Empresa Brasil edição 119

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Empresa

Brasil

Ano 12 l Número 119 l Junho de 2015

Na trilha da terceirização, Brasil retoma debate sobre a reforma trabalhista

MUNICÍPIOS CATARINENSES USAM MODELO ALEMÃO PARA EXPANDIR A ECONOMIA


Federações CACB

DIRETORIA DA CACB TRIÊNIO 2013/2015 PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli (RS) 1º VICE-PRESIDENTE Rogério Pinto Coelho Amato (SP) VICE-PRESIDENTES Antônio Freire (MS) Djalma Farias Cintra Junior (PE) Jésus Mendes Costa (RJ) Jonas Alves de Souza (MT) José Sobrinho Barros (DF) Rainer Zielasko (PR) Reginaldo Ferreira (PA) Sérgio Roberto de Medeiros Freire (RN) Wander Luis Silva (MG) VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAIS Sérgio Papini de Mendonça Uchoa (AL) VICE-PRESIDENTE DE COMUNICAÇÃO Alexandre Santana Porto (SE) VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Luiz Carlos Furtado Neves (SC) VICE-PRESIDENTE DE SERVIÇOS Pedro José Ferreira (TO) DIRETOR–SECRETÁRIO Jarbas Luis Meurer (TO) DIRETOR–FINANCEIRO George Teixeira Pinheiro (AC) CONSELHO FISCAL TITULARES Jadir Correa da Costa (RR) Ubiratan da Silva Lopes (GO) Valdemar Pinheiro (AM) CONSELHO FISCAL SUPLENTE Alaor Francisco Tissot (SC) Itamar Manso Maciel (RN) Kennedy Davison Pinaud Calheiros (AL) CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIA Avani Slomp Rodrigues (PR) CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIO Rodrigo Paolilo GERENTE ADMINSTRATIVO/FINANCEIRO César Augusto Silva COORDENADOR DO EMPREENDER Carlos Alberto Rezende COORDENADOR DA CBMAE Eduardo Vieira COORDENADOR DO PROGERECS Luiz Antônio Bortolin COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL Neusa Galli Fróes Cyntia Menezes Maíra Valério SCS Quadra 3 Bloco A Lote 126 Edifício CACB 61 3321-1311 61 3224-0034 70.313-916 Brasília - DF Site: www.cacb.org.br

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Acre – FEDERACRE Presidente: Adem Araújo da Silva Avenida Ceará, 2351 Bairro: Centro Cidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná – FACIAP Presidente: Guido Bresolin Rua: Heitor Stockler de Franca, 356 Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado de Alagoas – FEDERALAGOAS Presidente: Kennedy Davidson Pinaud Calheiros Rua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Pernambuco – FACEP Presidente: Jussara Pereira Barbosa Rua do Bom Jesus, 215 – 1º andar Bairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIA Presidente: Nonato Altair Marques Pereira Rua General Rondon, 1385 Bairro: Centro Cidade: Macapá CEP: 68.900-182

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACP Presidente: José Elias Tajra Rua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207. Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: Centro Cidade: Teresina CEP: 64.001-060

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Amazonas – FACEA Presidente: Valdemar Pinheiro Rua Guilherme Moreira, 281 Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300 Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado da Bahia – FACEB Presidente: Clóves Lopes Cedraz Rua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070 Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACC Presidente: João Porto Guimarães Rua Doutor João Moreira, 207 Bairro: Centro Cidade: Fortaleza CEP: 60.030-000 Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDF Presidente: Francisco de Assis Silva SIA Quadra 5C, Lote 32, sala 101 Cidade: Brasília/DF CEP: 71200-051 Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Espírito Santo – FACIAPES Presidente: Amarildo Selva Lovato Rua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700 Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEG Presidente: Ubiratan da Silva Lopes Rua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110 Maranhão – Federação das Associações Empresariais do Maranhão – FAEM Presidente: Domingos Sousa Silva Júnior Rua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis. Bairro: São Francisco- São Luís- Maranhão CEP: 65.076-360 Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso – FACMAT Presidente: Jonas Alves de Souza Rua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio 2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020 Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais do Mato Grosso do Sul – FAEMS Presidente: Alfredo Zamlutti Júnior Rua Piratininga, 399 – Jardim dos Estados Cidade: Campo Grande CEP: 79021-210 Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINAS Presidente: Emílio César Ribeiro Parolini Avenida Afonso Pena, 726, 15º andar Bairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002 Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Pará – FACIAPA Presidente: Olavo Rogério Bastos das Neves Avenida Presidente Vargas, 158 - 2º andar, bloco 203 Bairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000 Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Paraíba – FACEPB Presidente: Alexandre José Beltrão Moura Avenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andar Bairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJ Presidente: Jésus Mendes Costa Rua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: Centro Cidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030 Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Norte – FACERN Presidente: Itamar Manso Maciel Júnior Avenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200 Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul - FEDERASUL Presidente: Ricardo Russowsky Rua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andar Palácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110 Rondônia – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Rondônia – FACER Presidente: Gerçon Szezerbatz Zanatto Av. Presidente Dutra, 2821 – Sala 01 – Centro Cidade: Porto Velho CEP: 76801-059 Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais de Roraima – FACIR Presidente: João Batista de Melo Mêne Avenida Jaime Brasil, 223, 1º andar Bairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350 Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISC Presidente: Ernesto João Reck Rua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540 São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo – FACESP Presidente: Alencar Burti Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001 Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropastoris do Estado de Sergipe – FACIASE Presidente: Wladimir Alves Torres Rua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: Centro Cidade: Aracaju CEP: 49.010-110 Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriais do Estado de Tocantins – FACIET Presidente: Pedro José Ferreira 103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversificada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.


PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

O protagonismo dos municípios catarinenses

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a última quarta-feira do mês de maio, ocorreu a 18ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em que a principal reivindicação era o repasse de fundos da União para as cidades do país. Nada mais justo do que reivindicar verbas asseguradas pela Constituição, nesse momento de ajuste fiscal promovido pelo governo federal, sob o risco de alguns municípios passarem a viver uma situação de caos, como expressou o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), Paulo Ziulkoski. Esse quadro que está sendo enfrentado pela maioria dos municípios do país, entretanto, valoriza ainda mais a matéria desta edição de Empresa Brasil, que focaliza o modelo alemão de desenvolvimento econômico sustentável. Em abril passado, a Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) levou para a Alemanha quatro prefeitos, de Iporã do Oeste, Seara, Quilombo e Cunha Porã, para conhecer de perto o modelo alemão que influenciou a criação do Programa de Desenvolvimento Econômico (DEL), realizado em Santa Catarina pela Federação. Com o objetivo de instituir um modelo de gestão, capaz de contribuir para o desenvolvimento das cidades catarinenses, a Federação se inspirou em algumas fontes, e uma delas foi a cidade Essen, na Alemanha. Para o presidente da Associação Empresarial de Iporã do Oeste (Aciio), Alexandre Ruscheinsky, a implantação do programa DEL no município está se

tornando um marco. “É um divisor de águas. Nosso município possui diversos fatores que o tornam estratégico, e a soma de forças políticas, privadas e sociais fará com que nossas qualidades sejam alavancadas”, disse Ruscheinsky. Da mesma forma, Ilton Pedro Vogt, prefeito local, disse que, por meio do DEL, o município poderá “transformar expectativas em possibilidades e desafios em realidade”. Até o final de 2015 a entidade pretende levar esse modelo a 20 cidades de Santa Catarina. São exemplos como esses, da Facisc e desses municípios catarinenses, que ainda alimentam nossa confiança no futuro do Brasil. É dessas iniciativas que podemos tirar lições de homens cuja maior ambição é contribuir para o desenvolvimento da sua gente, para o progresso de sua cidade, de seu estado e país. Fazemos votos de que esse exemplo da Facisc e das prefeituras de Santa Catarina, que aderiram a esse modelo de gestão, se multiplique pelo Brasil afora, para que, em lugar de simplesmente reivindicarmos verbas, possamos assumir de fato o protagonismo exigido aos homens públicos. Ainda na trilha do debate sobre a terceirização no Brasil, esta edição traz como matéria de capa uma reportagem sobre a reforma esquecida, aquela que poderá ficar apenas no imaginário dos agentes econômicos. Como nem mesmo a terceirização encontra regulamentação legal, a reforma da legislação trabalhista se afigura, como na peça de Shakespeare, apenas como um sonho de uma noite de verão.

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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ÍNDICE Foto: Fellipe Sampaio/divulgação

8 CAPA

18 DESTAQUE CACB

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

20 MPEs

O quadro de dificuldades que está sendo enfrentado pela maioria dos municípios do país valoriza ainda mais a iniciativa da Facisc, que introduziu em seu estado o modelo alemão de desenvolvimento econômico sustentável voltado para as cidades.

Pesquisa do Sebrae revela melhora no índice de sobrevivência das pequenas e microempresas.

5 PELO BRASIL Congresso da CACB e Facisc será em setembro no Costão do Santinho.

8 CAPA Governo estuda regime jurídico complementar ao da CLT.

12 EMPREENDEDORISMO Programa Empreender ganha nova metodologia.

24 NEGÓCIOS

14 GESTÃO Modelo alemão de desenvolvimento econômico sustentável inspira Facisc.

17 CONJUNTURA

EXPEDIENTE

Aperto monetário deve garantir queda da inflação em 2016.

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróes fróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - mwells@terra.com.br Projeto gráfico: Vinícius Kraskin Diagramação: Kraskin Comunicação Foto da capa: kuzmafoto/fotolia.com Revisão: Flávio Dotti Cesa Colaboradores: Cyntia Menezes, Maíra Valério, Rosângela Garcia e Tagli Padilha. Execução: Editora Matita Perê Ltda. Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - comercial@cacb.org.br Impressão: Arte Impressa Editora Gráfica Ltda. EPP

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Empresa Brasil

18 DESTAQUE CACB Núcleo de Automecânicas de Jaraguá do Sul completa 20 anos de atividades.

22 SAÚDE Boas práticas de manipulação de alimentos precisam do envolvimento do empresário.

24 NEGÓCIOS Cámara de Comercio de Lima promove mercado peruano.

26 GERAL Entidades de Toledo lideram campanha de fundos para reconstrução de Xanxerê.

28 PAÍS Projeto sobre tributação do Simples deve ir à votação neste mês.

30 LIVROS O pessimismo de Henry Kissinger.

31 ARTIGO Jairo Marins da Silva escreve sobre Profissionalização versus empirismo: desafio das lideranças.

SUPLEMENTO ESPECIAL

Sebrae apoia a inovação como forma de ampliar a competitividade


PELO BRASIL

CBMAE oferece curso de conciliação para representantes de empresas

Acif comemora cem anos de fundação A Acif (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis) completou 100 anos de fundação neste ano e a data histórica foi celebrada em grande evento no CIC (Centro Integrado de Cultura). O evento foi marcado por homenagens aos que construíram a história da associação e pela posse da nova diretoria 2015-2017. O empresário Sander DeMira, reconduzido à presidência, irá comandar a entidade pelos próximos dois anos. “Tomar posse para um novo mandato no dia em que a Acif comemora cem anos é algo único e de grande responsabilidade. Temos o dever de manter a representatividade conquistada pela associação e já projetar um caminho tão vencedor quanto o trilhado neste último século de trabalho”, afirma DeMira. Segundo o presidente, conquistas como a internacionalização do aeroporto, a vinda da primeira agência do Banco do Brasil e a

Sander DeMira, presidente da Acif construção das pontes entre IlhaContinente podem ser creditadas à atuação da Acif. “É neste ritmo que vamos seguir, buscando sempre uma Florianópolis melhor para investir, trabalhar e viver”, completa. Atualmente com cerca de 3,5 mil associados, a Acif é a maior entidade de base voluntária de Santa Catarina e a maior do sistema Facisc (Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina).

