Empresa Brasil 124

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Empresa

Brasil

Ano 12 l Número 124 l Novembro de 2015

Depois de 11 anos de taxas positivas, vendas do comércio

DESPENCAM NOVO PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO DEFENDE A BUSCA DE PARCEIROS INTERNACIONAIS


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB TRIÊNIO 2013/2015 PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli (RS) 1º VICE-PRESIDENTE Rogério Pinto Coelho Amato (SP) VICE-PRESIDENTES Antônio Freire (MS) Djalma Farias Cintra Junior (PE) Jésus Mendes Costa (RJ) Jonas Alves de Souza (MT) José Sobrinho Barros (DF) Rainer Zielasko (PR) Reginaldo Ferreira (PA) Sérgio Roberto de Medeiros Freire (RN) Wander Luis Silva (MG) VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL) VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO Alexandre Santana Porto (SE) VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves (SC) VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS Pedro José Ferreira (TO) DIRETOR–SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer (TO) DIRETOR–FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro (AC) CONSELHO FISCAL TITULARES Jadir Correa da Costa (RR) Ubiratan da Silva Lopes (GO) Valdemar Pinheiro (AM) CONSELHO FISCAL SUPLENTE Alaor Francisco Tissot (SC) Itamar Manso Maciel (RN) Kennedy Davison Pinaud Calheiros (AL) CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Avani Slomp Rodrigues (PR) CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Fernando Fagundes Milagre GERENTE ADMINSTRATIVO/FINANCEIRO César Augusto Silva COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR DA CBMAE Eduardo Vieira COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antônio Bortolin COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes Cyntia Menezes Maíra Valério SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: Adem Araújo da Silva Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Guido Bresolin Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Jussara Pereira Barbosa Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: Nonato Altair Marques Pereira Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: Francisco de Assis Silva Quadra 01, Área Especial 03, Lote 01 – Setor Industrial Bernardo Sayão Cidade: Núcleo Bandeirante/DF CEP: 71735-167 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Amarildo Selva Lovato Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória - CEP 29.050-700 Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110 Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco - São Luís CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Alfredo Zamlutti Júnior Rua Piratininga, 399 – Jardim dos Estados Cidade: Campo Grande CEP: 79021-210 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Emílio César Ribeiro Parolini Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Olavo Rogério Bastos das Neves Avenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203 Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Ricardo Russowsky Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Gerçon Szezerbatz Zanatto Rua Pio XII, 1061, Pedrinhas, 1º andar, Sl 01 Cidade: Porto Velho CEP: 76801-498 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: João Batista de Melo Mêne Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Ernesto João Reck Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Alencar Burti Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Wladimir Alves Torres Rua José do Prado Franco, 557 - Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

A importância das entidades empresariais

F

oi gratificante presenciar, ainda como presidente, a eleição de meu sucessor em 5 de novembro. Eleito por aclamação pelo Conselho Deliberativo da entidade, em Brasília, George Pinheiro, do Acre, que ocupou o cargo de diretor financeiro em nosso mandato, será o responsável pela gestão da CACB no período de 2016/2018. George liderou uma chapa composta por representantes de vários estados. Ao todo, são 27 federações, que agregam 2.300 associações comerciais, empresariais e de serviços e representam, sob o guarda-chuva da CACB, 2 milhões de empresários, pessoas físicas e jurídicas, de todos os setores da economia. George Pinheiro possui uma larga folha de serviços dedicados à entidade. É, para mim, um privilégio tê-lo como meu sucessor. Tenho certeza de que ele será um líder efetivo, que não só dará continuidade, como também melhorará substancialmente o trabalho feito até aqui, deixando sua marca na história da entidade, assim como os demais membros da nova diretoria executiva: Jésus Mendes Costa, do Rio de Janeiro; Jonas Alves de Souza, do Mato Grosso; e Jarbas Luis Meurer, do Tocantins. Desejo sucesso ao novo corpo diretivo da entidade e um caminho seguro de grandes realizações. Aproveito a oportunidade ensejada pela eleição para enfatizar a importância de entidades empresariais, sobretudo como incentivadoras da economia produtiva e também como

catalisadoras de negócios que resultam em emprego e renda. Além do conhecido protagonismo da CACB nos trâmites que resultaram na criação da Lei Geral e, depois, em seu aperfeiçoamento, atuamos em várias frentes de grande representatividade. O Empreender, por exemplo, merece um capítulo à parte. Não somente pelo sucesso do programa, mas também por sua dimensão e alcance em todo o Brasil. Está claro que esse programa irá merecer destaque em qualquer narrativa histórica sobre o empreendedorismo brasileiro. Outro destaque é o Programa de Geração de Receitas e Serviços (Progerecs). Criado em 2006 com a grandiosa e nobre missão de proporcionar sustentabilidade para todas as Associações Comerciais que fazem parte da rede da CACB, ele tem levado o apoio necessário para o desenvolvimento das MPEs nos mais recônditos locais desse imenso país. Criada em 2000, por meio de uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com o Sebrae, a Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE) é outro sucesso da CACB. Podemos dizer, hoje, sem medo de errar, que a cultura da pacificação avançou de forma significativa no país nos últimos anos e que uma parcela considerável dessa evolução deve ser atribuída à CBMAE. O desafio é imenso, mas o trabalho de formiguinha da Câmara, mais cedo que se pensa, poderá resultar em uma justiça mais rápida, no Brasil, nos casos em que ela pode contribuir.

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

Novembro de 2015

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ÍNDICE

8 CAPA

3 PALAVRA DO PRESIDENTE 20 ENTREVISTA Foi gratificante presenciar,

Novo presidente da CACB defende

ainda como presidente, a

a busca de parceiros internacionais.

eleição de meu sucessor em

22 JUSTIÇA

5 de novembro.

Pesquisa mostra que a

5 PELO BRASIL

Justiça brasileira é a mais

AFIF assume presidência

cara do Ocidente.

do Sebrae.

12 EMPREENDEDORISMO

24 CONSUMIDOR

8 CAPA

Desemprego e juros altos

Nunca houve uma crise

aumentam a inadimplência.

como agora no varejo.

12 EMPREENDEDORISMO Núcleos de RH mostram

26 TRIBUTOS Câmara aprovou texto-base do projeto Crescer sem Medo.

a importância da gestão

28 FINANÇAS

e da coletividade.

Mesmo com redução no número

14 TECNOLOGIA

14 TECNOLOGIA

e volume de operações, o setor

Ciberataques: a ameaça

de factoring registrou ganho na

invisível.

margem operacional.

17 CONJUNTURA

30 LIVROS

Banco Central deve

Para entender o sistema capitalista,

manter taxa básica de juros

o novo livro de Fábio Giambiagi.

até outubro de 2016.

EXPEDIENTE

18 LEGISLAÇÃO Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: Romolo Tavani/fotolia.com Revisão: Press Revisão Colaboradores: Cyntia Menezes, Rosângela Garcia e Tagli Padilha. Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Orby Gráfica Editora Com. Dist. Ltda.

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Empresa Brasil

31 ARTIGO Paulo Ferezin escreve

Justiça do Trabalho: como

sobre redução de custos:

evitar dor de cabeça.

ação de ordem no varejo.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Afif defende que pequenos negócios tenham mais acesso ao crédito


PELO BRASIL

Afif assume a presidência do Sebrae Foto: Charles Damasceno

O ex-ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa Guilherme Afif Domingos assumiu, no dia 29 de outubro, a presidência do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Entre os objetivos iniciais à frente da entidade, ele destacou a defesa que fará no governo para liberação de parcela dos compulsórios dos bancos – depositados como garantias ao setor financeiro – para o setor produtivo. “Está ocorrendo algo que não ocorria há tempos. Em setembro, o desemprego começou a atingir as micro e pequenas empresas. Apesar de o saldo estar positivo em 109 mil vagas no acumulado do ano, 29 mil postos foram fechados em setembro. Está muito difícil captar dinheiro em bancos para capital de giro”, afirmou Afif.

Guilherme Afif Domingos e Robson Andrade assinam termo de posse. Meta da nova gestão é facilitar empréstimos para estancar o desemprego nas MPEs

Programas de desenvolvimento ganham força na região Norte de MS Após a segunda edição da Rota do Desenvolvimento em Coxim, região Norte de Mato Grosso do Sul, os programas de desenvolvimento local ganharam ainda mais força com ações contínuas do Sebrae. O ALI – Agentes Locais de Inovação, por exemplo, tem o objetivo de levar a inovação e a gestão para as pequenas empresas. A ideia consiste em sensibilizar empreendedores e empresários

sobre a importância de inovar, rotineiramente, como uma estratégia para crescer. Empreendedores de Coxim e São Gabriel do Oeste já tiveram melhoras significativas em seus respectivos negócios. Os proprietários dos supermercados Super Nossa 1 e 2, em Coxim, Fernanda Falco e Gilberto Fernandes, implantaram com êxito uma planilha financeira para cálculo de lucrati-

vidade. “Isso nos permite tomar decisões mais acertadas quanto a manter ou retirar algum produto de linha”, garantiu Gilberto. Em São Gabriel do Oeste, a Multipneus Centro Automotivo, de Rosângela Barth, obteve melhorias, desde a identificação da necessidade de criar canais através das mídias sociais até o lançamento de uma campanha para recuperação de crédito.

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PELO BRASIL

CBMAE realiza encontro pela solução pacífica de conflitos empresariais no Maranhão A fim de conscientizar empresas na adoção de práticas adequadas de resolução de conflitos, a Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem Empresarial (CBMAE) realizou o Encontro pela Solução Pacífica de Conflitos Empresariais, na sede da Associação Comercial do Maranhão (ACM), em 19 de outubro. Por meio dos métodos de negociação, conciliação e mediação, evitam-se prejuízos à imagem da marca junto ao mercado, além dos altos custos que os processos judiciais acarretam. Os realizadores do encontro convidaram os empresários pre-

sentes a aderirem ao Pacto pela não Judicialização de Conflitos, que se constitui no compromisso de adotar, interna e externamente, práticas firmadas com os métodos consensuais de solução de controvérsias. O evento foi promovido pela ACM, pela Federação das Associações Empresariais do Maranhão (FAEM) e pela CACB, por meio da CBMAE, contando com o apoio do Sebrae. Na ocasião, também foi inaugurada oficialmente a Câmara de Conciliação, Mediação e Arbitragem Empresarial do Maranhão (CBMAE-MA).

