Facom News Edição 2 2012.2

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#CompósNaFacom

#LabfotoModelo

#NovaCantina

É de cinema que eles gostam mais

Criação de 4º ano opcional permite graduação em cinema na UFBA


Victória Libório

Facom News 2012.2 - Edição II

editorial Terminamos! Finalmente fechamos mais uma edição do Boletim Facom News e com ele encerramos também o primeiro ciclo de muitos nesta jornada. Jornada esta que, caros leitores, vem se mostrando um mar, não de rosas, mas passível de enchentes e vazantes. Mas sem problemas. É desafio diário do jornalismo se moldar ao vai e vem das águas. E nós conseguimos. Muitos foram os percalços. Alguns dos nossos repórteres, a quem aqui saudamos pelo trabalho e companhia na edição passada, seguiram outros caminhos e deixaram lacunas em nossa redação. Pautas que, por um motivo ou outro, insistiam em não aparecer. E, é claro, a inspiradora sinfonia matinal dos martelos, serrotes e furadeiras, regidas pelos mestres, estes de obras. Mas ainda assim vencemos. Esta edição traçou um roteiro cinematográfico. Os rumos do projeto de implantação do curso de cinema na Facom, a Operação Across The Universe, os bastidores do CineFacom. Tudo tão claro quanto o acender das luzes ao final de uma sessão de filmes. Acompanhamos a rotina de jornalistas baianos, de faconianos que trabalham, a despedida de tia Del. Entrevistamos o professor Lawrence Grossberg, descobrimos segredos não tão sagrados da sempre polêmica Malu Fontes e mostramos a paixão que faconianos têm por times de futebol. Está tudo aí. Fomos lapidados. Viver a rotina da profissão que escolhemos foi o início do longo processo que transforma ostras em pérolas. Agradecemos àquelas que coordenaram este ciclo que agora se encerra. São as águas de março fechando mais uma edição. E se nos for o mérito, por favor, apreciem sem moderação.

EXPEDIENTE Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia Produto da disciplina de Oficina de Comunicação Escrita de Jornalismo 2012.2 Reitor da UFBA: Prof. Dora Leal Rosa Diretor da Facom: Prof. Giovandro Ferreira Professor responsável: Lia Seixas Editores-Chefe: Bruno Rubeiz e Diogo Costa Editores: Mariana Sales, Mariana Trindade, Vilma Martins, Thamires Santos Chefes de Reportagem: Lucas Pacheco(Acadêmico), Vilma Martins (Facom-En-Scène), Milena Abreu (FacomFaz), Vinícius Nunes (Infra) Repórteres: Ailma Teixeira, Alana Caiusca, Ananda Brasileiro, Bruno Rubeiz, Caíque Bouzas, Camila Fiúza, Devison Mendes, Diogo Costa, Isadora Sodré, Jade Meireles, Lorena Correia, Lucas Pacheco, Mariana Trindade, Mariana Sales, Marília Campos, Michelle Vivas, Milena Abreu, Natália Arjones, Pollyana Pinheiro, Renata Freire, Sonia Rauédys, Taylla de Paula, Thamires Santos, Vilma Martins, Vinicius Nunes, Ygor Souza Coordenador de fotografia: Taylla de Paula Repórteres fotográficos: Ananda Brasileiro, Natália Arjones e Taylla de Paula Coordenador de diagramação: Ananda Brasileiro Diagramadores: Ananda Brasileiro, Michelle Vivas, Taylla de Paula e Ygor Souza Coordenadores do blog Facom News: Lorena Correia, Marília Campos e Mariana Guedes (tirocinista) Coordenadores de mídias sociais: Caíque Bouzas e Camila Fiúza Agradecimentos: Labfoto


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acadêmico PósCom internacional Internacionalização de projetos da PósCom tem conseguido firmar parcerias, atraindo professores e estudantes de diversas universidades. Lucas Pacheco e Mariana Sales internacional firmado pela PósCom. O objetivo dessa parceria é que seja pleiteado um Dinter (Projeto de Doutorado Interinstitucional) com a instituição, para que um grupo de doutores seja formado e capacitado. Como primeiro resultado, foi criada a Revista EHAPARE, a primeira revista científica moçambicana em comunicação e informação, que será lançada no próximo mês. A revista terá publicação em duas línguas (português e Segundo o coordenador do progra- inglês) e será apresenEdson Dalmonte trabalha para que a internacionalima, Edson Dalmonte, a internacio- tada apenas em formazação melhore a nota do programa nalização dos projetos consiste em to eletrônico. qualificar o quadro de professores tor da Facom, Giovandro Ferreira, e buscar um nível de excelência. CONVÊNIOS como professor visitante. Nos pro“Um dos níveis de excelência é si- Firmado em 2011, o convênio com jetos envolvendo co-orientações nalizar este tipo de processo, pois a UBI entre a Facom e a Faculdade foi definido um processo de cotuse pressupõe não só a assinatura de Artes e Letras da universidade tela, na qual, no final do processo, de termos de parceria, mas a cir- portuguesa, funciona em regime os alunos poderão obter diploma culação de pessoas”, afirmou Dal- de cooperação acadêmica. Dele com dupla titularidade. monte. surgiram acordos bilaterais que envolvem o desenvolvimento de O professor Palácios ministrou, O convênio com a Escola Superior trabalhos de ensino e orientação e entre 2010 e 2011, duas disciplide Jornalismo (Maputo – Moçam- co-orientação com a participação nas no doutorado e na graduação bique), que ainda está em fase de Marcos Palácios como profes- da UBI, sendo também co-orieninicial, é o mais recente acordo sor catedrático visitante e do dire- tador em projetos de doutorado. Taylla de Paula

O Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporânea da Facom (PósCom) realiza diversos projetos em parceria com universidades estrangeiras. Ao todo são dois convênios firmados com as Universidades Beira Interior (UBI) e Paris I. Além disso, a faculdade participa de atividades de orientação e co-orientação nas universidades de Coimbra e Beira-Interior, em bancas de defesa nas Universidades Paris Ouest e Aberta de Lisboa e em redes de pesquisa envolvendo 11 instituições, entre elas Université de Lyon, Goethe Universität Frankfurt am Main e Universidad de Valencia.


Michelle Vivas

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Internacionalização de projetos

Essa experiência na universidade portuguesa resultou na publicação do livro “Ferramentas para análise de qualidade no Ciberjornalismo”. Já Giovandro, atuou no ensino e orientação no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, tendo como temas de intervenção “Domínios de estudo de Comunicação: determinismo, negociação e novas fronteiras” e

Universidade UniversidadeBeira BeiraInterior Interior PARCERIAS • Convênio Credenciamentosbilaterais bilaterais • Credenciamento ATIVIDADES • Diploma com dupla titularidade professores • Intercâmbio de alunos e professores • Orientação e co-orientação em projetos de doutorado projetos de doutorado projetos de de pesquisa pesquisa • Seminários e projetos PROFESSORES Marcos Palácios Giovandro Ferreira

“Metodologia do trabalho doutoral”. Essa parceria consiste em estabelecer um Programa de Cooperação acadêmica e científica na Área de Comunicação Social para realizar conjuntamente atividades de ensino-aprendizagem, pesquisa e extensão, promover o intercâmbio de docentes, pesquisadores e estudantes e estimular, impulsio-

Universidade Aberta de Lisboa Universidade Aberta de Lisboa

Paris Paris 11 PARCERIAS PARCERIAS • Convênio ATIVIDADES ATIVIDADES professoreseealunos alunos • Intercâmbio de professores Seminários e projetos de pesquisa • Semináriose projetos de pesquisa PROFESSOR PROFESSOR José José Serafim Serafim

Université UniversitéLyon Lyon Université - Nouvelle UniversitéSorbonne Sorbonne-Nouvelle PARCERIAS rede de depesquisa pesquisa • Participação em rede ATIVIDADES ATIVIDADES comunicação, estudos • Mapeamento de pesquisa em comunicação, culturais e audiovisuais no Brasil estudos culturais e audiovisuais no Brasil PROFESSOR Itânia Gomes Itânia Gomes

PARCERIAS • Participação • Bancas de d ATIVIDADES • Centro de es • Bancas de d PROFESSOR José Serafim

nar e auspiciar projetos de investigação conjunta e atividades de graduação e pós-graduação que colaborem para o avanço científico, técnico e profissional. Com a Universidade Paris I, o convênio, assim como com a UBI, funciona em regime de cooperação e entre outros projetos estabelece o intercâmbio de alunos que


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s da

o em redes de pesquisa defesa desefa S studosdas dasmigrações migrações studo doutorado R m

pleiteiam bolsas de estágio e de professores que desejam ministrar cursos, de ambas as instituições. O acordo com a universidade francesa, assinado em 2012, foi encaminhado pelo professor José Francisco Serafim (PósCom) e pela professora Céline Scémama (Paris I). Segundo José Serafim, o convênio,

pensado há mais de dois anos, mas só firmado ano passado, é entre o curso de cinema da universidade francesa e o da UFBA. Ainda segundo ele, os convênios firmados anteriormente eram “acordos de cooperação guarda-chuva”, entre uma universidade e outra, para depois se buscar projetos específicos. Hoje, porém, eles já são mais diretos e as atividades a serem realizadas já são definidas desde o início.

universidades do exterior, as quais vão lidar com linhas de interesse a partir das linhas de pesquisa. Às vezes vai por afinidade”, pontuou Edson.