O curso “Noções básicas de conciliação e resolução de conflitos para representantes de empresas” está sendo disponibilizado, a partir de maio, pela CBMAE (Câmara Brasileira de Mediação e Arbitragem). Empresários, advogados e demais pessoas que trabalhem com representação de empresas podem participar do curso, que busca orientar os profissionais para que se tornem aptos a atuar no auxílio de empresas e clientes, verificando os principais meios com os quais os conflitos possam ser resolvidos de forma que todas as partes saiam satisfeitas. Segundo informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que elaborou o curso, a experiência dos Tribunais demonstra que a falta de preparo de muitos representantes de empresas, assim como a falta de consciência do papel fundamental que exercem, acabam gerando consequências negativas, como consumidores decepcionados ou com raiva, e com forte tendência à rescisão contratual. O curso foi elaborado pensando em fornecer aos representantes o conhecimento necessário para atuarem de maneira positiva e produtiva em uma sessão de conciliação.

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PELO BRASIL

Desafio de ACEs é criar sinergia com empresas Criar mecanismos que contribuam de forma eficiente para uma intensa sinergia entre empresa e entidade, para que então as duas caminhem no mesmo ritmo e força. Esse é um dos maiores desafios que as associações comerciais (ACEs) precisam enfrentar para alcançar a sustentabilidade, disse a gerente comercial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Claudia Motta Pechin, durante treinamento inédito a executivos e a colaboradores do departamento comercial de ACEs em 18 de maio, na Acic, em Cascavel.

O treinamento resulta de uma ação estratégica incluída pela Coordenadoria de Comércio e secretaria, sob o comando de Betinho Dondoni e Lara Biezus, no planejamento estratégico da Caciopar para a gestão de 2014/2016. “Com essas informações, de alto nível, as associações comerciais poderão aprimorar práticas e ampliar os seus resultados e os das empresas associadas”, segundo Lara. Para o presidente da Acic, José Torres Sobrinho, a conexão com as mudanças e a modernização das Aces é indispensável para que elas cresçam e inspirem seus associados a inovar.

Claudia Motta Pechin ofereceu treinamento inédito a executivos e a colaboradores

Congresso da CACB e FACISC será em setembro no Costão do Santinho Florianópolis será a sede do 24º Congresso da CACB que vai acontecer no Costão do Santinho, nos dias 27, 28 e 29 de setembro. Neste ano, o encontro vai ser promovido junto com o Congresso Empresarial da Facisc. Definido o local, falta agora escolher os temas a serem abordados e que serão conhecidos até o início de julho, assim como sugestões dos nomes dos palestrantes. São esperados 1.500 participantes. Durante o evento a nova diretoria da Facisc toma posse. Os detalhes do encontro, que quer aproximar líderes empresariais e entidades de todo o Brasil, criando um espaço previlegiado para troca de informações, podem ser conhecidos no site

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Empresa Brasil

Costão do Santinho possui uma mega estrutura de entretenimento totalmente integrada à Mata Atlântica

em www.cacb.org.br/congresso. O preço do pacote para os participantes já está definido: equivale a R$ 1.350,00 por pessoa, sem passagem aérea (acompanhante paga R$ 1.050,00), incluindo hospedagem em quarto duplo, duas diárias com pensão completa (almoços,

jantares e coffee break), transfer do aeroporto/hotel/aeroporto, kit do participante. E para facilitar a presença de todos os empreendedores, a CACB está viabilizando a forma de pagamento, em três parcelas com vencimento em 30/6, 30/7 e 30/8 através de DOC.


Software de banco de dados da Facmat é apresentado às Federações Idealizada há mais de 18 anos, a base de dados de inadimplência desenvolvida pela Facmat (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Mato Grosso) está em desenvolvimento desde 2011. O projeto consiste na formação de uma base de informações sobre a inadimplência das empresas associadas ao Sistema CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil). A apresentação do programa foi realizada em 14 de maio por Arnoldo Kirchesch, parceiro em tecnologia da Facmat. Segundo ele, há diversas vantagens em aderir e utilizar o programa, tanto para os empresários associados quanto para as Federações e Associações Comerciais (ACEs). “Para as empresas, o benefício está em permitir que as ACEs e Federações formem um

Kirchesc: “Programa reduz a inadimplência e torna mais eficiente o processo de concessão de crédito”

banco de dados mais consistente e, por consequência, possam auxiliar o empresário num processo de concessão de crédito mais eficiente, reduzindo a inadimplência”, explica. Segundo Arnoldo, o programa também oportuniza ao empresário o acesso a diversos serviços de base tecnológica, como, por exemplo, ferramentas estatísticas de análise da própria inadimplência.

Já para as entidades que formam o Sistema CACB, o programa gera uma estrutura para que as entidades façam uma melhor gestão dos negócios informatizados. “O software cuida de automatizar processos das ACEs, de forma que aumente a qualidade do desempenho dos serviços, tornando mais sólida sua sobrevivência financeira”, esclarece Kirchesch.

Federaminas reúne presidentes e executivos de Minas Gerais em encontros regionais A Federaminas (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais) colocou em prática, desde maio, o novo desenho do “Encontro de Presidentes e Executivos das Associações Comerciais de Minas Gerais”, fundamentado em reuniões regionais que buscam integrar representantes de todas as cerca de 300 entidades federadas para avaliação e debate

de medidas direcionadas para o fortalecimento do sistema. “O objetivo geral dos encontros regionais é capacitar os dirigentes das ACEs para que trabalhem de forma mais eficiente e produtiva à frente de suas entidades e, com isso, disponibilizem resultados positivos aos seus quadros de empresas associadas”, explica Emílio Parolini, presidente da Federaminas. Os resultados das

metas definidas serão avaliados em novos encontros após três meses, já que presidentes e executivos serão orientados a embasar o trabalho das entidades nas diretrizes definidas por eles mesmos. As inscrições para os encontros são gratuitas, e a programação de cada um está sendo enviada para as ACEs via e-mail. Mais informações: (31) 3078 7000 ou federaminas@federaminas.com.br.

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CAPA Foto: Fellipe Sampaio / divulgação

Ministros do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em sessão

Governo estuda regime jurídico complementar ao da CLT Legislação, que completou 72 anos em 1.º de maio, sofre contestações até mesmo do ministro de Assuntos Estratégicos do governo federal

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Empresa Brasil

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ratada como tabu tanto pelo governo como pela oposição, a reforma trabalhista ainda é um sonho distante do empresariado nacional. Mesmo com o eventual avanço do projeto de lei que irá regulamentar a terceirização no país, a perspectiva de retomada desse tema por parte do Congresso Nacional parece cada vez mais distante. A ameaça da presidente Dilma Rousseff de vetar a terceirização, caso o projeto aprovado na Câmara dos Deputados passe incólume pelo Senado, é o exemplo máximo da indisposição do governo de levar adiante essa reforma. Entre-

tanto, de onde menos se esperava surgiu uma voz capaz de sinalizar a retomada do debate sobre o assunto. De acordo com o ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, as lideranças sindicais e a elite jurídica no direito do trabalho tentam reprimir ao máximo qualquer mudança. Eles não reconhecem que o que está havendo é uma transformação profunda das práticas produtivas em todo o mundo. Elas voltam a ser redes contratuais, como o “putting out system” (período de transição entre a produção artesanal e o modo de produção capitalista). Já ao grande capital a visão é totalmente de


curto prazo, pensa apenas em baratear o trabalho, o que é incompatível com a dinâmica da produtividade, que exige a qualificação do trabalhador. Há, portanto, de se construir um terceiro caminho, disse o ministro em entrevista ao O Estado de S. Paulo. Segundo Mangabeira, o governo estuda um regime jurídico complementar ao da CLT, que proteja, organize e faça representar os trabalhadores que ele define como cada vez mais precarizados. “Queremos construir um regime de relações entre o capital e o trabalho que aposte na valorização do trabalho e na escalada da produtividade, e não no caminho fácil da precarização e do menor custo.” Um dos maiores críticos da CLT, o ex-ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, disse a Empresa Brasil que a maior debilidade da atual legislação resulta da insegurança que ela provoca. “Mesmo o empreendedor mais informado não está seguro de que não sofrerá processo, dada a complexidade de regras e a antiguidade da CLT”, aponta. “Como pedir ao microempresário que conheça a legislação trabalhista? Como se sentir seguro estando submetido a uma legislação que ele não conhece?” Outra questão relevante é a necessidade de tratamento jurídico diferenciado no terreno das obrigações trabalhistas e previdenciárias para as pequenas e microempresas. “A lei trabalhista equipara uma grande empresa com uma pequena. Isto é injustificável. Temos que ser racionais”, afirmou. Entre os diversos fatores que compõem o chamado Custo Brasil, Pazzianotto entende que a insegurança jurídica provocada pela legislação tra-

balhista é pior até mesmo do custo da mão de obra. “É menos palpável, por isso, mais perigosa.” Para o ex-ministro, a insegurança jurídica provocada pela atual legislação trabalhista desestimula a criação de novos empregos e gera perda de competitividade. “Precisamos de uma legislação simples e objetiva que o empregador leia e sinta-se seguro”, ressalta. “O empresário tem de entender a lei, sem depender de tantas interpretações, tantos arrazoados, tantos pareceres e tantas despesas.” A reforma necessária seria aquela que tornasse os contratos coletivos e individuais seguros e confiáveis, que assegurasse segurança à sociedade. “Quer dizer, ter a clareza daquilo que pode e o que não pode”, acrescenta. No Brasil, de acordo com o advogado, há um exagero de processos e cada juiz decide de acordo com a sua opinião. “Os contratos devem ser respeitados, não se pode vulgarizar o processo trabalhista”, diz. Pazzianotto, que acompanhou o nascimento do novo sindicalismo iniciado em São Bernardo, afirmou que a reforma trabalhista deveria estar ligada à reforma sindical. Segundo ele, a Constituição de 1988, ao dispor da estrutura dos sindicatos, provocou a proliferação de sindicatos disputando espaço e deixando de ser apenas sindicais para ser políticas, o que acaba distorcendo as negociações. “O que precisamos é de um reforma sindical em que haja amplo espaço para as negociações, em que o representante sindical goze de legitimidade e as entidades respeitem o princípio democrático da constante renovação de suas direções”, afirmou.

