Revista OM Line - 32ª Edição

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Simplesmente simples

Simplesmente seja simples

Mente simples

Simplesmente simples

Ser natural como a natureza

Com tudo que a vida nos traz

Simplicidade mostra a beleza

De quando menos é mais

É a virtude que te energiza

Te faz ir além do querer

Tudo aquilo que você precisa

Já está dentro de você

Então simplesmente seja simples...

Música “Simplesmente Simples”, de Alex Pochat & Claudia Socorro Cunha Faria, do álbum “Criança Vive Cantando”. Clique no ícone acima para ouvir

*

Saudações de paz, queridos e queridas!

Nesta edição, os nossos olhos e coração estão voltados para o meio ambiente.

É a vez do Brasil sediar a Conferência do Clima, a COP 30, e a Brahma Kumaris estará presente, como esteve em todas as COPs. O que meditação tem a ver com meio ambiente? Tudo! Porque tudo começa na mente: a limpeza e a poluição. A paz e a guerra. A destruição e a construção. Então, purificando os pensamentos e sentimentos, criamos um ambiente mais limpo e organizado. Uma mudança de dentro para fora. Nosso slogan é “Quando eu mudo, o mundo muda”.

E, aqui, sugerimos pelo menos 10 maneiras de mudar o mundo por intermédio da ecologia do ser. É simples. É natural. É profundo. É verdade. Leia e assista com muita atenção e inspire-se. Torne-se um agente transformador por meio da própria transformação. E como diz a canção apresentada nesta edição: “Simplesmente seja simples. Mente simples. Simplesmente simples”!

Faça uma viagem linda e verde para dentro de si e encontre a ecologia do ser.

Goreth Dunningham e equipe Om Line

28. MATÉRIA DE CAPA

A energia renovável da alma

Luciana Ferraz

8. OM PRIMEIRA PALAVRA

Homem versus natureza

Ken O’Donnell

14. OM VIRTUDES

Educação como ato ecoespiritual

Paulo Sergio Barros

18. OM COM O MUNDO

Ecologia em essência

Ramon Almeida

24. OM

INSPIRAÇÃO

Ecologia interior

Sandra Costa

34. OM JOVEM

Vegetarianismo & Juventude

Augusto Zimbres

38. OM TRANSFORMAÇÃO

Ecologia do ser

Patrícia Cantalino

40. OM ATITUDE

Ecologia do ser na comunicação

Giane Gatti

48.

OM COMIDA PURA

Ecologia do ser à mesa: cozinhar para cuidar

Ana Paula Paixão

50. OM DICA DE LEITURA

Administração interior inteligente e seu impacto no meio ambiente

Katia Roel

54.

OM ÚLTIMA PALAVRA

Mensagem para o meio ambiente

Dadi Janki

BRAHMA KUMARIS E O MEIO AMBIENTE

Vídeo com Sister Jayanti, diretora administrativa adjunta da Brahma Kumaris e principal representante da Brahma Kumaris na ONU em Genebra, na Suíça. Ela estará no Brasil em novembro de 2025. Clique no ícone acima para ver o vídeo

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, pelo Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/omlinebrahmakumaris Instagram.com/omlinebrahmakumaris www.brahmakumaris.org.br/revista

EXPEDIENTE

Editora Goreth Dunningham

Design e diagramação

Felipe Arcoverde

Revisão

Josélia Ribeiro

Site

Ricardo Skaf

Mídias sociais

Naiara Rios

Colaboração

Sandra Costa

Ilustrações: Freepik.com

* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

HOMEM VERSUS NATUREZA

A natureza é vista de forma romântica, como um tipo de utopia que contrasta com a distopia, ou antiutopia, do aumento da população urbana e do materialismo desenfreado. A imagem do “nobre selvagem” − retratada por Jean-Jacques Rousseau − vivendo harmoniosamente com a natureza, livre de todos os males do egoísmo, inspira fundamentalistas ambientais até hoje.

