Edição 263 do Brasil de Fato MG

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Reprodução

QUEM S ÃO OS ES COLHI D OS D E BOLS O N A R O ?

I ESPECIAL

MG

Minas Gerais

Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro de 2018 • edição 263 • brasildefato.com.br • distribuição gratuita Divulgação

ARMAZÉM DO CAMPO É SAÚDE

Para colecionadores e amantes do futebol 16º Encontro de Colecionadores de Camisas acontece domingo (9), com show, trocas, vendas de fardamento e transmissão da final da Libertadores ESPORTE 15

Divulgação

Henfil na telona

Como um movimento popular pode transformar o seu entorno? O Armazém do Campo, em BH, vende alimentos saudáveis e virou ponto de cultura na capital. O projeto, que completa um ano, é realizado pelos agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) I MINAS

O desenhista de Ribeirão das Neves ganhou o país com seu humor e seus quadrinhos. Leia resenha do filme que estreia esta semana nos cinemas CULTURA 14


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018

Editorial | Brasil

O fim da aposentadoria A tão prometida Reforma da Previdência pode ser utilizada com um bom recorte para compreender a relação que o atual e futuro governo federal tem com seu povo, a quem, teoricamente, deveriam servir para garantir sua vida e seu bem-estar. A lógica da mídia burguesa e golpista tem se utilizado da assertiva que diz: “a repetição leva à convicção”. De tanto insistirem que existe um grande rombo no nosso Sistema de Seguridade Social e que só existe um único jeito de resolvê-lo, esta premissa

ESPAÇO DOS LEITORES “Vai ter educação sexual sim!” Angélica Coelho comenta a matéria “Mães, pais e alunos realizam atos em apoio a Colégio Santo Agostinho” “Já falei que eu adoro o que escreve?! Sempre aprendo algo novo! Não sabia deste episódio de quase extinção!” Aline Bentes escreve sobre a coluna de ciências “É correto falar em raças humanas?”, de Renan Santos “Coisa mais linda a versão especial do Brasil de Fato MG sobre Comunicação Popular e Direitos Humanos. Parabéns aos envolvidos em mais esta linda ação do jornal e do Instituto Henfil em parceria com a Sedpac. E valeu pelos exemplares. Eles serão muito bem distribuídos e vão servir de inspiração pra seguirmos na luta...” Talles Lopes escreve sobre o encarte especial sobre comunicação popular, disponível em: https://issuu.com/brasildefatomg/docs/_ bdfmg_261_issu_especial

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As vidas de 51 milhões de brasileiros estão sendo vistas como mercadoria já nos tem parecido como verdadeira, ainda que não seja. Contas matemáticas das mais simples comprovam que os recursos que entram para as Políticas de Assistência Social, Saúde e Previdência são maiores que sua saída atualmente. Outra questão simples é que as grandes empresas e que os possuidores de grandes fortunas devem pagar o que devem. Porém, para se considerar que o combate à sonegação ou a diminuição da desoneração, além do próprio fomento à geração de empregos seriam as melhores saídas, tais governos precisariam de um valor essencial que não tem demonstrado em discursos e práticas: compromisso com o desenvolvimento do país e com a vida do seu povo. Escolher entre um modelo de seguridade considerado como um regime de solidariedade e outro que enten-

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

de a proteção social como um produto a ser vendido e administrado individualmente, passa por uma decisão de como representantes do estado desejam ver o envelhecimento de seus trabalhadores e trabalhadoras. Dignidade e proteção ou abandono e negligência? Estão querendo impedir o acesso da classe trabalhadora a aposentadoria 51 milhões de brasileiras e brasileiros que trabalham a maior parte do tempo de suas vidas estão correndo risco de se transformar em mercadoria. O futuro governo federal promete levar à votação uma solução que, em nome da suposta neutralidade e da melhor administração, ignora e aprofunda desigualdades entre homens e mulheres na sociedade e no mundo do trabalho; uma proposta

Falta compromisso com o desenvolvimento do país que desmonta o percurso conquistado desde o processo de redemocratização e construção da Constituição de 1988. Esta deforma da Previdência ignora a razão desta política existir e se inspira em experiências fracassadas e inadequadas para nosso contexto. Estão na verdade criando obstáculos para impedir o acesso da classe trabalhadora a seu descanso digno, apontando novas regras que deixam a morte se aproximar de forma muito mais ofensiva que o frágil direito à aposentadoria.