Coordenador da CBMAE, Eduardo Vieira palestrou durante encontro

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“O sistema previdenciário atual é inviável”, diz especialista na ACSP “O custo da seguridade social no Brasil é absolutamente inviável”, afirmou o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Nilton Molina. Também administrador de empresas e membro titular do Conselho Nacional de Previdência Complementar, ele justificou a inevitabilidade de o governo promover uma reforma no sistema previdenciário do país. Em palestra concedida na ACSP, em 19 de outubro, o especialista se recordou de ter falado sobre o mesmo assunto em 1995. “Passaram-se 20 anos e é praticamente a mesma apresentação”, comentou. Na avaliação dele, o Brasil teve várias oportunidades de promover uma reforma previdenciária nas últimas duas décadas, mas preferiu se esquivar das consequências políticas. Em processo de transição demográfica, a população brasileira vem envelhecendo nas últimas décadas. O problema, segundo Nilton, é arcar com os custos políticos e econômicos de se fazer algo a respeito disso. “A expectativa de vida cresce, e a taxa de fertilidade cai. A pergunta que fica é: quem vai pagar essa conta?”, questionou.


Campanha de Natal da Federaminas incentiva aumento de vendas no comércio Começou em 20 de outubro em todo o estado mineiro a campanha “Um Sonho de Natal”. Criado pela Federaminas (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais), o projeto busca estimular as vendas de fim de ano nos estabelecimentos de comércio ligados ao sistema. Conforme a entidade, são milhares de empresas distribuindo aos consumidores cupons para concorrerem a prêmios expressivos: uma casa, no valor de R$ 250 mil, três caminhonetes Volkswagen Amarok 0Km, que valem mais de R$ 600 mil, além de premiações em dinheiro e vale-compras instantâneos,

totalizando cerca de R$ 2 milhões. Mais de 70 associações comerciais (ACEs) de cidades localizadas em todas as regiões mineiras estão envolvidas na promoção. O presidente da Federaminas, Emílio Parolini, explica que campanhas de Natal são promovidas todos os anos pelas ACEs, mas nunca de forma conjunta, como agora. Segundo ele, a ideia de desenvolver um projeto de maior dimensão, abrangendo todo o estado, correspondeu ao propósito da federação de disponibilizar às entidades uma alternativa para as empresas associadas enfrentarem a atual conjuntura econômica adversa.

Aplicativo gratuito ajuda a criar modelo de negócio O Sebrae lançou, em outubro, mais uma ferramenta para ajudar o empreendedor inexperiente. A ferramenta gratuita Sebrae Canvas 2.0 auxilia a montar um modelo de negócios e identificar como se diferenciar e inovar no mercado. O aplicativo é baseado na metodologia mais utilizada atualmente em planejamento empresarial. Criada pelo suíço Alexander Osterwalder, a metodologia Canvas ajuda o empreendedor a identificar como pode se diferenciar e inovar no mercado a partir

da análise de nove blocos: segmentos de clientes; proposta de valor; canais; relacionamento com clientes; fontes de receita; recursos principais; atividades-chave, parcerias principais e estrutura de custos. Para acessar e baixar a ferramenta, basta acessar o link: https://www.sebraecanvas.com/#/.

Emílio Parolini: “Mais de 70 associações estão envolvidas na promoção”

Governo do Rio lança incentivos a empresas para fortalecer economia O governo do estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Banco do Brasil, lançou, em 26 de outubro, o Mobiliza Rio, ação para incentivar a procura e a concessão de crédito para empresas localizadas no Rio de Janeiro. O intuito da parceria é fortalecer a economia e gerar emprego e renda em território fluminense. A intenção é montar agendas e fóruns em diversas regiões do estado para difusão das linhas de crédito do banco e mobilização junto aos parceiros. O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRio), Paulo Protasio, assinou o documento como testemunha. Segundo o governo, caberá ao estado apresentar projetos e programas prioritários que incentivem a produção ou a geração e manutenção de emprego e renda. O Mobiliza Rio é resultado de trabalho de parceria entre as secretarias de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Energia e Serviços (Sedeis), Agricultura e Pecuária (Seapec), Desenvolvimento Regional e Pesca (Sedrap) e Turismo (Setur), com a colaboração do Sebrae, da Fecomércio, de instituições e associações do setor. Novembro de 2015

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CAPA

Atividade tem os piores resultados depois de 11 anos de taxas positivas

“Nunca houve uma crise como agora no varejo” Em 2003, crédito e emprego eram piores; agora, a queda nas vendas se agrava com a falta de confiança do consumidor

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o início de novembro, em anos anteriores, já era possível perceber nas capitais brasileiras que o Natal estava próximo. As vitrines, não raro, exibiam os símbolos daquela que é considerada a primeira melhor data para o comércio. Neste ano, entretanto, nada será como antes. A falta de confiança do consumidor, aliada ao aumento do desemprego e à taxa de juros, sinalizam

aquele que deverá ser, na melhor das hipóteses, “um Natal apenas moderado”, diz o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A PIOR QUEDA NA SÉRIE HISTÓRICA DO IBGE A entidade, diante da falta de perspectivas de reversão do cenário de consumo no curto prazo, prevê para este


ano, comparado ao ano anterior, um índice negativo de 3,6% para o varejo restrito, que exclui os segmentos de material de construção e veículos. De acordo com Isabela Nunes Pereira, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o comércio intensificou o ritmo de declínio nas vendas no segundo trimestre de 2015. Esse quadro resultou na pior queda de toda a série histórica, com redução de 3,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado. “O recuo do setor ficou muito concentrado no período. Mesmo quem ficou positivo cresceu menos”, afirmou Isabela em nota distribuída pelo IBGE. MÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS No segundo trimestre, as vendas de móveis e eletrodomésticos recuaram 16,0% em relação a igual período do ano passado, também a maior retração já observada na série. Restrição ao crédito e um mercado de trabalho desaquecido pesam sobre o varejo, principalmente em setores cujos produtos são mais caros e demandam planejamento ou financiamento. Lembrou a executiva que muitos indicadores do comércio mostram uma atividade combalida, com os piores resultados desde 2003, quando as vendas encolheram em relação ao ano anterior. “Em 2003, houve mudança de governo, com uma crise de confiança muito marcada no primeiro semestre. Já no segundo semestre, as vendas foram bem menos negativas. Em 2004, o comércio inaugurou um período de 11 anos de taxas positivas.” Hoje, existem vários fatores que podem explicar a retração do comér-

Foto: Agência Brasil

cio. O crédito, que estimulava o varejo, está mais restrito e mais caro. O aumento da inflação reduziu o salário real, e o desemprego provocou queda na massa de renda. “Em 2003, crédito e emprego eram piores que agora, mas a crise era mais política. Agora, tem uma crise mais interna, o que se agrava com o baixo nível de confiança do consumidor”, resume Isabela. Como resultado da crise no setor, as previsões indicam que neste ano cerca de 1 milhão devem perder seus empregos. O maior número será, sem dúvida, na área de serviços, onde o varejo se encaixa.

O pior é que a retração do varejo deve continuar. Isso porque não há clareza nos fundamentos para uma sustentação e recuperação do consumo”, avalia o diretor de pesquisa econômica Fabio Silveira, da GO Associados

RETRAÇÃO DEVE CONTINUAR O pior é que a retração do varejo deve continuar. Isso porque não há clareza nos fundamentos para uma sustentação e recuperação do consumo, avalia o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira. “O ritmo de queda vai continuar até que seja encontrado um ponto de equilíbrio do varejo com a situação econômica e atividade industrial atual”, disse. Novembro de 2015

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CAPA

Serão as médias empresas que sofrerão mais, A crise está atingindo indistintamente grandes, médios e pequenos varejistas. As grandes lojas têm capital humano e financeiro de maior porte para se defender e podem aguentar mais tempo a queda de vendas e de lucros. As pequenas lojas, principalmente as de bairro, têm um relacionamento direto com o consumidor e, portanto, sofrem menos porque oferecem crédito informal para esse tipo de cliente, quando ele não consegue comprar à vista. As maiores dificuldades sobram para as lojas de porte médio, que não têm as vendas das grandes, mas o volume de despesas das pequenas. São as médias que sofrerão muito mais com a crise, afirma o economista e consultor Nelson Barrizzelli. A seguir, leia os principais trechos de sua entrevista à Empresa Brasil: O que está acontecendo com o varejo? O ambiente econômico em que vivemos mostrava fraqueza desde 2013. Enquanto o brasileiro não sentiu o desemprego na sua casa ou na proximidade dela, foi no embalo do consumo, que começou em 2006. Somente no segundo semestre de 2014, os comerciantes começaram a se dar conta de que haveria uma inflexão da curva. Em dezembro, o desempenho do comércio foi muito ruim: queda de 2,6% em relação a novembro de 2014, a primeira queda após quatro meses consecutivos de expansão, segundo o IBGE. O país viveu durante anos uma situação que foi sendo empurrada com a barriga pelo governo. A população não enxergou o desemprego de forma explícita e foi tocando a vida até que, em 2015, a crise

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Nelson Barrizzelli: “Se precisar de dinheiro para pagar empregados, o fechamento é a melhor saída” que a presidente Dilma diz que não via se mostrou com toda a força. Qual deve ser a queda nominal no comércio varejista em 2015 diante do ano anterior? Depende do setor: o de saúde, por exemplo, está crescendo neste ano dois dígitos. O setor de alimentos deve vender, em termos reais, um pouco menos do que o ano passado, mais por razões da troca de produtos por outros de menor valor do que por volume. Os setores de produtos semiduráveis devem ter quedas razoáveis, e os de bens duráveis terão grandes quedas. Quais são as maiores dificuldades ligadas à sobrevivência das empresas? Existem dois outros problemas liga-

dos à sobrevivência em tempos de crise, além da queda de vendas: o nível de endividamento e a qualidade da gestão. Empresas pouco endividadas conseguem passar pela crise com mais facilidade. O mesmo ocorre com empresas bem geridas. Mas isso não ocorre só no varejo. Vale para qualquer tipo de empresa em qualquer ramo de atividade. O que o lojista deve fazer para sobreviver diante da crise? As empresas que sobreviverão são aquelas que foram cuidadosas no período de bonança pelo qual o Brasil passou, graças aos aspectos positivos do ambiente externo ao país, entre 2004 e 2008, e procuraram corrigir seus erros de gerenciamento, reduziram despesas fixas e mantiveram sob controle o seu


Flávio Calife: “A falta de confiança está levando empresários a abrir mão de seus negócios”

diz especialista endividamento. Quem acreditou que o Brasil tinha encontrado o caminho do desenvolvimento sustentado para todo o sempre, sem entender os sinais que estavam aparecendo já em 2011, agora vai pagar o preço de não ter se ajustado quando havia tempo. O que os comerciantes devem fazer para enfrentar este momento? Eles têm de fazer o que todo o empresário deve fazer com crise ou sem crise: controlar as despesas fixas. Quando as vendas caem, se tiver despesa fixa baixa, a empresa não entra em prejuízo, vai até certo limite no qual despesa e lucratividade se equilibram e ele consegue sobreviver. Se tiver despesa fixa alta, com queda de vendas, ele não sobrevive. O varejista precisa transformar o máximo de despesa fixa em despesa variável. Quais são as recomendações para os pequenos comerciantes? Se as vendas do pequeno comerciante caírem a ponto de fechar o mês no vermelho, mesmo pagando o piso da categoria, é melhor até fechar as portas. Agora, se tiver algum fôlego, conseguir melhorar um pouco a lucratividade, de forma que isso não o leve a se endividar mais, deve se manter até a crise acabar. Uma hora a crise acaba. Quais são os sinais de que o comerciante deve fechar a loja? Quando acaba o capital de giro próprio e a empresa começa a se endividar de forma crescente. Quando, durante dois meses consecutivos, a empresa fecha no vermelho e tem de pedir dinheiro emprestado para pagar empregados e fornecedores. Nesta situação, minha recomendação é o fechamento da empresa. Não temos perspectiva de que a crise irá acabar no curto prazo.

