Brasil | p. 4
Brasil | p. 6
Geral | p. 3
Curto-circuito no bolso
EUA fecham as portas
Apoio de várias religiões
Aumento da luz é oito vezes maior que reajuste do salário mínimo
Enquanto isso, refugiados se formam na Universidade Federal
Frente Evangélica pelo Estado de Direito visita Lula
PARANÁ
28 de junho a 4 de julho de 2018
distribuição gratuita
Ano 3 | Edição 86
¡QUÉ VENGA MÉXICO!
Gibran Mendes
Na segunda-feira, seleção entra como favorita, mas não pode brincar com time que ajudou a mandar pra casa a última campeã do mundo e que derrotou o Brasil na final olímpica de 2012, em Londres. Esportes | p. 8
O maior desafio Médico, Dr. Rosinha é précandidato a governador e tem o desafio de mostrar que a política tem remédio Lucas Figueiredo | CBF
Brasil | p. 5
2 | Opinião
Brasil de Fato PR
Paraná, 28 de junho a 4 de julho de 2018
México: espelho do que Temer quer para o Brasil
SEMANA
OPINIÃO
dato pela terceira vez, tem chances reais de vitória. Ele jornalista do Brasil de Fato Paraná está 20 pontos à frente dos e integrante da Frente Brasil Popular outros concorrentes, Ricardo Anaya Cortés (PAN) e Antonio Meade Kuribreña (PRI), ossa América Lati- partidos que governam o na vive um momento país desde os anos 1930. O México é um espelho duro, e as eleições do México, no dia 1 de julho (domin- do que as elites brasileiras go), têm peso decisivo sobre estão tentando fazer da genos rumos do continente. Afi- te: um país de salários bainal, em países como Hondu- xos, de indústrias instaladas ras (2009), Paraguai (2012) e para explorar mão de obra e Brasil (2016) golpes de Esta- exportar produtos para fora; do conduzidos pela via par- onde o Estado perde espaço lamentar e judicial derruba- para o narcotráfico; um país capacho das poram presidentes líticas dos EUA, voltados a polítiO Brasil onde os movicas de desenvolnão precisa mentos popuvimento. ter que lares, do camNo Paraguai, po e da cidade, por exemplo, viver uma mulheres e jonão havia saúexperiência vens são crimide pública antes tão doída nalizados. O dedo governo de semprego está Fernando Lugo. na margem de Já na Venezuela, no Equador, no Peru, em 15%, semelhante ao dado no El Salvador e na Argentina, governo Temer. E o nível de a oposição ganhou força, in- miséria é alto. O povo mexicano, agora centivada pelas elites de poder desses respectivos paí- nas urnas, quer dizer não às ses, que buscam uma agenda políticas conhecidas como de menor investimento do neoliberais, que retiram o papel do Estado da econoEstado na economia. Porém, o México ago- mia, arrocham o salário do ra segue o caminho inver- trabalhador e diminuem os so dessa tendência, porque o serviços públicos. O Brasil, candidato de esquerda, An- que com Temer está indo drés Manuel López Obrador, nessa mesma direção, não do Movimento Regeneração precisa ter que viver uma exNacional (Morena), candi- periência tão doída. Pedro Carrano,
N
Pacotaço de Greca: um ano depois, a memória da violência
EDITORIAL
O
