Simplesmente JUDO #20

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EDITORIAL Entregamos a Simplesmente JUDÔ número 20. Primeira edição de 2022. Essa edição contempla tudo o que aconteceu em dezembro de 2021, que foi intenso até bem próximo às datas festivas de fim de ano. E que essa edição seja um marco positivo para o ano que está começan­ do. Trazemos aqui o Brasileiro Sênior, Copa Brasil interclubes, Jogos Pan­ Americanos Sub­21, Seletiva Nacional ­ Projeto Paris 2024 e Grand Slam de

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Abu Dhabi. tudo isso em um único mês. No último mês do ano de 2021. Eduardo Yudy é o nosso homena­ geado na capa desta edição, com sua história bastate peculiar sobre como um garoto nascido no Japão integra a seleção brasileira de judô e represen­ tou o Brasil na Olimpíada de Toquio 2020. Nossa missão na revista Simples­ mente JUDÔ sempre será trazer infor­ mações sobre judô dentro de nossas possibilidades. Simples assim. Boa leitura e um ótimo ano para to­ dos.


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Lara Monsores 05


Minas, no feminino, e Rio Grande do Sul, no masculino, são campeões gerais no Brasileiro Sênior 2021. Em dias alternados, seguindo pro­ tocolos sanitários, O Campeonato Bra­ sileiro de Judô da classe sênior aconteceu nos dias 23 de novembro (feminino) e 26 de novembro (masculi­ no). Em um dia de grandes duelos no tata­ me de Pindamonhangaba (SP), o judô de Minas Gerais brilhou e faturou qua­ tro ouros (48kg, 52kg, 70kg e 78kg), fi­ cando em primeiro lugar geral no quadro de medalhas. Liderada pela campeã olímpica Ra­ faela Silva, a seleção do Rio de Janeiro faturou dois ouros (57kg e 63kg) e fez o estado ficar em segundo lugar geral. São Paulo conseguiu, na última luta do dia, uma medalha de ouro da peso pe­ sado Giovanna Santos para ficar em terceiro lugar no geral. As demais medalhas foram distribuídas 06

por mais cinco estados: Distrito Fede­ ral, Mato Grosso do Sul, Ceará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Todas as medalhistas garantiram vagas na Seletiva Nacional ­ Projeto Paris 2024 que acontecerá em dezem­ bro, também em Pindamonhangaba. As campeãs brasileiras se classifica­ ram como cabeças­de­chave da com­ petição que definirá a seleção brasileira principal de judô para 2022. Confira abaixo os resultados do Brasi­ leiro Sênior 2022 feminino: 48kg 1º Amanda Lima (MG) 2º Rafaela Batista (RJ) 3º Ana Nobre (SC) 3º Maria Argemi (RS) 52kg 1º Gabriela Conceição (MG) 2º Yasmim Lima (RJ) 3º Luísa Souza (DF) 3º Nathália Brígida (RS)


57kg 1º Rafaela Silva (RJ) 2º Amanda Culato (SP) 3º Layana Colman (MG) 3º Bianca Reis (DF) 63kg 1º Tamires Crude (RJ) 2º Gabriella Mantena (MG) 3º Ryanne Lima (RS) 3º Ana Carla Grincevicus (MS) 70kg 1º Millena Silva (MG) 2º Érika Ferreira (CE) 3º Yanka Pascoalino (SP) 3º Jéssica Santos (RJ) 78kg 1º Ariana Silva (MG) 2º Paloma Pereira (DF) 3º Bárbara Ribeiro (SP) 3º Gabrielle Ferreira (RJ) +78kg 1º Giovanna Santos (SP) 2º Camila Yamakawa (MS) 3º Victoria Oliveira (MG)

3º Stefanie Miranda (RJ) O Campeonato Brasileiro Sênior masculino consagrou o judô do Rio Grande do Sul como o campeão geral na disputa realizada nesta sexta­feira, 26, em Pindamonhangaba (SP). Os gaúchos lideraram o quadro graças aos três ouros conquistados por Gabri­ el Genro (66kg), David Lima (73kg) e Marcelo Gomes (90kg), além do bron­ ze de João Pedro Macedo (81kg). Minas Gerais ficou em segundo, segui­ do por São Paulo, Distrito Federal e Alagoas, todos com um ouro cada con­ quistados por Juscelino Nascimento Jr (+100kg), Vinícius Panini (81kg), Wili­ am Souza Jr (100kg) e José Lima (60kg), respectivamente. Mais oito estados subiram ao pódio nesta sexta: Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Maranhão, Piauí, Mato Grosso, Paraná e Sergipe, mostrando o equilíbrio e a força do judô em todo o 07


país. A etapa masculina encerrou a série de quatro etapas de Campeonato Bra­ sileiro (Sub­21 e Sênior), que marca­ ram o retorno das competições nacionais organizadas pela Confedera­ ção Brasileira de Judô após o período de paralisação do calendário durante a pandemia de covid­19. Todas as etapas foram realizadas sob rígido protocolo de prevenção, com testagens de todos os participantes na estrutura em formato “bolha” imple­ mentada pela CBJ nas dependências do Hotel Colonial Plaza, onde foi insta­ lada a arena temporária para receber todas as lutas. A próxima parada do judô brasileiro é na Seletiva Nacional ­ Projeto Paris 2024, que acontecerá na mesma estru­ tura dos Brasileiros e definirá a forma­ ção da seleção brasileira principal para rodar o Circuito Mundial em 2022. A competição feminina será no dia 15 e a masculina no dia 17 de dezembro, fe­ chando o calendário nacional CBJ. Todos os medalhistas dos dois Brasileiros (Sub­21 e Sênior) classifica­ ram­se para a Seletiva, que promete grandes duelos pelas duas vagas (por categoria) na equipe principal. ­60kg 1º Jose Ayrton dos Santos Lima (AL)

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2º Ítalo Mazzili C. de Carvalho (MA) 3º Bruno Cesar Watanabe (MG) 3º Matheus Schetino Takaki (DF) ­66kg 1º Gabriel Genro Alves (RS) 2º Gabriel Hiroshi Nagai (PE) 3º Diego Ferreira dos Santos (BA) 3º Charles Koshiro Chibana (SP) ­73kg 1º David Dias Lima (RS) 2º Gabriel F. de A. M. Pinheiro (PE) 3º Jeferson L. dos Santos Junior (SP) 3º Julio Cesar Koda Filho (MG) ­81kg 1º Vinicius Taranto Panini (SP) 2º Guilherme O. Guimarães (MG) 3º João Pedro Godoy de Macedo (RS) 3º Edu Lowgan Paiva Ramos (SE) ­90kg 1º Marcelo Augusto Silva Gomes (RS) 2º Eduardo Bettoni da Silva (MG) 3º Stael Alves Torres (PI) 3º Marcelo Garcia Contini (SP) ­100kg 1º William Pereira de S. Junior (DF) 2º Yuri Rodrigues da Silva Gomes (RJ) 3º Alexsander Ricardo de Souza (SP) 3º Victor Hugo Sedrez (PR) +100kg 1º Juscelino Alves do N. Junior (MG) 2º Fabricio Rodrigues Lima (BA) 3º João Marcos Cesarino da Silva (SP) 3º Agner Arthur M. Quintanilha (MT)


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Por: Assessoria de Imprensa da CBDV e da CBJ ­ Fotos: CBDV 11


Judocas da seleção paralímpica receberam a sua promoção de graus na abertura do evento O Grand Prix de Judô Paralímpico

foi disputado em 03 de dezembro, em São Paulo, deu o pontapé inicial no ci­ clo da modalidade rumo a Paris, palco da próxima edição dos Jogos Paralím­ picos, em 2024. Todos os atletas da seleção brasileira que participaram do evento ganharam nas respectivas cate­ gorias. O evento foi o primeiro em terri­ tório nacional desde o início da pandemia. “O ciclo para Paris já começou, se­ rá um ciclo bem curto, e esse campeo­ nato é de suma importância para chegarmos bem­preparados lá”, co­ mentou o paraense Thiego Marques, de 22 anos, campeão no peso ligeiro (até 60 kg) defendendo a Aepa (Asso­ ciação Esportiva e Paradesportiva do Sul e Sudeste do Pará). Dos cinco homens que representa­ ram o país no Japão, apenas o multi­ medalhista Antônio Tenório não pôde participar. Já Harlley Arruda (­81 kg), Arthur Silva (­90 kg) e Wilians Araújo (+100 kg) estiveram no tatame monta­ do na arena multiuso do Centro de Treinamento Paralímpico e garantiram 12

o primeiro lugar em suas respectivas categorias. Wilians, inclusive, ajudou a Ceibc (Caixa Escolar Instituto Benjamin Constant), do Rio, a conquistar o título por equipes do Grand Prix de Judô pa­ ralímpico. Dos 11 inscritos pela associ­ ação, oito medalharam: três ouros, uma prata e quatro bronzes. Em se­ gundo lugar, ficou a Adevirn­RN e, em terceiro, a Adevibel­MG. A chave feminina esteve mais des­ falcada de atletas da seleção, já que Alana Maldonado, Lúcia Araújo e Meg Emmerich, as três medalhistas do judô paralímpico brasileiro em Tóquio, não lutaram. Antes do evento começar, no entanto, elas foram homenageadas pe­ la Confederação Brasileira de Judô (CBJ) com a promoção de graduações. Todos os judocas que foram ao Japão receberam o certificado das mãos dos senseis Alexandre Garcia e Jaime Bra­ gança. “Muito grata pela homenagem que a CBJ, a CBDV e o Comitê fizeram aqui para a gente hoje”, disse Alana, primeira mulher brasileira campeã pa­ ralímpica de judô.


