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SPA URBANO


PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Campus de Poços de Caldas. Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo

Tábata Hada Passos GROU SPA URBANO O espaço e a água Trabalho Final de Graduação II

Orientador: Mauro Font

Poços de Caldas 2017


Tábata Hada Passos

PONTÍFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

GROU SPA URBANO Espaço e a Água

Pesquisa realizada para o Trabalho Final de Graduação II no 10º Período do Curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC – Minas – Campus Poços de Caldas.

Orientador: Mauro Font

Poços de Caldas 2017


Em especial a minha mãe que sempre me incentivou. Ela minha é fonte de inspiração para todas coisas que eu faço.


AGRADECIMENTOS

Poderia citar diversos agradecimentos dando nomes a cada pessoa que fez desta jornada mais linda e serena. Mais um dia li e senti com todo o meu coração que as melhores sensações não podem ser descrevidas elas são apenas sentidas! Um dos mais lindos sentimentos é a Gratidão, é apenas isso que sinto neste momento... Por isso seria injusto da minha parte deixar de citar qualquer nome de quem teve comigo me incentivando e ajudando durante esta etapa (que não foram poucos). Então aqui deixo o meu MUITO OBRIGADO a todos! Aos meus orientadores Mauro Font e Antônio Carlos Lorette


RESUMO/ ABSTRACT

O ideal da arquitetura é formar um modelo do mundo. Sua ambição é despertar as sensibilidades humanas. (TADAO ANDO)


SÚMARIO


1.INTRODUÇÃO O tema proposto para o TFG é a criação do projeto de um SPA Urbano em Poços de Caldas – MG. Cidade com grandes riquezas naturais, e perante a este principal fator surge a análise da história das águas, e de um importante ponto turístico Recanto Japonês que fica a margem da Serra São Domingos. Com sua beleza natural e com as nascentes das águas percebese o potencial urbanístico e paisagístico do local, surgindo, então, a ideia de construir um espaço onde sua história e riqueza pudessem ser valorizadas. Além disso, daria extensão ao Recanto Japonês parque temático localizado próximo ao terreno, onde ambos possam se relacionar através da sua cultura e tradição japonesa levando isso para todo o projeto. Um dos ideais do SPA seria motivar um sentimento diferente na sociedade, trazendo uma reflexão onde se possa desenvolver novos pensamentos e hábitos. Proporcionando assim, um conceito amplo onde o indivíduo tenha relação direta com natureza e o espaço construído, no qual se encontra qualidade de vida, transformação e desenvolvimento de bemestar. E intervir a natureza nas suas construções” Pois tudo deve poder transformar-se, desaparecer em proveito de outra coisa. A arquitetura deve chamar as pessoas à mediação, a fim de transformar a ordem espacial num fenômeno consciente. (MASAO, 1997) Desta forma, o SPA cuida de todo esse equilíbrio onde se encontra a forma simples de valorizar o existente, relação tão importante do meio ambiente com as pessoas que nela vive, e que possa criar um convívio de amor e respeito. (DIRK MEYHOFER – CONTEMPORARY JAPANESE ARCHITETCTS , TASCHEN 1994)

No Japão tudo que se relaciona com a tradição é objeto de sólidas medidas de proteção e além do mais todos os cidadãos gostam da sua tradição ao ponto de quererem conservá-la e até prolongá-la. (MEYHOFER –1994)


2. Desenvolvimento 2.1 SPA Segundo o dicionário “Google”, SPA significa: 1. estância hidromineral; 2. hotel ou local elegante de veraneio; 3. hotel ou estabelecimento, geralmente localizado fora das cidades, que oferece tratamentos de saúde e/ou beleza, emagrecimento, alimentação controlada e natural, ginástica, massagens, sauna, banhos a vapor etc; 4. estabelecimento comercial com instalações para exercícios físicos e banhos de piscina, termas e/ou sauna.” (DICIONÁRIO GOOGLE, acesso em 20/10/16 às 00:55). 2.2 CONCEITO DE SPA A definição e sentido da palavra SPA tem o objetivo de trazer o equilíbrio físico, mental e emocional de uma pessoa, onde ela possa trazer cuidado a sua saúde. O termo SPA “sanitas per aqcua”, “saúde pela água”, tem origem do latim. As placas escritas nas Termas em Roma, onde banhavam os aristocratas, já traziam a escrita do termo com seu significado. O outro significado do termo SPA, vem do nome de uma cidade na Bélgica chamada Spa, onde se encontram fontes naturais de água quente, chamadas “termas”. Perante seus diversos conceitos, sabe-se que sua origem está vinculada à água e os seus benefícios à saúde. Porém, o termo SPA tornou-se comum apenas no século XX. Na mesma época quando, além dos tratamentos com água, houve o acréscimo de massagens, tratamentos médicos e estéticos. Fonte: Doi, Marcelo Yugi – Spas e terapias alternativas – São Paulo: Pearson Education do Brasil 2012.


2.3 ORIGEM DO SPA Os banhos já eram utilizados há milhares de anos por diversas civilizações para purificar, relaxar o corpo e tratar doenças. Em 3550 a.C. as águas dos rios Tigres e Eufrates eram usadas pelas civilizações mesopotâmicas e sumérias para a realização de rituais aquáticos de purificação espiritual. Rituais espirituais eram praticados às margens do Rio Nilo por faraós egípcios em 3200 a.C. O povo hebreu (1250 a.c.) também praticava rituais e banhos de imersão em águas buscando atingir a purificação. E desta forma, a água demonstrava-se cada vez mais importante para os povos antigos, que buscavam em sua essência elementos naturais capazes de trazer benefícios ainda não descobertos pela medicina. Desde então, maiores infraestruturas ao redor dos centros de banhos e fontes aquáticas foram sendo construídas, a fim de prepará-los para estes fins e para receber um maior número de pessoas. A construção da chamada Oráculo de Delphi (1400 a.c.), estrutura física erguida pela civilização grega, foi um exemplo disso. O complexo voltado ao lazer e bem-estar, ia de encontro com a cultura grega, a qual priorizava que banhar-se, dormir e sonhar eram itens fundamentais à boa saúde. As termas gregas foram, então, se tornando pontos de encontro e relacionamento intelectual entre os grandes filósofos da época, representando parte importante da vida social deste povo. Em 25 a.C., a inauguração de uma enorme estância termal pela civilização romana foi um marco para o desenvolvimento das infraestruturas de banhos da antiguidade. Além de salas em diversas temperaturas, áreas de lazer, piscinas, saunas e vestiários, o complexo contava com diversas salas de massagem, onde os tratamentos tinham por finalidade relaxar o corpo, prevenir e tratar doenças. Desde então, foi se desenvolvendo a concepção destas termas como centros de bem-estar e

tratamentos à saúde, semelhante ao encontrado nos SPAs de hoje. O desenvolvimento dos centros de bem-estar, que viriam no futuro a ser chamados de SPAs, foi se tornando cada vez mais popular. Médicos da época passaram a orientar seus pacientes no tratamento de doenças crônicas e outras enfermidades nesses SPAs. Combatentes de guerras procuravam as termas para a cura acelerada de seus ferimentos. Embora outros tipos de terapias corporais tenham sido incorporados aos serviços dos SPAs, a água sempre foi seu elemento principal na Europa. Mesmo diante de sua popularidade, por não haver estudos científicos que comprovassem os benefícios da água no tratamento de doenças, as atividades de SPAs também sofreram muita resistência na época em função de interesses políticos. (https://thearcheology.wordpress.com /category/roma-antiga/termasromanas/ acesso em 05/11/2016).

Figura 2, os romanos frequentava diariamente o Thermas, e permaneciam nas suas dependências por várias horas.


2.4 PROLIFERAÇÃO DOS SPAS PELO MUNDO

2.5 A CONCEPÇÃO MAIS MODERNA DOS SPAS

Ao longo da história, foram surgindo em diversas regiões europeias outras formas de expressão dos SPAs. No ano de 800 d.C. os famosos banhos turcos foram criados pelo Império Otomano e se estenderam rapidamente pela região. Saunas quentes finlandesas que contemplavam os rituais de calor seguidos dos banhos em águas geladas foram iniciados por volta do ano 1000 d.C. Em outras regiões do mundo também surgiram fortes alusões aos benefícios dos banhos e às potencialidades da água: a primeira nascente de água quente japonesa (“onsen”) foi descoberta no ano de 737 d.C., tornando-se uma tradição na cultura asiática. Os próprios Vedas da cultura hindu já prescreviam a grande importância da purificação do espírito através de banhos (Doi, 2012). Com a integração de diferentes povos e culturas desenvolveu-se a evolução da atual concepção de SPAs. Enquanto que a cultura européia desenvolvia com grande maestria as atividades ao redor das águas e saunas, os povos asiáticos sempre foram mais voltados para as terapias corporais sobre o cuidado com a saúde. Seja com a harmonia do corpo, mente e espírito da Medicina Ayurveda Indiana, com a Medicina Tradicional Chinesa, com o Shiatsu japonês ou com a massagem tailandesa, o foco se dava com tratamentos corporais, que por vezes também combinavam banhos, atividades nutricionais, aeróbias e meditativas. E assim o conceito e a filosofia de cada cultura foram se fundindo em um só centro de bem-estar conforme essas sociedades se desenvolviam: os SPAs. Por isso hoje, os SPAs são muito mais um reflexo da combinação dos diversos serviços trazidos por cada uma das culturas mundiais, do que o desenvolvimento individualizado de cada uma delas (Doi, 2012).

