EDIÇÃO 255

Bacia do Piracicaba, Outubro de 2019 / Edição 255 – Ano XXVI / Distribuição Dirigida Gratuita / Nas bancas: R$ 2,00

Crise hídrica a vista Comece a fechar a torneira para evitar racionamento Página 3

IV Seminário Integrado do Rio Doce Página 8

Aves do Piracicaba

Página 12

Outubro de 2019

2

*Por Dindão

Dindão e Diego Lima durante visita ao Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, em Belo Horizonte.

Expedição Piracicaba – Pela Vida do Rio

UNIFEI e CDTN - Participantes do Seminário objetivando alinhar propostas para futuro convênio entre as instituições

O projeto Expedição Piracicaba, que teve início em novembro de 2018, atravessou o primeiro semestre com a descida do rio e mobilização na Bacia – entre os dias 26 de maio a 5 de junho – ao contrário que muitos pensam que pararia por ali – segue em ritmo acelerado, com inúmeros desdobramentos.

EXPEDIENTE

Tribuna do Piracicaba • Diretor Responsável:

Diagnóstico Como exaustivamente falado durante a descida do rio, sabe-se que a bacia está doente, entretanto é necessário fazer o diagnóstico técnico científico das águas para posteriormente propor um tratamento.Para tanto seguem as análises laboratoriais das amostras colhidas durante a descida – estando envolvidos 4 laboratórios nesse trabalho: UNIFEI Itabira; SAAE Itabira, UFOP Ouro Preto e CDTN Belo Horizonte.

Mobilização e registros Além da mobilização realizada em todas as 20 cidades abaixo da nascente do Piracicaba, a equipe Registro disponibilizou cerca de 200 vídeos entrevistas, mais de 5 mil imagens e dezenas de textos, não só para os moradores da bacia, mas para todos os interessados no trabalho e na região – inserindo todo esse trabalho no www. expedicaopiracicaba.com Pontes entre instituições

Geraldo Magela Gonçalves • Diretor Geral: Rafaela Iara Pantuza Gonçalves • Comercial:

Encontro entre representantes da UNIFEI Itabira Profagua e CDTN.

UNIFEI X Prefeitura de Rio Piracicaba Outra parceria que está sendo trabalhada é entre a UNIFEI Itabira e a Prefeitura Municipal de Rio Piracicaba.

Enquanto a prefeitura de Rio Piracicaba apresenta uma demanda grande por desenvolvimento de projetos a UNIFEI Itabira apresenta uma boa oferta de corpo técnico em formação.

A parceria se encontra em fase de ajustes para que se tenha início a execução de diversos projetos, principalmente os projetos ambientais, já que quem puxa essa parceria é o Secretário de Meio Ambiente Augusto Silva.

Sebrae X Bacia do Piracicaba

Ao buscar parceiros para viabilizar o trabalho da Expedição, os organizadores acabaram criando uma ponte entre instituição – fato que poderá e muito contribuir com o futuro da bacia em se tratando de trabalhos acadêmicos e de pesquisas que poderão retornar em ações práticas para a revitalização do Piracicaba e seus afluentes. Além de estar se criando “pontes” entre a Unifei e prefeituras e entidades da região, essa ligação está acontecendo também a nível de instituições de pesquisa.

Está em fase final de fechamento de parceria o Sebrae e o CBH Piracicaba para implantação e execução do “Projeto de Fortalecimento do setor agropecuário”, que será piloto em cinco municípios.

Esse projeto alia um diagnóstico nas sub bacias do Piracicaba objetivando verificar a potencialidade das propriedades X a sustentabilidade, o que resulta em maior produtividade aliada ao uso racional dos recursos hídricos.

UNIFEI X CDTN

Integração da Bacia

Com a presença dos dirigentes do CDTN e do Profagua UNIFEI, foi realizado um grande seminário para discutir um acordo de cooperação entre as duas instituições, com o foco na SEGURANÇA HÍDRICA E DESENVOLVIMENTO REGIONAL para a Bacia do Piracicaba.

A oficialização e assinatura de protocolo de intenções poderá ser assinado em dezembro, selando o início de uma relação que trará inúmeros benefícios à Bacia do Piracicaba.

Está sendo criada uma associação a nível regional com representação de todas os municípios da bacia com a finalidade de integrar a bacia sob todos os aspectos e trabalhar efetivamente os problemas d mesma – lembrando que o que acontece em cima atinge quem está embaixo.

Interessados podem entrar em contato através do e-mail contato@ expedicaopiracicaba.com, enviando nome completo, endereço, Identidade e contato telefônico.

dindao@bomdiaonline.com (31) 9 9965-4503 • Diagramação/Arte: Sérgio Henrique Braga • Impressão: Gráfica Bom Dia • Representante Comercial: Super Mídia Brasil - BH Redação e Administração Rua Lucindo Caldeira, nº 159, Sl. 301, Alvorada, CEP.: 35930-028 João Monlevade / MG / Brasil (31) 3851.3024 • A Voz do Rio Online: www.tribunadopiracicaba.com Circulação: Bacia Hidrográfica do rio Piracicaba

FUNDADO EM FEVEREIRO DE 1994 Razão Social : Geraldo Magela Gonçalves MEI CNPJ - 27.776.573/0001-68 Todos os Direitos Reservados contato@tribunadopiracicaba.com

Outubro de 2019

3

Crise hídrica bate à porta mais uma vez Diminui as chuvas, aumentam as queimadas e a falta de água a cada dia se torna uma realidade Geral - Em 2017, moradores de pelo menos 88 municípios que têm concessão com a COPASA sofreram com a falta de água. Destes, dois entraram em situação de colapso, o racionamento foi uma realidade. Outros 63 municípios estiveram em iminente colapso, por isso, fizeram rodízio de fornecimento entre bairros e regiões e 23 apresentaram sérios problemas.

