Mapa para o Uso do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek em Brasília/DF

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CAMILA LIMA ABRÃO

MAPA PARA O USO DO PARQUE DA CIDADE DONA SARAH KUBITSCHEK EM BRASÍLIA/DF

Ensaio Teórico apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília e orientado pelo professor Caio Frederico e Silva.

BRASÍLIA NOVEMBRO – 2014


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SUMÁRIO 1. Apresentação 2. Introdução 3. Referencial teórico 3.1 3.2

Aspectos conceituais Histórica: evolução dos parques e do lazer

4. Procedimentos metodológicos 5. Análise do objeto de estudo 6. O Parque da Cidade hoje 7. Mapa para o uso do Parque da Cidade 8. Referências

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1. Apresentação O interesse em desenvolver um trabalho de Ensaio Teórico à respeito do espaço público do Parque da Cidade Dona Sarah Kubistchek em Brasília surgiu após ter morado um ano na cidade de Paris na França pelo programa Ciências sem Fronteiras. Esse intercâmbio universitário me possibilitou conhecer diversos lugares novos, com culturas e pessoas diferentes. E me permitiu perceber e comparar como os espaços públicos podem ser diferentes em cada local e contexto, tanto em relação ao seus espaços físicos, quanto à como são usados. Devido à um motivo cultural e econômico, nota-se que os espaços públicos existentes na cidade de Paris são bastante utilizados por seus habitantes. Os diversos parques, praças, jardins parecem ter vida, pois as pessoas possuem o hábito de utilizá-los no seu dia-a-dia. Seja para praticar um esporte, caminhar, correr, almoçar, brincar com os filhos, passear com os cachorros, fazer piquenique ou então apenas ler um livro. A sensação é que aquele espaço é um espaço de convivência e lazer, desenvolvendo assim um caráter social muito importante para o conjunto. Além disso, convivemos com os diversos problemas do crescimento urbano do nosso século. Como os vazios urbanos, a falta de segurança nos espaços públicos, as áreas com fluxos comprometidos, a degradação e o

abandono do espaço público. Problemas esses que, muitas vezes, diminuem o uso do espaço pelas pessoas. Pensando em um espaço próximo à mim e também sendo usuária deste espaço, percebe-se que o Parque da Cidade abrange uma área de grande importância para o Plano Piloto devido ao fluxo diário, além de fazer importantes conexões com o Eixo Monumental e os bairros Asa Sul e Sudoeste. É um espaço com grande potencial. O objetivo geral do trabalho é elaborar um mapa do Parque da Cidade como um documento orientativo. Para mostrar as diversas atividades existentes na região, com o intuito de potencializar o seu uso. Para fazer tanto com que o Parque da Cidade seja um espaço mais presente no cotidiano das pessoas que já o utilizam quanto para os que serão novos usuários.

2. Introdução Ao traçar o perfil evolutivo da história dos parques urbanos no mundo, percebe-se que sua evolução está atrelada ao desenvolvimento da sociedade com suas transformações e renovações, e também ao crescimento rápido das cidades com seus problemas dele advindos. Neste contexto, ponderar qualidade de vida requer pensar em estratégias de proteção e preservação de espaços potenciais, para conservação de suas características em busca de um aperfeiçoamento.

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Assim, surgem os parques, dotados de grande responsabilidade, por assim dizer, diante da fragilidade do espaço e da necessidade dele voltado à recreação e ao lazer, essencial à vida moderna dos habitantes e inserindo no planejamento um olhar direto aos espaços públicos como estratégia para as cidades. Na atualidade, os parques têm a função social, estética, ecológica e de proporcionar um espaço onde os cidadãos possam gozar dos seus tempos livres, o que é uma necessidade cada vez mais evidente para a população urbana. Estudar estratégias de uso de um parque urbano é fundamental para fomentar o uso desse espaço livre público para o lazer. O Parque da Cidade desempenha um papel de grande importância na estrutura urbana do Distrito Federal. Considerando tais pressupostos, este trabalho objetiva estimular e potencializar o uso do Parque da Cidade por meio da criação de um mapa que ressalta as principais atividades e serviços ali existentes.

Figura 1: Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek – Brasília/DF.

! Fonte: http://agentegostaassim.blogspot.com.br

3. Referencial teórico 3.1 Aspectos conceituais Ao se tratar de uma área denominada como parque, pode-se dizer que “é uma área verde com função ecológica, estética e de lazer, no entanto, com uma extensão maior que as praças e jardins públicos.” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014). Estes espaços são normalmente compostos por todo tipo de vegetação e possuem microparcelas semelhantes a praças e jardins devido a sua extensão. Nesse caso, “praças são espaços livres públicos urbanos destinados ao lazer e ao convívio da população, acessíveis aos cidadãos e livres de veículos.” (MACEDO e ROCHA, 2003, P.17). Esse conceito de praça é pautado em duas premissas básicas: o uso e a acessibilidade. É importante ressaltar a diferença entre uma praça e um jardim urbano. Jardim urbano “são espaços livres fundamentais para a melhoria da qualidade ambiental, pois permitem melhor circulação de ar, insolação e drenagem, além de servirem como referenciais cênicos da cidade. Não podem, porém, ser chamado de praça por não possuírem programa social, como atividades de lazer e recreação, e, em muitos casos, por não serem acessíveis aos pedestres devido à sua localização junto às grandes artérias viárias.” (MACEDO e ROCHA, 2003, P.16).

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Além disso, há duas expressões de grande valor conceitual. De um lado, a paisagem que pode ser entendida como uma “expressão morfológica das diferentes formas de ocupação e, portanto, de transformação do ambiente em um determinado tempo. A paisagem é considerada então como um produto e como um sistema. Como um produto porque resulta de um processo social de ocupação e gestão de determinado território. Como um sistema, na medida em que, a partir de qualquer ação sobre ela impressa, com certeza haverá uma reação correspondente, que equivale ao surgimento de uma alteração morfológica parcial ou total.” (MACEDO, 1999, P.11). E de outro lado, a expressão espaço livre público que significa “uso comum, acessível a todos, em que estão registrados os fatos urbanos que constituem a cidade.” (LEITÃO, 2002, p.18 à 20). Norteando todos esses conceitos está a ideia de acessibilidade, sendo caracterizada pela facilidade de acesso ao espaço público. Atualmente inúmeros são os impactos negativos na vida cotidiana das pessoas que, a cada dia, se veem em maiores dificuldades de deslocamento nas cidades. É importante privilegiar as pessoas e suas necessidades para garantir o acesso amplo e democrático à cidade e ao que ela oferece. Por isso a ideia de propor um mapa para estimular o uso do Parque da Cidade é justamente para incentivar a participação e melhorar a vida das pessoas.

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3.2 Histórica: evolução dos parques e do lazer 3.2.1 Análise do cenário internacional Os primeiros parques no cenário internacional surgiram a partir das transformações culturais, sociais e econômicas; da valorização da razão e da natureza; da urbanização e industrialização dos países. Além disso, no final do século XVII, com o aumento da insalubridade nas cidades européias e com os primórdios da Revolução Industrial, nasciam as filosofias favoráveis ao surgimento de novas relações da natureza com a sociedade. A procura pelo verde levou à necessidade da conservação de elementos naturais dentro do espaço urbano, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida urbana. No período do Renascimento, por volta do século XV e XVI, surge o primeiro grande modelo de jardim, o jardim italiano ou jardim renascentista, caracterizado pelas árvores organizadas em um arranjo simétrico, mantendo um alinhamento que proporcionava ao espaço uma organização racional. No final do século XVII surge o modelo de jardim francês ou jardim clássico. Estes caracterizam-se por mostrar a natureza dominada pelo homem, prevalecendo a geometria e a uniformidade simétrica. Já no final do século XVII, o jardim inglês começa a ser consolidado e muda toda

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a linguagem geométrica e arquitetônica do jardim clássico francês. Linhas curvas, forma livre e extensos gramados e árvores (TERRA e ANDRADE, 2004).

Figura 2: Jardim italiano. Fonte: Palazzo Victoria.

