Memorial Carmopolitano

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Homem caridoso e carismático não mediu esforços para ajudar a sociedade Carmopolitana, prestou apoio a pessoas carentes, acolheu um morador com problemas mentais, no porão de sua própria casa, dando alimentação, vestuário e cuidados médicos. Faleceu no dia 10 de maio de 1981. CAMILO DE SOUZA RIBEIRO Filho de Albino da Cunha Ribeiro e Paulina Jorgelina de Souza. Nasceu dia 27/05/1905, natural de Varginha. O pai era português. A mãe tinha fazenda no Sul de Minas, em Carmo da Cachoeira, onde morou até ir para o Ginásio. Foi estudar em Varginha, em um colégio interno, depois estudou no Colégio São Joaquim, Lorena (SP), para completar o ginasial. Após a formatura estudou no Instituto Eletrotécnico, em Itajubá, e cursou por dois anos. Largou o curso e a avó o mandou para o seminário de Lorena, onde permaneceu por três meses. A disciplina era rígida, Camilo se desentendeu com o Padre e saiu do seminário. Logo após, cursou Farmácia em Alfenas. Formou-se em 1926, como farmacêutico químico. Voltou para Varginha e tornou-se sócio de uma farmácia. Passado algum tempo ficou sabendo através do primo Ouvídio, que no Japão de Oliveira havia uma farmácia para vender, que pertencera a Orides Pinheiro. Camilo veio até o Japão de Oliveira conhecer a farmácia e o local. Ao chegar, hospedou-se na pensão de Américo Paolinelli, conheceu Juca Dentista, Major Luiz (escrivão) e eles o convidaram a ir até para a fazenda Buracão jogar víspora. Lá conheceu as filhas de Othoniel e estabeleceu bom relacionamento com a família. Ficou em dúvida se ficava no arraial, porém a família de Orides Pinheiro fez uma boa proposta e Camilo comprou a farmácia. Para fechar o negócio recebeu apoio de várias pessoas. Começou a namorar Anna em 1927, ficou noivo e casou dia 27/06/1927, tiveram sete filhos: Paulina, Terezinha, Maria da Conceição, Maria Aparecida, Maria de Lurdes, José Anchieta e Camilo de Souza. Morou no arraial, na casa que era do sogro e montou uma farmácia ao lado. Depois comprou uma casa onde hoje é a casa de Claret Capruni. No início de 1930, abriu a rodovia estadual e veio um engenheiro chamado Jacó Lopes de Castro, ficaram muito amigos. O engenheiro construiu em 1932 a casa que hoje é de Dr. Anchieta. Quando foi embora vendeu a casa para Camilo, disse a ele que ao construir a casa, fez pensando no amigo e no comércio que exercia. Camilo comprou a casa e em 1935, aumentou a mesma. A farmácia era no andar debaixo da casa. Foi o primeiro farmacêutico formado do Japão de Oliveira, exercendo a profissão desde 1926. Camilo foi uma das pessoas que não deixou vender o Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Morreu no dia 27/07/1980, com 75 anos. A esposa havia falecido um ano antes. Homem popular, era PSD, mas nunca quis ser candidato. Foi presidente do diretório do partido, geralmente alternava com outro membro. Politicamente era bravo. Gostava de ler. Na farmácia manipulava vários remédios. Católico, dizia que queria morrer como um passarinho. Após a missa, sentou-se na poltrona lendo jornal e faleceu.

276 ANOS DE HISTÓRIA DE UMA SOCIEDADE

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