“É o primeiro campeonato do ciclo, bom para sentir as meninas, ter a sen­ sação de estar competindo de novo. Eu senti aquele frio na barriga que sempre dá em competição e vi evolu­ ção na minha luta”, destacou Rebeca Silva, de 20 anos, ganhadora no pesa­ do feminino (acima de 70 kg) pela Amei­SP (Associação Mariliense de Esportes Inclusivos). Pódios femininos Até 48 kg 1ª: ROSICLEIDE SILVA DE ANDRADE 2ª: LUIZA GUTERRES OLIANO 3ª: DAYANNE SOUZA S. PEREIRA 3ª: MARIA DE FÁTIMA SILVA ROCHA Até 52 kg 1ª: LARISSA OLIVEIRA DA SILVA Até 57 kg 1ª: SARA SILVA DOS SANTOS Até 63 kg 1ª: MICHELE APARECIDA FERREIRA 2ª: BENILCE DE A. LOURENÇO 3ª: ANDREIA MATOS CANTEIRO 13

3ª: TAYNARA BARBOSA DA SILVA Até 70 kg 1ª: BRENDA SOUZA DE FREITAS 2ª: KAROLINE PORTO DUARTE 3ª: CRISTINA MAZUHY A. XERXE 3ª: LUZIA DE ALCÂNTARA S. LUS Acima de 70 kg 1ª: REBECA DE SOUZA SILVA 2ª: DEANNE SILVA DE ALMEIDA 3ª: ERIKA CHERES ZOAGA 3ª: DANDARA N. DA SILVA Pódios masculinos Até 60 kg 1º: THIEGO MARQUES DA SILVA 2º: ROBERTO NUNES DA PAIXÃO 3º: JORGE DIODI NAKASHITA 3º: WAGNER ARAÚJO DE MORAES Até 66 kg 1º: GABRIEL NASCIMENTO DA SILVA 2º: ELIELTON LIRA DE OLIVEIRA 3º: MAYCO DE SOUZA RODRIGUES 3º: LUCAS SOBRAL BRAGA Até 73 kg 1º: MIQUEIAS GOMES BARBOSA


2º: RAYFRAN MESQUITA PONTES 3º: WILTON ALVES MUNIZ JUNIOR 3º: HALYSON OLIVEIRA BOTO Até 81 kg 1º: HARLLEY DAMIÃO P. ARRUDA 2º: ROGERIO C. DOS SANTOS 3º: MARCIO GOMES VIEIRA 3º: DENIS APARECIDO ROSA Até 90 kg 1º: ARTHUR CAVALCANTE DA SILVA 2º: RAFAEL SILVA MARTINS BRITO 3º: LUIZ GEOVANI M. DA SILVA 3º: MARCELO A. DE AZEVEDO Até 100 kg 1º: DIEGO DE JESUS SILVA 2º: ROBERTO JULIAN S. DA SILVA 3º: ABNER N. DE OLIVEIRA 3º: FLAVIO DA SILVA RODRIGUES Acima de 100 kg 1º: WILIANS SILVA DE ARAÚJO 2º: JULIO CESAR DA CONCEIÇÃO 3º: LUCIANO BONINE PEREIRA 3º: ALEXANDRE MAGNO F. DA SILVA

Graduados: Os judocas que inte­ graram a seleção paralímpica do Brasil nos Jogos de Tóquio 2020 foram ho­ menageados pela Confederação Brasi­ leira de Judô, nesta sexta­feira, 03, em São Paulo, com a promoção de suas graduações de acordo com a nova po­ lítica de promoção de grau implemen­ tada pela gestão do presidente Silvio Acácio Borges à frente da CBJ. “Esse regime especial de promo­ ção tem como finalidade valorizar os judocas paralímpicos da mesma forma que fizemos com os judocas olímpicos dentro dos critérios estabelecidos na Portaria Nº1 de novembro de 2020, re­ conhecendo sua enorme dedicação ao judô como atletas olímpicos e paralím­ picos. É nosso interesse incentivar e valorizar essa categoria também”, dis­ se o presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, que não pôde estar presente à homenagem, mas foi representado por 14

Tibério Maribondo, ex­presidente da Federação de Judô do Estado do Rio Grande do Norte (FJERN). Os paralímpicos Alana Maldonado, Lúcia Araújo, Meg Emmerich, Arthur Silva, Thiego Marques, Willians Araújo e Harlley Arruda receberam seus no­ vos certificados de graduação durante o tradicional Grand Prix Nacional de Judô para Cegos realizado pela CBDV e CPB, nesta sexta­feira. Karla Cardo­ so também foi promovida dentro dos mesmos critérios. Todos demonstra­ ram gratidão às instituições pelo reco­ nhecimento. “Muito grata pela homenagem que a CBJ, a CBDV e o Comitê fizeram aqui para a gente hoje. Muito obriga­ da”, disse Alana Maldonado, primeira mulher brasileira campeã paralímpica de judô. “Hoje o dia já começou incrível, re­ cebendo a promoção pela participação nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. E é isso, o ciclo para Paris já começou, um ciclo bem curto e já estamos nesse campeonato brasileiro bem importante para a gente chegar bem preparado lá em Paris”, comentou Thiego Marques. Os medalhistas paralímpicos Dani­ ele Milan (6º Dan) e Antônio Tenório (6º Dan) já haviam sido promovidos an­ tes dos Jogos de Tóquio, tornando­se os primeiros paralímpicos Kodansha do Brasil. Confira abaixo a lista dos judocas Paralímpicos de Tóquio 2020 promovi­ dos: ALANA MALDONADO ­ 3° DAN LÚCIA T. DE ARAÚJO ­ 3° DAN MEG EMMERICH ­ 2° DAN ARTHUR SILVA ­ 2° DAN THIEGO MARQUES ­ 1° DAN WILLIANS ARAÚJO ­ 4° DAN HARLLEY ARRUDA ­ 1° DAN KARLA CARDOSO ­ 4° DAN


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Lara Monsores 16


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Uma dúvida pairou quando os fina­ listas da Copa Brasil Interclubes 2021 foram divulgados. Teria chegado a ho­ ra da revanche do Minas? Ou o Pinhei­ ros se manteria como a melhor equipe mista do Brasil? E no dia 20 de novem­ bro, dois grandes clubes do Judô brasi­ leiro protagonizaram o duelo final pelo título da Copa Brasil Interclubes de Judô, competição por equipes mistas realizada pela CBJ e apresentada por Bradesco. E a disputa pelo bronze também prometeu grandes lutas entre as equipes de Sogipa e Instituto Rea­ ção. E as previsões se confirmaram! Os confrontos começaram às 14h, na are­ na montada pela CBJ em Pindamo­ nhangaba, São Paulo. E o fã do judô pode acompanhar e torcer ao vivo gra­ tuitamente pela plataforma torcidaju­ do.com Na sexta, as quatro equipes vieram ao tatame para as disputas das semifi­ nais. Segundo colocado do Grupo 1, o Esporte Clube Pinheiros bateu a Sogi­ pa, primeira do Grupo 2, pelo placar de 4 a 2, com show dos pesos pesados Rafael Silva e Beatriz Souza, que ga­ rantiram os pontos de desempate nas duas últimas lutas. 18

A outra semifinal foi mais equilibra­ da, com o vencedor sendo definido pe­ la luta extra de desempate. O destaque do duelo foi também o peso pesado, Juscelino Nascimento Jr, que venceu a sexta luta contra João Cesarino, garan­ tindo o empate do time mineiro. O sor­ teio da luta de desempate colocou os dois frente a frente novamente e Jus­ celino, mais uma vez, levou a melhor, garantindo o Minas na grande final. Veja como foi cada duelo. Minas Tênis Clube 4 x 3 Instituto Re­ ação Na primeira luta, Layana Colman (57kg/Minas) venceu Jéssica Pereira (57kg/Sogipa) por waza­ari, mas Gabri­ el Falcão (73kg/Reação) empatou com ippon sobre Gustavo Borsoi (73kg/Mi­ nas). Millena Silva (70kg/Minas) perdia por um waza­ari para Danielle Karla (70kg/Reação) e, a 9 segundos do fim, achou um ippon para botar o Minas à frente no placar. O Reação buscou mais uma vitória com Gustavo Assis (90kg/Reação) vencendo Eduardo Bettoni (90kg/Mi­ nas) com um waza­ari no Golden score e ampliou com Gabrielle Ferreira (+70kg/Reação), que bateu Gabriella Mantena (+70kg/Minas) por ippon.


Na última luta, Juscelino Júnior (+90kg) venceu João Cesarino (+90kg/Reação) por ippon e manteve o Minas vivo na disputa. Os dois volta­ ram para a luta de desempate e, nova­ mente, o atleta do Minas levou a melhor para garantir o clube em mais uma final de Copa Brasil. Sogipa 2 x 4 Pinheiros Jéssica Lima (57kg/Sogipa) abriu o duelo com vitória para a Sogipa após marcar um waza­ari contra Vitória An­ drade (57kg/Pinheiros) e administrar a vantagem até o fim da luta. David Lima (73kg/Sogipa) bateu Jonas Ribeiro (73kg/Pinheiros) por ippon e aumentou para a Sogipa. A reação do Pinheiros começou com Ellen Santana (70kg/Pinheiros) batendo Ryanne Lima (70kg/Sogipa) na chave de braço. No 90kg, Tiago Pi­ nho (Sogipa) conseguiu um waza­ari sobre Vinícius Panini (Pinheiros), que conseguiu virar o placar e vencer a luta com outros dois waza­ari em lances di­ fíceis que ainda precisaram ser revisa­ dos pelo vídeo. Por fim, o pesados pinheirenses se impuseram, com Beatriz Souza (+70kg/Pinheiros) e Rafael Silva “Baby” (+90kg/Pinheiros) passando por Talita Libório (+70kg/Sogipa) e Leonardo Lo­ pes (+90kg/Sogipa) para garantir o Pi­ nheiros em mais uma final da Copa. O Esporte Clube Pinheiros (SP) foi o grande campeão da Copa Brasil In­ terclubes de Judô ao vencer, neste sá­ bado, 20, o Minas Tênis Clube pelo placar de quatro a zero. Rafael Freitas (73kg), Ellen Santana (70kg), Vinícius Panini (90kg) e Beatriz Souza (+70kg) venceram seus combates e garantiram o título ao Pinheiros pelo segundo ano consecutivo. A Copa Brasil é a princi­ pal competição por equipes mistas do judô brasileiro. O evento é realizado pela Confederação Brasileira de Judô 19

com apresentação do Bradesco, patro­ cinador do judô brasileiro há mais de dez anos. Para chegar à final, o Pinheiros ba­ teu o Clube Athletico Paulistano (4 a 0) na fase de grupos e perdeu para o Ins­ tituto Reação (4 a 3) na final da chave do Grupo 1, passando às semifinais em segundo do grupo. Com isso, o clu­ be paulista precisou vencer a Sogipa (4 a 3), líder do Grupo 2, na semifinal pa­ ra chegar à decisão. O Minas teve caminho semelhante, vencendo a Umbra/Vasco (4 a 2), na primeira rodada do Grupo 2, e perdeu para a Sogipa (4 a 2), na última rodada da fase de grupos. Na semifinal, a equipe de Belo Horizonte superou o Instituto Reação (4 a 3) e chegou à fi­ nal também pela segunda vez conse­ cutiva. A disputa pelo ouro Na decisão deste sábado, o Pinhei­ ros começou bem, com vitória de Rafa­ el Freitas sobre Fernando Ramos, por waza­ari. No 70kg, o Minas tentou surpreen­ der, escalando Gabriella Mantena, cuja categoria de origem é o meio­médio (63kg), para encarar Ellen Santana, que investiu na luta no solo para ven­ cer sua oponente. Dessa forma, conse­ guiu encaixar uma chave de braço que fez Mantena bater e a arbitragem mar­ car o ippon. O lance gerou muita reclamação por parte do Minas, que pediu revisão do ippon entendendo que a chave teria sido aplicada após o sinal do tempo técnico soar, o que deveria paralisar a luta. A mesa, contudo, manteve a deci­ são do árbitro central e a vitória foi da­ da a Ellen Santana. O Pinheiros seguiu forte com Viní­ cius Panini projetando Eduardo Bettoni por ippon para ampliar o placar. Beatriz Souza fechou a conta ao vencer Ana


