Revista Portuária - 23 Novembro 2018

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COMEX

Rússia retoma importação de carne suína do Brasil Exportações tiveram início pelos frigoríficos gaúchos. Santa Catarina aguarda liberação de novas plantas para exportar o produto

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Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou que a Rússia retomou as importações de carnes do Brasil, com o início dos embarques no dia 1º de novembro. Foram habilitadas pelo Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), no primeiro momento, plantas localizadas no Rio Grande do Sul das empresas Alibem Alimentos, Adele Indústria de Alimentos e Cooperativa Central Aurora Alimentos. Como maior exportador de carne suína do país, Santa Catarina comemora a novidade e aguarda a liberação de novas plantas. De acordo com secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, a Rússia em breve voltará a comprar carnes também dos frigoríficos de Santa Catarina. Ele explica que “o retorno das vendas para a Rússia irá desafogar a pressão de oferta e acabará também beneficiando outras empresas que, eventualmente, não estão habilitadas nesse primeiro momento, com a redistribuição da demanda.”

Números

De janeiro a novembro de 2017, de toda carne suína exportada

por Santa Catarina, 36,9% foram para a Rússia, o que representa 102 milhões de toneladas. Há onze meses sem exportar para o país, Santa Catarina buscou outros mercados e segue com crescimento nas vendas internacionais de carne suína, diz Spies. “Nós exportamos boa parte da nossa produção e a China, de certa forma, compensou o cancelamento dos embarques para a Rússia. Mas a reabertura do mercado russo será uma notícia muito comemorada no estado. Por enquanto são quatro plantas habilitadas, mas a expectativa é de que a Rússia retome as importações normalmente”. A suspensão da exportação foi devido à presença de ractopamina, um aditivo alimentar usado em produtos de origem animal de plantas frigoríficas brasileiras. O uso é permitido no Brasil e nos Estados Unidos, porém proibido na Europa e na Ásia. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o Brasil utiliza o sistema de segregação de suínos para exportação de carne para a Rússia e Japão, ou seja, os suínos recebem outro tipo de ração e são criados em outros locais, não tendo contato com os animais que serão destinados para mercados que permitem o uso da substância.

Economia&Negócios • Novembro 2018 • 17


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