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B OL E T I M E SC OL A R

Confluências

Confluências

(2ª Série) setembro - novembro 2017

06 de junho de 2017 Em breve cerimónia, aberta à comunidade educativa, a presidente do Conselho Geral, Drª Gabriela Fragoso, deu posse ao diretor, Dr. João Jaime Pires, para um novo mandato.

Do leitor… espera-se que leia e que o faça com espírito crítico.

(No caso, não é líquido que a leitura se faça para além do olhar disperso pela cor e pela mancha gráfica.)

Sabe-se, no entanto, que seria uma pena que o Boletim deixasse de ser publicado por falta de colaboração do olhar atento e crítico do leitor… esse colaborador a quem é dada a possibilidade de divulgar anseios, sucessos e insucessos… a quem é dada a oportunidade de encontrar outro leitor…

Porque no Confluências o leitor pode escrever, desenhar, ilustrar… pode simplesmente fluir ou confluir ou, se essa for a sua vontade, pôr termo ao seu curso.

Há dez anos O início de uma aventura para a história do Camões

22 de novembro de 2017, quarta-feira. Uma ação reivindicativa.

A meio da manhã, vários alunos da Escola Secundária de Camões, concentrados junto ao portão principal, fizeram ouvir o seu protesto pelo adiamento das obras prometidas e sempre adiadas..

Não vamos desistir!, foi a palavra de ordem gritada entre apitadelas concertadas.

Nesta edição: pp. 2-3 p. 3 Cidadania ativa ..….…...…. p. 4 F. Pessoa …………...…...….. p. 5 Zé Pedro 1956-2017 ……..... p. 5 Ex-alunos ………………...…. pp. 6-7 Circunstanciais ……...….... pp. 8-9 Instantâneos ………….…… p. 10 Pedro R. Duarte ……...…... p. 11 Simbiose ……..…….……….. p. 12 Em palco (GTESC) …..…... p. 12 Atlas da Educação ……...... p. 13 Desafio Matemática …...… p. 13 Uma exposição ………...….. p. 14 No dia em que …...………… p. 14 Miguel Beleza 1950-2017 .. p. 15 No abrir do ano ………….... p. 15 Breves …………………...…... p. 16 Scriptomanias ……….…….

O lugar à banda desenhada ….

Foto de Lurdes Fernandes

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Confluências SCRIPTOMANIAS

O que é o Sonho?

Algo que nos guia e nos amarra aos sentidos de tudo o que é e que não é.

Algo que nos dá razão e sentido de viver, que não faz sentido algum, mas está cheio de senti-

do.

Algo que não controlamos e que vem de dentro.

Isso é o sonho para mim. Algo que nos faz acreditar.

Algo que nos levanta pela manhã.

Que nos dá força nos momentos

em que mais fracos estamos.

Aquilo em que nós acreditamos com todas as nossas forças e que, se se for embora, elas vão com ele.

Este é o Sonho.

Mas o que é que ele é?

Guilherme Amaro, 10º C

O Sonho Filme carregado de emoção.

Seja Inverno ou Verão, carrego os sonhos no meu coração.

Choro e rio, fujo e fico, vivo assim-assim, Faço rodar mil imagens, represento mil personagens.

Diz-me: quem és?

Misterioso, vaidoso, com magia, com suspense.

Entras noite dentro e atropelas o meu pensamento.

Alegre ou triste, uma certeza persiste: à noite quando me deitar, voltarei a sonhar.

Bruna Marques, 12º D (2016/17)

AS ATIVIDADES DA BIBLIOTECA SUCEDEM-SE...

Título: Confluências Iniciativa: Departamento de Estudos Portugueses Coordenação de edição: António Souto, Manuel Gomes e Lurdes Fernandes Periodicidade: Trimestral Impressão: GDCBP Tiragem: 250 exemplares Depósito Legal: 323233/11 Propriedade: Escola Secundária de Camões Praça José Fontana 1050-129 Lisboa Telefs. 21 319 03 80 21 319 03 87/88 Fax. 21 319 03 81

… TAL COMO AS DA PARCERIA COM A ANTENA 2!

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Confluências SCRIPTOMANIAS Ela é... Ela sou eu.

Existe uma rapariga a quem pertence um par de olhos castanho-esverdeados, muito observadores, costumo encontrá-la numa pequena aldeia, perto de […]. Essa aldeia é mágica. As casas são acolhedoras, caiadas de branco e de sol, com belos jardins cultivados de ervas de cheiro e árvores de fruto. Posso dizer que é diferente de todos os outros lugares. Nessa aldeia, sentimos que estamos em casa. É lá que a rapariga se esconde, no casal do topo da colina. Costumo vê-la sentada num sofá de madeira coberto por uma colcha branca por baixo de uma grande macieira carregada de maçãs amargas, apanhando a sua sombra. Identifico-a sem grande dificuldade através do cabelo castanho-escuro, muito encaracolado e cheio de liberdade de expressão. Tem um ar sonhador e determinado; é daquelas pessoas que persiste e não desiste.

