Tribuna do Piracicaba - A Voz do Rio - Edição 264

Bacia do Piracicaba, Agosto de 2020 / Edição 264 – Ano XXVII / Distribuição Dirigida Gratuita / Nas bancas: R$ 2,00

O rio que transportou uma usina Em 1828, as forjas catalãs, com destino a Monlevade, subiam o Piracicaba Páginas 6 e 7

Aves do Piracicaba Página 8

Queimadas: crime e prevenção Páginas 3 e 4

Agosto de 2020

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Ofício n° 018/2020/CBH-Piracicaba Às prefeituras dos municípios da Bacia do Piracicaba Assunto: Informes sobre a Iniciativa Rio Vivo.

Referência: Ato Convocatório IBIO nº 03/2017; UGRH 02 Piracicaba; Lotes 01, 02 e 03.

Prezado (a) Senhor (a), Os Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, por meio do Instituto BioAtlântica (IBIO), entidade delegatária e equiparada às funções de Agência de Água, utilizam recursos da cobrança pelo uso da água, arrecadados pelo estado de Minas Gerais, para a realização dos programas previstos no Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH) da bacia do rio Doce, hierarquizados no Plano de Aplicação Plurianual (PAP).

No ano de 2016 foi publicado o EDITAL DE CHAMAMENTO PÚBLICO Nº 01/2016, no qual este município foi selecionado para ser contemplado com as ações do RIO VIVO, nome dado à implementação conjunta de três programas do PIRH: P12 - Programa de Controle de Atividades Geradoras de Sedimentos; P42 - Programa de Expansão do Saneamento Rural; P52 - Programa de Recomposição de APPs e nascentes.

O RIO VIVO é dividido em duas etapas.

A primeira consiste na contratação de empresas para realização de diagnósticos e projetos em imóveis rurais, para detectarem, no âmbito dos programas P12, P42 e P52, os pontos que necessitam de intervenção.

A segunda etapa consiste na execução dos projetos elaborados pelas empresas na primeira etapa. As intervenções previstas para cada programa são: P12: barraginhas e caixas-secas; P42: sistema de tratamento de esgoto; sistema de tratamento de água.

P52: ações de recuperação de nascentes, como cercamento e/ou plantio; Em 2017, foi por meio de processo licitatório, contratada a empresa Fundação Educacional de Caratinga (FUNEC), para a prestação dos ser-

viços de elaboração de diagnósticos e projetos (primeira etapa) na bacia do Rio Piracicaba, sendo que os 20 municípios contemplados foram divididos em 03 Lotes, sendo: Lote 01: Mariana, Catas Altas, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, São Gonçalo do Rio Abaixo e Rio Piracicaba; Lote 02: João Monlevade, São Domingos do Prata, Bela Vista de Minas, Nova Era, Itabira e Alvinópolis; Lote 03: Antônio Dias, Jaguaraçu, Marliéria, Timóteo, Coronel Fabriciano, Ipatinga e Santana do Paraíso.

No entanto, na fase de análise da documentação da Empresa FUNEC, para se proceder ao aditamento para prorrogação do prazo contratual, foi identificada irregularidade junto à Fazenda Federal, implicando na rescisão contratual.

Ao todo, 10 (dez) produtos foram contratados, conforme listado abaixo, sendo que a empresa FUNEC finalizou a entrega dos Produtos 1 a 5 e iniciou a entrega do Produto 6.1.

Produto 1 - Plano de

Trabalho (por lote); Produto 2 - Validação das microbacias de atuação (por município); Produto 3 - Plano de Mobilização Social e Educação Ambiental (por município); Produto 4.1 - Diagnóstico Ambiental do Imóvel Rural (por imóvel); Produto 4.2 - Diagnósticos Ambientais Compilados (por município); Produto 5 - Cadastro Ambiental Rural (CAR) do Imóvel Rural (por imóvel); Produto 6.1 - Projeto de Adequação Ambiental do Imóvel Rural (por imóvel); Produto 6.2 - Projetos Ambientais Compilados (por município); Produto 7 - Termos de Referência Temáticos para Execução de Projetos, capacitação técnica e análise inicial dos parâmetros de monitoramento (por município;) Produto 8 - Termo de Referência para Monitoramento (por município). Considerando o problema ocorrido junto à empresa incialmente contratada, a continuidade do Rio Vivo está atrelada à realização de novo processo licitatório para seleção de nova

empresa, que dará prosseguimento à elaboração dos produtos que não foram entregues.

No entanto, comunicamos que ainda não foi possível operacionalizar a referida contratação, considerando que o CBH-Piracicaba está em processo de transição para uma nova entidade equiparada, pois o IBIO, que atualmente desempenha essa função, está em processo de rescisão contratual junto ao IGAM, com previsão de término das atividades em 30/09/2020.

Sendo assim, as discussões para a retomada dos trâmites necessários à seleção das empresas para a continuidade do programa ocorrerão após o início das atividades da nova agência, previsto para o mês de outubro.

No entanto, considerando que será necessário um prazo para a reestruturação da entidade, ainda não é possível prever quando, efetivamente, as ações do Rio Vivo serão reiniciadas.

Cumpre reafirmar, porém, a manutenção irrestrita do compromisso assumido pelo CBH-Piracicaba junto aos municípios e os proprietários contemplados no que se refere à continuidade do Rio Vivo, sendo que o comitê garantirá os recursos financeiros necessários, visando melhorar a qualidade e quantidade de água em sua bacia e, consequentemente, promover a melhoria ambiental.

Solicitamos que este ofício seja transmitido aos

membros da UGP, para ciência e para que Comuniquem aos proprietários rurais contemplados.

Sem mais, antecipamos nossos agradecimentos.

João Monlevade/MG, 13 de agosto de 2020.