Em relação às cidades que têm sistemas de abastecimento autônomos, 50 tiveram racionamento e 13 fizeram rodízio para suportar o período seco.

Portanto, cerca de 151 municípios mineiros já enfrentaram problemas devido a crise hídrica há dois anos, ou seja, em 2017.

Naquele ano, os serviços de meteorologia faziam boas previsões para 2018, informando que, segundo os modelos de previsão, o período chuvoso seria consistente, com índices acima da média.

Entretanto essas previsões não se confirmaram em 2018 e esse ano, que havia esperanças de compensação, também não se tornaram realidade e diante da falta de chuva, bem abaixo da média até o momento, faz acender a luz amarela.

Os sinais estão no ar: por que o risco de crise da água é cada vez mais concreto.

Escassez hídrica Enquanto os indicadores reforçam risco de nova crise hídrica no estado, onde sete bacias já tiveram decretadas escassez hídrica e contam com restrição para o uso de seus recursos, o Rio das Velhas só não entrou em colapso ainda devido a medida emergencial.

Sob o risco de racionamento a partir de março e há 134 dias sem chuvas

significativas, Belo Horizonte e região metropolitana enfrentam uma ameaça de falta d’água que já paira sobre mais de 12% dos municípios em Minas Gerais. A mancha da escassez de recursos hídricos abrange oficialmente 105 cidades, localizadas em sete bacias declaradas em situação crítica pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

Portarias do órgão determinam nesses casos medidas de redução do uso da água que vão de 20%, para abastecimento público, até 50%. Entre os mananciais com restrição está o Rio das Velhas, que abastece 64,2% da população da capital e 43,4% do aglomerado metropolitano.

Esse número de cidades com problemas pode aumentar, já que muitos ainda resistem confiando nas chuvas do período – entretanto elas podem não vir, como alertam os especialistas.

Bacia do Piracicaba A crise hídrica já começa a afetar também a Bacia do Piracicaba. Tanto o Rio Piracicaba quanto um dos seus principais afluentes, o Santa Bárbara, a cada dia vem baixando o nível – baixo volume piora a qualidade das águas, já que a maioria das cidades não contam com tratamento do esgotamento sanitário.

Para piorar, no caso do Rio Santa Bárbara, a barragem do Peti teve seu reservatório baixado drasticamente devido ao risco de rompimento da Barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais – com isso a vazão agora tem prejudicado o nível do rio – que abastece praticamente toda população de João Monlevade.

Em Itabira a crise no abastecimento já vem

Ou você começa a usar com racionalidade ou sua torneira poderá secar mais rápido do que imagina

desde 2014 e investimentos estão sendo realizados na tentativa de evitar um colapso.

Em Rio Piracicaba a Copasa vem anunciando através de serviços de som volante sobre a necessidade de se economizar água, dando dicas de uso racional do produto.

Falta de água Apesar do Brasil apresentar quase um quinto das reservas hídricas do mundo, a falta de água é uma realidade em várias regiões do país. Alguns estudos indicam que os episódios de falta de recursos hídricos devem se repetir nos próximos anos.

Causas Existem várias causas para a falta de água no Brasil, as principais são: Aumento do consumo de água - Apesar da água possuir capacidade de renovação, o seu consumo ainda é maior do que essa capacidade.

No Brasil, o aumento do consumo de água deve-se ao crescimento populacional, industrial e

da agricultura.

Para se ter um exemplo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), de cada cem litros de água consumidos, 72 são usados na irrigação agrícola.

Desperdício de água Como vimos, grande parte do consumo de água no Brasil deve-se a irrigação na agricultura. Porém, o setor também é um dos maiores responsáveis pelo desperdício de água.

O desperdício também ocorre no cotidiano das pessoas, por exemplo: ao deixar torneiras abertas por muito tempo, banhos prolongados e vazamentos.

Diminuição do nível de chuvas O desmatamento na floresta amazônica é também diretamente relacionado a falta de chuva no país. Mas qual é a relação entre a falta de chuvas e a Amazônia?

Isso ocorre devido ao fenômeno dinâmico dos “rios voadores” que leva umidade a várias regiões da América do Sul.

O processo ocorre da seguinte forma: O vapor de água formado nas águas tropicais do oceano Atlântico encontra-se e é alimentado pela umidade da floresta amazônica. Toda essa umidade atravessa a Amazônia até encontrar o paredão da Cordilheira dos Andes.

Ali, uma parte da umidade transforma-se em chuva e alimenta nascentes de grandes rios, como o Rio Amazonas.

A outra parte, é direcionada para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.

Portanto o fogo lá atinge e muito quem mora aqui.

Desmatamento As constantes supressões de florestas em torno das nascentes também vem provocando a redução dos recursos hídricos nas regiões afetadas por estas ações. Árvores são responsáveis pelo controle do clima e pela absorção das águas – conduzindo-as até os lenções freáticos.

Regiões afetadas A região Sudeste foi a

mais afetada pela crise da falta de água em 2014 e 2015 e parece que deverá ser a mais afetada agora também.

Consequências Entre as consequências da crise hídrica no Brasil estão: Redução da oferta de alimentos; 62% da energia do Brasil é gerada em usinas hidrelétricas - assim, a falta de água também compromete o fornecimento de energia elétrica; diminuição da oferta de água para a população; impactos na economia.

Soluções Para enfrentar a escassez de água algumas atitudes devem ser adotadas. As ações envolvem o nível governamental, comunitário e individual. São elas: Utilizar a água de maneira racional; Reuso da água; Reutilizar a água da chuva; Conservar as bacias hídricas, nascentes de água e rios e reflorestar os topos de morros, terrenos com aclive acentuados e matas ciliares.

Outubro de 2019

4

Catas Altas busca excelência no trato dos recursos hídricos Atuando com responsabilidade ambiental, principalmente no que se refere aos recursos hídricos, a prefeitura de Catas Altas vem investindo tanto no tratamento da água que distribui à população quanto no esgoto que trata para devolver aos cursos d´água que cortam o município.