Não repara na minha presença quando entro pelo portão verde; quando repara, limita-se a fixar-me por um longo período de tempo sendo que, no final, finge que não é nada com ela… Não é que seja malcriada, penso que está só demasiado presa no seu mundo para reparar no que a

rodeia. É uma rapariga feliz, diz piadas, mas nunca as entendo. É casmurra e teimosa, muitas vezes até o é demais. Aprecia a leitura, lê muito. É filha de artistas, afirma que a cultura nos transforma e nela que se encontra a beleza do mundo. É tão vaidosa quanto a madrasta da Branca de Neve; por vezes, até igualmente maldosa. Não é crente, diz que acredita que os Deuses só foram criados porque os humanos necessitam de se sentir protegidos. Felizmente, respeita a opinião dos outros.

Acha-se muito importante e sente a necessidade de mandar em tudo. Ela bem tenta ser boa pessoa, o problema é que muitas vezes falha nessa tarefa… É dona de si própria, muito confiante, e insiste que tem o futuro na palma da mão. É metediça, pior que as velhas! Gosta de estudar o ser humano, e cada vez que vê uma pessoa na rua imagina uma história por detrás.

Ela vê a vida de forma colorida, ama a cor amarela. Valoriza-se e não suporta quem tem pena de si próprio. Canta mal, canta na mesma. Mais importante que tudo isto, ama a vida e a vida ama-a de volta.

Ela é... Ela sou eu.

O LUGAR À BANDA DESENHADA A Última Nota, um álbum de André Mateus [argumento] e Filipe Duarte [ilustração], este último professor na Escola Secundária de Camões.

“A Última Nota é a história de Zé, um músico de sucesso, e de Alexandre, um escritor falhado. Os dois, nada têm em comum excepto terem amado a mesma mulher. Quando se reúnem no funeral desta, decidem pôr em prática um plano arriscado para garantir que nenhum deles sofre o mesmo destino e cai no esquecimento.”

A obra, de 64 páginas, a preto e branco, com publicação da Escorpião Azul, foi apresentado ao público mês de novembro no festival Amadora BD 2017.

Aguardemos, agora, por nova apresentação na ESCamões para toda a comunidade educativa!

Noa Brighenti, 10º J

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Confluências CIDADANIA ATIVA Já arrancou a Campanha CoastWatch 2017/2018 sob o lema “deixa a tua praia respirar”. Uma proposta inspiradora para todos os voluntários, experientes e iniciantes, que dão algum do seu tempo a atividades de cidadania.

O CoastWatch é um projeto de âmbito europeu que permite obter uma caracterização geral da faixa costeira, envolvendo inúmeros voluntários, individualmente ou em grupo (Escolas, CNE, Associações, ONGAs, famílias, amigos), e inscreve-se numa perspetiva bem atual de promoção da ciência ao público em geral – a ciência cidadã.

Do ponto de vista escolar, o projeto permite, entre outras, a prática da interdisciplinaridade e a promoção de competências transversais ao currículo: cidadania, educação ambiental, educação para o consumo. Pela natureza do processo, centrada em várias etapas, favorece a sensibilização para o trabalho científico: recolha de dados (observação e registo), tratamento de dados, elaboração de relatório, preparação de uma comunicação (oral ou em poster) e apresentação dos resultados ao público.

Os voluntários fazem o levantamento de dados ambientais, que proporcionam a caracterização do litoral: biodiversidade, zonação costeira (zona entre marés, zona supratidal e zona interior contígua), erosão costeira, resíduos, contaminação das águas e solos, parâmetros físico-químicos da água e as Pressões Antrópicas.

A participação da Escola Secundária de Camões na campanha CoastWatch Europe/ Portugal iniciou-se, no dia 9 de novembro/2017, com a monitorização, através da inquirição no local, de uma unidade do Estuário do Rio Tejo e Foz do Rio Trancão.

As Turmas do 10º D e 10º E passaram a manhã do dia 9 de novembro na margem direita do rio: observaram, identificaram, mediram, contaram e registaram dados ambientais no questionário CoastWatch.

As atividades foram acompanhadas pela Coordenadora Nacional do Projeto, Carla Pacheco, e por Marlene Marques, Presidente do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente, ONG que coordena o Projeto em Portugal).

Houve ainda lugar à recolha de imagens dos alunos em ação, tendo como objetivo a realização de um filme para a promoção nacional deste projeto.

Alunos dos 10º D e 10º E

Foto de Lurdes Fernandes

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Confluências F. PESSOA 1888 - 1935

O modo como Fernando Pessoa ortónimo encara a vida Fernando Pessoa ortónimo, embora partilhasse o nome com Fernando Pessoa civil, apresenta-se, a par dos heterónimos, como uma personagem altamente trabalhada, fruto da criação artística.