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conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Marcelo Almeida, Makota Celinha , Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rogério Correia, Rosângela Gomes da Costa, Robson Sávio, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Redação: Amélia Gomes, Larissa Costa, Rafaella Dotta, Raíssa Lopes, Thainá Nogueira e Wallace Oliveira. Colaboradores: Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Bruno Mateus, Diego Silveira, Fabrício Farias, Felipe Marcelino, João Paulo Cunha, Jordânia, Souza, Léo Calixto, Luiz Fellippe Fagaráz, Pedro Rafael Vilela, Renan Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Taciana Dutra. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Distribuição: Felipe Marcelino. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Tiragem: 40 mil exemplares.


Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018

GERAL

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CIÊNCIA, COISA BOA!

LULU E NANA:

AS PRIMEIRAS HUMANAS GENETICAMENTE MODIFICADAS? O final de novembro reservou uma grande surpresa para a comunidade científica. Foi anunciado pelo pesquisador He Jiankui, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Shenzen, na China, o nascimento dos primeiros humanos com o DNA editado artificialmente. A notícia, apesar de ainda não confirmada uma vez que o cientista não publicou oficialmente seu trabalho, atraiu a atenção do mundo e foi alvo de muitas críticas. Isso porque a técnica aplicada é muito recente e necessita de um longo caminho de testes antes de ser usada com segurança para gerar novos indivíduos, o que foi ignorado pelo pesquisador, que fez tudo de forma muito escondida e sem levar em consideração os aspectos éticos e de biossegurança. Contudo, se for verdade, o feito é histórico. Jiankui utilizou um método que começou a se desenvolver há 30 anos, chamado CRISPR. Tal técnica se baseia em um mecanismo de defesa que bactérias possuem contra os vírus que as invadem. Quando um vírus infecta uma bactéria, ele liga seu material genético ao DNA bacteriano e força a célula a produzir novos vírus. A bactéria possui um sistema de defesa que consegue localizar o material genético viral e eliminá-lo de forma bem específica, sem danificar o seu próprio DNA. Desde meados de 2010, esse mecanismo é usado para cortar e editar trechos de DNA de outras espécies. Assim, é possível eliminar ou modificar características de acordo com o nosso interesse. O uso terapêutico de tal tecnoparece promissor. Técnica que logia O que He Jiankui fez foi eliminar pode um trecho do genoma humano que permite a infecção pelo vírus HIV. avançar a ciência, mas Com isso, as gêmeas Lulu e Nana nasceram imunes à AIDS. também Porém, ainda não sabemos o quanretroceder a to a eliminação de um gene pode afetar outras características inesperadaideias mente. Ou o quanto a CRISPR pode nazistas acidentalmente afetar outros genes. Por isso as críticas feitas ao pesquisador, que pode ter colocado em risco as crianças. Tudo isso recoloca um velho debate ético. Com a técnica, teoricamente em breve será possível criar bebês com características físicas de nosso interesse, ou até modificar pessoas já adultas. Daí para um gigantesco fortalecimento do racismo e para o retorno das terríveis ideias nazistas de uma raça pura é um pulo, não é mesmo? Um abraço e até a próxima! Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais

Declaração da Semana “Que pesadelo é esse instaurado todos os dias na cabeça das mulheres, de que elas têm que viver amarradas por uma fita métrica? Que, se não for assim, não teremos amor, sucesso ou o que quer que seja. Nós somos tão melhores, tão maiores, mais fortes e mais profundas que isso!”