Para tanto, uma série de ações estão sendo executadas objetivando preservar os recursos hídricos e, como a cidade se encontra na “cabeceira” da bacia, entregar para as cidades a jusante – ou seja, abaixo, uma água de qualidade. Confira algumas dessas ações.

Moradores opinam sobre sistema de tratamento de esgoto Um sistema de tratamento de esgoto mais econômico e mais fácil de ser operado foi o escolhido pelos moradores para ser implantando em Catas Altas.

A escolha foi realizada durante uma visita técnica ao Centro de Pesquisa e Tratamento em Saneamento (Cepts) UFMG/ Copasa, que aconteceu em setembro.

Na ocasião, 24 moradores do bairro Vista Alegre e da comunidade Vila Rica estiveram na Universidade Federal de Minas Gerais em Belo Horizonte discutindo o melhor sistema para o

Capacitação com os operadores ETA e ETE5

município.

Durante a visita, os representantes da Cepts apresentaram três modelos de tratamento sendo escolhido o que usa reator UASB anaeróbio seguido de um filtro anaeróbio. Ele é eficiente, mais barato e sua operação mais fácil, se mostrando mais adequado à Catas Altas, Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Reginaldo Nascimento, com essa escolha, a prefeitura irá mudar a forma de tratamento na ETE, que atualmente utiliza o reator anaeróbico seguido de lodo ativado por aeração.

“Estamos iniciando o processo para licitação da interceptação do esgoto do Vista Alegre à Estação de Tratamento localizada no bairro. Quando estiver em funcionamento, já vai

Catasaltenses visitam modelos de ETE na UFMG FG4, em Belo Horizonte.

estar com o novo sistema escolhido pelos moradores”, destaca Nascimento.

“Com esse novo modelo, vamos resolver um problema antigo de Catas Altas, melhorando as condições sanitárias e o meio ambiente em nosso município”, explica o vice-prefeito Fernando Rodrigues Guimarães que também esteve presente na visita.

Para finalizar, o grupo ainda participou de uma dinâmica para aprender um pouco mais sobre o que deve ou não ser jogado no esgoto, contribuindo para melhoria do tratamento.

Reginaldo Nascimento finaliza que a atividade foi muito positiva. “Foi muito proveitoso, pois a comunidade pôde tirar suas dúvidas e ainda se sentiu valorizada por estar participando nas decisões do município, principalmente em relação a um assunto tão importante como esse”, finaliza.

De acordo com o prefeito José Alves Parreira, esse envolvimento na escolha de como vai funcionar um serviço público é inédita em Catas Altas. “Trabalhamos com transparência e queremos que os moradores, que são os mais atingidos pelo problema, pos-

sam fazer parte das conquistas e melhorias que estamos buscando para eles. Nosso objetivo é envolve-los nas decisões para que possam entender que fazem parte da construção de uma cidade melhor”, explicou.

Prefeitura capacita operadores de ETE e ETA A Prefeitura promoveu nos dias 7, 8 e 9 de outubro a capacitação de nove operadores das Estações de Tratamento de Água (ETA) e de Esgoto (ETE).

A atividade foi realizada em parceria com o Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Engenharia Solidária da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas

Gerais (NESol/UFMG).

Durante as oficinas, os operadores levantaram problemas existentes na operação da ETA e apresentaram as instalações e os processos de captação e distribuição da água.

Além disso, foram propostas ideias para melhoria no tratamento da água de Catas Altas.

Essa é a primeira de uma série de oficinas que integram parte do contrato firmado entre o NESol e o município, englobando ainda tratamento de esgoto, unidade de triagem e compostagem (UTC) e gestão dos serviços de saneamento.

Moradores do Morro D’Água Quente discutem ETA Aconteceu no final de setembro uma reunião com os moradores do Morro D’Água Quente para discutir um novo sistema de tratamento de água no distrito.

Na ocasião, que contou com a presença de cerca de 40 pessoas, três estudantes de engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) colheram informações sobre as necessidades dos moradores e as características da água da comunidade.

Além disso, aprovei-

taram para esclarecer as dúvidas dos presentes e explicar alguns padrões de tratamento adequado da água para consumo.

Com os dados em mãos, os representantes da UFMG irão fazer uma análise e retornar ao município com duas propostas de sistema de tratamento. A ideia é que a população possa escolher a que melhor se adapta à realidade do distrito.

“O que nós queremos é que os moradores possam fazer parte das decisões que vão afetá-los diretamente. Só assim, com participação de todos, poderemos caminhar para um lugar melhor para se viver”, destaca o prefeito José Alves Parreira.

Convênio com UFMG – a ação faz parte do convênio firmado entre a Prefeitura e a UFMG em 2018 com objetivo de elaborar projetos de saneamento básico e educação ambiental em todo município.

No ano passado, os estudantes estiveram em Catas Altas fazendo um diagnóstico da situação sanitária e observaram de perto as condições de saneamento, como água, lixo e esgoto, além de questões sobre saúde, educação e segurança e algumas subjetivas, como sonhos e desejos dos moradores.

Reunião sobre o novo sistema de tratamento de água no distrito de Morro da Água Quente.

Outubro de 2019

5

Outubro de 2019

6

Expedição Piracicaba é um dos projetos finalistas ao Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade Projeto estará concorrendo na categoria “Mobilização Social” no que é considerado o “Oscar da Ecologia”

Durante a Expedição, em todas as cidades, a população atendeu o chamamento.... crianças, estudantes, produtores rurais, movimentos culturais – todos pelas águas.

Geral – A Expedição Piracicaba – Pela Vida do Rio, projeto cujo objetivo foi realizar um diagnóstico na bacia do Rio Piracicaba e promover uma mobilização social em torno da necessidade da revitalização desse importante curso d´água após ser indicada ao Prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade 2019 passou agora à fase seguinte, sendo um dos projetos finalistas da premiação.