Faceta hiperconsciente do poeta, faz uso constante da razão, sendo incapaz de se abstrair, de apreciar o lado sensorial e imediato da vida por si. Vê-se preso no desejo de escapar ao seu intelecto, sem, no entanto, ser capaz de abdicar deste, como evidente em "A pobre ceifeira".

Na sua obra está presente a isotopia da ‘tristeza’, resultante da prisão anteriormente referida; e da sua imensa nostalgia pela infância, que idealiza, como tempo de liberdade e sonho, este último contraposto frequentemente à realidade, causadora da sua contínua deceção. Tal deceção leva-o a alienar -se quase incessantemente num plano onírico, a permanência no qual sabe ser irrealizável.

Prisioneiro do seu intelecto, corroído pela dor de pensar, incapaz e não querendo claramente dela escapar, Fernando Pessoa ortónimo revela as fragilidades e sonhos do homem que o criou.

José Lobo Antunes, 12º K

ZÉ PEDRO 1956 - 2017 A morte do Zé Pedro deixou-me profundamente entristecido.

Conheci-o há uns dez anos numa das suas várias visitas ao Camões. Ele ia apresentar e comentar o filme sobre o festival de Woodstock.

Na altura eu fizlhe uma provocação: então tu que Foto de Zé Pedro numa das últimas vindas ao Camões vens do punk, agora andas a elogiar os hippies? Ele abriu um sorriso largo e respondeu-me acertadamente: boa música há em todo o lado e em todas as épocas.

No final ficámos a falar um bocado. Nascemos no mesmo ano e tínhamos estado em muitas coisas juntos: assisti a um dos primeiros concertos dos Xutos na Voz do Operário, ainda com o Zé Leonel; estivemos no concerto dos Clash; andámos pelo Rock Rendez-Vous e pelo bar Oceano. Pareceu-me uma pessoa encantadora e guardei essa imagem, apesar de nunca mais ter falado com ele.

Nos últimos anos deixei quase de ouvir rock.

Fartei-me porque acho que já foi quase tudo feito.

Mas os Xutos sempre foram um anacronismo delicioso. Sempre fizeram boas canções e, mais do que isso, mantiveram-se íntegros e coerentes, independentes de modas. Viveram bem com o sucesso sem nunca se envaidecerem.

O Zé Pedro era a alma dos Xutos, mas era muito mais do que isso. Era um tipo que amava a música para além de ser músico. Fazia rádio e estava sempre informado do que se ia fazendo de novo.

Tinha os ouvidos abertos para outros tipos de música. Era um amigo dos novos músicos que iam aparecendo e abria-lhes portas para concertos e edições discográficas. Mas era também um grande divulgador de música, de forma entusiasmada. E era um homem de esquerda e nunca o escondeu.

Sei que é um lugar comum, mas o país perde imenso com a sua partida. Como sei que ele gostava muito do Electric Ladyland do Jimi Hendrix, aqui fica a minha homenagem.

Prof. Jorge Saraiva (Esc. Sec. Camões)

[Texto gentilmente cedido pelo A., que o publicou no FB, a 01/ dez.2017, juntamente com o tema musical referido no texto]

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Confluências EX-ALUNOS — E O CAMÕES AQUI TÃO PERTO Depois de completar os meus estudos de Economia no Camões, depareime com a famosa urgência pós-secundário: escolher uma boa licenciatura.

Com 17 anos de vida, zero de experiência profissional e, talvez, insuficiente vivência, a opção acertada apresentou-se na forma de um curso em Gestão e Marketing, seguindo as pisadas de muitos dos meus colegas.

Essa ‘opção acertada’ rapidamente se revelou errada para mim. Mas abandonar os estudos não era opção, e muito menos passar três anos a lamentar a minha escolha.

Passei então esse tempo a perseguir proativamente o que realmente me interessava, e essa busca incessante levou-me à área de Direitos Humanos e Alterações Climáticas. A partir daí, fiz de tudo para me envolver neste campo do

conhecimento: sociedades académicas, voluntariado, estágios profissionais, livro atrás de livro, palestras, até a minha própria campanha ambiental iniciei!

O resultado, a muito custo, chegou finalmente.

Fui aceite numa universidade de prestígio, onde estou atualmente (muito feliz) a tirar um Mestrado em Ciências Ambientais e Políticas, e com oportunidade de emprego no final dos meus estudos.

O começo do meu percurso académico não foi, provavelmente, um êxito, tal como o de muitos outros estudantes não será. Mas posso também dizer, com toda a certeza, que o início atribulado de uma história não dita o seu final. Esse final, cabe a cada um de nós escrevê-lo.

Ana Marta Laranjeira (estudante universitária, Imperial College London)

Com o término do ensino secundário, a escolha do curso de Direito foi líquida.

Formulei a expectativa de que viria a saber como realmente o mundo funcionava, pelo que responder aos problemas que se me afiguravam evidentes seria, decerto, mais fácil. Queria entender a organização do Estado e a sua relação com os cidadãos, as relações contratuais entre os privados, conhecer os meus direitos enquanto cidadão português e europeu, perceber quais os limites ao exercício de qualquer direito, bem como muitos outros temas.