Questionou, em seu Instagram, a atriz Lyv Ziese.

Cursos gratuitos no Coltec

Zé Du / UFMG

Até o dia 21, o Colégio Técnico da UFMG recebe inscrições para cursos noturnos de desenvolvimento de sistemas e biotecnologia. As aulas têm duração de três a quatro meses, no período noturno. Não será cobrada mensalidade. Para participar do processo seletivo, o candidato precisa ter ensino médio completo ou estar no último ano, pagar uma taxa de R$ 70 e preencher uma ficha de inscrição. São 72 vagas. Estudantes de escolas públicas, com renda familiar igual ou menor a um salário mínimo, negros, indígenas e pessoas com deficiência têm direito a cota.

II Mostra de Direitos Humanos O antigo prédio do Dops, futuro Memorial de Direitos Humanos, recebe, entre os dias 10 e 14 de dezembro, a II Mostra de Direitos Humanos. A programação do evento conta com apresentações musicais, performances artísticas, sessões comentadas de filmes e um ato em homenagem aos presos políticos, mortos e desaparecidos. A abertura acontece na segunda-feira (10), com a cerimônia de entrega do Prêmio Mineiro de Direitos Humanos. Confira a programação completa bit.ly/MostraDH18

Caroline Rodrigues


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MINAS

Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018

Armazém do Campo Pelo Brasil completa primeiro aniversário em BH

Talles Reis

SAÚDE Além de alimentos orgânicos e agroecológicos, o espaço também oferece atividades culturais e aulas gratuitas para toda a população Amélia Gomes / Brasil de Fato MG

O Armazém do Campo existe também nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e foi recém inaugurado no Rio de Janeiro (foto). A ex-

pectativa do MST é de que no próximo período também sejam abertas lojas em Teixeira de Freitas (BA) e no Recife (PE).

No meu bule não! Amélia Gomes

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eguminosas e frutas fresquinhas, chás, castanhas e farinha. Esses são alguns dos alimentos que você encontra no Armazém do Campo. Há um ano o local oferece produtos orgânicos e agroecológicos no centro de Belo Horizonte. O Armazém é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e tudo que é vendido no local foi produzido sem o uso de agrotóxicos, respeitando a natureza e os trabalhadores rurais. A auxiliar de serviços Maria do Rosário é cliente do Armazém desde a inauguração. “Eu gosto de comprar tudo aqui porque sem-

pre tem muita variedade e é tudo com preço acessível. Eu confio muito nos produtos porque eu sempre vejo muita diferença no sabor”, afirma. Os produtos comercializados no Armazém vêm de diferentes regiões do país, de diversos acampamentos e assentamentos do MST. O arroz, por exemplo, que é internacionalmente reconhecido por sua qualidade, vem de uma cooperativa de

Mais de 5 mil pacotes de arroz foram vendidos em um ano

produtores do Rio Grande do Sul. Gildo Rodrigues, gestor do Armazém do Campo, estima que somente neste um ano mais de 5 mil pacotes do arroz foram vendidos. “Antes de ter a loja, o pessoal via o MST como uma organização criminosa, de pessoas que não trabalham e o Armazém vem para provar o contrário”, declara. Cultura Todas as sextas-feiras o local abre as portas para shows, saraus e outros eventos. Além dos shows, todas as segundas-feiras, às 18 horas, o local recebe uma roda de capoeira; já nas quintas, às 19h, acontecem aulas de forró. As atividades são gratuitas.