Figura 3: Jardim francês. Fonte: Jardineiro.net

Figura 4: Jardim inglês. Fonte: Jardineiro.net

No final do século XVIII e início do século XIX, apareceram os primeiros espaços ajardinados projetados para o uso público, e também os primeiros parques urbanos,

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na necessidade de atender uma nova demanda social de lazer da cidade industrial. Os parques, definidos como equipamentos públicos, têm a sua história marcada de experiências inglesas, francesas e norte-americanas. As transformações provocadas pela Revolução Industrial no século XVIII, o êxodo rural, a aplicação de novos materiais e técnicas construtivas, a aquisição de novos espaços e uma urgente reforma para dar infra-estrutura às cidades, entre outras, marcaram a criação dos primeiros parques urbanos na Inglaterra, antes restritos às residências privadas. Associados a este pensamento estavam as primeiras ideias de lazer e conceitos higienistas do século XIX na Europa. Nos anos de 1850 e 1860, os parques ganham corpo, inicialmente nos planos urbanísticos da França em Paris, idealizado por Georges-Eugéne Haussmann. Os parques americanos também se destacam, como o Park Movement, liderado por Frederic Law Olmsted. Do ponto de vista conceitual da época, o parque tem como base um ideal paisagístico, entendido como um espaço livre de grande dimensão, em que predominam elementos naturais. O parque urbano no final do século XIX era a representação de certos ideais democráticos, também considerados uma fonte de benefícios para a saúde da população ao desempenhar o papel de pulmões dentro da malha urbana (SCALISE, 2002). Havia a preocupação na implantação de parques, com as demandas de equipamentos para recreação e lazer, a necessidade de expansão urbana, o novo ritmo de trabalho,

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além da necessidade de criação de espaços representado oásis de ar puro, de contemplação, estimulando a imaginação.

3.2.2 Cenário dos parques no Brasil O projeto de paisagismo urbano se consolida no Brasil durante o século XIX, com a construção da nação brasileira, com o aumento das populações urbanas e a mudança dos hábitos sociais. Inicialmente, teve como principal cliente a elite do Império e da República Velha, que patrocinou o ajardinamento e tratamento paisagístico das suas áreas de moradia, propiciando a criação de praças, parques públicos e privados, boulevards, promenades e jardins sofisticados, pelas quais passeavam as famílias reais (MACEDO, 1999). Os primeiros parques criados tiveram uma expressiva influência européia e norte-americana e, numa primeira instância, foram construídos para também atender os interesses da elite dominante. Neste cenário de importação, chegaram as primeiras espécies vegetais de regiões africanas, asiáticas e da própria Europa que pouco a pouco passaram a ser utilizadas como vegetação urbana e domiciliar se misturando com as espécies nativas e estabelecendo as mais variadas composições de paisagens urbanas no país. O parque moderno, cujo programa combina a contemplação, o lazer e outras funções, veio ser

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consolidando na década de 70 em resposta às carências da população no que se refere à falta de equipamentos e espaços públicos. Na seqüência, a afirmação do movimento ecológico também em áreas urbanas motivou, a partir da década de 80, o surgimento do parque ecológico. Depois disso o parque urbano continuou a se transformar. O programa cada vez mais complexo para atender as necessidades de múltiplos usos; o desenho mais livre e desprendido de estilo; o uso por parte da população aliado à preocupação de cidadania onde a preservação ambiental se apresenta como fator importante; e o surgimento de atividades comerciais ou culturais como feiras e eventos artísticos. “É como se o parque urbano contemporâneo tivesse assumindo o lugar de importância da antiga praça medieval.” (SILVEIRA, 2013). No século XXI, o Brasil vai se tornando uma nação urbana. O aumento das demandas de espaços tratados paisagisticamente pela população urbana estava em constante expansão. Ao mesmo tempo que aumentam as opções e a diversidade do lazer para a sociedade em geral, maiores são os segmentos sociais a demandar espaços para atividades ao ar livre e a recreação é um ponto crucial para a organização do espaço livre, tanto público como privado. Os equipamentos específicos para o lazer se tornam comuns, primeiro os playgrounds e quadras esportivas, depois as piscinas (principalmente nos prédios de classe média e residenciais de classe média-alta) e o banho de mar

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e o encontro na praia, se tornam hábitos em todas as cidades praianas brasileiras. O tratamento do espaço do pedestre, das calçadas, começa a ser discutido com a implantação de vastas áreas pedestrianas, como um modo mais eficiente de circulação. Segundo MACEDO (1999): “Praças e parques já não são mais redutos das elites, que esporadicamente e em locais pré-determinados a eles se dirigem, sendo solicitada sua instalação e gestão nos bairros e subúrbios populares distantes, carentes de qualquer estrutura espacial mínima de lazer.” O período imediatamente pós-guerra caracteriza-se por profundas transformações nos hábitos sociais urbanos brasileiros, condicionados pela mudança do perfil econômico do país. Cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, já bastante industrializadas, crescem muito, tronando-se as duas principais metrópoles nacionais e englobando na sua malha urbana as cidades vizinhas. Com elas, inúmeros outros centros urbanos expandem-se, gerando, pela primeira vez, uma necessidade real da existência de parques públicos. Os meios de transporte são melhores e mais eficazes que no século XIX, e como a possibilidade de acesso ao automóvel abre-se para amplas camadas sociais, especialmente para a classe média em ascensão, popularizase o hábito do lazer de fim de semana em outros pontos fora da cidade. Além disso, os anos 50 são tempos de estabilidade econômica e vendem-se milhares de lotes à beira-mar para a construção de casas de veraneio. O mercado consumidor de

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lotes, casas e apartamentos como segunda residência cresce e expande-se por todo o país, sendo veiculado por todos os meios de comunicação.

Figura 5: Piscina de ondas no Parque da Cidade em 1978. Fonte: Uma outra cidade.

Ao final do século, observa-se uma extrema mobilidade para o lazer de amplos setores sociais, que se dirigem para suas propriedades de praia ou campo, especialmente nos períodos de férias e feriados. Paralelamente, aumenta o número de clubes urbanos, públicos e privados, que oferecem opções de lazer, em especial voltadas para as práticas esportivas; surgem, em grande quantidade, academias de ginástica (especialmente a partir dos anos 80) e shoppings centers, que passam a ser, em todas as grandes e médias cidades do país, importantes centros de lazer. As possibilidades de lazer da população urbana média brasileira expandem-se, com o aumento de sua área de

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abrangência, na medida em que os meios de acesso são modernizados e implementados. “O novo parque urbano que se delineia não terá o mesmo papel que teve seu antecessor europeu, americano ou mesmo nacional, uma das poucas possibilidades de lazer urbano e palco de desfile de elites.” (MACEDOO, 1999) O parque moderno destina-se ao lazer também da grande massa, mas é apenas um espaço urbano a mais para o desfrute da população nos tempos de ócio, concorrendo com um leque diverso de opções. Ao mesmo tempo, amplos setores populacionais estão excluídos das possibilidades de acesso e consumo da maioria das opções de lazer, pelo seu alto custo ou mesmo por serem apenas pagas. Diante desse quadro, parques públicos são remanescentes das opções de lazer mais acessíveis à maioria da população urbana, de escassos recursos econômicos. Esse contexto imprime ao parque moderno um caráter mais popular do que no passado: o antigo cenário de desfrute das elites é redirecionado e, no final dos anos 70 e início dos anos 80, as políticas públicas de construção de novos parques voltam-se para bairros populares. A partir daí, o número de novos parques cresce em todos os centros urbanos e, mesmo em cidades com muitos espaços livres de lazer, como o Rio de Janeiro ou Brasília, novos parques são construídos e consolidados.

4. Procedimentos metodológicos Os procedimentos utilizados para pautar essa pesquisa e obter resultados mais próximos da realidade estão listados abaixo. 1. A partir de visitas in loco, levantou-se dados referentes à serviços e atividades já existentes na área do Parque da Cidade; 2. Desenvolvimento de painéis com fotografias à respeito de três conceitos: social, econômico e sustentável encontrados nas áreas do Parque da Cidade. Feitos por pesquisadores in loco (alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, do segundo semestre, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília); 3. Fizeram-se algumas fotografias dos visuais, do entorno e de elementos do parque. Além de fotografias de eventos de cultura promovidos nos meses de agosto e setembro do ano de 2014; 4. Zoneamento das áreas do Parque da Cidade; 5. A partir do mapeamento das áreas do Parque da Cidade, desenvolveu-se um questionário, juntamente

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com o professor Caio Frederico e Silva, que abrange três escalas principais, são elas: a grande escala (relação do parque com o entorno); a escala local; e a microescala. Aplicou-se o questionário aos alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, do segundo semestre, da faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília;

4.1 Vivência no Parque A partir de visitas in loco, levantou-se dados referentes à serviços e atividades já existentes na área do Parque da Cidade. No Apêndice I abaixo encontra-se a tabela com os dados coletados e também um mapa com a indicação dos equipamentos referidos na tabela.