Flamínio Guerra Guimarães Presidente do CBH-Piracicaba

EXPEDIENTE

Tribuna do Piracicaba • Editor: Geraldo Magela Gonçalves • Diretor Geral: Rafaela Iara Pantuza Gonçalves • Comercial: contato@tribunadopiracicaba.com (31) 9 9965-4503 • Diagramação/Arte: Sérgio Henrique Braga • Impressão: Gráfica Bom Dia • Representante Comercial: Super Mídia Brasil - BH Bacia do Piracicaba Redação e Administração Rua Lucindo Caldeira, nº 159, Sl. 301, Alvorada, CEP.: 35930-028 João Monlevade / MG / Brasil (31) 9 9965-4503 • A Voz do Rio Online: www.tribunadopiracicaba.com Circulação: Bacia Hidrográfica do rio Piracicaba FUNDADO EM FEVEREIRO DE 1994 Razão Social : Drielle Pantuza GonçalvesMEI CNPJ 31.569.299/0001-23 Todos os Direitos Reservados contato@tribunadopiracicaba.com

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Consep-1 está criando uma brigada florestal voluntária em Monlevade O Conselho Comunitário de Segurança Pública do Setor 1 de João Monlevade (Consep-1) está implantando uma brigada florestal voluntária, que poderá atender até 10 municípios da microrregião do Médio Piracicaba. O trabalho da brigada seria semelhante ao que é desenvolvido pelo Serviço Voluntário de Resgate (Sevor), porém com foco no combate a incêndios florestais e preservação do meio ambiente. A proposta ainda envolve outras ações, como poda de árvores, campanhas de conscientização e ações sociais, que seriam realizadas durante o ano todo

Durante reunião do Consep, presidente apresentou proposta da Brigada.

e não só no período de seca, quando o combate a incêndios florestais é mais requisitado.

O presidente do Con-

sep-1, o bombeiro civil Saulo Amaral, explicou que está sendo criada uma associação de serviços sociais, com 14 mem-

bros, que se encontra na fase de registro do CNPJ. Concluído esse registro, será publicado um edital para inscrição de 20 vo-

luntários, que receberão treinamento para combate a incêndios florestais.

“Pretendemos iniciar com este número e expandi-lo futuramente. Já estamos trabalhando neste edital e devemos publicá-lo 15 dias após a posse da diretoria”, explicou.

Segundo Saulo Amaral, o edital para o processo de seleção é um passo necessário para que a associação possa treinar as pessoas que se voluntariarem para o serviço. Também será buscado o credenciamento pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Entretanto, esse credenciamento exige que os brigadistas

façam um curso com o Corpo de Bombeiros ou instituição reconhecida.

“Estamos tomando todos os cuidados e seguindo os passos legais para que a associação receba a devida autorização para atuar”, afirmou.

A criação da brigada já conta com apoio institucional do Programa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Previncêndio), que é coordenado pelo Instituto Estadual de Floresta (IEF). Além disso, a futura associação já vem recebendo apoio através de doação de equipamentos, que estão avaliados em R$ 5 mil.

Legislação pesa no bolso dos incendiários

Colocar fogo em lixo, restos de cultura ou em qualquer outros materiais configura crime passível de multa.

Ninguém pode descumprir uma lei alegando o seu desconhecimento e para evitar que isso aconteça, que um desavisado seja pego queimando lixo, queimando restos de cultura em lavouras ou mesmo uma capina de quintal, o Tribuna do Piracicaba publica aqui onde cada um dos crimes se encaixa e qual a multa que pesará no bolso do incendiário de plantão.

Conheça o Decreto 47.383 e suaaplicabili dade

O valor da Unidade Fiscal do Estado de Minas Gerais para o ano de 2020 é de R$ 3,7116.

Descrição da infração - Queimar resíduos sólidos (lixo, restos de culturas, capina de quintal entre outros) a céu aberto ou em recipientes, instalações ou equipamentos não licenciados para esta finalidade, salvo em caso de decretação de emergência sanitária e desde que autorizada pelo órgão competente.

Classificação: Grave – Multa: de 250 A 750

UFEMG. Descrição da infração - Fazer queima controlada com autorização, sem tomar as precauções adequadas. Classificação: Grave - Incidência da pena: Por hectare ou fração. a) De 175 a 350, por hectare ou fração de área queimada; b) De 500 a 1.000 por hectare ou fração de área queimada no interior de Unidades de Conservação de Uso Sustentável ou Zona de Amortecimento de Unidades de Conservação

de Proteção Integral; c) De 1.000 a 2.000 por hectare ou fração de área queimada no interior de Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Descrição da infração - Fazer queima controlada sem autorização do órgão ambiental. Classificação: Gravíssima - Incidência da pena: Por hectare ou fração. a) Área comum ocupada com pastagem artificial ou culturas agrícolas e florestais: de 175 a 500 por hectare ou fração. b) área comum ocupada com florestas e demais formas de vegetação nativa: de 500 a 1.000 por hectare ou fração; c) Unidades de Conservação de Uso Sustentável ou zona de amortecimento de Unidades de Conservação de Proteção Integral: de 1.000 a 1.600 por hectare ou fração; d) No interior de Unidades de Conservação de Proteção Integral: de 1.400 a 2.500 por hectare ou fração.

Descrição da infração - Criar condições favoráveis à ocorrência de

incêndios florestais em áreas consideradas críticas, como margens de rodovias e ferrovias, áreas de preservação permanente, reserva legal, unidades de conservação de uso sustentável e unidades de conservação de proteção integral e zona de amortecimento, corredores ecológicos, fragmentos florestais nativos e sob linha de transmissão de energia elétrica.

Classificação: Grave Incidência da pena Por ato. a) Margens de rodovias e ferrovias, áreas de preservação permanente, reserva legal, corredores ecológicos, fragmentos florestais nativos de grande porte e sob linha de transmissão de energia elétrica: de 175 a 500 por ato; b) Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Zona de amortecimento de Unidades de Conservação Integral: de 800 a 1.500 por ato; c) Unidades de Conservação de Proteção Integral: de 1.200 a 2.000 por ato.