Nos Estados Unidos foi onde mais rapidamente se desenvolveram as atividades de SPA, espalhando e fomentando este crescimento no resto do mundo. O desenvolvimento da sociedade norte-americana foi exigindo uma adaptação dos SPAs para as necessidades e interesses da população regional. Com isto, além dos tratamentos terapêuticos com a água e as terapias corporais tradicionais, outras atividades, como tratamentos nutricionais e de redução de peso, terapias de beleza, atividades mais aeróbicas etc. foram sendo requeridas. Estas atividades acabaram se desenvolvendo de tal forma, que grande parte da população passou a ter os SPAs como complemento de seu cotidiano. Assim, nos Estados Unidos a indústria de spas apresentou grande desenvolvimento, servindo atualmente de referência mundial nos padrões de atendimento, inovações tecnológicas e em equipamentos, arquitetura e design e serviços de beleza. Atualmente, a indústria de SPAs está em forte crescimento e seus serviços estão em constante evolução, indo além de técnicas clássicas ou serviços tradicionais. A concepção dos SPAs se tornou algo amplo, mas com um objetivo muito específico: o bem-estar do corpo, mente e espírito, obtido através de diferentes tipos de serviços e atividades realizadas em seu espaço. O ideal de saúde, prevenção, bem-estar e cuidados com o corpo permanece, entretanto, os serviços oferecidos para atingir este fim se expandem. Quando se trata das atividades desenvolvidas, os serviços dos SPAs podem oferecer tratamentos corporais de prevenção e cura, terapias de bem-estar, relaxamento e beleza, banhos e rituais de purificação corporal e mental, práticas nutricionais e mais medicinais, atividades de meditação e yoga, exercícios como pilates e outros mais aeróbicos, consultas médicas em SPAs especializados, etc.


2.6 SPA NO JAPÃO A abundância de água no Japão, tanto de nascentes de águas frias quanto de águas quentes, faz com que seus nativos apreciem tanto os lagos que se dedicam em construir lagoas artificiais mesmo em seus jardins. Áreas abertas, ao ar livre, de templos e santuários sempre têm pedras, plantas e água. Em sua cultura, a água é tida como elemento fundamental para dar equilíbrio à paisagem e trazer paz e harmonia às pessoas. Banhar-se na água quente que brota das rochas vulcânicas é uma das formas preferidas dos japoneses para relaxar, no encontro entre as águas termais e as montanhas e o banho ao ar livre, costume bastante concorrido no Japão, é coletivo (Souto, 2010). O ofurô (tina de madeira cheia de água quente) pode ser compartilhado por homens e mulheres, embora, tradicionalmente, respeita-se uma hierarquia: primeiro banham-se os homens chefe da família, depois os mais velhos e, por último mulheres e crianças, na mesma água já utilizada (Souto, 2010). O Japão também não só possuía um local para banhos, mas também para a meditação, torneado de jardim e silêncio. 2.7 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DOS TRATAMENTOS EM SPA´s São inúmeros os benefícios alcançados por um indivíduo no tratamento e/ou terapia em um SPA, os quais passam pelas esferas do físico ao emocional. A melhora física surge, principalmente, porque há um relaxamento muscular geral. Além disso, é possível diminuir dores na costas, pernas, braços, mãos, pés e articulações. Há diminuição da retenção hídrica e melhora no aspecto da pele, quando se trata de melhoramentos estéticos (Doi, 2012). Sem dores e sentindo-se bem fisicamente, o indivíduo já consegue se aproximar bem mais da melhora mental.


Portanto, as técnicas utilizadas no SPA auxiliam no reencontro com seu próprio corpo e mente, promovendo um reequilíbrio energético. É possível “desligar-se” dos problemas e entrar em um mundo particular único, o que torna o indivíduo mais relaxado (Doi, 2012). Os benefícios estéticos envolvidos nos tratamentos do SPA incluem técnicas para tratar rugas, linhas de expressão, flacidez de pele, lipodistrofia localizada, fibroedema ginoide, além da própria perda de peso (Doi, 2012). 2.8 CLASSIFICAÇÃO DOS SPA´s NO BRASIL DE ACORDO COM O ABC-SPA´s (Associação Brasileira de Clínicas e SPAs) Devido ao crescimento do número de SPAs pelo Brasil de diversos tipos e especialidades variadas, torna-se necessária a sua classificação, para que os consumidores possam se orientar. Utilizamos a classificação da Associação Brasileira de Clínicas e SPA´s, a ABC-SPAs, por ser uma referência nos país nesse setor. De acordo com a ABC-SPAs são classificados de acordo com seu destino e sua especialidade. Em relação ao destino, a classificação de acordo com a ABC SPAs, fica assim: - SPA de Destino: Estabelecimento com estrutura de hospedagem e alimentação que apresente foco integral na promoção do bem-estar e qualidade de vida. - SPA Resort/Hotel: Estabelecimento independente localizado dentro da estrutura fixa de Resorts ou Hotéis, que apresentem serviços de bem-estar e qualidade de vida, lazer e entretenimento. - Day SPA: estabelecimento sem estrutura de hospedagem localizada em áreas urbanas. - Day SPA: estabelecimento sem estrutura de hospe-

dagem localizada em áreas urbanas. - SPA Passeio: estabelecimento localizado dentro de estruturas voltadas para entretenimento ou transporte. Incluem estruturas fixas de entretenimento ou veículos de passeio, como clubes de campo, golfe, e praia, clubes de entretenimento, navios, aviões, trens. Em relação à especialidade, a classificação de acordo com a ABC SPAs: - SPA Naturista: Estabelecimento voltado para as práticas baseadas na Medicina Naturista, tais como Homeopatia, Fitoterapia, Acupuntura, as quais promovem a saúde por processos naturais de tratamento e alimentação. - SPA Médico: estabelecimento que promove a saúde e o bem-estar por meios de cuidados médicos. Apresenta serviços completos na área da estética médica, terapias e tratamentos complementares com atividade física monitorada. - SPA Holístico: estabelecimento com foco na promoção da saúde humana através de serviços baseados na Medicina Alternativa, direcionadas ao equilíbrio do corpo, mente e espírito. - SPA Esporte e Aventura: Estabelecimento com serviços voltados para o lazer e entretenimento, com programas de qualidade de vida realizados através de atividades físicas e de exercícios direcionados. - SPA Nutricional: Estabelecimento com o objetivo de orientação nutricional, desintoxicação e reeducação alimentar, apresentando cozinha especializada e balanceada, bem como outros serviços terapêuticos de promoção da saúde humana. - SPA Estético: Estabelecimento que oferece serviços e tratamentos estéticos faciais e corporais, com filosofia de beleza aliado à saúde e bem-estar, apresentando variedade de equipamentos e mão de obra especializada. (Doi, 2012)