Setor caminha para a primeira redução no número de empresas No Brasil, o total de estabelecimentos comerciais caiu 5,6% em 12 meses até julho, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A previsão é de que o setor caminha para a primeira redução no número de empresas desde o início da série, em 2005. O número de pedidos de falência deve ter a maior alta também desde 2005, estima a Boa Vista SCPC, considerando todos os setores. O processo é puxado pelo comércio, cujos pedidos sobem em ritmo mais intenso. Nos oito primeiros meses de 2015, o total de falências requeridas no Brasil subiu 14,2% em comparação a igual período de 2014. No comércio, o salto foi de 20,9%. Os pedidos de recuperação judicial, medida para tentar evitar a falência da empresa, também caminham para um recorde em 2015. Até agosto, totalizaram 800 no país, alta de quase 40%.

O economista Flávio Calife, da Boa Vista SCPC, afirma que os pedidos de falência e recuperação judicial explodiram a partir do segundo trimestre de 2015. “Houve uma piora muito forte no ambiente de negócios. A falta de confiança está levando empresários que vinham tentando cortar custos e evitando demitir a abrir mão de seus negócios”, diz. Calife explica que, no caso da indústria, a situação já vinha piorando há mais tempo, por isso os dados do comércio chamam mais a atenção neste ano. As pequenas empresas são as que mais sofrem: respondem por 91% dos pedidos de falência no comércio e 79%, na indústria. A expectativa da Boa Vista SCPC é que a situação continue se agravando até o fim do ano, resultando no maior crescimento dos pedidos de falência desde 2005, quando a nova lei entrou em vigor. Em 2009, auge da crise financeira global, a alta foi de 7%. “Não há sinal de melhora. Medidas como a retomada de impostos tendem a derrubar mais a confiança”, alerta.

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EMPREENDEDORISMO

Núcleos de RH mostram a importância da gestão e da coletividade O surgimento de núcleos setoriais na área de Recursos Humanos capacita e une profissionais de Santa Catarina

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ecrutar e avaliar funcionários, analisar cargos, funções e desempenho, além de diversas outras questões relacionadas à gestão e organização interna de uma empresa, são atividades que passam pelo departamento de Recursos Humanos. Esse importante setor é responsável por gerenciar e sistematizar as relações entre empresas e colaboradores. Pensando no papel estratégico que exercem, profissionais da área decidiram aplicar seus conhecimentos agregadores também nas próprias carreiras: a Associação Empresarial de Rio do Sul (ACIRS), no estado de Santa Catarina, agora conta com um Núcleo de Recursos Humanos. Desde agosto, o grupo tem realizado reuniões para discutir questões comuns à área de Recursos Humanos, bem como para traçar estratégias que incentivem a atuação conjunta, calcada na parceria, e que garantam benefícios para todos os participantes. O Programa Empreender, que mantém os núcleos nas associações, foi explicado em detalhes para os nucleados. Em um cenário de globalização, e também de crise, é importante pensar na sobrevivên-

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Encontro trouxe exemplos de ações desenvolvidas com ótimos resultados cia das empresas, principalmente as de pequeno porte. Por meio do programa, micro e pequenas empresas reúnem empresários de um mesmo segmento nos chamados núcleos setoriais. Dessa forma, soluções são encontradas e executadas pelos próprios empresários. Na primeira reunião do núcleo, a consultora da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), Scheila Lenzi, coordenou o grupo. Ela sugeriu que

cada participante colocasse no papel o que espera dos encontros e apontasse as necessidades do setor. Essas ideias serviram como base para o Plano de Ação, o qual foi montado em outros encontros. A Gerente de RH e da Área Social da Cravil, Marina Lessa Mansur Pontes, comentou que a importância do setor de Recursos Humanos está em “cumprir toda a parte de legislação, para então buscar capacitação, treinamento, qualificação dos colabo-


radores e incentivar a autonomia e o comprometimento deles. É uma forma de fazer o ser humano crescer dentro da empresa”. Marina, que já atua no Núcleo da Mulher Empresária (NUME), revelou ainda que a expectativa quanto ao novo núcleo é a melhor possível. “São pessoas que vieram ávidas por trocas de experiências, de conhecimento, e eu acredito piamente que isso vai fluir e, realmente, vamos compartilhar procedimentos, o que hoje não acontece em Rio do Sul”, relatou. PARCERIA ENTRE NÚCLEOS A coordenadora do Núcleo de Recursos Humanos da Associação Empresarial de Taió (ACIAT), Janara Cerutti, também tem participado das reuniões, levando exemplos de ações desenvolvidas pelo grupo de Taió que estão alcançando resultados satisfatórios. Ela ressalta que as maiores vantagens dos núcleos são as possibilidades de parcerias e a troca de informações entre as empresas. “Dessa forma, é possível prevenir problemas, economizar com treinamentos e até oferecer mais benefícios aos colaboradores”, disse. O núcleo de Taió, município catarinense, é também bastante recente: foi criado em junho do ano passado. No entanto, para a coordenadora, os resultados obtidos têm sido satisfatórios, e os participantes estão conseguindo, de forma coletiva, detectar problemas e encontrar soluções. “A gente precisa se aperfeiçoar na gestão de pessoas, não é só fazer a folha de pagamento. Um dos problemas apontados pelas empresas é a grande rotatividade de funcionários. Por isso

precisamos identificar a causa dessa rotatividade”, exemplificou. Entre as ações realizadas pelo grupo de Taió, está uma visita técnica a uma grande empresa do setor alimentício em Rio do Sul, com o objetivo de conhecer o modelo de gestão de RH dela. Os participantes visitaram a área social da empresa, áreas de refeitório, vestiários, área administrativa e fábrica, e puderam também avaliar critérios de seleção na contratação de funcionários e os benefícios oferecidos aos colaboradores da empresa, como creche e prêmio assiduidade. PLANO DE AÇÃO Para apoiar e estimular o crescimento do recém-nascido núcleo da ACIRS, as responsáveis pela elaboração do planejamento 2015/2016 foram as consultoras Samira Rudolf, da própria associação, e Scheila Lenzi. Os participantes ouviram sobre a metodologia de trabalho do Programa Empreender e revisaram sugestões que Scheila os orientou a fazer em encontros anteriores. A consultora da FACISC coordenou os participantes na escolha das ideias consideradas prioritárias e que farão parte do planejamento. Os nucleados decidiram então por sugestões envolvendo capacitações, visitas técnicas, debates, palestras, pesquisas e troca de experiências. Depois disso, foi definido o que deverá ser feito para a realização de cada meta, quais os responsáveis e os prazos. Interessados em participar do núcleo podem entrar em contato pelo telefone (47) 3531-0500 ou pelo email consultoria@acirs.com.br, com a consultora Samira.

Vantagens da união em Núcleos Setoriais: • Acesso à capacitação e consultoria gerencial e técnica a custos menores. • Possibilidade de realização de compras e vendas em conjunto. • Participação em feiras, missões empresariais e eventos com maior regularidade e menor custo. • Acesso e ampliação de mercados. • Realização de marketing de rede. • Aprimoramento tecnológico de processos. • Exercício da cidadania mediante participação em projetos sociais. • Ganhos de qualidade, produtividade e competitividade. • Profissionalização do quadro funcional. • Participação proativa no desenvolvimento local e regional.

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TECNOLOGIA

Estratégias de contra-inteligência podem ajudar empreendedores a se proteger de ataques externos

Ciberataques: a ameaça invisível Embora os golpes virtuais mais famosos envolvam empresas de grande porte, 75% dos ataques ocorrem nas pequenas empresas

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adeados, janelas reforçadas e câmeras de vigilância já não são suficientes para proteger empresas de um possível “arrombamento”. Ataques ao sistema de informática de pequenas corporações representam uma ameaça muito mais difícil de evitar do que as deixadas por uma invasão física. É por isso que estratégias de contrainteligência podem ajudar empreendedores a se proteger de ciberataques. Apesar de os golpes virtuais mais famosos envolverem empresas de grande porte, pequenos empreendimentos também têm dados valiosos que despertam o interesse de hackers.

Notas fiscais, cadastro de clientes e transações bancárias são algumas das informações sigilosas frequentemente visadas. “Embora os ataques às pequenas empresas não façam parte frequente das manchetes, o impacto é significante: mais de 75% dos ataques ocorrem nas pequenas empresas. Isto mostra o quanto este segmento é alvo dos cibercriminosos”, alerta Marcus Almeida, gerente de uma grande empresa dedicada à tecnologia de segurança. Segundo Almeida, muitas vezes o pequeno empreendedor não tem o conhecimento ou o cuidado necessário para proteger os dados da empresa e se arrisca com comportamentos como


Marco Ribeiro: o ideal é utilizar sistemas operacionais e softwares licenciados e originais

Cuidados necessários Para Marco Ribeiro, gerente-executivo de uma consultora em gestão de riscos de negócios, o ideal é utilizar sistemas operacionais e softwares licenciados e originais, assim como antivírus de mercado, com bases de atualização periódica (no mínimo semanal), e mantê-los sempre ativados em desktops, notebooks e até mesmo tablets e smartphones. Outras medidas indicadas por Ribeiro são: • Adquirir um Firewall de Borda, de acordo com o tamanho da companhia, com capacidade para prevenir ameaças, filtrar conteúdos e analisar e-mails. O Firewall de Borda é um sistema desenvolvido para prevenir acesso não autorizado a uma rede privada.