Descrição da infração -

Provocar incêndio em florestas e demais formas de vegetação. Classificação: Gravíssima. - Incidência da pena Por hectare ou fração. a) Área comum ocupada com pastagem artificial ou culturas agrícolas e florestais: de 175 a 500 por hectare ou fração; b) Área comum ocupada com florestas e demais formas de vegetação nativa: de 500 a 1.500 por hectare ou fração; c) Reserva Legal: de 500 a 1.500 por hectare ou fração; d) Área de Preservação Permanente, Unidades de Conservação de Uso Sustentável e Zona de Amortecimento de Unidades de Conservação de Proteção Integral: de 700 a 2.000 por hectare ou fração; e) Unidades de Conservação de Proteção Integral: de 1.000 a 3.000 por hectare ou fração; f) Bioma de Mata Atlântica: de 1.500 a 3.000 por hectare ou fração; g) Margens de rodovias e ferrovias e sob linha de transmissão de energia elétrica: de 500 a 1.500 por hectare ou fração.

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CENIBRA lança campanha anual contra incêndios florestais Quando o assunto é prevenir as queimadas, de que lado você está? É o que pergunta a campanha de prevenção a incêndios florestais da Cenibra, que neste ano terá como tema: “Quando o fogo está por todos os lados, a vida fica sem saída.”

Além dos prejuízos à fauna, à flora e ao solo, os incêndios florestais trazem graves problemas sociais, econômicos e de saúde pública. Quanto mais incêndios, mais poluição do ar, mais erosão do solo, mais nascentes secando, mais doenças, menos alimentos e água pura, menos biodiversidade e menos beleza no planeta.

Campanha Cenibra A campanha mobilizará as comunidades da área de atuação da Empresa por meio de encontros, treinamentos e propagandas em rádios, TVs, jornais e portais e promoverá a conscientização e a mudança de compor-

Cenibra prepara suas áreas para temporada de seca para evitar incêndios florestais.

tamento da população quanto à necessidade de evitar queimadas.

Para reduzir os impactos ambientais das queimadas, a Cenibra atua em duas linhas: prevenção e combate. Por isso, investe continuamente em um sistema que adota técnicas e recursos que maximizam a eficiência e incorporam permanentemente novas estratégias de redução da ocorrência de queimadas, responsáveis por provocarem danos ao patrimônio florestal e ecológico da Empresa e de toda a região.

A prioridade do sistema é voltada para as ações preventivas e todo o trabalho é realizado pela integração dos esforços dos setores técnicos, operacionais e administrativos da Empresa.

Durante os meses de junho a outubro, quando o clima seco favorece a propagação de incêndios florestais, as medidas de prevenção são intensificadas. A Cenibra possui um Grupo de Trabalho de Incêndios Florestais, que tem como objetivo identificar e apoiar a implementação de ações que

minimizam a ocorrência de incêndios florestais.

Entre as ações estão: elaboração do Plano de Ação, com estratégias de prevenção e combate em nível regional; mapeamento de pontos críticos, baseado no histórico de ocorrência de incêndios e pontos com baixo sinal de cobertura do sistema de radiocomunicação e vídeo-monitoramento; manutenção de aceiros e estradas, a qual é realizada anualmente antes do período crítico de incêndio para dar agilidade e segurança ao desloca-

mento nas áreas onde há as ocorrências.

A Central de Monitoramento funciona 24 horas por dia e possui diversas câmeras de longo e curto alcance e um sistema moderno de detecção automática de fumaça. Além de identificar e localizar focos de incêndios, a Central também protege o patrimônio e as áreas de reserva e de preservação permanente de alto valor de conservação.

Uma equipe especializada faz a vigilância constante das áreas, principalmente em pontos mais críticos, onde a probabilidade de ocorrências é maior, a fim de monitorar e identificar situações de risco.

O treinamento das equipes sobre estratégias de prevenção, técnicas de combate, utilização de ferramentas e equipamentos e medidas de segurança é realizado anualmente, e as regionais fazem simulados de incêndio para testar a eficiência do sistema

de prevenção e combate e identificar oportunidades de melhoria.

A Cenibra ainda conta com uma frota de caminhões-pipa e kits de combate rápido, distribuídos em pontos estratégicos de todas as regiões de atuação para atendimento às ocorrências.

A Empresa também busca constantemente a inovação e faz teste de novos equipamentos de combate a incêndio, com o objetivo de garantir maior agilidade e eficiência na extinção do foco. Áreas vizinhas Cerca de 20% das ocorrências de incêndio atendidas pela Cenibra são oriundas de focos fora da área de atuação da Empresa. Por isso, é feito o combate preventivo de incêndios em áreas vizinhas, que tem por finalidade reduzir o risco de propagação do fogo para as áreas próprias e minimizar os impactos ambientais.

CBH-Piracicaba elege nova diretoria para o biênio 2020-2022 No dia 24 de agosto, durante a 25ª Reunião Extraordinária do CBH-Piracicaba, realizada de forma tele presencial, foi eleita, por 24 votos favoráveis e duas abstenções, a chapa “Gestão Participativa pelas Águas”, única concorrente inscrita no processo eleitoral, publicado por meio do Edital CBH-Piracicaba nº 01/2020.

As abstenções foram das cadeiras da Fonasc e IAD. Composta por representantes dos quatro segmentos que integram o CBH-Piracicaba – Poder Público Estadual, Poder Público Municipal, Usuários e Sociedade Civil, - a nova diretoria, cujo

briciano, na função de secretário; e Welinton Rais da Silva, do Sindágua, no cargo de secretário adjunto.

Conforme plano de trabalho apresentado, a nova diretoria pretende contribuir para a evolução e melhoria do sistema de gerenciamento de recur-

sos hídricos, promovendo o fortalecimento e o reconhecimento social do CBH-Piracicaba, bem como a capacitação dos conselheiros e o aprimoramento dos instrumentos de gestão.

Além disso, a diretoria disse estar comprometida com a revisão do pla-

no de bacia e a efetiva implementação dos programas e projetos hierarquizados no plano de aplicação dos recursos arrecadados por meio da cobrança pelo uso da água, visando à melhoria da qualidade e o aumento da quantidade da água na bacia.

Ivan César de Oliveira Bastos, na função de secretário.