O projeto agora concorrerá, na categoria “Mobilização Social”, junto a outros projetos realizados no Brasil que também passaram à fase de finalistas.

Os vencedores serão co-

nhecidos somente no dia da entrega da premiação em evento a ser marcado pela organização.

O prêmio O prêmio Hugo Werneck de Sustentabilidade & Amor à Natureza está em sua 10a edição e é considerado o “Oscar da Ecologia”. Reúne mais de mil inscrições e indicações recebidas e 136 vencedores e homenageados. Parte integrante do calendário institucional, empresarial e político do país, visa reconhecer, divulgar e premiar os melhores exemplos de gestão, revitalização e preservação ambiental, bem como indicações

de pessoas e instituições dedicadas à causa da sustentabilidade no Brasil.

Idealizado pela Revista Ecológico e pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o prêmio tem como parceiros, além do Sistema Fiemg (Sesi-Senai), o governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e seus órgãos colegiados – IGAM, IEF e FEAM. No nível nacional, conta com a participação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Bio-

diversidade (ICMBio). A supervisão técnica fica a cargo da Fundação Dom Cabral.

O projeto Realizado pelo jornal Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio em parceria com o CBH Piracicaba e sob coordenação técnico-científica da Unifei Itabira, o projeto Expedição Piracicaba, realizado entre 26 de maio e 5 de junho, percorreu os 241 quilômetros do Piracicaba e 1.600 Km passando pelas 21 cidades que compõem a Bacia, onde foram feitas coletas de água e de sedimentos do leito do rio, além de ações de mobilização

social em todos os municípios.

O trabalho produziu uma infinidade de materiais que dará origem a vários produtos – como revista, livros, filmes entre outros de cunho técnico científico, social, cultural e ambiental.

indicada ao prêmio na modalidade Mobilização já nos deixa muito felizes e nos motiva ainda mais a seguir em frente, assim como o rio”, relatou o professor.

Repercussão

A avaliação dos concorrentes é feita por uma Comissão Julgadora composta por membros da Academia Ambiental - grupo formado por ambientalistas e personalidades com atuação em órgãos público-ambientais e entidades educacionais independentes, bem como por integrantes dos conselhos Editorial e Consultivo da Revista Ecológico.

Além de ser responsável pela conferência das notas de avaliação e legitimação do vencedor em cada categoria, cabe à Comissão Julgadora certificar que cada projeto indicado atenda aos seguintes requisitos: Uso de metodologias participativas; Grau de envolvimento do público; Impactos positivos e benefícios para o meio ambiente e a sociedade; Possibilidade de reaplicação em outras comunidades; Promoção da cidadania e envolvimento social local e global; Estímulo às parcerias públicas e privadas, ao diálogo e à sociedade; Colaboração com a execução de políticas públicas e cumprimento da legislação ambiental; Proteção efetiva e apoio pragmático na preservação do meio ambiente sob a ótica da sustentabilidade.

O resultado da premiação é divulgado apenas no dia da solenidade, sendo que todos os finalistas são convidados a participar.

O coordenador da Expedição, jornalista Geraldo Magela Dindão Gonçalves, editor do Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio, recebeu com surpresa a indicação: “Foi com surpresa, alegria e satisfação que fui informado sobre a indicação do nosso projeto ao prêmio Hugo Werneck.

Ao ser indicado para receber tamanha honraria, percebemos que estamos no caminho certo e que um dos objetivos já foi alcançado, que é justamente chamar a atenção para o rio e seus problemas”, disse Dindão.

Para o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piracicaba, parceiro e coautor do projeto, Flamínio Guimarães Guerra, a indicação aumenta a responsabilidade do trabalho: “Uma indicação que engrandece o trabalho desenvolvido, que chama a atenção para um dos principais rios de Minas e mostra o quanto é importante a continuação dos trabalhos propostos pela Expedição”, comemorou.

O professor José Augusto Gonçalves, coordenador do Profágua / ANA da Unifei Itabira e coordenador-técnico da Expedição, parabenizou os envolvidos no projeto: “Parabenizo a todos os envolvidos nesta epopeia que tem sido a Expedição Piracicaba. Ser

Julgamento e premiação

Outubro de 2019

7

Expedição Piracicaba

Visando integração da Bacia, projeto lança associação regional

ÁGUAS

PA

Geral - O projeto “Expedição Piracicaba – Pela Vida do Rio”, após a mobilização social nos 20 municípios da bacia durante a descida do rio, vem desenvolvendo uma série de ações focando a integração e a revitalização da bacia, dando continuidade ao trabalho.

Durante os 11 dias de Expedição foram descobertos dezenas de “guardiões” dos cursos d´água nas 21 cidades percorridas. Tendo como meta a busca pela integração da bacia cujas extremidades - nascente em Ouro Preto e foz em Ipatinga – distam 200 km e convergência de trabalhos, os responsáveis pelo projeto iniciaram outra mobilização, desta vez propondo a criação de uma associação de alcance regional, que dará voz aos anseios, projetos e urgências dos municípios inseridos no território da Bacia.

Segundo os coordenadores do trabalho, independentemente da urgência de ações, inúmeras vezes os executores tropeçaram e vem tropeçando na burocracia e em limitações diversas impostas pelo sistema.

RA

o PIRACICABA

Durante lançamento da Expedição, todas as bandeiras dos 21 municípios da Bacia foram perfiladas no palco, representando a integração da Bacia. Na foto o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, discursa.

Segundo Geraldo Magela Dindão Gonçalves, um dos coordenadores e editor desse periódico, faz-se necessário lançar mão de todas as ferramentas à disposição para que o trabalho amplie sua efetividade: “Uma entidade organizada, que disponha de um corpo técnico institucional e de validação legal, é o meio ideal para a superação desses obstáculos”, informou.

