Revista Mundo da Criança - Dezembro 2015

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Quando fazemos isso, não perdemos a autoridade dentro de casa? O autoritarismo das crianças não é mais novidade. Ele chega de mansinho e se estende drasticamente, destruindo qualquer regra dentro de casa. Formada em pedagogia, a professora Raquel Staack Alves, 50, lista algumas dicas de como impor limites e acabar com o reinado autoritário da criança. A hierarquia do lar pode ser uma estratégia saudável para que a criança viva em um ambiente de respeito e harmonia.

Há diferenças entre educar e criar um filho? A diferença entre criar e educar um filho é muito simples. Criar uma criança é fácil, basta fazer todas as suas vontades. Educar é que dá trabalho, porque é necessário prepará-la para viver em sociedade de forma saudável, tendo princípios, sendo ética.

Muito se fala em hierarquia no lar. É realmente necessário isso dentro de casa? Essa estrutura de prioridade é saudável para a educação da criança? A hierarquia no lar, quando realizada de forma saudável, onde os pais tem autoridade e não são autoritários, é saudável para que a criança cresça num ambiente de respeito e harmonia.

Como ser autoritário sem partir para as famosas palmadas? Não diria que é necessário sermos autoritários, nem usarmos as famosas palmadas, mas sim realizarmos combinados com nossas crianças. Com estes acordos entre pai e filho, realizados de forma clara entre as crianças e seus pais, automaticamente a criança já sabe o que acontece quando um acordo não é cumprido. Assim, a autoridade dos pais não será perdida.

ança se adeque a realidade que à cerca e a mantém no centro das atenções por tempo indefinido. E essa atenção exagerada começa a ser notada quando a criança começa a socialização, pois a escola irá reclamar que a criança não respeita as regras, tem dificuldade de ter amigos e gosta de mandar em todos.

Deve haver uma divisão de tarefas entre pai e mãe para a educação da criança? Qual o papel de cada um? Acredito não em uma divisão de tarefas, mas sim nos combinados para a realização dessas tarefas. Hoje temos uma vida muito corrida, com muitos compromissos onde, independente de ser o pai ou a mãe, a criança necessita de um dos dois para acompanha-la diariamente e o papel dos pais é de participação nesta caminhada.

O “não” continua sendo a palavra-chave para uma boa educação? Há outra forma de impor a obediência com mais positivismo? O “não” quando usado de forma arbitraria não é a palavra-chave para a boa educação. Volto a afirmar que os combinados realizados de forma que a criança saiba porque estão recebendo o “não” naquele momento acontece de forma positiva. É possível impor limites desde os primeiros anos da criança.

Quais os erros mais comuns que os pais cometem na hora de educar? Os erros mais comuns são: *o não se transformar em um sim *nada acontecer se não cumprir o combinado *os pais que um dia dizem sim e no outro não (para a mesma ação)

Um dos problemas mais corriqueiros é a criança ser o centro das atenções dentro de casa. De que forma essa atenção exagerada dos pais pode ser prejudicial para o filho? O que acontece na maioria das famílias é que os pais esquecem que existe um período muito curto em que os filhos “reinam” , pois precisam ser conhecidos, mas esse reinado deve terminar até, no máximo, o final do primeiro ano. Quando isso não acontece ocorre a infantolatria, onde os pais não sabem ou não conseguem fazer com que a cri-

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