Revista Empresa Brasil 129

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Empresa

Brasil

Ano 13 l Número 129 l Abril de 2016

Crise impõe mudanças no perfil do profissional de vendas

CONFEDERAÇÃO ENSINA O CAMINHO DA GERAÇÃO DE RECEITAS PARA AS ENTIDADES


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB TRIÊNIO 2016/2018 PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro (AC) 1º VICE-PRESIDENTE Jésus Mendes Costa (RJ) VICE-PRESIDENTES Alencar Burti (SP) Emílio César Ribeiro Parolini (MG) Ernesto João Reck (SC) Francisco de Assis Silva (DF) Guido Bresolin (PR) Itamar Manso Maciel Júnior (RN) Jussara Pereira Barbosa (PE) Kennedy Davidson Pinaud Calheiros (AL) Olavo Rogério Bastos das Neves (PA) VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL) VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves (SC) VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS Rainer Zielasko (PR) DIRETOR–SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer (TO) DIRETOR FINANCEIRO Jonas Alves de Souza (MT) CONSELHO FISCAL TITULAR Amarildo Selva Lovato (ES) Valdemar Pinheiro (AM) Wladimir Alves Torres (SE) CONSELHO FISCAL SUPLENTE Domingos Sousa Silva Júnior (MA) Ubiratan Silva Lopes (GO) Pedro José (TO) CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Neiva Suzete Dreger Kieling (SC) CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Fernando Fagundes Milagre SUPERINTENDENTE DA CACB Juliana Kämpf GERENTE ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO César Augusto Silva COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR DA CBMAE Eduardo Vieira COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antônio Bortolin COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL fróes, berlato associadas EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes Cyntia Menezes Erick Arruda SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: Adem Araújo da Silva Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Guido Bresolin Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Jussara Pereira Barbosa Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: Nonato Altair Marques Pereira Rua Eliéser Levy, 1122 Bairro Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-083

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Av. Senador Álvaro Maia, 2166 Sala 01 – Praça 14 de Janeiro Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.020-210 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: Francisco de Assis Silva Quadra 01, Área Especial 03, Lote 01 – Setor Industrial Bernardo Sayão Cidade: Núcleo Bandeirante/DF CEP: 71735-167 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Amarildo Selva Lovato Av. Nossa Senhora dos Navegantes, 955. Ed. Global Tower, sala 713, 7° andar - Bairro: Enseada do Suá - Cidade: Vitória - CEP: 29.050-335 Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110 Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco - São Luís CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Alfredo Zamlutti Júnior Rua Piratininga, 399 – Jardim dos Estados Cidade: Campo Grande CEP: 79021-210 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Emílio César Ribeiro Parolini Av. Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-003 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Fábio Lúcio de Souza Costa Avenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203 Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua Visconde de Inhaúma, 134 - Grupo 505 - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.091-007 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Ricardo Russowsky Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Cícero Alves de Noronha Filho Rua Pio XII, 1061, Pedrinhas, 1º andar, Sl 01 Cidade: Porto Velho CEP: 76801-498 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: Joaquim Gonçalves Santiago Filho Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Ernesto João Reck Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Alencar Burti Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Wladimir Alves Torres Rua José do Prado Franco, 557 - Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE George Teixeira Pinheiro

A propósito do pessimismo

A

matéria de capa desta edição de Empresa Brasil traz uma verdadeira lição para os dias de hoje, em que enfrentamos uma daquelas crises cujo desfecho é impossível prever. Enquanto grande parte dos empresários brasileiros reclama da retração da economia, uma parcela de empreendedores prefere acreditar no investimento profissional, convictos de que, para concretizar bons negócios, é preciso ter ótimos vendedores. Uma pessoa proativa, como se sabe, enxerga longe e antecipa-se aos problemas, agindo para contorná-los antes mesmo que apareçam os primeiros sintomas. É uma qualidade de grande valor no mundo corporativo, mas não só nele. Essa energia derivada das pessoas consideradas proativas, palavra que também pode significar a capacidade de se recuperar diante da má sorte ou das mudanças como essas que estamos enfrentando no Brasil de hoje, remeteu-me a outra matéria desta edição. Em meio a uma das conjunturas mais conturbadas da História do nosso país, vamos comemorar, neste ano, mais um recorde de safra. A produção de grãos estimada para a safra 2015/2016 deve chegar a 211 milhões de toneladas, o que representa um salto de 1,5% sobre a safra anterior. Mas tem mais. O Brasil já é hoje o maior exportador mundial de café, cana de açúcar, laranja e tabaco. Além disso, desde 2003 passou a ser também o 1º em soja, frango e carne bovina. E é o 3º em produção de frutas e de milho. Esse é só o início de um enorme caminho. Segundo estimativas de especialistas, o Brasil deverá ultrapassar os Estados Unidos, como a maior potência agrícola do mundo, em 2020. Esse enorme potencial do Brasil também se verifica em outras áreas. O país foi o quarto colocado no ranking mundial de expansão de potência eólica em 2014. O nosso potencial eólico está estimado em 140.000 MW, o que deve atrair grandes investimentos. O mesmo ocorre na energia solar. O índice de radiação solar do Brasil é um dos mais altos do mundo. A agroenergia é responsável por 32% da energia ofertada no Brasil, o que coloca o país na liderança mundial do setor. Quase 48% do total de energia ofertada são obtidos de fontes renováveis, como a biomassa, a energia hidroelétrica e os biocombustíveis. A situação brasileira destaca-se no cenário internacional, pois 85% da energia consumida no mundo vêm de fontes não renováveis, que se encontram na natureza em quantidades limitadas e se extinguem com a utilização. Uma vez esgotadas, as reservas não podem ser regeneradas. Exemplos disso são o petróleo, o gás natural e o carvão mineral. Esses dados relacionados acima refletem apenas alguns segmentos em que o país se destaca, mas servem para comprovar que o Brasil tem futuro, sim. É preciso acreditar. Não se trata de um otimismo sem fundamento. Mas de uma constatação de que, com pessoas proativas, temos tudo para nos constituirmos em uma grande Nação. Com tudo isso, é possível ser pessimista?

George Teixeira Pinheiro, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Abril de 2016

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ÍNDICE

22 COMÉRCIO

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

20 PROGERECS

Uma pessoa proativa, como se sabe, enxerga longe e antecipase aos problemas, agindo para contorná-los antes mesmo que apareçam os primeiros sintomas. É uma qualidade de grande valor no mundo corporativo, mas não só nele.

Confederação ensina o caminho de geração de receitas próprias às entidades.

5 PELO BRASIL 26 COMÉRCIO EXTERIOR

CACB mobiliza Federações a fim de ampliar número de associados.

12 INTERNACIONAL

26 COMÉRCIO EXTERIOR

O programa AL-Invest 5.0 foi oficialmente apresentado em 10 de março, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia), nas instalações da Cainco, entidade coordenadora do projeto.

Brasil deve marcar passo nas exportações deste ano, com queda de 1%.

Banco do Brasil anuncia ampliação de agências exclusivas para as MPEs.

17 CONJUNTURA

EXPEDIENTE

Taxa de desemprego deve superar 11% em 2016.

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24 CBMAE

Crise econômica provoca reciclagem no ofício de vendas.

14 FINANÇAS

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Sergey Nivens/fotolia.com Revisão: Press Revisão Colaboradores: Cyntia Menezes, Rosângela Garcia, Tagli Padilha e Erick Arruda. Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Orby Gráfica Editora Com. Dist. Ltda.

Cada vez mais brasileiros perdem o medo de comprar pela internet.

Convênio da CBMAE-SP com TJSP para ampliação da Rede irá permitir a qualquer ACE do estado instalar um Pace em sua sede.

8 CAPA

28 AGRONEGÓCIO

22 COMÉRCIO

18 ECONOMIA Analistas preveem recuo no PIB e queda na arrecadação.

28 AGRONEGÓCIO Setor dribla a crise e bate novo recorde em 2016.

30 LIVROS Na onda da inovação, Bruno Perin aborda a revolução das startups.

31 ARTIGO Enquanto uns choram, outros agem. Por Luan Marin.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Startups de serviços são as que mais atraem investidores


PELO BRASIL

CACB mobiliza Federações a fim de ampliar número de associados Em reunião com presidentes, diretores e colaboradores da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), foram predefinidas algumas diretrizes, como a missão, visão e valores da entidade. A partir disso, o presidente George Pinheiro pretende mobilizar as Federações para que atuem mais ativamente em seus estados. Além disso, a CACB também se fará mais presente na vida do empresariado. Entre as pautas discutidas, foram mencionados a necessidade de aumentar o número de associados para fortalecer a capilaridade da CACB e o aprimoramento da receita da entidade. “Precisamos definir metas factíveis e desafiadoras. A CACB tem um enorme potencial, e vamos aproveitá-lo de forma eficiente e inteligente. Para isso, todos precisam participar”, mobilizou Pinheiro.

Presidente George Pinheiro lançou desafio durante reunião em Brasília

Entidade participa de simpósio sobre varejo e shopping centers A fim de debater abertamente as adversidades que permeiam o varejo em shopping, a Associação Brasileira de Logistas de Shopping (ALSHOP) promoveu o 1º Simpósio Nacional de Varejo e Shopping. “Nossa intenção é criar um plano de ação para os próximos 10 anos, de forma a profissionalizar, desburocratizar e fortalecer,

ainda mais, o varejo de shopping. É um projeto de interesse comum”, esclarece Nabil Sahyoun, presidente da entidade. O encontro reuniu presidentes e diretores de redes de varejo, empreendedores e diretores de shoppings e autoridades públicas envolvidas com o setor varejista. George Pinheiro, presidente da

CACB, participou do evento que discutiu, entre outros temas, as perspectivas da indústria de shopping, a internacionalização de marcas brasileiras e o papel do governo na retomada do crescimento. O Simpósio ocorreu de 31 de março a 3 de abril, no Conrad Punta Del Este Resort & Casino, no Uruguai.