pobre, caso da cobrança da taxa de coleta dia 26 de junho de 2017 representou de lixo desvinculada do IPTU. o erro mais grave do prefeito Greca Então, no dia 26, com votação transfericontra os trabalhadores da cidade. Comeda para a Ópera de Arame, çou quando, poucos meses os vereadores da situação antes, o prefeito não negovotaram protegidos por ciou com os representanSeguindo o que centenas de policiais da cates do funcionalismo em o presidente valaria e do choque da PM. campanha salarial. Mais A prefeitura deu sinal vertarde, enviou para a CâmaTemer (MDB) de para cenas de violênra Municipal os doze proindicou para os cia contra funcionários pújetos do Pacote de Ajuste prefeitos, Greca blicos. Na cena mais forte Fiscal, o chamado “Pacotadaquela manhã, servidoço de Maldades”. adotou medidas res revoltados queimavam Seguindo o que o prede arrocho contra seus diferentes jalecos, dos sidente Temer (MDB) inos servidores CMEIs, da saúde, da assisdicou para os prefeitos, tência social. Um triste epiGreca adotou medidas de públicos sódio e uma lição de que arrocho contra os servidonão dá para acreditar em res públicos, a exemplo do promessas fáceis vindas que se viu no Rio de Janeiro dos políticos que aplicam programas de are Rio Grande do Sul. Houve também prorocho e violência. jetos que prejudicaram a população mais
EXPEDIENTE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Paraná e Rio Grande do Norte. Esta é a edição nº 86 do Brasil de Fato PR, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Franciele Petry Schramm, Laís Melo COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Camila Vida ARTICULISTAS Roger Pereira, Marcio Mittelbach e Cesar Caldas REVISÃO Maurini Souza, Lia R. Bianchini e Priscila Murr FOTOGRAFIA Joka Madruga e Gibran Mendes ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Gustavo Erwin Kuss, Daniel Mittelbach, Luiz Fernando Rodrigues, Fernando Marcelino, Naiara Bittencourt e Robson Sebastian TIRAGEM SEMANAL 20 mil exemplares REDES SOCIAIS www.facebook.com/bdfpr CONTATO redacaopr@brasildefato.com.br IMPRESSÃO Grafinorte (Nei)
Brasil de Fato PR
Paraná, 28 de junho a 4 de julho de 2018
3 | Geral
FRASE DA SEMANA
STF
“Voltamos a ser um país de 3º mundo. Há três, quatro anos não havia tanta diferença entre ricos e pobres” disse o ex-jogador e pentacampeão do mundo Roberto Carlos ao apresentador Rafael Correa, da TV Russia Today. O ex-jogador classificou a situação atual do Brasil como “desastrosa” e fez uma comparação com os anos de governo do ex-presidente Lula.
Fachin dá golpe contra Lula Na última segunda-feira (25), o ministro Edson Fachin decidiu enviar ao plenário do STF pedido da defesa de Lula para que esperasse em liberdade o julgamento dos recursos contra sua prisão. O caso seria analisado na terça-feira (26) pela 2ª Turma do STF – colegiado reduzido formado por cinco ministros, que decidiram pela liberdade do ex-ministro José Dirceu. Para o advogado Marco Aurélio de Carvalho, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), a decisão de mover a votação para o plenário foi política. “Afirmo de forma categórica que existe um ativismo judicial indiscutível, uma manipulação orquestrada pelo judiciário. Na Segunda Turma, Fachin tem minoria, então, com o objetivo de alcançar o resultado que queria, tirar Lula do processo eleitoral e mantê-lo preso, mandou a matéria para o plenário, uma ação questionável, atípica, e, na minha avaliação, absolutamente pessoal”. Para o advogado Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP) e integrante da Frente Brasil Popular (FPB), não fosse pela ação de Fachin, “haveria uma grande possibilidade de Lula ter sua liberdade garantida no último dia 26”.