Segundo Flamínio Guerra, coautor do projeto e presidente do CBH Piracicaba, o objetivo é que todas as cidades da Bacia estejam representadas nessa nova organização:

“Por meio da indicação de interlocutores, prevê-se a instalação de uma mesa aberta, plural e participativa, onde todos os trabalhos poderão ser acompanhados. Além disso, será um espaço para troca de informações, apresentação de ideias e iniciativas em prol do Rio Piracicaba e seus afluentes”, esclareceu Guerra.

Estatuto Um escopo de Estatuto foi formatado, onde consta inclusive a sugestão de nome para a entidade.

Segundo Geraldo Dindão o escopo criado até o

momento será submetido à apreciação de todos: “Está totalmente aberto a contribuições e apontamentos que julgarem pertinentes”, ressalta.

Vale destacar os objetivos dessa associação, que são amplos, conforme o tema exige, como segue: Objetivos Entre os objetivos da associação destaca-se a) Dar voz às necessidades da Bacia; promover, estimular e apoiar ações e trabalhos em defesa, conservação, preservação e recuperação da Bacia do Piracicaba, do patrimônio

paisagístico e dos bens e valores culturais, prioritariamente nas 21 cidades que a compreendem entre outros trabalhos correlatos à questão.

Andamento O Estatuto está sendo revisado por corpo técnico para posteriormente ser colocado a apreciação daqueles que atenderem o chamamento e assim se tornarem membros fundadores da associação.

Segundo Dindão, será marcada uma reunião ainda nesse mês de outubro para inicialmente ser dado o primeiro passo efetivo

na criação da associação: “posteriormente e na sequência, iremos lapidando sua formação para que num futuro bem próximo ela já comece a desenvolver trabalhos em prol da bacia. O Piracicaba não aguenta mais esperar”, concluiu.

Como participar Interessados em fazer parte da ONG podem enviar solicitação através do e-mail contato@expedicaopiracicaba.com, enviando nome, ID, número de celular, endereço completo, formação profissional e ou área de atuação.

Outubro de 2019

8

Seminário promove diálogo interdisciplinar com atores ligados aos desastres da mineração Usiminas, Emater, Aperam e UFV conquistam Prêmio de Boas Práticas Ambientais

As atividades do segundo dia ocorrerão no Campus II da Univale (auditórios e salas do Edifício 2).

Governador Valadares - Entre os dias 6 e 8 de novembro, em Governador Valadares, acontece a quarta edição do Seminário Integrado do Rio Doce (4º SIRD), promovido pela Universidade Vale do Rio Doce (Univale) em parceria com organizações públicas e do terceiro setor para discutir questões relacionadas aos recentes desastres ambientais provocados pelas empresas mineradoras Vale/ BHP/Samarco.

O evento se propõe a reunir atores diversos, entre atingidos pelo desastre, pesquisadores, estudantes, pós-graduandos, profissionais e representantes da iniciativa privada, do setor público, organizações não-governamentais e demais interessados no assunto. O Seminário é aberto ao público em geral. Inscrições podem ser feitas até 05/11 pela internet.

Programação O primeiro dia, 06/11, pautará o diálogo com a sociedade. A primeira atividade tem início às 8h com a Feira da Economia Solidária, exposição de painéis preparados pelos atingidos e uma roda de conversa

com os atingidos pelo desastre para um balanço dos quatro anos, às 10h. O evento é retomado às 14h com a mesa-redonda “Os atores na bacia do rio Doce e suas responsabilidades”. Todas as atividades acima acontecerão no Centro de Convivência do Bairro São Tarcísio, às margens do rio Doce.

A conferência de abertura, às 19h, no Centro Cultural da Univale - Campus 2, será feita pela Procuradora Annelise Monteiro Steigleder, membro do Ministério Público do Rio Grande do Sul e doutoranda em Planejamento Urbano e Regional pela UFRGS. “Os rumos das pesquisas e ações de enfrentamento dos desastres minerários” é o subtema que orienta as atividades do segundo dia, 07/11, com início às 8h. Uma mesa-redonda para avaliar o estado da produção das pesquisas, da integração interinstitucional e interdisciplinar e das ações de enfrentamento do desastre acontece às 9h. Na parte da tarde, de 14h às 17h, o público se divide em grupos para dialogar sobre os desastres minerários, riscos, qualidade de vida, poder, direito e ética.

Para participar é necessário escolher o grupo e se inscrever previamente. O encerramento, às 19h, se dará com a mesa-redonda “Estratégias corporativas da Vale S.A e o neoextrativismo global”, com a participação de pesquisadores de referência no estudo do desastre dos três principais grupos de pesquisa nessa área. As atividades do segundo dia ocorrerão no Campus II da Univale (auditórios e salas do Edifício 2).

O terceiro e último dia do evento será aberto, às 9h, com a mesa-redonda “Do Rio Doce ao Velho Chico: não são casos isolados, as múltiplas narrativas e a separação entre as dimensões humanas e não-humanas dos desastres minerários”. Após o debate, às 11h, o grupo se reúne com objetivo de aprovar a Segunda Carta de Valadares e discutir as ações futuras. Um painel sobre a qualidade da água acontece às 14h.

O encerramento do evento se dará às 19h com uma mesa-redonda que avaliará os quatro anos do desastre da Vale/ BHP/Samarco; os andamentosdos processos de mitigação, reparação e restauração; as repercussões do desastre da

Vale, em Brumadinho; a implementação do TAC-Gov; a revisão do TTAC que deu origem à Fundação Renova e a previsão de repactuação.

Outras informações podem ser obtidas no site da Univale ou pelo e-mail sird@univale.br.