3.TERMALISMO

Os franceses Villaret & Justin-Beasançon, pontificam a história do Termalismo como gloriosa e rica. Praticado em todas as épocas da humanidade, tem sido objeto de numerosos trabalhos e recurso terapêutico. O homem primitivo, mesmo nas suas condições da época e exposto às intempéries das estações, imergia seu corpo nas fontes, nos rios e nos lagos para remover as impurezas que o maculavam ou para abrandar o calor ambiental. Com decorrer dos séculos, entre diferentes povos, a utilização de águas minerais, em especial as quentes foram usadas para tratamentos preventivo e curativo. As antigas civilizações cultivavam água terapêutica, transmitida por tradição, que a experiência dos nossos antepassados nos legou, através de sucessivas gerações. Mendes de Souza diz que o termalismo, como todo o ramo de ciência, teve sua “infância mística”. De fato, certas águas, termais ou simplesmente minerais frios, eram consideradas virtuosas ou milagrosas, tendo muito tempo se passado até o reconhecimento cientifico de seus efeitos e ações fisiológicas, nos indivíduos sãos medicamentosas. E acrescenta o historiador, que as águas termais sempre atraíram os seres humanos pela sua imediata ação reconfortante, devolvendo energias perdidas e provendo bem-estar. Os agentes naturais de cura são os recursos mais antigos da ciência médica e continuam sempre modernos, porquanto os mecanismos de adaptação ao frio, ao calor, à umidade, ao movimento e ao repouso, independem da evolução do tipo de vida humana criado pela civilização. O indivíduo de todos os tempos necessita de estímulos elementares que são vitais e insubstituíveis, o critério “natural”, em relação a

outros tratamentos, está fundamentado sobre os valores da natureza, do meio ambiente e de suas recíprocas influências, enfim, da ecologia. O tratamento pelas águas minerais se originou do próprio povo, desde remotos tempos. Em todos os países do mundo, a crenoterapia (qualquer tipo de tratamento feito com base no uso de águas minerais), mais cedo ou mais tarde, passou pelos três estágios seguintes: o das águas santas ou virtuosas: do empirismo, com o todo início das pesquisas científicas e o da rigorosa análise científica. Fazendo-se um retrospecto histórico, verifica-se que o termalismo, na sua longa caminhada através dos séculos, foi a parte da medicina mais bem-ordenada e resistente ao tempo. Apesar de seu sentido de religiosidade nas civilizações antigas, havia nas suas aplicações práticas um fundo de metodologia científica. 3.1 Os períodos A história do termalismo foi dividida em seis períodos. Período pré-histórico, do qual há provas arqueológicas mostrando que o homem utilizava águas na Idade da Pedra Polida; Período primitivo (místico ou religioso), em que se atribuíam ás águas minerais poderes sobrenaturais ou em que se acreditava que as curas eram realizadas por interferência ou influência de alguma divindade. Sabe-se que os caldeus e outras civilizações das mais antigas já efetuavam crenoterapia 5 mil anos antes de Cristo. Caldéia é o antigo nome de Babilônia, parte inferior da Mesopotâmia.


Período empírico, de duração multissecular, nascido no auge da civilização helênica, na época da medicina hipocrática, e transportada pouco tempo depois de Roma. Prosseguiu na Idade Média e na Renascença, terminando com o surgimento da química moderna; Período da hidrologia química, iniciado nas primeiras décadas do século XIX, ocasião em que as águas minerais começaram a ser analisadas quimicamente e em que os médicos termalistas, por sua vez, procuraram firmar as indicações clínicas com base nas classificações dos achados analíticos. Período clínico e científico, quando começaram a ser feitas rigorosas observações clínicas e as indicações termais foram aperfeiçoadas com a especialização das estâncias, passou-se a contar com a importante contribuição da físicoquímica e recorreu-se à na análise das águas. Também nesse período, descobriram-se os microelementos, gases raros e a radioatividade. Criaram-se cadeiras de hidrologia médica em diversas faculdades de medicina na Europa Villaret & Bensançon esclarecem que no século XIX a medicina hidroclimática se organizou: fundaram-se sociedades profissionais, surgiram obras especializadas, esclareceram-se doutrinas para interpretar a ação das águas minerais, tentou –se codificar a técnica hidrotermal, multiplicaram-se as estâncias. A interminável etapa empírica foi substituída pela etapa clíniocientíca. Período atual, marcado pelo grande progresso nas concepções cientificas, no aperfeiçoamento de equipamentos e de técnicas hidrotermais. Ocorre também a introdução em

bases racionais do termalismo social e do turismo da saúde e o ressurgimento da Talassoterapia - criação de termas marinhas, além da implantação de grandes parques termais. Com a valorização da ecologia, apregoando-se o reencontro do indivíduo com a natureza, melhorou o sentido de vida. O termalismo está se adaptando ao momento de grandes transformações sociais, ao ritmo intenso da tecnologia de comunicação de massas e às facilidades das viagens turísticas. O renomado crenólogo francês diz que a história do termalismo através dos séculos oferece um paralelo entre os greco-latinos e o ser humano atual, que está descobrindo a natureza por meios de esportes, do culto à beleza e da alimentação, com a racionalização do binômio proteínas/vitaminas. Estamos, sem dúvida, no limiar de uma civilização ecológica movidas pelos avanços tecnológicos. Quanto ao termalismo, foram quatro os fatores relevantes: no início, o sentido religioso, o mistério comandado pela fé; depois o instinto de imitação, o grande provedor da moda; a seguir o espírito de observação, qualidade inata dos médicos; e, por fim, a curiosidade, condição indispensável à pesquisa científica. Desses quatro fatores surgiu a moderna crenoterapia. Chabrol ainda afirma que a crenoterapia é ciência nos seus princípios básicos e arte nas suas aplicações práticas. Aliam-se nela os conhecimentos científicos, a técnica e a habilidade no trato, a delicadeza na execução dos serviços e na maneira de receber a clientela. (MOURÃO, 1997)


Figura 5 Ruínas das Termas públicas romanas em Bath, Inglaterra (cidade de nascentes termais) Fonte: https://thearcheology.wordpress.com /category/roma-antiga/termas-romanas/ acesso em 05/11/2016 às 15:23h.


3.2 As Águas Termais Desde o período Romano vastas descrições relativas à utilização terapêutica das águas termais podem ser encontradas onde a prática do termalismo se instala como espaço de terapia, reabilitação, prevenção e relaxamento na vida social, ou seja, um espaço de bem-estar (Rebelo, 2012). No período cristão da Idade Média muitos dos balneários romanos foram abandonados por evocarem prazeres, ócios, promiscuidades e degradação da moral: o uso da água termal limitava-se à busca da cura para males que a medicina da época não solucionava e estava restrita à utilização em albergues de hospitais sob controlo da igreja através das paróquias, conventos, mosteiros e ordens religiosas, num misto de lugares de cura e culto (Rebelo, 2012). A partir do Renascimento, as termas passaram novamente a conciliar a “cura através das águas” com o lazer, o bem-estar e o encontro social. Os lugares das termas constituem-se como estâncias: espaços de terapia, reabilitação, manutenção, prevenção, relaxamento, encontro social, em suma, espaços privilegiados de cuidados médicos e de desenvolvimento pessoal na base da harmonia entre o corpo e a alma (Rebelo, 2012). Nos Séculos XVIII e XIX, as termas funcionavam como pontos de encontro, eram frequentados pelas elites sociais, não necessariamente por motivos médicos, mas muito por motivos sociais. Estava em causa, não apenas a funcionalidade terapêutica mas a boa manutenção física, o relaxamento e o prazer de algumas práticas (banhos, massagens, a beleza estética e a harmonia entre o corpo e a alma), sem esquecer a alimentação, a cultura e o espetáculo, a vida e a representação social num jogo entre diferentes classes. As termas conciliavam mudança de ares, banhos, entretenimento, libertação da fadiga física ou nervosa das rotinas familiares e sociais do quotidiano, da inércia, constituíam uma oportunidade de desenvolvimento pessoal na base da harmonia entre o corpo e a alma. As termas foram também dotadas de infraestruturas

como abastecimento de água, eletrificação, rede de esgotos, serviços de limpeza pública, de correio, telégrafo, serviços bancários, transportes públicos (Rebelo, 2012). Na 1ª metade do Século XX, o termalismo regista alguma decadência perante a valorização de outras práticas curativas (progressos da quimioterapia) e destinos turísticos. As termas passam a ser destino (subsidiado) das classes média e baixa, como oportunidade e justificação para férias, e ainda de idosos com tempo livre para tratamentos morosos. As termas asseguravam estadias de turismo de saúde em sentido lato por parte das massas trabalhadoras, de recuperação das capacidades de trabalho, de cura da saúde física e do equilíbrio psicológico durante o período de férias. As termas passaram a ser expressão de um turismo social com poucas possibilidades de opção (Rebelo, 2012). Nos finais do Século XX surge o conceito alargado de turismo de saúde e bem-estar em que, ao tradicional aspeto curativo das termas, se alia à procura do repouso físico e psicológico, o relaxamento, a harmonia. Este conceito alia à utilização das propriedades da água termal outras vertentes com finalidade lúdica e de bem-estar: melhoria da saúde geral e da aparência. Atualmente tem-se vindo a assistir à requalificação e modernização dos balneários termais, unidades hoteleiras e envolvente natural com a preocupação constante da qualidade dos serviços prestados no quadro da internacionalização do turismo de saúde e bem-estar (Rebelo, 2012). Uma prática terapêutica tem um agente, um local onde é exercida, pode estar inserida num sistema terapêutico e é habitualmente uma etapa do chamado processo terapêutico. O processo terapêutico é um conjunto de operações que tem como finalidade compreender a causa da doença, do distúrbio, ao que na medicina se chama fazer o diagnóstico e obter a cura e/ou o alívio do sofrimento (Csordas & Kleinman, 1996). AMM – Água Minero-Medicinal FONTE: Ana Isabel Fernandes Pereira – Tratamentos Termais e Dermatoses, 2015.