Há também alunos faconianos no exterior em regime de sanduíche, quando o estudante realiza parte dos seus estudos em uma instituição estrangeira. Já no caminho inverso, o programa de pós-graduação, com respaldo nacional e internacional pela qualidade dos Em setembro deste ano, três alu- docentes, tem conseguido atrair nas virão em intercâmbio da uni- professores e estudantes de diversidade francesa para a Facom. versas universidades. Ainda este Já em novembro, também como ano o programa receberá um profruto do projeto, ocorrerá o Semi- fessor canadense para um estágio nário Internacional de Autoficção, de pós-doutorado sob a orientacom participação da professora ção de André Lemos. Céline Scémama. De acordo com Serafim, há planos para que du- CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Para rante esse período do seminário, ser criado e se manter, os prograaproveitando a presença da pro- mas de pós-graduação (mestrado fessora francesa, também sejam e doutorado) passam por uma realizados algum tipo de atelier ou avaliação junto à CAPES, Coordenação de Aperfeiçoamento de workshop. Pessoal de Nível Superior, que REDE DE PESQUISA Como ponto consolida e expande esses prograde partida para que as parcerias mas nos estados brasileiros. se firmem e sejam selecionadas, a universidade pode ser procurada As notas variam de 3 a 7 e a avapor outras instituições estrangei- liação é feita trienalmente, quanras, a partir da divulgação de tra- do o programa faz um relatório balhos produzidos por membros de todos os projetos desenvolvido programa, uma vez que os in- dos. Na última avaliação, do triêteresses de pesquisa (Cibercultu- nio 2007-2009, o PósCom obteve ra, Comunicação e Política e Aná- nota 5, sendo que na área de colise de produtos) são afins. “Hoje, municação a única universidade uma questão da internacionaliza- que ultrapassou essa nota foi a ção desses programas é o cresci- UFRJ, obtendo 6. Esta nota possimento dos trabalhos em redes de bilita que a universidade concorra pesquisas, que vão dar conta do em determinados editais de coocenário nacional, conectando vá- peração acadêmica. Até abril, o rias universidades. Em certas oca- PósCom enviará o relatório para siões são colocadas nesse ‘pacote’ avaliação do triênio 2010-2012.


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Não tem publicidade? Vai produção mesmo Estudantes escolhem curso da Facom pelo prestígio da federal

No último semestre, 22% dos calouros ingressaram no curso de Produção Cultural esperando aproveitar o que Comunicação Social tem a oferecer no campo de Publicidade. Embora Produção disponha de matérias relacionadas à comunicação, o curso destina-se a formar produtores culturais, não publicitários. Seja por falta de informação ou por querer fazer uma universidade federal, o calouro chega à Facom com aspirações que a faculdade atualmente não pode formar. Ainda assim, ela oferece alternativas que cumprem com a necessidade de abordar publicidade, por ser uma das áreas de maior procura no mercado. Na Bahia, o curso de Publicidade é oferecido somente por faculdades particulares. E o mercado baiano nessa área só cresce. A única semelhança do curso de Produção Cultural com o de Publicidade e Propaganda da Unifacs - um dos mais prestigiados em Salvador - é a presença de quatro disciplinas: Teoria da Comunicação, Audiovisual, Teoria da Imagem e Marketing Cultural. A Facom oferece no fluxograma de Produção três optativas focadas em análises e oficinas de publicidade, mas há seis anos não são mais ministradas.

O professor Adriano Sampaio, formado em Relações Públicas, diz que a matéria de Marketing Cultural é a única com temas relacionados à publicidade. Para ele, apesar de abordar problemáticas comuns a produtores culturais, os conteúdos podiam ser melhor explorados. “O Marketing Cultural vem se apresentando para suprir a demanda que seria apenas, por exemplo, por patrocínios. Mas marketing não é só isso”.

Jade Meireles

Michelle Vivas e Milena Abreu

O plano para a criação Professor Adriano Sampaio planeja novo de um curso que especurso de especialização em publicidade cializa em Comunicação Integrado à Gestão de Marketing e Comunicação Estratégica já está em pro- estratégica é de extrema imporcesso de aprovação pela UFBA, tância, pois dialoga com alguns sob a coordenação dos profes- conceitos de administração e ousores Adriano Sampaio e Cláudio tras habilitações, potencializando Cardoso. O professor aproxima os resultados de um projeto vinos seus alunos de Elaboração e culado à cultura. Planejamento de Projetos Culturais com a área de Comunicação FEDERAL Grande parte dos alunos Estratégica. “Um comunicador põe em primeiro lugar a escolha estratégico planeja ações de co- de estudar em uma federal em municação para a excelência do vez do curso desejado. Todos os processo comunicativo”. Para o entrevistados atestaram isso, conprodutor cultural, comunicação firmando que o peso do nome da


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Larissa Lima, 1º semestre de Produção Cultural, teve dúvidas entre Engenharia Elétrica e Produção, mas foi conquistada pela grade das matérias. “A minha vida toda sempre tive muita afinidade com as exatas, mas sempre gostei de criação e marketing”, confessa. Ao ingressar na faculdade, Larissa foi surpreendida ao descobrir que a maioria das optativas ligadas à publicidade não estavam sendo mais ministradas. “É difícil para um aluno do terceiro ano de ensino médio entender o funcionamento de um curso. Fui convencida pelo fluxograma, mas quando cheguei na Facom vi que não era bem assim”. A permanência de Larissa no curso está condicionada ao seu cargo na Produtora Júnior, considerada por ela uma das instâncias mais interessantes para quem gosta de Publicidade. “Na Produtora, trabalhamos em áreas completamente diferentes do curso. Estou tendo experiência em gestão, que ajudará no meu sonho de abrir a minha própria empresa de Publicidade”. A PJr oferece experiências com o mercado de trabalho de Publicidade e Propaganda, prestando serviços para empresas de mercado. Os membros trabalham diretamente com noções básicas da área, como criação de marcas e identidade visual. Victória Andressa, 3º semestre

de Produção Cultural, trabalhou na Produtora e afirma que a experiência acrescentou conhecimentos práticos. “Na Produtora fiz o processo inverso. Antes de aprender as teorias, trabalhei com clientes e aprendi na prática”. OBSERVATÓRIO Outra instância que oferece conhecimentos de Publicidade aos alunos interessados no assunto é o Observatório de Publicidade, grupo de pesquisa em parceria com a Propeg. Victória reforça a importância do Observatório para quem quer trabalhar na área: “É uma experiência que conta no seu crescimento e no seu currículo. Você poderá ser a única pessoa de Salvador especializada em uma ferramenta por causa de uma pesquisa feita”.

rias digitais e de ferramentas utilizadas por sites. Victória faz parte do grupo há um ano e está pesquisando sobre o HTML5, agregando a pesquisa à prática: “Eu já sabia um pouco de HTML. Sempre me interessei por criar sites e blogs e sei que será algo que usarei no futuro”. Outras pesquisas que estão sendo feitas paralelas à dela são sobre o Youtube, a nova ferramenta de busca do Facebook e a substituição de outras tecnologias pelo tablet.

Mesmo insatisfeita com o curso e não pretendendo atuar como produtora cultural, não sairá da Facom. “Eu não troco a formação que eu estou tendo por nenhuma outra. Não acho que quem está na Unifacs aprende mais do que eu. Não estou aprendendo teoricamente o mesmo que eles, mas Embora tenha um nome sugestivo, estou aprendendo Produção Culo Observatório não produz pro- tural, algumas coisas de Jornalispaganda, mas realiza pesquisas e mo, que, de uma forma, vão me análises de campanhas publicitá- ajudar”, completa Victória.

Ananda Brasileiro

universidade no currículo é mais importante do que fazer o curso específico de Publicidade e Propaganda em uma faculdade particular.

Observatório de Publicidade é uma opção para alunos que têm interesse na área


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Após 20 anos, Facom receberá novamente O evento, que acontecerá em junho, reunirá 41 programas universitários e contará com cerca de 450 convidados Ygor Bahia e Renata Almeida

fotos: Ananda Brasileiro

A Facom vai receber, de 4 a 7 de junho, a XXII edição do encontro da Compós (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação). A reunião da Compós, maior acontecimento de Pós-Graduação da área de comunicação do país, acontece anualmente visando estimular a troca entre universidades nacionais e internacionais. O evento reunirá

este ano 41 programas de universidades filiadas, distribuídos em 15 grupos de estudo. Para entreter cerca de 450 convidados, o encontro terá festas, coquetéis, cursos e a entrega do Prêmio Compós de Teses e Dissertações, tudo pensado pela coordenação local do evento.

CONCEITO Uma novidade nesta edição é a elaboração de um conceito de identidade visual que busca evidenciar elementos da cultura baiana que dialoguem com o campo da Comunicação. Para isso foram escolhidos Ogum, representando o Deus da Tecnologia e Exu, o Deus da Comunicação. A proposta, inicialmente pensada por Edson Dalmonte, tomou forma mais definida com a indicação do trabalho do artista local Rubem Valentim pelo aluno da Pós Thiago Falcão. Já familiarTalyta Singer, da comissão de logística, com o a camiseta e a bolsa desenvolvidos para a compós izado com a obra de

Valentim, Thiago viu na escolha do artista a oportunidade de criar, a partir dela, uma temática visual única e popularizar o trabalho do autor. A arte elaborada está presente no site da Compós 2013, desenvolvido pelo aluno Rodrigo Cunha, onde foi criado um logo especial para divulgação do encontro. ORGANIZAÇÃO Edson, coordenador local do evento e do curso de pós-graduação da Facom, revela como a organização do encontro está sendo planejada: “Há uma comissão executiva geral que agrega professores e alunos, dentro dela nós temos as comissões organizadoras de logística, comunicação, social e secretaria”. Ele também explica como é feita a seleção do local que recebe a Associação a cada ano: “A escolha é feita cerca de quatro anos antes. Há um rodízio entre regiões. No ano anterior foi na Universidade Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais. Na verdade, o critério mais importante é a disponibilidade para receber o evento”. LAWRENCE GROSSBERG Como destaque, o evento terá este ano o professor Lawrence Grossberg da University of North Carolina.


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Material gráfico da Compós

O convite foi feito pois, além de o pesquisador ser referência na área dos Estudos Culturais, sua obra possui grande relevância para acadêmicos da área de comunicação. Grossberg ministrará um curso aberto a todos os inscritos, com a temática “Estudos Culturais no tempo futuro”, tema abordado por seu mais recente livro.

A abertura oficial acontecerá no Teatro Castro Alves. Elaborada pela Comissão Social, o encontro oferecerá aos convidados um coquetel de boas vindas e um número musical. A abertura também terá a entrega do Prêmio Compós de Teses e Dissertações, que acontece todo ano.

