www.briefing.pt
Entrevista
Fátima Sousa jornalista fs@briefing.pt
“A lógica da net está a ocupar o território da televisão. Na segunda metade do século XX havia a tradicional reunião familiar à volta do televisor, era como uma lareira que aquecia os espíritos. Mas essa organização estilhaçou-se, há mil ecrãs por todo o lado, vemos o que queremos, quando queremos” — afirma Nuno Artur Silva, seis meses depois de se ter lançado no audiovisual sem intermediários, com o canal Q
Nuno Artur Silva, director executivo das Produções Fictícias
Ramon de Melo
Lógica da net ocupa a televisão
Briefing I Como é que vieram parar à Travessa da Fábrica dos Pentes? Nuno Artur Silva I Viemos cá parar por acaso. A dada altura, depois de trabalharmos em casa uns dos outros e de termos partilhado o escritório com a produtora David & Golias, pôs-se a questão de termos um espaço nosso. Começámos à procura e viemos aqui ter. Estamos desde 1996 na Travessa da Fábrica dos Pentes, que é um nome excelente – 14
Novembro de 2010
há já quem lhe chame a travessa da fábrica das piadas… Briefing I As Produções ainda têm muito de Fictícias? NAS I Cada vez mais. Somos uma empresa de escrita de ficção. Começámos por ser uma equipa de escrita e, sobretudo, de escrita de humor porque era para essa área que nos pediam coisas. Fomos sendo conhecidos como argumentistas de humor
porque trabalhávamos com comediantes como o José Pedro Gomes, o António Feio e o Miguel Guilherme. Logo a seguir veio o Herman e depois o Contra Informação. Com o tempo percebemos que o certo era desenvolvermo-nos como agência. As pessoas que escreviam para as Produções Fictícias (PF) eram esmagadas pelo nome. Primeiro, éramos conhecidos como “os tipos que escrevem para o Herman, que fazem O novo agregador do marketing.