Espelho_7

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Samuel chega em sua casa e vai direto para o quarto. Ele se deita na cama e fecha seus olhos. O vidro do carro se quebrou antes de entrar em contato com a árvore, e um dos cacos foi em direção à garganta de Carlos. Porque sua mente continuava a ligar tal fato a Sara? O cansaço acabou fazendo com que Samuel adormeça, porém, quando a madrugada chega, eis que o rapaz desperta, ouvindo o barulho de algo batendo. Ele corre em direção ao quarto da sua irmã e vê que as janelas estão abertas. Ele se aproxima das janelas que continuam a bater com o vento, fechando-as; de repente, ele pode ouvir algo atrás dele. Samuel se vira rapidamente e se depara com Sara. Ela estava coberta de sangue. A garota ficava ali, parada, olhando em direção à janela, parecia não estar notando que Samuel estava na sua frente. O rapaz se aproxima, suas pernas não param de tremer, mas o medo de que Sara tivesse se ferido era muito maior. - Sara? – ele se aproxima lentamente. Samuel continua se aproximando, mas ela não respondia. O desespero tomou conta do corpo do rapaz e ecoou com um grito. – Sara!


Como em um piscar de olhos Sara agarra o braço de Samuel, vai para detrás do rapaz e torce seu membro, a dor que ele sente faz com que ele se cale. Sara se aproxima do ouvido do rapaz e sussurra: - Silêncio irmãozinho... assim você vai acabar acordando o papai e a mamãe. Samuel anda em direção ao colégio, ele não conseguira dormir depois do ocorrido na noite passada, Sara cheia de sangue, a reação dela, a dor em seu braço que continuava a incomodar. Quando chega à escola nota que todos os alunos estavam do lado de fora. - Carol, o que está acontecendo? – ele da um beijo na namorada. - Outra morte Samuel, desta vez foi o Lucas. – Carol abaixa a cabeça, em sinal de tristeza. – O corpo dele foi encontrado no banheiro masculino perto da nossa sala. Outra morte, porque sua mente estava ligando tal fato a Sara? Porque ele insistia nestes pensamentos. Quando Samuel deu por si, já estava correndo em direção ao colégio, desviando de seus professores e de policiais e entrando no banheiro masculino. O corpo do rapaz estava no chão, os espelhos estavam todos quebrados, e seus pedaços estavam fincados em todo o corpo de Lucas, o sangue escuro estava por toda a parte, tingindo o chão de vermelho.


Samuel cai de joelhos e coloca as mãos sobre a cabeça, fechando seus olhos. Por quê? Ele se perguntava. Porque sua mente insistia a ligar Sara as recentes mortes?


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