Ao entrar finalmente no curso e ter as primeiras aulas, cheguei rapidamente à conclusão de que a ciência do Direito não respondia a todos os problemas que tinha considerado; não me fornecia uma só resposta dita certa.

Foi a partir desse momento que percebi o núcleo essencial do curso: a argumentação. Em Direito, tudo se resume à argumentação e, também, à interpretação da lei que, em última análise, não é nada mais que um enunciado linguístico, tal como estudámos na disciplina de Português. Ao perceber que essa era a dinâmica do curso, a visão, verdadeiramente pueril, que tinha sobre ele desapareceu e, de forma célere, cheguei à conclusão de que a ciência jurídica permite a cada um de nós treinar intensamente a nossa componente lógicoargumentativa.

Se o curso é ou não exigente, devo dizer que tudo dependerá da faculdade em causa e da predisposição do aluno. De qualquer modo, a ciência jurídica em si envolve bastante leitura, debate e constante pesquisa diária. É, sem dúvida, uma ciência viva, omnipresente em todos os momentos da nossa vida.

Em definitivo, sem prejuízo do que disse nos parágrafos supra, Direito correspondeu às minhas expectativas: encontrei um curso no qual a argumentação toma o primeiro lugar do pódio. Tal como se costuma dizer na Academia, quando dois juristas se reúnem, surgem sempre três ou mais opiniões.

Francisco Figueiredo (2º ano do curso de Direito, Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa)

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Confluências EX-ALUNOS — E O CAMÕES AQUI TÃO PERTO assim proceder a um atear mútuo de novas realidaUm caso de piromania des; em mim aconteceu graças a alguns deles e grainocente ças a alguns professores, agora também amigos.

Em 2015, quando era aluno no Estou a fazer Estudos Gerais. Muitos amigos estão liceu Camões, escrevi uma poesia que começava na mesma faculdade que eu. E, embora o curso seja assim: tem uma ideia/ ateia um fogo e bombardeia o melhor que Lisboa pode oferecer, a passagem à a mata. Já não me lembro bem da altura em que faculdade não foi surpreendente, e a nossa vida não comecei estes versos, nem de onde me surgiu esta mudou radicalmente. Se alguma coisa muda, é no piromania momentânea. Mas o bom da literatura, e aumento da indiferença que todos, professores e aluda arte em geral, é que não preciso de tomá-la como nos, nutrem uns pelos outros, salvo raras e muito uma coisa certa ou literal, ou sequer como uma coisa felizes excepções, e na independência de cada um de real; também não precisamos de procurar uma nós – «eu recebo apenas o que dou» é o motto geral. metáfora naquelas palavras: não era o caso eu estar Por outro lado, as oportunidades que surgiram a morrer de amores, ou ateado de uma qualquer neste último ano e meio foram muitas e muito boas: necessidade de explosão. Restrospectivamente, e um certo desencanto pela vida académica estimula assim numa leitura verde, acho que ideia, ateia e em vários de nós um caminho paralelo cuja reperbombardeia apenas lá estão por causa da assonân- cussão na nossa vida é tão ou mais significativa cia; e que as palavras estão na ordem em que estão quanto a universidade, um caminho de desbravamento do mundo real. E, como diz o professor A. M. por causa da aliteração em m.

Este poema acabava com o eco de uma granada Feijó, assim como não ter lido Balzac é magnífico que caíra e deixara cinza por todo o oceano. Essa porque temos perante nós ainda todo o Balzac para cinza, escrevi, era vestígio e memória/ de fogos pas- ler, também é única a situação de atalhar por realisados e verdes passados também. Penso agora que dades que desconhecemos, porque temos a sorte de essa maneira de caracterizar a cinza é a melhor for- poder passar pelo processo extraordinário de as ma de descrever os anos que passei no liceu, anos de conhecer pela primeira vez. fogo e verde: renovação. Os primeiros anos foram de duarte bénard da costa (quintella) assunção de várias identidades. E este processo (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) aconteceu apenas porque eu estive, como estiveram Lisboa, 22 de Novembro de 2017 aliás muitos amigos, disponível para o acolher, e [o A. não segue o AO/90] Pediram-me para, num quarto de página A4, escrever sobre a minha experiência nesta Escola. Apago trinta vezes o que escrevo, escasseiam as palavras; tudo é pequeno comparado com o que ganhei no Lyceu de Camões. Um exemplo: amigos para a vida – entre eles, sim, muitos professores, com quem ainda hoje converso, em tertúlias mais ou menos improvisadas, ou entre olás distantes que significam o mundo. No Lyceu de Camões partilhei, tantas vezes, os meus medos e alegrias nos palcos: no teatro, nos concertos. Partilhei e amei as letras, na sua insignificância, no Ler Para Viver, nas Línguas, na escrita.