Você sabe de onde vem e quem produz o café que você toma todos os dias? Para fazer refletir sobre isso, o designer Gladson Targa criou a campanha “No meu bule não!”. A corrente surgiu com o intuito de denunciar a situação do Quilombo Campo Grande, no sul de Minas Gerais, que desde novembro enfrentava uma ameaça de despejo. A reintegração de posse foi

suspensa, temporariamente, no dia 30. A campanha “No meu bule não!” segue em alerta sob a garantia de permanência das famílias do Quilombo Campo Grande. A intenção é que a corrente se amplie e que as pessoas sigam refletindo sobre o que consomem: “É fundamental que as pessoas saibam e tenham consciência sobre o que consomem

ONDE ENCONTRO CAFÉ BOM? O café Guaií, de uma cooperativa do MST, pode ser encontrado no Armazém do Campo, que é o local de venda dos alimentos pro-

duzidos pelos trabalhadores sem terra. A loja fica na Avenida Augusto de Lima, 2136 no Barro Preto, em Belo Horizonte.


Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018

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www.malvados.com.br

Dicas Mastigadas CREPE COM CALDA DE CHOCOLATE E MARACUJÁ

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INGREDIENTES • 4 ovos • 1/2 litro de leite • 400g de farinha de trigo • 1 colher de sopa de manteiga • 2 colheres de sopa de açúcar COMO FAZER Bata tudo no liquidificador. Aqueça uma frigideira e coloque um pouco da massa por vez, fazendo discos. Gire a frigideira para espalhar de forma igual o creme. Retire quando estiver firme. CREME DE CHOCOLATE • 200g de chocolate em pó • 400ml de leite • 100g de açúcar • 1 colher de sopa de amido de milho • 120ml de creme de leite COMO FAZER Leve ao fogo o leite e chocolate com açúcar e amido de milho. Faça um creme consistente. Deixe esfriar e bata na batedeira com creme de leite. Deixe ficar bem liso e recheie os crepes. Leve ao forno quente por 5 minutos. CALDA DE MARACUJÁ • 2 unidades de maracujá (a fruta) • 2 colheres de açúcar • 1 xícara de água COMO FAZER • Leve ao fogo até engrossar em ponto calda. • Sirva frio sobre o crepe recheado. Participe enviando sugestões para redacaomg@brasildefato.com.br.


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Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018 Divulgação

Humor para transformar

Mil mulheres negras se reúnem em Goiás em encontro nacional Helen Lagares

RESENHA Documentário sobre Henfil estreia dia 6 em todo o país Joana Tavares

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caba o filme e antes mesmo de as luzes se acenderem, a plateia se arrebenta em palmas. Alguém comenta alto: “aquela é a irmã do Henfil”, apontando para uma senhora emocionada e feliz. Na saída, muitos ficam por ali, perto do cinema, como a lembrar ou imaginar histórias que poderiam ter vivido com o artista-jornalista Henrique de Souza Filho, o Henfil. Foi o mineiro de Ribeirão das Neves, nascido em 1944, que criou personagens tão queridos e eternos que voltaram com tudo para as ruas nos atos que fizeram parte da agenda brasileira desde 2015. Quem não viu por aí aquela passarinha simpática que parece um ponto de exclamação dizendo que via a esperança? A Graúna, os fradinhos, o paranoico Ubaldo, Zeferino e até o Cabôclo Mamadô bem que poderiam ter sido desenhados nesses intensos anos de 2010. Mas a produção de Henfil se deu no período de resistência à ditadura militar (1964-1985). A participação do cartunista, cineasta, escritor, jornalista e até ator

no movimento das Diretas Já, inclusive, não foi apenas – como se isso fosse “apenas” – por meio de seus numerosos e simbólicos desenhos, mas até na palavra de ordem, que teria sido criada por ele. Essa e outras histórias são contadas no documentário “Henfil”, de Angela Zoé. A diretora também foi produtora de “Betinho, a esperança equilibrista”, sobre o irmão de sangue de Henfil, que, assim como ele, foi conta-

Angela Zoé também foi produtora de “Betinho, a esperança equilibrista” minado pelo vírus HIV em uma transfusão de sangue em decorrência da hemofilia. Por isso, a data da pré-estreia – 1 de dezembro – o dia mundial de combate à Aids. O documentário entra a partir de quinta (6) em cartaz em todo o país. Henfil passou por importantes jornais, como “O Pas-