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PELO BRASIL

Empreender inicia implantação de núcleos em municípios gaúchos O estado do Rio Grande do Sul deu seu pontapé inicial para o Projeto Empreender, parceria da CACB com o Sebrae, em fevereiro, nas cidades de Pelotas e Vacaria. Em março, as cidades de Caxias do Sul e Farroupilha também tiveram lançamento local. Em breve, as cidades de Lajeado e Santiago também terão o projeto lançado. Os municípios contemplados com a participação no Empreender apresentaram projetos para implantar cinco núcleos setoriais da cadeia produtiva local, com aporte financeiro para sua implantação em até 18 meses. Após a formação dos grupos, os próprios integrantes elaborarão um planejamento estratégico que definirá as ações prioritárias a serem implantadas de forma coletiva. As reuniões dos grupos devem ocorrer quinzenalmente, com monitoramento de indicadores e análise de resultados.

Lançamento do programa em Pelotas

Empreender foi lançado em Vacaria

CACB estuda a criação de Câmara de Comércio Internacional Nos planos de ação da CACB, constam a criação da Câmara de Comércio Internacional e a mobilização das Federações para realizar o 11º Congresso Mundial de Câmaras de Comércio (World Chambers Congress – WCC), em 2019, evento promovido pela International Chamber of Commerce (ICC).

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Empresa Brasil

“Ao trazer esse evento para o Rio de Janeiro, abriremos as portas para muitas oportunidades aos empresários de nosso país. Por isso, precisamos fortalecer a imagem do Brasil e aumentar as chances de sediar o evento em 2019”, disse George Pinheiro, presidente da CACB.

Assunto foi discutido em reunião de planejamento entre Federações e CACB


Campanha da Federaminas distribuirá R$ 700 mil em prêmios A campanha “Um sonho de Natal” de 2016 terá premiação estadual no total de R$ 700 mil: uma casa no valor de R$ 300 mil e cinco carros na faixa de R$ 80 mil cada um, todos através de certificados de ouro. A campanha, promovida pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), acontecerá entre 1º de novembro deste ano e 8 de janeiro de 2017. O sorteio, via internet, ocorrerá no fim de janeiro. Essas foram as principais decisões tomadas em reunião dos coordenadores do projeto nas associações comerciais, com o presidente da Federaminas, Emílio Parolini, e o superintendente de Negócios, Ricardo Lacerda.

Emílio Parolini, presidente da Federaminas O encontro na sede da entidade, em Belo Horizonte, destinou-se ao balanço da campanha realizada em 2015 e aos primeiros acertos com vistas à promoção neste ano.

Sistema CACB apoia instituições que investigam crimes de corrupção Apreensivas com os graves acontecimentos nacionais e preocupadas com os desdobramentos da crise política brasileira, a CACB, as Federações das Associações Comerciais dos Estados Brasileiros e as Associações Comerciais do Brasil posicionam-se favoravelmente ao rigoroso processo de apuração contra a corrupção que assola o país, conduzido pelo Ministério Público, pela Polícia Federal e pelo Supremo Tribunal Federal, na Operação Lava Jato. “A CACB acredita na necessidade de responsabilizar os culpados e valorizar a transparência de gestão, em todos os níveis”, diz George Pinheiro, presidente da entidade, em nota divulgada à imprensa.

Comissão analisa proposta do novo Código Comercial A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta do novo Código Comercial (PL 1572/11) debateu, em 5 de abril, as sugestões recebidas para o parecer do relator-geral, deputado Paes Landim (PTB-PI). O projeto de lei, do deputado Vicente Candido (PTSP), tem por objetivo sistematizar e atualizar a legislação sobre as relações entre pessoas jurídicas. Um dos pontos mais relevantes do texto é a permissão para que toda a documentação empresarial seja mantida em meio eletrônico, dispensando-se o uso de papel. George Pinheiro, presidente da CACB, defende que o comércio precisa de liberdade e modernização para funcionar bem. “As leis precisam se atualizar conforme a evolução da sociedade. A lei atual data de 1850. Precisamos usar a tecnologia a nosso favor.”

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CAPA

Crise econômica provoca reciclagem no ofício de vendas

Emparedadas pela queda do nível de atividades, empresas buscam no mercado profissionais com perfil proativo, ao mesmo tempo em que investem em funcionários com capacidade comercial

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Empresa Brasil

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nquanto grande parte dos empresários brasileiros reclama da retração da economia, uma parcela de empreendedores parece ter encontrado um caminho diferente para superar a crise. Em busca da fórmula secreta para alavancar as vendas, um dos caminhos pode ser o investimento profissional. É isso mesmo! Eles acreditam que, para concretizar bons negócios, é preciso ter ótimos vendedores. Para isso, buscam no mercado de trabalho os melhores executivos de vendas. Isso tudo porque, na maioria das empresas, nenhuma área é tão exigida quanto o Departamento de Vendas, sempre cobrado por mais e mais resultados. Nada mais natural, uma vez que, sem um fluxo contínuo de

novas negociações, nenhuma empresa consegue sobreviver. E se o cenário continua com investimentos menores e mais controle financeiro, o cargo de executivo de vendas está, segundo a assessora de carreiras da Catho, Juliana Pereira, entre as profissões mais procuradas no mercado atual. “E esta procura se deve ao fato de que muitas empresas visam a alcançar e superar suas metas”, avalia e explica que este profissional tem papel importante para atingir o sucesso nos negócios. “É imprescindível para as organizações buscar novas formas de realizar vendas”, completa a assessora. Para o empresário cearense e consultor de marketing Paulo Angelim, as condições adversas do mercado es-


Paulo Angelim: “Especialistas em vendas ‘que fazem a diferença’ estão sendo disputados a peso de ouro” tão cumprindo o natural processo de depuração dos profissionais. Ele, que também é palestrante no Brasil e em Portugal sobre motivação e vendas, e autor de diversos livros sobre o assunto, acredita que os executivos da área estão sendo colocados à prova. “A crise está separando os profissionais que perpetuam na mesmice daqueles que são criativos e audazes”, defende. Angelim afirma ainda que os especialistas em vendas “que enxergam na crise a oportunidade de fazer a diferença estão sendo disputados a peso de ouro”. E garante que isso acontece porque eles conseguem fazer mais com menos. “Pelo conhecimento que detêm, pelo rico arsenal de casos e soluções estudados que acumulam, pela experiência e pelo aprendizado com o erro dos outros, eles enxergam mais longe”, avalia. PROFISSIONAIS QUALIFICADOS E se houve um tempo em que a profissão de vendedor exigia pouco em função da escassez de recursos, a crescente crise econômica brasileira dá indícios claros que o mercado ago-

ra exige o especialista. O profissional com características específicas para atrair e reter o cliente é a menina dos olhos de todo empresário. A assessora de carreiras da Catho, Juliana Pereira, destaca que, diante do cenário econômico que o país enfrenta, as organizações buscam atingir as metas e os resultados esperados, que se tornam cada vez mais agressivos. “Tudo isso motiva as empresas a buscarem profissionais com capacidade de negociação, capazes de explorar novos mercados, pensando estrategicamente na venda e necessidades dos clientes”, afirma. Anna Cherubina, professora e coordenadora acadêmica do Curso Analista RH da Fundação Getulio Vargas (FGV/RJ), compartilha da mesma opinião. E acrescenta que, para atuar na área, o profissional deve ter a clareza de que o seu ambiente de trabalho não é no interior de uma loja. “Aguardar os clientes baterem à porta não é mais o melhor caminho. É preciso ter estratégias para seduzir os compradores”, aconselha e lembra ainda que o desafio do executivo de vendas está cada vez maior em função do desmoronamento do mercado provocado pela atual crise econômica. Conforme Anna, que também é consultora e assessora em Gestão Estratégica de Pessoas em empresas, para ter sucesso é preciso ter ainda intimidade com a tecnologia. “Usála como aliada é fundamental para se desenvolver ações de marketing digital criativas e atraentes“, comenta. Ela sugere que o profissional deve reunir também conhecimento para elaborar estratégias específicas, com vistas aos desejos dos consumidores.

Qualificações desejadas: ■ ■ ■

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Proatividade Qualificação Bom relacionamento interpessoal Simpatia e cordialidade Comunicação Paciência Ser persistente, nunca insistente Buscar a produtividade e prezar pela qualidade Desenvolver parcerias Zelar pela autoestima Promover informação Realizar um bom atendimento a clientes Buscar a realização de metas.

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO

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CAPA

“É preciso estar atento às inovações” Ao mesmo tempo em que a crise acelera o desemprego no país e diminui o poder de compra dos brasileiros, faz crescer a busca por empregos no setor de varejo. Muitos candidatos com pouca ou nenhuma experiência em vendas procuram no comércio uma oportunidade para recolocação no mercado de trabalho, ainda que, para isso, seja preciso deixar de lado a formação profissional de origem. Hoje, não é difícil encontrar veterinários, engenheiros, arquitetos, preparadores físicos e educadores promovendo vendas, observa a especialista da FGV Anna Cherubina. No entanto, ela alerta que, para se obter bons resultados, é preciso conhecer o produto, manter um bom relacionamento interpessoal e apostar no dom da negociação. “É essencial uma boa apresentação e uma linguagem adequada para cada atendimento”, enfatiza. A assessora de carreiras da Catho, Juliana Pereira, também adverte que, para conquistar esta oportunidade, é necessário que o profissional seja mais que um simples vendedor. “É necessário desenvolver a capacidade de negociação e de convencimento. Além disso, é preciso se aperfeiçoar e ficar cada vez mais atento às inovações e às tendências do mercado”, recomenda. Da mesma forma, o consultor de marketing Paulo Angelim explica que, muitas vezes, as pessoas não têm perfil, vocação e nem expectativa para o cargo. “Acham até que

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Empresa Brasil

O vendedor que só vendia é um modelo esgotado; hoje, ele é responsável pelo desenvolvimento do negócio

Tempos de penúria exigem a incorporação da matéria comercial em todos os graus para enfrentar o mercado