4.0 A CIDADE

Poços de Caldas está localizado ao Sul do estado de Minas Gerais, na divisa com estado de São Paulo, na região Sul de Minas, qual é polo sócio-econômico de maior expressão. A região denominada Planalto de Poços de Caldas localiza-se na borda ocidental da Serra da Mantiqueira, estendendo-se pelos extremos orientais da Bacia Sedimentar do rio Paraná. O Município, com área total de 544,42 km², dos quais aproximadamente 85,51 km² formam a zona urbana e 458,91 km² na zona rural, é composto por único distrito e tem como limites oito municípios: Ao Norte, Botelhos e Bandeira do Sul; A Leste, Caldas; ao Sul, Andradas e a Oeste os Municípios Águas da Prata, São Sebastião da Grama, Caconde e Divinolândia os quatros últimos no Estado de São Paulo. O denominado Planalto de Poços de Caldas, que abrange diversos municípios, é uma região de origem vulcânica, com intrusão de rochas alcalinas numa superfície de 750 km², sendo que 330,39 km² do município estão compreendidos no Planalto, e os 214,03 km² restantes em área de rochas pertencentes ao embasamento cristalino. Estimativa da População 164.912 hab. (MG: 15°) – Est. IBGE/2016

Figura 6: Foto área do centro da cidade de Poços de Caldas Fonte: Facebook

Mapa 02: Cidade de Poços de Caldas/MG

Mapa 1: Poços de Caldas Fonte:https: //pt.wikipedia. org/wiki/Po%C3%

Fonte: Site Prefeitura Poços de Caldas

Local do terreno para desenvolvimento do projeto


4.2 HISTÓRIA POÇOS DE CALDAS A primeira notícia que se tem da região onde atualmente se situa o município de Poços é ainda no século XVIII, por volta de 1765, quando Manoel Velho, Pedro Franco e outros desbravaram o território que ficou conhecido como “Descoberto de Manoel Velho”. Já no último quartel do século XVIII, correu a notícia de que umas águas termais, com cheiro de ovo podre, descobriram que tais águas curavam todas as enfermidades. Nessa época, já eram procuradas as fontes por gente da Capitania que as usavam para banho e uso interno sem qualquer orientação. Consequentemente, foram surgindo ranchos de palha nas imediações das fontes, originando assim, de maneira incipiente, a formação da futura vila e definindo sua vocação de cidade de repouso, saúde e lazer. Data de 1826, o início dos trabalhos de abertura dos dois primeiros poços, situados à margem direita do Ribeirão de Caldas, daí a denominação de “os poços de caldas” e mais tarde, Poços de Caldas. Neste período, as águas termais situavam-se na Fazenda Barreiro, de propriedade do Capitão Joaquim Bernardes da Costa Junqueira, que adquiria de seus irmãos e fundara a fazenda, para explorar a pecuária. A partir de 1852, o governo provincial começa a tomar algumas providências no sentido de melhorar as instalações das fontes. Havia certa dificuldade por estarem situadas em terreno particular. Entretanto, em 1865, o proprietário das terras faz cessão à Província de vinte e seis e meio alqueires ao redor dos poços. Esta área seria acrescida, ainda no mesmo ano, por doação da mesma família Junqueira de mais treze e meio alqueires, perfazendo um total de quarenta. Uma vez definida a área, foram iniciadas efetivamente ações no sentido de se implantar ali uma cidade. Documento da época de (1872) registra ordens do

Figura 7 Foto Thermas Antônio Carlos acervo pessoal

então presidente da Província de Minas Gerais, Dr. Joaquim Floriano de Godoy, para que o engenheiro Honório Rodrigues Soares do Couto iniciasse o projeto do traçado da malha viária, condição imposta para que o vilarejo fosse elevado a distrito. Sua implantação se deu neste mesmo ano e a povoação, que recebeu o nome de Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas, teve rápido crescimento, tornando-se distrito do município de Caldas em 1874, e Freguesia, em 1879. Na tentativa de incentivar a exploração das águas termais e não querendo despender recursos, o governo provincial concedeu a um particular o direito de exploração por 40 anos. Em 1880, foi aberta nova concorrência vencida pela Sociedade Anônima Empresa Balneária da então já chamada Poços de Caldas. Este grupo iniciou suas atividades construindo, entre outras coisas, o primeiro balneário, inaugurado em 1886. Por esta época, progredia o povoado, contando já com cerca de 200 casas e igreja matriz. Igualmente neste período, Poços de Caldas será alcançada por linha férrea, Companhia Mojiana de Estradas de Ferro, o que facilitou o acesso dos visitantes às fontes termais. A inauguração do ramal deu-se em 1886, com a presenças ilustres como a do Imperador D. Pedro II e D. Tereza Cristina.


Também, no final do século acontecerá na região grande desenvolvimento da cultura cafeeira, que propicia surto econômico, quando grandes números de imigrantes italianos ali se estabelecem, contribuindo de maneira significativa não só para crescimento agrícola do Município como, também para diversas atividades profissionais, notadamente, na arte de construir, pois eram profissionais experientes no erguer e ornamentar edifícios. O rápido progresso de desenvolvimento da vila determinou a elevação de Poços de Caldas à categoria de cidade, através do Decreto n° 663, de 18/09/1915. A fase é caracterizada por grande implementação ao turismo, que tem seu crescimento vinculado aos avanços ocorridos no aperfeiçoamento na infraestrutura hoteleira das termas, cassinos, além da presença efetiva do Governo Estadual que procurava apoiar iniciativas de prefeitos locais. É, pois, nesse período que serão erguidos os prédios do Palace Hotel, Palace Cassino, edifício das Thermas Antônio Carlos e remodelados os parques e jardins, bem como a execução de obras de saneamento e infraestrutura. Uma vez estabelecido todo esse sistema de atendimento turístico, a Estância viu crescer sua projeção em todo o pais, despertando admiração pelo apuro e requinte de duas instalações e pelo conforto que oferecia, vivendo então, período de apogeu com intenso afluxo de visitantes e grande desenvolvimento. Fonte: Revisão Plano Diretor 2006


4.2.1 PROCESSO CIVILIZADOR - POÇOS DE CALDAS Os vinte e cinco anos do século passado foram decisivos para o estabelecimento da cidade termal no Brasil. Em Poços de Caldas, foi através dos primeiros balneários construídos já em fins do século XIX, que se estruturou um certo modelo de hábitos comportamentais que deram origem à uma vida social especifica nos anos seguintes. Isso porque, a construção desses dois tipos de balneários nacionais representou por si só, o ajustamento do espaço físico da vila das caldas ao ajustamento de determinadas emoções humanas frente ao seu meio natural. Em 1907, sob os cuidados do engenheiro Clorindo Burnier Pessoa de Mello, encarregado da fiscalização das obras da Companhia Termal de Poços de Caldas, a canalização da água, a rede de esgotos, os serviços de macadamização de ruas e o ajardinamento da praça e a canalização dos ribeirões, não se tratavam somente de simples melhoramentos nos estabelecimentos balneários, “mas de um plano completo e grandioso para a formação de uma estação balneária com todos os seus requisitos”, no país. A cidade balneária era pensada de maneira a harmonizar o espaço físico por onde circulariam os diversos banhistas. Ao final de 1905, o número total de banhos termais chegou a 32.779 302 aumentando para 36.046303 no ano seguinte. Poços de Caldas, contando apenas com um hotel, dois balneários e muitas ruas empoeiradas ia ganhando o título da futura estação de cura no Brasil. A recente viagem de Pedro Sanches de Lemos às cidades termais européias e a forte influência que ele tinha junto a Olavo Bilac, Rui Barbosa, Coelho Netto e também aos governantes da época, conduziam as orientações a respeito de um espaço natural modificado por grandes estabelecimentos que deveriam ser construídos e caracterizados pelo estilo renascentista ornamentado de pilastras e colunas jônicas. Tudo harmoniosamente planejado para que o banhista pudesse

identificar nesses locais, antigas simbologias da sensualidade, da beleza, da força e da fragilidade das ninfas que permearam os antigos balneários gregos e romanos da antiguidade. O saber científico termal dessa época auxiliado por saberes eruditos como, a engenharia e arquitetura, reinterpretavam antigas simbologias da água medicinal na apropriação e construção de um espaço urbano que se tornaria palco de reprodução das tensões, um dos instrumentos de dominação e manutenção do poder dentro do processo civilizador. Há de se dizer, contudo, que até 1927 a vida social de Poços de Caldas estava longe de se parecer com a vida elegante e civilizada das cidades de águas termais européias .