Sua obra segue atual e pode nos inspirar para novas resistências quim”; escreveu “Diário de um cucaracha”, sobre sua experiência nos Estados Unidos, e “Henfil na China”, com relatos da viagem ao país comunista; dirigiu e atuou no filme “Tanga – deu no New York Times” e participou de um quadro de TV, o “TV Homem”, dentro da “TV Mulher”. As cartas que enviava à sua mãe – dona Maria – foram compartilhadas com os leitores da Revista IstoÉ, onde foram publicadas de 1977 a 1984, e depois reunidas em livro. Henfil se engajou profundamente na luta contra a ditadura, mas seu horizonte não se limitava a criticar – feroz e sutilmente – os fardados de então. Sua luta era mais ampla, como ele mesmo diz: “O humor que vale para mim é aquele que dá um soco no fígado de quem oprime”. Falecido em janeiro de 1988, sua obra segue atual e pode nos inspirar para novas resistências.

Larissa Costa

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ulheres negras de todo o Brasil se encontram de 6 a 9 de dezembro, em Goiânia (GO), em evento que marca os 30 anos do primeiro encontro, em 1988, quando mulheres do movimento negro se uniram para discutir formas de enfrentar a violência e a opressão que cerca a vida das mulheres. Eliane Dias, da Rede Afro LGBT e da Rede de Mulheres Negras de Minas Gerais, conta que a realização desse encontro é necessária para fortalecer as organizações de mulheres negras neste período após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). “A partir do encontro, vamos ter um nor-

te para algumas décadas de luta, vamos sair de lá com estratégias de enfrentamento”, explica. No estado de Minas Gerais, as mulheres negras se preparam desde o início do ano para participar do evento. São 80 delegadas, entre LBTs (lésbicas, bissexuais e transexuais), quilombolas, religiosas de matriz africana, atingidas por barragem, pesquisadoras e trabalhadoras de políticas públicas. A programação conta com feiras, apresentações culturais, oficinas, palestras e rodas de conversa com temas diversos, como saúde, religiosidade afro-brasileira, encarceramento em massa e desafios e perspectivas do movimento de mulheres.


Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018 Fernando Frazão / Agência Brasil

na geral

ESPORTE

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Copa Tango: Brasil é ouro e prata na Argentina Assessoria de comunicação / CBTM

Prêmio do Esporte Mineiro homenageia 49 profissionais No dia 12 de dezembro, a Secretaria de Estado de Esportes de Minas Gerais (Seesp) premiará 49 profissionais do cenário esportivo estadual. Destaque para o saltador brasileiro Talles Silva, de São Gonçalo do Rio Baixo, recordista brasileiro no salto em altura; a zagueira Tamires Cássia Dias Gomes, de Caeté, jogadora da Seleção Brasileira feminina de futebol; o ultramaratonista Fernando Nazário, de Uberlândia. O evento é uma forma de expressar o reconhecimento do estado com atletas, técnicos e gestores, pelos resultados alcançados com seu trabalho.

Aconteceu na última semana a Copa Tango Paralímpica de tênis de mesa, em Buenos Aires. Os dois brasileiros que participaram da competição subiram ao pódio. Carlos Carbinatti conquistou a medalha de prata na categoria 10 e Luiz Filipe Manara foi campeão da categoria 8, na qual é sétimo colocado do ranking nacional paralímpico. (Com informações da CBTM)


Belo Horizonte, 7 a 13 de dezembro 2018

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Divulgação / Dorados de Sinaloa

ESPORTES

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DECLARAÇÃO DA SEMANA Ivar Waage Johansen / Arquivo pessoal