“Sem cursos específicos na área, a carreira de executivo de vendas é dominada geralmente por profissionais de comercial e marketing” Anna Cherubina, coordenadora acadêmica do Curso Analista RH da FGV ser vendedor é um desvio de rumo ou destino da existência. Já aqueles que se descobrem nas vendas e a enxergam como profissão nobre que move as economias capitalistas, esses avançam e fazem a diferença”, aponta. De acordo com Angelim, os mercados são cíclicos. “Não é o mais forte que se destaca, mas o mais rápido em se adaptar às novas condições”, completa, indicando que é neste ponto que os executivos se sobressaem e garantem as melhores oportunidades. TENDÊNCIAS E OPORTUNIDADES Sem cursos específicos na área, a carreira de executivo de vendas, segundo a coordenadora acadêmica do Curso Analista RH da FGV, Anna Cherubina, é dominada geralmente por profissionais de comercial e marketing. Contudo, muitos especialistas em vendas em atuação

no mercado se descobriram por vocação e cresceram, garantindo lugares de destaque. E o salário é atrativo, ainda que seja variável e dependa das características de cada produto e do percentual em comissões negociado. Conforme levantamento feito por Anna, o salário parte de R$ 3,5 mil, nas empresas de pequeno porte, podendo alcançar R$ 4,3 mil (nas médias empresas) a R$ 5 mil, nas grandes corporações. E embora seja um mercado amplo e cheio de oportunidades, a assessora de carreiras da Catho, Juliana Pereira, pondera que, dentre as características essenciais para se dar bem, estão ter capacidade de negociação, carisma, persuasão, entusiasmo e determinação. “Para o candidato a este cargo, é indispensável ter o conhecimento do mercado em que vai atuar, entender o produto oferecido e o desejo do cliente”, explica. Abril de 2016

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INTERNACIONAL

Objetivo do Al Invest 5.0 é reduzir a pobreza ao incentivar a produtividade das micro, pequenas e médias empresas

CACB selecionará ACEs para habilitação ao Al Invest 5.0 Aumentar a produtividade e competitividade das MPEs e conectar empresas, por meio das ACEs, são as principais metas do programa

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iderando a participação brasileira, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) irá selecionar cerca de 40 Associações Comerciais e Empresariais (ACEs) de diferentes regiões do país para atuarem no projeto. A entidade assumiu 30% das metas a serem alcançadas e é responsável por 56 ações, que devem ser executadas nos próximos quatro anos. Lançado em 10 de março, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, o Al Invest 5.0 já se encontra em fase de execução. Ao lado de 10 organizações internacionais, a CACB é vencedora do

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Empresa Brasil

consórcio que irá atuar em 18 países da América Latina, com o fim de contribuir para a redução da pobreza ao incentivar a produtividade das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) e promover seu desenvolvimento sustentável. Para George Pinheiro, presidente da CACB, participar do Al Invest 5.0 “é um passo muito importante para o reconhecimento de nossa entidade pela Comissão Europeia”. Entre as metas gerais estabelecidas, espera-se aumentar a produtividade e competitividade das MPEs, conectar empresas por meio das ACEs e reforçar a capacidade institucional das associações.

“Também pretendemos aprimorar o mercado de serviços de desenvolvimento empresarial na América Latina, implementar serviços de apoio ao empreendedorismo sustentável e criar uma plataforma de coordenação, integração e intercâmbio de experiências entre ACEs e entidades internacionais”, enumera Carlos Rezende, coordenador do Programa Empreender e responsável pela participação da CACB no Al Invest 5.0. Daniel Velasco, gerente da Cámara de Industria, Comercio, Servicios y Turismo de Santa Cruz (Cainco), entidade líder do consórcio, afirma que o programa deve beneficiar cerca de


27 mil empresas de diversas categorias, as quais deverão solicitar apoio financeiro por meio de uma câmara de comércio ou associação comercial. Jorge Arias, presidente da Cainco, destacou que o apoio da União Europeia chega em momento oportuno, tendo em vista a desaceleração econômica que arrebata diversos países. CONVOCATÓRIAS Financiado pela União Europeia, o Al Invest 5.0 prevê o lançamento de dois editais dos quais podem participar organizações públicas (locais, nacionais e regionais) ou organizações empresariais sem fins lucrativos. A primeira convocatória receberá propostas até 16 de maio deste ano. Podem participar entidades do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai, Venezuela, Honduras, El Salvador e União Europeia.

Reunião com delegação da União Europeia O presidente da CACB, George Pinheiro, e outros representantes da entidade reuniram-se com a delegação da União Europeia, em Brasília, para apresentar a participação da CACB no Al Invest 5.0. Pinheiro afirmou que a CACB é o sistema empresarial mais antigo do Brasil, presente em todos os municípios com mais de 60 mil habitantes. “O nosso diferencial é a tradição e a capilaridade. O Sistema CACB abrange empresários de todos os setores da economia, que se associam voluntariamente. Por isso e pelo poderio econômico do Brasil,

existe uma grande expectativa de liderança em nosso país no que diz respeito ao Al Invest.” Luiz Carlos Furtado Neves, vicepresidente da MPE na CACB, declarou que a entidade é uma das responsáveis pelo sistema que gera emprego, renda e capacitação. “Termos sido contemplados mostra que, embora não tenhamos propaganda, temos o know-how para apoiar e desenvolver as MPEs. O Al Invest 5.0 será um desafio, mas tenho certeza de que será também um sucesso, tendo em vista os nossos muitos anos de experiência.” Presidente da CACB, George Pinheiro, e o embaixador João Gomes Cravinho, chefe da delegação da União Europeia no Brasil

Confira mais informações no portal da CACB: www.cacb.org.br.

Cerca de 6.500 empresas se consolidaram no exterior No Al Invest 4.0, que durou de 2009 a 2013, mais de 23.700 empresas tiveram acesso a ferramentas de internacionalização, e quase 6.500 se consolidaram no exterior. O Al Invest 5.0 é a quinta edição do programa, sendo que, até a última, a Comissão Europeia já havia investido 60 milhões de euros. “Na quarta edição, houve três consórcios vencedores,

mas nesta quinta a Comissão Europeia preferiu contemplar um único consórcio na condição de ser integrado por pelo menos seis países”, esclarece Rezende. Na fase atual, será investido um total de 25 milhões de euros, sendo 10 milhões aplicados pelas entidades participantes e 15 milhões por entidades contempladas por editais na América Latina.

Na quinta fase do programa, serão investidos 25 milhões de euros

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FINANÇAS

Banco do Brasil anuncia ampliação de agências exclusivas para as MPEs Instituição está aprimorando a forma de se relacionar com as microempresas

E

m projeto pioneiro no país, o Banco do Brasil deverá contar, até o final do ano, com 50 agências exclusivamente dedicadas ao atendimento de micro e pequenos empresários. Atualmente, a instituição conta com 16. A primeira foi inaugurada em abril de 2012, em Campo Grande (MS). As agências possuem funcionários treinados nos produtos disponíveis para as MPEs, que fazem uma espécie de consultoria financeira para os empresários. Segundo Ilton Luís Schwaab, diretor da área de MPEs do Banco do Brasil, o objetivo é que os locais deixem de ser um espaço apenas para realizar transações e se tornem um ambiente de relacionamento com esses clientes. Em entrevista exclusiva à Empresa Brasil, Schwaab anunciou também a inauguração de 28 escritórios de negócios MPE. Até o final de 2016, o banco deverá operar com 32 escritórios que, entre outros benefícios aos clientes, contam com gerentes de relacionamento especializados em consultoria financeira. A seguir, leia os principais trechos da entrevista: Como o senhor vê o cenário econômico? É possível ter uma visão otimista, em especial para as MPEs? O Banco do Brasil acredita no potencial das micro e pequenas empre-

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Empresa Brasil


sas e na sua força geradora de empregos, renda e riquezas para o país. Ao longo dos anos, o segmento MPE vem evoluindo e passando por significativas transformações. O BB sempre se colocou ao lado dos empreendedores durante todo esse processo. E no momento atual, em que há desafios a novas janelas de oportunidade, não poderia ser diferente. O Banco do Brasil continuará a oferecer todo apoio às empresas, principalmente por meio da oferta de crédito aderente às suas necessidades, para que elas se desenvolvam e incrementem os seus negócios. O Banco do Brasil acredita que o trabalho conjunto realizado com as entidades representativas das micro e pequenas empresas, como a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), é fundamental para desenvolver o segmento. Por isso, reafirma a parceria com a CACB e com todas as entidades vinculadas à Confederação. Quais são as linhas de crédito que o BB dispõe para as MPEs? O Banco do Brasil dispõe de amplo portfólio de linhas de crédito que atendem às necessidades de capital de giro e financiamento de investimentos das micro e pequenas empresas (MPE). As taxas de juros variam conforme a linha de crédito, as garantias oferecidas pelo cliente e o nível de relacionamento do cliente com o BB, além de outras condicionantes. Quais são as linhas mais procuradas pelas MPEs? Ao final de dezembro de 2015, a carteira de crédito do Banco do Brasil com as micro e pequenas empresas

(MPE) atingiu saldo de R$ 93,6 bilhões. No BB, enquadram-se como clientes no segmento MPE as empresas com faturamento bruto anual de até R$ 25 milhões. As operações de capital de giro são as mais procuradas pelas micro e pequenas empresas, atingindo saldo de R$ 59,7 bilhões ao final de dez/2015. Esse volume representa quase 64% do saldo total da carteira de crédito MPE do BB. Quais são as garantias exigidas? As garantias exigidas podem ser reais ou pessoais, dependendo da linha de crédito contratada pelo cliente. Também podem ser oferecidos como garantia de empréstimos os títulos (cheques, duplicatas e faturas de cartões de crédito) representativos de vendas a prazo da empresa. Nas operações de capital de giro e de financiamento de investimentos com micro e pequenas empresas, os clientes podem utilizar o Fundo de Garantia de Operações (FGO) como complemento de garantias e para facilitar o acesso ao crédito. O FGO é um mecanismo que complementa em até 80% as garantias exigidas das pessoas jurídicas em empréstimos e financiamentos bancários, em especial as de micro e pequeno porte. Outro importante mecanismo para viabilizar a contratação de operações de financiamentos de investimentos é o Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe). Constituído com recursos do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Fampe também complementa em até 80% o valor das garantias necessárias à realização de operações com micro e pequenas empresas.