E hoje, quem sou eu? Sou uma estudante universitária na NOVA, FCSH. Mudei de curso no primeiro ano, alterei as voltas à vida e vim parar a História, acontecimento tão inesperado e tão maravilhoso ao mesmo tempo. Ainda não sei se é isto que eu quero fazer, se é este o meu dom posto a render. Até agora não desilude.

Escrevo-vos estas palavras meio nostálgicas, meio confusas para quem não viveu o que eu vivi, mas deixo-vos com uma frase que tudo diz, sem dizer nada, e que resume o quentinho no meu coração quando penso no Lyceu de Camões, aquilo que me é mais querido nesta nossa Escola: “Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Têm só duas datas: a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra coisa, todos os dias são meus.” Meu também será sempre o Camões.

Joana Flor (Curso de História, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Univ. Nova de Lisboa)

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Confluências CIRCUNSTANCIAIS “Eu sou eu e as minhas circunstâncias” Ortega y Gasset

(Fátima);  os postais de França enviados pelo tenente Teodoro Fernandes para a sua noiva Ilda Delgado;  o mapa britânico de Trincheiras com parte do sector português;  uma pistola de sinais;  uma máscara anti-gás;  a pintura, a óleo, “Entrada”, de Amadeo Sousa Cardoso.

No Verão pp. (Agosto), a minha principal circunstância ocorreu na Gulbenkian, onde visitei a exposição temporária, intitulada “Tu…do se des…mo…ro…na” Impactos culturais da Grande Guerra em Portugal.

Instalada na galeria do piso inferior do edifício sede da Fundação, esteve patente entre 31 de Junho e 4 de 3ª secção: “Visões artísticas” Setembro.

Este evento foi enquadrado por um colóquio de Histó as produções teatrais: ria, suportado por um jornal específico (O Mundo Der- no género ‘revista’, as da ‘parceria’ Félix Bermurubado, 24 pp., formato A3) e divulgado por um motivades, Ernesto Rodrigues e João Bastos, com o dor artigo do Prof. Viriato Soromenho Marques (D.N. protagonismo do actor Estevão Amarante, nos 2/8/2017).

Teatros Éden, Avenida, Apolo, entre 1916-1920; Aqui deixo algumas notas sobre a sua estrutura, sec- no género ‘teatro declamado’, o clamoroso êxito de ções e conteúdos, tão magníficos e apelativos que me Chaby Pinheiro “ O Conde Barão” (Politeama, compeliram a visitas sistemáticas.

1918).

Genericamente, o espólio distribuía-se por secções em  os desenhos em periódicos (Leal da Câmara, dois corredores, cada uma delas com um riquíssimo Emmerico Nunes, Cristiano Cruz); material apresentado nas paredes e em mesas-vitrinas,  por iniciativa do Ministério da Guerra, Norton de tudo articulado por uma linha cronológica, contínua, de Matos, as extraordinárias “águas-fortes” de Sousa 1914 a 1935: esta linha era, de vez em quando, interLopes, pintor-soldado que esteve no “Front”, de rompida por significativas frases de personalidades conSetembro de 1918 a Agosto de 1919, e as fotos de temporâneas dessa época, tudo enriquecido por objectos, guerra de Arnaldo Garcês, fotógrafo-soldado, em livros, páginas de jornais, painéis, filmes… actividade desde Tancos (1916) à cerimónia de consagração dos 2 Soldados Desconhecidos, no MosteiTentemos, em sinopse, fazer alguns destaques: ro da Batalha, em 1921;  no fim do 1º corredor, o Tríptico de José Ramos 1ªsecção: “Guerra cultural e mobilização cívica” “Tropa de África”, peça de arte única da memória da presença portuguesa na “Frente” de África.  o conflito entre anti-guerristas e guerristas (“guerra por necessidade” e / ou “guerra por opção”);  a “ Cruzada das Mulheres Portuguesas” (de Alzira Dantas Machado e outras) e a “Junta Patriótica do Norte”;  as vendas de lotaria e / ou de flores promovidas por Vera de Lima;  as fotos de Joshua Benoliel…

2ª secção: “1917, Ano Crítico”

a instabilidade social (tumultos e greves pela escassez alimentar e a carestia da vida), agitação política (advento de Sidónio Pais) e psicológica

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Confluências CIRCUNSTANCIAIS 4ª secção: “Cuidar dos Vivos”

 o Instituto de Reeducação dos Mutilados de Guerra (Arroios com a direcção do Capitão-Médico, Alfredo Tovar de Lemos);  o Instituto Médico-Pedagógico (Casa Pia – tutela de Aurélio da Costa Ferreira);  Casa de Saúde do Telhal (onde, em 1992, entraram 93 militares);  “Mercedes Blasco”, pseudónimo de Conceição Marques, casada na Bélgica e enfermeira da respectiva Cruz Vermelha e o seu livro “Vagabunda” de 1920;  as iniciativas da Liga dos Combatentes, (criada em 1921), não só quanto aos alunos mais jovens(“ a paleta” para ser usada nas Escolas Primárias) e o apoio às colónias balneares da Trafaria e Matosinhos, mas também, o apoio aos próprios mutilados, reunidos em Congresso (Coimbra, 1926);  nas vitrinas, próteses de todos os membros;  dois testemunhos sonoros: os fados “Cruz de Guerra”, por Berta Cardoso, e “Mutilado”, por Estevão Amarante (Revista “Água-Pé”, no Teatro Avenida em 1927.