Reprodução | Youtube
Redação Brasil de fato
PERFIL
Irmã Raimunda Cleide Fontes
Advogada e missionária paraibana veio a Curitiba para ouvir militantes e moradores Camila Vida, Curitiba (PR) A Irmã Cleide tomava chimarrão, uma perna em cima da cadeira e o pé descalço. Conversava na tenda de alimentos da Vigília Lula Livre. Parecia mais uma militante, o que de fato é, mas não parecia uma militante em missão, tampouco religiosa. Advogada, 73 anos e religiosa diocesana, Raimunda Cleide Fontes é paraibana e no dia em que a Vigília Lula Livre completou 80 dias instalada no bairro Santa Cândida, ela chegou ao 13º dia em sua missão. Cleide veio mediar a relação entre os moradores e os membros da resistência pela liberdade de Lula. “Achei que seria muito bom uma visita missionária para diminuir um pouco as tensões (…) e comecei então a conversar. Encontrei casas em que não pude entrar, mas mesmo assim a gente conversou. Eu colocava que estava como missão e fui escutando
ambas as partes. Sempre falei com mulheres, só teve um caso em que falei com um senhor”, relatou. Lavoura arcaica A mediadora dessas situações nasceu em uma família de seis irmãos. Seu pai era filho de fazendeiros e cresceu, como ela mesma diz, sem bater um prego num sabão. Mas ela afirma não ter vivenciado isso. Devido à falência da família, os
pais viram a fortuna se reduzir e Cleide viu o pai na lavoura em situações de exploração do trabalho. Ainda adolescente, saiu de casa e fez votos a Deus e aos pobres. Ela reconhece que não é fácil ser religiosa e militante ao mesmo tempo: “O Papa Francisco é muito claro nisso, os cristãos são chamados a participar da política, toda a vida eu tive essa compreensão”, coloca, entre risos. Joka Madruga
Pastor evangélico denuncia injustiça contra expresidente Joka Madruga
O ex-presidente Lula recebeu a visita do pastor Ariovaldo Ramos, integrante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, no dia 25 de junho (segunda), na superintendência da Polícia Federal. De acordo com o pastor, Lula não busca indultos ou acordos, mas exige a liberdade a que tem direito. Ramos falou também sobre a tomada de consciência dentro da comunidade evangélica. “Os evangélicos estão também ganhando, a cada dia, mais consciência de que estão diante de uma perseguição política (no caso de Lula)”, declarou.
4 | Brasil
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Divulgação | Eletrobrás
Sua conta de luz está
15% mais cara Desde o último domingo, Copel reajustou o preço da energia. Aumento é oito vezes maior que a correção do salário mínimo
Frédi Vasconcelos, Curitiba (PR)
A
volta para trás na economia brasileira pode ser sentida no bolso mais uma vez este mês. A Copel aumentou, desde o último domingo (dia 24), a conta de luz dos paranaenses em 15,06%, mais de oito vezes o reajuste que teve o salário mínimo, de 1,81%. Junto aos aumentos no gás de cozinha e nos combustíveis, quem vive de salário
está penando para pagar as contas básicas. É o caso de Maria Bonetti Ribeiro, que mora em Colombo e trabalha como diarista. Maria e os dois filhos têm uma renda familiar de cerca de R$ 3 mil por mês para pagar aluguel, comida e as outras contas. “Gasto R$ 200, às vezes R$ 230 por mês de luz, a troco de quê eu não sei. A conta pesa, já é muito pra mim. E, com o aumento, com certeza piora. A gente vai ter de deixar de pagar uma coisa
pra pagar outra”, diz Maria. E complementa, “as coisas vêm piorando, devia dar uma baixada. Gás, luz, água, essas coisas estão um absurdo. A comida também está cara.” Gastos com água e esgoto O que Maria sente no bolso é fácil de explicar. No ano passado, a Sanepar, companhia de água, mudou a forma de cobrança fazendo com que, em muitos casos, os gastos com água e esgoto pratica-
mente dobrassem. E a conta de luz vem sendo corrigida muito acima da inflação. Como comparação, a inflação oficial nos últimos doze meses terminados em maio de 2018 foi 2,86%, e a luz aumentou mais de 15%. O bujão de gás também saltou de cerca de R$50 para R$70 de 2016 para cá por conta da política de preços do governo Temer e da política de beneficiar acionistas das companhias de água e luz adotada pelo governo do Paraná.
LUCRO PRA QUEM? Segundo publicação do Sismuc, sindicato dos trabalhadores públicos municiais de Curitiba, a manutenção do lucro bilionário da empresa, favorecido pelos expressivos aumentos tarifários dos últimos anos, tem beneficiado, principalmente, os acionistas das empresas. Entre 2011 e 2017, R$3 bilhões foram distribuídos em dividendos, só para acionistas da Copel.
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Comissão da Câmara aprova Pacote do Veneno Redação, Curitiba (PR) A Comissão Especial da Câmara dos Deputados que debate o “Pacote do Veneno” aprovou relatório do deputado Luiz Nishimori (PR-PR), no dia 25 (segunda-feira). O objetivo do texto é flexibilizar regras e facilitar a adoção de novos agrotóxicos no país. Parlamentares de oposição fizeram vários requerimentos para que instituições de pesquisa científica fossem ouvidas, mas a maioria de deputados ruralistas rejeitou os pedidos.