Figura 10 Foto Recepção Thermas Antônio Carlos (acervo pessoal)


4.2.2 ESPAÇOS QUE FUNCIONAM COMO SPA Através do estudo, confere real significado e uso de um SPA. Poços de Caldas encontra o Thermas Antônio Carlos o primeiro estabelecimento termal do Brasil sob os signos da modernidade que a partir de 1931, passou a oferecer uma série de serviços e tratamentos corporais a partir do uso da água termal. Compõe de tratamentos tais como: hidrologia para banhos (feminino e masculino), duchas (circular, chicote e Vichy), saunas, sala de macanoterapia com aparelhos que vieram da Alemanha década de 20, setor de inalação e pulverização, salas onde se realizam limpeza de pele, massagens corporais e faciais e escaldas pés. Atualmente o Thermas Antônio Carlos recebe por mês em média um público de 4.000 mil pessoas por mês. (MARRICHI, 2015) Fonte: Jussara Marques Oliveira Marrichi - A CIDADE TERMAL: CIÊNCIA DAS ÁGUAS E SOCIABILIDADE MODERNA ENTRE 1839 A 1931, 2015 – Anna Blume

Figura 12 Aparelhos Mecanoterápicos Thermas Antônio Carlos

Figura 13 Sala de massagem – Thermas Antônio Carlos Fonte: http://www.pocosdecaldas.mg.gov.br /site/?page_id=12084


O Balneário Mário Mourão foi inaugurado em 1975 e atualmente atende cerca de cem pessoas diariamente. Está localizado na Praça Dom Pedro II, mais conhecida como Praça dos Macacos. Assim como as Thermas Antônio Carlos, o Balneário Mário Mourão é destinado para banhos de imersão que são realizados em cabines individuais, composta por banheira, pia, espelho e todo aparato necessário para conforto e comodidade do banhista. A água utilizada nos banhos sai diretamente da fonte a uma temperatura de 41°. Dessa maneira, os banhistas podem relaxar e desfrutar das propriedades medicinais das águas sulforosas e termais. Na cidade de Poços de Caldas encontram diversos hotéis, onde a maioria deles oferecem serviços de spa como banhos, tratamento facial e corporal e massagens. Os principais que podemos citar: Monreale Hotel Resort, Thermas Resort Walter Word, Palace Hotel, Hotel Fazenda entre outros. Dentre outras clínicas de Estética que atendem com tratamentos de embelezamento e usam apenas o nome de SPA, como o Torii SPA localizado no centro da cidade, oferecendo serviços de tratamentos estético facial e corporal.


5.0 ESCOLHA DO TERRENO

A localização do terreno foi crucial para desenvolvimento do projeto. Poços de Caldas com sua rica história no qual a cidade nasce através das águas e valorizada com todos os seus recursos naturais, trouxe a ideia de trazer um espaço que resgatasse a importância das águas e de pontos que precisam de um olhar de desenvolvimento em conduta social, cultural e turístico. É importante ressaltar o agravamento do conflito entre o processo de urbanização e as atividades turísticas, não somente na área mais central da cidade, mas onde este conflito

intensificou, como em outros pontos de atração turística e de lazer do município, pedindo uma ação coordenada das políticas de turismo com aquelas voltadas para a preservação ambiental e do patrimônio histórico. A preservação da Serra São Domingos, que emoldura a paisagem da cidade, deve ser enumerada entre os itens fundamentais e que merecem uma criteriosa avaliação, já que existem áreas urbanizadas muito próximas de seus limites. Fonte: Plano Diretor Poços de Caldas – MG


5.1 SERRA SÃO DOMINGOS . Localizada no município de Poços de Caldas, Sudoeste de Minas Gerais, a Serra de São Domingos é um dos bens culturais protegidos pelo Artigo 84 das Disposições Constitucionais Transitórias, apresentadas pela Constituição Estadual. Pelo artigo, “ficam tombados para o fim de conservação e declarados monumentos naturais os picos do Itabirito ou do Itabira, do Ibituruna e do Itambé e as serras do Caraça, da Piedade, de Ibitipoca, do Cabral e, no planalto de Poços de Caldas, a de São Domingos. Entendida como uma paisagem cultural, capaz de traduzir a identidade regional e as interações entre o homem com o meio ambiente que o cerca, a Serra São Domingos tem intrínseca relação com a cidade de Poços de Caldas. Estando a aproximadamente 1.600 metros acima do nível do mar, a serra, que integra o Maciço da Mantiqueira, tem em sua porção Sul área de mata preservada e em sua porção Norte se dá maior intervenção humana, com áreas de reflorestamento de eucaliptos e pinheiros, condomínios residenciais e antigas áreas de mineração. Desde o século XIX, a encosta da serra atrai a atenção dos viajantes e dos moradores da localidade, implantada a seus pés. O diálogo entre a área urbana e a área natural é um dos destaques desse cenário que foi visitado por inúmeros viajantes naturalistas que passaram na região como Auguste de Saint Hilaire (por volta de 1816 a 1822) e Spix e Martius (1817 a 1829). A apropriação da serra pelos moradores de Poços de Caldas se dá por várias maneiras, sendo que a iniciativa mais evidente do entendimento desse patrimônio cultural foi a construção da Fonte dos Amores em 1929 e a instalação de uma escultura do artista napolitano Giulio Starace (Itália, 1871 – Brasil, 1941), que representa em mármore branco o amor de dois jovens abraçados. Em 13 de maio de 1958, foi inaugurado a construção de um monumento religioso, o Cristo no cume da serra. A

imagem, preparada pela Oficina Artística de Ottaviao Papaiz, de Campinas (SP) tem 16 metros de altura e 20 toneladas. O Cristo, abençoado pelo bispo diocesano de Guaxupé, dom Inácio João Dal Monte, passou a ser referência na paisagem da cidade até os dias de hoje. Para ter acesso ao Cristo foi inaugurado, em 1975, o teleférico que é um dos atrativos mais frequentados pelos turistas e se destaca no Brasil como sendo dos que percorre uma das maiores distâncias – cerca de 1,5 km. Destaca –se ainda na paisagem da Serra o Recanto Japonês, replica de um jardim nipônico, com construções e vegetações típicas. A serra recebeu sua primeira proteção em novembro de 1988, com a promulgação do Decreto Municipal n° 4.197, que criou o Parque Municipal da Serra de São Domingos. Entre as motivações para a proteção destacam-se a necessidade da proteção da floresta urbana com sua fauna e flora, cachoeiras, córregos, fontes, montanhas e vales. A efetivação do parque, paralisando durante um tempo, foi retomada somente em 1996 com levantamento das áreas de entorno, a topografia, a vegetação e a fauna locais. 5.1.1 CONJUNTO PAISAGÍSTICO O planalto de Poços de Caldas, sobre o qual a cidade está assentada, se localiza na borda ocidental da Serra da Mantiqueira. A região, de origem vulcânica, é delimitada por um anel de montanhas com altitudes variando de 1.500 a 1.700 metros. A vegetação, que pode ser classificada como sendo de campo e floresta tropical, apresenta, em que pequenos grupos ou até mesmo isolados, pinheiros da espécie araucária. “Convém destacar que o conjunto Paisagístico da Serra de São Domingos é sempre lembrado como um dos atrativos naturais da cidade de Poços de Caldas. Tradicionalmente, a Serra é identificada como um elemento paisagístico da cidade, formando uma espécie de moldura para o espaço” (Fonte: Dossiê de Tombamento).