Damasceno na quarta luta, sacramen­ tando a vitória do Esporte Clube Pi­ nheiros. Sogipa vence Reação por 4 a 3 para ficar com o bronze A equipe da Sogipa (RS), liderada pelo medalhista olímpico de Tóquio 2020, Daniel Cargnin, conquistou, nes­ te sábado, 20, a medalha de bronze na Copa Brasil Interclubes de Judô, princi­ pal competição por equipes mistas do judô brasileiro. O pódio veio com vitória por 4 a 3 sobre o Instituto Reação (RJ). Daniel Cargnin (73kg), Talita Libório (+70kg) e Jéssica Lima (57kg), duas vezes, fizeram os pontos que deram a vitória aos gaúchos na arena montada pela CBJ em Pindamonhangaba (SP). “Foi uma conquista, realmente, muito difícil. A gente veio com uma equipe muito capaz, mas que não era a nossa equipe principal e quem veio deu conta do recado. Eu acho que o resultado da Sogipa foi muito verdadei­ ro, foi uma conquista muito importante e todos os atletas estão de parabéns”, pontuou Daniel Pires, técnico da Sogi­ pa. O clube gaúcho poupou alguns de

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seus principais atletas, como os olímpi­ cos Maria Portela (70kg) e Rafael Ma­ cedo (90kg), que se preparam para lutar a Seletiva Nacional em algumas semanas. O caminho até o bronze Na fase de grupos, Sogipa e Rea­ ção classificaram­se em primeiro lugar em seus respectivos grupos. A Sogipa venceu o Paineiras do Morumby (4 a 0) e o Minas Tênis Clube (4 a 2), mas caiu para o Pinheiros (4 a 3), na semifi­ nal. Já o Reação venceu o SESI (4 a 0) e Pinheiros (4 a 3) na fase de grupos, e parou no Minas (4 a 3), na semifinal. A disputa de bronze Em 2020, os dois clubes haviam fi­ cado fora do pódio, que teve Pinheiros, Minas e Paineiras. Para este ano, as equipes se concentraram na busca pe­ la medalha e chegaram às finais com o melhor desempenho na fase de gru­ pos. A disputa pelo bronze começou com um duelo de gerações. O novato Gabriel Falcão teve a responsabilidade de abrir o confronto enfrentando o me­


dalhista olímpico Daniel Cargnin. Na tática, Cargnin impôs maior volume de ataques e venceu a luta nas punições. O Reação empatou com imobiliza­ ção de Danielle Karla Oliveira sobre Ai­ ne Schimidt, no 70kg. Gustavo Assis bateu Matheus Assis, no 90kg, para vi­ rar o placar a favor do Reação. A Sogipa empatou com Talita Libó­ rio (+70kg), que perdia por um waza­ari e conseguiu buscar o ippon sobre Re­ nata Januário. Nos pesados, o Reação voltou a li­ derar graças à vitória de João Cesarino sobre Leonardo Lopes. A Sogipa foi, então, para a última luta com Jéssica Lima tentando manter o time gaúcho vivo no combate. Ela não decepcionou e venceu Jéssica Pe­ reira por ippon para deixar tudo igual. As duas mal respiraram e já tiveram sua categoria sorteada para a luta de desempate. Pereira voltou mais agressiva e buscou a luta de solo, seu ponto forte, para vencer Lima. Foi aí que o lance mais discutido da competição aconte­ ceu. Jéssica Pereira tentava encaixar o sankaku, uma técnica de imobilização com as pernas, enquanto Jéssica Lima 21

tentava defender­se. O árbitro deu o comando de matê para paralisar a luta e Pereira indicou que sua adversária teria batido, o que seria ippon. A arbi­ tragem entendeu o contrário e deu se­ guimento à luta. Jéssica Lima, então, conseguiu projetar Pereira e marcar um waza­ari que garantiu a vitória e a medalha da Sogipa na competição. Ao final, Jéssica Lima enalteceu sua adversária e explicou o que acon­ teceu naquele momento decisivo da lu­ ta final. “Eu e a Jéssica viemos da catego­ ria de baixo (52kg), então já tinha en­ frentado ela outras vezes. Mas, nunca tinha saído com a vitória. Desde então, as duas subiram de categoria e eu vi­ nha numa evolução, sabia que ia ser uma luta muito dura. Mas, estava confi­ ante no meu judô, tenho consciência de tudo que eu estava fazendo. Ela apertou, e foi tudo muito simultâneo, o árbitro deu matê e eu realmente bati ali. Mas, foi muito simultâneo. A Jéssi­ ca é uma atleta muito dura eu sei que vou enfrentá­la o ciclo olímpico inteiro e sei que teremos mais muitas lutas boas pela frente”, disse a atleta da So­ gipa ao deixar o tatame.


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Melhores da Copa Para coroar ainda mais a perfor­ mance dos campeões, tanto Bia, quan­ to Panini foram eleitos os melhores atletas da Copa Brasil Interclubes de Judô 2021. “Todo mundo lutou com muita al­ ma, se entregando de coração. E eu só tenho muito orgulho de estar lutando ao lado dessas pessoas maravilhosas, de estar junto com essa família aqui conquistando mais esse título”, festejou Bia, que embarca na próxima terça­fei­ ra para representar o Brasil no Grand Slam de Abu Dhabi. Para Panini, o título e a premiação teve um gostinho ainda mais especial, já que sua convocação para a Copa foi uma surpresa. Ele luta na categoria meio­médio (81kg) e precisou se adap­ tar rapidamente ao peso médio para substituir o titular do 90kg do Pinheiros, que virou desfalque de última hora. “Era para ter vindo outro atleta do peso 90kg, o Igor Morishigue, que é 23

um baita atleta também e, infelizmente está doente. Eu vim para cobrir no lu­ gar dele, fui pego de surpresa, estava em recuperação de uma lesão, mas deu tudo certo. Só tem adversário forte aqui, foi uma baita competição e estou muito feliz com a minha participação e a participação da minha equipe”, con­ tou. Além de consagrar as três equipes medalhistas ­ Pinheiros, Minas e Sogi­ pa ­ a Copa Brasil Interclubes de Judô homenageia também atletas que se destacaram individualmente durante os quatro dias de competição da melhor disputa por equipes mistas do Brasil. Nesta edição, dois atletas do Pinheiros, um da Umbra/Vasco e um do Instituto Reação levaram as premiações indivi­ duais. MELHOR ATLETA ­ FEMININO Beatriz Souza (+70kg) ­ Esporte Clu­ be Pinheiros A peso­pesado do Pinheiros contribuiu


de forma determinante para o segundo título da equipe entrando em todos os combates e vencendo todas as suas quatro lutas por ippon. Ela bateu Thau­ ana Silva (Paulistano), Renata Januá­ rio (Reação), Talita Libório (Sogipa) e Ana Damasceno (Minas). MELHOR ATLETA ­ MASCULINO Vinícius Panini (90kg) ­ Esporte Clube Pinheiros Panini foi escalado de última hora para substituir Igor Morishigue e deu conta do recado lutando em uma categoria acima da sua. Foi decisivo, principal­ mente, na semifinal, quando bateu Tia­ go Pinho de virada depois de levar um waza­ari. E, na final, venceu Eduardo Bettoni, também por ippon, para fazer o quarto ponto do Pinheiros, garantindo o título da equipe paulista. ATLETA REVELAÇÃO Pedro Medeiros ­ Umbra/Vasco O atleta de 21 anos fez uma das lutas 24

mais emocionantes da fase de grupos contra o peso leve do Minas Tênis Clu­ be, Gustavo Borsoi. Na garra e na téc­ nica, Pedro Medeiros conseguiu levar a melhor no combate e manter sua equi­ pe viva no confronto, com vantagem de 2 a 0 sobre a tradicional equipe minei­ ra. Apesar do revés da Umbra no due­ lo, a performance do seu peso Leve foi uma das boas surpresas da competi­ ção. IPPON DE OURO Gabriel Falcão ­ Instituto Reação O novato de apenas 18 anos protago­ nizou o ippon mais bonito da competi­ ção na semifinal diante do Minas Tênis Clube. Com técnica, velocidade e for­ ça, Gabriel Falcão projetou seu adver­ sário ao solo com o golpe perfeito, garantindo o prêmio de Ippon de Ouro desta edição.


Os novos talentos do judô brasileiro começaram a brilhar no Campeonato Mundial Júnior de Judô, em Olbia, na região da Sardenha, Itália. No primeiro dia de competição, na quarta­feira, 06 de outubro, a novata Rafaela Batista, de apenas 18, estreou na classe júnior conquistando logo uma medalha de bronze no Mundial na categoria Ligeiro (48kg). Demonstrando bastante personali­ dade, Rafaela não se intimidou diante de adversárias europeias e venceu quatro lutas por ippon. O único revés veio nas quartas­de­final, contra a rus­ sa Irena Khubulova, que terminou com a prata. Antes disso, ela havia vencido Monica Reyes, dos Estados Unidos, e Giorgia Hagianu, da Romênia. Na repescagem, Rafaela superou a espanhola Gemma Antona e, na dispu­ ta pelo bronze, encaixou um estrangu­ lamento perfeito que fez a francesa Lea Beres bater para desistir do com­ bate. 25

O Mundial foi apenas a segunda competição internacional de Rafa, que tem como inspiração no judô, sua con­ terrânea e xará, Rafaela Silva. A pri­ meira foi o Pan­Americano Sub­21 de Cali, na Colômbia, onde ela ficou com a prata após perder na final para Aléxia Nascimento, que terminou o Mundial em 7º lugar. Rafaela Batista é atleta do Instituto Santa Cruz de Esportes, no Rio de Ja­ neiro, onde é treinada pelo sensei Ra­ fael Barbosa. Ela conheceu o judô aos 9 anos, na escola, como atividade complementar aos estudos, e seguiu no esporte. Entre os principais resulta­ dos da promissora carreira nos tata­ mes estão o ouro no Meeting Nacional Sub­18 de 2020 e o ouro nos Jogos Escolares da Juventude, de 2019. Matheus e Aléxia param na repesca­ gem Outros dois brasileiros que lutaram no mesmo dia terminaram em sétimo


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Divulgação 26


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As competições dos Jogos Pan­ Americanos Sub­21 de Cali começa­ ram na sexta­feira, 26 de novembro de 2021, já com judô brasileiro no tatame. Foi a primeira vez que a PanAm Sports realiza os Jogos Pan exclusivamente para a classe júnior. A seleção brasileira de judô que re­ presentou o Brasil na competição foi a seguinte: Feminino Aléxia Nascimento (48kg/A.A.Judô Futuro/MS) Thayane Lemos (57kg/Instituto Reação/RJ) Nauana Silva (63kg/EC Pinheiros/SP) Luana Carvalho (70kg/Umbra­Vasco/RJ) Eliza Ramos (78kg/CR Flamengo/RJ) Luana Oliveira (+78kg/São João Tênis Clube/SP)

(100kg/Minas Tênis Clube/MG) Daniel Bolezina Silva (+100kg/Pais, Alunos e Amigos do Judô ­ Blumenau/SC) Comissão Técnica e Multidisciplinar Marcelo Theotonio Chefe de Equipe Douglas Potrich Técnico Seleção Masculina Marcus Agostinho Técnico Seleção Feminina Gisele Brito Médica E a seleção brasileira Júnior de Judô brilhou nos inéditos Jogos Pan­ Americanos Sub­21 de Cali e retornou ao Brasil, na segunda, 29, com 11 me­ dalhas na bagagem. Foram seis ouros, uma prata e quatro bronzes conquista­ dos pelo judô brasileiro, que manteve a hegemonia continental na modalidade, tanto nas disputas individuais, lideran­ do o quadro geral, quanto na competi­ ção por equipes mistas que teve o time brasileiro como grande campeão. De quebra, os cinco atletas que foram campeões no individual garantiram va­ gas para representar o país nos Jogos Pan­Americanos de Santiago 2023, na classe sênior. “A gente bateu a nossa meta, que era de cinco ouros e demos um passo importante na transição, pois garanti­