6. Indicação por meio de pictogramas dos possíveis usos existentes na área. Para criação do Mapa do Parque com uma linguagem mais acessível.

Figura 6: Mapa geral do Parque da Cidade com as indicações dos equipamentos. Fonte: autora.

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No#Mapa 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37

Equipamento Qudras(poliesportivas Parque(Ana(Lídia Carreira(Kart Nicolândia Centro(Hípico Quiosque(de(Massagem Restaurante(Gibão Restaurante(Alpinus Bar(Pirraça Bar(Barulho Quiosques(de(alimentação Estacionamentos Churrasqueiras Relógio(Solar Praça(Eduardo(e(Mônica Piscina(de(ondas Praça(das(Fontes Castelinho CAESB( Pavilhão(de(exposições Escola(da(Natureza Ponto(de(Encontro(Comunitário Fonte(Sonora Playgrounds Grupo(de(escoteiros Bancas(de(jornal(e(revistas Circuitos(inteligentes Quadras(de(areia Circuito(de(Kart Pedalinho Administração Vestiário Biblioteca(do(Saber( Quiosque(dos(Bombeiros Pista(de(patinação Tanque(de(Modelismo(Naval Banheiros

Localização Próximo(ao(estac.(6 Próximo(ao(estac.(12 Próximo(ao(estac.(10 Próximo(ao(estac.(12 Próximo(ao(estac.(4 Distintos Próximo(ao(estac.(4 Próximo(ao(estac.(5 Próximo(ao(estac.(9 Próximo(ao(estac.(11 Distintos Distintos Próximo(ao(estac.(4 Próximo(ao(estac.(2 Próximo(ao(estac.(10 Próximo(ao(estac.(7 Próximo(ao(estac.(9 Próximo(ao(estac.(13 Próximo(ao(estac.(1 Entre(os(estac.(1(e(2 Próximo(à(CAESB Distintos Próximo(ao(estac.(2 Distintos Próximo(ao(estac.(3 Próximo(ao(estac.(10 Distintos Distintos Próximo(ao(estac.(5 Próximo(ao(estac.(10 Próximo(ao(estac.(13 Próximo(ao(estac.(13 Próximo(ao(estac.(13 Próximo(ao(estac.(13 Próximo(ao(estac.(4 Próximo(ao(estac.(4 Ao(longo(da(pista(de(cooper

Ativo#ou#Inativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Inativo Inativo Inativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Inativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Inativo Inativo Ativo Ativo Ativo Ativo Ativo Inativo Ativo

Quantidade 32 ? ? ? ? 10 ? ? ? ? ? 13 ? ? ? ? ? ? ? ? ? 5 ? ? ? 1 4 6 ? ? ? ? ? ? ? ? 16

Uso Esporte Recreação Recreação (Recreação Esporte (Serviço Serviço (Serviço (Serviço (Serviço (Serviço Estacionamento Serviço Obra(de(arte (Área(de(lazer (Recreação Obra(de(arte (Recreação CAESB (Serviço Multiuso (Esporte Obra(de(arte Recreação Multiuso (Serviço (Esporte Esporte Esporte Recreação Administração Vestiário Multiuso Serviço Esporte Esporte Serviço

Figura 7: Apêndice I – Tabela referente aos serviços e atividades existentes. Fonte: autora.

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4.2 Estudo por meio de Painéis Os alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, do segundo semestre de 2014, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília desenvolveram painéis com fotos de determinada áreas do Parque da Cidade. Esses painéis contêm fotos à respeito de três conceitos: social, econômico e ambiental. Para exemplificar, alguns encontram-se abaixo junto com um mapa geral que mostra à qual área o painel se refere, respectivamente. Os painéis serviram de apoio à este trabalho pois com o conteúdo existente em cada um foi possível saber melhor quais atividades são realizadas em cada área. Bem como obter registros fotográficos que poderão ser vistos no próximo tópico e ajudaram à compor o trabalho. Todos os resultados são importantes para composição e produção do mapa.

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Figura 8: Mapa geral do Parque da Cidade com as indicações do local onde as fotos de cada painel foram feitas. Fonte: autora.

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Figura 9: Painel referente à área 1 indicada no mapa. Fotos tiradas na Praça das Fontes do Parque da Cidade. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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Figura 10: Painel referente à área 2 indicada no mapa. Fotos tiradas nos arredores da Administração do Parque da Cidade. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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Figura 11: Painel referente à área 3 indicada no mapa. Fotos tiradas no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

Figura 12: Painel referente à área 4 indicada no mapa. Fotos tiradas no Carreira Kart do Parque da Cidade. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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Figura 13: Painel referente à área 5 indicada no mapa. Fotos tiradas no Hipódromo do Parque da Cidade. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

Figura 14: Painel referente à área 6 indicada no mapa. Fotos tiradas próximas ao Castelinho do Parque da Cidade. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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4.3 Fotografias do Parque A partir das fotografias dos painéis dos visuais, do entorno e de elementos do parque. Além de fotografias de eventos de cultura promovidos nos meses de agosto e setembro do ano de 2014.

Figura 20: Quiosques de água de coco. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 15: Uma das 16 estações com banheiro público. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 17: Festival Soul Brasília que ocorreu no mês de agosto na Praça das Fontes. Fonte: painéis Pinterest.

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Figura 16: Espaço próximo à administração e ao fundo o Setor Hoteleiro Sul. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 18: Caminhos informais na área interna do Parque feitos por pedestres e ciclistas. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 19: Quiosques de massagem. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 21: Festival Gastronômico Quitutes realizado no mês de setembro . Fonte: autora. 19! 19!


Figura 22: Área de estar em frente à Praça das Fontes. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 25: Pavilhão de Exposições. Fonte: painéis Pinterest.

! Figura 28: Restaurante Gibão próximo ao estacionamento 5. Fonte: painéis Pinterest

Figura 23: Playground próximo à Praça das Fontes. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 26: Comércio informal em frente ao Pavilhão de Exposições. Fonte: painéis Pinterest

Figura 29: espaço de estar próximo ààs quadras de areia. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 24: Caminho arborizado na área interna do Parque. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 27: Hipódromo do Parque com o bairro Sudoeste ao fundo. Fonte: painéis Pinterest.

Figura 30: Castelinhos. Fonte: painéis Pinterest.

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4.4 Zoneamento do Parque da Cidade Realizou-se um mapeamento das áreas do Parque da Cidade e para facilitar o estudo, a grande área do parque foi divida em dezessete áreas menores indicadas no mapa geral abaixo, são elas: Parque Ana Lídia; Nicolândia
; Carreira Kart
; Administração (Quiosque do Atleta); Quadras de Futvôlei/vôlei e Castelinho; Casa d’água (CAESB)
; Expocenter (Pavilhão de Exposições); Lago do Parque da Cidade; Praça das Fontes
; Piscina com ondas
; Quadras poliesportivas
; Campos de futebol
; Circuito Kart
; Centro Hípico
; Pista de Patinação
; Churrasqueiras; e Grupo de Escoteiros. Esses mapas foram apresentados aos alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, do segundo semestre, da faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília. Com esses mapas, cada dupla ficou com uma área pré-determinada e desenvolveram os painéis citados acima e aplicaram o questionário citado no próximo tópico.

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Figura 31: Mapa geral do Parque da Cidade com as indicações do local das áreas mapeadas. Fonte: autora.

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Figura 32: Área 1 - Parque Ana Lídia. Fonte: Wikimapia.

Figura 33: Área 2 - Nicolândia. Fonte: Wikimapia.

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4.5 4.6 4.7 4.8 4.9 4.10 4.11 4.12 4.13 4.14

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Figura 34: Área 3 - Carreira Kart. Fonte: Wikimapia.

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Figura 35: Área 4 - Administração. Fonte: ! Wikimapia.

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Figura 36: Área 5 - Quadras de futevôlei/vôlei e Castelinho. Fonte: Wikimapia.

Figura 37: Área 6 - CAESB. Fonte: Wikimapia.