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5ª secção: “Antagonismos e mudanças sociais” No período de 1929 a 1926:  as tentativas da Restauração Monárquica (1919 – Porto e Lisboa);  nos periódicos, os notáveis desenhos de Jorge Barradas, António Soares, etc.;  o banditismo político (“A Noite Sangrenta”, em 19 de Outubro de 1921) e social ( os assaltos aos clubes nocturnos onde imperavam a batota e o jazz…);  as produções teatrais (“Zilda” de Alfredo Cortês – 1921; “A Casaca Encarnada” de Vitoriano Braga – 1922; “ O Caso do Dia” de Ramada Curto – 1926);  a difusão de letras e partituras de canções. Por exemplo, “A Gatuna Bolchevista” – 1926;  a difusão de opúsculos anti-burgueses e anticapitalistas ( “A Rússia Nova” – 1919; “O que são as Repúblicas dos Sovietes” – 1920), etc.;  a progressiva e imparável ideia da necessidade de uma política nacional contra e para além dos partidos existentes, o que levou ao 28 de Maio de 1926.

6ª secção: “A Disputa pela Memória”

 Paris, no 16º Bairro, a “Avenida dos Portugueses (14.7.1918);  O Corpo Expedicionário Português, no “Front”, em 1917/1918 (filme);  os cemitérios portugueses em França (Ambleteuse, Bologne, Brest, Chartres, La Couture, Étables).

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Em Richbourgl’Avoué, estão 1831 campas de soldados identificados e 298 desconhecidos; em Portugal, a Liga dos Combatentes a celebração do dia 9 de Abril (Batalha de La Lys) e do 11 de Novembro (Armistício) e os respectivos peditórios ( ex: fósforos, “ Os Combatentes”, 1930, e “O Capacete”, em 1938); a mesma Liga dos Combatentes promoveu em todo o território nacional a construção de monumentos comemorativos do conflito (em Lisboa, o monumento erigido na Avenida da Liberdade – 1923/1931…; multiplicação da literatura memorialística e autobiográfica (7 títulos em 1919, 5 em 1920, 1 em 1923, outro em 1924 e, ainda, 1 em 1934, etc.; a tradução da obra clássica de Eric Maria Remarque, “Nada de Novo na Frente Ocidental” (1929), atingiu a 6ª edição da tradução portuguesa em 1938; das 3 peças que o escultor Hein Semke (1899-1995) executou para a Igreja Evangélica de Lisboa, em 1934-35, a intitulada “Camaradagem na Derrota” foi censurada e destruída por pressão do governo nazi alemão.

A finalizar esta sinopse de uma exposição tão rica e pedagogicamente importante para a História de Portugal na I Grande Guerra, uma pergunta pessoal à Fundação Gulbenkian: Como foi possível programar um evento cultural desta dimensão e de tão grande qualidade para a época de Verão? A que público ela se dirigiu? Não se pensou nos jovens do Ensino Secundário?

Prof. José Luís Vasconcellos (O Autor não segue o AO 90)

Fotos extraídas da página Jardim de Verão (FCG) https://gulbenkian.pt/jardimdeverao/evento/tudo-se-desmorona/

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Confluências INSTANTÂNEOS "A fotografia é uma forma de ficção. É ao mesmo tempo um registo da realidade e um auto-retrato, porque só o fotógrafo vê aquilo daquela maneira" (Gérard Castello Lopes)

Olhares.

De Lisboa & da Natureza!

Joana Formiga, 10º C (autora das fotografias e responsável pela seleção do enunciado em epígrafe, de Castello Lopes)

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Confluências PEDRO ROLO DUARTE 1964 - 2017 24 de Novembro de 2017 Ex – camoniano, Pedro Rolo Duarte (jornalista e radialista, figura reconhecida da comunicação social) faleceu aos 53 anos.

Reproduzimos abaixo o texto que, por ocasião do centenário do Liceu de Camões, publicou no seu blogue.

17 out 2009 http://pedroroloduarte.blogs.sapo.pt/2009/10/ Nos 100 anos do meu Liceu Ontem, passei a tarde a olhar os pátios do meu Liceu.

Ontem, passei a tarde a olhar os pátios do meu Liceu.

O Outono, quando começavam as aulas, era exactamente assim: o Sol aquecia o pátio, tornava-o acolhedor, e as folhas a desmaiar das árvores construíam um cenário quente, algures entre o laranja e o castanho, sublinhado pelos nossos passos, que faziam estalar as folhas secas.

