Cultura Racional - 2º Volume da Obra

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295 2º O – Universo em Desencanto

Cegos de olhos abertos, com essa vida de sofrimentos, de preocupações sem limites, de desmaios, de loucuras, de nervosismos, de desequilíbrios. Por não valerem nada, por surgirem do nada e acabarem em nada, lutam sem proveito, um nada em luta pelo nada, para acabar em nada. Só mesmo cegos de olhos abertos, penitentes, se penitenciando com este nada, surgiram do nada, valorizam o nada, para acabar em nada. E tudo fica aí, o tudo aparente fica para iludir os que surgem do nada, sonhando com o nada, com esse tudo aparente, acabando em nada, se martirizando pelo nada, guerreando pelo nada, guerreiros vencidos, reduzindo-se ao nada. Não adiantaram nada as lutas, não adiantaram nada as guerras, pois a vida se resume no que começou. Começou do nada e termina em nada. Cegos de olhos abertos sonham com o nada, como se tudo fosse, dando valor ao nada, como se tudo fosse, se desesperando pelo nada, como se tudo fosse, vivendo nesse desequilíbrio, horrivelmente. Morrem e ficam aí os iludidos guerreando pelo nada; então tudo isto é que cegava todos, é que fazia todos sonharem. Era o elétrico e magnético que conservava todos nessa brutalidade infernal, porque a vida deste jeito se tornou um inferno para todos. Por isso, costumam dizer: “O mundo é um inferno; o elétrico e magnético é que cegou todos com o magnetismo, todos estão magnetizados.”


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