Ministro Mangabeira Unger: “Queremos novo regime que aposte na valorização do trabalho e na escalada da produtividade”

Pazzianotto: “Mesmo o empreendedor mais informado não está seguro de que não sofrerá processo, dada a complexidade de regras e a antiguidade da CLT” Junho de 2015

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CAPA

“Tendência é de perenidade na legislação trabalhista do Brasil” Entrevista com Maria Carolina Lima, do escritório Andrade Maia Advogados, de Porto Alegre: Quais os principais pontos, em seu entendimento, a serem modernizados em uma eventual reforma da legislação trabalhista no Brasil? Os pontos relacionados à estrutura sindical brasileira. Isso porque, embora o advento da Constituição Federal de 1988 tenha contribuído para a proliferação de sindicatos e o incremento da atividade negocial, tem-se visto, na prática, alguns desvirtuamentos da real função dessas entidades. Muitas vezes, elas acabam não tendo êxito no desempenho de sua atividade primordial, relacionados com a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria profissional ou econômica. Claramente houve uma tentativa legislativa de se atribuir mais força ao sistema sindical brasileiro, com o advento da Lei n° 11.648/2008, que dispôs sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais. No entanto, a referida alteração legal disse mais com a estrutura do financiamento sindical do que com a efetividade do sistema. Isso porque, da forma como estabelecido hoje, não reflete as orientações da Convenção n° 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), sendo essa uma fragilidade no sistema trabalhista brasileiro a ser superada através de uma reforma legislativa adequada.

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Empresa Brasil

Maria Carolina: “Redução da informalidade depende de uma efetiva e adequada reforma na estrutura sindical brasileira”

Qual a reforma que pode contribuir para reduzir a informalidade? Se forem mantidas a tendência de ampliação dos direitos dos trabalhadores e o aumento do custo com o emprego formal, e persistir

a instabilidade econômica brasileira atual, a redução da informalidade poderá ser alcançada por meio de uma efetiva e adequada reforma na estrutura sindical brasileira. Nesse sentido, a própria Constituição


Federal, em seu art. 7º, inciso VI, confere força às convenções e aos acordos coletivos de trabalho para negociações extraordinárias hábeis à superação de momentos de crise. Assim, fortalecendo-se o Direito Coletivo do Trabalho, é possível que se tenha como reflexo a redução da informalidade. Quais encargos sociais ou custos indiretos de mão de obra podem fazer parte de uma eventual reforma na legislação trabalhista? Além da reforma na estrutura sindical brasileira, entendo que também o financiamento dessa estrutura pode ser objeto de uma reforma legal, com a redução de custos – ou, pelo menos, com o melhor retorno desses gastos – para empregados e empregadores. No que se refere aos encargos sociais, a realidade política e econômica atual indica que não haverá uma redução de custos para o empresariado. Por exemplo: recentemente, houve alteração legal nos requisitos para a concessão do auxílio-doença, com a transferência, para o empregador, de custos que antes eram suportados pelo sistema da Seguridade Social. Não se pode, enfim, confiar nesse tipo de mudança legislativa. É possível comparar o custo de demissão do Brasil com o de outros países, onde essa legislação é mais flexível? O custo financeiro com a dispensa de trabalhadores, por iniciativa patronal, acaba sendo inferior em outros países, em comparação ao Direito

brasileiro. No entanto, as hipóteses de cabimento da dispensa por iniciativa patronal são mais restritas. Exigese, se não o cometimento de falta grave, no mínimo uma real motivação de ordem econômica, financeira, técnica, nos termos da Convenção n° 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata dessa matéria, denunciada pelo Brasil. Por outro lado, em países próprios da common law, como os Estados Unidos, a força da liberdade de contratação permite que os custos com a dispensa do trabalhador sejam negociados coletiva ou individualmente, variando de caso a caso, ao que também não há como se traçar um comparativo com o sistema brasileiro. A verdade é que os custos são diferentes, mas também as normas que regulamentam a extinção do contrato de trabalho por iniciativa patronal são distintas. Qual a sua expectativa em relação à modernização da legislação trabalhista no Brasil? A Consolidação das Leis do Trabalho data de 1943. Desde então, as grandes mudanças normativas em relação a direitos trabalhistas somente ocorreram com o advento da Constituição Federal de 1988. Nem mesmo o fenômeno da terceirização, fato social tão presente no cotidiano trabalhista, encontra regulamentação legal, razão por que há uma tendência – não apenas de hoje, mas histórica – de perenidade na legislação trabalhista no Brasil, o que acredito irá se manter, especialmente em um momento em que a estrutura econômica não apresenta a mesma estabilidade de alguns anos atrás.

Brasil é o campeão mundial de conflitos trabalhistas O Brasil é o campeão mundial de conflitos trabalhistas. Segundo o relatório do Conselho Nacional de Justiça, tramitaram na Justiça do Trabalho, em 2013 (último dado disponível), 7,9 milhões de processos, sendo que 4 milhões representam casos novos, que ingressaram no Judiciário no decorrer daquele ano. No mesmo período, o Judiciário trabalhista solucionou definitivamente 4 milhões de ações. Ao baixar a mesma quantidade de processos que entraram em 2013, a Justiça do Trabalho impediu o crescimento do estoque processual, graças ao aumento de produtividade de magistrados e juízes. Os dados são do Relatório Justiça em Números, que foi divulgado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

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EMPREENDEDORISMO

Grupos discutem o Programa Empreender por meio da metodologia World Café

Programa Empreender ganha nova metodologia Em seminário realizado em Brasília (DF), Federações de vários estados e núcleos setoriais traçaram metas para a melhoria e aperfeiçoamento do projeto

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Empresa Brasil

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acesso a recursos financeiros e as dificuldades para obter mão de obra capacitada são as maiores dificuldades para quem se propõe a empreender, segundo afirmou Siro Canabarro, vice-presidente da Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), durante o Seminário de Revisão Metodológica do Programa Empreender, realizado em Brasília (DF), entre 4 e 7 de maio. “A maior parte dos projetos morre por falta de recursos. Existe gente no mercado, mas falta especialização. Hoje as empresas não crescem por falta de mão de obra”, disse o vice-presidente, que é também empresário na área de tecnologia.

No entanto, para Canabarro, a força dos núcleos setoriais consegue manter empresas ativas por muito tempo. “O Núcleo de Informática [da Acic] existe desde 1999 e já tivemos muitas ações, especialmente, feiras. Dentro do núcleo setorial, surgiu o Sicoob [Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil], que hoje é uma cooperativa forte, com cerca de 20 agências e 20 mil associados. Tudo isso torna cada vez mais importante o projeto Empreender”, relatou. Durante os dias do seminário, membros da CACB (Confederação das Associações Comerciais do Brasil), Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Federações de diferentes regiões do Brasil


e empresários de núcleos setoriais diversos buscaram, de forma conjunta, traçar metas no que diz respeito à melhoria e ao aperfeiçoamento da metodologia do projeto. Na abertura do evento, o coordenador do Empreender, Carlos Rezende, apresentou histórico do programa, que, hoje em dia, é reconhecido internacionalmente, bem como mostrou pesquisas realizadas ao longo dos anos que enfatizam a importância de associações comerciais estruturadas para a eficácia da metodologia, entre outras questões. Ele afirmou que, nessa nova etapa, o foco é resgatar o caráter nacional do projeto, além de atender às demandas dos estados, que cresceram com o passar dos anos: em Minas Gerais, por exemplo, mais de 100 cidades foram atendidas pelo Empreender, porém atualmente menos de 10 ACEs participam do programa. Para que o programa seja implementado de forma satisfatória, o presidente da Facern (Federação de Associações Comerciais do Rio Grande do Norte), Itamar Manso Maciel Junior, acredita ser importante existir, por parte das associações, a percepção do valor do associativismo. Ele ressaltou também que um dos pontos fortes do projeto é a transparência, que só aumentou ao longo dos anos por conta de regras rígidas e editais. Segundo o presidente, dessa forma, o “jeitinho brasileiro” é coibido e são beneficiados aqueles que realmente merecem e irão utilizar corretamente os recursos disponíveis. “Nós precisamos alinhar outros projetos à altura do Empreender”, disse. Segundo Christian Dilhmann, engenheiro e empresário do Núcleo

de Ferramentaria da Acij (Associação Comercial e Industrial de Joinville), em Santa Catarina, é preciso conscientizar os empresários sobre o funcionamento do núcleo setorial antes mesmo de criá-lo. “Isso é decisivo para o sucesso do núcleo, senão acaba demandando muito esforço da CACB, do Sebrae, da Associação... Os empresários precisam entender que captar recursos é um dos fatores do núcleo. Também é necessário aumentar a rede de relacionamentos, melhorar processos produtivos, fidelizar clientes e ter lucro. Vinculando-se a um núcleo setorial, com a troca de experiências e boas práticas, o sucesso fica mais acessível, mas o empresário tem que saber que não é tão simples”, declarou. Planejamento estratégico após a criação do núcleo setorial, política de retenção do consultor e ações inovadoras também foram destacados por Dihlmann. Ele ainda ressaltou a necessidade de um follow-up da empresas. “Tem que haver um acompanhamento das ações. Após terminar o projeto, é preciso verificar se a empresa deu continuidade ao desenvolvimento. Isso é fundamental”, apontou.