Eram os primeiros dias de aulas – e os últimos em que podíamos sentar-nos no meio do pátio, no alcatrão morno, sem que fosse demasiado quente ou demasiado frio.

Eram também os dias em que reconhecíamos que o tempo tinha passado – nas borbulhas na cara ou nas feições infantis que ganhavam corpo adolescente, na forma como nos falávamos uns aos outros ou no fim de uma falsa intimidade.

Acho que senti pela primeira vez que estava no “meu Liceu” quando cheguei ao décimo ano – porque passei para o pátio dos mais velhos, o pátio onde tinha levado pancada aos 13 anos, o pátio onde fui candidato associativo aos 14. Mas onde só aos 15 tive direito a pertencer à elite dos que dominam os cantos à casa. E esse momento faz toda a diferença. Fez. Ontem, no meio do burburinho e da confusão da celebração dos 100 anos “do Camões”, vagueei pelo pátio do 8º e 9ª ano (no meu tempo, claro, hoje nem sei...), não fui ao 7º que estava fechado, reconheci os laboratórios, a sala de Geografia, a “Comissão de Gestão” – onde resiste a placa “Reitoria” -, o ginásio (que me pareceu agora bem mais pequeno), e os domínios do Sr. Gonçalves, que já era do tempo da minha irmã.

Não vi colegas dos meus anos, mas reconheci alguns professores.

Anotei os nomes daqueles que me fizeram gente: Adélia Silva Melo, Teresa Torrado, Lígia Trindade, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira. Escapam-me os nomes de uma professora de Sociologia e de um professor de Antropologia.

Por ali andei, entre emoções. Mas onde me senti mesmo bem, mesmo bem, foi no banco cinzento do alpendre, entre as portas do ginásio do lado do pátio dos mais velhos, no mesmo lugar onde eu, a Biza, o Gonçalo, a João, o Zé Pedro, a Vera, enfim, onde o nosso grupo discutia a vida como se fôssemos os primeiros a vivê-la.

E éramos. Os primeiros da nossa vida. Só não sabíamos a diferença.

Agora já sabemos.

Sentei-me de novo no banco cinzento, passei os olhos pelo livro magnífico que assinala o centenário, e pensei assim: viver é sentir aquilo que eu sinto neste preciso momento.

Foi um bom dia, o de ontem.

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Confluências SIMBIOSE Stories behind photos Photography is the perfect boundary between art and science because it shows the real world in the form of long-lasting images but it can be done in artistic points of view.

Bearing this in mind the students of class 10thD, in the scope of the English class, went on a field trip in the school surrounding area with the aim of capturing images of things that drew their attention.

After the field trip they were assigned the task of doing a creative writing exercise about one or more pictures they had taken.

All texts were exhibited on the walls on both sides of the main stairs of our school. The assignments show the creativity of the students as well as the “little” things they captured in their pictures.

Marco Ferreira, 10th D

EM PALCO, ENTRE GESTOS E PALAVRAS

Em outubro. Pelo Grupo de Teatro da Escola Secundária de Camões (GTESC), uma peça em torno da violência doméstica (com encenação da professora Maria Clara Melo da Silva e cenário do professor Mário Rita).

No final, debate com a presença de uma representante da UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta).

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Confluências ATLAS DA EDUCAÇÃO 2017 25 de outubro de 2017 Apresentação do estudo Atlas da Educação 2017, no Auditório Camões, na Escola Secundária de Camões, a cargo do Professor Doutor David Justino. Seguiu-se um painel debate moderado pelo Presidente da Direção da EPIS, Dr. António Vitorino, com os coordenadores do estudo Professores Doutores David Justino e Rui Santos, com os convidados Professora Doutora Maria João Valente Rosa, Professor na Universidade Nova de Lisboa, e Dr. Alexandre Homem Cristo, jornalista do Observador.

Nesta sessão esteve presente, em representação do Ministério da Educação, a Secretária de Estado Adjunta e da Educação, Dra. Alexandra Leitão. (…) http://www.epis.pt/noticias/atlas-da-educacao-2017

DESAFIO “MATEMÁTICA” A idade dos filhos do amigo do Éder Um dia, depois de ser campeão europeu, Éder encontrou um amigo e, a certa altura, perguntou-lhe a idade dos três filhos.

O amigo resolveu testar o jogador e perceber se ele só era bom a jogar à bola ou se teria, também, alguma argúcia matemática.

E foi, então, que decorreu esta conversa: O amigo: O produto das idades é 36. Éder: Só com isso não consigo descobrir as idades dos teus filhos. Tens de dar mais informação.

O amigo: A soma das idades é igual ao número da camisola do Lopes no jogo que fizemos ontem à tarde (amigo comum: o Éder lembravase do número). Éder: Ainda não chega.

O amigo: A diferença entre a idade do meu filho mais velho e a idade do seguinte é superior a 1. Éder: Já sei a idade dos teus filhos.

E tu, também já sabes?