Por outro lado, o antropocentrismo, infelizmente considerado ainda uma visão atual, coloca o homem como sendo o principal componente da criação e, por isso, atribuindo-lhe o direito de explorar infinitamente os recursos naturais do planeta que lhe foram predestinados por algum

decreto divino. Entretanto, não podemos esquecer que outras espécies também possuem lugar próprio no planeta. Há mais micróbios em um centímetro cúbico do solo do que já houve seres humanos em toda a história. Apenas recentemente começamos a questionar estas duas posições extremas para tentar encontrar o ponto de equilíbrio. Empresários, políticos, cientistas e cidadãos comuns tentam fazer uma ponte entre a preservação da beleza inerente ao nosso frágil planeta azul e o uso racional de seus recursos.

A dificuldade, entretanto, é que a dialética para ambos os extremos, os quais refletem nossa posição com respeito à natureza,

é equivocada. Não é o homem contra a natureza, ou como se ele (o homem) estivesse lutando contra isso por muito tempo e agora devesse, então, adotar outra mentalidade a fim de “salvá-la”. Mesmo nossos corpos são constituídos dos mesmos elementos: é o mesmo ar, água e alimento que sustentam cada molécula. As cidades também são a natureza transformada: as rochas que se tornaram cimento e aço; as árvores que foram convertidas em vigas, pisos e móveis; as florestas antigas que acabaram como petróleo e, por fim, plástico.

A natureza não é algo que começa onde a cidade termina. Ela está em toda a parte, em

“Mesmo nossos corpos são constituídos dos mesmos elementos: é o mesmo ar, água e alimento que sustentam cada molécula. As cidades também são a natureza transformada: as rochas que se tornaram cimento e aço; as árvores que foram convertidas em vigas, pisos e móveis; as florestas antigas que acabaram como petróleo e, por fim, plástico”

tudo o que podemos ver, sentir e tocar. Vale a pena refletir sobre as implicações da física quântica em nossa visão de mundo. Há mais de 90 anos, a física quântica abandonou a divisão entre o observador (tipicamente um ser humano) e o observado (tipicamente a matéria inanimada). Ambos formam o todo. Um influencia o outro. Evidentemente, este não se refere apenas à matéria, mas sim ao que fazemos com isso na construção da sociedade. Isso não significa que as entidades conscientes, chamadas “almas”, sejam matéria. No entanto, juntas, elas formam todas as situações que compõem nossa realidade aqui.

Enquanto continuarmos a ver a natureza como algo separado, um sujeito passivo, como um paciente inconsciente na mesa de operação, não entenderemos a profundidade da inter-relação e interdependência entre nós e o planeta, que pode ser comparada à de um casamento duradouro que fracassou. A dança entre o observador e o observado implica que os problemas externos na natureza e, portanto também na sociedade, são manifestações da contaminação e confusão que reinam dentro de nós. Eles são inseparáveis.

Cabe aqui citar uma famosa frase de Einstein: “Não podemos mudar algo usando o mesmo tipo de mentalidade de quando

o criamos”. Klaus Töpfer, antigo diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), colocou isso de forma clara: “Nosso conhecimento sobre os ecossistemas aumentou drasticamente, mas não acompanhou o ritmo por meio do qual somos capazes de alterá-los. Podemos continuar cegamente alterando os ecossistemas da terra, ou podemos aprender a usá-los de forma sustentável”.

Nossa capacidade para alterar os ecossistemas é proporcional à nossa capacidade para mudar a própria consciência. Nosso verdadeiro trabalho vai muito além da discussão do custo-benefício dos programas

ambientais. Vai muito além também da discussão sobre as necessidades dos outros seres vivos ou debates sobre o que realmente significa desenvolvimento sustentável. Em 2008, o mundo alcançou um marco histórico. Pela primeira vez, mais da metade da população humana, ou seja, 3,3 bilhões de pessoas estavam vivendo em áreas urbanas − muitas delas, sonhando nostalgicamente com aquela natureza pura que já havia existido, esquecendo-se que elas também fazem parte da natureza. Literalmente, destruir a natureza significa destruir a nós mesmos. E, a propósito, quando você vai voltar para a sua praia deserta ou sua casa nas montanhas? *

* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell
“Nosso

verdadeiro trabalho vai muito além da discussão do custo-benefício dos programas ambientais. Vai muito além também da discussão sobre as necessidades dos outros seres vivos ou debates sobre o que realmente significa desenvolvimento sustentável”

Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações.

Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É o atual coordenador da Brahma

Kumaris para a América do Sul

* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

EDUCAÇÃO COMO ATO

ECOESPIRITUAL

"TUDO TEM ESPÍRITO, DESDE UM INSETO

ATÉ UM BOI. AS PLANTAS, OS ANIMAIS DAS

TERRAS E DAS ÁGUAS"

[CACIQUE RAONI METUKTIRE]

A filósofa indiana Vandana Shiva propõe o conceito de Monoculturas da mente para refletirmos sobre a visão reducionista e hegemônica da ciência e da cultura ocidental que desvaloriza a diversidade e a pluralidade de saberes. Essa

perspectiva eurocêntrica tende a impor-se como a única válida, marginalizando ou ignorando outras cosmovisões e conhecimentos. Isso implica desconsiderar outras visões de mundo e, consequentemente, fomentar uma educação etnocêntrica, que desconhece, silencia e até nega outras culturas e formas de vida. Tal perspectiva dificulta, por exemplo, o diálogo com os sistemas de conhecimento tradicionais de povos originários e comunidades locais.

Quais as implicações disso na educação? É inegável que os currículos têm passado por mudanças, procurando inserir temas pertinentes à contemporaneidade e caminhando no sentido de um olhar multidimensional sobre o indivíduo. Há uma vasta literatura pedagógica marcada pelo holismo, a espiritualidade e o ambientalismo que

considera as dimensões social, biológica, cultural, emocional, espiritual etc. Entretanto, as escolas carecem de mais ações efetivas e transformadoras nesse sentido.

Percebe-se, ainda, uma perspectiva antropocêntrica, pautada na compreensão de que homem e meio ambiente são entidades distintas e que as atividades humanas podem ocorrer sem considerar os impactos sobre o planeta. Porém, sabe-se que o meio ambiente afeta o ser humano, assim como as ações humanas impactam o ambiente. Nesse sentido, deve ser objetivo da educação desenvolver meios que promovam o equilíbrio e o bem-estar em todas as esferas da vida, promovendo a interconexão ser humano-meio, considerando que a saúde do planeta está diretamente relacionada à saúde do ser humano.

* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

O Vivendo Valores na Educação ( Living Values Education ) é uma abordagem pedagógica que propõe um olhar complexo sobre o indivíduo, vendo-o holisticamente e interconectado à diversidade cultural e ecológica. Sua concepção teórico-metodológica é um exemplo notável do que poderíamos identificar como uma ação educacional centrada na ecologia do ser.

Paralelamente a práticas educacionais eficazes, é importante a ação de organizações governamentais e não governamentais no sentido de propiciar diálogo e tomar decisões precisas e urgentes sobre a questão ambiental, a cultura de paz, a segurança alimentar dentre outras questões pertinentes. As ações devem ser pensadas e praticadas coletivamente, local e globalmente, e dar primazia a uma educação ecoespiritual, de maneira que:

[1] Valorizem-se os etnossaberes, diminuindo a distância entre estes e o pensamento científico eurocêntrico. Para tanto, é seminal ouvir e considerar o que os habitantes das florestas, indígenas, quilombolas e outros povos e comunidades tradicionais têm a dizer, o que fazem e como fazem.

[2] Integrem-se etnossaberes à educação, promovendo diálogo entre diferentes perspectivas de compreensão do mundo.

[3] Fundamente-se na cultura de paz e na interculturalidade, de forma que o diálogo, o respeito e a compreensão sejam valores primordiais para lidar com os conflitos inerentes às assimetrias sociais e à multiculturalidade.