Masculino Matheus Pereira (66kg/Instituto Reação/RJ) Gabriel Falcão (73kg/Instituto Reação/RJ) Marcos Santos (81kg/Club Athletico Paulistano/SP) Victor Hugo Nascimento (90kg/Clube Athletico Paulistano/SP) Kayo Santos 28


mos que cinco atletas jovens partici­ pem de Santiago em categorias que são chave para nós, como 73kg, 70kg, 78kg e 100kg. Gostei muito também da atitude dos atletas na competição por equipes. Foi algo muito positivo. É uma nova competição que a gente tem que trabalhar porque, agora, é a 15ª meda­ lha olímpica. Gostaria de aproveitar e agradecer ao Comitê Olímpico do Bra­ sil por todo o suporte à nossa delega­ ção. O atendimento em todos os serviços foi impecável: alimentação, hospedagem, transporte, departamento médico, logística de protocolo, tudo fei­ to com muito cuidado para que a gente tivesse a melhor vivência nesses Jo­ gos”, avaliou Marcelo Theotonio, ge­ rente das equipes de transição da CBJ, chefe de equipe do Judô em Cali. A campanha do judô brasileiro em Cali começou na sexta­feira, já com quatro medalhas. Aléxia Nascimento (48kg) e Gabriel Falcão (73kg) foram campeões em suas categorias, en­ quanto Nauana Silva (63kg) e Matheus Pereira (66kg) faturaram medalhas de bronze. Thayane Lemos (57kg) deixou o bronze escapar por muito pouco e fi­ cou em quinto lugar. “Eu fico muito feliz em ter sido a primeira atleta no judô a conquistar uma medalha de ouro nos jogos Pan­ Americanos Júnior de Cali. Vai ficar marcado para mim, porque é um mo­ 29

mento histórico”, comemorou Aléxia Nascimento. “Foram lutas muito difíceis e complicadas. Às vezes o jogo não batia, principalmente na final onde eu comecei em desvantagem porque levei dois shidos. Mas tive foco, força e pen­ sei: não quero que outra pessoa leve essa medalha para casa. Essa meda­ lha é minha e eu fui determinada para isso”, concluiu. “Foram lutas duras, até a final foi tudo bem difícil, mas aproveitei a opor­ tunidade para imobilizar o adversário. Minha meta é ser campeão olímpico e o Pan de Santiago vai ajudar a mostrar os atletas e a trilharem esse caminho”, projetou o peso Leve Gabriel Falcão. No sábado, segundo dia de compe­ tições individuais, os judocas brasilei­ ros tiveram resultados ainda melhores, com quatro finais e duas disputas de bronze. Luana Carvalho (70kg), Eliza Ramos (78kg) e Kayo Santos (100kg) conquistaram o ouro, Marcos Santos (81kg) ficou com a prata, e Daniel Bo­ lezina (+100kg) e Luana Oliveira (+78kg) ficaram com o bronze. Victor Hugo Nascimento (90kg) também lutou nesse dia, mas caiu na fase de oitavas­ de­final e não chegou às disputas por medalhas. “Estou muito feliz por ter conquista­ do a vaga para Santiago 2023 e por ter tido a oportunidade de representar o Brasil nessa competição”, resumiu o


meio­pesado Kayo Santos em senti­ mento compartilhado por suas compa­ nheiras de equipe e também campeãs Luana e Eliza: “Estou muito feliz com essa con­ quista por serem os primeiros Jogos Pan­americanos Júnior e também por valer vaga para Santiago 2023. Foi muito difícil chegar até aqui, mas não desacreditei em nenhum momento. Se­ gui firme com o trabalho, e toda essa dedicação valeu a pena”, disse Luana. “Venho me dedicando e me esfor­ çando, e essa medalha é a prova de que todo o processo está valendo a pena. Ter me classificado para Santia­ go 2023 faz parte da realização desse sonho e quero me preparar mais do que me preparei para estar aqui”, con­ tou Eliza. As dez medalhas (5 ouros, 1 prata e 4 bronzes) deram ao Brasil o primeiro lugar geral no quadro de medalhas das disputas individuais do judô. Cuba ficou em segundo lugar (2 ouros, 2 pratas e 2 bronzes), seguida por Estados Uni­ dos, Venezuela e República Dominica­ na. Brasil campeão nas equipes mistas No domingo, 28, último dia de com­ petição, todos os atletas brasileiros vol­ taram ao tatame do Coliseo Yuri Alvear para a disputa por equipes mistas. Mostrando muita garra e união, o time 30

brasileiro formado por Gabriel Falcão (73kg), Marcos Santos (90kg), Victor Hugo Nascimento (90kg), Kayo Santos (+90kg), Daniel Bolezina (+90kg), Thayane Lemos (57kg), Luana Carva­ lho (70kg), Eliza Ramos (+70kg) e Lua­ na Oliveira (+70kg) venceu República Dominicana, Cuba e os Estados Uni­ dos para conquistar o sexto ouro do Brasil em Cali. No primeiro combate, os brasileiros bateram os dominicanos por 4 a 2, com vitórias de Falcão (73kg), Victor Hugo (90kg), Kayo (+90kg) e Thayane (57kg). Na semifinal, o duelo com Cuba co­ meçou tenso, com os cubanos abrindo dois a zero de vantagem. Mas, o Brasil buscou o empate e, na sequência, a vi­ rada por 4 a 3. Falcão fez o terceiro ponto que manteve o time vivo na dis­ puta e, na luta de desempate, Marcos Santos conseguiu um waza­ari, que garantiu o Brasil na grande final. Depois de passar por adversários mais duros nas fases anteriores, o time brasileiro entrou confiante para a final e dominou os Estados Unidos, vencendo os quatro primeiros combates ­ Eliza Ramos, Victor Hugo, Daniel Bolezina e Thayane Lemos ­ para conquistar o tí­ tulo inédito e fechar Cali 2021 no topo do pódio.


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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Lara Monsores 32


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Os treinadores Antônio Carlos “Ki­ ko” Pereira, Andréa Berti e Sarah Me­ nezes foram apresentados pela Confederação Brasileira de Judô como novos integrantes da comissão técnica da seleção brasileira principal de judô para o ciclo Paris 2024, na terça­feira, 14 de dezembro, durante a abertura da Seletiva Nacional Projeto Paris 2024, em Pindamonhangaba (SP). Primeira campeã olímpica do judô feminino do Brasil, Sarah Menezes se­ rá a treinadora principal da seleção fe­ minina, ao lado de Andréa Berti, que saiu da seleção júnior para assumir o posto de coordenadora técnica da equipe principal feminina. Na base, Berti trabalhou com a nova geração de judocas que integram a seleção princi­ pal atualmente, como Larissa Pimenta e Beatriz Souza, ambas medalhistas em Mundiais Júnior sob o comando da treinadora. Já a seleção masculina será co­ mandada por Kiko Pereira, um dos trei­ nadores mais vitoriosos do judô brasileiro, técnico formador do mais 34

novo medalhista olímpico do Brasil, Daniel Cargnin, além da trimedalhista olímpica, Mayra Aguiar, e do bicam­ peão mundial, João Derly. A japonesa Yuko Fujii, que entrou para história co­ mo a primeira mulher treinadora de uma seleção masculina de judô do Brasil, assumirá o posto de coordena­ dora técnica da equipe masculina para Paris 2024. Os técnicos Luiz Shinohara, Rosi­ cleia Campos e Mario Tsutsui, despe­ dem­se da seleção após conquistarem 14 medalhas olímpicas e 48 medalhas em Mundiais no período mais vitorioso da história do judô brasileiro. Eles fo­ ram homenageados pela CBJ, em re­ conhecimento a toda contribuição ao judô brasileiro e em respeito à história escrita nos tatames por esses grandes treinadores. PERFIS DOS TREINADORES Antônio Carlos de Oliveira Pereira “KIKO” Naturalidade: Porto Alegre, Rio Grande


do Sul Idade: 53 anos Graduação: Faixa Vermelha e Branca 7º Dan ­ Técnico do clube SOGIPA (RS) des­ de 1987 ­ 6 medalhas olímpicas: Tiago Camilo 2008; Mayra Aguiar 2012/2016/2020; Felipe Kitadai 2012; Daniel Cargnin 20220) ­ 5 campeões mundiais: João Derly (2005/2007), Mayra Aguiar (2014/2017) e Tiago Camilo (2007)

Andréa Berti Rodrigues Guedes Naturalidade: Santos, São Paulo Idade: 48 anos Graduação: Faixa Preta 5º Dan ­ Atleta Olímpica em Barcelona 1992 e Atlanta 1996; Sidney 2000 (atleta re­ serva) ­ Bronze Jogos Pan­Americanos Mar Del Plata 1995 ­ Técnica das equipes de base do Bra­ sil (2007 ­ 2021) ­ Técnica do Esporte Clube Pinhei­ ros/SP (2009 ­ 2015) ­ 5 medalhistas em Mundiais Juvenis Sub­17 (2 ouros e 3 bronzes) ­ 11 medalhistas em Mundiais Júniores Sub­21 (6 pratas e 5 bronzes) Sarah Gabrielle Cabral de Menezes Naturalidade: Teresina, Piauí Idade: 31 anos Graduação: Faixa Vermelha e Branca 6º Dan ­ Campeã Olímpica Londres 2012 ­ Participações Olímpicas: Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016 ­ 3X medalhista de bronze Mundial ­ Bicampeã Mundial Júnior

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Por: Assessoria de Imprensa da CBJ ­ Fotos: Lara Monsores 36


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A Confederação Brasileira de Judô realizou a Seletiva Nacional ­ Projeto Paris 2024 nos dias 15 de dezembro (feminino) e 17 de dezembro (masculi­ no) e formou a Seleção Brasileira de Judô que representará o Brasil no pri­ meiro ano do ciclo Paris 2024. No feminino, depois de um longo dia de competição, 14 atletas ­ 2 por categoria ­ foram classificadas para in­ tegrar a equipe principal. O resultado final trouxe uma grande renovação pa­ ra o time brasileiro, que contará com oito estreantes. No peso Ligeiro (48kg), Amanda Li­ ma (MG), de 22 anos, passou em pri­ meiro lugar e terá a companhia de Natasha Ferreira (PR), também de 22 anos, ambas novatas na seleção. Ga­ briela Chibana, que representou o Bra­ sil em Tóquio, não lutou a Seletiva e Nathália Brígida, que também brigou pela vaga do 48kg no ciclo passado lu­ tou no 52kg e não conseguiu se classi­ ficar. Nessa categoria, os grandes desta­ ques foram Yasmim Lima (RJ), de 25 anos, e Maria Taba (MG), de 22 anos, que levaram a melhor na fase final e se garantiram na equipe principal pela pri­ meira vez. A grande surpresa dessa categoria foi a eliminação precoce de Larissa Pimenta (SP), que representou muito bem o Brasil nos Jogos de Tó­ quio, mas que acabou caindo na re­ pescagem das eliminatórias para Gabriela Conceição (MG) depois de perder nas quartas para Jaqueline 38

