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“Pistas” para a relação entre Empresas e Jornalistas Em média, cada jornalista recebe por dia 38 comunicados de imprensa, mas apenas oito são considerados publicáveis. A par disso, os profissionais dos meios de comunicação social apontam também que as notas enviadas às redacções, na maior parte das vezes, contêm falta de informação ou estão escritas de forma pouco jornalística.
Marta Mimoso directora-geral, Cidot Portugal
COMUNICADOS COM “MUITA PALHA” E POUCO JORNALÍSTICOS Uma das primeiras questões colocadas aos inquiridos pretendia perceber quais os mecanismos de transmissão de informação preferidos pelos jornalistas, bem como a credibilidade atribuída a cada um desses mecanismos. De entre as opções – entrevista, comunicado, conferência, conversa pessoal –, a entrevista surge no topo das preferências dos inquiridos (44,1%), sendo também a mais credível (51,3%). Já o comunicado de imprensa surge como o segundo mecanismo fa42
Janeiro de 2010
vorito no que toca à transmissão de informação (39,4%), embora poucos inquiridos o apontem como um mecanismo credível (9,2%). Na verdade, de acordo com o estudo, apenas 21% dos comunicados e notas de imprensa que cada jornalista recebe diariamente (uma média de 38) são considerados publicáveis. Quando questionados sobre a qualidade desses documentos, os inquiridos consideram que as principais falhas dos comunicados de imprensa se prendem com “falta de informação” (34,5%)
e com “problemas de redacção”, ou seja, “não são redigidos com espírito jornalístico” (32,4%). Além disso, os jornalistas referem que os comunicados “são muito publicitários” (26,1%) e “têm muita palha” (26,1%). Outros defeitos apontados pelos inquiridos a este mecanismo de transmissão de informação sugerem que os comunicados, por vezes, “não são dirigidos à pessoa adequada” (14,3%), da mesma forma que “não são direccionados de acordo com o meio” (12,2%).
Os dados são avançados pela Cidot – Estúdio de Comunicação, que este ano realizou, pela primeira vez em Portugal, o estudo “Jornalistas e Empresas – Pistas para uma relação necessária”. Levado a cabo em quatro países, o relatório tem como “objectivo geral analisar as relações profissionais entre empresas e instituições e os Meios de Comunicação”. Marta Mimoso, directora-geral da Cidot Portugal, explica que a ideia passa ainda por “clarificar o papel das agências de comunicação no serviço que prestam às empresas”. Um papel que em Portugal, adianta a responsável, “continua envolto em polémica, desconhecimento e superstição”.
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