[4] Ensine-se que nenhuma cultura é superior a outra nem tem o direito de dominá-la; e que todas são importantes e têm um potencial educativo.

[5] Eduque-se para a sustentabilidade, questionando as práticas e políticas atuais predatórias, combinando interdisciplinarmente, saberes de diversas áreas do conhecimento humano.

[6] Fomentem-se o respeito e o amor pela biodiversidade para a prática de uma cidadania planetária, pautada na compreensão humana e em interconexões de sociedades e culturas local e globalmente.

[7] Compreenda-se que toda prática educacional é ambiental e que reensinar os indivíduos a relacionarem-se com a Terra é primordial. Deve-se “reconciliar com a Terra, nos termos dela”, como diz o líder indígena brasileiro Ailton Krenak.

[8] Pratique-se a espiritualidade. Toda educação precisa ser espiritual, pois deve ensinar crianças e jovens a Ser: sentir-se humano, espiritual, fraterno, solidário, tolerante, respeitoso. Ou seja, pensar, falar, agir e relacionar-se com base em valores humanos multiculturais.

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE *

* OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida

Ecologia em essência

Para definir sua pesquisa sobre interação entre os organismos e o ambiente onde vivem, o cientista alemão Ernst Haeckel uniu as palavras “casa” (“oikos” em grego, pronunciada com segundo “o” tônico pelos indígenas) e “estudo” (logos), referindo-se assim, desde 1866, à ecologia. O significado vai além do lar físico, alcançando, no sentido mais externo, a ambiência planetária como um todo e, no sentido mais interno, a legitimidade da introspecção que ampara a qualidade das decisões de impacto no mundo material.

INTERDEPENDÊNCIA

O pacto de boa convivência entre o meio ambiente e os seres vivos parece ser naturalmente fixado e cumprido pelos organismos presentes no planeta. Porém, tal convenção é violada pelos seres humanos - a espécie com maior capacidade intelectual e cognitiva -, que parecem tratar os riscos ambientais com negligência, mesmo percebendo as consequências. E esperam reações alheias capazes de alterar o contexto observado no resgate da solidária dependência entre o ambiente e seus usuários, sem acolher, ainda, a chance de viver com base em valores essenciais mesmo numa sociedade de interesses.

* OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida

“O suporte da consciência ilimitada aproxima pensamentos dignos, palavras nobres e ações sublimes. No fundo, a crise ambiental é reflexo da crise consciencial”

Em suas interações, a vida e o ambiente são mutualmente afetados pelo que produzem. Encontrar espaços para se localizar e sobreviver no contexto material merece tanta importância quanto o apreço pela grandeza do ser humano, em toda a sua verdade, serenidade e soberania interior. As regras institucionais (externas) devem conviver com os comportamentos adequados (internos) na prática da conduta íntegra e no encontro de decisões coerentes para o benefício comum, sob pena de perpetuar crises oriundas da infrutífera lógica anterior. O suporte da consciência ilimitada aproxima pensamentos dignos, palavras nobres e ações sublimes. No fundo, a crise ambiental é reflexo da crise consciencial.

FALSA NOÇÃO

Mitigar a crise consciencial começa na aceitação de que somos seres espirituais numa experiência

material (nunca foi ao contrário) capazes de desenvolver tarefas físicas, com foco e sabedoria, ou seja, “estar no som, além do som, e na luz, além da luz”, o que se realiza na Consciência de Alma. E rejeitar conceitos, significados e interpretações que geram um volume de critérios e condicionamentos mentais sedimentados na memória da mente ordinária, com a qual nos conformamos ao criar a ilusão de que esta é a nossa identidade (não é), ao construir uma falsa noção do “eu”, a ilusão do ego.

E, também, evitar os vícios (arrogância, ganância, inveja, raiva, luxúria), cientes de que “vícios são apenas ausência de virtudes: luxúria é ausência de pureza; raiva é ausência de serenidade; ganância a ausência de contentamento; apego é ausência de amor; arrogância e ego são ausências de humildade”. É possível nos expressarmos sem apego, sem aversão e sem insciência, sendo incorpóreo, sem ego e sem vícios, pois o resgate das nossas qualidades originais afasta a influência das negatividades.