A partir do dia 5 o encontro vai PROGRAMAÇÃO Com a program- ser sediado na Facom, que receação já definida, o primeiro dia berá as sessões dos GTs (Grupos do encontro será no auditório do de Trabalho). São 15 GTs ao todo, Hotel Villa Galé, em Ondina, onde cada um tratando de um tema esos participantes da Compós fi- pecífico. Uma média de 29 trabcarão hospedados. O mestrando alhos foram inscritos em cada GT, Paulo Victor, responsável pela co- dos quais dez serão selecionados. ordenação de comunicação e en- João Batista, professor da USCS, carregada por divulgar dicas de coordenador do GT de Práticas entretenimento e lazer para os Interacionais e Linguagens na Coparticipantes do encontro, afirma municação, sobre suas expectaque foram criados dois roteiros tivas acerca do evento, afirma: que servirão aos convidados. “Cri- “Minha expectativa, e do viceamos mapas mostrando a localiza- coordenador, Kleber Mendonça ção dos estabelecimentos” explica (UFF), são as melhores possíveis. Paulo. O GT é muito novo, estamos em

nossa terceira edição, mas já estamos conseguindo reunir pesquisadores de diversas regiões do Brasil. Neste ano tivemos 20 trabalhos inscritos, o que permite melhorar a qualidade das discussões no evento”. Segundo Edson, o fato de receber um acontecimento de grande porte como a Compós traz um destaque para a Facom: “A Compós coloca o programa de pós-graduação da universidade em evidência”. Faltando três meses para reunião, alunos e professores estão trabalhando para que o evento ocorra dentro do prazo estabelecido e de forma organizada. Talyta Singer destaca o envolvimento do curso de pós-graduação com a Compós: “É bastante trabalho, mas temos muitas pessoas ajudando. O que permite uma distribuição equitativa das atividades para que o encontro ocorra dentro do cronograma”.


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Lawrence Grossberg

Professor da Universidade da Carolina do Norte fala sobre expectativas para a Compós Convidado de destaque da 22ª edição do encontro Nacional da Compós, Lawrence Grossberg, da Universidade da Carolina do Norte, é umas das principais referências mundiais na área de Estudos Culturais. Após ter feito pós-graduação no Centre for Contemporary Cultural Studies na University of Birmingham, teve seu trabalho fortemente influenciado por Stuart Hall e Richard Hoggard. Autor também de centenas de artigos e cerca de 25 livros

publicados, Lawrence ficou amplamente conhecido nos anos 90 por estudar a política da juventude pela perspectiva da música popular. Atualmente, seu trabalho está focado na necessidade de repensar os Estudos Culturais dentro de diferentes conjunturas geopolíticas. Nesta entrevista concedida por e-mail à equipe da Facom News, Lawrence fala sobre essa e outras questões relacionadas ao seu trabalho e sua participação na Compós.

De onde surgiu o convite para de não serem disciplinarmente participar da Compós? Por que obrigatórios para a comunicação, podem ajudar a ter uma viaceitou o convite? são mais ampla. Eu recebi um e-mail com a proposta. Como sou muito interes- Você falará, no curso da Comsado em trabalhos de Estudos pós, sobre os Estudos Culturais Culturais em toda a América do no tempo futuro, tema do seu Sul, aceitei ir ao evento. Meus último livro. Qual o conceito por amigos de outros países, como a trás deste trabalho? Colômbia, me dizem que existem alguns trabalhos muito interes- Meu livro tenta argumentar que muito dos conceitos que defisantes acontecendo no Brasil. nem e envolvem os Estudos CulO quanto a compreensão dos turais foram formados em difeEstudos Culturais é importante rentes momentos geopolíticos e para os estudantes de comuni- que podemos agora revisitá-los, usando as melhores ferramentas cação? teóricas que temos para novaAcredito que a compreensão in- mente pensar sobre moderniterdisciplinar das questões e o dade, cultura, economia, poder, uso de ferramentas e conceitos etc. Consequentemente podedos Estudos Culturais, apesar remos, também, refletir sobre

como nós entendemos a interdisciplinaridade, a educação e o trabalho intelectual. É um projeto um tanto ambicioso. Nos anos 70, os Estudos Culturais eram muito influenciados pelo marxismo. Você considera que a ideologia de esquerda ainda seja marcante nos Estudos Culturais? Bom, havia sim muitos marxistas nos Estudos Culturais nos anos 60 e 70, mas também havia anarquistas, socialistas, pragmatistas e, eu acrescentaria, vários conservadores. Então, enquanto algumas das pessoas que formularam os Estudos Culturais nesse período partiram de reflexões marxistas, outras foram por caminhos diferentes. É claro que os


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Arquivo pessoal

dem influenciar a política?

marxistas eram evidentes, pois Marx, afinal de contas, foi um nome extremamente importante na compreensão do contexto histórico e político. O problema é que a visão que alguns têm sobre o anti-capitalismo acabam por reduzi-lo. Porém, ainda acho sim que sua ideologia é influente nos Estudos Culturais, assim como as políticas de esquerda, em um sentido mais amplo. Como os Estudos Culturais po-

O problema é que a visão que alguns têm sobre o anti-capitalismo acaba por reduzi-lo.

Pessoas comprometidas, como eu, com certos ideais, como o de liberdade, justiça, o direito a uma vida digna, e que se opõem a sistemas totalitários, e aos abusos de poder, precisam por meio de teorias, dizer o que está acontecendo no mundo. Caso contrário, esse papel ficará restrito somente à política, e ela cumprirá esse papel intelectual. Para se opor a isso precisamos contar melhor nossas histórias, compreender a nossa complexidade, e quem sabe entender como ela enche de incertezas, de forma tão poderosa, as vidas de tantas pessoas. Você acha que o atual estado de niilismo e ceticismo das pessoas refletem um desapontamento com as antigas políticas de esquerda? Esse estado de insatisfação é decisivo para mudar a forma como as pessoas enxergam a política e a cultura popular? A afirmação de que existe atualmente um grande estado de niilismo e ceticismo, apesar de simplista é muito verdadeira. Acho

Todavia, acho que precisamos nos questionar, durante nossas práticas, sobre as nossas relações com a política e com o popular, entender o nosso papel nesse mundo que se transforma.

que a maneira como as pessoas se relacionam com o futuro está mudando. Muitos acontecimentos estão contribuindo para isso, como os próprios sentimentos de desapontamento, impotência, simulação e ceticismo. Não acho que isso seja resultado do fracasso das políticas marxistas, já que elas nunca existiram de uma forma concreta. Vejo uma contribuição maior, nessa conjuntura, dos intelectuais marxistas. Eles faracassaram ao insistir em repetir a mesma velha história política de sempre, sem levar em conta o que acontece no mundo, como ele se transforma. Da mesma forma, acho que houve uma contribuição também de quem toma a opção contrária. Ambos os pontos de vista foram equivocados. Todavia, acho que precisamos nos questionar, durante nossas práticas, sobre as nossas relações com a política e com o popular, entender o nosso papel nesse mundo que se transforma.


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capa

Curso de Cinema ga

Estudantes agora poderão t

Sonia Rauédys e A Está sendo pleiteada a implementação de um quarto ano no curso de cinema da UFBA no qual o aluno poderá escolher uma área de especialização entre roteiro, direção, pós-produção de imagem e de áudio, produção ou direção de fotografia e iluminação. A formação complementar, opcional, torna o aluno bacharel em cinema e não mais bacharel em arte com área de concentração em cinema.

Ainda neste ano se iniciará a construção de uma nova ala na FACOM destinada apenas à locação dos estúdios com capacidade, inclusive, para a entrada de caminhão, afirmou Serafim: “A nova ala da faculdade será destinada a estúdios, laboratórios de edição, de áudio, e de audiovisual”. Hoje há pelo menos cinco professores na faculdade concursados para ministrar aulas durante o quarto ano do curso de cinema e que estão totalmente voltados para essa área. Além disso, há alguns outros professores que atuam como colaboradores, a exemplo dos professores Fábio Sadao e Maria Carmem.

Jade Meireles

A comissão para a implementação do quarto ano analisa a possibilidade de que alunos já formados possam cursá-lo através de um processo seletivo. “Talvez nem todos vão querer complementar a formação, aqueles que quiserem

vão ter sim esse período de adaptação dos dois regimes, porque tem aqueles que já vão saindo e podem entrar e os outros que já saíram”, explica José Serafim.

Adriano “Big” não crê que possa haver uma formação de profissionais generalistas

ANDAMENTO Serafim acredita que ainda falta um curso de cinema completo. “Há déficits de professores em áreas muito precisas e técnicas. Nós precisamos de professores para roteiro, que

é uma das disciplinas pesadas do curso, obrigatória, e, sobretudo, para edição e finalização. Ou seja, talvez a gente precise de mais três professores ou quatro específicos. A partir daí, podemos pensar em um curso bacana”, concluiu. OPINIÕES DIVERGENTES Érika de Paula, estudante do 2º semestre do Bacharelado Interdisciplinar de Artes, apesar de ainda não ter muito conhecimento do curso como um todo, ao estabelecer contato com pessoas que já se formaram, constatou que o curso de cinema pelo B.I. é bom e contempla caminhos interessantes para que aluno aprenda o conteúdo. “Falo ‘caminhos’, porque acredito que depende mais do aluno do que da própria universidade a dedicação, o interesse e a motivação para o aprendizado”, opina. Em contrapartida, Adriano Soares (Big), aluno do último semestre do curso, crê que, apesar do curso abarcar diversos nichos do cinema, não há a formação de profissionais generalistas. Além disso, em sua concepção, não importa se a graduação dure um ano e meio ou dez anos, o cinema não se aprende só na faculdade, mas também na prática. Ele ainda diz que a quantidade de tempo não é algo que venha a ser determinante na carreira do profissional ou que isso vá refletir, por exemplo,


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anha um quarto ano

ter bacharelado em cinema

na qualidade de seus trabalhos. Ian Fraguas, que se formou em novembro do ano passado, acha ótima a ideia da implementação e, se tiver a oportunidade, fará o curso. “A sensação no final do curso é de que faltou alguma coisa. Eu, por exemplo, fico inibido de atuar na área por saber que meu conhecimento é restrito”, afirma o ex-estudante que considera o curso muito curto e teórico, admitindo também que já teve vontade de fazer outro curso de cinema em uma universidade diferente. CPL NA UFRB X B.I. NA UFBA O professor Guilherme Maia que ministrava, há um ano, aulas de cinema na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e que hoje dá aulas no B.I, comenta: “Na UFRB foi criado um curso de cinema linear, seriado. O curso de cinema nasceu com uma cara nítida, uma cara comum à universidade e, pelo fato da UFRB ser uma instituição em fase de implementação, ela tem acesso a mais recursos, então é um curso de cinema equipado”. O professor admite que o curso de cinema não é fácil de estruturar porque, além de precisar de profissionais muito específicos e técnicos, é necessário equipamento de ponta, bem como a sua manutenção. “Um dos grandes

Ananda Brasileiro

Ananda Brasileiro

Para o professor José Serafim, falta um curso de cinema com professores especializados em Salvador problemas daqui é a falta de equipamento, um curso de cinema não existe se ele não tiver um parque tecnológico grande, como você não pode fazer um curso de química sem laboratório. Precisa de um investimento alto”, conclui.

