5

LIXEIRA

PRÉ-ESCOLA

CA mín.: 0,5 - CA basico: 1 - CA máx: 2,5 CA mín.: 0,5 - CA basico: 1 - CA máx: 4 CONJUNTOS HABITACIONAIS ADMINISTRAÇÃO CA utilizado no projeto: 1,02 CA utilizado no projeto: 1,3 GINÁSIO/ ESPORTE TO

RECHE

máx.: 0,7

EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA

TO máx.: 0,7

TO utilizado no terreno: 0,5

TO utilizado no terreno: 0,4

Gabarito de altura: NA (Não se aplica)

Gabarito de altura: NA (Não LIXEIRA se aplica)

Gabarito no terreno: 8m CONJUNTOS HABITACIONAIS EQUIPAMENTO DE

Gabarito no terreno: 8m

Recuo Frontal máx: 5m Recuo Laterais máx: 3m

Recuo Frontal máx: 5m Recuo Laterais máx: 3m

SEGURANÇA

ESPORTE

DML

Recuo Frontal utilizado no prjeto: 5m COMÉRCIO Recuo Laterais utilizado no projeto: 5m

DML

ÁR E A VE R D E / CO N VI VÊ N CI A

LEGENDA:

E Q U I PAME N TO P Ú B L I CO D E S E G U R AN ÇA MU I TO R E L ACI O N AD O

ÁR E A R E CR E AÇÃO

R E L ACI O N AD O

ÁR E A D E S E RVI ÇO

P O U CO R E L ACI O N AD O

ÁR E A VE R D E / CO N VI VÊ N CI A

MU I TO R E L ACI O N AD O

COMÉRCIO

ÁR E A CO ME R CI AL

ÁR E A E D U CACI O N AL

E Q U I PAME N TO P Ú B L I CO D E S E G U R AN ÇA

PARQUE EXTERNO

PARQUE EXTERNO

COMÉRCIOÁR E A D E S E RVI ÇO

ÁR E A CO ME R CI AL

EQUIPAMENTO DE SEGURANÇA

ÁR E A E D U CACI O N AL

ÁR E A R E CR E AÇÃO

PARQUE EXTERNO

Recuo Frontal utilizado no prjeto: 5m DML Recuo Laterais utilizado no projeto: 5m

LEGENDA:

R E L ACI O N AD O

P O U CO R E L ACI O N AD O

ACE S S O D I R E TO ACE S S O AP E N AS PAR A F U N CI O N ÁR I O S

Figura 53 - Fluxograma do projeto. Elaborada pela autora.

48

O aproveitamento do terreno era um dos maiores desafios, já que demos um desnível de 25m, a solução adotada foi o uso de patamares, com uma alameda central, que conecta todos os pavimentos e deixa uma circulação coerente, já que podemos acessas todos os níveis dela. Todo o terreno temos rampas de acessibilidade, segundo a norma NBR 9050.

Cota de nível: 775m Zoneamento: ZEIS 5

Cota de nível: 765m Zoneamento: ZEIS 1

O acesso da carga e descarga fica destinada em dois níveis, no 7° e no 4°, sendo o depósito de lixo também, facilitando tanto ao morador, por ter dois lugares, quanto para a pessoa que for recolher, tendo acesso da rua.

O telhado do nível 14° e 9° são verde (Figura 56), trazendo qualidade de vida para quem tiver se deslocando.

Telhado Verde Nível 14

Fluxo de Circulação

Nível 11 Nível 07

De acordo com a do CDHU, precisa ser destinada 1 vaga de carro para cada 1 unidades, no projeto apresenta 354 vagas, sendo assim possível que o morador tenha seu carro e possa guardar em um lugar seguro.

Nível 09

Estacionamento

Equipamento de Segurança Pública

Ginásio

Estacionamento Nível 08

Telhado Verde Nível 9 Estacionamento

Área de recreação

Nível 04 Nível 01 Cota de nível: 750m Zoneamento: ZEIS 5 Figura 54 - Terreno da Área de Intervenção antes das alterações. Diagrama elaborada pela autora.

O sítio adotado, representado a cima, mostra como era antes da intervenção, podendo ser notado os desníveis e dificuldade para o projeto.

Nível 08 Nível 06 Nível 03 Nível 01 Alameda Central

Figura 55 - Terreno com patamares e circulação por meio da Alameda Central Diagrama elaborada pela autora.

Comércio

Pré-Escola Creche

Salão de festa

Administração Comércio Playgroud Parte externo

Figura 56 - Terreno com as edificações e soluções projetuais. Diagrama elaborada pela autora.

Para os setorização do terreno foi ponderado a distância mínima para os moradores e vizinhança fosse percorrer, tendo o comércio também no meio do terreno, para assim, ter maior interação entre o conjunto pessoas.