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Figura 38: Área 9 - Pavilhão de Exposições. Fonte: Wikimapia

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Figura 71: Área 7 - Pavilhão de Exposições. Fonte: Wikimapia.

Figura 39: Área 8 - Lago do Parque da Cidade. Fonte: Wikimapia.

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Figura 41: Área 10- Piscina de ondas. Fonte: Figura 40: Área 9- Praça das Fontes. Fonte: Wikimapia. Wikimapia.

Figura 42: Área 11- Quadras poliesportivas. Fonte: Wikimapia.

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Figura 43: Área 12- Campos de futebol. Fonte: Wikimapia.

Figura 44: Área 13- Centro Hípico. Fonte: Wikimapia. Figura 45: Área 14- Kart. Fonte: Wikimapia. !

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! Figura 46: Área 15- Pista de patinação. Fonte: Wikimapia.

Figura 47: Área 16- Grupo de escoteiros. Fonte: Wikimapia. Figura 48: Área 17- Churrasqueiras. Fonte: Wikimapia.

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6.5 Aplicação de questionários com alunos de Arquitetura e Urbanismo da FAU/UnB A partir do mapeamento das áreas do Parque da Cidade, desenvolveu-se um questionário, juntamente com o professor Caio Frederico e Silva, que abrange três escalas principais, são elas: a grande escala (relação do parque com o entorno); a escala local; e a microescala. Os alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, do segundo semestre, da faculdade de Arquitetura e Urbanismo na Universidade de Brasília, aplicaram o questionário visitando o Parque em um sábado no mês de outubro. O objetivo do questionário é levantar dados referentes às áreas mapeadas para então conseguir resultados mais verdadeiros. Os resultados ainda estão sendo organizados. E são elementos importantes para composição e produção do mapa. O questionário encontra-se no Apêndice II abaixo e alguns resultados estão em anexo.

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Figura 49: Questionário referente à área do Carreira Kart. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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MAPEAMENTO1DO1PARQUE1DA1CIDADE Etapa11:1Grande1escala1(Relação1com1a1cidade/entorno) Anotar1utilizando1a1escala1Muito1pouco1(1),1Baixo1(2),1Regular1(3)1e1Alto1(4):

1.1.1Sobre1o1nível1de1conectividade1da1área1estudada1com1a1cidade: 1.1.1.#A#conectividade#das#vias#(carro)

(########)

1.1.2.#A#conectividade#das#calçadas#(pedestre)

(########)

1.1.3.#A#conectividade#das#ciclovias#(ciclista)

(########)

1.2.1Sobre1a1presença1de1elementos1ambientais1na1área1estudada: 1.2.1.#Grama#e#outras#forrações

(########)

1.2.2.#Espécies#arbustivas

(########)

1.2.3.#Espécies#arbóreas#

(########)

1.2.4.#Corpos#d'água# 1.2.5.#Solo#natural#

(########) (########)

Etapa12:1Escala1local Anotar1a1quantidade1avistada1e1marcar1com1pontos1no1mapa:

2.1.1Sobre1a1distribuição1de1pessoas1na1área1estudada: 2.1.1.#Adultos#(cor#vermelho) 2.1.2.#Crianças#(cor#verde) 2.1.3.#Idosos#(cor#lilás)# Marcar1com1(X)1as1atividades1mais1realizadas1e1marcar1com1manchas1no1mapa:

2.2.1Sobre1as1principais1atividades1realizadas1na1área1estudada: 2.2.1.#Lazer#contemplativo

(########)

2.2.2.#Prática#esportiva#individual

(########)

2.2.3.#Prática#esportiva#coletiva

(########)

2.2.4.#Lanches#e#alimentação 2.2.5.#Shows#e#eventos#

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Etapa13:1Microescala Estado1de1conservação1(X) Não1tem1(X)

Tem1(X)

Péssimo

Regular

Bom

3.1.1.#Ponto#de#ônibus

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3.1.2.#Bicicletário

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3.1.3.#Estacionamento

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3.1.4.#Calçadas#convencionais

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3.1.5.#Calçadas#piso#tátil

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3.1.6.#Guarita/Posto#de#segurança

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3.1.7.#Enfermaria

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3.1.8.#Bebedouro

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3.1.9.#Banheiro

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3.1.10.#Vestiários

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3.1.11.Chuveiros

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3.1.12.#Telefone#público

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3.1.13.#Poste#de#iluminação

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3.1.14.#Placas#informativas

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3.1.15.#Lixeiras

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3.1.16.#Bancos/mesinhas#

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3.1.17.#Equipamento#de#ginástica

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3.1.18.#Playground

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3.2.1.#Bares#e#restaurantes

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3.2.2.#Quiosques#de#alimentação

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3.2.3.#Bancas#de#revista

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3.2.4.#Relaxamento#e#massagem# 3.2.5.#Grupos#de#esporte

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Quantidade1 estimada:

3.1.1Sobre1o1mobiliário1urbano1na1área1estudada:1

3.2.1Sobre1os1serviços1e1atividades1na1área1estudada:1

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Figura 50: Apêndice II – Questionário de mapeamento das áreas do Parque da Cidade. Fonte: autora e Caio Frederico e Silva.

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Figura 51: Questionário referente à área da Administração. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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Figura 52: Questionário referente à área do Hipódromo. Fonte: Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.

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6.6 Elaboração de pictogramas O Parque da Cidade é elemento urbano de elevado significado na vida do Distrito Federal e de seus habitantes. Sua implantação é marca importante no caminho de consolidação desta cidade e, assim como ela, está sujeito à passagem do tempo e às mudanças, ocasionadas sobremaneira pela necessidade constante de adequação às particularidades de cada época. A vontade e a necessidade de propor estratégias não devem estar dissociadas da vontade de preservar, pelo contrário. O trabalho é exatamente o de conferir ao parque a perpetuação de seu valor histórico, artístico e cultural, buscando aliar e adequar os desejos de preservação aos anseios de atualizar atendendo às demandas. A falta de prioridade ao pedestre é notória na área do parque. A deficiência na sinalização agrava a segurança de seus usuários. No anel interno, observa- se um trânsito caótico, no qual o pedestre compartilha esta pista com ciclistas e skatistas, entre outros. Para atingir o objetivo geral desse trabalho que é a elaboração de uma mapa do Parque a Pé, propôs-se dotar a área de um sistema adequado de comunicação visual integrado para todo o parque. Para isso, a apreensão das informações e mensagens devem ser de linguagem acessível por todos os segmentos da sociedade, e, em especial, por crianças, idosos e portadores de necessidades especiais. Com base nisso, pictogramas para o mapa estão sendo desenvolvidos, como exemplo abaixo.

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Equipamentos de recreação e lazer

Quiosque de massagem

Chuveiros

Quadras de vôlei

Restaurantes e lanchonetes

Áreas com churrasqueiras

Banca de jornal e revista

Carreira Kart

Espaços multiuso

Estacionamentos

Campos de futebol

Hipódromo

Pavilhão de Exposições

Banheiros

Equipamentos de ginástica

Quadras de tênis

Figura 53: Pictogramas. Fonte: www.thenounprojects.com e adaptado pela autora.

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5. Análise do objeto de estudo 5.1.1 Histórico do Parque da Cidade “De uma parte, técnica rodoviária; de outra, técnica paisagística de parques e jardins. Brasília, capital aérea e rodoviária; cidade parque. Sonho arqui-secular do Patriarca.” (Relatório do Plano Piloto, Lúcio Costa) Brasília, a nova capital, concebida nos anos 50 e inaugurada em 1961, é um exemplo significativo da introdução do parque no contexto urbano brasileiro, já que foi idealizada como uma cidade-parque. Nesse sentido, a maioria dos edifícios do Plano Piloto estão envolvidos por extensos gramados e arvoredos, permitindo aos seus moradores o desfrute cotidiano, ao menos visual, de espaços cenicamente tratados como um parque. Em seu plano, Lúcio Costa dispôs simetricamente ao longo do Eixo Monumental dois grandes espaços: o Jardim Botânico de um lado e o Zoológico de outro, constituindo duas imensas áreas verdes que ele compara a dois pulmões. A área prevista para o Jardim Botânico (que não foi construído) pode ser considerada a origem de criação do Parque da Cidade.