Participantes do Seminário de Revisão Metodológica do Programa Empreender, realizado em Brasília

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GESTÃO

Empresários catarinenses conheceram, na Alemanha, modelo de desenvolvimento inspirado na cidade de Essen

Modelo alemão de desenvolvimento sustentável inspira Facisc Com o desafio de melhorar a competitividade das empresas, a entidade buscou na Alemanha exemplos de iniciativas bem-sucedidas, como as da cidade de Essen localizada na Renânia do Norte-Vestfália

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Empresa Brasil

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mpresários e prefeitos das cidades catarinenses de Iporã do Oeste, Seara, Quilombo e Cunha Porã foram à Alemanha para conhecer o modelo alemão que influenciou a criação do Programa de Desenvolvimento Econômico (DEL). Inspirado na cidade de Essen, o programa é um modelo de gestão capaz de contribuir para o desenvolvimento sustentável do município, garantindo a continuidade dos projetos de interesse da comunidade. Com o desafio de dar competitividade para as empresas e gerar a melhoria do ambiente empresarial onde estão inseridas, a Facisc (Federação das

Associações Empresariais de Santa Catarina) desenvolveu o DEL. Para fazer isso a Federação se inspirou em algumas fontes, sendo uma delas a cidade de Essen, na Alemanha. “Os resultados obtidos em Essen com programa semelhante permitiram que a região saísse de uma grande crise para se tornar um dos polos de geração de oportunidades na Alemanha. Esta é a principal referência do programa, mas também nos baseamos em outras iniciativas, inclusive brasileiras”, explica Doreni Caramori Junior, diretor financeiro da Facisc. Em Santa Catarina, o programa está sendo aplicado em Iporã do


Oeste, Seara, Quilombo, Cunha Porã, Fraiburgo e Itá. O método também se expandiu para o Rio Grande do Sul, chegando a Getúlio Vargas. “Em três anos de atividades constantes, o DEL já tem boas práticas em pelo menos quatro municípios. O Projeto Itá Cidade Sustentável, que posicionou a cidade na rota de ser o município mais sustentável do Brasil, já está produzindo resultados no estado”, diz Caramori. O Itá Cidade Sustentável inclui estudos para o uso de energias renováveis, projeto-piloto para o turismo energético e outras ações. “Por meio do programa, conseguimos ter o envolvimento de autoridades, empresários e profissionais técnicos em prol do desenvolvimento dos municípios. As ações devem passar sempre pelos seres humanos, que são os principais agentes beneficiados”, declara Leide Mara Bender, prefeita de Itá. RESULTADOS PRÁTICOS Com técnicos capacitados, o programa está se implementando em Iporã do Oeste. Nas cidades de Fraiburgo, Itá e Quilombo, já é possível colher resultados: em Quilombo, foi criada a Câmara Técnica do Agronegócio, e o 1º Workshop do Leite da região Noroeste reuniu cerca de 100 técnicos da área em 29 de abril. Também foi implantada a Câmara Técnica de Infraestrutura de Quilombo para a realização do plano diretor da cidade. Em Iporã do Oeste, foi criado o Conselho de Desenvolvimento Econômico, que permitiu analisar e aprovar incentivos para a implantação de uma empresa para explorar água mineral, com movimento de R$ 18 milhões por ano. “É o mesmo valor da arre-

cadação anual do município”, explica o prefeito Ilton Pedro Vogt. Também em Iporã, criou-se a Câmara Técnica de Desburocratização, que implantou um procedimento online para agilizar a liberação de imóveis para compra, venda e registro. Para o presidente da Associação Empresarial de Iporã do Oeste (ACIIO), Alexandre Ruscheinsky, a implantação do programa no município está se tornando um marco. “É um divisor de águas. Nosso município possui diversos fatores que o tornam estratégico, e com essa combinação de esforços, poderemos enfim trabalhar com ações coordenadas e a longo prazo”. PROGRAMA O Programa Desenvolvimento Econômico Local tem como objetivo instituir um modelo de gestão, capaz de contribuir para o desenvolvimento das cidades catarinenses. O que caracteriza o processo do Programa DEL é o protagonismo dos atores locais, na formulação de estratégias, na tomada de decisões econômicas e na sua implementação. A estratégia está baseada na estrutura de uma plataforma de diálogo envolvendo o poder público municipal, a ACI, movimentos organizados, meio acadêmico e educação, entidades públicas, entidades privadas, clubes de serviços e associações de classe. Todas as atividades desenvolvidas localmente seguem a metodologia validada pelo Banco Mundial (BID) e se iniciam com o levantamento das necessidades locais, análises, validação, construção do plano de desenvolvimento e sua posterior implementação.

A estratégia está baseada na estrutura de uma plataforma de diálogo, envolvendo o poder público municipal, a ACI, movimentos organizados, meio acadêmico e educação, entidades públicas, entidades privadas, clubes de serviços e associações de classe

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GESTÃO

1º Fórum Anual difunde conceitos do programa Representantes de 25 cidades de Santa Catarina, entre eles prefeitos e empresários, estiveram reunidos no 1º Fórum Anual do DEL. Realizado na cidade de Fraiburgo, em 14 e 15 de maio, o evento difundiu os conceitos do programa, que é promovido em parceria entre o setor público e o privado para a realização de ações voltadas ao desenvolvimento sustentável dos municípios. A programação contou com painéis apresentando exemplos de ações bem-sucedidas nos municípios que vêm desenvolvendo o Programa. “Com o DEL tiramos do papel muitas ideias em prol do desenvolvimento de Fraiburgo”, relatou o presidente da Associação Empresarial de Fraiburgo (Aciaf), Jorge Pederiva. As Câmaras Técnicas do Conselho de Desenvolvimento de Agricultura, Desburocratização e Turismo

de Fraiburgo, o Desenfrai, também foram apresentadas no evento expondo exemplos práticos dos resultados promovidos pelo projeto, como, por exemplo, o incremento no movimento financeiro agrícola do município com ganhos na produtividade e redução dos custos. PARCERIAS A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e o Centro de Formação Profissional das Associações Empresariais da Baviera (BFZ) são parceiros na realização do Programa. No encontro, também foi assinado o termo de referência para implementação de política de desenvolvimento socioeconômico nos municípios de Salto Veloso, Rio Negrinho e Seara, que serão os próximos a desenvolver o Programa em Santa Catarina.

No encontro, foi assinado o termo de referência para implementação de política de desenvolvimento em municípios catarinenses

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Empresa Brasil

“O DEL na nossa cidade pode nos ajudar muito para trazer qualidade de vida para as pessoas.” Neuri Brunetto, prefeito municipal de Quilombo (SC) “Implantamos o DEL para empoderar a sociedade e dar continuidade a projetos de desenvolvimento.” Leide Mara Bender, prefeita de Itá (SC) “O DEL veio para dar um basta à exportação de mão de obra do município.” Pedro Paulo Prezzotto, prefeito de Getúlio Vargas (RS) “A soma dos esforços das lideranças de diversas entidades sociais transformará a expectativa em possibilidades; os desafios, em realidades; as fraquezas, em potencialidades.” Ilton Pedro Vogt, prefeito de Iporã do Oeste (SC)


Foto José Paulo Lacerda

JUNHO/2015 O 20 – SSEBRAE.COM.BR A CO – 0800 570 0 0800

INOVAR PARA CRESCER Sebrae apoia a inovação como forma de ampliar a competitividade e promover o desenvolvimento dos pequenos negócios


Foto: Charles Damasceno

Mais de cem pessoas participaram das atividades

EMP R EEN D E D O R I S M O

STARTUP WEEKEND PREMIA IDEIAS INOVADORAS Evento foi realizado em maio, na sede do Sebrae Nacional, em Brasília/DF

LUCIANA BARBO AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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ma rede social com a finalidade de encontrar o par ideal para animais domésticos foi a grande vencedora da quarta edição do Startup Weekend Brasília, realizado em maio, na sede do Sebrae Nacional. Denominada Par Pet, a plataforma reúne perfis criados por donos de cachorros e gatos que procuram promover o encontro de seus bichos de estimação com outros animais da mesma espécie, e foi um dos 15 modelos de negócio formatados durante 54 horas de imersão e orientação de mentores experientes. Aplicativo para resolver problemas do cotidiano, o Peppino ficou em segundo lugar. De acordo com seus criadores, a

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EMPREENDER / SEBRAE

proposta é conectar prestadores de serviços e pessoas comuns interessadas em ajudar quem não tem tempo de resolver pequenos contratempos domésticos, como buscar a roupa na lavanderia ou comprar um alimento específico. Já o Personal Brow, que ficou em terceiro lugar, conecta moradores de cidades turísticas interessados em guiar visitantes por experiências únicas pela região. Cada ofertante cadastra o serviço no aplicativo e, em caso de contratação, reverte a ele parte do pagamento. As equipes foram premiadas com capacitações e consultorias do Sebrae e de parceiros do evento. “Foram 54 horas de trabalho, de compartilhamento de informações e experiências, e é sempre bom chegar ao

final com o público entendendo aquilo que fazemos e percebendo a diferença que podemos fazer na vida desses empreendedores”, afirma Márcio Brito, especialista do Sebrae Nacional. Realizado em várias cidades, o Startup Weekend já ultrapassou as 500 edições em todo o mundo, estimulando o empreendedorismo e a inovação entre pessoas de várias idades. Para o pesquisador Francisco Filho, de 52 anos, a experiência valeu a pena, mesmo que a sua ideia de viabilizar o envio de mensagens com a caligrafia do próprio usuário não tenha sido desenvolvida. “Participei de outra equipe e esse convívio foi muito enriquecedor”, afirma ele, que pretende voltar ao evento no ano que vem. E


N AN OTEC N O LO G I A

PESQUISADORES TRANSFORMAM PROJETOS EM NEGÓCIOS Empresas contam com o Sebrae para aumentar a competitividade e ganhar mercado

MÁRCIA LOPES AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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ecido com hidratante ou que combate a celulite. Cápsulas que mantêm cabelos e pele saudáveis. Um comprimido para tomar uma única vez por semana, substituindo vários remédios por dia. São produtos que parecem ficção, mas que estão se tornando realidade em micro e pequenas empresas brasileiras, por meio da nanotecnologia, com a ajuda doSebrae. Desenvolver produtos e processos a partir da manipulação de átomos e moléculas que correspondem à bilionésima parte do metro, cerca de 70 mil vezes menor do que um fio de cabelo, é o objetivo da nanotecnologia. No Brasil, são aproximadamente cem empreendimentos com esse perfil, segundo estimativas do setor. Esse tipo de negócio conta com mão de obra altamente qualificada, requer grande investimento e muito tempo para se desenvolver – a maioria começa sua trajetória dentro de incubadoras de empresas. Para fortalecer o trabalho das incubadoras, o Sebrae e a Associação

Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) desenvolveram um modelo de gestão chamado Cerne. “O atendimento para as incubadoras era restrito à tecnologia e a finanças. Com o Cerne, trabalhamos a qualificação em mercado, gestão e capacitação do empreendedor”, destaca o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. As incubadoras também encaminham os empresários a programas do Sebrae, de acordo com a necessidade específica de cada um. “Nós subsidiamos em até 80% soluções e consultorias que envolvam inovação e tecnologia”, complementa Barretto. É o caso da Nanovetores, que desde 2009 está incubada no Centro Empresarial para Laboração de Tecnologias Avançadas (Celta), em Santa Catarina. Precursora no ramo de encapsulação (processo em que um ou mais ingredientes são revestidos por uma cápsula), trouxe inovação ao setor tradicional dos cosméticos ao criar cápsulas que, ao serem ingeridas, hidratam a pele. E

Foto: José Paulo Lacerda

Lideradas por cientistas, as empresas desenvolvem produtos inovadores e de alta tecnologia