Welinton Rais da Silva, compõe como secretário adjunto

Vinícius Perdigão, da Emater, assume a vice presidência

Jorge Martins Borges, do SAAE de Itabira é o novo presidente do CBH Piracicaba

mandato iniciará no dia 1º de outubro, será presidida por Jorge Martins Borges, do SAAE de Itabira, com o apoio de

Vinícius Moraes Perdigão, da EMATER, como vice-presidente; Ivan César de Oliveira Bastos, da Prefeitura de Coronel Fa-

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Na Estação da vida, Zé Araújo Criu, embarcou para mais um viagem Zé Araújo durante o último baile da Aciarp

n Bertolini

Criu ou Kril José Luiz de Araújo, o Criu para os rio piracicabenses, nasceu em 19 de agosto de 1930 em Inhapim – Minas, onde permaneceu até os 7 anos.

Em 1937, junto a seus pais e irmãos, mudou-se para Rio Piracicaba onde já chegou sendo matriculado no primário.

Ficou até 1940 na cidade quando novamente mudou-se com a família para Nova Lima.

Continuando a estudar, já aos 10 anos, começou também a trabalhar, inicialmente como engraxate e depois como jornaleiro.

Entrou para o escotismo e começou, como toda criança, a jogar futebol, uma paixão que o acompanharia a vida toda.

Em 1945 novamente a família se muda, desta vez para Alvinópolis,

Onde havia uma música boa, Zé Araújo estava presente

Zé Araújo junto ao Adjovan 7

Foto - Ramo

Mudar e viajar sempre foram uma constante na vida do famoso Zé Araújo Criu. Alfaiate, Despachante, Juiz de Paz e Conciliador – tudo isso resumido em uma companheira inseparável, uma maleta de couro marron, desgastada pelo tempo.

Adepto à “carona”, Criu cortava a cidade de um lado a outro e quando aparecia uma “chepa”, como se referia – não importava para onde ela estava indo – ele pegava, em qualquer lugar, ele tinha algo a resolver.

Zé Araújo - Criu, sempre de bem com a vida.

onde começou a trabalhar iniciando nas artes da alfaiataria com os irmãos Osvaldo Araújo e Carlos Araújo.

Em Alvinópolis mostrou seus dotes futebolísticos, sendo cooptado pelo Alvinopolense. Ainda em Alvinópolis descobriu as alegrias de ser seresteiro – o que cultivou até a despedida desse plano terreno.

Em 1949 retorna para Rio Piracicaba e poucos meses depois foi para Belo Horizonte, onde chegou a fazer testes como jogador no Cruzeiro, Atlético e no Metaluzina de Barão de Cocais.

Rio Piracicaba seria seu pedaço de céu e em 1952 volta definitivamente, quando conhece Dona Naná, com quem veio se casar anos depois e da

feliz união de 36 anos nasceram oito filhos.

Em 1956 foi eleito 1º suplente de Juiz de Paz, sendo nomeado titular em 1972.

Foi nomeado delegado municipal em 1960, cargo que ocupou até 1970.

Trabalhou como alfaiate, foi funcionário da Samitri e da Prefeitura Municipal, participando dos sensos rural em 1972, 1976 e 1980.

Participou também da vida política quando em 1976 foi eleito vereador, sendo o mais votado.

Foi presidente da Câmara Municipal de 1977 a 1982 e eleito vereador novamente em 1988.

Como desportista foi ropeiro, jogador, treinador, tesoureiro, secretário e presidente do Piracicaba

Gentil Alves é multado pela Justiça Eleitoral O pré-candidato a prefeito de Rio Piracicaba, Gentil Alves foi multado em R$5 mil por infringir a legislação eleitoral, veiculando propaganda eleitoral extemporânea, através de vídeo postado em redes sociais, conforme entendimento da Justiça Eleitoral. A penalidade foi aplicada pelo Juiz eleitoral, Estevão José Damazo, da 150ª Zona Eleitoral, a qual Rio Piracicaba está subordinada. O vídeo, motivo da multa, foi retirado das redes sociais, no entanto o pré-candidato não apresentou defesa no prazo legal, conforme informações do Cartório Eleitoral.

Esporte Clube.

Em 1950 iniciou no carnaval de rua de Rio Piracicaba, paixão que o acompanhou até 2019, já que esse ano a Festa Momesca Rio Piracicabense não aconteceu.

Com amigos formou um dos primeiros conjuntos da cidade, chamado “Os Carajás”, logo depois participou da formação do Edjovan 7 e nos meados de 1965 o conjunto Chuva Doce – que se apresentou até “ontem”.

Foi diretor da Assistên-

cia Social de Rio Piracicaba – Asilo Padre Pinto e do primeiro clube social da cidade – O Edem Clube. Foi presidente do Lions Clube e diretor animador do mesmo.

Em 1998 recebeu o Titulo de Cidadão Honorário de Rio Piracicaba.

De 2003 a 2005 exerceu o cargo de Juiz de Paz da Comarca de João Monlevade.

Continuou a exercer o cargo de Juiz de Paz em Rio Piracicaba e em 2007 foi empossado como Membro do

Juizado de Conciliação de Rio Piracicaba, trabalhando também como despachante.

Uma vida cheia de atividades, as quais exerceu com maestria e alegria – não considerava trabalho, “era serviço – de servir”.

No dia 31 de agosto deste – logo após completar seus 90 anos, Criu embarcou em mais uma viagem – mudou-se novamente.

Dessa vez partiu no trem da vida, deixando muita coisa boa em muitos corações.

Pré-candidato a prefeito, Alvício, completa chapa

Alvício Tikin fechou chapa com Leandro

O pré-candidato a prefeito de Rio Piracicaba, Alvicio Bibiano – o Tikin, completou sua chapa quando o graduado em química, Leandro José Dias Gonçalves de Oliveira, aceitou compor como pré-vice candidato a prefeito.

Nascido em Rio Piracicaba, Leandro José Dias Gonçalves de Oliveira, hoje com 29 anos, é filho de Toninho “Magazin” e Gláucia.