Figura 15 Fonte: http://tomweb pocosdecaldas.blogspot.com.br/ p/a-cidade.html acesso em 23/10/16 Ă s 19:49


5.2 RECANTO JAPONÊS O recanto japonês já faz parte da memória intrínseca de Poços de Caldas, e deve ser preservado como forma de respeito e manutenção da cultura da comunidade japonesa em nossa cidade. O tombamento como conjunto paisagístico irá evidenciar esta importância e proteger por lei a manutenção do local O Recanto Japonês faz parte do Complexo Turístico de Poços de Caldas e está incrustada na Serra de São Domingos, onde fica evidenciada a riqueza ambiental e paisagística do local. 5.2.1 HISTÓRICO Em 1975 o Recanto Japonês foi aberto ao público em Poços de Caldas como agradecimento à cidade pela recepção da empresa Fertilizantes Mitsui S.A. Indústria e Comércio Ltda. Segundo Silvio Tetsuya Kimura, a empresa foi fundada em 1966 e a fábrica foi construída em Poços de Caldas em 1967, sendo inaugurada em 1968. Durante a gestão do primeiro presidente da Mitsui em Poços de Caldas, Goro Mizutami, foram iniciadas as obras do Recanto Japonês, em 1973 e finalizada em 1975. A construção foi realizada durante a gestão do prefeito Dr. Ronaldo Junqueira e executado pela firma Fenix Arquitetura e Engenharia Civil Ltda, como consta em placa na antiga casa de chá (Senshin-tei Nihon Teien), sendo, segundo Masaki, a parte paisagística sendo


projetada pelo paisagista Katsuji Nagao. O local foi escolhido pela administração da Mitsui em área pública da prefeitura, sendo consideradas as qualidades ambientais da área e a presença de água da represa de abastecimento que já se encontrava desativada na época da construção. Após a inauguração, a Mitsui concedeu a exploração da loja de suvineirs típicos japoneses, para o Sr. Katsuyuki Masaki, que cuida do paisagismo do local até os dias atuais. Foi construído em 1981 o caramanchão Azumaya Manji-tei, como local de meditação, inspirado no existente no Palácio de Katsura Rikyu. O Manjitei está localizado estrategicamente em um local mais alto, onde há o intuito de promover o descanso, a contemplação do jardim, para que os visitantes possam passar por agradáveis momentos e ter agradáveis descansos. Na mesma época o Yuugi no Mon (Portão da Amizade) também foi construído separando a rua do Jardim Japonês. Em 1983, Kimura, conheceu a Templo Kiyomizu, que tinha uma fonte dos desejos. Ele trouxe a ideia para ser implantada no jardim em Poços de Caldas, quando então foi construída a fonte dos 3 desejos, onde se bebia a água com auxílio de uma caneca de bambu e uma longa haste, para alcançar a bica d´água. E também o Portão da Amizade - Yugui-no Mon. No ano de 1986 foi doado pela Fertilizantes Mitsui S/A duas Lanternas de Jardim de Pedra, as Lanternas de Pedra iluminam o jardim, guiando os visitantes nas visitas noturnas. E também foi construído em uma parte do estacionamento, o Yugui-tei (Casa de chá simplificada e venda de sulvenir artesanais tipicas japonesas). No início das atividades do Recanto Japonês eram promovidas pela comunidade Nikkey, algumas atrações culturais no local, como a cerimônia de chá, que se realizava na antiga casa de chá (Senshintei Nihon Teien), que foi incendiada por vândalos, na madrugada do dia 29 de agosto de 2016. Com o ocorrido é levantada pela comu-

nidade a importância de se resgatar e valorizar o Recanto Japonês, e a cultura japonesa. Após o incêndio foram analisadas pranchas arquivadas na Secretaria de Planejamento da Prefeitura Municipal, porém foi contatado que não se tratava do projeto final que foi construído, e então está sendo feito um levantamento do que ainda foi encontrado no local após o incêndio. A intenção imediata da comunidade ao desastre ocorrido é a reconstrução da Casa de Chá. Figura 18 Foto Incêndio destrói um dos atrativos do Recanto Japonês, em Poços de Caldas (MG). (Foto: Thiago Augusto Masaki Luiz)

Figura 19 Fogo destruiu Casa de Chá no Recanto Japonês, em Poços de Caldas (MG) . (Foto: Thiago Augusto Masaki Luiz)


5.2.2 DESCRIÇÃO DETALHADA Do centro da cidade, andando por uns 15 minutos, subindo pela Rua Amapá, deparamo-nos com um portão em estilo japonês feito de madeira, com telhado e com um muro branco. Horário de funcionamento é das 8:00hs às 17:30hs, aberto todos os dias o ano todo. No local temos um espaçoso estacionamento com capacidade para 4 a 5 ônibus grandes e de 20 a 30 veículos de passeio. No estacionamento há três Paineiras com idade estimada de mais de 100 anos. No jardim tem um lago onde os visitantes podem apreciar as carpas que são comparadas a joias que nadam. Na frente da casa há uma pequena cascata com águas límpidas que ao cair no chão nos proporciona um agradável som. Da fonte saem três canais de águas cristalinas simbolizando o amor, inteligência e saúde. Dizem que é de bom beber a água de 02 canais. Dentro do pequeno santuário Xintoísta há a imagem de Benzaiten (Deusa da Fortuna, da Beleza e da música). Benzaiten também é conhecida como Deusa que protege as águas. A Casa de Chá (Senshintei, como já foi dito foi destruída pelo incêndio e era o ponto de maior valor cultural e arquitetônico no conjunto, segundo o site da embaixada do Japão no Brasil a Casa de Chá é “caracterizada por uma delicada sensibilidade, finos elementos de madeiras e simplicidade sem ornamentos, o melhor exemplo existente desse estilo é o Palácio Isolado Katsura (Kyoto), que é famoso por sua mistura harmoniosa de construções e paisagem de jardim”. Sua estrutura era de madeira aparente e fachamento de alvenaria e

vidro, suas telhas eram de concreto de tipologia japonesa e possuía 69,50m². Era composta pelo Genkan (entrada principal), Tsugi no Ma (aposento secundário) com 3 tatamis Honma (aposento principal) com 8 tatamis, corredor com 2 tatamis (medida de 1 tatami: 90cm por 180cm (1,62metros quadrados) por 5 centímetros). Ao redor dos aposentos existia uma espécie de varanda de madeira (Hiroen) onde estão separadas por portas de vidro. A cozinha com pia era preparada para servir chá aos visitantes. Passando do Honma para o Hiroen podia-se contemplar o jardim. A entrada principal era direcionada para o sol nascente. A Casa de Chá possuía instalações para servir chá japonês para se realizar a Cerimônia do Chá. Ao lado da antiga Casa de Chá se encontra um bloco de banheiros públicos, com telhas japonesas, iguais às da Casa de Chá, que atualmente está precisando de reforma, uma vez que seu telhado está com muitos problemas. Perto da Casa de Chá tem instalado caixas de som onde podemos ouvir nos jardins como se fossem um som ambiente, músicas antigas, infantis, de flauta vertical de bambu (Shyakuhachi), Koto (cordas) e Orquestrada. O visitante do Recanto Japonês pode experimentar sensações de serenidade, a paz de espírito, sentindo a harmonia com a natureza, o murmúrio dos ventos, o cantar dos pássaros e mesmo nos dias chuvosos, apreciar o som da chuva e promover um diálogo com a natureza. (Fonte: Justificativa para processo de Tombamento do Recanto Japonês, 2016)


Figura17 Foto / Autor: Katsuyuki Masaki


5.2.3 PLANO DE MANEJO DA SERRA SÃO DOMINGOS E DO RECANTO JAPONÊS No plano de manejo da Serra são domingos em Poços de Caldas, existem algumas considerações sobre o recanto japonês. Seguem alguns trechos do plano: Atividades Turísticas que devem respeitar os requisitos para essa modalidade de UC, constantes neste plano de manejo, são: A prática de vôo livre; caminhada em trilhas; corridas – cross country, mountain bike e down hill; visitação ao Cristo


Redentor, ao Teleférico, ao Aquário, ao Recanto Japonês, à Fonte dos Amores, dentre vários outros fontanários e um observatório astronômico. As atividades econômicas e turísticas desenvolvidas direta ou indiretamente ao PMSSD. As possibilidades são definir eventos associados aos recursos oferecidos pelo parque são inúmeras, que vão desde a comemoração de datas especiais associadas à preservação ambiental (semana do meio ambiente, dia da árvore, etc.) até a realização de atividades esportivas, culturais e recreacionais. Essas atividades atraem turistas que, consequentemente, movimentam a economia da cidade. Básicos para evitar a degradação do Parque. Essas recomendações estão associadas, principal- mente, à vigilância e à realização de práticas de educação ambiental. Outras recomendações, não menos importante, estão associadas a uma melhor orientação de acesso ao Parque e ao tráfego de visitantes nas trilhas. Independente do parque, mas reforçando sua existência deste, no ano de 1989, a Constituição do estado de Minas Gerais determinou, no Artigo 19, que a Serra de São Domingos, no município de Poços de Caldas, seria tombada para fins de conservação e declarada monumento natural (MOURÃO, 1998). Até a presente data esse processo de tombamento encontra-se em aberto. Entretanto, antes desses atos de criação, para embelezar e realçar os ecossistemas forma- dos pela paisagem, em conjunto com a fora e a fauna da Serra de São Domingos, o escultor Giulio Starace em 1929, esculpiu uma estátua simbolizando o amor, que em conjunto com cachoeiras e matas compõem a Fonte dos Amores. Mais tarde, em 1958, foi construído o Cristo Redentor no alto da Serra de São Domingos, em área de campo. Na década de 70, na parte baixa da Serra, foi construído o Recanto Japonês, replica de um jardim da cidade japonesa de Kyoto, projetado pelo paisagista Katsuji Nagao e pelo arquiteto Tomio Kimura. Em 1981, com a criação e construção do Portal Frontal, o recanto foi enriquecido e consolidado. ( Fonte: Plano de Manejo Serra São Domingos – Poços de Caldas, 2009)


