A Noticia 621

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EDITORIAL

Edição N o 621 / 21 a 27 de junho de 2011 / A NOTÍCIA

Imigração, um tema sempre recorrente

Desde que o Presidente Barack Obama tomou posse os milhões de indocumentados jamais deixaram de pensar um dia sequer da possibilidade de que ele confirmasse a sua promessa de campanha e trouxesse esperança para toda uma nação, seja quem tenha votado nele ou não. Há os otimistas e os pessimistas, nós desde então nos alinhamos com os otimistas e por causa disto estaremos abordando constantemente a questão nos nossos editoriais, pois o tema é recorrente. Por conta disto uma nova expectativa toma conta dos imigrantes – estimados em 12 milhões – acerca de uma lei que permita a legalização de um número maior de indocumentados, que hoje estão a margem da sociedade, embora inseridos nela, pois são os que trabalham produzindo riqueza e progresso, mesmo não se confirmando as previsões de que Obama promulgasse uma reforma imigratória que contemplasse todos no seu período de governo. Mas se neste mesmo tempo os trabalhadores mantiveram as suas esperanças e pagaram seus impostos, não se pode dizer que o governo cumpriu com a sua parte, e ao contrário do governo e das autoridades do governo Bush que fizeram vistas grossas e corpo mole diante do problema que se agrava a cada dia, a atual administração prende e deporta como nunca nas últimas décadas. Hoje, muitos imigrantes se dividem

entre voltar para os seus países de origem ou investirem mais ainda nos Estados Unidos, como nunca antes. Cada vez é maior o número de imigrantes que são donos de empresas e portanto, empregadores que pagam salários e contribuem com os seus impostos. Também há trabalhadores imigrantes que ganham mais do que os próprios americanos. Até pouco tempo atrás nunca se comprou tanta casa, carros e os imigrantes somente não mandam os seus filhos para as universidades por causa dos documentos que a maioria não tem. Hoje, os hispânicos – 13% da população – são mais numerosos que os negros – 12% da população, e há previsões que consigam eleger um número cada vez maior de representantes nas casas legislativas, e pelo menos um governador. Deve-se lembrar que os Estados Unidos foram colonizados por imigrantes que desbravaram cada pedaço da nação; logo, não há que se falar em americanos puros, pois é raro – a menos que sejam indígenas – uma família que não tenha um pé em outra nação. Também é impossível pensar numa América sem a presença do imigrante. O colapso seria total em todos os sentidos, incluindo aí – e principalmente – o financeiro. Quanto de fato representa hoje para os Estados Unidos o dinheiro dos imigrantes? Não há um estudo ou um dado confiável que dê uma estimativa

disto. Há as vidas paralelas – trataremos disto numa outra edição – que os povos que vivem aqui levam. O que isto significa? Que brasileiros, vivem como se no Brasil estivessem, mesmo morando numa das nações mais prósperas e ricas do planeta. Agora multiplique isto por outros povos. Cada qual vive do seu modo, independentemente do que acham ou consideram os americanos. Contra argumentando, muitos dizem que eles procedem do mesmo modo quando moram fora. Isto acontece, por que somos gregários – queremos e fazemos questão – de estar junto com quem nos identificamos, mesmo que não morramos de amores pelo nosso vizinho que é capixaba, mineiro, catarinense ou goiano. Fazemos isto para manter um mínimo de identidade cultural e social, o que nos favorece de um lado e nos prejudica de outro. Considerando, uma nova lei que nos proporcione uma vida melhor e mais digna, tem muito mais além do que aquilo que pensamos ver ali na esquina. Uma anistia, tem a amplitude de abrir novos e lucrativos horizontes e de abrir os nossos olhos para aquilo que de melhor a terra americana tem para nos oferecer. Que venha então a tão sonhada lei e que saibamos tirar proveito dela. Wanderley Resende Grupo Metropolitan Presidente & Chefe Executivo

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