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INOVAR É P R E C I S O

CONGRESSO DE INOVAÇÃO DISCUTE TEMAS RELEVANTES Grande encontro de inovação empresarial, promovido por Sebrae e CNI, reuniu 3 mil participantes Foto: Luiz Prado / Agência LUZ

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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6° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, evento promovido pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado em maio, em São Paulo, e reuniu mais de 3 mil participantes, entre executivos das maiores indústrias do país, empreendedores, especialistas, representantes de startups e outras empresas de base tecnológica. O encontro foi um grande espaço para o diálogo entre os setores privado e público a fim de fortalecer o ambiente de inovação no Brasil. De acordo com o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, o Brasil não terá inovação se não incorporar os pequenos negócios ao processo de encadeamento produtivo, que é a estratégia para aumentar a competitividade por meio de relacionamentos cooperativos entre pequenas e grandes empresas. “Com o encadeamento ganham os empreendedores de pequeno porte, porque eles se inserem na cadeia de valor da indústria, gerando um maior volume de negócios e aumento de competitividade. Ganham as grandes empresas, porque

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EMPREENDER / SEBRAE

passam a contar com uma gama maior de fornecedores, negociando preços melhores, ampliando a flexibilidade no fornecimento e na distribuição. Encadeamento pressupõe relacionamentos de longo prazo”, observa. “A prosperidade do país depende de um esforço conjunto e de ações coordenadas entre os setores produtivo, acadêmico e público. É isso que fortalecerá a estratégia de inovação da indústria brasileira. O avanço se dará com investimentos pesados em educação e em desenvolvimento tecnológico empresarial, com estímulo à criatividade, com leis mais claras e um sistema de financiamento mais diversificado”, avalia Robson Braga de Andrade, presidente da CNI. Para ele, esses são elementos essenciais para um ecossistema que estimula a indústria a inovar e, assim, crescer, mesmo em cenários econômicos adversos. A cada ano, o país vem perdendo posições nos principais rankings internacionais de inovação. No Índice Global de Competitividade 2014-2015 do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa a 57ª posição entre 144 países. E

Startups, um dos espaços coordenados pelo Sebrae no evento


P R ÊMIO DE I N O VA Ç Ã O N A I N DÚ ST RIA

CINCO DOS DEZ VENCEDORES SÃO PEQUENAS EMPRESAS Participação dos pequenos negócios em premiação do Sebrae e CNI cresceu 90% em três anos

VINÍCIUS TAVARES AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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as dez empresas vencedoras do Prêmio Nacional de Inovação 2015, instituído pelo Sebrae e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), cinco são pequenos negócios. A premiação, entregue em maio, em São Paulo, foi um dos pontos altos do 6º Congresso Nacional de Inovação na Indústria. Durante a entrega dos prêmios, a diretora-técnica do Sebrae, Heloisa Menezes, destacou a importância do crescimento do número de pequenos negócios no prêmio. “Do total, 90% das empresas que estão participando dessa edição do prêmio são de pequeno porte. Na primeira edição, tivemos pouco mais de 400 inscrições. Nessa, ultrapassamos a marca de 2,2 mil empresas”, destacou. “Acreditamos que reconhecer e premiar os melhores projetos de inovação e de gestão é um grande incentivo para

os empresários desenvolverem projetos”, acrescentou a diretora. Em seu discurso, Heloisa Menezes disse ainda que o desafio da inovação não está restrito apenas às grandes empresas e não implica, necessariamente, muito investimento. Ela sustentou que o Sebrae tem atuado para ajudar os pequenos negócios a encontrar soluções para, por exemplo, redução de gastos com energia, água e para induzir a visão sobre novos modelos de negócios. “O segredo para combater a crise é inovar. A capacitação e informação são a chave do sucesso”, disse ela. A premiação O Prêmio Nacional de Inovação é uma iniciativa da Mobilização Empresarial da Inovação (MEI) e é realizado pelo Sebrae e pela CNI, com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), do Movimento Brasil Competitivo (MBC) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT). E

GANHADORES DO PRÊMIO: ■ Central de Impressoras (Pequena Empresa) ■ Tecsistel (Pequena Empresa) ■ Jera (Pequena Empresa) ■ Profilática Produtos Odonto Médico Hospitalares (Média Empresa) ■ Dublauto Gaúcha (Média Empresa) ■ Paiva Piovesan Softwares (Pequena Empresa) ■ Hi Tecnologies (Pequena Empresa) ■ Ciser (Grande Empresa) ■ Natura Cosméticos (Grande Empresa) ■ Votorantim Cimentos (Grande Empresa)

A PREMIAÇÃO FOI UM DOS PONTOS ALTOS DA PROGRAMAÇÃO DO 6º CONGRESSO NACIONAL DE INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA.

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EXEMP L O

PUBLICAÇÃO REÚNE CASOS PARA INSPIRAR INOVAÇÃO CNI e Sebrae lançaram livro durante o Congresso de Inovação, em São Paulo, para disseminar exemplos bem-sucedidos no país

Foto: José Paulo Lacerda/CNI

AGÊNCIA SEBRAE DE NOTÍCIAS

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Sebrae e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançaram o livro Inovar é Fazer: 22 casos de inovação de pequenas, médias e grandes empresas, na abertura do 6° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em maio, em São Paulo. A publicação reúne experiências bem-sucedidas de inovação em empresas de micro, pequeno, médio e grande portes. O objetivo é apresentar uma amostra do ambiente inovador da indústria brasileira que sirva de estímulo à criação de um ecossistema baseado em ciência, tecnologia e inovação. Os casos descritos no livro têm características peculiares, mas todos são trajetórias de empresas que ilustram situações de administração de riscos, gestão da inovação, parcerias, apoios externos, política de propriedade intelectual, busca por visibilidade, reconhecimento e, principalmente,resultados. Os produtos e processos inovadores, criados e implementados há algum tempo, tiveram excelente desempenho e mostram que a inovação é a alternativa para o negócio sobreviver, se diferenciar e conquistar novos mercados.

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EMPREENDER

Os projetos foram selecionados a partir dos seguintes critérios: foco na indústria; porte (micro, pequena, média e grande); possuir caso de inovação nas áreas de acesso à biodiversidade, cadeias de valor; gestão da inovação; internacionalização; modelo de negócios; propriedade intelectual e sustentabilidade. Além disso, foi considerada a possibilidade de o projeto ser replicado em outras realidades; interesse estratégico (econômico, ambiental ou social); alinhamento com a estratégia do negócio; e resultados mensuráveis. Das 22 empresas selecionadas, cinco são de grande porte, cinco de médio, dez de pequeno e duas de micro. Geograficamente, estão divididas assim: São Paulo (7), Rio Grande do Sul (4), Minas Gerais (2), Santa Catarina (2), Rio de Janeiro (2), Ceará (1), Paraná (1), Distrito Federal (1), Espírito Santo (1) e Sergipe (1). São elas: Biotron, Croda Brasil, Emiatec, Fit Networks, Fotosensores, Fras-le, Fumajet, Futuragene, Gerdau, Novus, Pred Engenharia, Protect Confecções, Recepta, ROMI, Scoda Aeronáutica, Sigmarhoh, TNS, Toth Tecnologia, TOTVS, Vale, VRP e Wise. E

INFORME SEBRAE. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Robson Braga de Andrade. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretora-Técnica: Heloisa Guimarães de Menezes. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Fone: (61) 3348-7494


CONJUNTURA

Aperto monetário deve garantir queda da inflação em 2016 Taxa Selic deve ter novo aumento ainda em 2015, preveem os especialistas

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expectativa oficial do governo para a inflação deste ano é de 8,2%, o que, se confirmado, atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%. Segundo economistas, a alta do dólar e dos preços administrados (como telefonia, água, energia, combustíveis e tarifas de ônibus, entre outros) pressiona os preços em 2015. Além disso, a inflação de serviços, impulsionada pelos ganhos reais de salários segue elevada. A disposição do Banco Central é de só concluir o aperto monetário – que começou em abril de 2013 e já elevou a taxa Selic em seis pontos percentuais – quando estiver seguro de que a inflação caminha firme para a meta de 4,5% em dezembro de 2016. Após o Banco Central ter subido os juros para 13,75% ao ano na primeira semana deste mês, o maior patamar em seis anos, o mercado manteve em 13,50% sua previsão para a taxa básica da economia no fim do ano – o que pressupõe novo aumento da Selic em 2015. O relatório de inflação que será divulgado no fim deste mês pode aumentar essa previsão. Convencer os agentes econômicos de que a inflação convergirá para 4,5% em 2016 é uma das principais estratégias do governo para resgatar a confiança de

Banco Central promete não dar tréguas à inflação

empresários e consumidores – que, por enquanto, só cai. A economia brasileira atingiu a sua pior fase no segundo trimestre, conforme avaliação de economistas do governo: em recessão e com inflação alta. A expectativa é de que a performance seja ligeiramente melhor, mas ainda no campo negativo, no terceiro trimestre; e que apresente no quatro trimestre algum crescimento. Para o ano, a estimativa do governo é de retração de 0,5%. Não há como priorizar a situação recessiva da economia em detrimento do combate à inflação, porque a recessão será ainda mais profunda se a inflação subir e as empresas conseguirem repassar os aumentos de preços aos consumidores. Só a conta de luz subiu 40% neste ano, e se a po-

lítica de juros não for dura, acredita o governo, as pressões inflacionárias serão muito difíceis de administrar, podendo chegar a dois dígitos. Para o comportamento do PIB neste ano, os economistas do mercado financeiro mantêm sua previsão para uma retração de 1,20%. Se confirmado, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi registrada uma queda de 4,35%. No fim de março, o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 0,1% em 2014. Em valores correntes, a soma das riquezas produzidas no ano passado chegou a R$ 5,52 trilhões, e o PIB per capita caiu a R$ 27.229. Esse é o pior resultado desde 2009, ano da crise internacional, quando a economia recuou 0,2%. Junho de 2015

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DESTAQUE CACB

Integrantes do núcleo durante visita à Fras-le, em Farroupilha (RS)

Núcleo de Automecânicas de Jaraguá do Sul completa 20 anos de atividades Ao longo de sua trajetória, com o estímulo ao crescimento dos profissionais do segmento e o aumento na qualidade do serviço prestado, o núcleo auxiliou o setor a se tornar mais valorizado e desenvolvido