“O Banco do Brasil acredita que o trabalho conjunto realizado com as entidades representativas das micro e pequenas empresas, como a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), é fundamental para desenvolver o segmento” Ilton Luís Schwaab, diretor da área de MPEs do Banco do Brasil

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FINANÇAS O Banco do Brasil continuará a oferecer todo apoio às empresas, principalmente por meio da oferta de crédito aderente às suas necessidades, para que elas se desenvolvam e incrementem os seus negócios

Quais segmentos apresentam maior demanda por crédito entre as MPEs? É possível fazer uma análise a respeito? Historicamente, no segmento de varejo, as empresas ligadas ao comércio são as que mais demandam crédito no Banco do Brasil. Algum programa novo em 2016 para o setor das MPEs? Neste ano, o Banco do Brasil continuará ofertando suas soluções às MPEs. Listamos alguns diferenciais de mercado que BB oferece para o segmento. Bônus Parcela em Dia: com o benefício, os clientes que pagam em dia as prestações do seu empréstimo recebem de volta 10% do valor dos juros pagos, sendo creditado na conta-corrente no dia seguinte ao pagamento da prestação. O atributo é ofertado em duas das principais linhas de capital de giro. Em 2016, mais linhas de crédito passarão a contar com essa condição negocial.

Capital de Giro Linhas

Limites – R$

Prazos

BB Capital Giro Mix Pasep

Conforme o limite de crédito do cliente.

Até 24 meses, com até 90 dias de carência para pagar a 1ª parcela de capital.

BB Giro Rápido

Mínimo – R$ 1 mil. Máximo – até R$ 120 mil, observado o limite de crédito do cliente.

Em 24 parcelas, com até 59 dias de carência para pagar a 1ª parcela de capital.

BB Giro Empresa Flex

Mínimo – R$ 5 mil. Máximo – de acordo com o limite de crédito do cliente.

Até 36 meses, com carência de até 59 dias para pagar a 1ª parcela de capital.

BB Giro Empresa

Mínimo – R$ 10 mil. Máximo – de acordo com o limite de crédito do cliente.

Até 24 meses, com carência de até 4 meses para pagar a 1ª parcela de capital.

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Empresa Brasil

Qual é a fase do programa de agências para as MPEs? O projeto pioneiro do BB foi iniciado em 2012, com a inauguração de agência em Campo Grande (MS). Entre os diferenciais, estão agregados: ambientação diferenciada e especialização do atendimento. 16 unidades já foram inauguradas nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Piauí, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará e Santa Catarina. Até o final de 2016, a rede especializada deverá superar 50 unidades. E os Escritórios de Negócios MPE? O Banco do Brasil está aprimorando a forma de se relacionar com as microempresas. Já foram inaugurados quatro escritórios de negócios MPE em Brasília (DF), Campinas (SP), Joinville (SC) e Ribeirão Preto (SP). Até o final deste ano, outras unidades serão inauguradas, totalizando 32 Escritórios de Negócios MPE distribuídos no país. Apresentamos alguns benefícios oferecidos aos clientes: gerente de relacionamento especializado em consultoria financeira, com a utilização de ferramentas digitais; atendimento em horário ampliado, em dias úteis, das 8h às 18h, por telefone, e-mail, mensagem instantânea, chat e videochat; serviços expressos para transporte de documentos (courier); especialistas em investimentos, previdência, seguridade, empréstimos e financiamentos; realização de negócios, inclusive operações de empréstimos, por meio de ferramentas digitais, sem a necessidade de comparecer a uma agência BB.


Foto: Leandro Ribeiro Photography

A ABRIL/2016 20 6 – SEBRAE.COM.BR S A CO – 0800 570 0 0800

DIVERSIDADE DA PRODUÇÃO ARTESANAL NO BRASIL CRAB é inaugurado no Rio de Janeiro com a proposta de valorizar peças elaboradas por artesãos


C U LTU R A

CENTRO DE REFERÊNCIA DO ARTESANATO É OPÇÃO DE PROGRAMA NA OLIMPÍADA Brasileiros e estrangeiros que estiverem no Rio de Janeiro durante os Jogos poderão conhecer e comprar peças artesanais

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

O

Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), mais uma opção de lazer no coração cultural e histórico da capital carioca, foi aberto ao público no final de março com uma exposição sobre a abrangente produção artesanal brasileira. No primeiro dia de funcionamento, cerca de 200 pessoas passaram pelo CRAB, e a loja Brasil Original vendeu mais de R$ 7 mil em produtos. A mostra ficará em cartaz até 11 de setembro e promete ser mais um programa para os turistas nos intervalos dos Jogos Olímpicos. Os visitantes também poderão levar um pouco para casa, já que parte das peças da exposição está sendo vendida nessa loja. Durante a Olimpíada, o Sebrae também pretende viabilizar ônibus que transportem os turistas dos pontos dos Jogos e das instalações onde estarão os atletas, como a Vila Olímpica, para o CRAB. “Vamos facilitar o acesso dos turistas brasileiros

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EMPREENDER / SEBRAE

e estrangeiros ao CRAB para que eles conheçam o artesanato de todos os estados do país”, afirmou o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos. Diversidade Na inauguração, com curadoria de Adélia Borges e Jair de Souza, a exposição Origem Vegetal: a biodiversidade transformada apresentará cerca de 800 peças elaboradas por artesãos que atuam nas 27 unidades da Federação. A exposição tem como escopo os objetos feitos com matérias-primas de origem vegetal, derivados de plantas e árvores, tais como madeiras, palhas, sementes e resina. As tipologias de objetos selecionados incluem jogos americanos, luminárias, móveis, cestas, bolsas, talheres, joias, painéis decorativos, flores, brinquedos, tecidos, tapetes, almofadas, chapéus, mantas e esculturas. A lista de obras tem cerca de cem espécies vegetais que vêm sendo transformadas pelas mãos de nossos

Foto: Leandro Ribeiro Photography

Cerca de cem espécies vegetais vêm sendo transformadas pelas mãos dos artesãos brasileiros


artesãos, entre elas fibras vegetais de todos os tipos e texturas, sementes de várias cores e tamanhos, madeiras, borrachas. A pesquisa para a seleção das obras expostas envolveu uma vasta rede, com a participação dos gestores estaduais dos programas de artesanato do Sebrae. “A escolha dos objetos a serem expostos obedeceu a um critério de excelência, quebrando o paradigma da feira e do produto de baixo valor agregado para requalificar o artesanato num patamar mais alto”, destacou a diretora-técnica do Sebrae, Heloisa Menezes. As peças da exposição estão à venda por valores que variam entre R$ 30 e R$ 2 mil. A expectativa é que a loja (Brasil Original) gere R$ 1 milhão em negócios por ano. “Para impulsionar o artesanato brasileiro, é preciso ajudar o artesão a vender mais. O CRAB é o novo aliado dele, que terá um espaço para expor suas peças e comercializálas”, apontou Guilherme Afif Domingos. A mostra Origem Vegetal fica em cartaz até 24 de setembro. A entrada é gratuita.

Empreendedorismo A exposição traz um painel transversal da produção artesanal do país. Na seleção, predominam trabalhos de autoria coletiva, elaborados por cerca de 50 associações ou cooperativas artesanais, tanto rurais quanto urbanas, e por cerca de 20 etnias indígenas. Nessas comunidades espalhadas pelo Brasil, iniciativas marcadas pelo empreendedorismo e pela inovação social trazem um novo impulso ao desenvolvimento local. Além disso, estão expostos os trabalhos de 53 autores individuais, entre artesãos autônomos formalizados como Microempreendedores Individuais (MEI) e artistas. Entre eles, há mestres reconhecidos, tais como: Véio, de Sergipe; Cunha, de Pernambuco; Antônio de Dedé, de Alagoas; e Getúlio Damado, do Rio de Janeiro. O CRAB é um espaço idealizado pelo Sebrae para promover a exposição, conhecimento e comercialização do artesanato brasileiro e tem como objetivo reposicioná-lo no mercado, melhorando a percepção do potencial consumidor em relação ao artesanato e possibilitando sua ampliação no acesso ao mercado. E Foto: Leandro Ribeiro Photography

A mostra é mais uma opção de lazer na capital carioca e ficará em cartaz até 11 de setembro deste ano

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SU P OR TE

PEQUENOS NEGÓCIOS SERÃO ORIENTADOS A PROTEGER PATENTES, MARCAS E INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS Acordo de cooperação será válido por três anos

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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m março, o Sebrae e o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) firmaram um Acordo de Cooperação Técnica, válido por três anos, com o objetivo de ampliar o acesso à proteção de patentes e ao registro de marcas e de indicações geográficas. O presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, e o presidente do INPI, Luiz Otávio Pimentel, assinaram acordo na Associação Comercial do Rio de Janeiro. “Registrar uma marca ou proteger uma patente é uma segurança a mais para o empreendedor, que, em meio à selva burocrática para montar o seu negócio, muitas vezes se esquece ou considera desnecessário resguardar o nome da empresa ou a sua invenção”, avalia Afif Domingos. Por sua vez, Pimentel ressalta que a propriedade industrial pode representar um diferencial competitivo fundamental para que os novos negócios ganhem espaço no mercado. Os pedidos de patentes entre MEI, microempresas e empresas de pequeno porte representaram 11% do total dos

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EMPREENDER / SEBRAE

pedidos depositados por residentes no Brasil em 2015, um crescimento de 8,7% em relação ao ano anterior. Já os mais de 64 mil pedidos para registro de marcas de pequenos negócios representaram quase 50% do total de solicitações de residentes no ano passado, mas esse número tem potencial para crescer, principalmente com o tratamento diferenciado definido pelo INPI para o exame prioritário para pequenos negócios. O objetivo geral do acordo é tornar os pequenos negócios mais competitivos e inovadores, estimulando o desenvolvimento de tecnologias e o uso das informações tecnológicas contidas em patentes. O plano de trabalho para os três anos de acordo de cooperação prevê o desenvolvimento do selo brasileiro de Indicação Geográfica, além da produção de guias, catálogos e cartilhas, entre outros materiais de divulgação sobre propriedade industrial. Eles serão usados para orientar as micro e pequenas empresas sobre o uso desses ativos para alavancar seus negócios e capacitar o Sebrae no tema da propriedade industrial. E

Foto: Leandro Ribeiro Photography

Tornar os pequenos negócios mais competitivos e inovadores é o objetivo geral do acordo


OR IENTAÇ Ã O

GUIA DE FARMÁCIAS TRAZ DICAS PARA TER SUCESSO NO SEGMENTO Cartilhas elaboradas pelo Sebrae foram lançadas em feira do setor farmacêutico, em Curitiba (PR)

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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Sebrae esteve presente na 12ª edição da Abradilanfarma, maior feira do setor farmacêutico do país , que aconteceu no mês de março, em Curitiba (PR). No estande da instituição, onde os empresários do segmento receberam orientação, foram lançadas três cartilhas que compõem o guia de farmácias, elaboradas especialmente para ajudar os donos de pequenos negócios a solucionar problemas rotineiros dessas empresas. Em 2013, o Sebrae elegeu o segmento de drogarias e farmácias como área prioritária para atendimento no comércio e esta será a primeira vez que a instituição participa de um evento do setor farmacêutico. A Abradilan (Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos) foi a feira escolhida por ter seu público composto principalmente por donos de farmácia – segmento formado basicamente por micro e pequenas empresas (90%). Atualmente, existem no Brasil 70,5 mil farmácias e drogarias.