Há comprovação científica de que o contato com agrotóxicos aumenta chances de desenvolver doenças cancerígenas Logo após essa aprovação, em audiência pública, pesquisadores apontaram que o uso de agrotóxicos gera graves riscos para o ambiente e a saúde hu-
mana. Marcia Sarpa, do Instituto Nacional do Câncer, afirmou que há comprovação científica de que o contato com agrotóxicos aumenta as chances de desenvolvimento de doenças cancerígenas. “Você não pode estabelecer um limite abaixo do qual não haveria dano à saúde. Vai ter dano sim. A partir da exposição a uma única molécula desse agente, é possível haver danos. Não existe limite seguro para agentes considerados mutagênicos, carcinogênicos ou teratogênicos”, afirmou.
Brasil de Fato PR
Paraná, 28 de junho a 4 de julho de 2018
Política tem remédio
5 | Brasil
Leonardo Prado | Agência Câmara
Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano, Curitiba (PR)
M
édico, Dr. Rosinha é pré-candidato a governador e fala nesta entrevista exclusiva ao BDF como mostrar para a população que nem todo político é igual e como administrar o Paraná depois da gestão Richa.
Brasil de Fato – Para boa parte das pessoas, todo político é corrupto. Como fugir disso nas eleições deste ano? Dr. Rosinha – Já enfrentei esse desafio várias vezes ao longo de minha carreira política. Quando fui eleito pela primeira vez aqui em Curitiba, a Câmara de Vereado-
Mas o desafio deste ano talvez seja o pior de todos. Desde que assumi como deputado federal, e fiquei até 2015, a Câmara dos Deputados só piorou em qualidade. A mediocridade passou a tomar conta. O poder econômico, junto à mídia empresarial, dominou e corrompeu, destruindo a política junto ao poder Judiciário, que é seletivo. ConO poder econômico, dena aquele que ele quer tirar da vida pública. Enjunto à mídia empresarial, dominou tão o desafio não é pequeno, é muito grande. Mas e corrompeu, vou tentar, com a história do PT, com o que temos da destruindo a política herança do Lula e com mijunto ao poder nha vida pública ao lonJudiciário, que é go de 26 anos mostrar que tem gente diferente dispuseletivo tando as eleições.
res estava totalmente desmoralizada e ninguém queria votar para vereador. Até usei, à época, o slogan “a política tem remédio”. Quando fui candidato à Assembleia Legislativa, lá não tinha nenhum conceito positivo. E a gente superou mostrando, na prática, que havia diferenças.
Mas a situação do Paraná é complicada, funcionários públicos sem reajuste, sem dinheiro para nada. Qual a expectativa em relação ao Estado? É que o Beto Richa usou o Estado para o bem de uma minoria. Como sempre, ele usou o Estado coJoka Madruga
Maringá conta com uma universimo patrimônio dele e com muita dade pública com bom quadro de corrupção. Dinheiro para corrupmédicos e professores, e tem genção, na operação Quadro Negro, ele tinha. Para atender os professores, não. O Estado do Paraná não está falido, tem con- O Estado do dições de melhorar a saúde e a Paraná não educação. Mas é lógico, tem de fazer um debate sobre de quem está falido, tem vai cobrar impostos. Vamos ter condições de de discutir qual a maior fonte e melhorar a saúde tenho certeza de que temos de cobrar impostos de quem tem e a educação com dinheiro, e não do povo mais mais organização pobre. Como médico, como anate de cidade ali do lado que precilisa a situação da saúde sa, por exemplo, de um reumatolocom a aprovação de emengista e precisa vir até Curitiba. Teda que corta gastos públicos mos de disciplinar e regionalizar ise olhando também para a siso. Assim teremos mais recursos, tuação do Paraná? O que faporque não precisa do povo viajar zer? de um lado para outro, além