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Empresa Brasil

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Núcleo de Automecânicas ACIJS-APEVI (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul – Associação das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedor Individual do Vale do Itapocu) completou 20 anos em abril. Com o intuito de promover o crescimento dos profissionais do segmento e aumentar a qualidade do serviço prestado, o núcleo auxiliou o setor a se tornar mais valorizado e desenvolvido. “Sua existência é devido à percepção que os empresários possuem de que unidos eles são mais fortes,

além de visualizarem resultados positivos nas empresas”, afirmou Deilson Rumanski, consultor do núcleo, que é o segundo mais antigo em atividade na ACIJS-APEVI. Participante do Empreender Competitivo até julho de 2015, o núcleo é apontado pela analista técnica da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), Anelise Rambo, como destaque, juntamente com outros núcleos de segmentos diversos, por estar cumprindo corretamente – e com resultado satisfatório – as etapas previs-


tas no programa. Segundo a analista, a CACB realizou, este ano, visitas de acompanhamento em diversos núcleos setoriais do Brasil com o objetivo de verificar, in loco, o andamento de ações previstas dentro do Empreender Competitivo, bem como tirar dúvidas ou detectar presencialmente as melhores maneiras de auxiliar os gestores. Até o momento, os estados visitados foram Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. CAPACITAÇÃO, GESTÃO E TROCA DE CONHECIMENTO Entre os principais projetos realizados pelo Núcleo de Automecânicas ACIJS-APEVI estão capacitação para os colaboradores sobre transmissão automatizada (um tipo de transmissão entre a manual e a automática), consultoria estratégica e financeira para os gestores e proprietários, focando em melhorias nos processos de gestão financeira, pessoas, procedimentos e resultados nas empresas participantes, missões empresariais, visitas a empresas do segmento de reparação automotiva, entre outros. Em maio, por exemplo, o núcleo visitou a cidade de Farroupilha (RS), com o objetivo de aprimorar o conhecimento e trocar informações com as empresas gaúchas. A primeira empresa visitada foi a Fras-le, uma das líderes mundiais no quesito Segurança no Controle de Movimentos. O grupo foi acompanhado por um profissional técnico que esclareceu todas as dúvidas do processo produtivo de pastilhas e lonas de freio. Acompanhar o desenvolvimento do setor automotivo de perto garante a troca de experiências e faz com que o núcleo

leve para casa mais busca por inovação e implementação de melhorias. “Os empresários estiveram engajados em todas as ações desenvolvidas, com isso todas as metas que foram estipuladas no inicio do projeto foram atingidas”, relatou o consultor. INSPEÇÃO VEICULAR GRATUITA Além das ações internas, o núcleo busca também atender a população por meio do IGV (Inspeção Veicular Gratuita). “Esta é uma ação social onde os proprietários e colaboradores das automecânicas atendem gratuitamente a população de Jaraguá do Sul, realizando testes de emissão de gás carbônico e inspeção preventiva nos veículos participantes”, explicou o consultor. A ação verifica os principais itens de veículo, apontando as possíveis deficiências que coloquem em risco a segurança do condutor e dos passageiros. Desde que foi iniciada, a IVG atendeu mais de 2 mil veículos em Jaraguá do Sul, envolveu mais de 900 colaboradores e arrecadou mais de duas toneladas de alimentos para doação. E para marcar os 20 anos, o núcleo criou uma promoção com descontos àqueles que procurarem pelos serviços e assistência técnica nas empresas participantes. O programa IVG é uma iniciativa realizada em Santa Catarina que conta com a participação de núcleos de todo o estado. Em cada cidade participante, os núcleos locais organizam um dia destinado aos cuidados com o carro, oferecendo gratuitamente revisões e orientações à comunidade. A ação funciona também como uma oportunidade de visibilidade para os participantes.

Visita à feira internacional de autopeças em São Paulo

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MPEs

Pesquisa revela melhora no índice de sobrevivência das empresas Melhora no índice, segundo o Sebrae, se deve, principalmente, à ampliação do mercado interno brasileiro e ao aumento da escolaridade

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m estudo elaborado pelo Sebrae Nacional aponta que, a cada 100 empresas criadas no país, 76 sobrevivem aos dois primeiros anos de atividade. Há dez anos esse percentual era de apenas 50%. Segundo o gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Nacional, Enio Pinto, essa taxa, em crescimento nos últimos anos, mostra uma capacidade das micro e pequenas empresas para superar as dificuldades nos primeiros 24 meses. “Nesse período inicial a empresa ainda não é conhecida no mercado, não possui carteira de clientes e, muitas vezes, os empreendedores ainda têm pouca experiência em gestão”, afirma. A melhora no índice, segundo ele, se deve, principalmente, à ampliação do mercado interno brasileiro, ao aumento da escolaridade, ao ambiente legal mais favorável aos pequenos negócios e à atuação mais intensa de entidades promotoras do empreendedorismo, como o próprio Sebrae. DO DESEMPREGO AO SUCESSO Ainda que o aumento no número de empresas não tenha ligação direta com o alto índice de pessoas desocupadas, ter o próprio negócio acaba se tornando uma alternativa de renda para muitas famílias. E isso acontece desde o início dos tempos.

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Empresa Brasil

Rubens Júnior, da Patroni Pizza: “Não se pode abrir um negócio e imaginar que de imediato ele irá decolar” Um exemplo de quem encontrou no empreendedorismo uma forma de fugir do desemprego é a Patroni Pizza. A empresa foi fundada em 1984, ano em que o Brasil atravessou uma de suas piores crises econômicas, com altos índices de desocupação. O fundador da Patroni, Rubens Augusto Júnior, viu seu pai desenvolver um grave quadro de depressão aos 50 anos de idade, após perder o emprego e não conseguir nova colocação no mercado. Na época, a solução encontrada, por meio de indicação médica, foi fazer com que o pai se envolvesse em alguma atividade que o fizesse se sentir útil. Surgiu então a ideia de produzir e vender pizzas, de

maneira profissionalizada, já que, até então, eram feitas artesanalmente na família aos finais de semana. “Era o pior momento econômico do Brasil e do mundo. Naquele ano a crise era enorme, mas para começar um negócio é preciso ter visão a médio e longo prazos e ter em mente que o Brasil é um país que tem muito para crescer”, define Augusto Júnior. O fundador da Patroni, que tem como carro-chefe as pizzas artesanais, com massas feitas na loja e que


inventou a famosa borda recheada, acredita que não se pode abrir um negócio e imaginar que de imediato ele vai decolar. “Isso acontece em 1% das empresas recém-abertas”, analisa. E aconselha quem está pensando em se tornar empreendedor: “Quem tem negócio próprio acaba trabalhando mais do que se fosse empregado. É preciso avaliar muito bem antes de começar, porque é uma grande responsabilidade e não dá pra ficar rico sem trabalhar, ou será o início do fracasso”. EMPREENDEDORISMO NA SALA DE AULA Enquanto muitos arriscam a sorte em empreendimentos familiares que complementam a renda, outros apostam em conhecimento para emplacar um sucesso mais duradouro. Para o gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Nacional, Enio Pinto, a capacitação é essencial para a sobrevivência das empresas. “O empresário precisa estar sempre estudando, pensando em inovação e procurando se especializar”, aconselha. Segundo ele, o Sebrae faz este papel, ajudando o empreendedor a transformar conhecimentos em ferramenta que gere produtividade e qualidade. A receita se aplicou à parceria com a Universidade de Taubaté (Unitau), iniciada em 2007 e que se tornou case de sucesso. Pensando no futuro dos alunos, a Unitau buscou no Sebrae Nacional uma maneira de incentivar jovens a desenvolver ideias empreendedoras e usar estas habilidades no ambiente profissional. A proposta também visava a despertar a ação multiplicadora nos professores e outros colaboradores da Universidade. A

instituição paulista não só conseguiu o apoio como se tornou pioneira na difusão da cultura empreendedora. A Pró-Reitora Estudantil da Unitau, professora Mestra, Angela Berbare, recorda que as atividades que começaram em forma de turmas livres ajudaram a identificar alunos e ex-alunos empreendedores. Logo começaram a ser oferecidas participações em eventos, palestras, visitas a parques tecnológicos e incubadoras. “E, em seguida, a Unitau inseriu a disciplina de empreendedorismo, ou pelo menos, a temática como conteúdo da maioria dos cursos”, revela. Para a Pró-Reitora, a iniciativa promove um diferencial na vida dos estudantes. “Os alunos recebem o conceito de empreendedorismo como algo a ser aplicado não só em negócios próprios, mas também em estágios, programas de trainee, como empregados de uma empresa e até na vida pessoal”, analisa. Atualmente a Universidade conta também com um posto do Sebrae-SP dentro do campus e que atende a população de Taubaté e os mais de 10 mil alunos da Unitau.

Enio Pinto, do Sebrae: “Capacidade das MPEs de enfrentar as dificuldades nos primeiros 24 meses é um dos fatores do sucesso”

Angela Berbare, Pró-Reitora Estudantil da Unitau: “Universidade inseriu a disciplina de empreendedorismo na maioria dos cursos” Junho de 2015

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SAÚDE

Higiene no dia a dia da empresa de alimentos é essencial para que ela prospere Segundo nutricionista, os cuidados com o recebimento, o armazenamento, a manipulação, a distribuição e o transporte do alimento são essenciais para a qualidade do produto final

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icro e pequenas empresas do ramo alimentício precisam seguir uma série de orientações para que atuem dentro dos parâmetros definidos por lei. Um estabelecimento no ramo de congelados, por exemplo, precisa atentar para a temperatura de congelamento, que não pode ser superior a 18 graus negativos, sofre intensa regulamentação e fiscalização por parte da Agência de Vigilância Sanitária, e deve detalhar, no rótulo dos produtos, informações como qualidade nutricional e validade dos alimentos, segundo aconselha o Sebrae

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(Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Dependendo da área, cada estabelecimento possui necessidades específicas. No entanto, a segurança e qualidade dos alimentos é uma preocupação comum a todos os empresários do setor. De acordo com Thágrid Rocha, nutricionista e uma das proprietárias da Qualifica Alimentos, empresa de consultoria em qualidade e segurança de alimentos, a manutenção de boas práticas de higiene no dia a dia da micro e pequena empresa é essencial para que ela prospere. “Os alimentos passam por várias etapas até chegarem ao seu

destino final, que é o consumidor. Dentro de todas essas etapas, é necessário ter bons procedimentos para garantir que o alimento chegue seguro e com qualidade. Os cuidados com o recebimento, o armazenamento, a manipulação, a distribuição e o transporte do alimento são essenciais para a qualidade do produto final”, ressalta. BOAS PRÁTICAS A nutricionista acredita que o sucesso da implantação de boas práticas de manipulação dos alimentos está diretamente relacionado com o envolvimento do proprietário, gerente e cola-


boradores da empresa. “O maior erro do empresário é contratar um profissional especialista da área acreditando que ele resolverá todos os problemas da empresa sozinho. A falta de comprometimento da empresa ocasiona diversos problemas que desencadeiam na má qualidade do produto final, como, por exemplo, o não cumprimento das regras de higiene pessoal e do ambiente, de acondicionamento, da validade e do tempo versus temperatura dos alimentos”, relata. “A falta de liderança dificulta a implementação das boas práticas, uma vez que os colaboradores necessitam de apoio e suporte diários para que o trabalho evolua com sucesso. Se o acompanhamento da empresa é realizado em parceria de todos os envolvidos, as chances de sucesso são quase absolutas”, acrescenta. A HIGIENE DAS MÃOS Segundo Thágrid, as mãos ainda são o maior veículo de contaminação de um alimento, logo, é preciso sempre higienizá-las antes de qualquer procedimento. “A higiene pessoal e do ambiente é de extrema importância. O fator tempo e temperatura de exposição do alimento é fundamental para o controle da multiplicação dos micro-organismos”, diz. Ela enfatiza que os alimentos que necessitam maior atenção e cuidado durante a manipulação são os que possuem fatores que favorecem o desenvolvimento de micro-organismos. “Temos como exemplo alimentos com maior atividade de água e nutrientes como as carnes e frutos do mar. Esses fatores devem ser controlados, a fim de minimizar o desenvolvimento desses seres e manter a multiplicação controlada