Ele admite que o mercado de trabalho ainda está muito concentrado no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas também percebe que há um movimento crescente de produção audiovisual na cidade. “O mercado local baiano melhorou muito, mas eu acho que ainda MERCADO DE TRABALHO “Eu é muito concentrado nas áreas de acho que um curso de cinema publicidade e campanhas eleitonuma instituição contribui demais rais. Ao mesmo tempo, você vê pra instituição como um todo. um monte de incentivos por parte Produtos geram muita visibili- dos governos federal ou estadual dade, circulando pelo Brasil nos através de editais, de produção festivais, mesmo os curtas que os audiovisual, isso também movialunos fazem academicamente. menta muito o meio. Fora isso, Isso reverbera no Brasil a fora e iniciativas independentes. Ainda é todo mundo se beneficia disso”, um mercado fechado”, analisa. enfatiza Guilherme Maia na defesa da efetivação do quarto ano na Ian Fraguas vê o mercado de traformação de cinema na UFBA. balho restrito, principalmente em


Ananda Brasileiro

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Guilherme Maia afirma que a produção audiovisual vem crescendo em Salvador

Salvador, não só na área de cinema, mas arte em geral. “Não estou dizendo que aqui não existe área de atuação para cinema. Existe, mas eu acho muito restrito. Não é dada credibilidade a quem está começando e sim a quem já tem experiência na área. Só que para ter experiência eu preciso ter oportunidade e se eu não tenho oportunidade eu só tenho como procurar em outros lugares o que aqui ainda é precário”. O estudante de artes cênicas e diretor, Klaus Hastenreiter acha que o mercado de audiovisual na Bahia tende a crescer. Ele acredita que a internet trouxe outra dinâmica para os trabalhos com vídeo e novas demandas, e adiciona que, não apenas Salvador, mas o estado como um todo sente esse efeito de uma forma tardia e gra-

dual. “Acredito que seja um dos melhores momentos para quem quer começar e não há forma melhor de conseguir certo destaque

na área do que se juntando às pessoas certas, com ideais em comum e bastante criatividade. Não há cinema sem grupo”, conclui.

ENTENDA COMO FUNCIONA HOJE O curso é realizado em dois ciclos: primeiro os alunos iniciam o Bacharelado Interdisciplinar (B.I.) e cursam durante um ano e meio disciplinas gerais sobre cultura e artes. Após esse período, os estudantes podem optar por áreas de concentração específicas, incluindo cinema e audiovisual com disciplinas mais práticas (como planejamento e produção, roteiro, som, direção, finalização e edição) e duração de um ano e meio.

HISTÓRICO DO CURSO Inaugurado em 2007 através do B. I. de Arte, o curso foi idealizado pelos professores José Serafim e Umbelino Brasil. Albino Rubim, exdiretor da faculdade, percebeu que a instalação do curso fazia-se necessária, tendo em vista que, dos cursos relacionados às artes da UFBA, cinema era o único que faltava. Além disso, era significativa a quantidade de estudantes graduandos em comunicação que pretendiam, no futuro especializarse em cinema.


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en-scène

cinema para todos

A gestão Outras Palavras lança o projeto Cinefacom

Taylla de Paula

Bruno Rubeiz e Taylla de Paula ram cinco curtas com diretores da Facom, BI de Artes, BI de Humanidades e Teatro. A primeira edição teve um público de 52 pessoas, enquanto a segunda, 38. Milena dos Anjos, aluna de Produção Cultural, que exibiu o documentário ‘Adeus’, lamenta a falta de participação da audiência: “O debate é necessário para entender o lado de cada um, eu acho que é mais importante do que a própria exibição”.

Realizadores discutem a produção dos curtas no debate na segunda edição do Cinefacom. Duas vezes por mês o auditório da Facom será espaço para exibições de filmes feitos por alunos da UFBA. A ideia da gestão Outras Palavras divulga as produções audiovisuais de alunos e promove debates com os diretores. O evento acontecerá quinzenalmente, sempre às quartas-feiras à noite.

vo, afirma que não há um caráter competitivo no projeto. “O Cinefacom busca fortalecer as produções audiovisuais dos estudantes, não é para selecionar o que é bom ou ruim. Todas as inscrições serão exibidas”, afirma ele. Apesar do evento ser organizado pela Facom, a maioria do público vem de outros cursos, como o Bacharelado Interdisciplinar, que tem uma área de concentração em cinema. A gestão espera um alcance maior no futuro do projeto: “O Cinefacom é um evento que pode trazer alunos de outras faculdades. Pretendemos transformar o projeto em uma mostra universitária de audiovisual”, diz Valdíria.

Cinema é uma área de grande interesse por uma parcela de alunos da Facom. Valdíria Souza, da Coordenadoria de Cultura da gestão Outras Palavras, acredita que o projeto é essencial para os trabalhos irem além da sala de aula: “Esses estudantes querem mostrar seus trabalhos, que muitas vezes por serem feitos em disciplina, não têm grande visibilidade”. Daniel de Farias, coordenador administrati- As duas edições já realizadas exibi-

OPINIÕES Em geral, as opiniões sobre o Cinefacom são positivas. Daniel Fróes, professor substituto das disciplinas Cinema Internacional e Oficina de Comunicação Audiovisual, exibiu o curta ‘13 de Dezembro’. Ele acredita que a exibição de produções feitas na faculdade é essencial: “Filmes são feitos para serem vistos, enquanto eles ficam guardados não servem para nada”. O evento também conta com a presença de um mediador durante o debate, papel que foi preenchido pelo professor de Roteiro e Semiótica, Fábio Sadao na primeira edição e pelo professor José Francisco Serafim, coordenador do Núcleo de Análise do Cinema Documental, na segunda. Daniel de Farias acredita que o papel do mediador é fundamental e afirma que o Cinefacom buscará a participação de outros mediadores nas próximas edições.


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Luz, câmera e produção Alunos de Produção Cultural experimentam prática profissional produzindo relançamento de filme

fotos: Taylla de Paula

Vilma Martins e Mariana Trindade

Exibição do filme Across the Universe lotou o auditório da Facom Os alunos do 1º semestre do curso de Produção Cultural têm a oportunidade de criar, administrar e divulgar o relançamento de um filme no auditório da Facom. A atividade é avaliada pelo professor Marcos Palacios de acordo com o público atingido na sessão, pois segundo ele, este é o objetivo fundamental de uma atividade cultural. O projeto de Oficina de Comunicação Escrita concluiu sua segunda edição no dia 21 de

março e exibiu o filme Across the Universe, contando com a presença de 131 pessoas.Segundo os organizadores, mais da metade do público não era da Facom. O professor Palacios destaca o objetivo da disciplina enquanto uma oficina que trabalha a escrita em função de futuras necessidades profissionais: “É interessante ter atividades em que a prática de texto aconteça numa situação

semelhante à realidade que um produtor cultural pode enfrentar”. Quanto à realização da disciplina no 1º semestre o professor afirma que é importante que os calouros tenham, logo no início, contato com aquele que será o seu mercado de trabalho. Mariana Amoedo cursou a disciplina no semestre passado e concorda que o projeto é importante para o futuro profissional:


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“Quanto mais cedo entrarmos em contato com a maior quantidade de intempéries nesse tipo de iniciativa, mais tempo teremos para aperfeiçoar nosso trabalho”. Neste semestre 28 estudantes cursam a disciplina. Um deles, Melvyn Caires, pensa no projeto como um exercício de reflexão: “Algumas pessoas têm uma certa noção do que verão pela frente e se colocam à prova. É bom também para refletir se é isso o que você quer ou não para sua vida.” Alunos que não participaram das únicas duas versões do projeto reconhecem a sua importância. Hoje estudante do sexto semestre, Sara Prado, não teve a experiência quando cursou a disciplina. Ela afirma que esse tipo de projeto é uma fonte importante para a formação acadêmica e profissional, uma vez que o mercado de trabalho vai exigir do estudante de comunicação uma bagagem de conhecimentos diversos. CINEMA & COMUNICAÇÃO Muitos estudantes da Facom demonstram interesse por cinema. Prova disso são as 100 pessoas inscritas nas três disciplinas optativas relacionadas à área que fazem parte da grade curricular. Trabalhar na produção de uma sessão de filme agradou à aluna Mariana, que pretende se especializar em cinema e conta que o projeto foi uma iniciação acadêmica neste universo.

Marcos Palacios, professor da disciplina Oficina de Comunicação Escrita, pretende manter o projeto. 1º álbum. Envolvido na produção do evento, Ícaro Palmeira conta que o filme foi escolhido porque contextualiza um universo jovem, que em plena Guerra do Vietnã, deve enfrentar a escolha entre a realização dos seus sonhos ou aceitação de suas obrigações.No semestre passado a película exibida foi Somente Deus Por Testemunha (1958) e a turma tinha a intenção de ilustrar o centenário do desastre do Titanic, além de resgatar o interesse pelo cinema dessa época.

çamento e produção executiva. Os alunos ficam livres para escolher a área em que preferem trabalhar”. A turma recebe uma verba de 100 dólares para trabalhar o lançamento. O professor Palacios dá exemplos de como os recursos são utilizados: “Eles produzem realeses, produzem sites, páginas no Faceboook, Twitter, vão atrás de patrocínio”.