Nascimento (MG). O peso leve (57kg) terá a campeã olímpica Rafaela Silva (RJ), que foi dis­ pensada da Seletiva pelo critério de medalhista olímpica no Rio 2016, ao lado de Jéssica Lima (RS), de 24 anos, e da jovem Thayane Lemos (RJ), que ainda é da seleção júnior. Aléxia Castilhos (RS), que já era da seleção, defendeu bem seu posto e manteve a vaga para 2022 passando em primeiro lugar na Seletiva. Ela terá a companhia de Tamires Crude (RJ), que retorna à seleção em nova catego­ ria depois de representar o Brasil no peso Leve (57kg). Ketleyn Quadros (RS), que ficou não precisou lutar a Seletiva pelo critério de ter ficado em 7º lugar em Tóquio, e está garantida na seleção. O peso médio (70kg) terá a novata Luana Carvalho (RJ), de apenas 19 anos, medalhista de bronze no Mundial Júnior deste ano, e a experiente Maria Portela (RS), que chegou a perder para Luana na fase eliminatória, mas recu­ perou­se na poule e venceu todas as lutas para se manter na seleção. Luana garantiu sua vaga batendo Ellen San­ tana (SP) na última luta do quadrangu­ lar. No meio­pesado, além de Mayra Aguiar (RS), medalhista em Tóquio e, portanto, dispensada da Seletiva, o Brasil contará com a novata Beatriz Freitas (SP), de apenas 19 anos, e pe­ la experiente Nathália Parisoto (RS). O peso pesado (+78kg) terá Maria


Suelen Altheman (SP), que ficou em 7º nos Jogos de Tóquio, e foi dispensada da Seletiva, ao lado de Beatriz Souza (SP), atual número 2 do mundo, que dominou suas adversárias na Seletiva e manteve sua posição na equipe prin­ cipal. Camila Yamakawa (MS) retorna à seleção principal fechando o grupo de 18 judocas brasileiras na seleção 2022. Essas atletas entram na zona de investimento direto da CBJ e participa­ rão de etapas do Circuito Mundial IJF em busca da classificação para o Mun­ dial de 2022, que acontecerá em agos­ to. Uma nova Seletiva será realizada em setembro de 2022 para, novamen­ te, formar o grupo de atletas que roda­ rão o circuito no restante do ciclo. No masculino, o judô brasileiro co­ nheceu os novos judocas que repre­ sentarão o Brasil nas competições internacionais de 2022 até o Campeo­ nato Mundial desse ano, que acontece­ rá em agosto. Foram apurados dois atletas por categoria,entre os 104 atle­ tas de 42 clubes em um dia inteiro de disputas no tatame da CBJ montado em Pindamonhangaba (SP). “A gente acredita que esse seja o processo mais justo, democrático e que, apesar de ser em apenas um dia, é como acontece num Mundial, numa Olimpíada”, resume o gerente de Alto Rendimento da CBJ, Ney Wilson Perei­ ra. Todas as sete categorias tiveram, pelo menos, uma vaga com renovação.

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O mais jovem classificado para a seleção brasileira de judô foi o peso li­ geiro Ryan Conceição (RJ), de 19 anos. Ele estreia na equipe principal e terá a companhia de Allan Kuwabara (SP), de 29 anos, campeão da Seleti­ va. No meio­leve, o campeão mundial Júnior, Willian Lima (SP), que já vinha rodando no circuito sênior pela equipe de Transição, confirmou sua vaga no time principal sendo campeão da Sele­ tiva. Ele contou com uma “ajuda” do companheiro de clube Eric Takabatake (SP) que, venceu a última rodada da poule por ippon, o que daria vaga aos dois pelos critérios de desempate. Eric tem 30 anos e representou o Brasil em Tóquio, mas no peso ligeiro (60kg). Agora, ele buscará a classificação para Paris no meio­leve (66kg). Além dos dois que passaram pela Seletiva, essa categoria ainda tem o medalhista olímpico Daniel Cargnin (RS), que não precisou lutar a Seletiva, assim como todos os medalhistas de Rio e Tóquio e já está garantido na equipe de 2022. O peso Leve teve renovação tam­ bém. Júlio Koda Filha, de 22 anos, venceu a Seletiva e terá a companhia de Jeferson Santos Jr, de 22 anos, que ficou com a segunda vaga pela Seleti­ va. Eduardo Katsuhiro que representou o Brasil em Tóquio tentou vaga pela Seletiva no peso de cima (81kg), mas parou na primeira rodada. Nesse peso, o Brasil contará com


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Guilherme Schimidt (MG), de 21 anos, que venceu a Seletiva de forma invicta, e por Vinícius Panini (SP), de 31 anos, segundo colocado na Seletiva. O re­ presentante do Brasil em Tóquio nessa categoria foi Eduardo Yudy, que não participou da Seletiva. No 90kg, Rafael Macedo também venceu a Seletiva de maneira invicta e assegurou seu posto de titular da cate­ goria em 2022. Em segundo, passou seu companheiro de Sogipa, Marcelo Gomes, de 21 anos. A mesma situação aconteceu no meio­pesado, onde Rafael Buzacarini, que foi a Tóquio 2020 e ao Rio 2016, dominou a Seletiva e assegurou seu posto na equipe principal para 2022. A segunda vaga ficou com William Souza Júnior, de 24 anos. Leonardo Gonçal­ ves que brigou pela vaga em Tóquio com Buzacarini não lutou a Seletiva deste ano. 42

Por fim, no peso pesado, o experi­ ente Juscelino Nascimento Jr, de 29 anos, venceu a disputa e garantiu uma das vagas ao lado de João Marcos Ce­ sarino, de 25 anos, que já integrou a seleção Sub­21 do Brasil. A categoria contará ainda com o medalhista olímpi­ co Rafael Silva "Baby", que também não precisou lutar a Seletiva. “O nível de competitividade foi bem elevado em algumas categorias. Em poucas o campeão teve três vitórias na poule. É um aspecto que tem que ser considerado, um parâmetro importante que, quando se junta os quatros me­ lhores na poule, a disputa é muito pa­ relha. É claro, é o início de um trabalho e eu acredito que, em setembro, esta­ remos em outro patamar”, comentou Kiko Pereira, o novo técnico da seleção masculina de judô.


SELEÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ 2022 ­ FEMININO Ligeiro 48kg Amanda Lima (Minas Tênis Clube) Natasha Ferreira (S. Morgenau) Meio­Leve 52kg Yasmim Lima (Instituto Reação) Maria Taba (Minas Tênis Clube) Leve 57kg Rafaela Silva (CRFlamengo) Jéssica Lima (Sogipa) Thayane Lemos (Instituto Reação) Meio­Médio 63kg Ketleyn Quadros (Sogipa) Aléxia Castilhos (Sogipa) Tamires Crude (Instituto Reação) Médio 70kg Maria Portela (Sogipa) Luana Carvalho (Umbra­Vasco)

SELEÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ 2022 ­ MASCULINO Ligeiro 60kg Allan Kuwabara (EC Pinheiros) Ryan Conceição (Ass. Nagai de Judô) Meio­leve 66kg Daniel Cargnin (Sogipa) Willian Lima (EC Pinheiros) Eric Takabatake (EC Pinheiros) Leve 73kg Júlio Koda Filho (Minas TC) Jeferson Santos Jr (P. Olhar Futuro) Meio­médio 81kg

Guilherme Schimidt (Minas TC) Vinícius Panini (EC Pinheiros) Médio 90kg Rafael Macedo (Sogipa) Marcelo Gomes (Sogipa) Meio­pesado 100kg Rafael Buzacarini (EC Pinheiros) William Souza Jr (A. Espaço M. Guiness) Pesado +100kg Rafael Silva (EC Pinheiros) Juscelino Nascimento Jr (Minas TC) João Marcos Cesarino (Ass. Yamazaki)

Meio­Pesado 78kg Mayra Aguiar (Sogipa) Beatriz Freitas (EC Pinheiros) Nathalia Parisoto (Grêmio Náutico União) Pesado +78kg Maria Suelen Altheman (EC Pinheiros) Beatriz Souza (EC Pinheiros) Camila Yamakawa (Clube Sakurá de Judô)

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O Grand Slam de Abu Dhabi foi co­ mo um restaurante à beira­mar anunci­ ando o último prato. Restou pouco até o amanhecer e esse foi o crepúsculo da estação mais estranha e exótica de que há memória. Os clientes ainda não queriam ir para casa, preferiam prolongar a festa e isso é compreensí­ vel porque as portas ficariam fechadas por dois meses. É muito tempo, no au­ ge do inverno, frio e escuro. É o jantar das últimas esperanças. Existiram clientes habituais, aque­ les que não perdem nenhuma festa. Outros eram novos e gostaram do lu­ gar. Houve quem veio comemorar uma 44

temporada sensacional e outros que buscaram o incentivo na última chance do ano. Seja o que for, houve espaço para todos. Aliás, o restaurante se cha­ ma World Judo Tour, mas todo mundo conhece como WJT. Lasha Shavdatuashvil, Matthias Casse, Amandine Buchard, Raz Hers­ chko, Primo Gefen, Shady Elnahas fo­ ram os ilustres. Houve também clientes que não têm andado muito a festejar, devido à idade, competição ou lesões e outros que conheceram o menu pela primeira vez. No total, foram 253 clien­ tes, sendo 152 homens e 101 mulhe­ res. São números marcantes para o


que já foi em 2021, com alguns campe­ onatos continentais, os mundiais e as Olimpíadas acontecendo, com pouco descanso; um ano denso que anunciou mais ou menos o mesmo para o próxi­ mo porque se a temporada começar em fevereiro, o ciclo olímpico começa­ rá em maio e como serão apenas três anos, haverá fila para entrar no local. Abu Dhabi foi o lugar certo, um res­ taurante elegante e charmoso, com vista para o mar, onde o sol vai nascer e todos vão dormir até que o maître volte a colocar a placa de "aberto".

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Brasil teve três representantes O judô brasileiro teve três repre­ sentantes no GS de Abu Dhabi. Ke­ tleyn Quadros (63kg/Sogipa), Eduarda Rosa (70kg/Grêmio Náutico União) e Beatriz Souza (+78kg/EC Pinheiros) e mesmo com o time reduzido, não de­ cepcionaram. Ketleyn Quadros conuis­ tou a terceira colocação e Beatriz Souza foi campeã. Os detalhes do GS de Abu Dhabi estão nas próximas pági­ nas. Os textos originais são de Pedro Lasuen e Nicolas Messner e as fotos de Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio, todos da Federação Internacional de Judô.