• Cuidado na utilização de arquivos enviados por e-mail (propagandas, currículos, ofertas) em formatos ZIP, DOC, XLS e executáveis como EXE e BAT.

• Não realizar processos para desbloqueio de recursos em gadgets, chamado de “Jailbreak”

• Cuidado ao fazer download de software na Internet e nunca utilizar software ou mídia

abrir e-mails suspeitos, realizar transações usando redes wi-fi públicas ou utilizar o mesmo computador para atividades corporativas e pessoais. Esses descuidos colocam em risco a segurança da empresa e de seus clientes. Para evitar golpes virtuais e roubo de dados, o especialista indica manter uma solução de segurança abrangente instalada e atualizada em todos os dispositivos usados para o trabalho, sejam computadores, notebooks, tablets ou smartphones. Também é importante criar políticas de segurança e treinar funcionários para que tenham comportamento adequado relacionado à segurança de dados.

em dispositivos da Apple ou “Root” em Android.

Marcus Almeida: mais de 75% dos ataques ocorrem nas pequenas empresas

pirateada (sempre carregam vírus e ameaças). • Evitar o uso de dispositivos com a funcionalidade de geolocalização ativada. • Procurar empresas especializadas que possam fornecer um serviço contínuo de monitoramento de riscos e vulnerabilidades.

Para evitar golpes virtuais e roubo de dados, é preciso manter uma solução de segurança abrangente instalada e atualizada em todos os dispositivos usados para o trabalho

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Descuidos mais comuns Segundo Marcus Almeida, alguns atos que representam risco para a empresa são: • Abrir e-mails suspeitos: mensagens falsas criadas por hackers podem instalar malwares no computador com intuito de roubar dados. • Realizar transações usando redes wi-fi públicas: criminosos podem facilmente criar redes com o mesmo nome de estabelecimentos como cafés, hotéis, restaurantes e aeroportos e, com essa estratégia, roubar todos os dados que trafegarem na rede. • Usar o mesmo computador para atividades corporativas e pessoais: o computador usado no trabalho guarda informações sensíveis como notas e dados bancários. Ao usar a mesma máquina para atividades como navegar em sites suspeitos, baixar músicas e vídeos, o empresário aumenta muito as chances de ter o seu computador infectado. • Conectar pen drives e outros dispositivos móveis na rede corporativa: dispositivos móveis podem estar infectados e transmitir os malwares para dentro da rede corporativa. • Não usar senhas para desbloquear smartphones: os smartphones dão acesso direto a contas de e-mail, mídias sociais e outros dados. Pessoas mal-intencionadas podem ter acesso a todos os dados armazenados em caso de perda ou roubo do dispositivo.

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Não morda a isca! Práticas de hacking e roubo de dados visam a obter informações sigilosas e importantes, podendo causar grandes prejuízos a entidades privadas, como perdas por fraudes, custos de reparação e redução do número de clientes. Um dos ataques mais frequentes da web é o phishing, um golpe eletrônico cujo objetivo é o furto de dados pessoais, tais como número de CPF, senhas e dados bancários. O nome phishing é um neologismo de “fishing”, que significa pesca em inglês, já que o golpe consiste em “pescar” informações sigilosas de pessoas desavisadas. Segundo pesquisa da Intel, 97% dos usuários não sabem identificar um phishing recebido via e-mail. Esse tipo de ataques redireciona o usuário por meio de um link para uma página falsa preparada para coletar seus dados. Basta um clique para que um malware seja baixado no computador e, a partir de então, os hackers passam a agir. Para se ter uma ideia, cerca de 55% das empresas do Reino Unido e dos Estados Unidos já foram vítimas de phishing. De acordo com o Relatório de Spam e Phishing, o Brasil é o líder

em volume de usuários atacados. Embora tenha diminuído 2,74% no primeiro trimestre de 2015, os brasileiros permanecem sendo os alvos preferidos dos phishers e representam 18,28% dos ataques no índice mundial. ATENÇÃO AOS E-MAILS “O e-mail é um dos principais vetores que trazem ameaças para as pequenas empresas”, explica Marcus Almeida. Além do phishing, podem espalhar vírus e outros malwares. “Também por e-mail pode chegar o ramsonware, um tipo de ameaça que tem se tornado muito comum nos últimos tempos. Em linhas gerais, esta ameaça bloqueia o acesso a todo o computador, e o usuário tem que pagar um ‘resgate’ para conseguir desbloquear e voltar a ter acesso ao seu próprio equipamento”, avisa Marcus. Golpes realizados por boletos também têm se tornado frequentes. “Cibercriminosos usam um malware capaz de alterar os números de boletos bancários, no ato da geração ou no pagamento do boleto realizado via internet, fazendo com que o pagamento seja direcionado para outro beneficiário”, explica.


NOVEMBRO/2015 O O 20 – SEBRAE.COM.BR S A CO – 0800 570 0 0800

PEQUENOS PRECISAM DE MAIS CRÉDITO

Foto: Charles Damasceno

Evento realizado pelo Sebrae e pelo Banco Central, em Brasília, discutiu a importância da cidadania financeira e da ampliação da participação das micro e pequenas empresas

Presidente do Sebrae, Afif Domingos, na abertura do Fórum de Cidadania Financeira


ESTR ATÉGI A

A HORA DA INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS Especialistas analisam o cenário econômico como propício para exportações e apontam mercados mais promissores Foto: Moraes Neto

Alta do dólar e retração do consumo favorecem as exportações nacionais

CLEONILDO MELLO AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS/RN

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s empresas de pequeno porte com estrutura bem organizada e produtos com alta demanda global têm uma oportunidade de negócio favorável no atual cenário econômico brasileiro. A alta cambial favorece o comércio exterior, possibilitando a internacionalização para competir globalmente. Uma estratégia para abertura de novos mercados e aumento de volume de vendas. É preciso, porém, analisar os caminhos e mercados antes de investir. Especia-

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listas avaliam a situação e dão dicas para os empresários atenderem às exigências do mercado exterior. A conjuntura atual é muito favorável às exportações devido à alta do dólar e à retração do consumo no mercado interno. A avaliação é do economista, palestrante e consultor Ricardo Amorim, presidente de uma empresa de consultoria e um dos debatedores do programa Manhattan Connection, da Globo News. O mercado mais propício para as empresas brasileiras é o norte-americano, que mais perdeu participação de mercado nos últimos

15 anos. “A alta do dólar torna produtos brasileiros muito mais baratos para os Estados Unidos e isso faz com que a entrada dos nossos produtos seja maior”, pondera. Os principais países emergentes também passaram por desacelerações. A Rússia tem uma recessão ainda mais grave que a brasileira, e a China, ainda que com um crescimento bastante forte, vem desacelerando. “Pensando a longo prazo, a China ainda é um mercado que vale investir e a Índia, sem dúvidas, é um mercado que vai se tornar cada vez mais importante”, considera.


Setores propensos Ricardo Amorim diz que o agronegócio brasileiro tradicionalmente tem se mostrado muito competitivo, tanto de exportações que provêm do Nordeste como do resto do país. “Acredito que, como o dólar deve permanecer elevado por períodos longos, cria-se condições para que setores que até recentemente não eram muito competitivos e tinham poucas condições de exportar passem a exportar. Isso vale inclusive para as empresas que estão instaladas no Nordeste”, explica. Já o consultor Naji Harb, que atualmente mora nos Estados Unidos, é mais específico. Com larga experiência no recrutamento de grupos estrangeiros interessados em fazer negócios com empresas brasileiras, ele acredita que o setor de frutas frescas, alimentos processados, bebidas, cosméticos e moda têm boa aceitação no cenário global. “Com o Euro a R$ 4,35, as cidades turísticas do Brasil devem testemunhar um fluxo maior de turistas. Além disso, o setor imobiliário que atua com vendas internacionais terá um crescimento nessas cidades turísticas, pois existe uma grande possibilidade de aumentar a venda de imóveis para compradores internacionais”, projeta Naji Harb. Dicas A principal dica para os pequenos negócios que pensam em ampliar mercados com a entrada no comércio exterior ainda é pesquisar, segundo Naji Harb. “É altamente importante que as empresas de pequeno porte antes da entrada no mercado internacional façam pesquisas para entender

a demanda e tendências de consumo no mercado”, aconselha. Após a identificação, é recomendado também fazer levantamento sobre o histórico de crédito desses parceiros. Deve-se investir na qualidade e apresentação dos produtos, sempre calculando os custos dos produtos considerando os riscos cambiais. Incertezas fiscais Quanto aos impactos da política econômica do Brasil sobre as exportações, os especialistas veem as incertezas fiscais como um problema para todos os segmentos da economia. “Enquanto o Brasil tiver esse desequilíbrio das contas públicas e a necessidade de ajustá-lo, o risco vai permanecer porque esse ajuste pode, e deveria, ser feito predominantemente por cortes de gastos públicos, mas é muito difícil ter certeza de que isso ocorrerá. Aliás, pelas sinalizações do governo, vai acontecer com aumento de impostos”, analisa Ricardo Amorim. Para ele, essa situação cria um cenário em que as empresas são forçadas a precificar, em qualquer decisão futura, um potencial aumento de custos por conta desses impostos mais altos. E isso limita a quantidade de negócios e, por consequência, o crescimento do país. “Até que o ajuste fiscal esteja terminado e esteja claro que o Brasil retomou a confiança e que, portanto, não precisa continuar apertando o cinto, elevando impostos ou cortando os gastos do governo, todos esses setores têm um risco de verem aumento de impostos. Isso significa redução de recursos para todos”, diz o economista. E

“A ALTA DO DÓLAR TORNA PRODUTOS BRASILEIROS MUITO MAIS BARATOS PARA OS ESTADOS UNIDOS E ISSO FAZ COM QUE A ENTRADA DOS NOSSOS PRODUTOS SEJA MAIOR”, DECLARA O CONSULTOR RICARDO AMORIM

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R EC ONHEC I M E N T O

PRÊMIO SEBRAE TOP 100 DE ARTESANATO ESTÁ COM INSCRIÇÕES ABERTAS

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stão abertas as inscrições ao Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, que é realizado a cada três anos. Serão premiadas as 100 unidades de produção artesanal mais competitivas do Brasil. Para concorrer, é preciso ser formalizado e ter um CNPJ, que pode ser próprio ou coletivo. Em julho de 2016, os ganhadores serão premiados em uma cerimônia no Centro de Referência do Artesanato Brasileiro, no Rio de Janeiro. As inscrições podem ser feitas pelo hotsite www.top100.sebrae.com.br até o dia 15 de dezembro. Pode participar todo artesão que esteja associado a uma instituição legalmente constituída (cooperativa ou associação), empreendedor individual, pequenas e microempresas. O Top 100 busca identificar as unidades produtivas que detêm as melhores práticas de gestão, considerando a produção, a administração, a divulgação e a comercialização.