A última turma de produção também conseguiu bons resultados, COMO FUNCIONA A dinâmica do atingindo uma audiência de cerca projeto envolve a divisão da sala de 90 pessoas. Segundo Palacios, em grupos que sugerem um filme a greve de ônibus, que coincipara exibição. Após apresentações diu com a data da sessão, serviu que justifiquem as escolhas dos como um aprendizado, pois é um grupos, é feita uma votação na- incidente possível da prática proquele que combine melhor plane- fissional. Devido aos resultados jamento e melhor filme. O aluno satisfatórios de ambos eventos, o Marco Antônio, um dos organiza- professor confirma a manutenção O filme escolhido para a exibição dores do evento deste semestre do projeto para os semestres sedeste ano, Across the Universe explica: “Após a escolha do filme guintes: “Eu acho que é uma das (2007), faz referência à banda The começa a produção da sessão. atividades dentro da disciplina Beatles, que está celebrando 50 Novamente somos divididos em que está sendo bem sucedida, enanos desde o lançamento de seu equipes: criação, divulgação, or- tão deve ser mantida”.


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facomfaz

A dupla rotina dos faconianos

Estudantes enfrentam jornada de trabalhos e estudos para garantir renda extra Diogo Costa e Isadora Sodré O ingresso na universidade é um momento que marca grandes mudanças na vida de quem está disposto a enfrentá-la, principalmente quando se tem a necessidade de conciliar uma jornada dupla entre estudo e trabalho. A reportagem entrevistou sete alunos que relataram as causas pela quais são motivados a ingressar no mercado de trabalho durante o período da graduação. O conforto da independência financeira e a necessidade de arcar despesas familiares foram as principais causas destacadas.

fotos: Jade Meireles

gar uma oficina, xérox, um livro... te: “É cansativo, mas como eu teEu já consigo me envolver nas mi- nho um sonho e quero correr atrás nhas coisas da faculdade sem a dele, tenho que fazer alguns sacriajuda da minha família”, explica. fícios”. Com todos os horários comprometidos, as manhãs de Kadu são Como sua escala ocorre no turno reservadas para as aulas, enquan- da noite, ela diz conseguir concito as tardes, das 14h às 18h, são ocupadas pelo trabalho na Santa Casa. A assessoria de comunicação do Ara Ketu é realizada em horários alternativos, já que ele coordena as redes sociais da banda e pode trabalhar em Necessidade Entre os entrevis- casa. tados, quatro responderam que o desafio de conciliar a rotina Carine Nascimento, estudantil com o trabalho se dá 28, estudante do 5º em decorrência da necessidade semestre de Produção de possuir renda extra, devido à Cultural, vive outra falta de apoio financeiro efetivo realidade. Casada e dos pais. Este é o caso de Carlos mãe de dois filhos, Eduardo, 19, 2º semestre do cur- Carine foi a única enso de Jornalismo. Em jornada tri- trevistada que alegou pla, Kadu, como é mais conhecido, dividir o tempo entre concilia os estudos com os traba- o ofício como técnica lhos na Santa Casa e na Assessoria em enfermagem no de Comunicação da banda Ara Hospital das Clínicas e Ketu. as aulas na Facom para arcar integralmente Morando com os avós, Kadu tra- com as despesas da balha para ter sua própria renda. casa. Segundo ela, a “Eu não ganho mundos e fundos, relação entre trabalho Em jornada tripla, Kadu, concilia os estudos com mas o que eu ganho dá para pa- e estudo é desgastanos trabalhos na Santa Casa e na assessoria da banda Ara Ketu


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liar aula e trabalho, porém a leitura de textos e a produção de trabalhos ficam comprometidas. “Trabalho à noite e, normalmente, esse é o horário que prefiro estudar, pois é o período que tem mais tranquilidade em casa. Nos dias em que eu estou trabalhando, não dá para estudar”, conta Carine. Principal mantenedora da casa, a renda obtida (de R$ 2 mil à R$3 mil) é destinada às despesas com alimentação, contas e filhos em idade escolar. Independência Dois Eduardo Assunção concilia estudos e trabalho para entrevistados informamanter o conforto de morar sozinho ram que embora trabalhem, o salário obtido é desti- Mesmo com a dupla jornada, cin- facilidade. Eles apontaram os honado para manter o conforto de co estudantes alegaram que a rários apertados e o cansaço após morar só, pois, segundo com eles, dificuldade de conciliar a rotina a jornada como motivos que difié mais viável. Eduardo Assunção, não é muito grande. Geralmente cultam a conciliação. 24, 6º semestre de Jornalismo, cumprem carga horária de aproestagia na Rádio Educadora, es- ximadamente 6h por dia e mes- Opções de Bolsa Embora grupos creve para um site local e será mo encontrando dificuldades em de pesquisas e instâncias da Facom monitor-bolsista da disciplina de momentos pontuais, de um modo ofereçam bolsas com valores que Rádio Jornalismo no próximo se- geral, conseguem administrar as variam entre R$ 400 à R$ 500, nenhum dos entrevistados optou mestre. Tudo isso para conseguir responsabilidades. por essa possibilidade de garanarcar com as despesas mensais, ainda que tenha auxílio dos pais: Rafael Raña, 26, 3° semestre do tir renda extra. Marília Campos, “Como morar sozinho tem um curso de Jornalismo, trabalha com 20, estudante do 1° semestre de custo elevado, propus a meu pai tecnologia digital e como produ- Jornalismo, trabalha há dois anos que assim que começasse a esta- tor, em horários determinados por na Agência de Fomento do Estado giar, eu poderia arcar com algu- ele. “Embora as duas coisas sejam da Bahia (Desenbahia) e diz que mas despesas, e até lá, ele assu- igualmente importantes, confesso prefere se manter no emprego pemiria os custos. Em 2011, come- que há momentos em que a facul- las condições ofertadas: “O salário cei a estagiar na Rádio Educadora, dade fica em segundo plano. Mas, que recebo é maior que as bolsas e a bolsa que recebia me ajudou no geral, tem sido possível conci- disponibilizadas pela UFBA e eu já a cobrir gastos com transporte e liar”, explica. Apenas dois dos en- trabalhava antes de passar no vestrevistados não sentem a mesma tibular”. alimentação”.


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A saga de uma apuração Thamires Santos e Vinícius Nunes direção e veio a surpresa: o SGC não escolhe os critérios de matrícula das optativas e sim o colegiado de cada unidade. Diante do nosso espanto, ela nos manda procurar a direção geral, dizendo que lá seria o melhor lugar para conversar sobre o assunto.

Jade Meireles

Lá fomos nós. Por telefone, se passou uma conversa interminável entre o recepcionista e a secretária da direção. Fomos obrigados a voltar para a assessoria, que nos mandou para a Pró-Reitoria de Ensino e Graduação (PROGRAD). Chegando à PROGRAD, quase nada mudou. A assessora continuou batendo na mesma tecla da SGC, acrescentando apenas que o colegiado escolhe dentro de 14 critérios o mais adequado para o seu curso. Porém, ela não soube dizer nada em relação à Facom.

Uma simples apuração de pauta sobre como funciona o sistema de matrícula, escolha de optativas, virou uma jornada interminável e revoltante. Sabe quando você vai ao cartório e é jogado de

um lado para o outro? Pois é, foi isso que aconteceu conosco. A via crúcis começou na Secretária Geral de Cursos (SGC). Lá tivemos uma conversa com a assessora da

Quando apresentamos os primeiros resultados da apuração à professora, o que a gente menos queria aconteceu, ter que voltar ao SGC. Novamente na secretaria, descobrimos para nosso total desagrado, que o assistente da direção tinha saído de fé-


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SCORE É FUNDAMENTAL Todo semestre o colegiado disponibiliza uma lista de disciplinas optativas que serão lecionadas. Em decisão conjunta, professores e coordenação de planejamento fazem uma seleção e as ofertam de acordo com o semestre apropriado e a disponibilidade dos docentes. A Facom não envia critérios de preferência das matérias, usando apenas métodos de score e ordem de chegada, dependendo da situação de cada aluno no momento da matrícula. Segundo Sueli Fontes, secretária do Colegiado da Graduação, o principal critério para a escolha das optativas na Facom é o score. Porém, ter o score alto não é o suficiente.

rias. Com isso, para não voltar de mãos abanando, partimos para a segunda opção: consultar a responsável pela seção de apoio administrativo. Ela não soube informar o funcionamento do sistema. Indicou um funcionário do Centro de Processamento de Dados como possível fonte.

Ao efetuar a matrícula web, o aluno deve montar três opções de grades. Com isso, a opção que permanecerá será aquela com maior número de disciplinas disponíveis. Os estudantes que possuem scores altos apenas não conseguem escolher a optativa desejada quando escolhem disciplinas não disponíveis ou quando há choque de horários. De acordo com Sueli, a faculdade não tem problemas com a matrícula web há três anos, entretanto, devido à escassez na oferta de optativas e a presença de notas erradas no sistema, o estudante pode não conseguir efetivar a matrícula. Quando isso acontece, a matrícula passa a

progresso. Mas ainda não sabíamos como funcionava o sistema! Em busca do último fio de esperança, lá vamos nós ao CPD entrevistar o funcionário indicado pela SGC. Muito ocupado, o rapaz disse que não poderia nos atender naquele momento, e o engraçado é que ele estava justamente fazendo aquilo que a gente queria saber. Mas ironias à parte, ele sugeriu que enviássemos um e-mail para a gestora do Sistema Acadêmico, e a depender da resposta dela, atenderia ao nosso pedido.

Uma semana se passou e nada de avanço na apuração. A nossa única saída foi falar com a secretária do colegiado. E ela nos tirou da beira do abismo. Explicou que o score tem peso, o estudante pode construir três opções de grade, que o sistema é complexo (ver Box). Conseguimos algum Após dias de espera por algum

ser presencial. A Facom, por sua vez, somente faz a seleção de matérias para os calouros, enquanto o SGC fornece a grade de acordo com a colocação no vestibular. Heriton Bacelar, aluno do 4º semestre de Jornalismo, relata que são poucas optativas fornecidas. Com isso, quem tem o score mais alto acaba pegando a matéria. “Tudo na faculdade é score”, comenta. Tamiles Alves, do 5° semestre de Produção Cultural, apesar de nunca ter tido problemas com a matrícula, critica a falta de informação sobre as disciplina. “Eu acho injusto os alunos não saberem sobre os cursos, não terem o mínimo de informação”, afirma.

contato, fizemos a entrevista por e-mail mesmo. Finalmente, no dia em que a matéria deveria estar pronta, ele nos mandou uma resposta “esclarecedora”. Entre outras coisas dizia: “Estou aguardando uma resposta dos gestores do SIAC a respeito de seus questionamentos. Como a gestora nos disse que caberia à diretora da SGC responder questões sobre a matrícula web, enviei para elas as respostas das suas perguntas”. Depois desse banho de água fria, a única coisa que vinha na cabeça era o trecho da música de Maysa Meu mundo caiu. Nesse caso Minha pauta caiu. Alguém me ajude a levantar!