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Figure 54: Plano de Lúcio Costa com as áreas do Jardim Botânico e do Jardim Zoológico. Fonte: Tanuré, 2007.

Quanto aos espaços de lazer do Eixo Monumental, a principal alteração em relação ao plano foi a decisão da equipe de implantação da cidade de juntar no mesmo espaço o Jardim Botânico e o Jardim Zoológico, formando o Parque Zoobotânico de Brasília. Por meio desta reunião o grande espaço vazio deixado pelo plano naquela área seria preenchido, formando uma barreira à expansão da área urbanizada no entrono das Superquadras. O projeto ficou sob a responsabilidade de Burle Marx e a sua data é de 1961. Sobre esse Parque encontram-se desenhos publicados em livros e referências nas conferencias, no entanto, ele não foi construído e o seu espaço veio a ser

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ocupado posteriormente pelo Parque da Cidade. A comparação das figuras abaixo mostra que a área do parque sofreu uma grande ampliação. Nos seus limites encontra-se o Eixo Monumental, o bairro Asa Sul, o Setor de Industrias Gráficas, o bairro Cruzeiro Novo, o cemitério e posteriormente foi construído o bairro Sudoeste.

Figure 55: Comparação entre o Plano de Lúcio Costa e a implantação da cidade. Fonte: Tanuré, 2007.

De acordo com as fotografias dos anos 70 é possível observar a vegetação nativa ainda remanescente no local, o Reservatório de água da CAESB (existente até os dias de hoje) e um bosque de pinheiros utilizado como camping na época. Esta área também abrigou no início dos anos 70, o parque infantil Iolanda Costa e Silva (atualmente denominado Ana Lídia), onde se instalavam as atividades de lazer itinerantes que chegavam à cidade, como circos e parques de diversões.

Figure 56: O Eixo Monumental em 1970 e ao seu lado direito parte do Parque da Cidade. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.

Figure 57: A área do Parque da Cidade e o reservatório de água da CAESB ao lado direito da foto. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.

5.1.2 A área de implantação do Parque da Cidade

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Figura 58: Parque Iolanda Costa e Silva nos anos 70. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.

Figure 59: O bosque de pinheiros utilizado como camping em 1976 Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.

5.1.3 As origens do Parque da Cidade Até a segunda metade da década de 1970 não haviam sido implantadas duas grandes áreas de lazer previstas pelo Plano de Brasília. Nesse período, uma noticia do Jornal Correio Braziliense de 04 de outubro de 1975 chama a atenção para a carência de opções de lazer em Brasília. De acordo com a notícia, a população da cidade era de cerca de 800 mil habitantes, 52% dos quais constituídos de jovens com menos de 20 anos de idade e que não tinha muitas opções

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de lazer, além de alguns clubes situados às margens do Lago Paranoá. As opções para as crianças eram consideradas por essa noticia ainda mais precárias por causa da falta de parques infantis devidamente estruturados e com condições de atender bem aos 250 mil jovens situados na faixa etária de 0 a 14 anos (TANURÉ, 2007). Na época, o governador Elmo Serejo Farias demonstrou preocupações em relação à mal administração do setor cultural. Ele pretendia ocupar a faixa jovem da população por meio da implantação de centros de lazer, quadras de esportes e parques. Como as atividades de lazer e itinerantes estavam se desenvolvendo de forma satisfatória, o Departamento de Turismo (DETUR), juntamente com o Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU), da antiga Secretaria de Viação e Obras, propuseram a criação do Parque Municipal de Recreação naquele local. Essa proposta foi posteriormente analisada e aprovada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). O início das obras do Parque Recreativo de Brasília foi anunciado a partir do projeto elaborado pela Secretaria de Viação e Obras do DF. O secretário de Viação e Obras da época justificava a criação do parque afirmando que Brasília carecia de locais de encontros, lazer para todas as idades, e de um programa de espaços turísticos que servisse tanto ao habitante quanto ao turista com variados tipos de diversões como meio de integrar a população. Assim, a criação do parque era considerada de interesse público.

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Conforme notícia publicada no ano de 1975, a Secretaria de Viação e Obras reuniu Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx para a criação do Parque Recreativo de Brasília e, apesar de o projeto criado pela mesma Secretaria não ter sido implantado, permaneceu o seu programa de atividades, que foi posteriormente desenvolvido pelo escritório de Burle Marx (TANURÉ, 2007). De acordo com a referida publicação, o planejamento urbanístico foi executado por Lúcio Costa, os edifícios e alguns equipamentos do Parque foram entregues à Oscar Niemeyer, que fez estudos preliminares e encarregou o desenvolvimento dos projetos ao arquiteto Glauco Campello, e o paisagismo ficou sob a responsabilidade da empresa Burle Marx & Cia Ltda. Em 1997, considerado já consolidado o Parque da Cidade como principal parque público de lazer e recreação desta área central do Conjunto Urbanístico de Brasília, estabeleceu-se a denominação de Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek em homenagem à mulher do presidente Juscelino Kubitschek, que iniciou a construção de Brasília.

5.1.4 As características do projeto Burle Marx escreveu um texto que se encontra publicado na Revista Cadernos Brasileiros da Arquitetura, no qual ele apresenta as características gerais do projeto do Parque. Este artigo constitui-se em um registro único, já que a equipe não elaborou um memorial do projeto. Para o maior entendimento das explicações do texto, encontra-se uma imagem do painel do projeto apresentado na Bienal de Veneza no ano de 1978 e a planta do projeto executivo.

Figura 62: Planta do projeto executivo. Fonte: Tanuré, 2007.

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Figura 60: Inauguração. Fonte: Arquivo Público 1978.

Figura 61: Placa de inauguração. Fonte: Arquivo Público 1978. "

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uma valiosa lição para os futuros usuários. Terão a oportunidade, assim, de verificar, na prática, no decurso da obra, o custo, o trabalho e o tempo envolvidos na implantação de um bosque, no desenvolvimento de uma muda, ou na simples manutenção de um canteiro. (MARX, 1978, p.30)

Figura 63: Planta apresentada na Bienal de Veneza em 1978. Fonte: Tanuré, 2007.

1- Introdução Dotar uma cidade de um parque das dimensões e riqueza do parque recreativo de Brasília é, sem duvida, um empreendimento ambicioso, cuja realização envolvera os esforços e a dedicação de muitos profissionais, por longo período de tempo. A verdadeira feição do parque só surgira apos anos de trabalho, como que num lento amadurecimento daquilo que administradores, entidades e os mais diversos técnicos souberem hoje criar. Mas, muito embora gostássemos de ver o parque já em funcionamento pleno, entre à população, acreditamos que a possibilidade de presenciar a implantação poderá acarretar

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O autor considera a criação do Parque como um grande projeto onde será necessário a ajuda e de dedicação de muitos. E deixa claro que na sua inauguração, ele não estará completamente implantado apresentando todas as suas características. 2- Zoneamento Numa extensão de aproximadamente 400 hectares suceder-se-ão equipamentos sociais e de lazer, agrupados segundo um critério de tipos de atividades. Assim temos: 1) A área destinada à administração e controle do parque. A ela se anexa um série de equipamentos de recreação coletiva, cuja utilização mais intensa foi prevista para o período das chuvas. 2) A área da Feira dos Estados, de programação especifica, e cuja ligação com o restante do parque é circunstancial. 3) e 4) Envolvendo-o parcialmente foram projetadas a zona do lago a zona cultural. Essa duas constituem

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uma unidade maior devido à ligação das atividades nelas previstas. Entretanto a presença marcante da agua em uma delas, a sugere também usos diversos, justifica separação. 4) Como ultima zona a considerar temos, no extremo oposto ao da administração, a zona esportiva.

conjunto, sugere um constante fluir entre as possibilidades de uso coletivo e particular. A vegetação distribuída segundo este critério, demarcando as diversas áreas de uso, conduzindo a vista a objetivos comuns, ou criando surpresas aos que percorrem lentamente, pela diversificação das perspectivas.