6.0 Análise Urbana Uso e Ocupação do Solo Sob o aspecto de uso e ocupação do solo, Poços de Caldas não se diferenciava dos padrões característicos de cidades de porte médio. No entanto, a excessiva polarização da área central da cidade, neste caso, potencializava seus efeitos negativos, em função dos inevitáveis conflitos com o precioso patrimônio natural e construído existente, envolvendo questões ambientais referentes à preservação das

fontes de águas termais, a paisagem natural de extraordinária expressão, e o conjunto de edificações e parques que datam da fundação da estância, tombados pelo Estado e pelo Município. E definindo zonas de uso e ocupação do solo, com modelos de assentamentos e usos bastante específicos para cada zona. O zoneamento está retratado no Mapa 4.1

Área escolhida

Mapa 4.1 – Zoneamento do solo (Plano Diretor Poços de Caldas/MG)


6.1.1 ORDENAMENTO TERRITORIAL Estabelece o macrozoneamento para todo o território do Município. Na área urbana foram identificadas Zonas de Urbanização, em graus diferenciadas em função de infraestrutura instalada, das características topográficas e da presença de elementos e área de preservação; Zonas de Preservação Permanente e Zona Industrial. Na área externa ao

perímetro urbano foram estabelecidas classificações para Zona Rural: de Proteção de Mananciais; Especial; e Agrícola, (Mapas 4.2 – Macrozoneamento no Município e Mapa 4.3 – Macrozoneamento da Área Urbana). (Fonte Plano Diretor Revisão 2006)

O macrozoneamento define a área como sendo ZPE2 – Zona Proteção Especial 2.

Mapa 4.3 Macrozoneamento da Área Urbana Fonte Revisão Plano Diretor, 2006.


6.1.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO O uso do solo na região é predominantemente residencial, devido sua proximidade com a margem da Serra São Domingos e se encontrar bem próximo à área central. Nota-se também que existe um eixo comercial/serviços na Avenida Davi Ottoni. Por se tratar de um bairro residencial, o zoneamento do terreno foi alterado para ZP-1 (Lei Complementar N.92,2007).

Fonte Plano Diretor Poços de Caldas, 2006

Diretrizes urbanísticas: Taxa de ocupação máxima (To): 70 Taxa de permeabilidade mínima: .10 Lote mínimo (m²): 12 Frente mínima (m): Gabarito de altura máximo (m): 9,0 Recuo frontal mínimo (m): Coeficiente de aproveitamento (ca): 1,50.


6.1.3 PATRIMÔNIO AMBIENTAL E CULTURAL Poços de Caldas conta com expressivo patrimônio urbano, intrinsicamente relacionado a sua origem e fundação. O complexo histórico da área central da cidade, em particular, concentra os mais significativos elementos, carregados de grandes valores histórico, arquitetônico, paisagístico, ambiental e artístico do Município. Incluem-se nessa relação,

Fonte Plano Diretor Poços de Caldas, 2006

não só os magníficos edifícios e jardins, mas também seu patrimônio natural, como suas fontes de águas termais, emolduradas pela beleza cênica da Serra de São Domingos. E no entorno da área escolhida encontramos muitos pontos de referência que ficam bem próximo ao SPA.


6.1.4 SISTEMA VIÁRIO/ACESSOS O Recanto Japonês ponto turístico que dá acesso para o terreno do SPA se encontram na avenida principal do bairro Davi Ottoni (via coletora) que dá acesso para as vias principais sendo a mais próxima Avenida Marechal Deodoro (via arterial) com trafego intenso de caminhões, carros e ônibus em direção as regiões mais extremas e regiões mais centrais. Ao

Fonte: Revisão Plano Diretor Poços de Caldas, 2006. Acrescentado vias coletoras por autora.

lado do terreno encontra um ponto de ônibus que dá acesso ao bairro e ao centro. Contando que o terminal rodoviário urbano se encontra bem próximo (15 minutos de caminhada). Outas via importante que dá acesso para o terreno (SPA) é a Avenida João Pinheiro (via arterial).


7.0 PROJETO

O local onde será realizado o projeto do SPA Urbano, será na cidade de Poços de Caldas na Rua São João da Boa Vista no bairro Jardim dos Estados. Uma área que possui 23.630m². A escolha foi um ponto crucial para ser realizado o projeto, um local onde vai ser trabalhado vários aspectos, o principal é o entorno de um dos principais pontos turísticos de

Poços de Caldas – Recanto Japonês. O intuito é dar continuidade e uso de sua extensão, mantendo seu valor histórico e ambiental, e sua influência da cultura japonesa vai ser usado para o partido arquitetônico e paisagístico do SPA Urbano.

Fonte: Google Earth acesso em 08/11/2016 às 13h.


7.1 TOPOGRAFIA DO TERRENO

Fonte: http://pt-br.topographic-map.com /places/Po%C3%A7os-de-Caldas-6675592/ acesso em 08/11/2016 รกs 16:08h.


Terreno/Corte sem escala



7.2 LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO DO TERRENO ATUALIZADO

.

Fonte: Acervo pessoal


8.0 PROGRAMA

O programa foi elaborado para atender as necessidades de um SPA Urbano, junto com as necessidades da população de Poços de Caldas. O SPA Urbano vai ser um espaço de encontro com a natureza onde promova saúde, relaxamento e bem-estar.

Promover através deste encontro com o meio ambiente tratamentos que se embasam nesta relação e acredita que ao despertar este convívio pode-se trazer vários benéficos ao sentimento humano.


9.0 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

AIGAI SPA – Local: SP, Brasil – Início do projeto: 2011 – Conclusão da obra: 2014 – Área do terreno: 740 m² – Área construída: 1.200 m² – Tipo de obra: SPA – Materiais predominantes: Concreto – Arquitetura: figueroa.arq - Mario Figueroa Este Spa foi projetado para ser um oásis urbano, um lugar de recolhimento, tranquilidade e relaxamento. A construção deste lugar busca o nascimento de um universo distinto, não necessariamente em contraposição ao “universo exterior” mas em busca de um equilíbrio e uma quietude geralmente desconsiderados nos ambientes que habitamos cotidianamente. Como as moedas, os muros podem ter duas faces, o muro que fecha não é somente um muro defensivo. Se por um lado aparenta enfrentamento, se faz propositivo para revelar uma forte e clara intensão em relação a cidade. Por outro lado, é um Muro de acolhimento, de organização interna, de sutileza imperceptível desde exterior. Ligeiramente elevado do solo, aproveita o afastamento imposto pela legislação urbana para oferecer um espaço de transição entre o coletivo e o individual, se aproveitando da condição de esquina do lote original de 750 m2. A fachada de concreto aparente finamente ripado se organiza como pele mediadora e emoldura o grande painel cerâmico, assim como o extenso jardim vertical. Essa longa parede verde contorna a esquina, onde torna-se curva e se prolonga até a extremidade oposta do terreno. A área total construída, de 1 200 m², se distribui pelo pavimento térreo, um volume superior, e um pavimento semi-enterrado utilizado para garagem e serviços.

O acesso ao Spa é feito por uma passarela, que parte do jardim de uso público de acolhimento, passa ao longo de um espelho d´água, e sobe até a plataforma desenvolvida junto ao grande painel de cerâmica. Na extremidade, uma porta de vidro leva à ampla sala de recepção, onde um pequeno pátio descoberto, totalmente em espelho d´água, introduz a luz necessária ao ambiente. A luz dramatiza a beleza, o vento e a chuva penetram o oásis e matizam a vida. A arquitetura é um caminho pelo qual as pessoas podem sentir a natureza.