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infra

Cantina da Facom sob nova direção

Antiga licitante não renovará contrato. ‘Tia Del’ completaria 15 anos de serviço

fotos:Jéssica Costa

Deivson Mendes e Vinícius Nunes de sobre o espaço até o dia 21 de março desde ano. O novo proprietário assumiu oficialmente o serviço no último dia 26. Apesar disso, devido a uma reforma, a cantina voltará a funcionar após o recesso. Tia Del perdeu na concorrência de licitação pública e pediu recurso para reaver a sua permanência na cantina.

Tia Del contesta os procedimentos conduzidos na hora da disputa pelo uso da cantina. Concorreram apenas dois candidatos à licitação: Tia Del e o atual proprietário, cujo nome não foi divulgado. O lance inicial editado pela universidade foi no valor-base de R$ 1.197, diferença de menos de R$ 100 para o aluguel que Tia Del pagava (R$1.115,00). Mas, venceu a disputa o oponente que ofereceu o lance de R$ 8.870. Este valor surpreendeu até o diretor da Facom, Giovandro Ferreira: “É uma faculdade pequena,

“As regras são bem claras. Ganha a concessão de prestação do serviço da canTia Del inicialmente vendia artefatos e utensílios tina aquele que domésticos na portaria das faculdades da UFBA der o maior lan13 de agosto de 1998: esse foi o ce”, enfatiza a Superintendente de primeiro dia que a senhora Edelzuí- Administração (SAD-Proad), Maria ta Soares de Oliveira, ou simples- José Souza Rodrigues, responsámente Tia Del iniciou as atividades vel por registrar os contratos de de lanchonete e, posteriormen- licitação na UFBA. Segundo a sute, de cantina na Facom. Foram perintendente, o processo de entrês contratos via licitação pública trada do novo proprietário é legal e mais dois períodos aditivos de e “não há, até o momento, indício prorrogação pela responsabilida- algum que comprove o contrário”.

“Aqui é tudo na base da lei”, garante a su


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tem pouco movimento. São pouco mais de 600 estudantes aqui. Não pensei que alguém daria um lance tão alto assim”. O diretor disse que os trâmites para a concessão do espaço da cantina ocorreram dentro de toda a regularidade exigida pela universidade. Giovandro afirma que a transição precisa ser cuidadosamente acompanhada. “É preocupante quando uma pessoa aposta em um investimento nessas proporções. O meu medo é que experiências parecidas com esta se repitam e, no final, o financiador se arrependa e não prossiga com os serviços ou que as coisas não funcionem bem”, destaca. DETERMINAÇÕES Tia Del afirma que já fez os seus cálculos e chegou à seguinte conclusão: “É impossível alguém ter um lucro sequer igual ao valor que o concorrente sugeriu para a cantina da

uperintendente da SAD/UFBA

Início Último Contrato de Licitação Pública

Contratos Aditivos

Atual Contrato de Licitação Pública

Término

20 de abril de 2007

07 de dezembro de 2011

20 de abril de 2007

09 de novembro de 2012

23 de novembro de 2012

21 de maio de 2013

26 de março de 2013

Facom”. Além disso, ela garante que cumpriu todas as determinações exigidas pelo edital de licitação e que o atual proprietário não apresentava as condições suficientes para ganhar a disputa. “Ele não apresentou nem a planilha contendo uma tabela de produtos e preços dos alimentos para que a UFBA e a própria Facom pudessem acompanhar”, relata. QUILO A superintendente da SAD, Maria José, pontua que outras unidades da UFBA já chegaram a dar um lance (e continuam pagando) em valor superior aos R$ 12 mil por mês (de aluguel) pelo uso de espaço de cantina. No entanto, o proprietário tende a querer recuperar o investimento e lucrar diretamente no valor cobrado pelos serviços prestados aos estudantes. No caso da Facom, são os faconianos que poderão pagar caro se o

Máximo previsto: março de 2018

novo proprietário usar essa estratégia compensatória. Numa rápida comparação de preços, é possível observar as diferenças entre o que se paga por um café expresso na Escola de Administração (EAUFBA) e na Facom: aqui, R$ 3,00 e lá, R$ 1,80. Em compensação, o quilo de almoço na EAUFBA custa R$ 23 para o estudante e, na Facom, o peso da mesma refeição marca R$ 15 na balança. Segundo o diretor da Facom, até o momento, não havia nenhuma demanda levantada pelos faconianos em relação aos preços e qualidade de serviços da cantina com a direção de Tia Del. Assíduo frequentador do local, Luca Scartezini, 5° semestre de Jornalismo, logo adverte: “Coisas boas e preço acessível serão os principais motivos para que eu escolha continuar aqui ou ir à cantina do Instituto de Letras, por exemplo”.


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Labfoto como modelo de produção Dinâmica de organização destaca a instância dentro da Facom Alana Caiusca e Lorena Correia

Jade Meireles

Administração), 10% para a Unidade de Ensino (Facom), 35% para o instrutor do curso e 35% para a Gestão dos Cursos e Labfoto.

“O projeto ‘Olhos da Rua’ estimula a fotografia como projeção”

O Labfoto destaca-se na Facom enquanto modelo de produção, organização e infraestrutura. A dinâmica de produção é baseada em atividades ligadas ao ensino e a extensão, com destaque no projeto Olhos da Rua, e cursos oferecidos pelo Núcleo de Cursos de Fotografia, coordenado por José Mamede, regido pelas normas da Proext (Pró-Reitoria de Extensão), e pelo Conselho Universitário.

Os cursos são a principal forma de captação de recursos e seus preços podem variar entre R$ 130(Fotografia digital básica) a R$ 330 (Fotografia digital para câmeras SLR). Até ano passado os porcentuais das matrículas eram distribuídos da seguinte forma: 10% para a Fapex (Fundação de Apoio à Pesquisa e à Extensão), 5% para a Proext, 5% para a Proplad (Pró-Reitoria de Planejamento e

Segundo Mamede, por causa de mudanças no regimento da universidade, a gestão financeira passará a ficar por conta da Facom e não mais da Fapex. “A partir deste ano, a Fapex não pode mais receber o pagamento das matrículas dos cursos de extensão, como vinha fazendo desde as primeiras turmas oferecidas pelo Labfoto. Agora o pagamento é efetuado por meio de GRU (Guia de Recolhimento da União). Isso significa que os recursos captados vão diretamente para a UFBA, que o repassa para a unidade de ensino, no caso a Facom”,esclarece. Atualmente há 26 colaboradores no laboratório, sendo eles 2 coordenadores, 2 funcionários, 20 monitores voluntários e 2 estagiários que em conjunto trabalham na produção de workshops, palestras


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e ensaios fotográficos que avaliam a proficiência fotográfica do monitor, permitindo seu avanço ao nível posterior. A monitoria voluntária não prevê nenhum tipo de remuneração, mas as horas dedicadas podem ser convertidas dentro das 300 horas de ACC (Atividades Complementares Curriculares). “Em resumo, os monitores do Labfoto recebem um documento que atesta as horas dedicadas ao laboratório. Por exemplo, um semestre na condição de monitor corresponde a 128 horas de atividades de extensão. Este cálculo considera a base de 8 horas semanais, durante 4 meses, que é a duração média do semestre na UFBA”, explica Mamede. No primeiro nível, o monitor em treinamento auxilia os monitores em serviço, cumprem uma carga horária de 8 horas semanais e são

Lia Seixas

e na agência que realiza cobertura Audiovisual, para estudantes do de pautas acadêmicas do Jornal da segundo semestre de Jornalismo e Facom e Lupa, eventos em outros Produção Cultural. campus e fora da UFBA. FORMAÇÃO DE MONITORES Entre os principais equipamentos, Instituído em 2005 por Mamede, existem 35 máquinas fotográficas o Programa de Formação de digitais, 10 analógicas, 20 com- Monitores, com duração de dois putadores e 30 lentes. “A quanti- anos, tem como objetivo sistemadade de equipamentos está su- tizar a formação fotográfica dos prindo a demanda, porém, mais à estudantes. O processo seletivo, frente, é preciso renovar porque aberto a toda comunidade da o uso é intenso’’, explica Rodrigo UFBA, ocorre na primeira ou seRossoni, coordenador acadêmico gunda semana de aula em cada sedo Labfoto. Os equipamentos e mestre. A primeira fase da seleção outros serviços podem ser solici- é caracterizada pela avaliação das tados por professores e estudan- fichas de inscrições e portfólio, na tes com antecedência de 48 horas. segunda fase os pré-selecionados passam por entrevistas. Os moA reforma de extensão da Facom nitores voluntários submetem-se irá deslocar o Labfoto, e o local a um roteiro de formação, com ainda é desconhecido. O labora- quatro níveis, um por semestre. tório é constituído por escritório, De monitor em treinamento a mosala de reuniões, estúdio fotográfi- nitor titular, são realizadas ativico e uma sala onde é ministrada a dades como coberturas de pautas disciplina Oficina de Comunicação internas e externas à UFBA, cursos

José Mamede, mentor do Labfoto, em entrevista para a equipe de telejornalismo da Facom


Jade Meireles

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O Labfoto possui 35 máquinas fotográficas digitais, 10 analógicas, 20 computadores e 30 lentes contemplados com cursos específicos como tratamento de imagem em Lightroom, flash fotografia de espetáculo (teatro e dança), fotografia de processos criativos e fotojornalismo, que além de auxiliar o processo de aprendizado, servem como pré-requisito ao próximo nível, juntamente com um ensaio documental. O monitor assistente realiza atividades semelhantes ao nível anterior, sem a obrigatoriedade de carga horária. O trabalho, agora realizado em estúdio, terá como método avaliativo o ensaio fotográfico com still (objetos) auxiliado por um instrutor experiente. A monitora assistente Ana Paula, do 4º semestre de Produção Cultural, conta como ocorre esse trabalho: “Fazemos um estudo em estúdio, fotografando objetos e produtos. Pegamos uma foto qualquer, um modelo, e a partir dessa

foto tentamos reproduzir outra igual”. Segundo ela, a orientação dada pelo coordenador e por monitores é muito importante: “Em reunião, quando a foto é mostrada, o coordenador e os outros monitores dizem suas opiniões, o que poderia ter sido melhor”.

que realiza: “Hoje o trabalho está mais focado na parte de teatro, em que divido as pautas entre os monitores, gerencio o andamento dessa cobertura, trato as fotos e envio para os teatros e produzo os anuários de cada teatro.”.