Embora a setorização acima descrita se justifique tanto pelos seus aspectos operacionais como para assegurarem um maior conforto aos usuários, o parque não devera por isso se desmembrar em zonas estanques. O projeto paisagístico, de um lado, e a concepção do sistema viário, de outro, virão assegura sua integridade tanto visual como funcional.(MARX, 1978, p.30)

3.1 – Como afirmamos acima, a vegetação terá papel preponderante não só na caracterização geral do parque, mas também na sua adequação ao uso intenso que se lhe propõe. Nesse sentido a amenização do clima seco e quente da região, a criação de sombra suficiente para o conforto dos usuários, a proteção do solo exposto, por meio de cobertura adequada, são as medidas básicas a serem tomadas. Outras, de caráter estético e cultural se somam a elas de forma a definir a solução plástica final. (MARX, 1978, p.31)

No decorrer deste trabalho será melhor explicado a divisão dos parques em zonas.

3.1.1 – Manutenção da vegetação atual 3 – Projeto paisagístico Visou proporcionar a cidade, carente nesse sentido, uma área de lazer de dimensões correspondentes à sua grandeza e ao seu caráter. Não nos referimos aqui apenas à extensão do território do parque, mas à própria concepção dos diversos ambientes, que ora permitem grandes concentrações e intenso convívio, ora sugerem atividades mais calmas, contemplativas e individualizadas. Ambas são exigências do viver urbano, O espaço, quando visto em

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A área do parque já apresenta, ao menos parcialmente, uma cobertura vegetal, típica do cerrado. Pretende-se conservar essa vegetação de porte, a não ser que a instalação dos equipamentos, só sistema viário, ou outro fator relevante exijam sua remoção. Manter-se-ão, assim, ao menos em parte, ou em unidades esparsas, formação características da paisagem regional. Mas isso acorrerá sempre de forma a não ir em detrimento da função.

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Após um levantamento, a partir de fotos aéreas e verificação in loco, as áreas atualmente arborizadas que apresentem características adequadas serão submetidas a um regime rigoroso de preservação. Serão visadas tanto as espécies arbóreas como a vegetação de sub-bosque, de forma que o conjunto não perca seu caráter. A ausência de agressões (como queimadas, derrubadas, etc.) fará com que essas espécies se desenvolvam com suas potencialidades plenas, e que possa, inclusive, abrigar a fauna característica da região. Tais reservas, após sua identificação, deverão substituir as plantas especificadas no projeto, na área por elas ocupadas. (MARX, 1978, p.32) 3.1.2 – Diversificação da vegetação Embora a flora regional apresente características a justificarem plenamente a sua manutenção, as exigências do projeto fizeram surgir, a seu lado uma vegetação que melhor atendesse a problemas específicos como criação de bosques, sombreamento, etc. As árvores do cerrado, de folhagem reduzida em parte do ano, são inadequadas para os fins acima citados e são problemáticas em termos de transplante. Embora não se queira eliminar esse ritmo vegetativo tão peculiar à feição regional, devemos, a bem do usuário, criar também áreas que apresentem uma continuidade condições ambientais. Para esse fim escolhemos espécies de folhagem perene. Os ambientes assim criados, não sofrendo

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modificações tão radicais no período seco, assegurarão um índice mais continuo de frequência ao parque (a criação do lago, pelo volume de agua represada, será outro fator a contribuir para maior amenização do clima da região). Outros fatores, como a diferenciação de ambientes, a criação de marcos visuais, a demarcação mais acentuada de certos trajetos, contribua para esse partido de diversificação. (MARX, 1978, p.32) Burle Marx deixa claro a importância da vegetação na configuração dos ambientes do Parque, tanto é que esse possui inúmeras espécies diferentes em sua composição. Além disso, ele demonstra preocupação com o conforto térmico e ambiental dos usuários do Parque, utilizando a vegetação para ajudar na questão climática da cidade de Brasília. E também há uma preocupação em manter, sempre que possível, a vegetação nativa mesclando com a inserção de novas espécies. 3.2 – O sistema viário Um anel externo, asfaltado, liga o parque ao tráfego urbano, abrindo-se a este em quatro pontos, em diferentes zonas do parque (administrativo, feira dos estados, esportes e zona cultural). Esse anel, embora tenha vias separadas de entrada e saída em cada um desses quatro pontos, dentro do parque se transforma em via única, de largura de 14 metros (4 pistas). O carro particular, ao percorrer o anel em busca do

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seu destino será deixado no estacionamento mais próximo a este. O restante do trajeto poderá ser percorrido a pé, havendo também a alternativa de utilização do coletivo do parque Dessa forma, os veículos particulares utilização apenas a periferia da área – tanto para circulação como parqueamento, sem jamais cruzá-la. (MARX, 1978, p.32) Internamente a este anel foi traçada a via de tráfego do parque propriamente dito, interligando os diversos equipamentos, e conectando-se com o anel periférico por meio da localização dos pontos de parada, junto aos estacionamentos. Um conjunto de trenzinhos se incumbirá do transporte interno do parque. Esse caminho, ao percorrer as diversas unidades e ambientes do conjunto, tornar-se-á, ele próprio, uma forma de lazer. Outras unidade terão percurso menores (também circulares), diminuindo assim o tempo em busca de equipamentos específicos (o primeiro anel menor circulara entre as zonas de esportes e cultural, o segundo ligara esse ultima à Feira e ao lago, enquanto o terceiro conectará às duas à zona administrativa). A pavimentação prevista é o asfalto, da mesma forma que do anel externo. (MARX, 1978, p.35) Os caminhos de pedestres formarão, no interior desse duplo anel. A trama a interligar os equipamentos e os ambientes diversos, naturais ou construídos. É ao longo dessas trajetórias sinuosas, ramificadas, que os usuários encontrarão as diversas áreas de estar, piquenique, churrascos, gaiolas cercadas e protegidas pela vegetação.

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A pavimentação especificada em principio para as vias de pedestre e para as diversas áreas que elas se ligam é um concreto magro, utilizando a argila vermelha (material local) como argamassa. Conforme o resultado dos testes realizados com esse material, a especificação será retificada, ou, no caso negativo, indicar-se-á outro material de acordo com a maior funcionalidade e acessibilidade de custo. Nota: Será necessário dotar o parque de um sistema adequado de sinalização que não se restrinja às vias de transporte, mas dando também orientação segura aos pedestres. Da mesma forma, cuidar da comunicação visual para todo o conjunto. (MARX, 1978, p.35) Segundo Burle Marx, a circulação interna do Parque deveria se integrar com a circulação externa, conectando o Parque à cidade. A pista do trenzinho conectaria todos os equipamentos do Parque pois a intenção era fazer com que os usuários estacionassem o carro nos estacionamentos e se deslocassem na área interna por meio do trenzinho e dos percursos dos pedestres. Esses percursos de pedestres deveriam ser bem sinalizados para o melhor deslocamentos dos mesmos.

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Figura 64: Trenzinho na pista interna do parque. Fonte: Arquivo Público 1978.

5.1.5 O zoneamento A ideia do zoneamento funcional proposta no projeto inicial da Secretaria de Viação e Obras prevaleceu e deveria predominar a facilidade de acesso, a possibilidade de uso constante dos equipamentos e a separação entre as atividades de maior movimento de outras que exigiam espaços isolados para seu funcionamento. O princípio de zoneamento de atividades determinou a criação de diversos setores no Parque que abrigariam equipamentos como um clube com um conjunto aquático, kartódromo, pista para bicicletas, restaurantes, área para churrasco, fonte luminosa, circo, enfim, uma diversidade de atrações para o público da cidade. O projeto apresentado pela empresa do arquiteto Burle Marx, como mencionado anteriormente, dividiu o

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parque em cinco zonas funcionais: zona administrativa; zona da feira; zona do lago; zona cultural; e zona esportiva. Na zona administrativa foi previsto o funcionamento da administração do parque e espaços para orientação e atendimento ao visitante, ambulatórios e áreas de recreação coletiva. A zona de feira foi prevista para abrigar áreas para consolidação de eventos que já ocorriam de forma dispersa pela cidade, tais como, Festa dos Estados, Festa das Nações, etc. Na zona do lago, previu-se a criação de um lago, em dois níveis, para aproveitar o desnível existente no local. Este seria circundado por áreas de estar e de piqueniques. Foram projetadas ilhas com restaurante e outras com plantas aquáticas. Em outras porções do lago foram previstas destinações para atividades mais recreativas, como barcos e pedalinhos. Na zona cultural foi prevista área para uma grande praça com restaurante e ripado, envolvida por um colar de áreas para estar, piqueniques, churrasqueiras, escadas d’água, repuxos e lagos. A Praça das Fontes, como foi denominada, foi proposta para ser o coração do parque, o local de encontro e convívio. A moldura da praça se completaria por meio do ripado ligando restaurante e lanchonete, concebido em um único conjunto, e pela vegetação de porte, prevista para o entorno imediato da praça. Por ultimo, a zona esportiva foi dividida em três setores, de acordo com as características das atividades

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esportivas: área para atividades de hipismo; área de jogos coletivos – futebol, bocha, tênis, quadras de múltiplo uso, conjuntos de piscinas, etc; e área de campos de aeromodelismo e lago para modelismo naval.

Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Distrito Federal (NOVACAP). Entretanto, objetivando a redução de custos e a diminuição de prazos de execução, algumas diretrizes de projeto foram sendo modificadas pelo governador Elmo Serejo, além da não execução de alguns espaços propostos no projeto. Devido à esses problemas internos, a inauguração do Parque não aconteceu na data prevista e sua entrega efetiva ocorreu no dia 11 de outubro de 1978.

Figura 65: Projeto original do Parque da Cidade mostrando as cinco zonas funcionais propostas. Fonte: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

5.1.6 O projeto e sua implantação A construção das vias do Parque já haviam sido iniciadas no ano de 1974. Em 1975, as obras foram retomadas pela

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Figura 66: Praça das Fontes no dia da inauguração. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.

Originalmente a área do Parque totalizava, aproximadamente, 400 hectares, além da área do reservatório da CAESB. Eram quatro acessos, o do Eixo

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Monumental, outro perto do Setor de Gráficas (SIG) e outros dois na via W5 sul. A pista que circulava o trenzinho contava com dezesseis paradas com banheiro público. Entre os equipamentos de lazer e cultura havia o Pavilhão de Brasília que abrigaria a Feira dos Estados e próximo a ele a Fonte Sonora (hoje desativada). Além disso, a Praça das Fontes, a piscina de ondas, a área do lago, churrasqueiras e equipamentos esportivos.

Figura 67: A piscina com ondas em funcionamento. Fonte: Barcellos, 1999.

Figura 68: Pedalinhos em funcionamento na área do lago. Fonte: Barcellos, 1999.

Entretanto, seis meses após a sua inauguração, foi publicado um texto de autoria de Burle Marx no Jornal de Brasília, no qual ele se diz indignado com o tratamento que os órgãos oficiais dispensaram à sua obra, deturpando o caráter original e por não cumprirem que estava especificado em contrato quanto ao detalhamento da mesma (TANURÉ, 2007).

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6. O Parque da Cidade hoje 6.1 Legislação e delimitação do lote O Parque da Cidade constitui um dos principais espaços de uso público componentes da escala bucólica de Brasília. Está situado na Asa Sul do Plano Piloto e ocupa quase toda a extensão desta asa. Embora o parque esteja consolidado, até hoje está pendente a regulamentação de seus limites físicos. Esse processo de delimitação da poligonal do parque, no entanto, está em fase de conclusão, por meio do projeto de urbanismo URB 36/2008 a ser aprovado, em breve, por decreto governamental. A área poligonal do parque da Cidade totaliza em 394,28 Ha. A segunda questão é que, não obstante haver o projeto de paisagismo do arquiteto e paisagista Roberto Burle Marx, que propõe um zoneamento do parque, estruturado pelo paisagismo, e definido pelas funções básicas de lazer, esporte, recreação e cultura, não há parâmetros de uso e ocupação do solo que orientem e ordenem os espaços físicos, as atividades e edificações do parque. Pequena exceção faz-se à área da CAESB (180126,99m2), endereçada como SRPS Área R-2. Este lote está contido na área do Parque da Cidade e seus parâmetros de uso e ocupação estão estabelecidos nas Normas de Edificação, Uso e Gabarito - NGB 120/99.

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De modo geral, a inexistência de normatização para o parque dificulta sua gestão e a concretização de propostas para responder a novas demandas, dada a intensificação de sua utilização pela população nos últimos anos.

Neste trabalho resgatou-se a logomarca existente do Parque da Cidade mostrada na figura abaixo. Sua figura principal é uma árvore com um sol na parte de cima e as cores azul e verde são utilizadas para fazer referência ao verde do parque e ao azul do céu.

Figura 71: Logomarca do Parque da Cidade. Fonte: Administração do Parque.

6.2 Usuários Atualmente, o Parque da Cidade possui por volta de 340.000 usuários por semana (Revista VEJA). Nos finais de semana, essa quantidade é intensificada. O público-alvo são famílias com crianças, pessoas que praticam esportes individualmente ou com grupos esportivos, pessoas que frequentam os eventos e shows promovidos e os que frequentam os restaurantes e outros serviços ali oferecidos. Em geral, os usuários usufruem das principais atividades realizadas na área, são elas: lazer contemplativo; Figura 69 e 70: Localização do Parque da Cidade no Plano Piloto. Fonte: SICAD e Google Earth.

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prática de esportes; lanches e alimentação; shows e eventos. E são eles crianças, jovens, adultos e idosos.

Figura 72: Usuários na pista interna do Parque. Fonte: http://noticias.uol.com.br/ e http://globosa.blogspot.com.br/

A área do Parque da Cidade possui seis acessos de carro, podendo os mesmos ser utilizados por pedestres e ciclistas, além de treze estacionamentos. Um anel externo corresponde à via de circulação de veículos para tráfego interno do parque, como para as interligações urbanas. Os principais acessos à área se dão pela 901 Sul, 907 Sul, 911Sul, Setor Sudoeste e dois acessos pelo Eixo Monumental. Atualmente, outro acesso pela 912/13 Sul está em processo de construção.

6.3 Acessos

N Figura 74: Acesso 907 Sul. Fonte: autora.

Figura 75: Acesso 901 Sul. Fonte: autora.

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! Figura 73: Acessos de carro. Eixo Monumental (2), 901 Sul, 907 Sul, 911 Sul, Setor Sudoeste. Fonte: Google Earth adaptado pela autora.

Figura 76: Acesso Eixo Monumental (saída). Fonte: autora.


O ônibus não é a principal forma de acesso do público visitante, pois estes não são permitidos a entrada no parque. Com isso, caso o visitante acesse a área com ônibus, é preciso descer no Eixo Monumental, na W3 Sul ou no Sudoeste e prosseguir o trajeto à pé ou de bicicleta. Visto que o parque é muito utilizado como um “atalho” para pessoas que vão da Asa Sul para o Setor Sudoeste e para o Eixo Monumental, o fluxo nos horários de pico (pela manhã cedo e final de tarde) são intensos.

Figura 77: Acesso Eixo Monumental (entrada). Fonte: autora."

É notável que o transporte priorizado na área é o carro. Entretanto existem aproximadamente trinta acessos para pedestres e ciclistas, sendo alguns em sua maioria, improvisados e em péssimas condições de pavimentação e arborização.

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Figura 78: Acesso Sudoeste. Fonte: autora.

Figura 81: Acessos de pedestres e ciclistas. Fonte: Google Earth adaptado pela autora.

Figura 79: Acesso 911 Sul. Fonte: autora.

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Figura 80: Acesso em processo de construção na 912/13 Sul. Fonte: autora. 43! 43!


Figura 82: Acesso em frente ao bar Pirraça sem a pavimentação adequada. Fonte: autora.

Figura 83: Acesso próximo à 907 Sul sem arborização adequada. Fonte: autora.

Figura 86: Acesso próximo ao SIG em péssimas condições. Fonte: autora.

Figura 87: Acesso próximo ao Sudoeste e à parada de ônibus. Fonte: autora.

6.4 Condicionantes climáticas

Figura 84: Acesso próximo à 901 Sul. Fonte: autora.

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Figura 85: Acesso próximo à Torre de Televisão. Fonte: autora.

Para melhor compreender as condicionantes climáticas no local do projeto, deve-se compreender o clima de Brasília, o tropical de altitude. Caracterizado por duas estações bem definidas, apresenta um verão quente e chuvoso e um inverno seco e relativamente frio. Os meses mais críticos são julho, quando esfria, setembro, quando a umidade é mais baixa, e dezembro, com os maiores índices de chuva. Os ventos predominantes, de característica seca, têm origem leste, ainda que no período das chuvas predominem os ventos úmidos de origem noroeste. No que diz respeito à área do parque, com relação à vegetação, nota-se a presença de árvores nativas do cerrado. É necessário chamar atenção para o fato de existir

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grandes áreas com solo natural exposto e a predominância de gramíneas. Visto que não há sombreamento na maioria das áreas mais utilizadas pelos usuários fazendo com que a vegetação não exerça um papel amenizador do clima seco e quente da região. Um condicionante importante é a presença de um grande corpo d’água, o Lago do Parque da Cidade, que contribui para amenizar o clima local.