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Ao se inscreverem, os candidatos devem enviar fotos de três produtos confeccionados na unidade de produção, uma foto das embalagens utilizadas e duas fotos do local da produção, totalizando seis fotos. Também devem preencher o questionário disponível no endereço eletrônico. Além do reconhecimento nacional, os premiados terão o direito de usar o selo “Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato - 4ª Edição” por três anos após a entrega do certificado, e também de participar em eventos de promoção comercial. O certame ocorrerá em oito fases e irá se estender até setembro de 2016. Os artesãos serão avaliados por júris especializados, que utilizarão 11 critérios de avaliação: práticas de inovação, qualidade dos produtos, identidade e compromisso cultural, embalagem, condições de trabalho, sustentabilidade ambiental, organização da produção, adequação econômica dos produtos, práticas comerciais, responsabilidade social e planejamento e gestão. E

Foto: Ronaldo Guimarães

GIZELLA RODRIGUES AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

Foto: Bernardo Rebello

Quarta edição irá identificar e premiar as 100 unidades de produção artesanal mais competitivas do país; inscrições podem ser feitas até o dia 15 de dezembro

Os premiados poderão usar o selo do prêmio e participar de eventos de promoção comercial

■ Inscrições: até 15 de dezembro de 2015 ■ Realização das três etapas do júri: fevereiro a junho de 2016 ■ Divulgação dos resultados: 1º a 15 de julho de 2016 ■ Premiação: setembro de 2016


C R ÉD ITO

AFIF DEFENDE QUE PEQUENOS NEGÓCIOS TENHAM MAIS ACESSO AO CRÉDITO O presidente do Sebrae participou da abertura do Fórum de Cidadania Financeira, promovido pela instituição e pelo Banco Central

VINÍCIUS TAVARES AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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novo presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos, defendeu mais acesso ao crédito para as micro e pequenas empresas durante a abertura do Fórum de Cidadania Financeira, no início de novembro, em Brasília. De acordo com o dirigente, seu grande desafio é colocar a instituição na liderança das políticas públicas voltadas ao empreendedor. O evento foi promovido pelo Banco Central (Bacen), em parceria com o Sebrae. “O papel do Sebrae é entrar mais firme nessa batalha”, destacou. Afif apresentou uma pesquisa feita pela instituição em 2015, segundo a qual apenas 17% das microempresas tomaram empréstimo, enquanto 24% das empresas de pequeno porte contraíram crédito. Segundo o levantamento, os fornecedores são os principais financiadores de 72% das microempresas e de 76% dos empreendimentos de pequeno porte.

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“O sistema financeiro nacional é muito concentrado nas médias e grandes empresas. O crédito ainda é voltado a serviços financeiros para pessoas físicas e consumo. Mas, quando a gente fala em financiar a produção, temos um longo caminho pela frente, pois as instituições são grandes demais para atender ao pequeno produtor.“ O cheque pré-datado é usado por 51% das microempresas e 57% dos negócios de pequeno porte. Ainda conforme a pesquisa, possuem conta bancária 84% dos donos de microempresa e 89% dos proprietários de pequenas empresas. Em 2015, o valor médio de empréstimo solicitado foi de R$ 36 mil por microempresa e de R$ 56 mil por empresa de pequeno porte. O presidente recém-eleito do Sebrae reforçou a importância dos pequenos negócios na manutenção de empregos. “Enquanto as médias e grandes desempregaram 800 mil pessoas de janeiro a novembro, as micro e pequenas empresas ainda sustentam saldo positivo de 109 mil vagas”, frisou. E

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DURANTE O EVENTO, AFIF DESTACOU QUE ENQUANTO AS MÉDIAS E GRANDES EMPRESAS DESEMPREGARAM NESTE ANO, AS MICRO E PEQUENAS AINDA SUSTENTAM SALDO POSITIVO DE VAGAS

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TEC N OL OG I A

EMPRESA APOSTA EM REDES SOCIAIS PARA SE MANTER CONECTADA AOS CLIENTES Loja de calçados usa as redes sociais e um blog com dicas de moda para fortalecer relacionamento com seus clientes

Reprodução

ISABELLE BENTO, COM COLABORAÇÃO DE LARA FRANCO AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS/TO

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ara começar o próprio negócio, não basta ter recursos. É preciso ter percepção do mercado em que pretende entrar e estar sempre interessado em adquirir conhecimento. Com o desejo de aprender para transformar seu sonho de empreendimento em realidade, Kelsiene Cardoso, que no início possuía apenas uma ideia e força de vontade, há três anos conduz a Elegance Shoes, loja de calçados no município de Porto Nacional, no Tocantins. A empresária conta que, antes de realizar um estudo de mercado, já havia procurado conhecer o que as mulheres de Porto Nacional sentiam falta. “Observei que não existiam opções de sapatos mais bonitos e de melhor qualidade nas lojas da região. Como mulher, eu me identifiquei e percebi que seria interessante investir nesse segmento”, comenta Cardoso.

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EMPREENDER

Atualmente, Kelsiene aposta em marcas de qualidade e em se manter sempre próxima de seus clientes, através das redes sociais e de um blog no qual escreve dicas de moda. Por meio de publicações com fotos de novidades da loja e sugestões de looks, as clientes comentam, tiram dúvidas e fazem reservas de seus pares de sapato favoritos, sendo sempre convidadas a visitar a loja física. Além disso, a empresária também aposta em eventos de lançamentos de coleções, promoções e se preocupa com o pós-venda, ou seja, com a opinião dos clientes sobre o atendimento e produtos adquiridos. A empresária, que começou como microempreendedora individual (MEI) e hoje tem uma microempresa, pretende ampliar seu catálogo de calçados para o público masculino e infantil. Kelsiene também já estuda a possibilidade de inauguração de uma filial no município de Paraíso. Um pequeno negócio que dá certo. E

Por meio das publicações, as clientes comentam, tiram dúvidas e fazem reservas

INFORME SEBRAE Gerente de Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348-7494


CONJUNTURA

Banco Central deve manter taxa básica de juros até outubro de 2016 BC interrompeu uma sequência de sete altas consecutivas. Agora, o órgão afirma que vai manter os juros no mesmo patamar “por período suficientemente prolongado” para alcançar o centro da meta de 4,5% em 2017

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inflação ainda segue pressionada pelas tarifas públicas e pela alta do dólar – que soma 45% em 2015. Para completar o quadro, a queda na previsão de superávit primário, a economia feita para pagar juros da dívida pública, em 2015 e 2016, torna mais difícil a tarefa do Banco Central de tentar conter a inflação. A valorização do dólar é outro fator que pesa sobre a alta dos preços, devendo se prolongar em 2016. Para este ano, os analistas do mercado acreditam que o IPCA deverá somar 9,75%. Com isso, a inflação deverá superar o teto do sistema de metas em 2015, algo que não acontece desde 2003. Em 21 de outubro, o Banco Central manteve a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano, mas afirmou que a inflação vai demorar mais para chegar ao objetivo de 4,5%. Desde julho, a instituição sustentava que seu objetivo era atingir esse valor no final de 2016. Na reunião de setembro, o BC interrompeu uma sequência de sete altas consecutivas. Agora, o órgão declara que vai manter os juros nesse patamar “por período suficientemente prolongado” para alcançar essa meta “no horizonte relevante da política monetária”, período

Foto: Antônio Cruz/Abr

BC admite que a inflação vai demorar mais para chegar ao objetivo de 4,5% que se estende até outubro de 2017. De acordo com José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da CACB, diante da retração econômica do país, é preciso reduzir e não aumentar a taxa de juros para permitir uma suave retomada da economia. “Em paralelo, apostamos na superação dos graves problemas econômicos que o país enfrenta, como o aumento assustador do desemprego, a partir dos ajustes fiscais, do corte de gastos e da redução da carga tributária.” Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em nota distribuída à imprensa, considerou acertada a decisão do Banco

Central de manter a mesma taxa básica: “Não haveria nenhuma razão para o aumento da taxa Selic, diante da recessão em que se encontra o Brasil. Nossa expectativa, agora, é de que o BC comece a reduzir a taxa, o que vai permitir que o país possa se estabilizar e dê início a uma retomada gradual.” “Mas, para essa recuperação, é preciso que o governo realize – efetivamente – o ajuste fiscal. E que esse ajuste seja feito pelo lado do governo, via corte de gastos, e não por meio de mais aumento de tributação.” A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 24 e 25 de novembro deste ano. Novembro de 2015

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LEGISLAÇÃO

Justiça do Trabalho: como evitar dor de cabeça

Final de ano é tempo de novas contratações. Empresários devem cuidar para não ter problemas na justiça

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om a chegada do final do ano, empresas atendem a uma grande demanda nas vendas e nos serviços. Assim, está aberta a temporada de contratação de novos funcionários. Para ficar por dentro e evitar ações trabalhistas, o empresário deve ficar atento. Segundo a advogada Joseane Fernandes, micro e pequenos empresários costumam optar pelo contrato por prazo indeterminado, seguindo as normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Trata-se de uma modalidade de

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contratação simples e de maior conhecimento dos pequenos empreendedores, pois são regulamentadas pela CLT. “Normalmente, os contratos de trabalho específicos têm a necessidade de um maior conhecimento na área por parte dos empresários, como é o caso da contratação de temporário, que é regido pela Lei 6.019/74 e não pelas normas da CLT. Isso acaba gerando uma confusão do que é devido no contrato de trabalho por prazo indeterminado e o que é devido no contrato de trabalho temporário”, explica a advogada. Em algumas situações, a depender da empresa, acaba-se por optar pelo contrato informal, isto é, sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). “Normalmente, [esse tipo de contrato] é utilizado quando o

Joseane Fernandes: a informalidade deve ser sempre evitada


empresário precisa de um serviço ‘rápido’ ou até mesmo por um acordo das partes (empregador x empregado).” A especialista alerta que a informalidade sempre deve ser evitada, independentemente da categoria de empresa. “O empresário sempre deverá priorizar a contratação formal, com registro em CTPS, mesmo nos casos de um serviço ‘por pouco tempo’, onde ele poderá realizar a contratação por prazo determinado. É importante sempre pensar nos riscos que este tipo de contratação traz, seja ele de

reclamatória trabalhista, acidente de trabalho e até mesmo com relação a possíveis fiscalizações”, observa. Conforme esclarece Joseane, a contratação formal gera benefícios tanto para o empregador, pois estará cumprindo com as suas obrigações legais, como para o empregado, uma vez que terá uma renda fixa, qualidade de segurado da previdência social, o que influencia diretamente no recebimento de benefícios do INSS, como auxílio-doença, auxílio-acidentário, aposentadoria, entre outros.