Formado em química a nível técnico na EMIP em João Monlevade e em nível superior pela universidade de Uberaba, especializou-se em química pela Universidade de Cândido Mendes e em Ciências pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Atua como revisor de várias revistas científicas na área de química, farmácia e saúde pública.

Trabalhou quase dez anos na prefeitura da cidade de Rio Piracicaba na área da saúde, como Chefe de setor de farmácia com ênfase em judicialização.

Foi secretário municipal de saúde em 2016, durante último ano da administração Gentil Alves, sendo homenageado em 2018 com a medalha do mérito legislativo “José Couto de Almeida”, como destaque nos serviços prestados na área de saúde.

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Respondendo a jornal, ex-prefeito tenta normalizar processos O ex-prefeito de Rio Piracicaba, Gentil Alves Costa, insatisfeito com a matéria veiculada na última edição do Tribuna do Piracicaba, procurou o veículo para apresentar sua versão dos fatos.

Como o próprio jornal já havia destacado na matéria, sempre disponibilizamos espaço para o contraditório, prática do veículo de comunicação há 26 anos, sempre a serviço da comunidade.

Segue a resposta do ex-prefeito Gentil Alves Costa: “Li, com espanto, a matéria do jornal Tribuna do

O ex-prefeito Gentil Alves tentou normalizar o erro

Piracicaba, cujo título é no mínimo deselegante, ainda mais quando se trata de um jornal com grande aceitação em nossa cidade. Sou um homem público que preza pela transparência e isonomia de minhas ações. Mas antes de ser um homem público, sou um ser humano. Que sente. Mesmo acostumado a ataques gratuitos, senti-me ofendido com o tom infeliz da matéria. Uma matéria escrita com o intuito de “informar ao leitor sobre a ficha de cada candidato” acaba por desinformar, trazendo informações equivocadas, sem comprovação como no trecho:

“... teria rendido uma condenação por improbidade administrativa e, segundo informações veiculadas, a mesma já teria transitada em julgado...” teria rendido uma condenação ou rendeu? Segundo informações veiculadas em qual meio? Todo homem público está sujeito a ter seus atos questionados.

Claro e válido. Vivemos em uma democracia. Há liberdade de expressão.

Estranho é transformar esses questionamentos em achismo, como foi colocado na matéria pelo jornal Tribuna de Piracicaba. Os processos que quase enchem uma página, são comuns a admi-

nistradores públicos que dedicam seu tempo e sua vida a proverem melhores condições aos cidadãos dessa amada cidade. Não nego e nunca neguei os processos, mas refuto o fato de não ser um candidato ficha limpa, sou, se não o fosse não me lançaria nessa nova corrida eleitoral buscando novamente trazer uma condição mais digna a essa população que tanto sofre.

Finalizando, deixo claro que vou lutar pela verdade, me posicionando contra qualquer propagação de notícias falsas, combatendo as famosas fake News em nossa querida Rio Piracicaba”.

Da redação

Jornal reafirma teor verdadeiro das matérias e contesta alegações do ex-prefeito Ao invés de tentar explicar sobre as inúmeras ações a que responde à justiça, o ex-prefeito preferiu atacar o jornal Tribuna do Piracicaba usando o espaço cedido a ele, justamente para que este apresentasse sua versão dos fatos.

De todo o teor da resposta do ex-prefeito consegue-se retirar apenas uma verdade – “... ainda mais quando se trata de um jornal com grande aceitação em nossa cidade“.

Vejamos: O homem público deve satisfação à comunidade onde atua e o jornal tem obrigação e dever de, diante a intenção deste de buscar assumir, mais uma vez, a condução dos destinos de uma cidade, jogar luz em todo histórico administrativo destes.

Ressaltamos que em nenhum momento a matéria em questão disse algo a respeito da vida pesso-

al do ex-prefeito.

Todas as informações contidas na matéria foram verificadas uma a uma e se encontram a disposição de qualquer cidadão, não contendo nenhuma informação equivocada – ao contrário, faltaram ainda detalhar processos do Tribunal de Contas que ainda tramitam e ainda inúmeras ações do Ministério Público que ainda aguardam julgamento.

Sobre a condenação por improbidade administrativa, cuja multa giraria em torno de R$181 mil, a mesma foi informada pelo mesmo local onde se encontra os processos citados – no site do TJMG, disponível ao público.

Reafirmamos que o Tribuna do Piracicaba, diferente do dito pelo ex-prefeito sobre “achismos”, o veículo acompanhou toda a gestão Gentil Alves, registrando ao longo de oito anos os “feitos e não feitos”

e ainda pesquisou sobre cada processo – inclusive esclarecendo sobre cada acusação que pesa sobre o ex-gestor.

O ex-prefeito diz ainda que processos “... são comuns a administradores públicos... “, tentando normalizar o que as pessoas mais criticam no político, que é justamente achar que se pode fazer tudo.

Pesquisamos mais uma vez e descobrimos que outros prefeitos que ficaram até mais tempo a frente da administração não “coleciona” essa quantidade de ações e processos – conforme veremos à frente.

Ex-prefeitos e seus mandatos aos olhos da justiça Fizemos uma pesquisa e buscamos fazer um comparativo entre os prefeitos que mais tempo estiveram à frente do executivo rio piracicabense, sendo eles:

Antônio José Cota – 14 anos; Gentil Alves Costa; 8 anos; Jorge Figueiredo Cotta, 6 anos.

Sites pesquisados: Tribunal de Justiça de Minas Gerais: www.tjmg. jus.br; Ministério Público de Minas Gerais: www. mpmg.mp.br; Tribunal de Contas de Minas Gerais: www.tce.mg.gov.br.

Relatório Jorge Figueiredo Cotta - O ex-prefeito Jorge Figueiredo Cotta, a frente do executivo rio piracicabense durante seis anos, não concorda que seja comum o homem público colecionar processos – mesmo porque, em sua ficha não foi encontrado nenhum processo, procedimento ou denuncia nos três órgãos pesquisados.