PROJETO E PARCERIA O Labfoto tem parceria com os teatros Martin Gonçalves, Vila Velha, Gamboa Nova, SESC, SESI e esse ano a novidade é o TCA. Os monitores têm acesso aos espetáculos para produzir os anuários. O projeto Olhos da Rua exibe todo mês trabalhos fotográficos, amadores e profissionais. A primeira Cumpridas as pautas, coberturas, exibição de 2013 ocorreu dia 26 e realizados os cursos, o monitor de março no Bar do Gino próximo titular auxilia os demais, e é res- ao Elevador Lacerda. Carlos Lopes, ponsável pelas pautas com maior gestor de projetos do Labfoto, cograu de dificuldade, tornando- menta sobre o evento: “Estimula -se então aspirante a estagiá- a fotografia como espaço de prorio. Em entrevista, a estagiária jeção aberta aos palestrantes, ao Agnes Cajaiba, 7º semestre de público convidado e aos fotógraJornalismo, descreve as atividades fos participantes do projeto”. O monitor adjunto trabalha geralmente com modelos. Por isso, o labfoto disponibiliza o curso de fotografia de moda, além de fornecer orientações de iluminação em estúdio. Nesse nível as pautas incumbidas a este monitor exigem um maior grau de experiência.


perfil

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Múltipla e única Malu Fontes recusa a tutela de ideologia, partido político ou religião em nome de sua liberdade de escolha e opinião Ygor Bahia essa não é mais uma história de superação heroica. Malu não cabe em clichês fáceis.

Natália Arjones

Sua intelectualidade, que parece cuidadosamente cultivada, não tem origem numa infância de óculos grossos, leitura assídua e notas exemplares. Não por demérito, mas por falta de ambiente propício. “Eu venho de um mundo socioeconômico onde esses valores não existiam. Minha família era muito pobre, de 15 irmãos, de um mundo agrário, onde estudar, ler, sonhar com a profissão, com o que eu seria quando crescesse não era um valor na vida”.

É instigante ouvir que uma vida com alguns feitos notáveis tenha sido conseqüência de uma sucessão de decisões impulsivas. Mas assim foi o trajeto de Maria Lucineide Andrade Fontes, filha de uma costureira e um agricultor, a quarta de 15 irmãos, natural de

Paripiranga, município do sertão do sertão do sertão da Bahia; até se tornar Malu Fontes, professora universitária, doutora em Comunicação e Cultura Contemporânea, semi-enciclopédia humana, intelectual self-made e “voz dissonante do jornalismo baiano”. Não,

Uma relação mais consistente com a leitura e o consumo de informação começou tardiamente. “Onde eu nasci, não havia jornal nem revista, eu não podia ser leitora desses veículos. Eu morei até os 15 anos no interior do interior do interior da Bahia. Até os meus 12, 13 anos eu não tinha rádio, não tinha TV, não tive uma infância nem de quadrinhos. A única coisa que eu lia, além dos livros de escola, eram cartilhas velhas e livros em preto e branco”. O tempo perdido foi corrigido por um dos traços mais marcantes de sua personalidade: a curiosidade voraz. “Acho que eu tenho uma


espécie de radar com as coisas que me seduzem. E muita coisa me seduz do ponto de vista temático”. Seu vasto repertório cultural pode ser percebido em sua surpreendente habilidade de formular frases de efeito em frações de segundo. Malu nunca falha em responder a um estímulo com uma elaboração cheia de referências. Usando de fatos e personagens da cultura compartilhada, tabus e arquétipos, ela as dispara a todo o momento. Seu arsenal parece não ter fim. Curiosamente, Malu deu seus primeiros passos como leitora através da Igreja, instituição com a qual tem uma relação conflituosa. “Quem me criou foi minha avó, que era completamente beata, e ela tinha o sonho de me tornar freira. E eu não poderia ser freira se não gostasse de ler. Então eu tinha que aprender a ler a Bíblia, o catecismo, ler aquele jornalzinho de domingo da Igreja, ir para missa. Isso por volta dos seis anos”. É provável que as nove tatuagens que hoje Malu carrega pelo corpo recebam repressão categórica de dona Julia Vieira, ainda viva.

Taylla de Paula

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interessando muito mais pelas rotinas humanas que aconteciam ali. Famílias que procuravam pessoas desaparecidas e o drama de não achá-las, ou pior ainda, achá-las mortas ou violentadas sexualmente. Eu me interesso pela história humana. Queria saber quem era Ainda criança, Malu deixou sua ci- aquela mulher que foi encontrada dade natal, e com ela, um destino morta na rua, quantos anos ela tisem muitas possibilidades. Depois nha, quem estava procurando, se de morar em Aracaju e até mesmo era doente mental”. no meio da Floresta Amazônica, se estabeleceu em Salvador, onde A medicina, no final das contas, prestou vestibular para medicina e ajudou a reforçar a certeza de que jornalismo. Foi aprovada em am- sua vocação era mesmo o jornabos e frequentou os dois cursos lismo. Malu optou então largar o por algum tempo. Até que uma curso de medicina, para a complecolega de medicina sugeriu que ta decepção da família. “Eu costuela passasse a visitar o Hospital mo brincar que gosto mais de fato Nina Rodrigues. “No Nina, fui me do que de gente. Gosto de gente

que rende história. Não gosto de gente que é bege na vida. Esse povo muito calado, muito sisudo, muito sem expressão. Acho que isso é uma espécie de superioridade travestida de humildade”. Malu carrega sempre na bolsa exemplares de revistas tão diversas quanto Veja, Carta Capital, Joyce Pascowitch, piauí, Caros Amigos e Vogue, além de um iPad pronto para exibir as manchetes dos principais jornais. Tamanha diversidade reflete também sua falta de apego ideológico. Malu não sente necessidade de se alinhar à “esquerdinha” ou à “direitona”. Seu compromisso maior é com sua própria liberdade e com um olhar crítico mesmo


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Malu acredita ter encontrado o equilíbrio profissional como professora universitária. “Em nenhum lugar do mundo você tem tanta liberdade de expressão quanto dentro da universidade. Nisso, eu amo e respeito a universidade. Para quem gosta de conhecimento, informação e é curioso, isso não tem preço. Nesse sentido, a universidade é o meu lugar”. O cargo não lhe permite constituir outros vínculos empregatícios, mas existe a possibilidade de colaborações como a coluna que escreve para o Correio e os dois comentários semanais que faz para Band FM.

A liberdade que a vida acadêmica permite é o que mais a agrada nesta carreira. Depois de passar pela assessoria do Hospital Sarah, ser repórter no extinto Jornal da Bahia, no A Tarde e coordenar o curso de Relações Públicas da FTC,

A insatisfação não parte só dos colegas de profissão. Seus métodos didáticos também são postos em dúvida por alguns alunos. O desprezo pela teoria seca a estimula a ilustrar suas aulas com anedotas e causos, sempre com o seu senso Ainda assim, sua experiência den- de humor ácido. Há quem defentro do ambiente universitário não da que suas aulas mais se asseé completamente harmoniosa. “As melham a shows de stand-up coopiniões sobre academia estão di- medy. Mas não é difícil perceber vididas em duas vertentes: alguns que a própria Malu não tem a prea consideram fechada demais e tensão de ser objeto de aprovadesconexa da realidade, enquanto ção uníssona. Assim como Nelson outros que estão dentro da acade- Rodrigues, Malu tem a inabalável mia classificam os acadêmicos que convicção de que toda unanimidase interessam muito pelo munda- de é burra.

Natália Arjones

sobre aquilo que o senso comum aplaude. “Eu tenho grande dificuldade de ter mentores. Eu me criei, eu me forjei intelectualmente, eu construí o meu pensamento sozinha, seja ele qual for. Então nesse momento eu quero reivindicar meu direito absoluto de não ter donos dos meus pensamentos. Minha cartilha pode ser a mais errada do mundo, pode não ter nem numeração de páginas, mas é a minha”.

no como pessoas dispersas, deslumbradas. E eu me encaixaria nesse segundo juízo de valor. É como se eu fosse uma acadêmica pouco séria porque perco muito tempo com assuntos que não são devidamente acadêmicos. Isso me gera um ônus grande. Eu sinto certo julgamento em relação a essa minha curiosidade muito aberta”.


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Diário de P

Conheça a rotina de jornalistas qu

Marília Campos e O Facom News acompanhou, durante um dia, a rotina de profissionais de jornalismo que são destaques no cenário baiano. O que um assessor de imprensa faz? Como é a rotina de um radialista e apresentador de telejornal? Como funciona uma editoria de jornal impresso e edição de vídeo? Suely Temporal, Jefferson Beltrão, Cassandra Barteló e Bruno Brito responderam essas perguntas e mostram que a vida de jornalista não é fácil, mas pode ser recompensador.

Nos dias em que vai para a Agência de Textos, Suely chega normalmente às 8h. Lá encontramos o seu QG, um local fixo de trabalho, com uma mesa, um telefone e um computador. A assessora se atualiza sobre os seus clientes através das clipagens e dos jornais, participa de reuniões, lê e responde emails, atende e faz ligações. “A depender do dia nem vou ao escritório, saio de casa direto para o cliente. Mas é normalmente do escritório que partem todas as demandas”, explica. Durante o dia ela recebeu jornalistas, acompanhou pautas e forne-

Natália Arjones

SUELY TEMPORAL “Minha rotina é sem rotina. Graças a Deus! Aliás, foi tudo o que pedi quando escolhi minha profissão”. Acompanhar a rotina de Suely Temporal, jornalista e sócia-diretora da Agência de Textos, empresa que presta ser-

viço de assessoria de imprensa, é um desafio frenético e divertido: “Odiaria fazer a mesma coisa todos os dias, isso não é pra mim”.