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Conteúdo A primeira cartilha apresenta os direcionamentos necessários para entender como funciona o setor de farmácia e drogaria, além dos aspectos legais e fiscais dos negócios desse segmento. O segundo guia explica como acontece o gerenciamento por categoria e ensina como o empreendedor pode implementá-lo. Trata-se de uma ferramenta desenvolvida para apoiar o processo de tomada de decisão dos empresários, visando estruturar, planejar e avaliar as estratégias definidas no plano de negócios, o que pode otimizar os investimentos tanto em estoque quanto em publicidade e na melhoria do relacionamento com clientes, trazendo bons resultados econômico-financeiro e operacional. No terceiro documento, é possível encontrar ações para potencializar a comercialização de produtos vendidos em farmácias e drogarias. O objetivo da publicação é orientar empreendedores a utilizar as melhores ferramentas de marketing estratégico para o segmento. E

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CERCA DE 90% DO SEGMENTO DE FARMÁCIA É COMPOSTO POR MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

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TEC N OL OG I A

STARTUPS DE SERVIÇOS SÃO AS QUE MAIS ATRAEM INVESTIDORES 97% dos investidores buscam startups do setor para formar carteira de investimentos

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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s startups do setor de Serviços são aquelas que mais atraem aporte financeiro dos investidores, principalmente as que atuam nos segmentos de educação, tecnologia e saúde. Essa é uma das informações reveladas por uma pesquisa inédita realizada pelo Sebrae em São Paulo, que desvenda alguns segredos da relação entre esses novos empreendedores e aqueles que investem seus recursos em um negócio de risco, conhecidos como “anjos”. O estudo “Lado A e Lado B – Startups” mostra que 97% dos investidores buscam startups de Serviços para formar sua carteira de investimentos. Em seguida, os setores mais procurados são Comércio (50%), Indústria (47%) e Agronegócio (23%). Em relação aos segmentos, os preferidos são educação (alvo de 30% dos investidores), tecnologia (30%), saúde (27%), transporte/mobilidade urbana (20%) e serviços financeiros (17%). A maioria dos investidores (80%) procura startups já em fase de operação, mas 63% também declararam buscar empreendedores na ideação, ou seja,

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EMPREENDER

ainda estruturando seu negócio. Sobre o valor dos investimentos, os aportes variam de R$ 50 mil a R$ 3 milhões. A pesquisa confirma que existe uma busca mútua no mercado entre empreendedores e investidores, mas a percepção dos pontos fracos no relacionamento muda de acordo com o lado: empreendedores apontam a interferência dos investidores no negócio como a principal queixa; os investidores, por sua vez, citam as dificuldades do dia a dia e a falta de comprometimento dos empreendedores. “O que os une é a perspectiva de ter retorno financeiro no negócio, mas o investidor quer ver engajamento e proatividade para ter confiança na startup. O empreendedor dessa área deve ser um ‘caçador de respostas’, alguém proativo, que está sempre atrás de soluções”, afirma Renato Fonseca, gerente de Acesso à Informação e Tecnologia do Sebrae em São Paulo. Descrição A pesquisa também faz um perfil do ecossistema das startups. Em geral, os empreendedores são jovens (média de

33 anos) e têm alto grau de escolaridade; os investidores não chegam a ser de uma geração distante: a média de idade deles é de 41 anos. Quase metade (48%) dos empreendedores tinha emprego antes de iniciar a startup; depois disso, 73% passaram a dedicar seu tempo integralmente a ela. Foram entrevistados 113 empreendedores de startup, representando o Lado A, e 36 investidores/apoiadores, responsáveis pelo Lado B da relação. Todos atuam no estado de São Paulo, e as entrevistas (quantitativas e qualitativas) foram feitas entre setembro e novembro de 2015. A íntegra da pesquisa também identificou pilares do ecossistema e os principais desafios para implementar uma cultura empreendedora entre donos de startups no Brasil. E

Veja a versão completa da pesquisa aqui.

INFORME SEBRAE Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Robson Braga de Andrade. Diretor-Presidente: Guilherme Afif Domingos. Diretora Técnica: Heloísa Guimarães de Menezes. Diretor de Administração e Finanças: Luiz Barretto. Gerente de Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo.


CONJUNTURA

Taxa de desemprego deve superar 11% em 2016 Se, em 2015, o país teve taxas de desemprego recordes, com mais de 8 milhões de desempregados, este novo ano será pior, com taxa de desemprego batendo os dois dígitos

A

taxa de desemprego no Brasil disparou e fechou o ano passado em 8,5%, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). A taxa de desocupação média de 8,5% representa um salto em relação à de 2014, que foi de 6,8%. Também é a maior desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou, em 2012, a fazer essa pesquisa que inclui dados de todos os estados brasileiros. Oito milhões e seiscentas mil pessoas estavam à procura de um trabalho no ano passado. São quase dois milhões de pessoas a mais: um aumento de 27% no número de desempregados em um ano. Se, em 2015, o país teve taxas de desemprego recordes, com mais de 8 milhões de desempregados, este novo ano será pior, com taxa de desemprego batendo os dois dígitos. A previsão é do economista Fabio Giambiagi, chefe do Departamento de Gestão de Risco de Mercado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para o economista, os trabalhadores irão sentir ainda mais o efeito da crise econômica em 2016. “Vai ultrapassar os 10%”, sobre a taxa de desemprego medida pelo IBGE. Se a alta se confirmar, esta seria a maior taxa de desemprego já regis-

Em números absolutos, a população desocupada no país, mas à procura de emprego, chegava a nove milhões ao final de 2015

trada pelo IBGE. Contudo, Giambiagi pondera um ponto fundamental: a PME (Pesquisa Mensal do Emprego) vai parar de ser divulgada pelo IBGE, substituída inteiramente pela Pnad Contínua, iniciada em 2012. Até 2015, as duas pesquisas eram publicadas, sendo que a Pnad, na média histórica, sempre divulgou uma taxa mais elevada que a PME. “Enquanto a PME daria uma taxa de desemprego entre 9% e 10% em 2016, a Pnad daria entre 11% e 12%.” Mesmo assim, o percentual é bem preocupante. No terceiro trimestre de 2015, a taxa de desemprego medida pela Pnad ficou em 8,9%.Em números absolutos, a população desocupada no país, mas à procura de emprego, chegava a nove milhões de

pessoas. Se a taxa subir para 12%, serão aproximadamente 12 milhões de desempregados. “Nível de dois dígitos é um elemento muito emblemático.” O desemprego tem avançado a níveis históricos por conta da delicada situação econômica no Brasil. Fatores como inflação, juros altos, dólar valorizado diante do real, confiança dos consumidores e empresários, além da queda de investimentos no país, influenciam o índice. Um exemplo simples: com a inflação alta, o consumo das famílias tende a cair e, portanto, a produtividade de uma empresa também, para a produção se equilibrar com a oferta. Se a empresa produz menos, ela vai ter lucro menor e, consequentemente, cortar empregos. Abril de 2016

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ECONOMIA

Analistas preveem recuo no PIB e queda na arrecadação De imediato, para corrigir a situação fiscal e evitar um cenário mais desastroso, é necessário realizar a Reforma Previdenciária, depois a tributária, trabalhista, administrativa e mais abertura econômica

C

om previsões pessimistas para o Produto Interno Bruto (PIB) e expectativa de arrecadação menor, enquanto gastos e dívidas crescem, a esperança de uma melhora na economia vai entrando em choque com a realidade. Adolfo Sachsida, doutor e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), acredita que o país está à beira de um colapso fiscal. “A situação da União é péssima, mas estados e municípios estão em condições ainda piores. Se nada for feito, alguns estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, não terão como pagar salários a partir do meio do ano,” alerta. De imediato, para corrigir a situação fiscal e evitar um cenário mais desastroso, é necessário realizar a Reforma Previdenciária. “É disso que o Brasil precisa em curto prazo. No longo prazo, o país também precisa de Reforma Tributária, Trabalhista, Administrativa e mais abertura econômica”, aponta Sachsida. Consultados pelo Banco Central, analistas do mercado financeiro pioraram pela nona vez este ano a previsão para o desempenho da economia em 2016 e 2017. Para este ano, a perspectiva é de um recuo de 3,60% – na previsão anterior eram 3,54%.

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Empresa Brasil

Para o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a incerteza política atrasa a economia Em 2017, o crescimento, que seria de 0,50%, deve ser de 0,44%. Enquanto a expectativa de arrecadação demonstra queda, os gastos, dívidas e déficit devem ser maiores. Conforme pesquisa feita pelo Ministério da Fazenda com as principais instituições financeiras do país, o rombo das contas do governo federal expandirá de R$ 70,8 bilhões para R$ 79,5 bilhões em 2016. No próximo ano, a previsão aumenta de R$ 42,1 bilhões para R$ 71,3 bilhões. Para o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, a incerteza políti-

ca atrasa a economia. “Temos de discutir os problemas políticos, ao mesmo tempo em que devemos discutir os econômicos”, afirmou durante o Fórum Brasil, realizado em São Paulo. De acordo com o ministro, o desafio é estabilizar a economia em todos os sentidos: fiscal, internacional, controle da inflação e, sobretudo, a renda e o emprego. Barbosa avalia as projeções como incertas e acredita ser possível estabilizar o nível de renda até meados do ano para retomar o crescimento no final de 2016.