de vaVeja só, depois do golpe aumenlorizarmos as universidades. tou a mortalidade infantil entre 1 e 5 anos, o que não ocorria há 25 anos. Hoje, a notícia é que estão faltando vacinas para crianças até 1 ano de idade. Esse é o O Beto Richa usou o golpe que construíram. O golpe Estado para o bem que Beto Richa construiu e to- de uma minoria. dos candidatos a governador e governadora que apoiaram ele. Como sempre, ele Esses vão ter de ouvir isso. O Es- usou o Estado como tado do Paraná é muito mal or- patrimônio dele e ganizado em termos de saúde. Temos aqui várias faculda- com muita corrupção des de medicina. Por exemplo,
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Paraná, 28 de junho a 4 de julho de 2018
Refugiados têm dificuldades no mercado de trabalho
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Paraná é o terceiro estado com maior número de pessoas que tiveram de sair de seus países Ana Carolina Caldas, Curitiba (PR)
A
s cenas de crianças migrantes separadas dos pais e presas nos Estados Unidos, por conta da política de Donald Trump, chocou o mundo, e o tema das políticas para refugiados voltou ao debate. No Brasil, o momento é de contradição, segundo a professora de Direito Internacional da Universidade Federal do Paraná Tatyana Friedrich que, em entrevista ao Brasil de Fato, destaca que temos uma legislação avançada, porém um dos contextos mais difíceis para a integração dos refugiados. “Temos uma das melhores leis, que deixa claro, em especial, os direitos dos refugiados à não-criminalização. A anterior, que foi revogada, era de
1980 e tratava migrante como mão de obra”. Porém, ela destaca que há dificuldade para integração no mercado de trabalho. “Não temos políticas que pensem a integração nos locais de trabalho. Somando a isso, enfrentamos hoje retro-
Enfrentamos hoje retrocessos trabalhistas para dificultar mais ainda a adequação desses grupos a uma nova realidade
cessos trabalhistas para dificultar mais ainda a adequação desses grupos a uma nova realidade”.
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Curitiba extingue secretaria De acordo com estimativas da Casa Latino Americana (Casla), Curitiba abriga de 15 a 19 mil refugiados. Em estimativa de 2016, somente na capital estariam cerca de 4 mil haitianos e que, em decorrência da guerra na Síria, o número de sírios já os teria ultrapassado. Até 2017, funcionava em Curitiba a Secretaria de Direitos Humanos, que foi extinta pelo atual prefeito, Rafael Greca. Com a secretaria, projetos para integração dos migrantes eram realizados, além da sensibilização de funcionários dos serviços básicos para com a população refugiada.
Da Síria para o curso de arquitetura Arquivo Pessoal
Ana Carolina Caldas, Curitiba (PR)
Lusia Loxca está no Brasil há quatro anos, onde chegou com a família fugindo da guerra civil que matou cerca de meio milhão de pessoas em seu país natal, a Síria. Entrou na Universidade Federal e foi a primeira aluna refugiada a se formar no Paraná, no curso de Arquitetura. Já trabalhou em diferentes escritórios na cidade e diz não se arrepender de toda a caminhada que
Primeira aluna refugiada a se formar na UFPR fugiu da guerra na Síria
teve de fazer e hoje se sente feliz. A exemplo dela, a Universidade Federal conta atualmente com 29 alunos matriculados em cursos de graduação por serem refugiados ou terem visto humanitário. As vagas são uma conquista do Programa de Política Migratória da Universidade Brasileira, da UFPR. Além de oferecer atendimento jurídico e psicológico para migrantes refugiados, disponibiliza aulas de português e informática, com professores e alunos da universidade prestando serviços voluntários.