* OM COM O MUNDO * por Ramon Almeida

IDENTIDADE

Conta-se que, certa vez, um repórter questionou um monge sobre qual é o maior desafio da humanidade. O monge então lhe perguntou: “Quem é você?”, e ele respondeu: “Sou um repórter”. O monge retrucou: “Essa é sua profissão”, e o jovem lhe disse: “Ok, eu sou inglês”. Então, o monge falou:

“Essa é sua nacionalidade”. O rapaz continuou:

“Desculpe, me chamo John”, e o monge ponderou:

“Não, esse é seu nome”, no que o jovem afirmou:

“Sou um ser humano”, e o monge contestou:

“Essa é sua espécie”. O rapaz desistiu e disse não saber quem era. O monge, então, concluiu:

“Esse é o maior desafio da humanidade”. O primeiro passo para superar este desafio consiste em perceber que não somos os papéis que desempenhamos ou representamos.

Espiritualidade é o entendimento sobre quem sou eu, a consciência que se expressa no mundo tridimensional. Haverá realização sobre quem é Deus e como manter uma conexão natural com

o Divino. O conhecimento Raja Yoga e a apreciação do silêncio são fontes de inspiração que aprimoram as relações humanas em todos os níveis, para, assim, favorecer a sustentabilidade, o desenvolvimento racional, a conservação de recursos, a gestão consciente e a ecologia desde a sua essência.

Ramon Almeida é engenheiro e voluntário do Centro Raja Yoga
Brahma Kumaris

* OM INSPIRAÇÃO * por Sandra Costa

ECOLOGIA INTERIOR

A abordagem da Brahma Kumaris sobre a ecologia do ser é profundamente holística, integrando meditação, autoconsciência, ética de vida e sustentabilidade. A visão essencial é que tudo começa no interior — a mudança do mundo começa com a mudança de si mesmo.

A mente e as emoções — a ecologia do ser — são como fontes sutis que impactam nosso ambiente externo. Pensamentos negativos causam desequilíbrios nos elementos da matéria, trazendo uma “poluição” interna que se projeta no mundo externo. Já emoções positivas como paz, gratidão e amor têm efeito regenerador, purificando sutilmente esses elementos. Quando nos reconectamos com nosso eu espiritual — a alma — e com Deus, restauramos a relação original que foi rompida em ciclos históricos de abandono e violência contra a vida. Essa pausa interna, cultivada na meditação (especialmente a meditação Raja Yoga), limpa a entropia interior, permitindo uma vida mais harmônica e coerente com o todo.

* OM INSPIRAÇÃO * por Sandra Costa

A ecologia do ser se expressa em escolhas concretas de estilo de vida:

• Simplicidade: viva com menos, reduzindo o consumo e o desperdício;

• Alimentação satvica: dieta vegetariana pura, sem ingredientes tamásicos, feita com atenção, gratidão e sem desperdício;

• Consumo consciente e economia de recursos: “Repense, recuse, reduza, reuse, recicle” são atitudes encorajadas.

Individualmente fortalecidos, os seres se engajam em ações de impacto global:

• Implementação de energias renováveis: sistemas solares em centros BK;

• Agricultura orgânica “yoguica”, que une meditação ao cultivo sustentável;

• Iniciativas de reflorestamento e drenagem de água, campanhas ambientais vinculadas a conferências da ONU.

Durante o COP15, a Brahma Kumaris apresentou o conceito de ecossíntese — a integração harmoniosa entre o mundo interno da consciência e nosso mundo externo. A ideia é que meditações coletivas, pausas para paz e intenções puras podem ser instrumentos tangíveis de cura planetária.