“O empresário sempre deverá priorizar a contratação formal, com registro em CTPS, mesmo nos casos de um serviço ‘por pouco tempo’, onde ele poderá realizar a contratação por prazo determinado”

Principal tipo de contratação é temporária No período de Natal, um dos principais tipos de contratação é a temporária. Marcos Abreu, presidente da Employer, empresa especializada em recrutamento, fala sobre os mitos e verdades ligados ao trabalho temporário. Abreu esclarece que o trabalho temporário é bem diferente da terceirização. Para atender às demandas transitórias, a mão de obra temporária é uma realidade em todo o mundo e, no Brasil, foi regulamentada por meio da Lei 6.019/1974. Já a terceirização transfere a terceiros funções que não são relacionadas às atividades-fim da empresa. “Enquanto o trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física (trabalhador temporário) a uma tomadora por tempo limitado, o trabalho terceirizado não fornece mão de obra emergencial e assume o compromisso formal de executar

Marcos Abreu: trabalho temporário é diferente de terceirização atividades específicas e predeterminadas”, explica Marcos. Enquanto a terceirização referese a serviços, na mão de obra temporária a prestação é de trabalho. “Isto é, na terceirização, contratamos uma empresa para prestar ser-

viços. Já no trabalho temporário, o serviço da agência de trabalho temporário refere-se a recrutar, selecionar e colocar à disposição um trabalhador temporário em uma empresa que necessite de seu trabalho e não a execução da atividade da empresa contratante em si”, descreve. Segundo o presidente da Employer, o contrato de trabalho temporário não exige data de término prefixada, como muitos acreditam. É uma espécie de contrato a termo, que poderá durar até 3 meses, permitida a prorrogação, conforme normas e autorização do Ministério do Trabalho e Emprego. “Isso não significa que sua data de término deverá ser prefixada na assinatura do contrato. O contrato é extinto quando decorrido o prazo máximo permitido pela lei para sua duração ou quando o motivo justificador de sua contratação deixa de existir.”

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ENTREVISTA

Novo presidente da CACB defende a busca de parceiros internacionais Eleito por aclamação pelo Conselho Deliberativo da entidade, em Brasília, em 5 de novembro, George Pinheiro, do Acre, será o responsável pela gestão da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) no período de 2016/2018. Ex-diretor financeiro da Confederação nos mandatos 2009-2011 e 2011-2014, nesta entrevista à Empresa Brasil, ele projeta as prioridades e os desafios que estabeleceu para a sua administração. A seguir, leia os principais trechos:

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Pinheiro: “Vamos lançar uma campanha nacional para despertar a consciência financeira entre os empreendedores brasileiros”

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uais são os principais projetos da sua gestão? Consolidar uma maior autonomia financeira para nossa entidade. Levar adiante o projeto AC CACB, que tem como meta instalar uma Autoridade de Registro (AR) em todos os municípios brasileiros com mais de cem mil habitantes e também na América Latina. Também queremos criar alternativas por meio da implantação de novos projetos a serem apoiados por novos parceiros, nacionais, mas, principalmente, internacionais, como a Comunidade Europeia e organismos, como o Banco Mundial, o BIRD, e os voltados para o desenvolvimento das MPEs. Queremos igualmente consolidar a área Internacional da CACB, com maior participação no International Chamber of Commerce (ICC) e na Associação Ibero-Americana de Câmaras de Comércio (AICO), a fim de levarmos nossos produtos e gerar receitas para a CACB. Incentivaremos e apoiaremos a criação de cooperativas de crédito,


em todas as associações comerciais do Brasil, como uma maneira de despertar a consciência financeira entre os empreendedores brasileiros, o que incluiria uma campanha nacional de divulgação com o nosso explícito apoio. Qual será a sua principal bandeira? A CACB sempre defenderá a democracia, a liberdade, a livre iniciativa, a desburocratização, menos impostos, menos Estado, e, principalmente, o direito de empreender. Quais são os principais desafios no sentido de aperfeiçoar o Simples? Vamos continuar a defender a implantação do Simples em todos os estados. Para isso, vamos provar com números e com dados que, quanto maior for a participação das empresas no Simples, mais os estados irão arrecadar. Com isso, a formalidade criará a cultura do pagamento dos impostos sem burocracia. Precisamos criar uma escala para a mudança de patamares de faturamento, de modo a evitar o impasse quando a empresa atingir o limite. A partir desse momento, ela passaria a pagar apenas a diferença de faixas de alíquotas de acordo com o novo patamar de receita. Em termos de empreendedorismo, o que falta para estimular essa cultura no Brasil? Criar confiança nas regras implantadas para que o empresário seja incentivado a formalizar o seu negócio. Ter incentivos, principalmente juros reais, no mínimo iguais, aos oferecidos aos grandes. Além disso, precisamos

incentivar e promover a abertura de cooperativas de crédito em todas as associações comerciais do Brasil. Isso contribuirá para um salto na distribuição de renda em todos os municípios, fazendo com que os lucros da intermediação financeira aumentem a riqueza em cada comunidade. Ao contrário do que ocorre hoje, quando as grandes instituições financeiras do país, públicas ou privadas, levam seus lucros apenas para suas matrizes e seus sócios. Em sua opinião, quais são os fatores de mortalidade das MPEs no Brasil? São necessários mais treinamentos, informações e conscientização dos empreendedores para a abertura de um novo negócio. A consciência do risco faz parte do negócio. Nesse sentido, o Sebrae é peça fundamental em todos os sentidos. Qual é a sua expectativa em relação à crise brasileira? O Brasil amarga uma grave crise que não é só econômica. É também política e ética. Há também falta de lideranças em todos os segmentos. Precisamos de um choque de moralidade e de gestão na coisa pública. Talvez o caminho seja a formalização de um pacto nacional, com uma nova Constituinte, a qual seria eleita exclusivamente para este fim, com tempo determinado. Os representantes não poderiam ser reeleitos para o mandato seguinte. Isto, evidentemente, teria de ser precedido por um pacto de governabilidade. É o que ouvimos em todo o país, principalmente das MPEs em todos os rincões do Brasil.

“O Brasil amarga uma grave crise que não é só econômica. É também política e ética. Há também falta de lideranças em todos os segmentos. Precisamos de um choque de moralidade e de gestão na coisa pública. Talvez o caminho seja a formalização de um pacto nacional, com uma nova Constituinte, a qual seria eleita exclusivamente para este fim”

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JUSTIÇA

Entre os anos de 2003 e 2013, o número total de novos casos passou da casa dos 18 milhões para 28 milhões

Pesquisa mostra que a Justiça brasileira é a mais cara do Ocidente Por habitante, no Brasil, a despesa do Judiciário é de R$ 306,35, ou seja, muito superior em valores absolutos à despesa de países do primeiro mundo

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alto custo do Poder Judiciário no Brasil virou tema de uma pesquisa recente. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), apontados pelo documento em andamento no Departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), somente em 2013, o montante global do sistema alcançou cifras de R$ 62,3 bilhões. Valor este que equivale ao orçamento anual do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Achou caro? Pois o valor é su-

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perior ao Produto Interno Bruto (PIB) de doze estados brasileiros, considerados individualmente. Entre 2009 e 2012, esta despesa oscilou entre o equivalente a 1,35% e 1,48% do total de riquezas produzidas no país. Com base neste alarmante levantamento, o estudo constata que o orçamento destinado ao Poder Judiciário brasileiro pode ser o mais alto por habitante, entre os países do Ocidente. Segundo o gaúcho Luciano Da Ros, que conduziu a pesquisa denominada “O custo da Justiça no Brasil”, em parceria com o norte-

americano Mattew M. Taylor, da American University, entre as principais causas para gastos tão elevados, está o alto volume de casos que ingressam anualmente na Justiça e em órgãos afins. Outro fator que contribui é a chamada “taxa de congestionamento”, atualmente de 70%, que decorre da falta de simetria entre o volume de novos processos e o que é efetivamente julgado. Por habitante, no Brasil, a despesa do Judiciário é de R$ 306,35, ou seja, muito superior em valores absolutos à despesa de países cuja renda média é


maior, como SuĂŠcia (â‚Ź 66,7), Holanda (â‚Ź 58,6), ItĂĄlia (â‚Ź 50), Portugal (â‚Ź 43,2), Inglaterra (â‚Ź 42,2) e Espanha (â‚Ź 27). E, mesmo comparado a paĂ­ses do mesmo continente, como Chile, Argentina e ColĂ´mbia, conforme a pesquisa, o orçamento per capita de todo o sistema judiciĂĄrio brasileiro (incluindo ĂłrgĂŁos como o MinistĂŠrio PĂşblico, defensorias e advocacias pĂşblicas) ĂŠ maior.

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MUITOS CASOS NOVOS OU EM TRAMITAĂ‡ĂƒO O nĂşmero de novos casos que ingressam no JudiciĂĄrio brasileiro, por ano, tambĂŠm cresce consideravelmente. Dados da pesquisa, com base em informaçþes do CNJ 2014, apontam que hĂĄ cerca de 14 mil novos processos para cada 100 mil habitantes. É o equivalente a 1.707 casos por magistrado no Brasil, enquanto na ItĂĄlia o nĂşmero ĂŠ de 876, na França alcança 455 e, em Portugal, ĂŠ de apenas 412. Outro nĂşmero assustador ĂŠ o de processos em tramitação. Em 2013, a carga processual existente totalizou cerca de 95 milhĂľes, o equivalente a 6.041 processos por magistrado, ou praticamente um para cada dois habitantes. A maioria destes casos, em torno de 70%, teve inĂ­cio antes de 2013. E mais: no curto espaço de tempo compreendido entre os anos de 2003 e 2013, o nĂşmero total de novos casos ingressando anualmente no Poder JudiciĂĄrio brasileiro, conforme relato da pesquisa, passou da casa dos 18 milhĂľes para 28 milhĂľes. Crescimento este que representa uma mĂŠdia de 6,5% ao ano, segundo dados do CNJ.