Equipe da Qualifica Alimentos foca na qualidade e segurança dos alimentos dentro da quantidade normal e não patológica”, conta. As condições favoráveis para a multiplicação dos micro-organismos, segundo explica a nutricionista, envolvem quatro fatores: água, acidez, tempo e temperatura. Quanto mais água livre um alimento tiver, maior é a multiplicação dos micro-organismos. Carne bovina, suína, aves, pescados, leite e queijos são alimentos ricos em água. Alimentos secos como pães, bolachas, cereais matinais e goiabadas duram mais que outros porque têm menor quantidade de água. Já em relação à acidez, a maioria dos microorganismos não se multiplica quando o alimento é muito ácido, por isso, a indústria de alimentos utiliza tecnologia para acidificar os produtos. Os alimentos pouco ácidos como manga, melão, melancia, mamão, queijos, carnes, pescados, entre outros, favorecem a multiplicação de micro-organismos. Os micro-organismos precisam de tempo suficiente para se multiplicarem, por isso, é preciso estar atento ao tempo de preparo, armazenamento e distribuição do alimento, e temperaturas entre 5º e 60ºC favorecem a multiplicação de micro-organismos. Quanto maior o tempo de exposição do alimento em temperatura ambiente, maior a sua multiplicação.

Capacitação gratuita sobre manipulação de alimentos No site da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), www.anvisa.gov.br, é possível acessar o curso “Boas Práticas de Manipulação para Serviços de Alimentação”. Desenvolvido para ampliar os conhecimentos dos manipuladores, o curso é gratuito e mostra os cuidados básicos com a higiene e o preparo de alimentos que previnem possíveis doenças e intoxicações alimentares. A capacitação busca enfatizar a importância de questões como controle da higienização, preparação, armazenamento, transporte e exposição das refeições oferecidas ao consumidor. Ao término das 12 horas de carga horária, o aluno pode gerar uma “Declaração de Conclusão”. No entanto, a realização deste curso não exime o manipulador de cumprir as exigências dos órgãos locais de vigilância sanitária que possuam regulamentação específica sobre o tema.

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NEGÓCIOS

Cámara de Comercio de Lima promove mercado peruano Representantes da entidade de Lima estiveram no Brasil para apresentar oportunidades de negócios do país andino

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om crescimento a um ritmo de 6% ao ano e inflação média anual de 5,2%, o Peru se apresenta como um destino para bons investimentos. Prova disto é o aumento no número de empresas brasileiras que vêm apostando no país andino nos últimos anos. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do Peru cresceu 2,4%, apesar de o ano ter sido de crise para grande parte dos países. O Peru tem apresentado crescimento econômico significativo nos últimos 15 anos. Aliado a esse cenário promissor, o elevado investimento

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do governo em setores de base abre as portas do país para investidores brasileiros. No país andino, investe-se cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) em setores como educação, infraestrutura e outros. Em comparação, no Brasil, esse investimento não passa de 10%. Outras vantagens para empresários interessados em fazer negócios são a estabilidade política e o bom ambiente jurídico para instalação de empresas no país. No Peru, o uso da arbitragem é mais abrangente do que no Brasil. Além disso, o país vizinho possui centros de arbitragem já bastante ativos.

A fim de apresentar oportunidades de negócios no país vizinho, representantes da Cámara de Lima, parceira do Empreender Internacional, estiveram no Brasil. Confira a seguir entrevista realizada com Raúl Barrios Fernández–Concha, vice-presidente da Cámara de Lima. De que forma a relação entre a CACB e Cámara de Lima pode contribuir para o desenvolvimento das empresas associadas? De forma muito boa, pois é o meio ou vínculo para que os empresários peruanos e brasileiros possam


se relacionar. O Peru e o Brasil, apesar de serem países fronteiriços, não têm mantido uma grande relação comercial, e este é o meio de lograrmos uma maior interação. Por que brasileiros devem fazer negócios no Peru? Quais são as principais oportunidades de negócio para estrangeiros no seu país atualmente? O Peru assinou 43 tratados comerciais com diferentes países e por meio deles têm obtido benefícios para ingressar nos mercados destes países. Por exemplo, o Peru pode ser a porta de entrada do Brasil no mercado dos Estados Unidos, a uma taxa aduaneira zero. O Brasil poderia fabricar os tecidos das peças confeccionadas no Peru e, assim, ingressar no mercado norte-americano. O Peru tem, para os próximos 10 anos, um crescimento potencial de 5 a 6% anual, do qual garante um crescimento constante do mercado para os investidores; além disso, temos uma inflação que não passou dos 4% nos últimos 15 anos. De que forma a estabilidade política e o bom ambiente jurídico para instalação de empresas no Peru é vantajosa para brasileiros/estrangeiros? A estabilidade jurídica está garantida no Peru já que nossa constituição garante os mesmos direitos a estrangeiros e peruanos. Assim, qualquer investimento maior que 5 milhões de dólares dá direito ao investidor de firmar um contratolei com o Estado Peruano, o qual lhe garante que durante 10 anos

não serão modificadas as normas legais (tributárias, trabalhistas ou outras) que possam afetar o investimento. Não existe nenhum tipo de restrição para a entrada ou saída de capitais no país. O Peru possui centros de arbitragem já bastante ativos. Como o uso da arbitragem facilita a realização de negócios no país? A arbitragem está muito desenvolvida no Peru. Nossa constituição permite a prática e, por lei, o Estado Peruano está obrigado a solucionar todas as controvérsias que venha a ter com uma entidade privada por meio da arbitragem. Este é um processo privado muito ágil e rápido que dá tranquilidade ao investidor e que pode resolver qualquer controvérsia rapidamente, diferentemente do que acontecia antes de 1997, quando precisávamos recorrer ao Poder Judiciário. Quais os outros fatores que servem de atração de negócios estrangeiros no Peru? Como já mencionado, o crescimento econômico potencial de 5 a 6%, a inflação menor que 4% anual e os US$ 67 bilhões de reservas vêm permitindo um desenvolvimento sustentável em todas as atividades econômicas e em especial na infraestrutura, já que temos um déficit de US$ 105 bilhões neste setor. Tudo isto fez com que muitos investidores estrangeiros viessem trabalhar no Peru com o fim de participar destes projetos. Por isso, fizemos o convite aos investidores brasileiros.

Fernández–Concha: “O Peru terá, nos próximos 10 anos, um crescimento potencial de 5 a 6% anual, o que garante um crescimento constante do mercado para os investidores; além disso, a taxa de inflação não passou dos 4% nos últimos 15 anos”

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GERAL Fotos: Carol Debiasi/divulgação

Entidades de Toledo lideram campanha de fundos para reconstrução de Xanxerê Após quase dois meses da passagem do tornado, moradores ainda precisam de doações

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Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) e o Sindicato do Comércio Varejista de Toledo, região oeste de Santa Catarina, lideraram a campanha SOS Xanxerê, encerrada em 15 de maio, de arrecadação de fundos para os moradores do município catarinense, atingido

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por um tornado no dia 20 de abril. De acordo com a Defesa Civil do município, 2,5 mil residências foram afetadas, sendo que 180 foram totalmente destruídas e cerca de 10 mil pessoas foram atingidas, registrando mais de mil desabrigados, 600 atendimentos médicos emergenciais e 120 encaminhados para unidades de saú-

de e hospitais com bastante gravidade. Outras três pessoas sofreram amputações e dois óbitos foram confirmados. Representantes de entidades parceiras foram convidados para integrar a campanha para definir a logística para a doação dos fundos arrecadados. “Os recursos serão revertidos na aquisição de material de


Cerca de 2,5 mil residências foram afetadas, das quais 180 foram totalmente destruídas

construção, especialmente cimento, cal e telhas, que são itens de maior necessidade”, explicou Danilo Gass, presidente da Acit. RECONSTRUÇÃO O prefeito de Xanxerê, Ademir José Gasparini, conta que ainda é possível perceber o rastro de destruição. “Foi uma calamidade para famílias inteiras, num cenário de total destruição. Quase 80 famílias perderam tudo entre os sete bairros mais atingidos”, revelou Gasparini, que decretou estado de calamidade pública no município. Em visita a Xanxerê, a presidente Dilma Rousseff liberou R$ 2,8 milhões para obras, além de R$ 3 milhões para a reconstrução de um ginásio que desabou.

Ventos fortes são comuns na região A formação dos ventos fortes tem relação direta com a climatologia e topografia de cada região, explica Mamedes Luiz Melo, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), para quem a formação de tornados é de difícil previsão. “Geralmente os radares só detectam o fenômeno quando ele acontece. Diferente de um furacão, por exemplo, que é possível prever onde e quando ele deve acontecer.” Os ventos que formaram o tornado que atingiu Xanxerê podem ter variado de 100km/h até 330km/h, conforme o Inmet. A escala de classificação de tornados começa em 65 km/h e chega a mais de 500 km/h. O F0 é o mais fraco e o F5 é considerado o mais forte. “Pelas características dos estragos e pela intensidade dos ventos, definimos que esse último variou entre as categorias F2 e F3”, explicou Melo.