Resumo

A ecologia do ser, por fim, segundo a Brahma Kumaris, é:

1. Reconhecer que nossos pensamentos e emoções influenciam o mundo;

2. Purificar o interior e cultivar qualidades espirituais por meio da meditação;

3. Viver com simplicidade, gratidão e consumo consciente;

4. Engajar-se em ações sustentáveis, coletivas e inspiradas espiritualmente;

5. Unir interior e exterior em um todo integrado — o ser humano em sintonia com a Terra. *

Apenas quando o ser humano alcança equilíbrio interior, restaura seu vínculo com o Eu Superior e vive com clareza, é que a ecologia externa — o planeta — também pode se regenerar e prosperar.

Sandra Costa é uma tradutora gaúcha porto-alegrense, membro da Brahma Kumaris há 43 anos

* MATÉRIA DE CAPA * por Luciana Ferraz

A ENERGIA RENOVÁVEL DA ALMA

Energia é definida como a propriedade de um sistema que lhe permite realizar trabalho.

Há várias formas de energia (calorífica, elétrica, eletromagnética, mecânica, cinética, potencial, química, radiante), todas transformáveis umas nas outras e cada uma capaz de provocar fenômenos bem determinados e característicos nos sistemas físicos. Em todas as transformações de energia, há completa conservação dela.

A energia não pode ser criada nem destruída, apenas transformada. O mesmo acontece com a energia metafísica da alma.

Ao longo da história humana, presenciamos uma transformação de energia da virtude em vício. A base da virtude é o conhecimento espiritual; e a base do vício, a ignorância.

Como passamos de um estado de conhecimento aplicado e vivenciado, de autopreenchimento para este esvaziamento de força e poder espiritual?

Não há perda ou destruição de energia, apenas sua transformação. Sentimentos sublimes

tornam-se emoções grosseiras, poucos pensamentos voltados à ação prática aumentam em turbilhões de pensamentos que pré-ocupam ou pós-ocupam nossa mente, sem conexão com o que está acontecendo no momento real.

A sabedoria – caracterizada pelo equilíbrio, sensatez e estabilidade – se deteriora e a consequência é uma visão dualista da existência e concepção de mundo que dá origem às convicções, crenças e opiniões diversas.

Determinação é confundida com teimosia, firmeza com rigidez, amor com apego, paz com passividade, autorrespeito com arrogância, coragem com intrepidez, flexibilidade com desorganização, independência com individualismo, ser econômico com ser mesquinho, ser doador com ser desperdiçador.

No momento em que a consciência da natureza espiritual do ser passa a alimentar-se dos estímulos externos para a sua expressão, processo este que chamamos de extroversão, ou consciência de ser o corpo (a alma pensa que é matéria), ela perde sua

*

pureza e poder intrínsecos; e, para restaurar seu estado original, precisa contar com três métodos:

• Motivar-se à autotransformação, pois, sem vontade de melhoria, o processo de mudança não acontece. Obstáculos, crises, doenças, dificuldades, acidentes e insatisfação podem ser elementos úteis para a percepção da necessidade de fazer algo diferente.

• A prática da meditação, que implica envolver uma energia externa, no caso, a divina, para promover alteração no processo interno de funcionamento da alma.

• Coragem para mudança de estilo de vida: seus novos hábitos, rotina e práticas saudáveis.

Não é possível reverter o processo contínuo de involução do ser. Assim, a renovação do ser significa a evolução espiritual a partir do despertar da consciência, movimento este que não acontece de forma automática, mas que precisa da intervenção de cada um de nós na própria vida, por meio dos três métodos propostos. *

Luciana Ferraz é socióloga, coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, tem mais de 40 anos de prática de meditação Raja Yoga, ministra palestras em muitos países e é membro do comitê internacional de meio ambiente da BK