Jefferson Beltrão em estúdio encerrando o programa das sete na Globo FM

ceu informações sobre a empresa: “A assessoria é uma ponte entre a empresa e a imprensa. Filtramos, direcionamos e unificamos as informações para atender as demandas dos jornalistas”. Quando Suely não está acompanhando uma visita da imprensa, ela pode estar aplicando o media training, capacitação de portavozes de empresas para o relacionamento com a imprensa. A partir de um planejamento estratégico juntamente com sua equipe ela também produz notas e releases. Suely também organiza coletivas de imprensa para empresas como Salvador Shopping e Braskem. Inserida em uma rotina incomum Suely compara seu dia-a-dia com sua experiência no jornal: “A gente ia para a redação, pegava a pauta e partia para a rua em busca da matéria. Só que em vez do jornal, vou para a Agência de Textos e a notícia é o cliente”. JEFFERSON BELTRÃO Há mais de 20 anos apresentando o Programa das Sete, da emissora de rádio Globo FM, Jefferson Beltrão bate ponto na Rede Bahia antes das 6h da manhã. Antes de o programa entrar no ar, o apresentador gasta uma hora selecionando as notícias do dia que foram publicadas em jornais


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Profissão

ue atuam nas mais diversas áreas

impressos, online e telejornais. Transforma o texto dessas notícias em linguagem coloquial de rádio: “Rádio é repetição. Nosso objetivo é nos fazer entendidos, com clareza e objetividade”. Entre uma música e outra, o jornalista lê notas que vão desde política até informações sobre o trânsito e previsões do tempo. Como apresentador e editor-chefe do telejornal BA TV, exibido de segunda a sábado, Jefferson passa a maior parte do seu dia dentro da Rede Bahia. Sua rotina de telejornal começa por volta das 13h, quando é feita a primeira reunião de pauta do jornal. Durante a tarde ele comanda as equipes de editores, repórteres e cinegrafistas, faz o espelho do que será apresentado no BA TV, grava offs e por fim realiza o fechamento do jornal. Seu dia de trabalho só termina quando apresenta a última matéria, por volta das 19h30.

Natália Arjones

e Natália Arjones

Suely (de verde) divide sua rotina entre o trabalho como sóciodiretora, jornalista e assessora de imprensa pelo jornalista entre o rádio e a TV é a forma de comunicação com a audiência. “Na televisão a sua expressão e a sua roupa comunicam, já no rádio você só tem a sua voz”.

CASSANDRA BARTELÓ Editora dos cadernos ‘Empregos, Concursos & Negócios’ e ‘Imobiliário’ do jornal A Tarde, Cassandra Barteló Sua experiência nos diversos tem uma rotina de trabalho difeveículos permite que faça uma rente de outros editores. Os cadcomparação entre rádio, jornal ernos editados por ela, apesar de impresso e sua experiência no BA estarem em um veículo de circulaTV: “Enquanto no jornal impresso ção diária, são publicados apenas se tem a notícia do dia, no rádio nos sábados e domingos. Isto dá se tem a notícia do momento. Já o à equipe de repórteres um prazo BA TV é apresentado em uma bre- de apuração das notícias de uma cha da programação da TV Globo, semana. então não há espaço para fazer comentários, enquanto o rádio é Cassandra, que chega à redação lúdico.” Outra diferença apontada por volta das 15h, recebe por dia

mais de três mil e-mails de assessorias de comunicação. Estas informações são selecionadas a fim de se transformarem em notícias. Nas reuniões de pauta, realizadas na segunda-feira, a editora discute com os repórteres a apuração e o andamento das matérias, além de pedir novas sugestões de pauta. Encerradas as reuniões, Cassandra conversa com os diagramadores das páginas e envia as principais matérias da próxima edição para a secretária de redação. O fechamento é feito no decorrer da semana, mas na quinta-feira, dia em que o jornal vai para impressão, Cassandra edita todas as notícias já nas páginas diagramadas. O dia da jornalista na redação termina quase às 22h.


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entrevista

“A UFBA deve resgatar

Ailma Teixeir

O Vale-Cultura é um benefício que garante ao trabalhador R$50 por mês para ser gasto em cultura. Recentemente, a ministra Marta Suplicy confirmou que esse benefício poderá ser usado para pagar contas da TV a cabo. Para você, isso desvaloriza a iniciativa

do benefício? É complicado fazer um controle muito rígido porque existe uma liberdade que deve ser respeitada. O objetivo principal desse benefício é que ele atenda às necessidades artísticas e, embora a TV também ofereça cultura, ela é comunicação. Então, pagando-a com esse recurso, você também está pagando outros programas que são complicados em termos de conteúdo, o que não é ideal. Como o beneficiado tem a liberdade de escolher o que consumir, o governo não deve impor uma programação, mas informar e estimular o consumo cultural, não tão associado ao entretenimento. Quais as consequências que esse tipo de funcionalidade do Vale-Cultura pode acarretar aos outros meios de cultura? O que falta é uma política tanto para o Vale-Cultura, quanto para o estimulo à cultura nacional. Tomando como exemplo o cinema, eu não vejo as produções nacionais terem respaldo. Dificilmente um filme brasileiro consegue ficar em cartaz por muito tempo porque não há uma política de incentivo vigente. É muito melhor que o trabalhador gaste o Vale indo assistir a uma produção brasileira do que americana. Não há problema em valorizar a cultura internacional, desde que ele também vá a um teatro, a um show, que não se

Gisele Nussbaumer, ex-diret ra de Gestão Cultural da Fac de uma consolidação cultur fessora acredita que a unive ferência nacional nesse que de projetos como o Sistema o Vale-Cultura, aprovados co nova ministra Marta Suplicy fende uma reformulação nas uma maior ação colaborativ ligados às áre

Natália Arjones

O SNC tem o intuito de assegurar a transparência e o controle social do setor cultural, a partir da implementação de conselhos, fundos de cultura e outras formas de participação nas políticas públicas de produtores culturais e da comunidade em geral. Em que essa aproximação do Governo Federal, dos estados e municípios com a sociedade civil contribuipara o desenvolvimento cultural do nosso estado? Primeiro você tem o Sistema Estadual de Cultura e a partir dele vai normatizando, o que é necessário para que todo o estado e município façam parte do Sistema Nacional de Cultura. Os municípios são obrigados a ter toda aderência, por exemplo, a um fundo de cultura, que é fundamental. Os conselhos têm que ser representativos de segmentos, representativos geograficamente. Então você vai criando o sistema, estudando, normatizando. Nós temos o Sistema de Saúde que funciona de forma integrada. Temos que ter um Sistema de Cultura para que haja transparência, funcione e organize a classe.


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Gisele Nussbaumer

r o seu papel cultural”

ra e Caíque Bouzas

tora da FUNCEB e professocom, defende a prioridade ral interna da UFBA. A proersidade pode se tornar reesito e discute a efetivação Nacional de Cultura (SNC), om a recente nomeação da y. Gisele aprova o SNC, des Leis de Incentivo e sugere va entre os cursos da UFBA eas culturais.

limite à TV e ao cinema. Mas o que se vê é o entretenimento, o axé, porque é o que tem visibilidade. Eu sinto muita falta de campanhas de valorização cultural. Frequentemente são aprovados projetos pelo Minc para captar recursos através da Lei Rouanet. Cláudia Leitte, no mês passado, conseguiu quase R$6 milhões para fazer uma turnê no país e em 2011 houve a polêmica com o projeto “O mundo precisa de poesia”, que captou R$1,35 milhão para postar poemas lidos por Maria Bethânia. O que você pensa dessa concentração para captação de recursos em um só artista, já consagrado e que possui condições para bancar seus projetos? Discordo, pois as leis de incentivo precisam ser revistas urgentemente. Cláudia Leitte pode captar via Lei de Incentivo, mas não se pode colocar na mesma condição um show dela com um show de Baiana System, porque a concorrência é desleal. O estado não deve privilegiar artistas que dão retorno à iniciativa privada. O certo seria: com artistas independentes, o estado entra com os 80%, e os outros 20% ficam com a iniciativa privada. Mas se o artista já é renomado, o estado dá 20% e a iniciativa privada 80%. Tem que ter um percentual diferenciado para que a concorrência fique mais justa.

Em entrevista para a Agência de Notícias da UFBA, você afirmou que as escolas de música, dança e teatro da universidade se destacam no Brasil, mas que é necessário um maior entrosamento entre essas áreas. O que você sugere para a execução de projetos de Produção Cultural em comunhão com algum desses outros? A UFBA tem cursos de todas as linguagens artísticas, audiovisuais, de Produção e Gestão Cultural, mas cada um funciona de forma independente. É possível ter uma política cultural e com um intercâmbio, mas não há diálogos e são poucos os projetos colaborativos. Temos museus, teatros, cinemas, diversos espaços culturais na UFBA que poderiam ter uma gestão compartilhada. Abrir espaços para estagiários de Produção Cultural, usar estudantes de comunicação para um trabalho de divulgação... Não seria bacana cada espaço cultural ter uma equipe multidisciplinar? Vivemos um momento em que a UFBA deve resgatar o seu papel cultural internamente. Ela não pode ficar só opinando na política do estado e do município, sendo que não tem a política cultural que deveria ter. Já pensou se houvesse um coordenador ou um conselho cultural? A UFBA deveria ter um setor responsável por essa área, já que tem pessoal capacitado, espaço e tudo para se tornar uma referência nacional.


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especial F C O amor por um time de futebol é algo inexplicável. Tem gente que torce, briga, xinga e até mesmo chora pelo seu clube do coração. Na faculdade, encontramos apaixonados com os seus “mantos sagrados”. Esse amor não é interferido por distância, frustração e nem mesmo divisão. De Grêmio a Ypiranga, essas figurinhas carimbadas estão aqui

Corinthians Leo Moreira

Flamengo Renata Farias

Santos Carolina Castro

Grêmio Camila Guiliani

Bahia Luis Fernando

Vitória Carlos Eduardo

Ypiranga Daniel de Farias

fotos: Ananda Brasileiro e Taylla de Paula

São Paulo Dudu Assunção

Caíque Bouzas


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