49

Projeto + Entorno A proposta do projeto é trazer uma permeabilidade visual para assim ter uma ligação com o entorno, um vínculo, para que a obra não seja isolada da vizinhança em volta. Trazendo acessos, tanto visuais, quanto físicos.

A conexão entre os edifícios se dá pela passarela suspensa, que amarra e trás uma união entre os blocos. A grande área verde leva qualidade de vida para quem mora no local e arredores.

No local temos, ginásio, equipamento público de segurança, algo que é carente no local, causando muita violência, estacionamento, playground, área de recreação, comércio, academia ao ar livre, creche, pré-escola e salão de festa, assim, trazendo qualidade de vida para toda uma região, já que todos podem usufruir das demandas apresentadas.

Figura 57 - Imagem aérea com entorno. Elaborada pela autora.

A construção foi toda pensada na utilização da madeira engenheirada, os pilares apartamentos temos a estrutura de Wood Frame com o CLT, para paredes estrutuem MLC (Madeira Laminada Colada) e a laje em CLT (Madeira Lamelada Cruza- rais, o emprego do CLT, e para as restantes, o Wood Frame, otimizando e trazendo da), tendo uma otimização na obra em velocidade e eficiência. No interior dos a possibilidade de mudança do layout, de acordo com as famílias.

50

Insolação

Figura 58 - Alameda Central e passarela aérea. Imagem elaborada pela autora.

Figura 59 - Imagem aérea mostrando Alameda Central.

Imagem elaborada pela autora.

Horário do estudo: 9:15 AM Figura 61 - Estudo de Insolação. Imagem elaborada pela autora.

De acordo com a disposição dos edifícios todas as faces tem insolação, trazendo qualidade de vida para quem mora.

O projeto foi elaborado para ter uma conversa com o entorno, portando, o gabarito de altura não ultrapassa os 16m, consequêntemente, não havendo sombra constante e atrapalhando as casas e edificações vizinhas.

Horário do estudo: 12:15 PM Figura 62 - Estudo de Insolação. Imagem elaborada pela autora.

Figura 60 - Área de recreação com uma quadra de futebol e uma de basquete, varias pistas de skate. Imagem elaborada pela autora.

Horário do estudo: 15:45 PM Figura 63 - Estudo de Insolação. Imagem elaborada pela autora.

51

Implantação 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

41

42

43

44

45

A

A

B

B C D

Rua João Rosa de Farias

E F G H I J K L M N O

Rua Jorge Raimundo Mendes de Almeida

P Q R S T U V W X Y Z AA BB CC DD EE FF GG HH II JJ KK LL

Rua Atílio Vivácqua

C D

A Alameda Central é patamerizada a cada 2,50m, como mostra as cotas de níveis, possíbilitando assim, acesso aos patamares secundários.

E F G H I J K L M N O P Q

17,30

R S T

Av. Antônio Ramiro da Silva

Equipamento - Quantidade - Área Unitária - Área Total

U V

17,50

W X

Creche Pré-Escola Ginásio Equip. Segurança Comércio/ Lojas Área de recreação Playgroud Salão de Festa

Y

25,00

Z

17,30

19,80

AA BB CC DD

15,00

EE FF GG HH II

12,50

JJ KK

12,30

14,80

MM

LL

01 01 01 02 36 01 01 01

500m2 700m2 2.650m2 950m2 25m2 3.281m2 756m2 400m2

500m2 700m2 2.650m2 1.875m2 900m2 3.281m2 756m2 400m2

MM

10,00

NN OO

NN

PP

PP QQ

RR

RR

7,50

SS TT

Área Total do Terreno - 42.782 m2 Área Útil - 18.668 m2

OO

QQ

SS TT

UU

UU VV

90°

7,30

VV WW

5,00

XX

4,80

WW XX

YY

YY

ZZ

ZZ

AAA

AAA

BBB

BBB

2,50

CCC DDD

CCC DDD

EEE

EEE

0,00

FFF GGG

0,00

0,00

HHH

FFF GGG

II I 1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

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19

20

21

22

23

Implantação

HHH

II I JJJ

Para a melhor modulação do projeto foi usada uma malha de 5x5, organizando todo o terreno.

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40

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45

JJJ

0

25

50

100

Figura 64 - Implantação

52

Acessos No nível 9 temos a conexão de vários blocos, por meio das passarelas aéreas.

Tomando partido da topografia, foi possível fazer a passarela ligar e dar acesso aos outros andares de vários edifícios.

O nível 9 foi totalmente destinado para apartamentos PNE, fazendo com que a pessoas acesse pelo nível da rua e entre na sua casa sem complicações.