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RESULTADOS FINAIS: 1º SCUTTO Assunta (ITA), 2º BOUKLI Shirine (FRA), 3º COSTA Catarina (POR), 3º LEGOUX CLEMENT Melanie (FRA), 5º GILIAZOVA Sabina (RUS), 5º DOLGOVA Irina (RUS), 7º SALENS Ellen (BEL), 7º RISHONY Shira (ISR)

­48 kg feminino: juventude em des­ taque com Scutto Semente número um na categoria, Shirine Boukli (FRA) está posicionada como um sério candidato nos próximos anos para um ou mais títulos importan­ tes. 4ª no ranking mundial depois de uma temporada de montanha­russa que lhe trouxe imensas alegrias e tam­ bém grandes decepções, ela chegou a Abu Dhabi determinada a se sair me­ lhor do que seu terceiro lugar em Paris em outubro. Missão cumprida! A judo­ ca francesa escalou o placar até a fi­ nal, para ficar à frente de uma jovem estrela em ascensão. De fato, foi As­ sunta Scutto (ITA), a recente campeã mundial junior em Olbia, que se opôs a Boukli. Para a primeira medalha de bronze, vi­ mos Catarina Costa (POR) enfrentar a russa 48

Sabina Giliakova. Pouco antes dos três

minutosdo golden score, Costa final­ mente fez um waza­ari com um oportu­ nista sumi­gaeshi. A campeã portuguesa deixou explodir a alegria com esta merecida medalha. Para a segunda medalha de bronze a segunda judoca francesa da catego­ ria, Mélanie Clément Legoux, contra a outra russa Irina Dolgova. Clément Le­ goux veio a Abu Dhabi para se prepa­ rar para a temporada de 2022. Pela segunda vez consecutiva, as atletas ti­ veram que passar pelo golden score para determinar a vencedoral. Depois das 6m20, havia dois shidos para cada uma. Eventualmente, após 9 minutos e 17 segundos da prorrogação, o terceiro shido foi dado a Dolgova, para oferecer a medalha a Clément Legoux.


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RESULTADOS FINAIS: 1º YANG Yung Wei (TPE), 2º ABDULAEV Ramazan (RUS), 3º REVOL Cedric (FRA), 3º HALL Samuel (GBR), 5º KHALMATOV Dilshot (UKR), 5º VEREDYBA Oleh (UKR), 7º KHAWJAH Mutaz (KSA), 7º ENKHTAIVAN Sumiyabazar (MGL)

­60 kg masculino: Yang confirma sua posição favorita Atualmente número um do mundo, desde sua medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Yung Wei Yang (TPE) é um cliente sério de medalhas no Circuito Mundial de Judô. Os primeiros segundos mostraram imediatamente a tática de Abdulaev contra o medalhista olímpico de prata: ser agressivo e pressioná­lo com força em tachi­waza e ne­waza. Após 1 mi­ nuto e meio as coisas começaram a se acalmar, oferecendo mais oportunida­ des para Yang marcar. Com quinze se­ gundos restantes no relógio, Yang finalmente marcou com um poderoso seoi­nage para ganhar sua primeira medalha de ouro em um grand slam. Cédric Revol (FRA) não estava en­ 52

tre os favoritos da competição. Mesmo assim, ele se viu em posição de subir ao pódio, com apenas o ucraniano Dilshot Khalmatov entre ele e o prêmio. Revol marcou o primeiro waza­ari com um belo morote­seoi­nage para assu­ mir uma liderança forte. Os shido então distribuídos não alteraram o resultado final e a Revol acrescentou mais uma medalha à delegação francesa. Samuel Hall entrou no bloco final, desta vez por uma possível medalha de bronze contra o ucraniano Oleh Ve­ redyba, um estreante. Demorou pouco mais de trinta segundos para Hall se­ guir uma tentativa perdida de seoi­na­ ge com uma virada perfeitamente executada para derrubar seu oponente para ippon.


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RESULTADOS FINAIS: 1º BUCHARD Amandine (FRA), 2º GILES Chelsie (GBR), 3º PRIMO Gefen (ISR), 3º BISHRELT Khorloodoi (MGL), 5º KALETA Aleksandra (POL), 5º IRAOUI Soumiya (MAR), 7º JARRELL Katelyn (EUA), 7º KUZNETSOVA Alesya (RUS)

52kg feminino: o plano de Buchard funciona bem em Abu Dhabi Quem poderia competir seriamente com o medalhista de prata dos últimos Jogos Olímpicos, Amandine Buchard? Era essa a pergunta e a francesa rapi­ damente deu uma resposta clara, gra­ ças ao seu deslumbrante kata­guruma: ninguém! Na final, ela se opôs a Chel­ sie Giles (GBR). Ficou claro que os dois competidores não tinham nenhu­ ma competição real pela frente em Abu Dhabi. Liderando com uma estatística de confronto direto de 2 a 0 contra Giles, Buchard pisou no tatame para somar mais uma vitória à lista. Enquanto Bu­ chard está no topo de sua arte há um bom tempo, Giles tem emergido nos úl­ timos dois anos. Na final, a última foi penalizada duas vezes por passivida­ 56

de. A terceira penalidade caiu no último minuto, Giles sendo totalmente impedi­ da de atacar. Buchard ainda é a atleta mais forte. Ela veio com um plano e o aplicou perfeitamente. Gefen Primo (ISR) foi qualificada para a disputa pela medalha de bron­ ze, enfrentando Aleksandra Kaleta (POL). Gefen Primo venceu Kaleta que foi penalizada três vezes por hansoku­ make. A campeã africana Soumiya Iraoui, do Marrocos, chegou à disputa pela medalha de bronze diante da mongol Khorloodoi Bishrelt. Iraoui foi mais rápi­ da em ação, mas não o suficiente para marcar. Com 90 segundos restantes, Khorloodoi Bishrelt marcou um ippon com um uchi­mata para ganhar sua quarta medalha em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1º VIERU Denis (MDA), 2º MISIROV Ismail (RUS), 3º YONDONPERENLEI Baskhuu (MGL), 3º IADOV Bogdan (UKR), 5º KHYAR Walide (FRA), 5º IZVOREANU Radu (MDA), 7º ZHUKOV Petr (ROU), 7º YULDOSHEV Dilshodbek (UZB)

­66 kg masculino: Vieru não comete erros Com apenas 22 anos, Ismail Misi­ rov (RUS) não ficou entre as sementes da segunda categoria masculina deste primeiro dia de competição em Abu Dhabi. No entanto, não tremeu e che­ gou à final para se deparar com um cli­ ente sério, o moldavo Denis Vieru. Vieru parecia cansado no final do dia e de uma longa temporada e não conseguiu mostrar o seu ritmo e estilo habituais. Com ambos os atletas sendo penalizados duas vezes durante o tem­ po normal, eles entraram no golden score para determinar o vencedor. Foi aí que algo incomum aconteceu, já que Misirov foi penalizado pela terceira vez por não ter arrumado seu judogi. Todos os atletas conhecem essa regra, em vi­ gor há um bom tempo. 60

Na primeira luta pela medalha de bronze Walide Khyar enfrentour o mon­ gol Baskhuu Yondonperenlei. Se os dois atletas mostraram empunhaduras realmente fortes, nenhum foi capaz de transformar isso em ataques reais e a partida foi para o golden score com um shido para Yondonperenlei e dois para Khyar. Com 26 segundos se passando, o competidor mongol passou direto por seu oponente, que errou sua tentativa o­uchi­gari, de marcar ippon com um ko­soto­gake. Outro moldavo, Radu Izvoreanu lu­ tou contra o ucraniano Bogdan Iadov por um lugar no pódio. Iadov ganhou a medalha, levando menos de dois minu­ tos aplicar um kata­guruma (wazari), seguido por uma imobilização para ip­ pon.


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RESULTADOS FINAIS: 1º MONTEIRO Telma (POR), 2º GNETO Priscilla (FRA), 3º LKHAGVATOGOO Enkhriilen (MGL), 3º MOKDAR Faiza (FRA), 5º TOPRAK Acelya (GBR), 5º NELSON LEVY Timna (ISR), 7º ZEMANOVA Vera (CZE), 7º LIBEER Mina (BEL)

­57kg feminino: Monteiro atingiu o ouro Foram duas veteranas do circuito mundial que se classificaram para a fi­ nal. Priscilla Gneto (FRA) foi de fato medalhista olímpica de bronze em 2012 em Londres, enquanto Telma Monteiro (POR) esteve no Rio em 2016 e tem um dos mais extensos recordes do circuito. O que surpreende é que depois de uma longa carreira para as duas com­ petidoras, foi a primeira vez que se en­ contraram no circuito durante um evento. Monteiro, que é uma das maio­ res competidoras do WJT no que se refere ao jogo mental, acertou um wa­ za­ari após Gneto liberar sua concen­ tração por um minúsculo momento. Foi o suficiente para Monteiro conquistar 64

sua sexta medalha de ouro no Grand Slam. A primeira luta pela medalha de bronze viu Enkhriilen Lkhagvatogoo enfrentar Acelya Toprak (GBR). Han­ soku­make foi concedido muito rápido, para Acelya Toprak, quando ela apli­ cou uma técnica proibida no braço de sua oponente, dando a vitória a Enkhri­ ilen Lkhagvatogoo. A israelense Timna Nelson Levy enfrentou a francesa Faiza Mokdar. Com apenas 20 anos, Mokdar é uma das pepitas do atual judô francês e conquistou a primeira medalha em um grand slam.


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RESULTADOS FINAIS: 1º TSEND­OCHIR Tsogtbaatar (MGL), 2º TURAEV Khikmatillokh (UZB), 3º AGAIAN Armen (RUS), 3º SHAVDATUASHVILI Lasha (GEO), 5º MAKHMADBEKOV Somon (TJK), 5º HOJAK Martin (SLO), 7º STERPU Victor (MDA), 7º NAGUCHEV Kazbek (RUS)

­73kg New Boss Lasha Shavdatuashvili se apresen­ tou em Abu Dhabi e chegou às semifi­ nais, o que é lógico. Nada mais houve porque perdeu para o uzbeque Khik­ matillokh Turaev. Turaev ilustrou o que um torneio deste nível realmente signi­ fica porque, após eliminar uma lenda viva, ele teve que enfrentar na final um homem que está a caminho de se tor­ nar um dos maiores. Com o gergian fora da final, restava saber se Turaev superaria a nova sen­ sação da Mongólia. Tsend­Ochir é mui­ to ágil, muito rápido e aprendeu a aguentar o tempo como um veterano endurecido em mil batalhas. Ele pri­ meiro lançou com ura­nage para waza­ ari e alguns segundos depois concluiu 68

via osaekomi. Tsend­Ochir se tornou um judoca completo e sim, ele está fa­ zendo muito mais do que se aproximar do topo, porque a partir de agora ele é o novo número um do mundo. Armen Agaian ganhou o bronze. O russo derrotou Tajiko Somon Makh­ madbekov por ippon com um ouchi­gari monumental, também em placar de ou­ ro. Shavdatuashvili conquistou o se­ gundo bronze. Depois de um dia exaustivo com todas as lutas decididas em placar de ouro, sua luta contra o esloveno Martin Hojak foi tudo menos uma mera formalidade. Outra pontua­ ção de ouro, mas bronze no final de uma longa estrada.