Parceiros O evento é uma realização da Univale em parceria com as seguintes organizações: Universidade Federal de Juiz de Fora/Campus GV, Instituto Federal de Minas Gerais/Campus GV, Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Gestão Integrada do Rio Doce – GIT/Univale, Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas – PPGICH/UFSC, Rede Interinstitucional de Pesquisa Socioambiental – RIPS/ Univale-UFJF-IFMG, Rede Terra Água/UFV-UFOP-Univale, Observatório Interdisciplinar do Território (OBIT), Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce, Centro Agroecológico Tamanduá (CAT), Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG), Comitê da Bacia do Rio Doce (CBH-Doce).

Geral - Minas Gerais conheceu no dia 23 de setembro, os primeiros vencedores do 3º Prêmio de Boas Práticas Ambientais. Projeto da Usiminas conquistou a categoria Instituição Privada na premiação oferecida pelo Governo de Minas que, em 2019, teve como tema os resíduos e formas de reuso de rejeitos. O objetivo é divulgar modelos de reutilização que vem sendo empregados nas esferas pública e privada.

A entrega dos prêmios na Categoria Indústria aconteceu na 33ª Reunião Ordinária da Câmara de Atividades Industriais (CID) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam). O prêmio é oferecido pela Secretaria de Estado e Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e homenageia projetos em andamento ou já executados.

O programa da Usiminas foi o vencedor na categoria Iniciativa Privada, com um trabalho que utiliza mourões feitos de madeira reaproveitada no cercamento de nascentes. O programa tem um link direto com a produção de água e já tem a participação de 54 municípios do Vale do Aço, tendo recuperado cerca de 4 mil nascentes. Para isso, foram distribuídos 259 mil mourões e 250 mil mudas aos participantes.

Um dos resultados mais importantes do Programa reflete-se na quantidade de água captada pela empresa. A capacidade outorgada é de 14 mil litros por segundo e as nascentes recuperadas já têm uma vazão de 19 mil litros por segundo.

Em 2020, o programa será ampliado para 80 municípios.

Emater e Aperam são os destaques na categoria Resíduos Sólidos Já no dia 26 de setembro, outros dois vencedores do 3º Prêmio de Boas Práticas Ambientais foram reconhecidos. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater) conquistou o troféu na categoria Órgão Público, enquanto a empresa Aperam BioEnergia ficou com o de Iniciativa Privada por seus projetos de tratamento de resíduos no setor agropecuário. A entrega dos prêmios aconteceu em Belo Horizonte, na reunião da Câmara de Atividades Agrossilvipastoris (CAP) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

A Emater ficou com o prêmio por seu projeto “Campo Limpo”, que dá destinação adequada a embalagens de agrotóxicos. Já a iniciativa da Aperam utiliza resíduos das suas unidades de produção de carvão vegetal em áreas degradas em processo de recuperação.

Outubro de 2019

9

Bacia do Piracicaba ganha mais um aliado – Sebrae Instituição apresenta projeto de fortalecimento do setor agropecuário João Monlevade – Com objetivo de promover a competitividade e o fortalecimento do setor agropecuário no entorno da bacia hidrográfica do rio Piracicaba beneficiando os produtores rurais e fomentando a produção agropecuária sustentável no território o Sebrae acaba de firmar parceria com o CBH Piracicaba e municípios para implantar projeto Fortalecimento do Setor Agropecuário na Bacia do Piracicaba, com a implantação do ZAP - Zoneamento Ambiental e Produtivo.

O projeto prevê sensibilizar e organizar propriedades rurais que estejam inseridas nas áreas com maior necessidade de intervenção, dada a sua fragilidade natural ou de degradação, além de avaliar e diagnosticar estas propriedades, baseando-se nos indicadores de sustentabilidade e elaborar planos de ação para que a propriedade se torne mais produtiva e sustentável.

Diante da complexidade e extensão da bacia, foi selecionado cinco municípios dentre os 21 da região para ser implantado um projeto piloto para posteriormente ser expandido a todos.

Os municípios selecionados, por sub bacia foram – Bacia do Rio Maquiné – Catas Altas e Santa Bár-

Lançamento do projeto aconteceu no auditório da Acimon. Na foto Eneilson Leite, da Emater, se manifesta sobre a parceria.

bara; Bacia do Córrego Gomes de Melo – Alvinópolis e Rio Piracicaba e Bacia do Rio do Prata – São Domingos do Prata.

O lançamento do projeto aconteceu no dia 11 de outubro no auditório da Acimon e contou com a presença de consultores do Sebrae, secretários de meio ambiente dos municípios envolvidos, engenheiros e técnicos da Emater, produtores rurais, além de autoridades políticas da região.

Durante o lançamento os consultores do Sebrae fizeram um breve relato da dinâmica do projeto, es-

clarecendo onde e quando o trabalho e as intervenções acontecerão.

Participando do lançamento, o prefeito interino de Rio Piracicaba, Sebastião Torres Bueno – Tatá do Caxambu, fazendo uso da palavra elogiou a iniciativa e colocou o município à disposição para a realização do segundo encontro programado com os prefeitos, secretários e Emater.

Rio Piracicaba Já no dia 18 de outubro, o prefeito piracicabense recebeu uma comitiva do Sebrae em seu gabinete quando esclareceram pontos do projeto bem como definiram a participação de cada município no projeto – já que o mesmo depende de contra-partida financeira, ficando de ser apresentado uma partilha sob supervisão e até interferência da Amepi – sendo que, inicialmente, seria R$16 mil para cada uma das cinco cidades.

que deverão ser implementadas nas propriedades rurais, bem como a priorização das ações, far-se-á uso da metodologia ZAP1 (Zoneamento Ambiental e Produtivo), já aprovada no âmbito do Estado de Minas Gerais, que permitirá a avaliação do potencial de adequação da sub bacia à leis ambientais, ao correto manejo das atividades agrossilvipastoris e à melhoria do uso dos recursos naturais.