Temos a presença de outra passarela que liga 3 edifícios, se localiza no nível 14, e conecta os blocos de cima do terreno (Figura 66).

Passarela do nível 14

Acesso pelo nível 14, mesmo nível da rua Acesso pelo nível 9, mesmo nível da rua

Passarela do nível 9

Figura 66 - Passarelas de acesso. Diagrama elaborada pela autora.

Planta Nível 9 0

25

50

100

Figura 65 - Planta Nível 9

53

50m2

Tipologias O projeto contém três tipologias, uma de 50m (Figura 68), com um dormitório, sala, cozinha, área de serviço e um banheiro, suportando até 4 apartamento por andar. A segunda com 57m (Figura 67), localizada nas pontas de cada andar com 6 apartamentos, contêm dois dormitórios, sala, cozinha, área de serviço, e um banheiro. A terceira tipologia com 53m (Figura 67), com dois dormitórios, sala, cozinha, área de serviço e um banheiro.

Figura 68 - Tipologia com 4 aparatamentos por andar.

Abaixo

50m2

57m2

53m2

Figura 67 - Tipologia com 6 aparatamentos por andar.

A tipologia PNE (Figura 69) se localiza nos acessos das passarelas, possíbilitando a pessoa de mobilidade reduzida entrar pelo nível da rua até a sua residência.

Figura 69 - Tipologia PNE com 4 aparatamentos por andar.

54

1

2

3

4

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Cortes

Figura 70 - Corte AA.

Corte AA 0 Estacionamento Acesso de pedestre pelo

Passarela de acesso

Perfil natural do terreno

Equipamento de Segurança

25

50

100

Ginásio

nível da rua Madeira Externa - CLT C

Madeira Interna - Wood Frame Madeira dos Pilares - MLC 1

A

2

3

4

5

6

7

8

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10

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A -

B

-

B

Corte BB Mapa

Perfil natural do terreno

Estacionamento

C

Alameda Central

Figura 71 - Corte BB.

Figura 72 - Corte CC. Ginásio A

B

C

D

E

F

G

Equipamento de Segurança H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R

S

T

U

V

W

X

Y

Z

AA

BB

CC

Perfil natural do terreno DD

EE

FF

GG

HH

II

JJ

KK

LL

MM

NN

OO

PP

QQ

Comércio RR

SS

TT

UU

VV

WW

XX

YY

ZZ

Salão de Festa AAA

BBB

CCC

DDD

EEE

FFF

GGG

Comércio HHH

III

JJJ

KKK

Corte CC

55

40

41

Imagens

Figura xx - Imagem aérea.

O projeto foi elabolado para trazer conforto às famílias, amplas áreas de recreação, comércio, creche, pré-escola, ginásio, equipamento de segurança, tudo pensado para agregar valor para quem mora e para o entorno, possíbilitando que as pessoas usem o local como ponte de encontros, debates, diversões e assim, trazer qualidade de vida a toda uma população.

56 Figura 73 - Imagem aérea do projeto.

Considerações Finais O projeto exposto neste trabalho ainda tem discussões a serem levadas em considerações, entendemos que é apenas o início, uma intensão de algo mais promissor no futuro TFG 2, como por exemplo as tipologias habitacionais, acessos, a composição do conjunto.

Porém a presente proposta levanta discussões de como as famílias vivem atualmente e como, trabalhando com a madeira engenheirada, podemos ter construções eficazes e rápida, já que se trata de um material pré-fabricado.

Conclui-se que Arquitetura e Urbanismo não é apenas algo estético, nós como arquitetos temos o dever de levar qualidade de vida para quem mais precisa, precisamos interagir com o entorno, ter uma linguagem projetual que acolha, respeite e proteja quem ali vive.

Figura 74 - Imagem aérea da lateral do terreno.

Devemos seguir os 3 elementos fundamentais da arquitetura: a firmitas (a estabilidade do projeto, o caráter construtivo), a utilitas (a função que damos aos equipamentos para que o usuário utilize), e a venustras (a construção esteticamente bela e relevante para o local). Sem esses três pilares não cumprimos nossa missão.

Esse projeto me trouxe outro olhar para a Arquitetura Social, estudar sobre o assunto, ir ao local de intervenção, ver como as famílias vivem, sem o mínimo, até sem banheiro para fazer suas necessidades, foi impactante e necessário para minha formação, é apaixonante ligar com habitação e ver como um lugar para morar proporciona uma vida completamente diferente para as pessoas, pessoas que sonham em ter um local seguro para abrigar seus filhos, ver eles crescendo e brincando sem ter medo de que algo ruim aconteça.

Levarei todos os ensinamentos que esse projeto me proporcionou.

Figura 75 - Imagem da Alameda Central.

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