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Projetos de CGHs trazem sérios riscos à saúde do rio Pardo

Não. Essa palavra resume a opinião de especialistas quanto às investidas de empresas do setor hidrelétrico para introduzir geradores de energia elétrica no rio Pardo. O consenso de que o rio não pode ser alvo de novass interferências tornou-se público durante o 1o. Fórum de Preservação do Rio Pardo, realizado pela prefeitura municipal de Santa Cruz através de sua Secretaria de Meio Ambiente.

Entre os palestrantes, a unanimidade foi bastante clara, assim como os argumentos apresentados pelos especialistas de diversos campos de atuação: o promotor de Meio Ambiente, Vladimir Brega; o presidente do Sindicato de Proprietários Rurais, Antonio Consalter; o acadêmico e maior estudioso da bacia do Rio Pardo, Prof. Dr. Edson Piroli; o ambientalista e gestor hídrico Luiz Carlos Cavalchuki; o secretário de Meio Ambiente do município, Cristiano Miranda; e o prefeito da cidade, Diego Singolani.

No auditório montado no salão da ACE-Santa Cruz, um público formado por cerca de 50 pessoas, congregou boa parte do secretariado do município, imprensa, entidades, empresários e pessoas interessadas em saber como o rio Pardo pode ser preservado. Dentre eles, empresários rurais que estão recebendo propostas de compra e de sociedade para a implantação de CGHs – Centrais Geradoras Hidrelétricas – que aparentemente seriam inofensivas às corredeiras do rio, mas implicam em grandes interferências, inclusive com efetivo desmatamento de áreas nativas e essenciais ao rio, que necessariamente terão que ser repostas pelos proprietários rurais em atendimento à lei que determina uma pequena, mas fundamental área de mata nativa em cada propriedade.

O consenso entre as autoridades, proprietários rurais presentes e especialistas no assunto soou como um grande alívio para os que se dedicam a manter o tema em pauta e a agir em defesa das águas do rio Pardo através da ONG que nomeia e lidera o Movimento pelo Rio Pardo Vivo.

Representou também um incentivo para que novas medidas sejam tomadas, já que o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, vetou por completo o Projeto de Lei 198/17, de autoria do deputado estadual Ricardo Madalena, alegando total inconstitucionalidade na proibição estadual da instalação de novas PCHs no rio Pardo, como a que acabou sendo construída em Águas de Santa Bárbara nos últimos anos.

Diante deste cenário onde é evidente o risco que qualquer nova interferência, de qualquer porte, representa para o rio Pardo e para todas as suas utilidades, incluindo além do abastecimento às populações, o seu uso na agricultura, na indústria e no comércio, além de seu potencial turístico, o momento pede a busca de soluções junto às autoridades da esfera federal, o que será feito com apoio do prefeito de Santa Cruz e sua equipe gestora, e também dos edis que compõem a Câmara Municipal da cidade, que tradicionalmente apoia ações de defesa do rio.

Também se pretender informar autoridades, empresas e populações urbanas e rurais de toda a região para que ajam em defesa da preservação do rio Pardo. Para tanto nos valemos desta nova edição do Especial SOS Rio Pardo Vivo e de mantermos abertos canais de comunicação da ONG e de ativistas que se dedicam há mais de uma década a trabalhar para que as o rio Pardo continue correndo com suas águas fartas e limpas por toda a a sua extensão.

Boa leitura!

O evento de Santa Cruz promoveu a aproximação entre produtores rurais que possuem terras à beira do rio Pardo e ambientalistas, como o Prof. Dr. Piroli (centro), que trocou informações e se dispôs a atender às demandas de análise de Paulo Fernandes Menegazzo (à esquerda) e de seu filho Paulo Sérgio, proprietários da área onde fica a queda conhecida como Saltão do Menegazzo

Flávia Rocha Manfrin editora 360 e agente do Movimento pelo Rio Pardo Vivo