A metodologia a ser utilizada permite uma análise preliminar da área de estudo, o que possibilita a concentração de esforços

nas áreas mais críticas.

Esta avaliação é o primeiro passo para efetivar o processo de adequação propriamente dito, que envolverá a elaboração de planos, pactos e ações e a definição de indicadores para acompanhamento e monitoramento das atividades realizadas na sub bacia. Assim, o ZAP consiste em um levantamento de informações do meio natural e produtivo que poderão contribuir, significativamente, para as diretrizes de ordenamento do uso do solo no âmbito da bacia hidrográfica do rio

Piracicaba. O ZAP norteará as áreas de produção e àquelas que deverão ser preservadas.

No atendimento pontual, ao produtor rural, ainda serão realizados diagnósticos da propriedade avaliando, através de indicadores de sustentabilidade, aspectos ambientais, sociais e econômicos do produtor. Ao final do diagnóstico, Plataforma de indicadores de Sustentabilidade da FAEMG, serão elaborados planos de ação para intervenção na propriedade buscando torná-la mais sustentável.

Saiba mais:

O prefeito interino de Rio Piracicaba, Sebastião Torres Bueno - Tatá, oferece Rio Piracicaba para sediar reuniões

ZAP - Para a identificação das medidas de recuperação e conservacionistas

Já em Rio Piracicaba, Fabrício Fernandes e André Fonseca do Sebrae, em reunião com Tatá, o presidente do legislativo Tayrone Guimarães e o secretário Augusto Silva

Outubro de 2019

10

Vencedores da etapa local do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente foram escolhidos João Monlevade - O Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente está na reta final. Em 2019, com o tema “Água – economizar para não faltar”, crianças e adolescentes foram desafiados a desenvolver projetos que solucionem o problema hídrico na escola ou comunidade. O julgamento dos projetos inscritos para a etapa local foi feito e os vencedores definidos. A partir de agora, os selecionados concorrerão à etapa nacional.

Em João Monlevade as escolas Líber – Rede Doctum de Ensino, Escola Municipal Eugênia Scharlé, Centro Educacional de João Monlevade e Centec – Rede Doctum de Ensino foram as ganhadoras nas etapas Cientistas Mirins I e II e Cientistas Jovens I e II, respectivamente, além da Apae de João Monlevade, que venceu na categoria das Apaes da região.

Os projetos propuseram alternativas sustentáveis para a utilização da

Alunos junto a caixa que armazena a água recolhida da chuva para depois distribuir para a horta.

água no nosso dia a dia.

O etapa local do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente, organizada pela Usina de Monlevade, abrange as escolas de João Monlevade, Nova Era e Rio Piracicaba. O ciclo começa no início do ano, quando é feito o convite para todas as escolas públicas e privadas destas cidades. Este ano, 37 escolas aceitaram o convite e participaram

da capacitação no início do ano. Cerca de 10 mil alunos receberam os materiais didáticos do Prêmio. Destas 37 escolas, após o período de desenvolvimento dos trabalhos, 33 escolas inscreveram projetos para concorrer, das quais quatro foram as vencedoras. Estes quatro projetos vencedores contaram com a participação de 277 alunos.

Estimulo a curiosidade Ao trabalhar a questão em sala de aula, o Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2019 provocou em estudantes e professores uma reflexão sobre a importân-

cia da água no cotidiano, além do estímulo à curiosidade, ao trabalho em equipe e à experimentação. As atividades tiveram início no começo do ano letivo, com a distribuição de materiais educativos para as escolas. Em todo Brasil, cerca de 900 professores participaram da formação para desenvolverem um projeto de ciências.

Balanço - O Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente é realizado em parceria com as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação e de Meio Ambiente.

O concurso promove a capacitação de professores, faz a distribuição de materiais educativos e reconhece os melhores trabalhos desenvolvidos pelas escolas e filhos de empregados da ArcelorMittal e da Belgo Bekaert. Em 2018, mais de 94 mil pessoas de 32 muni-

cípios foram beneficiadas pela iniciativa.

O etapa local do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente, organizada pela Usina de Monlevade, abrange as escolas de João Monlevade, Nova Era e Rio Piracicaba. O ciclo começa no início do ano, quando fazemos o convite para todas as escolas públicas e privadas destas cidades. Este ano, 37 escolas aceitaram nosso convite e participaram da capacitação no início do ano. Cerca de 10 mil alunos receberam os materiais didáticos do Prêmio. Destas 37 escolas, após o período de desenvolvimento dos trabalhos, 33 escolas inscreveram projetos para concorrer, das quais quatro foram as vencedoras. Estes quatro projetos vencedores contaram com a participação de 277 alunos.

Outubro de 2019

11

Vale apresenta barramento de segurança à imprensa Obra em Barão de Cocais, para reter rejeito num cenário de rompimento da Barragem Sul Superior, terá primeira etapa entregue até dezembro deste ano

Vale apresentou as obras para segurança caso ocorra colapso da Barragem Sul Superior. Canteiro de obras cobre área total em torno de 700 hectares. Gerente de Implantação de Projetos, Rômulo Souto, guiou a visita ao local.

Barão de Cocais – A Mineradora Vale apresentou, durante coletiva à imprensa, a estrutura de contenção que está sendo construída próximo à Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais.

O evento aconteceu no dia 22 de outubro e é parte de uma série de visitas que a empresa promove – recebendo jornalistas, autoridades políticas, lideranças da comunidade entre outros.

O anfitrião, gerente de implantação de projetos, Rômulo Souto, responsável pelas obras, fez uma breve apresentação no escritório da empresa no centro de Barão de Cocais e posteriormente conduziu a comitiva até o local das obras.

Durante a explanação foi informado à impressa que com a construção do barramento de concreto toda região a jusante, ou seja,

abaixo da obra, passa a ter segurança total, não sendo mais atingida caso ocorra um colapso da barragem de rejeito Sul Superior da Mina de Gongo Soco.