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RESULTADOS FINAIS: 1º RENSHALL Lucy (GBR), 2º VERMEER Sanne (NED), 3º LESKI Andreja (SLO), 3º QUADROS Ketleyn (BRA), 5º HAECKER Katharina (AUS), 5º ZACHOVA Renata (CZE), 7º SHARIR Gili (ISR), 7º DAVYDOVA Daria (RUS)

­63 kg Um Ano Doce Lucy Renshall, em Abu Dhabi fez uma final que foi anunciada como agri­ doce contra uma adversária forte, mas voltou de casa com toneladas de açú­ car. À sua frente estava Sanne Verme­ er, três anos mais jovem e também com um excelente ano atrás dela, mas onde Renshall oscila entre o ouro e a prata, a concorrente holandesa não ul­ trapassou o bronze em 2021. Vermeer marcou waza­ari, parecendo mais revi­ gorada e com um plano bem estabele­ cido. Renshall estava tentando o uchi­mata, mas seus ataques eram previsíveis até que ela mudou e sur­ preendeu Vermeer com ko­soto­gake. 1­1 e golden score, o terceiro consecu­ tivo do dia. Renshall finalizou com seoi­ nage e ganhou outro título de outono. Na batalha pelo primeiro bronze, a 72

australiana Katharina Haecker enfren­ tou a eslovena Andreja Leski, que já havia ultrapassado Haecker nas três partidas anteriores. Haecker tomou a iniciativa e sua mão direita comandou o kumi­kata. Alcançaram o golden score, já com dois shidos. Haecker aplicou o osoto­gari, mas a reação de Leski foi brutal com um seoi­nage explosivo. Bronze e 4 vitórias a 0 para Leski. O segundo bronze foi a clássica oposição entre passado e futuro: a bra­ sileira Ketleyn Quadros, de 34 anos, contra a tcheca Renata Zachova, de 21 anos. Houve também um golden score. Quadros usou sua experiência para acumular ataques e provocar um ter­ ceiro shido contra Zachova. Foi o que aconteceu, o bronze para Quadros e uma lição de gerenciamento de uma disputa por medalha para Zachova.


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RESULTADOS FINAIS: 1º CASSE Matthias (BEL), 2º KHUBETSOV Alan (RUS), 3º MOORHEAD Lachlan (GBR), 3º LAPPINAGOV Aslan (RUS), 5º GRAMKOW Tim (GER), 5º TOJIEV Arslonbek (UZB), 7º KRIVCHACH Sergii (UKR), 7º DRZYMAL Pawel (POL)

­81 kg de contas pendentes O belga Matthias Casse é campeão mundial e medalhista de bronze olímpi­ co. Está tudo bem. No entanto, desde então, ele não recuperou totalmente sua forma, pelo menos por enquanto. Esse era seu negócio inacabado. Em Abu Dhabi, ele fez tudo certo e chegou à final depois de uma semifinal tensa contra o russo Aslan Lappinagov. Cas­ se teve um serviço duplo para os rus­ sos porque na final houve outro, Alan Khubetsov. O belga experimentou cinco técni­ cas diferentes, mostrando variedade e tentando surpreender. O russo havia preparado um plano e não queria mu­ dar de estratégia. Já no placar de ouro o belga condenou com um belo uchi­ 76

mata­sukeshi. Casse voltou em grande estilo! Em qualquer esporte, um confronto entre um britânico e um alemão tem seu interesse na rivalidade histórica entre os dois países. Lachlan Moorhe­ ad e Tim Gramkow lutaram pelo bronze e confirmaram que as duas delegações estão em Abu Dhabi para ganhar me­ dalhas, não apenas para se apresen­ tar. O judoca britânico Moorhead venceu com dois seoi­nage consecuti­ vos. Foi então a vez do russo Aslan Lappinagov e do uzbeque Arslonsek Tojiev, membros de outras duas fortes delegações aqui em Abu Dhabi. O últi­ mo bronze foi para Lappinagov depois de uma disputa plana.


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RESULTADOS FINAIS: 1º SCOCCIMARRO Giovanna (GER), 2º TANAKA Shiho (JPN), 3º GAHIE Marie Eve (FRA), 3º PETERSEN POLLARD Kelly (GBR), 5º KIREEVA Taisia ​​(RUS), 5º TSERENDULAM Enkhchimeg (MGL), 7º COUGHLAN Aoife (AUS), 7º ERIKSSON Ida (SWE)

­70 kg Os ausentes estão sempre er­ rados Giovanna Scoccimarro pertence à nata de uma categoria dominada com punho de ferro pela croata Barbara Matic, duas japonesas e duas holande­ sas. Em Abu Dhabi Scoccimarro esta­ va muito feliz porque as outras não estavam lá. Na verdade, a alemã che­ gou à final, mas havia uma japonesa desconhecida, pelo menos por en­ quanto, que sai do universo juvenil e que, como todas as japonesas, era uma das favoritas apesar da juventude e do anonimato. É o que acontece quando o judô é praticado no Japão. Foi assim que as coisas começa­ ram na final, um encontro bastante táti­ co com as duas tentando lançar com o uchi­mata. No golden score, a alemã executou um forte ko­uchi­gari e apro­ 80

veitou a viagem para Abu Dhabi, mos­ trando que os japoneses não são in­ vencíveis. Marie­Eve Gahié em Abu Dhabi te­ ve uma oportunidade para relançar uma corrida após a paralisação. A fran­ cesa conquistou o bronze contra a rus­ sa Taisia ​Kireeva e ela fez um excelente trabalho em ne­waza. Osae­ komi trouxe o bronze e o primeiro sorri­ so do ano. A outra medalha de bronze viajou para a Grã­Bretanha em um dia exce­ lente para os súditos de Sua Majesta­ de. Foi uma partida difícil entre a mongol Enkhchimeg Tserendulam e a britânica Kelly Petersen­Pollard, mas como poderia ser diferente em Abu Dhabi? Terminou em golden score com hansoku­make contra Tserendulam.


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RESULTADOS FINAIS: 1º LORSANOV Mansur (RUS), 2º USTOPIRIYON Komronshokh (TJK), 3º MADZHIDOV Dzhakhongir (TJK), 3º BOBONOV Davlat (UZB), 5º SHEROV Erlan (KGZ), 5º DAMIER Francis ( FRA ), 7º BALANTA Francisco (COL), 7º JAYNE John ( EUA )

­90 kg A Rússia define o ritmo O russo Mansur Lorsanov teve o mérito de eliminar o primeiro cabeça­ de­chave, o uzbeque Davlat Bobonov, e consolidar o domínio russo no último torneio da temporada. E fez de uma forma inédita, pela primeira vez com equilíbrio, como querer dizer que veio para ficar. Por sua vez, Kmoronshokh Ustopiriyon do Tajiquistão não disputa­ va uma medalha desde o início dos tempos. Porém, na final ele teve dois pro­ blemas. O primeiro foi o excelente ku­ mi­kata do russo que anulou sua estratégia, se é que tinha uma. A se­ gunda foi a sua própria inércia, que lhe valeu um hansoku­make e a verdade é que foi uma pena, porque foi a sua pri­ meira final em 19 presenças em grand slams. Para o russo, o ouro foi uma en­ trada triunfante no mundo dos idosos. O primeiro bronze era questão de 84

vizinhos. Tayijistan Dzhakhongir Madzhidov e Kirgystan Erlan Sherov lutaram por uma estreia no quadro de medalhas do WJT. Foi uma partida di­ nâmica que foi decidida em um primei­ ro período de pontuação de ouro, em linha com o dia anterior. Madzhidov venceu por hansoku­make e pouco mais se pode dizer, talvez o Tajiquistão tenha um inverno quente com duas medalhas no armário. Na verdade, ha­ via mais um, mas aquele veio bem no final. O segundo bronze foi um duelo en­ tre o eliminado favorito Bobonov e um semi­desconhecido francês de 19 anos, Francis Damier. Ele é semi­des­ conhecido no WJT, mas dizem que ele tem muito potencial. O francês logo foi penalizado com shido. Este é o WJT. Você não pode perder tempo. Vê­se que o francês tem que amadurecer mas tem potencial para crescer.


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RESULTADOS FINAIS: 1º REID Emma (GBR), 2º BOEHM Alina (GER), 3º POWELL Natalie (GBR), 3º LANIR Inbar (ISR), 5º TURCHYN Anastasiya (UKR), 5º BROLIH Patricija (SLO), 7º DUDENAITE Migle (LTU), 7º BABINTSEVA Aleksandra (RUS)

­78 kg A marca no calendário Alina Boehm está em plena transi­ ção entre o ambiente juvenil e o mundo dos seniores. A alemã faz parte dessa nova geração que nesta categoria tem enorme poder de fogo, com a número um do mundo e atual campeã mundial Anna Maria Wagner e também Luise Malzahn. O mesmo é verdade na Grã­ Bretanha, onde existe um novo grupo de mulheres jovens que estão ganhan­ do terreno e repelindo a velha guarda. Até este ponto Natalie Powell foi a me­ lhor britânica com ­78kg. Em Abu Dha­ bi, Emma Reid deslocou sua compatriota para disputar o ouro contra Boehm. São duas judocas com estilos semelhantes, bons tecnicamente e com nível superior em ne­waza. No pe­ ríodo da pontuação de ouro Boehm atacou, mas a britânica reagiu de for­ 88

ma explosiva, anulando o contra­ata­ que com um movimento que poderia ser considerado como ko­uchi­gari com uma pegada pouco ortodoxa, usando uma mudança de direção. Natalie Powell impôs a hierarquia contra a ucraniana Anastasyia Tur­ chyn, com uma excelente mudança de rumo que terminou em um sasae­tsuri­ komi­ashi que fez muito barulho e sig­ nificou mais um bronze para a Grã­ Bretanha. Inbar Lanir estava com pressa de voltar para casa. 30 segundos foi tudo o que foi necessário contra Patricija Brolih da Eslovênia. Waza­ari primeiro e osae­komi na continuação da ação. Era limpo e forte e trouxe um bronze para Israel.


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RESULTADOS FINAIS: 1º ADAMIAN Arman (RUS), 2º KANIKOVSKIY Matvey (RUS), 3º ELNAHAS Shady (CAN), 3º KORREL Michael (NED), 5º PETERSILKA Falk (GER), 5º NIKIFOROV Toma (BEL), 7º KHUDOYBERDIEV Aklmurodbek (UZB), 7º UDSILAURI George (GER)

­100kg Third of a Kind Os russos Arman Adamian e Mat­ vey Kanikovskiy neutralizaram um ba­ talhão inteiro de tropas de elite na sempre complicada categoria –100kg. É verdade que Adamian era o favorito, mas não é menos verdade que ele teve que enfrentar o belga Toma Nikiforov, que está em alta desde que se recupe­ rou de uma lesão grave. Nikiforov pode ser temível, mas hoje Adamian está fo­ ra do alcance de Nikiforov. Kanikovskiy dominado por Adamian e com rosto de bebê lutou até não aguentar mais e sofreu em sua carne o que começou como ko­soto­gake e ter­ minou como ura­nage. Adamian fecha o ano com três vitórias consecutivas, em Zagreb, Paris e Abu Dhabi e a lide­ rança da categoria. Ele tem apenas 24 anos e já é um judoca prodigioso. 92

O canadense Shady Elnahas tem judô de sobra e ele mesmo declarou que quer superar Fonseca, Adamian, Paltchik e Liparteliani. Terá que espe­ rar e melhorar porque ainda não tem o nível necessário para as grandes oca­ siões contra os melhores. Em Abu Dhabi ele lutou pelo bronze contra o alemão Falk Petersilka e Elnahas saiu na frente porque em termos absolutos ele é melhor. Ainda assim, eles alcan­ çaram a pontuação de ouro, onde o ca­ nadense executou com sucesso uchi­mata. Korrel e Nikiforov dispoutaram o segundo bronze, como se fosse um combate antigo. Esses dois estão no WJT há uma década. Não houve sur­ presa e o holandês marcou duas vezes para o waza­ari com a mesma técnica, seoi­nage.