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Custo por decisĂŁo judicial tambĂŠm ĂŠ elevado O pesquisador gaĂşcho Luciano Da Ros critica a demora na tramitação dos processos. “SĂŁo milhares de processos, mas o resultado agregado ĂŠ de baixa eďŹ ciĂŞncia, pois os casos levam muito tempo para serem decididos. Isso ĂŠ um problema do nosso sistema recursal, pois nossos juĂ­zes se tornam verdadeiros pareceristasâ€?, observa. AlĂŠm disso, o elevado custo por decisĂŁo judicial tambĂŠm impressiona. No Brasil, ĂŠ maior que o dos paĂ­ses europeus presentes na pesquisa, de R$ 2.248,93 por aqui, contra R$ 1.679,15 na ItĂĄlia, por exemplo. “Muito disso ĂŠ demanda repetitiva, ĂŠ o mesmo processo repetido milhĂľes de vezes. A cultura do ‘precedente’ nĂŁo faz parte do nosso sistema jurĂ­dico. Existem mĂŠtodos de uniformização da jurisprudĂŞncia e formas de reduzir demanda repetitiva. Nos Estados Unidos, por exemplo, existe a ‘indenização punitiva’â€?, explica. Da Ros sugere como uma proposta possĂ­vel a criação de um mecanismo que preveja altas indenizaçþes a delitos repetidos. Desta forma, seria possĂ­vel evitar que o JudiciĂĄrio ďŹ casse “enxugando geloâ€?, compara. Ele considera que uma das consequĂŞncias da dinâmica atual ĂŠ que os juĂ­zes se sentem desprestigiados. “E, para mudar esse quadro, eles apelam para o aumento salarialâ€?, analisa.

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CONSUMIDOR

Desemprego e juros altos aumentam a inadimplência Varejo é o setor mais atingido e vai ficar ainda pior com o aumento dos impostos

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m tempos de recessão e crise econômica, a inadimplência bate à porta do consumidor. Pesquisas de empresas de proteção de crédito apontam como principais fatores da desorganização financeira o desemprego, a elevação dos juros e tributos, além da maior cautela dos agentes, tanto consumidores quanto concedentes de crédito. O superintendente da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, acrescenta que o aumento do desemprego, provocado pela recessão técnica, tem dificultado a negociação das dívidas. Como tentativa para driblar a inadimplência e manter os investimentos, as empresas têm renegociado com seus fornecedores. O efeito cascata, além de aparecer na queda do faturamento, segundo Solimeo, também está presente na dificuldade de os empresários obterem crédito, situação que aumenta o atraso no pagamento dos impostos. “Além da tributação ser elevada, o prazo de recolhimento é curto, fazendo com que as empresas tenham que pagar o imposto antes de receber pela venda do produto”, pontuou o superintendente. O economista da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul) André Azevedo explica que se, de um

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Foto: Ivan Andrade / Divulgação

André Azevedo: “Em 2015, pela primeira vez em mais de uma década, o crédito crescerá abaixo da inflação” Foto: Paulo Pampolin / Divulgação

Marcel Solimeo: “Aumento do desemprego tem dificultado a negociação das dívidas”


lado, com a crise, o consumo vem caindo e, por consequência, a demanda por crédito, de outro as empresas estão mais seletivas na concessão de novos empréstimos e financiamentos. “Em 2015, pela primeira vez em mais de uma década, o crédito crescerá abaixo da inflação. Isso reflete a atual situação econômica, de estagflação”, avaliou o economista. De acordo com as expectativas do superintendente da Associação Comercial de São Paulo, o ano de 2015 fechará com um resultado negativo do PIB, sendo na indústria e no comércio as maiores quedas. “A melhora das vendas no último trimestre é sazonal e não salvará o ano para o varejo”, projetou. Já para Azevedo,

economista da Federasul, a crise econômica e as medidas para combatêla, como elevação da taxa básica de juros e de impostos, impedem o crescimento econômico. REGIÕES Móveis, eletrônicos e eletrodomésticos geraram a maior inadimplência ao longo de 2015, seguido dos empréstimos pessoais. A dificuldade de quitar as contas está mais presente na classe com renda baixa, que, conforme o superintendente da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, é explicado por ser mais numerosa e possuir maior instabilidade de renda familiar, além de estar sujeita ao desemprego.

A crise econômica e as medidas para combatê-la, como elevação da taxa básica de juros e de impostos, impedem a retomada do crescimento

Cenários não mudam em 2016 E o ano que vem? O superintendente da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, frisa que o primeiro semestre do próximo ano será uma continuação do atual cenário, podendo apresentar alguns sinais de melhora no segundo semestre. Já as projeções do economista da Federasul André Azevedo apontam para um 2016 com desempenho do crédito similar ao deste ano.

Qual é o tamanho do buraco? Pesquisas mostram que a dificuldade de manter as contas em dia bateu à porta de 54 milhões de brasileiros. 140 milhões de adultos foram pesquisados.

Falta também educação financeira O atual desajuste da economia pessoal acontece em função de um componente estrutural. A relação dos brasileiros com as suas finanças é complicada e baseada em três itens: o conhecimento, a atitude e o comportamento.

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TRIBUTOS Foto: J.Batista / Câmara dos Deputados

Afif Domingos almeja aprovação do Crescer sem Medo no Senado ainda em 2015

Aumenta o guarda-chuva do Supersimples Câmara aprovou texto-base do projeto Crescer sem Medo, que eleva o teto de enquadramento em 250%

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texto-base do projeto que aumenta a receita bruta anual máxima permitida para enquadramento da microempresa no regime especial de tributação do Simples Nacional – o Supersimples – foi aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados, por 417 votos favoráveis e dois contrários, no começo do mês de setembro. O Simples Nacional é um regime tributário especial, que permite o pagamento, em uma única guia, de oito impostos, facilitando o sistema de contabilidade das empresas. Com a proposta, batizada de Crescer sem Medo, o limite para participar desse sistema passará de

R$ 360 mil para R$ 900 mil, ou seja, um aumento de 250%. O texto é uma emenda do parlamentar João Arruda (PMDB-PR) e previa a vigência de todas as novas regras do projeto a partir de janeiro de 2016. No entanto, o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), conseguiu costurar um acordo entre os líderes partidários para que o impacto nas contas fosse distribuído aos poucos. Para as pequenas empresas, os deputados então incluíram um prazo de transição, que vai até 2018. Em 2017, o novo limite será de R$ 7,2 milhões. E, somente no ano seguinte, poderão participar


do Supersimples as empresas com receita bruta maior que essa, até R$ 14,4 milhões. Para o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, que acompanhou a votação, o prazo de transição é necessário porque 2016, segundo ele, será um ano crítico para as contas públicas, e, por isso, o melhor é evitar medidas de renúncia fiscal. De acordo com a proposta, haverá uma alíquota maior, mas que terá desconto fixo específico para cada faixa de enquadramento e não mais uma tributação simples sobre a receita bruta mensal. No entendimento do relator, o deputado João Arruda, a tabela do Simples Nacional será um estímulo à micro e pequena empresa a crescer sem medo de perder seu enquadramento. A mudança atinge também as empresas de pequeno porte, as quais terão a participação permitida no sistema simplificado em rendimentos compreendidos no intervalo de R$ 900 mil a R$ 14,4 milhões anuais.

Já para os Microempreendedores Individuais (MEIs), o Crescer sem Medo amplia o teto de enquadramento dos atuais R$ 60 mil para R$ 72 mil, uma elevação de R$ 1 mil mensais. O texto deve ser analisado em seus destaques que ainda não foram votados pela Câmara e, depois, seguir para o Senado. A meta, para Afif Domingos, é aprovar o Crescer sem Medo no Senado ainda em 2015.

Pelos cálculos da Receita Federal, a proposta deve gerar uma redução de R$ 11,43 bilhões na arrecadação da União, de estados e municípios

MENOR IMPACTO NAS CONTAS PÚBLICAS Conforme informações divulgadas pelo governo, o impacto gerado pelas mudanças do projeto Crescer sem Medo deve ser de R$ 2 bilhões, e a compensação virá com geração de empregos e contribuição das empresas que se beneficiarão da reforma. Já pelos cálculos da Receita Federal, a proposta deve gerar uma redução de R$ 11,43 bilhões na arrecadação da União, de estados e municípios.

Projeto inclui inovações Dentre as inovações do projeto, está a permissão para que o agricultor familiar peça enquadramento no MEI. Isso não se aplica ao trabalhador rural, para quem a atual lei prevê o pagamento de todos os direitos trabalhistas e previdenciários, se presentes os elementos característicos da relação de emprego. Outra mudança é o aumento do prazo de parcelamento de dívidas no âmbito do Supersimples. Neste

último caso, o número de prestações mensais passa de 60 para 180, cada uma no valor mínimo de R$ 100. Os prestadores de serviços que estavam enquadrados na sexta tabela, com percentuais mais elevados, passam a ficar na quarta tabela. É o caso, por exemplo, dos serviços de medicina, odontologia, psicologia, jornalismo e publicidade. No entanto, esse reenquadramento poderá ser revisto, principalmente em fun-

ção da arrecadação, a partir do segundo ano da publicação da futura lei complementar. Da mesma forma, se as empresas que exercem essas atividades tiverem muitas pessoas contratadas, poderão passar para a terceira tabela, com alíquotas mais vantajosas. Para definir isso, será analisada, segundo o projeto, a razão entre o valor da folha de salários e a receita bruta, quando esta for maior que 22,5%.

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FINANÇAS

Negociar crédito pode ser alternativa para enfrentar a crise Mesmo com redução no número e volume de operações, o setor de factoring registrou ganho na margem operacional

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anter a produtividade e o poder de negociação é o grande desafio enfrentado, nos dias atuais, por muitos empreendedores pelo Brasil afora. Em tempos de taxas de juros em alta, nas principais instituições financeiras do país, muitas vezes é preciso buscar novos caminhos para se manter competitivo no mercado e com dinheiro em caixa. Com maior volume de operações nas regiões sul e sudeste, as factoring aparecem como alternativa para aqueles empresários que possuem créditos gerados por vendas a prazo e precisam aumentar a margem de negociação. No Brasil, historicamente, as operações de factoring representam 1% do PIB. Esse percentual é considerado baixo pela Associação Nacional de Fomento Comercial (ANFAC), quando comparado com os mercados europeu e asiático, em que a prática atinge em torno de 10% do PIB. De acordo com os dados divulgados pelo Conselho de Controle e Atividades Financeiras (COAF), existem no segmento 6,8 mil empresas com registro no Brasil. Em 2014, as associadas à ANFAC apresentaram um giro de carteira na ordem de R$ 120 bilhões ao atender a 150 mil pequenas e médias empresas. O setor ainda contribuiu para serem mantidos 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos.