SINGULAR Jardim vertical Salas de vidros que podem ser duplicar Luz natural Concreto, vegetação e água Pablo Neruda já tinha escrito sobre a poética do Pátio: “O Pátio é um lugar maravilhoso, é onde a Terra e o Sol se encontram ao meio-dia”, José Luis Borges também o fez, “Pátio, céu canalizado… O Pátio é um declive por onde se derrama o céu em uma casa”. O que torna um pátio um lugar especial passa pela escolha adequada da sua proporção geométrica e pelo sentido integrador ao qual ele é idealizado. Também importante para os tratamentos, a relação com o exterior e com a natureza, foi possível no Aigai graças aos 12 pátios projetados, com espelhos d´água e vegetação, nenhum pátio é igual ao outro. Geralmente perdemos a percepção de que o céu também é natureza. Em metrópoles como São Paulo pode em muitas vezes ser a primeira e única relação com a natureza que muitos tem diariamente.

Fonte http://www.archdaily.com.br /br/774508/aigai-spa-figuerorq acesso em 24/10/16


SPA NAMAN – Local: Da Nang - Vietnã – Início do projeto: – Conclusão da obra: 2015 – Área do terreno: – Área construída: 1.600 m² – Tipo de obra: SPA – Materiais predominantes: Concreto, vidro e aço – Arquitetura: figueroa.arq - Mario Figueroa The Pure Spa é um oásis de tranquilidade. Quinze impressionantes salas de tratamento estão dotadas de exuberantes jardins ao ar livre, profundas banheiras e camas acolchoadas para dois. O espaço inclui uma academia e permite a realização de ginástica, meditação e ioga. O térreo contém espaços abertos com relaxantes plataformas rodeadas por espelhos d'água de lótus e jardins suspensos. Foi adotada a ventilação natural para manter o edifício fresco. Através do uso de vegetação local, cada refúgio se converte num ambiente de cura, onde os hóspedes podem desfrutar de um luxuoso spa de forma íntima. As circulações entre as diferentes áreas fluem entre si e a beleza da paisagem cria uma viagem assombrosa, uma experiência especial. A fachada é composta por elementos vazados que se alternam com o jardim vertical, filtrando a intensa luz solar tropical e a convertendo num agradável jogo de luz e sombra sobre as paredes.

Fonte: http://www.archdaily.com.br /br/771240/spa-naman-mia-design-studio acesso em 28/09/201.


IGREJA DA LUZ - TADAO ANDO Do arquiteto. Na cidade de Ibaraki, a 25 quilômetros de Osaka, Japão, ergue-se uma das obras arquitetônicas mais conhecidas de Tadao Ando, a Igreja da Luz. A igreja compreende a estrutura filosófica de Ando entre natureza e arquitetura através da forma que a luz define e cria novas percepções espaciais, tanto quanto, ou até mais, que as estruturas em concreto. Concluída em 1989, a Igreja da Luz é uma arquitetura da dualidade - a natureza dual da existência - sólido/vazio, claro/escuro, agressivo/sereno. As diferenças coexistentes conformam uma igreja sem qualquer ornamento, criando um espaço puro, sem adornos. A intersecção da luz e dos sólidos provoca a consciência dos ocupantes do espiritual e secular dentro de si. O emprego de materiais simples reforça a dualidade do espaço; a estrutura de concreto elimina qualquer distinção de motivos cristãos ou estéticas tradicionais. Além de uma cruz extrudada na fachada leste, a igreja é composta por uma concha de concreto; o material trabalha com a escuridão da igreja, criando um espaço mais simples, de culto meditativo. Como testamento da arquitetura minimalista, o vazio da cruz na parede leste é o único símbolo religioso presente na igreja. Como uma estrutura moderna e minimalista, a Igreja da Luz emite uma pureza arquitetônica encontrada nos detalhes. O volume de concreto armado não apresenta qualquer tipo de ornamento que não faça parte do processo construtivo. A construção em concreto é um reforço do principal foco de Ando na simplicidade e estética minimalista; No entanto, a maneira que o concreto é derramado e formado dá a ele uma qualidade luminosa quando exposto à luz natural. A decisão de Ando em inserir a cruz na fachada leste permite a luz para verter no espaço durante todo o início da manhã e o dia, o que tem um efeito desmaterializados nas paredes de concreto, transformando o volume escuro em uma caixa iluminada. A

abordagem de Ando para a luz e o concreto nesse projeto, bem como em outros, tem um efeito surreal que perceptivelmente transforma o material em imaterial, escuro em luz, luz em espaço. "Em todos os meus trabalhos, a luz é um fator de controle importante. Crio espaços fechados, principalmente, por meio de paredes espessas de concreto. A razão principal é criar um lugar para o indivíduo, uma zona para a si mesmo dentro da sociedade. Quando os fatores externos do ambiente de uma cidade exigem que a parede não tenha aberturas, o interior deve ser especialmente pleno e satisfatório. "-Tadao Ando



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS • (DIRK MEYHOFER – CONTEMPORARY JAPANESE ARCHITETCTS , TASCHEN 1994) • Doi, Marcelo Yugi – Spas e terapias alternativas – São Paulo: Pearson Education do Brasil 2012. • (https://thearcheology.wordpress.com/category/roma-antiga/termas-romanas/ http://www.abcspas.com.br/historia.asp. Acesso em 20/10/16 • Caderno TFG II - Karine Souto 2010 • ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLÍNICAS E SPAS. Classificação dos SPAs. Disponível em: http://www.abcspas.com.br/classificacao.asp. Acesso em: 21 maio 2012 • CHABROL, Etiene. L´Évolution du Thermo-Climatisme. Paris. Masson et Cie. Editeurs, 1993. • FEDÉRATION INTERNACIONAL DU THERMALISME ET DU CLIMATISME: Carta para a proteção dos recursos naturais e ambientais nos setores de termalismo, climatismo e turismo. Enviada por intermédio da Sociedade Brasileira de Termalismo 1987. • MENDES DE SOUZA, Reynaldo. Termalismo médico. Notícia histórica. Anais do I Simpósio Internacional de Termalismo Médico, 3 a 6 de maio de 1986. • MOURÃO B. M. Medicina Talássica – Termalismo Marinho e Moderna Talassoterapia. Em publicação. • VILLARET, M. & JUSTIN-BESANÇON, L: Clinique et Thérapeutique Hidroclimatiques; les origenes et le evolution de hydro-climatologie. Paris: Masson & Cie. Editeurs, 1932. • Ana Isabel Fernandes Pereira – Tratamentos Termais e Dermatoses, 2015. • http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/SF-23-V-C-VI-4.jpg • Jussara Marques Oliveira Marrichi - A CIDADE TERMAL: CIÊNCIA DAS ÁGUAS E SOCIABILIDADE MODERNA ENTRE 1839 A 1931, 2015 – Anna Blume Dossiê de Tombamento Serra São Domingos Justificativa para o processo de Tombamento do Recanto Japonês - DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO E TOMBAMENTO SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE, Prefeitura Municipal de Poços de Caldas. http://www.br.emb-japan.go.jp/cultura/chanoyu1.html Fonte: Plano de Manejo Serra São Domingos – Poços de Caldas, 2009)


Revisão Plano Diretor Poços de Caldas , 2006 TADAO ANDO, FURUYAMA, MASSAO - MARTINS FONTES, SÃO PAULO, 1997 http://www.archdaily.com.br/ Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CLÍNICAS E SPAS. Classificação dos SPAs. Disponível em: http://www.abcspas.com.br/classificacao.asp. Acesso em: 21 maio 2012 Referência CHABROL, Etiene. L´Évolution du Thermo-Climatisme. Paris. Masson et Cie. Editeurs, 1993. FEDÉRATION INTERNACIONAL DU THERMALISME ET DU CLIMATISME: Carta para a proteção dos recursos naturais e ambientais nos setores de termalismo, climatismo e turismo. Enviada por intermédio da Sociedade Brasileira de Termalismo 1987. MENDES DE SOUZA, Reynaldo. Termalismo médico. Notícia histórica. Anais do I Simpósio Internacional de Termalismo Médico, 3 a 6 de maio de 1986. MOURÃO B. M. Medicina Talássica – Termalismo Marinho e Moderna Talassoterapia. Em publicação. VILLARET, M. & JUSTIN-BESANÇON, L: Clinique et Thérapeutique Hidroclimatiques; les origenes et le evolution de hydro-climatologie. Paris: Masson & Cie. Editeurs, 1932. Fonte: Acervo Iepha/MG http://www.iepha.mg.gov.br/banco-de-noticias/1131-iephamg-apresenta-serra-de-sao-domingos-pocos-de-caldas acesso em 05/11/2016 às 20:05h. Fonte: Justificativa para o processo de Tombamento do Recanto Japonês - DIVISÃO DE PATRIMÔNIO CONSTRUÍDO E TOMBAMENTO SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, DESENVOLVIMENTO URBANO E MEIO AMBIENTE, Prefeitura Municipal de Poços de Caldas.


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