Antônio Jose Cota – O mais longevo prefeito eleito de Rio Piracicaba, Antônio Jose Cota, mesmo após ficar à frente do

executivo por 14 anos, apresenta apenas 2 ações no TJMG – sendo que em uma ele figura como vítima de crime contra a honra e outra datada de 1995 – Este processo está parado desde 1995.

Se houve algo de errado já deve estar prescrito.

No TCE e no MPMG não consta nada.

Gentil Alves Costa – Já Gentil Alves Costa “coleciona” ações – então vejamos: www.tjmg.jus.br : - Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 001726369.2012.8.13.0557; Autor da Ação: Ministério Público de Minas Gerais MPMG - Situação: Ativo; - Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 000962174.2014.8.13.0557; Autor da Ação: MPMG - Situação: Ativo; - Ação Civil Pública nº 000432282.2015.8.13.0557; Autor da Ação: MPMG -

Situação: Ativo; - Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 000527983.2015.8.13.0557; Autor da Ação: MPMG - Situação: Ativo; - Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 000392263.2018.8.13.0557; Autor da Ação: MPMG Situação: Ativo; - Ação Civil de Improbidade Administrativa nº 0006889-862015.8.13.0557 (Acordão – Decisão do TJMG nº 1.0557.15.000688-9/011 o TJMG condenou por improbidade administrativa. www.tce.mg.gov.br: Processos nº 924279; nº 898418; nº 886564. Todos em em andamento. w w w. m p m g . m p . b r : - No caso do MPMG aparecem quinze ações, mas não conseguimos acessar para verificar os casos a que eles dizem respeito, apenas foi verificado que os mesmos apresentam movimentação entre junho de 2013 até fevereiro de 2020.

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Editor do Tribuna é indicado à Câmaras Técnicas do CBH Doce e CBH Piracicaba O Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas – Fonasc.CBH, oficiou o CBH Doce e o CBH Piracicaba, apresentando Geraldo Magela Dindão Gonçalves, como novo membro da representação da instituição para assumir as cadeiras nas Câmaras Técnicas – CTGEC (Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos) no CBH do Rio Doce e também na CTOC (Câmara Técnica de Outorga e Cobrança) e CTIL (Câmara Técnica Institucional e Legal) no CBH Piracicaba.

Após a nomeação o coordenador geral do Fonasc, João Climaco Soares de Mendonça Filho, solicitou aos responsáveis a comunicação do ato à Gerência de Apoio aos Comitês de Bacias Hidrografias e ao Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos.

O convite para assumir as cadeiras das Câmaras Técnicas partiu do coordenador geral do Fonasc, João Clímaco, diante a participação efetiva do editor do Tribuna do Piracicaba junto ao CBH Piracicaba, sendo prontamente aceito pelo jornalista.

Geraldo Magela Dindão Gonçalves participa da

vida do rio Piracicaba, desde 1994, quando do enquadramento das águas da bacia desse importante afluente do Rio Doce.

Dindão também acompanhou a criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piracicaba a partir da Expedição Piracicaba 300 Anos Depois, do engenheiro ambiental Cláudio Guerra, em 1999.

Para o jornalista essa será mais uma tarefa nobre para sua jornada em prol das águas: “Mais que uma missão, uma doação com objetivo pessoal de poder contribuir com a essência da vida, que são os rios – não é a toa que toda civilização, toda cidade, nasceu em torno de um rio”, observou Dindão.

Câmaras técnicas Saiba mais A Câmara Técnica de Gestão de Eventos Críticos (CTGEC), é composta por, no mínimo, sete membros e, no máximo, quinze, tendo a participação permanente de representantes da CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) e Instituto Mineiro de Gestão das

Geraldo Dindão Gonçalves, acompanha o CBH Piracicaba desde sua criação e agora assume cadeiras nas Câmaras Técnicas.

Águas (IGAM) e priorizando a escolha de técnicos para compor a câmara.

Entre outras competências, cabe à CTGEC: I – Propor diretrizes, planos e programas para monitorar e prevenir os efeitos dos eventos críticos na área da Bacia do Rio Doce, de modo articulado com os demais comitês da bacia hidrográfica e os órgãos da Defesa Civil; II- Propor e analisar mecanismos de articulação e cooperação entre o poder público, os setores usuários e a sociedade civil, no âmbito de toda a bacia hidrográfica,

voltados para a minimização dos efeitos da ocorrência de eventos críticos na Bacia do Rio Doce; III – Acompanhar estudos, projetos e ações relacionadas com a ampliação, modernização e integração do Sistema de Alerta de Eventos Críticos – SACE/CPRM e demais sistemas de alerta em operação na Bacia do Rio Doce; IV – Propor e analisar diretrizes de disseminação da informação sobre a ocorrência de eventos críticos na bacia hidrográfica do rio Doce, em articulação com as ações desen-

volvidas no âmbito da Câmara Técnica de Capacitação, Informação e Mobilização Social – CTCI do CBH-Doce; V – Propor e acompanhar ações a serem implementadas no Plano Integrado de Recursos Hídricos – PIRH, destacadamente quanto a investimentos necessários ao desenvolvimento e implantação das diversas atividades de gestão, controle e proteção dos recursos hídricos que resultem na mitigação dos problemas decorrentes de eventos críticos na Bacia do Rio Doce; VI – Elaborar anualmente seu Plano de Trabalho

e cronograma de atividades, para aprovação no CBH-Doce.

CTOC e CTIL A Câmara Técnica de Outorga e Cobrança e a Câmara Técnica Institucional e Legal analisam temáticas específicas, de cunho técnico, para subsidiar as decisões do plenário, instância deliberativa do Comitê.

As câmaras técnicas orientam os membros do plenário sobre as decisões a serem tomadas referentes às diversas situações envolvendo o uso e manipulação das águas da bacia.

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85 anos da Usina de Monlevade e 180 anos da siderurgia monlevadense Esse ano, a Usina de Monlevade completa 85 anos – contando a partir do lançamento da pedra fundamental da “Usina Barbanson”, pelo Presidente da República Getúlio Vargas em 1935, iniciando uma fase moderna de produção de aço. Entretanto a siderurgia “aqui” teve início em 1840 – com o pioneirismo de Jan de Monlevade.