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RESULTADOS FINAIS: 1º SOUZA Beatriz (BRA), 2º FONTAINE Lea (FRA), 3º HERSHKO Raz (ISR), 3º HAYME Coralie (FRA), 5º GASPARIAN Anzhela (RUS), 5º AMARSAIKHAN Adiyasuren (MGL), 7º OZTURK Hilal (TUR)

+ 78kg Consistência Dourada Beatriz Souza fez seu trabalho em Abu Dhabi. Primeira semente e número 1 do mundo, a brasileira se classificou para a final com dificuldade para suar. Apesar da juventude, de apenas 23 anos, está acostumada a grandes de­ safios e tem colhido bons resultados, muitas medalhas e nunca caiu abaixo do sétimo lugar nos últimos dois anos. Ela é consistente e regular em um es­ porte que não perdoa erros. Na final, enfrentou a judoca mais pesada do cir­ cuito, a jovem francesa Léa Fontaine. Apesar de seu tamanho, Fontaine é capaz de produzir judô de alta qualida­ de, o que lhe permitiu ganhar a prata no Grand Slam de Paris e voltar a lutar pelo ouro um mês depois. Em menos de um minuto Souza acertou waza­ari com soto­maki­komi, aproveitando um erro de Fontaine e a partir daí se dedicou a controlar a luta 96

com kumi­katas muito fortes. Se chama experiência e o resultado foi uma me­ dalha de ouro, a primeira dela em um grand slam e a terceira vitória de Sou­ za sobre o Fontaine nos três confron­ tos diretos. Anzhela Gasparian e Raz Hershko são meio­pesados ​​e lutaram pelo bron­ ze. Para Gasparian foi uma experiência nova. Ela não se assustou, mas caiu porque Hershko era mais inteligente com o te­waza e uma mudança de di­ reção. A francesa Coralie Hayme não era a favorita à frente de Adiyasuren Amar­ saikhan, uma das joias da nova pedrei­ ra mongol. Hayme deixou o furacão passar e, com trinta segundos para o fim, produziu um seoi­nage do nada. Bronze para a francesa, mas as duas se encontrarão com frequência nos próximos anos.


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RESULTADOS FINAIS: 1º ODKHUU Tsetsentsengel (MGL), 2º SIMIONESCU Vladut (ROU), 3º RAKHIMOV Temur (TJK), 3º DESCHENES Marc (CAN), 5º ENDOVITSKIY Valeriy (RUS), 5º BALYEVSKYY Yevheniy (UKR), 7º TERHEC Joseph (FRA), 7º PUUMALAINEN Martti (FIN)

+ 100kg Mongólia disse Olá De forma silenciosa, lenta, mas se­ gura, a Mongólia está montando uma equipe que nos próximos anos pode ser temível. É um dos países que tem a sorte de ter homens e mulheres e es­ tá apresentando suas novas pérolas na sociedade. Já conhecemos Tsogtbaa­ tar Tsend­Ochir, cuja carreira até ­73kg está se tornando meteórica, com duas medalhas mundiais e uma olímpica, além da liderança inédita na categoria. Agora a Mongólia também tem um pe­ so­pesado, Tsetsentsengel Odkhuu. Ele é o mais recente produto de uma delegação que conseguiu combinar ju­ ventude e antiguidade com sabedoria. É um país que também possui Saeid Mollaei. Em sua primeira final na turnê mundial de judô, Odkhuu mediu sua força com o romeno Vladut Simiones­ cu. Havia uma diferença óbvia de ta­ 100

manho e nove anos entre os dois. Odkhuu não conseguiu mover Simio­ nescu, que também não estava fazen­ do muito. Eles pareciam ir direto para o golden score, mas dentro de trinta se­ gundos Odkhuu entrou em uma nova dimensão com um ko­soto­gake que foi ouvido até mesmo em Ulaanbaatar. Que todos saibam, a Mongólia agora tem um peso pesado. Temur Rakhimov foi o terceiro tadji­ que do dia a querer uma medalha. Va­ leriy Endovitskiy foi o quarto da Rússia. Começaram com dois shidos cada em dois minutos de combate. Foi como le­ var uma surra e os dois começaram a praticar judô. Rakhimov venceu por ip­ pon por ouro com uchi­mata e cristali­ zou um dia histórico para o Tajiquistão. Marc Deschenes aumentou o caci­ fo do Canadá com o bronze pela não participação do ucraniano Yevheniy Balyevskyy.


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Fonte: Olimpíada Todo Dia / Associação Mercadante de Judô Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

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Eduardo Yudy Brito Santos nasceu em Shimotsuma­shi, cidade situada na província de Ibaraki, à 82 km de Tó­ quio, no Japão, em 25 de outubro de 1994. Seus pais, Jeremias Antonio dos Santos e Leila de Brito Santos são bra­ sileiros e mudaram para o País do Sol Nascente. Começou a praticar judô logo aos quatro anos de idade. Yudy falava por­ tuguês dentro de casa e até comia co­ mida brasileira, mas, fora isso, tinha pouco contato com o Brasil. Como muitos brasileiros, Yudy tam­ bém tinha sonho de ser jogador de fu­ tebol com 10 anos. Por isso, no início, praticava o judô e futebol. Porém, seu técnico o fez escolher um. Praticou fu­ tebol durante três anos e então perce­ beu que era melhor no judô e decidiu focar nesta modalidade.

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No Japão conquistou tudo o que podia com o judô, inclusive a vaga da seletiva para defender o Japão em competições nacionais. Mas, por pos­ suir dupla nacionalidade, é considera­ do estrangeiro e o país não permitia que competisse em tatames internacio­ nais representando o Japão. Sem conseguir ingressar na sele­ ção japonesa pelo motivo explicado acima, Yudy decidiu fazer faculdade de educação física com foco em judô. E foi na faculdade que seu futuro mudou. O judoca descobriu que a Associa­ ção Mercadante de Judô, da cidade paulista de Araras, fazia uma tempora­ da de treinos em sua faculdade. Após uma conversa com o professor Marcos Mercadante, Yudy demonstrou interes­ se em competir no Brasil e tentar viver seu sonho no judô. Três meses depois


de conversar com a equipe brasileira, o judoca recebeu um convite para partici­ par de uma seletiva no Brasil. Aceitou a proposta, largou os estudos e viajou para o Brasil pela primeira vez em no­ vembro de 2013. Eduardo Yudy foi recebido pelo professor Mercadante em Araras, onde iria integrar a equipe da Associação Mercadante para competir a Seletiva Nacional das Categorias da Base em dezembro daquele mesmo ano. Era uma grande oportunidade, pois se ele se classificasse, faria parte da Seleção Brasileira Sub 21 e começaria a defen­ der as cores do Brasil no judô. Hospedou­se na casa do professor Marcos e fez a sua preparação na Mer­ cadante, juntamente com os atletas da Associação Mercadante de Judô. Foi campeão na seletiva e passou a inte­

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grar oficialmente a Seleção Brasileira Sub 21 para as competições de 2014. Com essa conquista, intermediado pelo professor Mercadante, Yudy foi contratado em 2014 pelo Esporte Clu­ be Pinheiros. Mudou­se para a capital paulista e passou a treinar e defender o EC Pinheiros, já integrando a seleção de base. E aí começou uma lista de bons re­ sultados nos tatames. Em 2015, Yudy foi campeão paulista e brasileiro; em 2016, venceu um evento teste no Rio de Janeiro. Depois de convocações para a se­ leção brasileira de base desde 2013, entrou para a seleção adulta em 2017, no início do novo ciclo olímpico depois dos Jogos do Rio­2016. No mesmo ano, foi campeão do Pan­Americano de judô e venceu o Eu­


ropean Open na Itália. Em 2018, con­ quistou o Campeonato Mundial Militar e foi medalha de bronze no Grand Prix de Túnis. Em 2019, veio sua maior conquista representando o Brasil. Nos Jogos Pan­Americanos de Lima, conquistou a medalha de ouro na categoria meio­ médio (até 81 kg). No mesmo ano, também conseguiu um bronze no Campeonato Pan­Ameri­ cano de judô. Em janeiro de 2020, o ju­ doca também ficou com a medalha de bronze do Grand Prix de Tel Aviv, em Israel. Em 2021 Eduardo Yudy competiu algumas vezes na temporada mas não obteve grandes resultados, além de contrair a Covid­19 em um treinamento internacional, ficando de quarentena no exterior por 15 dias. Felizmente os sin­ tomas não foram graves, mas não con­ seguiu participar de dois torneios importantes: Ele foi testado positivo no hotel antes do torneio de Antalya, na Turquia, em março. No Mundial da Hungria em junho, o último teste antes dos Jogos Olímpi­ cos, Yudy venceu duas lutas e acabou caindo nas oitavas de final. Mesmo com a derrota para o belga Matthias Casse, que é o atual líder do ranking mundial da categoria, Eduardo Yudy se classificou para Tóquio de forma direta, através do ranking internacional como o melhor do Brasil na categoria ­81kg e entre os 18 melhores do mundo. Além de atleta do Clube Pinheiros, também é terceiro­sargento do exército dentro do PAAR (Programa de atletas de alto rendimento). Na Olimpíada do Japão 2020, o 106

meio­médio Eduardo Yudy Santos teve uma primeira luta complicada com o campeão mundial e número dois do ranking, Sagi Muki, de Israel. Yudy co­ meçou bem, com golpes de perna que desequilibraram Muki. No entanto, o is­ raelense encaixou o golpe perfeito e venceu o combate. “Infelizmente não consegui fazer o que eu queria fazer. Deixei muito ele fazer o jogo dele, na verdade. Eu esta­ va muito preocupado com o jogo dele e acabei ficando muito defensivo”, expli­ cou o brasileiro ao deixar o tatame em sua primeira participação olímpica. “Só tenho que agradecer mesmo. Fico mui­ to feliz com essa jornada para chegar aqui, mas na questão de resultado, de competição, tenho muitas coisas para corrigir. Primeiro, preciso errar menos. Meu ataque é forte. Então, tenho que colocar o adversário para se preocu­ par. Depois a parte física. Viemos num ritmo de competição muito forte e ficou um pouco difícil na questão de periodi­ zação. Estou triste pelo resultado, mas sou grato por tudo que aconteceu co­ migo até chegar aqui”. Lutar em Tó­ quio, no País que nasceu, representando o Brasil, teve um gosto especial para o atleta do Esporte Clube Pinheiros. Após a Olimpíada, Yudy se casou com Yanka Pascoalino que também é judoca do EC Pinheiros. Com relação aos pais, Yudy diz que bate saudade deles, porém se en­ contra com eles todos os anos e fala diariamente com eles. Então, desta for­ ma, não está sendo sacrifício. E finali­ za: “Enquanto for atleta, não pretendo voltar para o Japão”.


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