Em 2016, estimativa do Tesouro é que dívida poderá chegar a R$ 3,3 trilhões A dívida pública federal brasileira, que inclui os endividamentos interno e externo do governo, subiu 2,5% em fevereiro deste ano, para R$ 2,81 trilhões. Em fevereiro, foram resgatados R$ 16,68 bilhões em papéis, enquanto que as emissões de títulos da dívida somaram R$ 55,75 bilhões. A alta da dívida também está relacionada com as despesas com juros, que totali-

zaram R$ 30,51 bilhões.No caso da dívida interna, houve alta de 2,73% em fevereiro, para R$ 2,67 trilhões. A expectativa do Tesouro Nacional é de que a dívida pública continuará avançando em 2016 e deverá ultrapassar a barreira dos R$ 3 trilhões no fim deste ano, podendo chegar a R$ 3,3 trilhões. Em valores correntes, o PIB de 2015 ficou em R$ 5,9 trilhões.

“Defendemos a posição de que a recessão continuada é inimiga de empresários e trabalhadores, e neste momento todos esperam que o governo brasileiro comece a reagir, definitivamente” Frente Parlamentar do Comércio

Frente Parlamentar cobra ações responsáveis do governo A Frente Parlamentar do Comércio, Serviços e Empreendedorismo (CSE) lançou, em 16 de março, um manifesto cobrando medidas responsáveis do governo e atitudes concretas para retomar o crescimento econômico. “Defendemos a posição de que a recessão continuada é inimiga de empresários e trabalhadores, e neste momento todos esperam que o governo brasileiro comece a reagir, definitivamente”, diz o texto. Redigido em conjunto pelos parlamentares da Frente CSE, o manifesto requer a Reforma da Previdência, a revisão e modernização da legislação trabalhista, a simplificação tributária, a regulamentação adequada dos meios de pagamentos e uma política de financiamento dos investimentos produtivos privados. O texto pede ainda o enxugamento da máquina pública, desburocratização do Estado, mais

Roman: “O aumento de impostos é como enxugar o chão enquanto a torneira ainda está aberta”. transparência na contratação de produtos e serviços do governo e cumprimento do teto máximo constitucional para salários e aposentadorias. Em apoio à Frente CSE, a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) também cobra medidas mais firmes dos governantes. “O PIB brasileiro tem

apresentado queda preocupante, enquanto o PIB mundial cresceu 3% no ano passado. Precisamos tomar decisões responsáveis e urgentes para mudar essa situação. O caminho não é sobrecarregando o setor produtivo com mais tributos”, declara George Pinheiro, presidente da CACB. Integrante da Frente CSE, o deputado federal Evandro Roman (PSD/PR) afirma que “o aumento de impostos é como enxugar o chão enquanto a torneira ainda está aberta”. Também fazem parte da Frente os deputados Rogério Marinho (PMDB/ RN), Joaquim Passarinho (PSD/PA), Evair de Melo (PV/ES), Luís Carlos Busato (PTB/RS), Carlos Marun (PMDB/ MS), Odorico Monteiro (PT/CE), Tereza Cristina (PSB/MS), Goulart (PSD/ SP), Geovânia de Sá (PSDB/SC), Waldir Collato (PMDB/SC) e Jerônimo Georgen (PP/RS). Abril de 2016

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PROGERECS

Confederação ensina o caminho de geração de receitas às entidades Aumentar a produtividade e competitividade das MPEs e conectar empresas, por meio das ACEs, são as principais metas do programa

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m março, o Programa de Geração de Receitas e Serviços da CACB (Progerecs) realizou, em Brasília, o X Encontro Nacional dos Presidentes, Executivos, Comerciais e Gestores das Autoridades de Registro (ARs) da Rede AC CACB de Certificação Digital. Durante o encontro, 50 executivos de todo o país tiveram a oportunidade de tirar dúvidas, saber como funcionam os serviços, além de discutirem oportunidades a serem implantadas em suas entidades. O Progerecs oferece 12 tipos de serviços ao sistema CACB, com o objetivo de gerar receitas às entidades ligadas à Confederação. Um dos principais deles é a emissão de certificados digitais, que entre março de 2015 e o mesmo mês deste ano emitiu 125.989 documentos. Durante o encontro realizado em Brasília, duas entidades da rede foram premiadas por terem se destacado nas emissões de certificado em 2015. A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), que possui

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Empresa Brasil

Paulo Batista e Rainer Zielasko, representantes da Faciap, recebendo prêmio das mãos de George Pinheiro 111 agentes de registro no estado, representa 40% das emissões brasileiras. Já a Associação Comercial e Empresarial de Rondonópolis-MT (Acir) teve a maior média de emissões: 400 por dia. Na abertura do evento, George Pinheiro, presidente da CACB, falou sobre o desafio de ousar e ampliar o número de emissões em 2016. “Não tenho medo de ousar e pensar grande. A CACB vai pensar muito maior do que tem pensado até aqui. Esse trabalho é ousado e só vai acontecer com o apoio e o esforço de vocês, que estão na ponta e

fazem os serviços da Confederação acontecerem”, destacou. Outro serviço de destaque é a emissão do Certificado de Origem, que atesta a procedência da mercadoria do país exportador, além de especificar as normas de origem negociadas nos acordos comerciais entre o Brasil e outros países. O documento serve para concessão de reduções ou isenções tarifárias e para garantir o acesso preferencial das mercadorias brasileiras no mercado externo, principalmente para aqueles países com os quais o Brasil mantém acordos internacionais de comércio.


Outros serviços oferecidos pelo Progerecs: • DIGITALIZAÇÃO DE

• PROTEÇÃO AO CRÉDITO (SCPC)

• GARANTIDORA DE RECEBÍVEIS

DOCUMENTOS

Em parceria com a Boa Vista

A CACB oferece condições para

Em parceria com a empresa

Serviços, administradora do

que as ACEs disponibilizem

ByeByePaper, a CACB oferecerá

SCPC (Serviço Central de

ferramentas para a

a partir deste ano um serviço de

Proteção ao Crédito), a CACB

rentabilidade dos negócios de

digitalização, gerenciamento e

disponibiliza produtos que

seus associados, através de

compartilhamento de documentos

possibilitam conhecer o histórico

uma parceria com as empresas

em mais de 400 municípios do

de pagamento do seu cliente

TeleCheque e MultiCrédito,

país, inicialmente. O objetivo

para conceder crédito com toda

oferecendo mais segurança,

é, além da economia de papel,

a segurança necessária neste tipo

oportunidade de incremento

dinamizar os serviços que

de operação, com informações

de vendas, além de eliminar

dependem do arquivamento de

confiáveis e atualizadas sobre

a inadimplência e reduzir os

muitos documentos.

empresas de todo o país.

custos operacionais.

• PORTAL DE ASSINATURAS

• ESCOLA EMPRESARIAL

• REDE CELULAR

Lançado recentemente, o Portal

O projeto foi criado com o objetivo

O serviço permite ao

de Assinaturas da CACB tem

de oferecer educação com ensino

associado falar de graça e

por objetivo substituir contratos

à distância, com baixo preço, alta

ilimitadamente com todos

físicos por documentos digitais.

qualidade e adequado às mais

os usuários do plano de

As partes envolvidas na firmação

diversas necessidades.

sua região, com isenção de

do contrato poderão realizar todo

deslocamento nacional.

o trâmite virtualmente, inclusive

• GESTÃO DE BENEFÍCIOS

assinando o documento através

O ACCredito é um cartão

• B2B PARA EXPORTAÇÃO

de um certificado digital, sem

de benefícios com foco nos

A CACB, em parceria com

necessidade de deslocamentos ou

funcionários das empresas

a B2Brazil, oferece produtos

reconhecimento de firma.

associadas ao sistema CACB. Com

e aplicativos voltados para a

ele, através de quatro modalidades

promoção internacional, de

• SOLUÇÕES FISCAIS ELETRÔNICAS

de cartão, os funcionários

maneira simples e eficiente.

Oferece um conjunto de

poderão realizar compras em rede

soluções fiscais eletrônicas

credenciada local. A finalidade

• REDE-SHOP

para organização, emissão e

é fomentar a economia local e

O projeto visa elevar as ACEs a

controle de arquivos XML -

criar um serviço para que as ACEs

uma posição de destaque no

Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) e

se fortaleçam e seus associados

comércio eletrônico, fazendo

Conhecimento de Transporte

ampliem os negócios e fidelizem

com que as entidades se

Eletrônico (CT-e) – e Speed.

seus clientes.

tornem referência no assunto.

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COMÉRCIO

Viagens e turismo, eletrônicos e assinatura de revistas são as categorias mais procuradas no comércio online

Cada vez mais brasileiros perdem o medo de comprar pela internet Mesmo com as incertezas ao longo de 2015, o e-commerce se mostrou uma excelente alternativa na busca de bons negócios para o consumidor

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Empresa Brasil

A

pesar da crise, da inflação e do desemprego, cada vez mais brasileiros estão perdendo o medo de comprar pela internet. De acordo com a 33ª edição do relatório WebShoppers, o e-commerce registrou, no ano passado, um crescimento nominal de 15% no faturamento, movimentando R$ 41,3 bilhões. A previsão é de que, até o final do ano, o e-commerce na-

cional fature R$ 44,6 bilhões, o que representa um acréscimo nominal de 8% em relação ao período anterior. O ano de 2015 reservou resultados positivos para o setor. Entre os pontos fortes, está o crescimento expressivo das vendas feitas por dispositivos móveis, que passaram a representar 12% do faturamento, na média do ano, e 14,3%, em dezembro. O número de consumi-


dores que realizaram pelo menos uma compra via internet chegou a 39,1 milhões, volume 3% maior, se comparado a 2014. A quantidade de pedidos cresceu 3%, atingindo 106,2 milhões. Já o tíquete médio das compras ficou em R$ 388, valor 12% mais alto, se comparado ao ano anterior. Para 2016, estima-se que o tíquete médio das compras gire em torno de R$ 419, o que representa um crescimento de 8% em relação ao ano passado. O estudo revela que, no meio online, as categorias mais populares são “Viagens e Turismo”, “Eletrônicos” e “Assinatura de Revistas”. Isso acontece muito em virtude do alto valor agregado dos produtos, que faz com que os consumidores usem a internet como ferramenta de pesquisa e busca pelo melhor preço. A preferência pelo varejo físico ocorre nas categorias “Petshop”, “Alimentos e Bebidas” e “Joalheria” pelo fato de muitos produtos requererem a necessidade de visualização ou por causa da dificuldade na logística

DISTRIBUIÇÃO DE VENDAS POR REGIÕES DO BRASIL

para produtos alimentícios perecíveis, por exemplo. Entretanto, existem categorias nas quais não há muita distinção entre canal digital e tradicional. É o caso de “Ingressos”, “Brinquedos e Games” e “Esporte e Lazer”, que já têm uma boa participação online, mas que, de acordo com os participantes da pesquisa, ainda carecem de investimentos com foco em melhorias, como redução dos prazos de entrega e maior facilidade para troca e devolução dos produtos. ALTA NOS PREÇOS No ano de 2015, a alta dos preços no varejo atingiu também o comércio eletrônico brasileiro. O Índice FIPE/Buscapé registrou valores 8,94% mais caros que o ano anterior. A alta da inflação ajudou a diminuir o poder de compra dos trabalhadores, principalmente os de menor renda. A classe C terminou o ano com 39% de participação nas compras (dezembro/2015), diferentemente dos 54% anteriores (novembro/2013).