Lembrando que toda essa história passa totalmente pelas águas do Rio Piracicaba, que, em primeiro lugar foi um atrativo para que o jovem nobre francês, Jean de Monlevade, se instalasse em 1818 na então São Miguel de Rio Piracicaba.

Depois, o Piracicaba foi a via de acesso dos equipamentos que vieram da Europa e por fim sendo as águas do Piracicaba geradora de força que movimentavam os grandes martelos das Forjas Catalãs, posteriormente energia elétrica para atender à nova siderurgia.

Da Inglaterra a São Miguel do Piracicaba A “Epopeia” das Forjas Catalãs que se transformaram numa das melhores plantas siderúrgicas do mundo *Haruf Salmen Espindola

Diplomado pela Escola Politécnica de Paris, em 1812, Jean de Monlevade, na sua viagem à capitania das Minas Gerais conheceu a potencialidade do minério de ferro.

Casou-se em 1827 e fixou residência na região de São Miguel do Piracicaba, a meio caminho para São José da Lagoa, onde encontrou, às margens do Piracicaba, condições favoráveis para instalar um grande empreendimento siderúrgico: demanda reprimida,

Fazenda que foi sede administrativa de todo o complexo da fábrica de ferro de Jean de Monlevade

abundância de água, matas e minério de ferro.

E os rios entram em cena O empreendimento exigiu a importação de pesado equipamento da Inglaterra. Em1827, o presidente da província de Minas Gerais, recebeu um requerimento de Monlevade solicitando auxílio para o transporte das máquinas pelo rio Doce, único meio de fazê-las chegar até o local escolhido para a fábrica.

Em 13 de março, o visconde de Caeté ordenou que o comandante geral Guido Tomás Marlière prestasse todo auxílio, através das Divisões Militares do Rio Doce DMRD e fizesse entrar pela barra do rio Doce e

subir até o Porto de Canoas (Antônio Dias), no rio Piracicaba, acerca de nove léguas do destino final, as máquinas, “que pelo seu peso não tinham outro método de introduzir em Minas”.

O Comandante Marlière, que se encontrava no quartel-geral de Guidoval, na Zona da Mata, enviou circular aos comandantes das1ª, 2ª, 4ª e 6ª DMRD, informando sobre a missão.

Diante das dificuldades era necessário um “poderoso auxílio das divisões”. Os serviços das divisões foram repartidos da seguinte forma: todos os praças disponíveis e as canoas da 6ªDMRD, com os melhores pilotos e canoeiros ficariam encarregados da condução da divisa com a provín-

Equipamentos das Forjas que vieram da Inglateera, chegaram ao Rio de Janeiro, transportado até Vitória e de lá subindo o Rio Doce e o Piracicaba até Antônio Dias

cia do Espírito Santo até a cachoeira do Baguari (Governador Valadares).

O comandante deveria descer logo que recebesse aviso de Lourenço Archilles LéNoir (sic), responsável pela entrega dos equipamentos.

A 1ª DMRD prosseguiria, nos mesmos termos, com as suas canoas e as do comando geral e todos os seus praças, da cachoeira do Baguari (Governador Valadares) à Cachoeira do Leopoldo (Cachoeira Escura – Belo Oriente). Nesse ponto, a 2ª e 4ª DMRD receberiam as máquinas e as conduziriam até o Por todas Canoas, abaixo de Antônio Dias, onde findaria o auxílio.

A “Epopeia” Um ofício de Marlière dirigido ao vice-presidente, de 16 de dezembro de 1827, informava que logo que chegasse pelo correio a notícia da saída das máquinas do Rio de Janeiro mandaria o aviso. As divisões deveriam estar prontas com gente, mantimentos e canoas para a qualquer momento entrar em ação. O ofício ordenava que a circular fosse levada de um quartel a outro

sem que tivesse qualquer demora em um deles, seguindo por canoas militares ou do comércio.

O comandante da 6ª DMRD, a quem caberia o maior trecho de rio e a maior quantidade de cachoeiras para baldear, estava com tudo preparado em setembro de 1827.

Marlière escreveu e mandou que ele aguardasse o sinal positivo do chefe da expedição AchillesLe Noir (sic).

Entretanto advertiu com relação à segurança, para que o transporte fosse iniciado somente se não houvesse previsão de perigo ou cheias, do contrário deveria esperar tempo favorável.

Uma nova instrução para a 6ª DMRD mandou que fosse aguardar na barra do Rio Doce, no quartel de Regência.

As chuvas estavam apenas começando e, à medida que o tempo passava, ficaria mais arriscado subir o rio Doce. Mesmo assim, foram dadas ordens para que as divisões ficassem de prontidão.

Havia uma expectativa de fazer o transporte ainda naquele ano.

Equipamentos deixam o Porto do Rio de Janeiro No início de outubro Marlière recebeu a notícia de que os equipa-

mentos deixaram o porto do Rio de Janeiro, em 19 de setembro. Determinou que todas as canoas e gente da 4ª DMRD se colocassem de prontidão e despachou aviso para o comandante 6ª DMRD, recomendando que empregasse quantas canoas e gente tivesse a fim de obter o sucesso completo da missão. Afinal, tanto na Corte como em Ouro Preto, todos estariam com os olhos voltados para ver como as divisões iriam se sair. “O Rio de Janeiro olha para nós! Unam-se todas as divisões para este interessante fim”. No final conclui que o “trem” estava no rio Doce, pesava 475 arrobas (6.982,5 quilos) e carecia de cinco grandes canoas.

Para garantir o sucesso mandou o comandante empregar todos os índios que pudesse reunir, mas que se acrescentasse a despesa à conta que seria paga por Monlevade.

O comandante da 6ª DMRD levou consigo mantimentos para a expedição que acompanhava os equipamentos.