7. Mapa para o uso do Parque da Cidade O mapa desenvolvido possui o tamanho de um folha A3 e é dividido em duas partes principais, frente e verso. A parte da frente contém o mapa em si com seus pictogramas mostrando as atividades existentes no Parque. A legenda é dividida para explicar os usos que o Parque possui e também informações gerais de estações de metrô, acessos voltados para o carro, para os pedestres, as estações de bicicleta do Itaú, ou seja, informações mais gerais à respeito do entorno com a área. A parte do verso possui algumas fotos para mostrar ao usuário o que acontece no Parque. Além de informações à respeito da localização do Parque na cidade de Brasília e quais são os principais meios que o usuário possui para acessar a área. Além disso, faz referência às zonas do Parque do projeto original de Burle Marx. As figuras abaixo mostram o mapa.

Figura 88: Foto área mostrando a vegetação no Parque da Cidade. Fonte: Jornal da Comunidade.

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Figura 89: Mapa para o uso do Parque da Cidade. Fonte: autora.

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Acontece no Parque...

O PARQUE E A CIDADE Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek Torre de TV

Garotas andando de pa ns na pista interna do Parque.

Centro Hípico.

Congresso Nacional

Por: Camila Abrão

Área verde do Parque u liza-­‐ Playground dentro do Carrei-­‐ da para fazer pique-­‐nique. ra Kart.

N Este trabalho é produto da matéria Ensaio Teórico da Universidade de Brasí-­‐ lia. Foi desenvolvido pela aluna Camila Lima Abrão com a orientação do profes-­‐ sor Caio Frederico e Silva.

Quiosques de massagem.

ZONAS DO PARQUE Zona Espor va Zona da Feira Zona Administra va Fes val Soul Brasília ocorreu Espaço de estar com bancos na Praça das Fontes. na Praça das Fontes.

É um documento orienta vo com o intuito de potencializar o uso do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek locali-­‐ zado em Brasília. Aproveite!

Usuário u lizando a bicicleta Ponto de Encontro Comunitá-­‐ do Itaú disponível em pontos rio (PEC) com equipamentos de ginás ca. próximos ao Parque.

Quer contribuir com o mapa? Escreva para: mapadoparque@gmail.com Zona Cultural

Zona do Lago

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Uma das 16 estações com banheiros públicos.

Duchas em frente à adminis-­‐ tração do Parque.

Figura 90: Mapa para o uso do Parque da Cidade. Fonte: autora.

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8. Referências COSTA, Lúcio. Relatório do Plano Piloto. LEITÃO, Lúcia (org.). As praças que a gente quer. RecifePE: Prefeitura de Recife, 2002.

Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Programa de pesquisa e pós-graduação, 2007. TERRA, C.G. (Coord.); VASCINCELLO V.M. (Apres.); ANDRADE, R. TRINDADE,J.A. da; BENASSI, A. H. Arborização: ensaios historiográficos. Rio de Janeiro: EBA/UFRJ, 2004.

MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. São Paulo, 1999. MACEDO, Silvio Soares; ROCHA, Fábio. Praças Brasileiras. Editora da Universidade de São Paulo, 2003. MACEDO, Silvio Soares; Site Quapá. Quadro do Paisagismo. http://www.quapa.fau.usp.br/quapa_desenv/default.htm. SCALISE, W. Parques Urbanos – Evolução, projetos, funções e uso. Revista Assentamentos humanos, 1, p17-24, 2002. SILVEIRA, John. Parque Urbano: Sustentabilidade e um Processo de Construção Social. http://www.caugo.org.br/?p=5184, 2013. TANURÉ, Joana Dias. O projeto de paisagismo de Burle Marx e equipe para o “Parque da Cidade” em Brasília/DF.

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8.1 Figuras Figura 1: Google. Disponível em: http://agentegostaassim.blogspot.com.br/2012/09/parqueda-cidade.html. Acessado em 18/11/2014. Figura 2: Google. Disponível em: http://palazzovictoria.com/ Acessado em 30/09/2014. Figura 3: Google Disponível em: http://lilliverdi.blogspot.com.br/ Acessado em 30/09/2014. Figura 4: Google. Disponível em: http://flores.culturamix.com/ Acessado em 30/09/2014. Figura 5: Google. Disponível em: http://capitaldocerrado.wordpress.com/ Acessado em 30/09/2014. Figura 6: Disponível em AutoCad e adaptado pela autora. Acessado em: 18/11/2014.

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Figura 7: Apêndice I feito pela autora com o programa Excel. Acessado em: 30/09/2014. Figura 8: Disponível em AutoCad e adaptado pela autora. Acessado em: 18/11/2014. Figura 9 a 14: Disponível em www.pinterest.com. Acessado em 18/11/2014. Figura 15 a 30: Disponível em www.pinterest.com. Acessado em 18/11/2014. Figura 31: Disponível em AutoCad e adaptado pela autora. Acessado em: 18/11/2014. Figura 32 a 48: Disponível em: www.wikimapia.org. Acessado em 30/09/2014. Figura 50: Apêndice II feito pela autora com o programa Excel. Acessado em: 30/09/2014. Figura 49, 51 e 52: Questionários respondidos pelos Alunos de Estudos Ambientais Bioclimáticos, 2/2014 da FAU/UnB.. Acessado em 18/11/2014. Figura 53: Disponível em: www.thenounprojects.com. Acessado em 18/11/2014. Figura 54 e 55 : Disponível em: Tanuré, Joana Dias. O projeto de paisagismo de Burle Marx e equipe para o “Parque da Cidade” em Brasília/DF. Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Programa de pesquisa e pósgraduação, 2007. Acessado em 18/11/2014. Figura 56 a 61: Disponível em Arquivo Público do Distrito Federal. Acessado em 18/11/204. Figura 62 e 63: Disponível em: Tanuré, Joana Dias. O projeto de paisagismo de Burle Marx e equipe para o “Parque da Cidade” em Brasília/DF. Universidade de Brasília, Faculdade

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de Arquitetura e Urbanismo, Programa de pesquisa e pósgraduação, 2007. Acessado em 18/11/2014. Figura 64: Disponível em Arquivo Público do Distrito Federal. Acessado em 18/11/204. Figura 65: Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Acessado em 30/09/2014. Figura 66: Disponível em Arquivo Público do Distrito Federal. Acessado em 18/11/204. Figura 67 e 68: Disponível em: BARCELLOS, Vicente. Os Parques como Espaços Livres Públicos de Lazer: o Caso de Brasília. Tese de Doutorado, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo. São Paulo, 1999. Acessado em 18/11/2014. Figura 69 e 70: Disponível em SICAD e Google Earth. Acessado em 30/09/2014. Figura 71: Disponível na Administração do Parque da Cidade. Acessado em 18/11/2014. Figura 72: Disponível em: http://noticias.uol.com.br/album/2013/05/30/conheca-abrasilia-real-da-musica-faroeste-caboclo.htm e http://globosa.blogspot.com.br/2011/08/limpa-brasil-chegabrasili.html. Acessado em 18/11/2014. Figura 73: Disponível em Google Earth e adaptado pela autora. Acessado em: 18/11/2014. Figura 74 a 80: Fotos tiradas pela autora no dia 16/11/2014. Figura 81: Disponível em Google Earth e adaptado pela autora. Acessado em: 18/11/2014. Figura 82 a 87: Fotos tiradas pela autora no dia 16/11/2014.

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Figura 88: Google. DisponĂ­vel em: http://comunidade.maiscomunidade.com/. Acessado em 30/09/2014. Figura 89 e 90: Mapa para uso do Parque desenvolvido pela autora. Acessado em 18/11/2014.

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Este trabalho é produto da matéria Ensaio Teórico da Universidade de Brasília. Foi desenvolvido pela aluna Camila Lima Abrão com a orientação do professor Caio Frederico e Silva. É um documento orientativo com o intuito de potencializar o uso do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek localizado em Brasília. Aproveite! Quer contribuir com o mapa? Escreva para: mapadoparque@gmail.com


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