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Foto: Divulgação

João Costa Pereira: “Crise econômica trouxe ao mercado uma maior exposição a riscos”


Pelas informações preliminares levantadas pela Associação, o primeiro semestre de 2015 registrou uma redução, em números e valores operados, da ordem de 12,5%. A retração é decorrente do baixo consumo e da elevação da taxa básica de juros no período. Mesmo com redução no número e volume de operações, o setor registrou ganho na margem operacional no primeiro semestre de 2015. TAXA DE RISCO Para o presidente da ANFAC, Luiz Lemos Leite, esse fenômeno ocorre em função do aumento no nível de expectativa da taxa de risco considerada na composição de compra de créditos. Ainda são observados o custo de oportunidade, custo operacional, carga tributária e expectativa de lucro. O período de crise econômica levou os agentes econômicos a serem mais seletivos e a demanda agregada, por consequência, elevada. Neste segundo semestre, a ANFAC identificou que os resultados têm sido muito prejudicados em função da indefinição sociopolítica que o país atravessa, como a redução do PIB projetada em 2,8%. Segundo Leite, presidente da ANFAC, para 2016 as expectativas podem se alterar, dependendo da composição política e da habilidade nas negociações que estão em andamento envolvendo o Executivo e o Legislativo Federal. EXPERIÊNCIA Embora com um cenário turbulento, a Brasil Factors, joint-venture do BicBanco, FIMBank e Banco Mundial, comemora os números atingidos

no primeiro semestre de 2015. Com cerca de 100 empresas cadastradas na carta de clientes, foi possível atingir um volume de operações na casa dos R$ 250 milhões. A expectativa é de que o ano se encerre com números acima dos R$ 500 milhões. Mesmo com números positivos, o presidente da Brasil Factors, João Costa Pereira, reconhece que a crise econômica trouxe ao mercado uma maior exposição a riscos, com bancos reduzindo as carteiras de crédito e crescimento lento. Além disso, também aparecem aspectos de conservadorismo e cautela na seleção de clientes. “As operações no mercado doméstico caíram e a inadimplência aumentou a busca pela cobertura de riscos”, explicou. MERCADO INTERNACIONAL Globalmente, o factoring tem apresentado uma média anual de mais de 12% de crescimento nos últimos 8 anos. Em 2011, o aumento mundial foi de 22%, atingindo um volume recorde de US$ 2,6 trilhões. O mercado internacional (exportação e importação) ganhou destaque com incremento de 37% em 2011, para um volume de US$ 355 bilhões. Números que indicam que o factoring continua ganhando importância como instrumento de administração de capital de giro. Hoje, além dos Estados Unidos, o factoring é muito praticado e difundido na Inglaterra, Suécia, Noruega, Holanda, Espanha, Itália, França e Bélgica. Entre os países da América Latina, fora o Brasil, as operações encontram expressão no México, na Colômbia, no Peru e no Equador.

Foto: Cláudio Belli/divulgação

Luiz Lemos Leite: “Mesmo com redução de operações, o setor registrou ganho na margem operacional no primeiro semestre de 2015”

Os números do factoring no mundo Em junho deste ano, a Associação Internacional Factors Chain International (FCI) divulgou números mundiais da atividade. Confira os dados no quadro abaixo: ■

o volume de factoring global atingiu em 2014 a maior alta de todos os tempos: € 2,348 mil milhões de euros em 2014, um aumento de 6,3% em comparação com 2013;

crescimento mais forte na Europa (+ 8%) e nas Américas (+8%);

Argentina, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Turquia e Cingapura, entre mercados, com forte crescimento do setor;

mercado factoring asiático cresceu 3% em relação a 2013, enquanto o volume de factoring africano teve uma queda de 9%.

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LIVRO

Para entender o sistema capitalista

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ual o futuro que você deseja para o Brasil? O de um país com um Estado populista, sempre contrário à economia de mercado, ou um Estado moderno, democrático, em que, fora a atuação na saúde, educação e segurança, prevalece a competição? Essa é a tônica do novo livro do economista Fabio Giambiagi, um estudioso das mazelas do Brasil, cujo conhecimento expõe com clareza o tipo de Estado proposto pela esquerda brasileira. Em “Capitalismo – Modo de Usar” (editora Campus/Elsevier), Giambiagi usa como epígrafe uma das frases utilizadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ao preparar o então presidente do Banco Central, Armínio Fraga, para a sabatina no Senado Federal, em 1999. “Lembre-se”, disse FHC, “o Brasil não gosta do sistema capitalista. Os congressistas não gostam do capitalismo, os jornalistas não gostam do capitalismo, os universitários não gostam do capitalismo... O ideal,” continuou FHC, “o pressuposto que está por trás das cabeças é um regime não capitalista e isolado, com Estado forte e bem-estar social amplo”. Segundo o autor, o que gerou a motivação para esse livro é a percepção de que ainda hoje, 193 anos depois da Declaração da Independência, o Brasil continua sendo um país onde uma parte considerável das pessoas segue sem entender como funciona adequadamente o regime capitalista. “Capitalismo – Modo de Usar” traz em seu prefácio um novo olhar sobre o sistema capitalista do jornalista e antigo

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militante esquerdista Fernando Gabeira. Traz ainda, na orelha, um texto do comediante Marcelo Madureira, que desafiou o autor a escrever um livro sobre Economia acessível ao grande público. Para ajudar o leitor a compreender melhor algumas das questões sobre o tema, Giambiagi demonstra como a cultura nacional mantém viva a noção de que a solução de todos os problemas virá dos favores estatais, ao defender uma forte presença do Estado e do bem-estar amplo. Profundo conhecedor da Previdência, o maior símbolo deste equívoco, o autor mostra que a despesa do INSS em 1988 foi de 2,5% do PIB, e, em 2015, será quase de 7,5% do PIB – e continuará subindo, uma vez que o número de idosos aumentará em torno de 4% ao ano nos próximos 15 anos. “É uma tragédia anunciada. É como se o país tivesse feito uma escolha pelo passado em detrimento das gerações futuras”, diz o autor. Para progredir, conforme o economista, o Brasil precisa, de uma vez por todas, se assumir como uma economia capitalista. O papel do governo será fundamental para liderar uma agenda de reformas. Estas requerem cinco condições: a) um bom diagnóstico; b) convicções firmes; c) energia para implementar uma agenda; d) uma enorme capacidade de persuasão; e, finalmente, e) um grande poder de articulação. Se estes requisitos forem cumpridos, o país vai dar um salto. A chave do dinamismo é a competição travada no campo do setor privado, acredita o autor.

Segundo o autor, 193 anos depois da Declaração da Independência, o Brasil continua sendo um país onde uma parte considerável das pessoas continua sem entender como funciona adequadamente o regime capitalista

CAPITALISMO: MODO DE USAR Autor: Fabio Giambiagi Gênero: Economia Páginas: 304 Formato: 16 x 23 cm Editora: Elsevier - Campus Preço: R$ 69,90


ARTIGO

Redução de custos: ação de ordem no varejo *Paulo Ferezin

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m um cenário econômico estagnado, com expectativas de relevante alta na inflação e declínio nas vendas, as empresas varejistas sentem o reflexo em todas as etapas do negócio, principalmente em suas linhas de resultados e rentabilidade. Isso porque o consumidor necessitou apertar os cintos desde o início da retração econômica. As empresas estão enfrentando dificuldades em proporções cada vez maiores para conseguir aumentar as vendas e sustentar suas margens, diante de uma competição cada vez maior. Tal conjuntura, e outras condições de concorrência mercadológica, leva muitas organizações do setor a uma reestruturação que, no entanto, não foca apenas na retomada comercial, mas em outros três pilares: na otimização do modelo de negócio (produtividade); na consolidação da marca por meio da renovação das lojas e posicionamento das marcas; e no direcionamento do investimento em expansão para áreas operacionais de maior crescimento de mercado. É na redução de custos, porém, que a gestão tem dedicado maior atenção, garantindo que esse seja o melhor caminho e o papel principal para assegurar a rentabilidade e sustentabilidade. Para que isso se

torne viável, é importante adotar uma estratégia linear, assertiva e diferenciada para cada empresa, considerando seu porte, administração, clientes e outros desafios individuais e particulares. Com foco na otimização operacional – em especial, no que diz respeito à relação Produtividade x Lucro –, estar atento ao termômetro que indica os sinais do comércio

“O caminho a ser adotado é ‘fazer mais por menos’, mas sem perder de vista a proposta de valor e serviços da marca, para não alterar o posicionamento” e do mercado é considerado a maneira mais eficiente para encontrar reduções sustentáveis em termos de custos. Dessa forma, o caminho a ser adotado é “fazer mais por menos”, mas sem perder de vista a proposta de valor e serviços da marca, para não alterar o posicionamento. Em todo caso, fique claro que, antes de qualquer decisão ou modificação na rotina institucional visando à redução de custos, uma análise sobre a condição do negócio a ser

reestruturado é imprescindível, visto que essas modificações devem prever todos os possíveis impactos sobre a empresa, pois, do contrário, é improvável que mudanças realmente efetivas aconteçam. Apesar de, como já citado, ser necessário traçar um plano para cada empresa, existem algumas ações universais para aprimorar o trabalho no setor varejista com o objetivo de reduzir custos, dentre elas destacam-se a revisão de processos e controles, a otimização da força de trabalho, a integração e captura de sinergias entre vendas, pósvendas e demais áreas da empresa, assim como uma maior interação e colaboração entre o varejista e seus fornecedores e parceiros. Em suma, espera-se que, a partir de uma cuidadosa avaliação dos processos administrativos e operacionais, seja possível restabelecer uma positiva posição no mercado de varejo. Considerando a atual conjuntura, os empresários precisarão adotar uma nova postura com todas suas interfaces, além de estarem preparados para as possíveis surpresas no mercado para atingirem seu objetivo e, então, retomarem as vendas, reaquecerem o comércio e alcançarem resultados sustentáveis. *Sócio-diretor da KPMG no Brasil

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