Encontro de colecionadores acontece no domingo (9) Em BH, uma ótima opção para a resenha esportiva do fim de semana, com troca de camisas de futebol e transmissão da final da Libertadores, é o 16º Encontro de Colecionadores de Camisas. Interessados podem levar o fardamento para expor, vender ou trocar. Haverá mesa para colocar o material. Outra atração do encontro é o show da banda Jack

Boris. No fim da tarde, haverá transmissão da final da Libertadores, às 17h30, no local do Encontro. Onde: bar Armazém 44. Av. Engenheiro Carlos Goulart, 169. Buritis, BH Quando: 9 de dezembro, das 11h às 16h Mais Informações: goo.gl/zs2PYg

“Ele podia ter me perguntado sobre outra coisa. Por exemplo, como eu me sentia por ter ganhado a Bola de Ouro ou alguma questão sobre futebol. Eu estou mais interessada nisso” Ada Hegerberg, atacante do Olympique Lyonnais e vencedora do prêmio Bola de Ouro, sobre o comportamento inconveniente do DJ Martin Solveig, que a provocou a fazer uma dança sensual durante a premiação.

Gol de placa O croata Luka Modric ganhou a Bola de Ouro de 2018 no futebol masculino. Com isso, rompeu a hegemonia de Cristiano Ronaldo e Messi, que revezaram o prêmio entre 2008 e 2017. A atacante norueguesa Ada Hegerberg venceu no feminino.

Gol contra A diretoria do Palmeiras, que convidou Bolsonaro ao estádio, também aceitou o convite da CBF para que o político entregasse o troféu. Assim, associou o clube ao presidente desprezível, dividiu a torcida e pôs o foco da festa, que deveria ser dos atletas, naquele que continuará o desmonte do país iniciado por Temer.

Decacampeão

É Galo doido

La Bestia Negra

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Fabrício Farias

O que era mais temido aconteceu. Assim como em 1998, 2001, 2011 e 2016, o América mais uma vez não conseguiu ficar na Série A. E, neste ano, o resultado foi ainda mais doloroso: terminou o primeiro turno em 10º e só havia ficado na Decacampeão zona de rebaixamento por uma rodada antes desta reta final. Para piorar, teve várias chances de vencer o Fluminense no último jogo e se livrar da série B. O pênalti rejeitado por Rafael Moura, por inclinações pessoais e falta de hombridade, e assumido de forma melancólica e displicente pelo pior jogador do time, Luan, foi a exemplificação do que representou 2018 para o América: tinha tudo para dar certo, mas meia dúzia de incompetentes fizeram dar errado.

Nestas férias, não faltam especulações, negociações e indefinições. A gestão desastrosa em 2018 obriga o Atlético a se desfazer de atletas pouco utilizados ou com baixo rendimento. A princípio, estão fora o zagueiro uruguaio Martin É Rea, Juninho e Tomás Andrade. Galo doido! Na barca cabe mais gente. A dúvida é quem virá para compor um elenco competitivo e à altura da tradição do Alvinegro. A diretoria ainda não definiu se Marques fica ou se será contratado outro diretor de futebol. Levir sabe que o tempo é curto e a concorrência nas contratações é ferrenha. Todos aprenderam que é fundamental contar com alternativas para até três times, por causa do número e extensão das competições.

Salve, nação azul! O hexa não apagou nosso pé atrás com Mano Menezes pelo futebol defensivo e a campanha mediana no Brasileirão. O craque Alex também falou sobre isso. Ele enxergou um time extremamente concentrado e eficaz na Copa Brasil e Negra outro mais disperLado Bestia so e menos agressivo no Brasileiro. Um clube da nossa grandeza tem que se portar como tal em qualquer competição. A CBF divulgou o ranking de clubes brasileiros nos últimos cinco anos e aparecemos em segundo lugar. A mentalidade de clube grande deve ser sempre cultivada e demonstrada dentro de campo. Não é à toa que, na era dos pontos corridos, somos a única equipe fora do eixo Rio-SP que ganhou o Brasileirão. Saudações celestes!


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