Produzido pela E-bit/Buscapé, unidade especializada em informações de comércio eletrônico do Buscapé Company, a 33ª edição do relatório WebShoppers traz um panorama completo do comércio eletrônico em 2015 e aponta as expectativas para 2016

CATEGORIAS MAIS VENDIDAS EM 2015: EM VOLUME DE PEDIDOS

SÃO PAULO

37,7%

RIO DE JANEIRO

12,3%

MINAS GERAIS

12,0%

PARANÁ

5,4%

RIO GRANDE DO SUL

5,3%

BAHIA

3,9%

SANTA CATARINA

MODA E ACESSÓRIOS

14%

ELETRODOMÉSTICOS

13%

TELEFONIA/CELULARES

11%

COSMÉTICOS E PERFUMARIA/ CUIDADOS PESSOAIS

10%

ASSINATURAS DE REVISTAS/LIVROS

9%

CASA E DECORAÇÃO

9%

3,3%

INFORMÁTICA

7%

PERNAMBUCO

2,8%

ELETRÔNICOS

4%

DISTRITO FEDERAL

2,3%

ESPORTE E LAZER

4%

OUTRAS REGIÕES

15,0%

BRINQUEDOS E GAMES

4%

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CBMAE

CACB e Facesp firmam acordo com TJ-SP para ampliação da rede Pace Documento prevê a instalação de Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual em todos os municípios paulistas que possuam associação comercial em funcionamento

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Empresa Brasil

A

CACB, a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) assinaram recentemente um acordo de cooperação, que visa à instalação e ao funcionamento de Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual (Pace) em todos os municípios paulistas que possuam associação comercial. O projeto foi desenvolvido em parceria com o Sebrae. Conforme Eduardo Vieira, coordenador da Câmara Brasileira de

Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE), esta é a segunda vez que o sistema CACB realiza convênio com o TJ-SP. O primeiro, firmado em 2008, deu origem ao primeiro Pace brasileiro, na Associação Comercial de São Paulo (ACSP). “Pioneiro no nosso Sistema, o convênio de oito anos atrás colaborou com a edição da Resolução 125, do Conselho Nacional de Justiça, que deu início à política pública judiciária de resolução de conflitos”, conta Vieira. A partir daí, segundo o coordenador, a CACB, por meio da CBMAE,


firmou outras parcerias semelhantes, que levou o serviço a outros estados, como Acre, Alagoas, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina. “A instalação de novos postos figura em oportunizar ao empresário ambientes para que consigam resolver os seus conflitos com menor custo e com mais agilidade”, declara Vieira. Tal iniciativa, completa, se coaduna com as premissas estabelecidas na Resolução 125 do CNJ, com a Lei da Mediação, a qual entrou em vigor em dezembro do ano passado, e com o novo Código de Processo Civil (CPC), que vigora desde o dia 18 de março. O CONVÊNIO De acordo com o plano de trabalho firmado entre as partes, o termo de cooperação visa proporcionar maior acesso à conciliação tanto à população carente quanto aos micro e pequenos empresários. A Facesp, em conjunto com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), fará a articulação entre o estado e as entidades associadas, a fim

de encontrar parceiros e locais adequados para a instalação dos postos. Caberá ao TJ-SP se responsabilizar pela autorização para a instalação dos postos, selecionar e capacitar funcionários responsáveis pelo atendimento dos jurisdicionados, além de capacitar, selecionar e cadastrar conciliadores e mediadores. O acordo tem validade de dez anos, a contar da data de assinatura. PACE A parceria com o TJ-SP para a instalação de novos Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual e a ampliação dos serviços, para Eduardo Vieira, tem sua importância no fato de o estado, além de trabalhar em parceria, credenciar a rede CBMAE na oferta do serviço. “Para o empresário, trata-se de agilidade e legitimidade nos resultados colhidos, quando se busca uma autocomposição. O Sistema existe em função dos empresários. Então, quando levamos alternativas para resolver questões empresariais, estamos cumprindo nossa missão enquanto entidade de representação empresarial.”

O plano de trabalho firmado entre as partes, o termo de cooperação visa proporcionar maior acesso à conciliação tanto à população carente quanto aos micro e pequenos empresários

Eduardo Vieira: “A instalação de novos postos figura em oportunizar ao empresário ambientes para a solução de seus conflitos com menor custo e com mais agilidade” Abril de 2016

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COMÉRCIO EXTERIOR

Brasil é a oitava maior economia do mundo, mas sua participação no comércio internacional não reflete essa posição

Brasil deve marcar passo nas exportações de 2016, com queda de 1% A falta de uma política agressiva no comércio, além de entraves como elevada carga tributária, rigidez trabalhista e corrupção deixam o país na companhia dos mais atrasados

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Empresa Brasil

A

inda sem uma política agressiva de comércio exterior, o Brasil deverá marcar passo novamente em 2016 nas exportações. Vera Thorstensen, professora e pesquisadora da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que o país precisa mudar sua mentalidade e começar a investir em acordos com países de economia desenvolvida, com produção de tecnologia. Hoje, de acordo com Vera, o Brasil está fora das cadeias globais de valor e importa poucos insumos

para exportar. “Se o Brasil fizer acordos com a Europa, não faz sentido não fazer acordos com os Estados Unidos. Se o Brasil fizer acordos com os dois, haverá um boom de exportações”, avaliou. David Kupfer, coordenador do Grupo de Indústria e Competitividade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que o Brasil não avança na competitividade desde 2007, antes da crise internacional. “O país exportaria US$ 29 bilhões a mais por ano a partir do momento em que resolver esses problemas: car-


ga tributária excessiva, complexidade da regulação, rigidez trabalhista, burocracia e corrupção.” Segundo as projeções da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), as exportações brasileiras devem somar US$ 187 bilhões neste ano. O resultado representa uma queda de 1% em relação ao ano anterior. As importações apresentarão recuo ainda maior. A previsão da entidade é que somem US$ 145 bilhões, ante os US$ 172 bilhões do ano passado. Como consequência, a AEB espera que o país tenha um superávit de US$ 42 bilhões em 2016, diante de US$ 19,6 bilhões de 2015. PREVISIBILIDADE José Augusto de Castro, presidente da AEB, lamentou que o superávit é baseado na queda das importações que têm efeito nulo na geração de empregos. E acrescentou que não é somente o câmbio favorável que irá salvar as exportações do Brasil. “É preciso previsibilidade na economia.” Em sua opinião, o Plano Nacional da Cultura Exportadora (PNCE), lançado pelo ministro Armando Monteiro, do Desenvolvimento, tem boas ideias, mas a conjuntura não ajuda. “É um conjunto de boas intenções que estão prejudicadas pelo atual momento político do Brasil.” Ele comentou ainda que o Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra) tem por objetivo devolver parcial ou integralmente o resíduo tributário re-

manescente da cadeia de produção de bens exportados. Conforme ele, a medida poderia servir de estímulo aos exportadores. Contudo, o governo deve hoje entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões justamente para aquelas empresas que não têm débitos, o que vem em prejuízo dos mais eficientes, acrescentou. BRASIL PARTICIPA COM 0,98% DO COMÉRCIO MUNDIAL O Brasil é a oitava maior economia do mundo, mas sua participação no comércio internacional não reflete essa posição. Em 2015, a participação do Brasil correspondeu a apenas 0,98% no volume total de exportações de bens no mundo, o que representou uma queda de 0,21 pontos percentuais em comparação ao ano anterior. A representatividade do comércio exterior de bens e serviços na economia brasileira – 27,6% do PIB em 2013 – também é considerada moderada. Nas seis maiores economias do mundo, a média desse indicador alcança 53,4% do PIB. Países emergentes do grupo do Brics, do qual o Brasil faz parte, também apresentam maior espaço do comércio exterior em suas economias: África do Sul (64,2%), Índia (53,3%), Rússia (50,9%) e China (50,2%). “As commodities têm carregado o piano das exportações brasileiras, e o maior problema é a falta de uma política para o bom uso desses recursos. Os Estados Unidos foram um grande exportador de commodities e, com isso, financiaram sua industrialização”, diz Castro.

Castro: “As commodities têm carregado o piano das exportações brasileiras”

Brasil deve cair para a 29ª posição no ranking mundial de exportação Depois de ocupar a 22ª posição em 2013, o país ficou na 25ª posição em 2014 e em 2015. Caso venha a se confirmar para 2016 uma participação de apenas 0,98% em todo o volume exportado globalmente, o Brasil cairá para a 29ª posição no ranking mundial de exportação. De acordo com os dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2014, o Brasil ficou atrás não apenas das grandes potências do comércio exterior, mas também ocupou posições inferiores a países com um Produto Interno Bruto (PIB) inferior. Naquele ano, a China liderou o ranking dos exportadores mundiais com uma participação de 12,71%, seguida pelos Estados Unidos (8,81%), Alemanha (8,20%), Japão (3,71%), Países Baixos (3,65%) e Coreia do Sul (3,11%), entre outros.