Questionado pelo editor do Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio sobre a questão da manutenção da qualidade das águas dos cursos d´água envolvidos o Gerente informou que um trabalho tem sido realizado para que seja mantida no mínimo a qualidade e quantidade atual, com monitoramento constante nos cursos d´água.

A obra Atualmente com 17 metros de altura, ao final da obra a barragem de contenção em concreto terá 310 metros de comprimento e 36,5 metros de altura, com objetivo exclusivo de barrar um

eventual colapso da barragem Sul Superior.

Segundo informou Rômulo Souto, a obra é necessária para que seja garantida a segurança quando iniciarem as obras de descaracterização ou descomissionamento da barragem Sul Superior: “Apesar de seguirmos todo um protocolo não sabemos sobre o comportamento da barragem quando iniciarmos sua descaracterização.

Pra garantir a segurança total tanto da cidade quanto do curso d´água, estamos construindo essa obra que reterá todo material caso ocorra um colapso da barragem”, disse.

Prazo final Segundo foi informado durante a visita, o acordado com as autoridades é que todo o processo de descomissionamento da

barragem Sul Superior, que é dividido em três etapas, esteja pronto até 2027: “Mas acreditamos que isso aconteça antes”, disse o gerente.

As etapas programadas são: obras emergenciais para diminuição de danos em caso de colapso da barragem – em andamento com a construção da barragem de concreto; - descomissionamento da barragem Sul Superior – que é a remoção de todo rejeito de minério que será realocado em outra área com segurança - e por último a retirada das estruturas emergenciais seguido do reflorestamento e revitalização do local.

Destino do rejeito O representante da mineradora informou não saber ainda como será feito o descomissionamento

da barragem, afirmando ainda que a Vale estuda uma forma de iniciar a descaracterização da barragem por meio de máquinas. “O que está protocolado é que a gente faria uma recuperação total até 2027, incluindo a parte 3, então estamos programando e planejando a descaracterização dessa barragem de dois anos e meio a três anos.

A princípio é isso, mas estamos estudando a melhor tecnologia, para que o início do processo seja até com equipamentos não tripulados – os VNT´s”, explicou Rômulo Souto.

Questionado sobre o destino do rejeito retirado da barragem Rômulo informou que também não existe ainda uma definição, apenas estudos para uma melhor e mais segura disposição desse material.

Retorno de moradores Sobre o retorno dos moradores das comunidades atingidas de alguma forma pelo risco de colapso da barragem – Socorro, Piteiras, Tabuleiro e Vila Gongo Soco, o gerente disse que, a partir de janeiro de 2020 será iniciado entendimentos para retorno de moradores a jusante da obra, já que a mesma terá sido concluída. Já os moradores a montante, deverão retornar somente após concluída todas as obras de descaraterização da Barragem Sul Superior que, conforme o informado, seria após setembro de 2022.

Questionado se empresa estaria comprando propriedades de moradores das localidades interditadas, foi informado que essa situação estava a critério dos moradores que têm a opção de querer vender.

Outubro de 2019

12

Pela bela cantoria, o “Catatau” corre risco de extinção

Bacia do Piracicaba - Conhecido na nossa região como Catatau (Sporophila frontalis), o Pixoxó ou Chanchão é o maior representante de um gênero que se destaca pela cantoria. Curió, Papa-arroz e Coleirinho são alguns “primos” cantores famosos, abarcados pelo mesmo gênero.

O canto do Catatau, que muitos comparam a um forte pulso elétrico, se destaca pela potência, sendo ouvido a grande distância. Tal talento, porém, fez o homem arcaico, aquele que não possuía o adiantamento e nem a tecnologia atuais, a aprisioná-los. A nefasta prática foi passando de geração em geração até que a extinção rondasse o Catatau.

Atualmente se encontra mundialmente vulnerável à extinção (VUL). No nosso estado encontra-se ainda mais ameaçado, na categoria “em perigo de extinção” (EN).

Encontrar um Catatau na Natureza é tarefa difícil, pois fora a caça ilegal, a espécie vem perdendo seu habitat natural, principalmente as florestas que possuem grandes taquarais, de onde vem seu alimento preferido, o “arroz-de-taquara”.

A frutificação do taqua-

me lembro de relatos de que há algumas décadas a espécie era muito comum na minha cidade, Rio Piracicaba.

Covardia humana

O canto do Catatau, que muitos comparam a um pulso elétrico, se destaca pela potência, sendo ouvido a grande distância

ruçu nas grandes florestas atlânticas que ainda restam é um evento grandioso, atraindo inúmeras espécies, principalmente grandes quantidades de Catatau, que, em uníssono, promovem um verdadeiro show (para quem quiser ouvir é só acessar esse endereço eletrônico onde se encontra a gravação de uma parte do “show”: www.wikiaves.com.br.

Tive a satisfação de presenciar tal espetáculo

em maio de 2014 em uma grande frutificação no Parque Nacional do Itatiaia, onde pude fazer essa gravação e as fotos que ilustram essa coluna.

No Wikiaves, temos pouquíssimos registros do Catatau na bacia do Piracicaba (onde atualmente é muito raro), distribuídos nos municípios de Antônio Dias, Itabira, Barão de Cocais, Rio Piracicaba, São Gonçalo do Rio Abaixo, Mariana e Coronel Fabriciano. Mas

É isso pessoal, a caça ilegal e covarde exterminou esses cantores de regiões onde antes todos podiam apreciá-los. Então... não é uma baita falta de humanidade?! Prender um cantor que Deus criou com asas para poder levar seu canto pra todo canto?!

Amigos, ser cristão é muito mais que praticar cultos exteriores, é viver a solidariedade em todos os níveis. E a Natureza, maior obra da Criação, da qual somos parte, necessita, como nunca, da ajuda de todos!