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PAÍS

Afif: “A micro e a pequena empresa têm medo de crescer, porque irão pagar mais imposto”

Projeto sobre tributação do Simples deve ir à votação neste mês Objetivo é tornar mais suave o crescimento das MPEs, devido ao receio dos empresários de aumentar o faturamento e passar a pagar uma proporção maior de impostos

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ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), Guilherme Afif Domingos, iniciou em 12 de maio, em Porto Alegre, uma série de seminários regionais com o objetivo de recolher dados para o aperfeiçoamento do Projeto de Lei Complementar (PLP) 448/14, que muda a incidência de tributação do Simples para as MPEs. Promovido pela Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, o evento reuniu deputados federais e estaduais, representantes de federações, associações, sindicatos

e demais entidades ligadas ao setor. O governo federal, segundo o ministro, quer repetir a parceria com o Congresso Nacional para aprovar melhorias para o segmento. “Queremos fazer uma costura bem-feita para buscar, junto com os parlamentares, modificações para adaptar as condições dos micro e pequenos empresários ao Brasil real”, explicou. O objetivo do projeto, batizado como “Crescer sem medo”, é tornar mais suave o crescimento de uma pequena empresa, devido ao receio dos empresários de aumentar o faturamento e passar a pagar


uma proporção maior de impostos, ao mudar de faixa de tributação. “A micro e pequena empresa tem medo de crescer e pular de faixa. Estamos fazendo um desenho que substitui as escadas de crescimento por uma rampa mais suave”, disse o ministro. “O desespero do empresário para não crescer reflete-se na perda de eficiência e na insegurança de gerir seu negócio. Devemos usar esse estímulo para geração de emprego e renda”, completou. A intenção do projeto é permitir que o empresário, ao conseguir aumentar seu lucro, pague a alíquota maior apenas sobre a diferença em relação ao faturamento anterior, e não sobre o faturamento anual total. Se ele faturava até R$ 120 mil anuais e passou a receber R$ 121 mil, o sistema atual estabelece uma alíquota maior sobre os R$ 121 mil (faturamento total), devido à mudança de faixa de tributação. Com o sistema que está sendo desenhado, o empresário pagará a alíquota nova apenas sobre R$ 1 mil (diferença do faturamento). Os outros R$ 120 mil continuarão a ser tributados da mesma forma. Se o processo sair como planejado pela Secretaria da Micro e Pequena Empresa, a proposta entrará em vigor em 2016. O projeto reduz de 20 para sete as faixas de tributação do Simples. Ainda em maio, o ministro participou de seminários no Paraná, Minas Gerais e São Paulo. Neste mês de junho, o ministro estará no Rio de Janeiro (1/6), Espírito Santo (2/6), Mato Grosso do Sul (8/6), Goiás (8/6), Pará (9/6) e Maranhão (15/6).

Cresce a adesão ao sistema Em janeiro de 2015, foi registrado o ingresso de 319.882 novas empresas no regime simplificado. O número é 156% maior que as adesões registradas no mesmo período do ano passado. Dos pedidos, 182.808 foram indeferidos, sendo 144.453 por irregularidades fiscais. Os advogados encabeçam o número de pedidos deferidos de inclusão com 20.995 solicitações dentre as atividades autorizadas a aderir ao modelo em 2015. Corretores de seguros estão logo atrás, com 20.544 pedidos. Profissionais de atividade odontológica, com 9.898 pedidos aparecem em terceiro lugar na adesão ao Simples; os fisioterapeutas aparecem em quarto lugar, com 8.870, e corretores de imóveis em quinto lugar, com 8.665 inclusões deferidas. Do sexto ao décimo lugar das categorias aparecem atividades médicas e ambulatoriais (restrita a consultas), representantes comerciais, profissionais de artes cênicas, desenhistas técnicos que prestam serviços para engenharia e arquitetura e atividades de consultoria de gestão empresarial; todos com média de 7,5 mil adesões autorizadas. Entre as tabelas, as novas adesões se concentraram no novo Anexo 6, que englobam 68% das novas empresas autorizadas a optar pelo Simples a partir de 2015. Puderam aderir categorias como medicina, veterinária, odontologia, jornalismo e publicidade, psicologia, terapia ocupacional, representantes comerciais, transporte fluvial de passageiros e cargas, entre outros. MPES SÃO LÍDERES NA GERAÇÃO DE POSTOS DE TRABALHO Além disso, as micro e pequenas empresas têm sustentado o emprego no Brasil nos últimos 10 anos, sendo responsáveis por 87,4% do saldo de geração líquida de empregos no país contra 12,6% gerados pelas médias e grandes empresas. Só entre 2011 e 2014, o setor foi responsável pela geração de 4.963.357 vagas. Em 2005, as MPEs foram responsáveis por 1,2 milhão de novos empregos, contra 259 mil das grandes e médias. Em 2010, o setor apresentou o maior índice de contratação, com 2 milhões de vagas, contra 617 mil das demais empresas. Nos três primeiros meses de 2015, mais 65.413 novos empregos foram criados pelas MPEs.

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LIVRO

O pessimismo de Kissinger

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mundo vive em um vácuo de poder que nenhum país ou grupo de países pode preencher a curto prazo. A América está cada vez menos disposta a exercer uma liderança internacional. Não tem mais a capacidade única de organizar a agenda e as instituições globais, e não existe uma estratégia eficaz para tentar recuperá-la. Esta circunstância reforça e se conecta aos conflitos geopolíticos que parecem surgir em todos os lugares, como no Mar do Sul da China, Ucrânia, Iraque e Síria. Se esses problemas não forem resolvidos, o que vai acontecer neste mundo desordenado?, pergunta Henry Kissinger, em seu mais recente livro Ordem Mundial. A obra encerra um ciclo que começou com sua tese de doutorado defendida em 1954 em Harvard, sobre a articulação da moderna organização diplomática e política da Europa a partir do fim das guerras napoleônicas, em 1815. E teve seu ápice com a obra clássica Diplomacia (1994), em que faz um apanhado das relações internacionais até o fim da Guerra Fria. Para Kissinger, em vez de global, vivemos em um mundo de regiões, em que diferentes países têm diferentes esferas de influência, às vezes conflitantes e às vezes não. Será um mundo de vencedores e perdedores, em que algumas regiões manterão a ordem e estabilidade melhor do que outros. O Hemisfério Ocidental não se sairia mal, dado o seu isolamento das zonas geopolíticas mais conturbadas. Na Eurásia e Oriente Médio, o futuro é mais cheio de conflitos,

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em um mundo sem regras ou árbitros comuns. A zona de incerteza é a Ásia, com o mais elevado potencial, mas com a possibilidade de sofrer os conflitos mais graves. A tendência é acentuarem-se nas próximas décadas os ataques terroristas, guerra cibernética, as epidemias e as consequências das alterações climáticas em países como Iraque, Líbia, Iêmen e o Afeganistão (para não mencionar os países do Oeste Africano atingidas pelo Ebola). Kissinger também se mostra resignado com a ideia de que a Europa não deve mudar. Em uma ordem mundial disfuncional e volátil, a Alemanha deve assumir a liderança. E uma UE liderada pela Alemanha poderia mudar completamente a orientação da Europa, talvez para fortalecer o relacionamento transatlântico ou, talvez, para enfraquecer e ficar muito mais perto da China. Henry Kissinger não acredita na existência de uma “comunidade internacional”. Em meio a um dos mais turbulentos e confusos períodos, desde a eclosão das duas guerras mundiais, com inúmeros e muitas vezes violentos desafios ao poder dos Estados constituídos, o ex-secretário de Estado americano agarra-se com ardor à ideia de que uma ordem mundial não resulta de um consenso natural, como faz supor a palavra comunidade. Para ele, a ordem é consequência da sagacidade de estadistas capazes de equilibrar poder, legitimidade e princípios. E esses estadistas lamentavelmente estão em falta.

A tendência é acentuarem-se nas próximas décadas os ataques terroristas, guerra cibernética, as epidemias e as consequências das alterações climáticas em países como Iraque, Líbia, Iêmen e o Afeganistão

A ORDEM MUNDIAL Autor: Henry Kissinger Gênero: História Páginas: 432 Formato: 16 x 23 cm Editora: Objetiva Preço: R$ 54,90


ARTIGO

Profissionalização versus empirismo: desafio das lideranças Jairo Martins da Silva*

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uando a indústria aeronáutica coloca um avião em voo, espera-se, principalmente, que a segurança esteja garantida, o que também vale para navios, carros, etc. Uma falha nesses casos pode colocar vidas em risco e comprometer a imagem e a reputação de uma empresa e até tirá-la do mercado. Mas há a probabilidade de falha? Sim, sempre há, afinal, a construção desses e de muitos outros produtos envolve uma série de etapas, produzidas por diferentes fornecedores e, nos dias de hoje, muitas vezes vindas de diferentes partes mundo. Um dos conceitos da gestão da qualidade está no “zero defeito”, que pode ser implementado por qualquer organização. Ferramentas como six sigma ou FMEA (failure mode and effect analysis), dentre outras, aumentam a confiabilidade de um produto durante a fase de projeto, visando mitigar diferenças entre o especificado e que está sendo produzido, diminuindo a chance de falhas. O objetivo é trabalhar com aquelas que deem um nível de precisão, acabando com a “achologia” e o “empirismo”. Ou seja, que as análises sejam feitas com base em dados e fatos, e esse conceito precisa estar presente tanto nas grandes empresas como nas micro e pequenas. Isso deve ser assegurado em toda a cadeia de valor de um produto ou serviço. É fácil entender que a análise de dados pode permitir que uma empresa

“O líder não precisa ter uma base acadêmica, mas ele tem de se preparar e orientar todos em sua empresa para enfrentar os constantes desafios” ferroviária, por exemplo, estime o horário de chegada de um trem. Quando se consegue reduzir a variação de um resultado, um trem que costuma se atrasar cinco minutos, por exemplo, pode diminuir esse atraso para cinco segundos, por meio de uma boa análise das causas dos atrasos. O que resulta em uma espera praticamente zero, em valor absoluto, para quem aguarda o embarque. O mesmo tipo de raciocínio pode ser estendido à prestação de serviços, seja de grande ou de micro e pequena empresas.

Então, imagine trabalhar com a análise de dados relacionados ao atendimento ao cliente em um restaurante ou uma loja de doces. Conhecer os números e como esses se comportam estatisticamente pode permitir um melhor dimensionamento da capacidade de produção, identificar e tratar algo que está errado no processo de atendimento e, muito provavelmente, implementar ações para deixar o cliente mais satisfeito. O líder não precisa ter uma base acadêmica, mas ele tem de se preparar e orientar todos em sua empresa para enfrentar os constantes desafios. Cada vez há menos espaços para improvisação, falhas e erros. É fundamental que todos da empresa tenham uma visão sistêmica do negócio e busquem conhecer e utilizar ferramentas, as quais embasem melhor a tomada de decisão e a solução de problemas, reduzindo o risco de oferecer produtos e serviços sem qualidade. Atualmente, satisfazer o cliente está cada vez mais difícil. Seja ele pessoa física ou jurídica, empresários de MPE precisam capacitar-se em ferramentas de gestão e avaliações de dados para a tomada de decisões assertivas. Além disso, assegurar a profissionalização dos gestores, evitando o empirismo, traz uma cultura da qualidade para a empresa, garantindo sua sobrevivência nesse mercado cada vez mais competitivo. *Superintendente da Fundação Nacional da Qualidade Junho de 2015

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