Comentário bíblico efésios elienai cabral

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maneira: esses versículos formam um todo. No verso 8, Cristo, "subindo ao alto" com os lauréis de sua vitória, é capacitado, pelo seu triunfo, a dar dons à Igreja. Mas no versículo 9, diz que Ele (Cristo) "antes havia descido às partes mais baixas da terra", indicando o seu triunfo na terra, debaixo da terra e em cima, no Céu. Três domínios e conquistas totais, ou seja: o mundo dos homens (a Terra); o mundo dos espíritos dos homens mortos (Hades ou Seol) debaixo da terra, que não é sepultura, e o mundo da habitação de Deus (o Céu). Voltando ao verso 8, o texto diz: "subindo ao alto" (depois de ter descido) "levou cativo o cativeiro". Que cativeiro é esse, realmente? Entendo que esse cativeiro representa os poderes que estavam sob o domínio de Satanás, como seja: o pecado, a morte e o inferno. O pecado está sob o domínio de Cristo porque Ele o quitou, livrando o homem da condenação (Rm 3.23; 6.23). Pela aceitação da obra da cruz, o pecado não tem mais domínio sobre o crente fiel (Rm 6.14). Jesus se fez pecado por nós (Hb 9.15) e cravou o pecado na cruz. A morte perdeu o domínio da sepultura porque Cristo ressuscitou poderosamente dentre os mortos. A ação da morte no crente está contida: ela só pode alcançar seu corpo material, nunca sua alma e espírito. O inferno perdeu seu domínio sobre o crente. O inferno é a habitação de espíritos e almas das pessoas que morrem. Antes da vitória no Calvário, o inferno recebia bons e maus, justos e injustos, mas separados por um abismo. Os justos ficavam no paraíso (descanso), e os ímpios, num lugar de tormento. Mas Jesus, pela sua vitória na cruz, trasladou o paraíso para o Alto (a presença de Deus), e hoje o inferno só recebe os ímpios, porque não há mais um paraíso "nas partes mais baixas da terra". A João, na ilha de Patmos, Jesus confirmou sua vitória, proclamando: "Eu sou o primeiro e o último; e o que vivo e fui morto; mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno" (Ap 1.17,18). Ter domínio sobre a morte e o inferno significa que a morte tem poderes limitados e pode apenas tocar no corpo do crente, pois sua alma e espírito são conduzidos à presença de Deus. O poder da morte eterna não atingirá o crente, mas apenas o ímpio. O inferno jamais terá poder sobre o crente em Cristo, porque quando o crente morre fisicamente, seu corpo desce à sepultura, mas sua alma e seu espírito sobem à presença de Deus. A morte do crente, depois da obra expiatória de Cristo, representa a vitória sobre o pecado, sobre a morte eterna (que é um estado consciente) e sobre o inferno. Na realidade, a morte física, para o crente, representa a sua conquista maior, isto é, o clímax da redenção! Pela vitória de Cristo, Ele recebeu o poder de conceder dons à sua Igreja, como veremos a seguir. 6. OS DONS ESPECÍFICOS PARA A UNIDADE DA IGREJA — 4.11 A palavra "dom" significa dádiva, e quando se trata de "dons de Cristo" refere-se às dádivas concedidas à Igreja, as quais a enriquecem e fortalecem a sua unidade através dos crentes. Esse direito divino de conceder "dons" representa os lauréis da vitória de Cristo e o direito pleno de Ele conceder dons à sua Igreja. 6.1. A distinção dos dons ministeriais — v. 11 "E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores". Na mente de Deus não há uma hierarquia ministerial seguindo uma ordem de valor, pois não teria sentido então a unidade do corpo. 0 destaque de uma função não representa uma posição mais importante que outra. Paulo fez questão de ensinar isso à igreja de Corinto com essas palavras: "Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo?" (1 Co 12.14,15). Os versos 17 e 18 aclaram ainda mais o texto de


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