Abril de 2016

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AGRICULTURA

Brasil conta com a melhor tecnologia tropical do mundo

Agronegócio brasileiro dribla a crise e bate novo recorde em 2016 Uma das preocupações do setor é a possibilidade de cortes no orçamento do Plano Safra 2016/2017, que deve ser anunciado em junho

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Empresa Brasil

A

pesar da retração da economia, o agronegócio brasileiro deverá bater novo recorde em 2016. A produção de grãos estimada para a safra 2015/2016 deve chegar a 211 milhões de toneladas, o que representa um salto de 1,5% sobre a safra anterior. Na classificação por produtos, o segmento de soja deverá ser o de maior crescimento absoluto, com estimativa de um acréscimo de 6,2 milhões sobre 2015. No total, a estimativa é de que sejam produzidas 102,5 toneladas de soja na safra atual.

Conforme o ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues, o Brasil conta com a melhor tecnologia tropical do mundo, o que pode ser comprovado pelo aumento da produtividade de grãos nos últimos anos. “A área plantada, nos últimos 25 anos, cresceu 53%, enquanto a produção cresceu 260% e a produtividade aumentou 135%. Se tivéssemos as condições tecnológicas de 25 anos atrás, seriam necessários mais 78 milhões de hectares para atingir nossa produção atual.”


Foto Raul Moreira / Divulgação

Rodrigues ressalva, porém, que o Brasil ainda carece de uma estratégia consistente para o agronegócio. “Temos gargalos que precisam ser resolvidos e por isso nosso horizonte é dúbio.” TECNOLOGIA Graças à tecnologia, o Brasil deve garantir uma safra recorde, mesmo com as complicações climáticas causadas pelo fenômeno climático conhecido como El Niño. “A questão climática é manejada pelos produtores e por tecnologia, de modo que se consegue corrigir, ao longo do desenvolvimento vegetativo, essas preocupações dos impactos climáticos”, disse o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini. Uma das preocupações do setor é a possibilidade de cortes no orçamen-

to do Plano Safra 2016/2017, que deve ser anunciado em junho. Isso porque houve um aumento do custo de produção das principais commodities agrícolas do país, sobretudo em razão da alta do dólar, dos gastos com defensivos agrários e da retração do mercado chinês. O Brasil conta há mais de 15 anos com um conjunto de instrumentos de apoio aos agricultores, com créditos subsidiados à produção e à comercialização, seguro rural e o Programa de Garantia de Preço Mínimo (PGPM). No entanto, a perspectiva é de que o Plano Safra 2016/2017 virá com restrição de recursos e que é preciso estabelecer prioridades nas ações do governo no sentido de priorizar a equalização de preços de venda, em vez da compra de estoques.

Rodrigues: “Brasil carece de estratégia consistente para o agronegócio”

Brasil pode chegar a 2020 como a maior potência agrícola do mundo O país já figura entre os líderes em algumas das principais culturas. É o segundo maior produtor de soja (atrás dos Estados Unidos) e o terceiro de milho (depois de Estados Unidos e China). É destaque ainda em uma variedade de produtos, de café e carnes a frutas. Entretanto, diferentemente de outros líderes nesse setor, que estão limitados em área e produtividade, o Brasil ainda tem muito a avançar, segundo analistas.”O Brasil está perfeitamente habilitado a, nos próximos 10 anos, chegar a 300 milhões de toneladas”, diz o exministro da Agricultura Roberto Rodrigues. “A demanda por produtos agrícolas vai crescer bastante nos próximos anos e poucos países têm condições de atender a essa demanda como o Brasil.”

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LIVRO

Na onda da inovação

E

m A revolução das startups (Alta Books, 2015), Bruno Perin, graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aborda o impacto gerado por essas empresas na economia, o funcionamento de novos modelos de negócio, as condições propícias a um ambiente dinâmico e criativo de desenvolvimento de ideias, além de discutir sobre investimentos e o que tem se destacado no mundo do empreendedorismo atualmente. Muitos definem uma startup como uma pequena empresa em seu período inicial. Outros defendem que é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. O termo startup se popularizou na década de 1990 nos Estados Unidos quando surgiu a bolha de internet, vindo para o Brasil apenas nos anos 2000, quando começou a atuação de empresas .com no mercado eletrônico. As palavras Start (iniciar) Up (para cima) estão ligadas diretamente ao conceito de empreender e inovar. No mundo da internet, rapidamente o empreendedorismo digital tomou conta de todos os empreendedores tradicionais. Assim, surgiram as startups, empresas pequenas de tecnologia. A mais conhecida é o Facebook, mas elas não são apenas empresas de internet. Elas só são mais frequentes na internet porque é bem menos dispendioso criar uma empresa de software do que uma de agronegócio ou biotecnologia, por exemplo, e a web torna a expansão do negócio bem mais fácil. Mesmo assim, um grupo de pesquisadores com uma

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Empresa Brasil

patente inovadora pode enquadrar-se no conceito. Em seis capítulos, o livro foca desde o conceito, seus desafios, e uma lista de investidores. Traz ainda como são os novos ambientes dos empreendedores, suas ideias inspiradoras e como funcionam seus investimentos e competições. Com prefácio de Victor W. Hawang, autor de Rainforest – livro que discute a viabilidade de ser criado um novo Vale do Silício em outra localidade –, a publicação se diferencia de outras sobre o mesmo tema, pela maneira como aprofunda o estudo dos ecossistesmas das startups. Um ecossistema empreendedor tem como diferencial a reunião de fatores que criam um meio favorável ao empreendedorismo em qualquer estágio, do empreendedor que possui uma ideia para o desenvolvimento de uma nova tecnologia, ao empreendedor que já está em uma segunda rodada de investimentos. Esses fatores podem ser agrupados em diversos domínios. Mercado que abrange contato com os clientes no mercado doméstico e internacional e redes de empreendedores; capital financeiro: acesso a financiamentos e contatos com investidores e fundos; políticas: pela atuação governamental por políticas públicas e incentivos; capital humano: pela capacitação dos empreendedores e colaboradores e promoção de educação empreendedora por centros de ensino; suporte: que engloba desde serviços de suporte (contabilidade, jurídico) até incubadoras, aceleradoras e redes de mentores e cultura que abrange comportamentos e valores que surgem entre os atores do ecossistema para inspirar e apoiar o empreendedorismo.

O termo startup se popularizou na década de 1990 nos Estados Unidos quando surgiu a bolha de internet, vindo para o Brasil apenas nos anos 2000, quando começou a atuação de empresas .com no mercado eletrônico. As palavras Start (iniciar) Up (para cima) estão ligadas diretamente ao conceito de empreender e inovar

A REVOLUÇÃO DAS STARTUPS Autor: Bruno Perin Gênero: Administração Páginas: 192 Formato: 17cm x 24cm Editora: Alta Books Preço: R$ 54,90


ARTIGO

Enquanto uns choram, outros agem Luan Marin*

N

ão é segredo para ninguém que o nosso país vem atravessando, nos últimos tempos, um momento um tanto quanto delicado em nossa economia: inflação alta, poder de compra das pessoas cada vez menor, desemprego batendo a casa de 10 milhões, conforme dados do IBGE, e um cenário de muitas incertezas. Empresários, e especialistas no assunto não veem uma boa perspectiva de futuro. Cálculos realizados por diferentes economistas mostram que, quando esta recessão econômica for superada, o PIB anual (Produto Interno Bruto, ou seja, a soma de tudo que o país produziu durante o ano) só conseguirá subir 1% ao ano. Através deste cenário, muitos questionamentos são feitos ao atual governo, muitas justificativas como, por exemplo, os escândalos da Petrobras, o mascaramento da economia por parte do próprio governo, fazendo a população crer que a economia estava indo de vento em popa e a conta chegando momentos mais tarde (nesse caso, no final de 2014 para cá), enfim, questionamentos e justificativas naturais em um momento tão conturbado que estamos passando. Em contrapartida, existem pessoas e empresas que, diante desta situação tão temerosa, veem a crise como uma oportunidade de crescimento. E não pensem vocês que para eles o país não está em crise, muito pelo contrário; para eles, essa

situação é um momento de oportunidade de crescimento. A Gazeta, jornal do estado do Espírito Santo, do dia 25/03/2016 fez uma reportagem com cinco empresas que, além de sobreviverem à crise, estão expandindo os seus negócios. Outro exemplo interessante é uma reportagem de A tribuna, também do Espírito Santo, sobre uma

Em um momento conturbado como este, as empresas procuram profissionais versáteis, flexíveis, que demonstrem empenho, vontade de crescer, que tenham ideias inovadoras e que focam em resultados Autoescola, no mercado há 12 anos, que possui sedes em duas cidades no Espírito Santo, até em 2017 quer mais duas filiais em duas cidades do estado e, futuramente, abranger toda a Grande Vitória. Saindo um pouco do ramo do empreendedorismo, podemos citar pessoas que estão utilizando a crise para se destacar no mercado de trabalho. Segundo especialistas, as empresas, em um momento conturbado como este, procuram profissionais versáteis, flexíveis, que demonstrem empenho, vontade de crescer, que tenham ideias

inovadoras e que focam em resultados. Assim sendo, as pessoas estão buscando aprimorar essas características para se destacarem no mercado de trabalho e estão colhendo os frutos. É o caso de um gerente de inovação de uma empresa de tecnologia que conseguiu este cargo após apresentar um produto que garante segurança às empresas que oferecem internet aos clientes e que está em conformidade com o novo Marco Civil da Internet; outro caso é de uma ex-vendedora que, após ser demitida devido ao fechamento da empresa em que trabalhava, atua hoje como doméstica. Em alguns casos, a pessoa aproveita a habilidade em determinado ramo para abrir um negócio. O que podemos analisar através desse cenário é que essas empresas e pessoas têm algo em comum para poderem se destacar durante a crise. Características como planejamento, visão de futuro, perseverança, foco, busca da inovação e ousadia são nítidas nas que buscam o crescimento e, apesar de entenderem e saberem a situação que estamos vivendo, procuram trabalhar e crescer, tudo, claro, analisando muito bem o cenário e os riscos. Enfim, a conclusão que podemos chegar é que a crise existe e não há como fugir dela, nos resta escolher se vamos reclamar ou agir para que esse cenário mude o quanto antes, mesmo que algumas coisas não estejam ao nosso alcance. *Consultor Abril de 2016

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