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Paraná, 28 de junho a 4 de julho de 2018
A canção é minha palavra
117 | Cultura
AGENDA CULTURAL Matheus Wittkowski
A cantora Roseane Santos veio do Rio para Curitiba, onde faz show com canções inéditas nesta semana Ana Carolina Caldas, Curitiba (PR)
Arquivo Pessoal
A cantora Roseane Santos tem uma trajetória pouco comum, começou dando aulas como arte-educadora para crianças no Rio de Janeiro. Depois, passou a cantar no coro da universidade, no qual descobriu a carreira que gostaria de seguir pela vida. E os caminhos a levaram para longe da terra natal e para um estilo que não estava acostumada. “Em 2002, vim para uma oficina de música em Curitiba, me apaixonei, e ingressei em diferentes grupos musicais, como o Noivas de Alfredo e o Maria Faceira.” Ela conta que pelo fato de ser negra e carioca acabou parando no samba, “eu me vi tendo que aprender a ter esse lugar, aprender os sambas, e nem era o estilo de música que eu mais dominava. Mas aprendi. E fui conseguindo em outros trabalhos, mais adian-
te, investir nos sambas que me interessam mais, que são os do Recôncavo Baiano”, diz. Agora, em show que apresenta esta semana em Curitiba, está numa fase de investir em composições próprias. “São canções, algumas inéditas e muitas com composições minhas e outras em parcerias com outros artistas. São canções que têm a ver comigo, pois o repertório sempre é de um desejo do artista em dizer alguma coisa. A canção, para mim, é minha palavra”.
Fique por dentro Show Roseane Santos Quando: 28 de junho, às 20h Onde: Centro Cultural Sesi Heitor Stockler De França, Av. Mal. Floriano Peixoto, 458 Curitiba Quanto: gratuito, com opção de ingresso solidário (doação de 1 litro de leite ou 1 livro infantil)
11° Slam Contrataque O que: batalha de poesia feita em praça pública, o Slam Contrataque ocorre todos os meses e tem como objetivo ser um espaço de resistência e protesto, um meio de dar voz a oprimidas e oprimidos Quando: 30 de junho, 18h30 Onde: Cavalo Babão - Centro Histórico de Curitiba Quanto: gratuito
Música medieval para Todos O que: concerto que faz um cruzamento musical entre a Idade Média e a cultura popular do Brasil, incorporando arranjos de ritmos nordestinos e instrumentos como berimbau, triângulo, viola caiçara e rabeca Quando: Sábados e domingos, de 22/06 a 1/07, às 16h Onde: Livraria Cultura do Shopping Curitiba. Rua Brigadeiro Franco, 2300 Quanto: gratuito
DICAS MASTIGADAS | Por José Mendes
CALDINHO DE MANDIOCA Ingredientes 1 pacote de mandioca 250g de carne (de segunda) 1 gomo de linguiça defumada 1 cebola média 2 dentes de alho Cebolinha e açafrão a gosto Modo de preparo Em uma panela de pressão, despeje 3 colheres de óleo, junte a ele a cebola e o alho picado e refogue por alguns minutos. Jogue a carne e a linguiça para selar, acrescente o açafrão e a mandioca picada. Cubra de água e acrescente o sal a gosto. Tampe a pressão e cozinhe por 50 minutos. Ao servir, acrescente a cebolinha. **Dica: uma pitada pequena de sal evita de queimar a cebola e o alho
Reprodução
8 | Esportes
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Paraná, 28 de junho a 4 de julho de 2018
Vestir a camisa Por Cesar Caldas É de ser aplaudida, por vários aspectos, a decisão da diretoria do Coritiba de assumir uma alternativa formatação de negócio no fornecimento de material esportivo para o clube, quando o atual (com a Adidas) se esgotar. O primeiro é o financeiro – não se admite que a marca mais tradicional do Estado tenha um lucro de R$ 200 mil, ante um faturamento de R$ 6,3 milhões da fornecedora alemã. A gestão da loja no estádio passará a ser feita pelo próprio clube – uma garantia de controle diário e acompanhamento mensal pelo Conselho Fiscal. Além da redução do preço (a Adidas cobra hoje R$ 249,00 pela camisa oficial), o presidente Samir Namur informou um modo inteligente de combater a pirataria: oferecê-la com o material usado pelo atleta e uma alternativa, mais em conta, com tecido um pouco mais leve. Este colunista, em particular, quer a volta das “peitas” de manga comprida.