Marlière ordenou que fossem mostradas as instruções ao chefe da expedição, para que este se inteirasse das providências ordenadas. Também ordenou, se as canoas e gente da 1ª e 4ª DMRD não fossem suficientes,

Usina Barbanson de Monlevade comemora em 1935 a corrida do primeiro ferro guza

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Museu das Forjas Catalãs, junto ao Solar de Monlevade, retrata equipamentos que chegaram transportados em canoas nos rios Doce e Piracicaba

que a 6ª Divisão continuasse o auxílio até o fim, pois mais importante era o cumprimento da missão. Honra haveria de resultar para esta divisão.

A1ª DMRD se colocou de prontidão na cachoeira do Baguari com bastante gente, mantimento e todos os índios que conseguiu reunir.

Os equipamentos para a fábrica de ferro de Monlevade haviam deixado o porto do Rio de Janeiro numa sumaca (barco pequeno de dois mastros) comboiada por duas pequenas embarcações de guerra, porém, até àquele momento, não havia qualquer notícia. Os tripulantes de duas canoas de comércio que haviam chegado há pouco em Antônio Dias Abaixo, vindas da beira-mar, informaram que não avistaram qualquer expedi-

ção ao longo do rio.

Iniciou a estação de chuvas e as divisões recolheram-se aos quartéis. As preocupações de Marlière aumentaram e, em 13 de novembro expediu ordem circular às divisões para ficarem aguardando, porém em estado de prontidão e, logo que aparecesse na barra, o comandante da 6ª DMRD deveria acionar a todos, por meio de canoas militares ligeiras. Caso de não se poder realizar o transporte por causa da cheia do rio, mandaria avisar de novo, para que elas se recolhessem aos quartéis, pois não convinha expor a saúde de tanta gente inutilmente. Índios botocudos e canoas militares Como ele imaginou, em

2 de março de 1828, Marlière recebeu a informação da tripulação de uma canoa de comércio, que havia visto a carga sendo transferida para as canoas militares da 6ª Divisão, com a ajuda da escolta das canoas de carga e de muitos índios botocudos que os acompanhavam a missão, entre a vila de Linhares e as cachoeiras das Escadinhas (Aimorés).

A 6º DMRD, ao chegar à cachoeira do Baguari, decidiu continuar o transporte até o destino, sendo acompanhados pelos divisionários e índios que aguardavam nos lugares marcados para a 1ª e 4ª DMRD. Chegada em Antônio Dias

equipamentos cilíndricos vindas da Inglaterra para a fábrica de ferro de Monlevade, apesar do período das chuvas.

Segundo Marlière, a operação foi um sucesso e nada custou ao governo, pois as despesas correram todas por conta de Monlevade.

Forjas Catalãs entram em operação Em 1840, no mapa da população de São Miguel do Piracicaba aparecia o nome de Monlevade como proprietário de 151 escravos. A sua fábrica fornecia produtos para as grandes companhias inglesas que exploravam o ouro, tais como a Saint John d’El Rey (Morro Velho) e a Imperial Bra-

silian Mining Association (Gongo Soco), além de produzir ferramentas agrícolas e abastecer o comércio de Ouro Preto e outras vilas.

Impulsionado pelas forjas de Monlevade, o número de fundições cresceu significativamente nas décadas seguintes e, mais ainda, a quantidade de tendas de ferreiro.

São Miguel do Piracicaba lidera produção de ferro Em 1853, a usina de Monlevade produzia 160 toneladas de ferro/ano, com 150 escravos movimentando seis fornos, três forjas, quatro tendas, um maquinário de tornear ferro, dois rolos hidráulicos, três malhos,

quatro trompas, duas mãos de pilão para socar minério compacto e um grande engenho de serrar madeira. O ferro produzido era transformado em ferramentas para a mineração, bem como enxadas, machados, foices, ferraduras, bigornas, ferramentas e matéria-prima para as tendas de ferreiro, entre outros produtos.

Em 1882, a produção de ferro localizava-se próximo às fontes de matéria prima e consumo, com São Miguel do Piracicaba e Santa Bárbara concentrando 40% da produção. * Haruf Salmen Espindola, historiador graduado pela UFMG, mestre em História Política pela UnB; doutor em História Econômica pela USP.

Em 18 de abril de 1828, chegavam ao destino os

Equipamentos foram transportados nas canoas militares apoiadas pelos indios botocudos

Os indios botocudos participaram no auxílio aos militares para transportar os equipamentos de Jean de Monlevade

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Tico-tico-do-mato, o primo endêmico do tico-tico Fotos: João Sérgio Souza

Por: João Sérgio Souza Caros amigos leitores, nessa edição vamos lhes apresentar mais um belo passarinho endêmico do Brasil, ou seja, que só

ocorre no nosso país.

O tico-tico-do-mato (Arremon semitorquatus), também conhecido como tico-tico-coleiro, vive em áreas florestadas dos estados do Sudes-

te e do Sul, onde busca alimento geralmente no solo, como é de praxe entre os tico-ticos.

Em outra oportunidade, falamos aqui no Tribuna do seu “primo” mais

famoso e comum, o tico-tico. Sua família, a Passerellidae, inclui nove espécies que ocorrem no Brasil, das quais quatro ocorrem em nossa bacia. São elas: tico-tico, tico-tico-do-mato, tico-tico-de-bico-amarelo e tico-tico-do-campo. Futuramente podemos trazer-lhes as outras, se Deus assim permitir.

No Wikiaves, temos registros dessa espécie para

os municípios de Rio Piracicaba, Antônio Dias, São Gonçalo do Rio Abaixo, Mariana e Ouro Preto, mas certamente ocorre em outros (senão todos) municípios da bacia.

Como é um passarinho arisco e que vive em meio à densa vegetação rasteira do chão da mata, fotografá-lo costuma ser uma tarefa desafiadora, e, portanto, compensadora.

Se você mora em algum

município que ainda não possua registro do tico-tico-do-mato no maior site de ornitologia do mundo, que tal encarar o desafio e colocar sua cidade no mapa de distribuição dessa espécie?

Lembrando que o Wikiaves é gratuito (aceita fotos e sons que podem ser gravados do celular) e você ainda colabora com o que chamamos de ciência-cidadã.