As propostas de resolução, devidamente identificadas, devem ser enviadas para confluencias@escamoes.pt

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Confluências UMA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL Uma exposição (de Aurora Neves, aluna do Curso de Artes) que esteve patente no átrio da Biblioteca em inícios de novembro.

Estes desenhos foram realizados no ano transato, durante o 10º ano.

Na exposição pode ver-se o caminho percorrido ao trabalhar cada objeto (formas naturais e mecânicas) com vários materiais, como lápis de grafite, pastéis de óleo, tinta da china e pau de carvão.

Aurora Neves, 11º F

NO DIA EM QUE UM ALPINISTA (PORTUGUÊS) VEIO AO ‘CAMÕES’

João Garcia Nasceu a 11 de junho de 1967 A 17 de abril de 2010, João Garcia torna-se o 10º alpinista no Mundo a conseguir a proeza de escalar todas as 14 montanhas com mais de 8 000m sem o auxílio de oxigénio artificial nem carregadores de altitude.

Em dezembro do mesmo ano, subiu ao cume do monte Kosciuszko, terminando o projecto “7 Cumes”, que consiste em escalar o cume mais alto de cada Continente. É certificado guia de montanha UIMLA (Union of International Mountain Leader Association). É atualmente o único português cameraman de altitude e de condições extremas, tendo já realizado vários documentários sobre as suas expedições.

Entre outros, é autor dos livros A Mais Alta Solidão, Mais Além – Para Além do Evereste e 14 – Uma Vida nos Tectos do Mundo.

A 10 de junho de 2010 é agraciado com a Comenda da Ordem Honorífica Portuguesa do Mérito, pelo Estado da República Portuguesa.

[Dados recolhidos da página oficial do alpinista. AO/90]

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Confluências MIGUEL BELEZA 1950 - 2017 EX-CAMONIANO FALECIMENTO (22/06/2017) Economista tinha 67 anos.

Foi ministro das Finanças no segundo Governo de Aníbal Cavaco Silva, tutelando entre Janeiro de 1990 e Outubro de 1991 a pasta deixada por Miguel Cadilhe a meio do mandato.

Nascido em Coimbra, a 28 de Abril de 1950, era irmão de Leonor Beleza, ex-ministra da Saúde e presidente da Fundação Champalimaud e da jurista Teresa Pizarro Beleza e de José Manuel Beleza.

Miguel Beleza foi ainda governador do Banco de Portugal, entre 1992 e 1994. Na entidade de supervisão bancária, entrou em 1979 como técnico, já na altura com o doutoramento em Economia, no Massachusetts Institute of Technology (MIT) – onde foi aluno do prémio Nobel Paul Samuelson –, nos EUA, para onde tinha partido após a licenciatura concluída em 1972 no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras da Universidade Técnica de Lisboa. Foi economista do Fundo Monetário Internacional entre 198487, ocupando-se das relações de Portugal e Espanha com esta instituição.

Como Governador do Banco de Portugal, geriu a desvalorização do escudo durante as perturbações cambiais de 1992 a 1993, causada pela agitação dos mercados financeiros, que se reflectiu no Sistema Monetário Europeu. Foi o primeiro gestor, na instituição, da permanência do escudo no Sistema Monetário Europeu.

Em Junho de 1994 demitiu-se do cargo por conflitos com o então ministro das Finanças, Jorge Braga de Macedo, e em 2009 integrou, como membro, o Conselho Consultivo do Banco de Portugal.

Enquanto esteve à frente da pasta das Finanças, Miguel Beleza impulsionou a criação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e colaborou no processo de adesão de Portugal à União Económica e Monetária.

Marcelo Rebelo de Sousa: “Inteligência, independência, dedicação ao país” “Dotado de uma inteligência fulgurante, Miguel Beleza cedo se destacou como um dos mais prestigiados economistas portugueses da sua geração. A essa inteligência associava um admirável espírito de independência e um profundo sentido de dedicação ao seu país”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Texto (truncado) extraído do jornal Público (em linha) https://www.publico.pt/2017/06/22/politica/noticia/morreu-oexministro-das-financas-miguel-beleza-1776610

NO ABRIR DO ANO LETIVO

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CAMÕES http://www.escamoes.pt BE/CRE http://esccamoes.blogspot.com/

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Confluências QUASE EM FINAL DE ANO LETIVO (TRANSATO), UMA INICIATIVA DE ‘ASPIRAÇÃO’ ACADÉMICA.

TAMBÉM EM FINAL DE ANO LETIVO, CELEBRANDO OS SANTOS POPULARES!

Aposentação Profª Teresa Violeiro

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EM RELAÇÃO PROFÍCUA, A ESCOLA E A UNIVERSIDADE!

Os votos de uma vida longa e descontraidamente preenchida!

A todos quantos colaboraram com a cedência de textos, fotos e cartazes para este Boletim, uma palavra de agradecimento.

Com o generoso apoio do Grupo Desportivo e Cultural do Banco de Portugal