Seleção pega adversário complicado e que já aprontou contra o Brasil Lucas Figueiredo | CBF
Só pedreira para o Brasil Por Marcio Mittelbach A vitória do Brasil por dois a zero diante da Sérvia representou um alívio imenso, mas pontual. E olha que a Alemanha já caiu fora. Uma breve análise no chaveamento da próxima fase e vemos que o nosso caminho até o hexa será penoso. Não vão faltar pedreiras no caminho do Brasil. Primeiro, enfrentaremos o México, sempre um adversário difícil e que jogará contra um tabu de cinco eliminações seguidas nas oitavas de final. Mas depois dos mexicanos é que a coisa vai pegar fogo. Nas quartas de final, podemos ter pela frente a Bélgica, um dos times que mais encantaram nessa primeira fase, ou a Inglaterra, sempre um osso duro de roer. Caso a gente supere também esse adversário e chegue nas semis, podemos pegar três rivais de peso: Uruguai, Argentina ou França. Uma coisa é certa: não vai faltar emoção nos próximos dias!
Tempo perdido Por Roger Pereira Fernando Diniz, enfim, caiu. O projeto era ousado, a aposta era válida, mas não deu certo. A insistência poderia levar o Atlético ao rebaixamento e a pausa de um mês era o momento adequado para a troca. Demorou. Foram perdidos dez dos trinta dias para a definição sobre a saída ou permanência do treinador. A escolha para a vaga de Diniz foi justa: Thiago Nunes, campeão paranaense com o time de aspirantes. Mas a forma foi totalmente equivocada. Thiago assume em caráter interino. Não foi efetivado no cargo. Provavelmente, sua efetivação dependerá de resultados e, assim, ele já inicia o trabalho de forma insegura e sem autonomia para implementar suas ideias. O mês da Copa, tão comemorado pelas equipes da Série A para terem um tempo de se reorganizarem, pode ter sido desperdiçado pelo Atlético.
Frédi Vasconcelos, Curitiba (PR)
A
vitória contra a Alemanha nesta Copa não foi a primeira vez que a seleção do México aprontou e ganhou de campeões do mundo. Em 2012, em Londres, a seleção brasileira também sentiu o gostinho amargo da derrota na final olímpica. O que, para o Brasil, era o único título que faltava em competições oficiais. E que acabou conquistando no Rio de Janeiro, em 2016. Dessa geração que está na Rússia, faziam parte do time olímpico Thiago Silva, Marcelo e Neymar. Pelo México, entre os titulares estavam em campo o zagueiro Salcedo e o meio-campista Herrera. O último encontro oficial entre as duas seleções ocorreu na Copa do Mundo de 2014, em Fortaleza (CE). Em que as chances
criadas pelo Brasil, principalmente por Neymar, acabaram defendidas pelo goleiro Ochoa, que garantiu o 0 a 0. E o goleiro continua sendo um dos destaques do time mexicano: até a segunda rodada da Copa da Rússia, era o que tinha feito mais defesas. Porém, acabou sofrendo três gols na última partida. Para os supersticiosos, a boa notícia é que o México, depois de dois jogos surpreendentes contra Alemanha e Coreia, tremeu frente a um time de camisa amarela. Acabou beneficiado pelo vexame
da Alemanha contra o time asiático. No último confronto direto entre as duas seleções, um amistoso em 2015, antes da Copa América, em São Paulo, o técnico brasileiro ainda era Dunga. O Brasil venceu por 2 a 0, com um gol de Philippe Coutinho, o destaque brasileiro até agora na Rússia. Mas o desafio nas oitavas-de-final, na próxima segunda-feira, é tentar vencer a boa defesa mexicana e conter os contra-ataques, arma que usaram para derrotar a atual campeã do mundo, a Alemanha.
MALDIÇÃO DOS CAMPEÕES A desclassificação da Alemanha significa a continuidade da maldição dos campeões. Na Copa do Brasil, a Espanha, que havia sido campeã em 2010, não passou da fase de grupos. O mesmo tinha acontecido com a Itália, em 2010, e com a França, em 2002, depois de ganhar o título em 1998. Nas últimas cinco copas, apenas o Brasil, campeão em 2002, conseguiu passar da primeira fase na disputa seguinte.