1 0 M A N E iR A S D E M U D A R O M U N D O

1 V iV A C O M S I M P LI C i D A D E

3 A B R A O C O RA Ç Ã O

5 S E J A P O S i T I V O

7 E M P O D E R E- S E

9 S ¡ G A S E U S S O N H O S

2 S E j A I L I M i T A D O

4 R E S P E i T E A V i D A

6 A L ¡ N H E P A L A V R A S E A Ç Õ E S

8 A L ¡ M E N T E - S E B E M

1 0 N U T R A A A L M A

* OM JOVEM * por Augusto Zimbres

VEGETARIANISMO & JUVENTUDE

Sabemos que o vegetarianismo existe há milhares de anos, tendo sido a alimentação básica de civilizações como a do Vale do Indo, no subcontinente indiano, e do Japão pré-Meiji, bem como era praticado por grupos religiosos no Egito Antigo e defendido na Grécia Antiga por filósofos como Pitágoras e Platão. Na Idade Média e, depois, no Renascimento, a carne era um privilégio para as classes mais altas. Em 1847, surgiu na Inglaterra a Vegetarian Society, considerada a primeira sociedade vegetariana no mundo. No início do século XX, sociedades vegetarianas foram criadas em outros países como Rússia, Espanha, Alemanha e Portugal.

Em 1944, uma corrente da Vegetarian Society começou a difundir com maior intensidade o vegetarianismo não lácteo.

Até então liderado por sábios e intelectuais, o vegetarianismo ganhou um impulso mais popular com a juventude em diversas partes do mundo, nas décadas de 1960 e 1970, com o movimento de contracultura, que tinha como valores centrais a crítica ao consumismo desenfreado, à produção em massa de alimentos e à exploração animal. No início do século XXI, também impulsionada pela força da juventude ativista ao redor do mundo, o veganismo se tornou popular e deu uma enorme contribuição para o crescimento da filosofia e prática vegetariana no mundo.

Eu próprio participei de um evento em prol dos direitos dos animais em 2007: o título era “Aqueça seu coração, não o planeta. Seja vegetariano!”. Sete anos antes, minha consciência tinha se aberto depois de assistir a uma aula do curso de meditação na Brahma Kumaris, na qual aprendi sobre o impacto que a energia dos alimentos possui, não apenas no corpo, como também na mente. Pois, antes da energia nutricional para o corpo, toda energia do próprio surgimento do

* OM JOVEM * por Augusto Zimbres

alimento é colocada nele, de modo que todos os nutrientes da carne são antecedidos pela violência contra um animal que foi forçado a dar a sua vida. E, portanto, a energia física da carne está contaminada por essa energia de sofrimento e morte que a antecedeu e que segue em todas as etapas até chegar ao prato do consumidor. Uma vez que essa energia nutre as células do corpo, naturalmente também influencia a mente, pois, como diz Morfeu, no filme Matrix, “o corpo não vive sem a mente”.

Vinte e cinco anos depois, é muito mais fácil ser vegetariano, muito graças ao ativismo de jovens, ainda que esses tenham sido criados como crianças cada vez mais urbanas e, portanto, acostumadas a se relacionar com a maioria dos animais como aqueles bichos aprisionados em zoológicos ou escravizados em parques. Mas muitas daquelas crianças podem ter tido em casa um, dois ou três animais para os quais elas foram incentivadas a direcionar o seu afeto. Esses mesmos jovens tiveram discernimento para entender e questionar: se amamos uns, por que comemos outros?

O amor pelos animais e pelo planeta, tão afetado pela indústria da carne, é uma

expressão muito prática da ecologia do ser. Pois o amor é uma qualidade inata do ser humano. Esquecemo-nos disso porque aprendemos a buscá-lo fora de nós e nos tornamos viciados na necessidade de recebê-lo. Assim, os animais e o planeta se tornaram meros recursos para prover os meios para o que passamos a acreditar ser felicidade. Esquecemos, então, que é nosso dever, com a nossa inteligência, a nossa capacidade de entender e abrir o coração para a Fonte imperecível de amor, vibrar amor para tudo mais que é vivo ou não vivo.

Para entendermos melhor o que é o verdadeiro amor, podemos aprender com essa capacidade de doação incondicional da natureza. E retribuir com o poder da nossa consciência, com o poder dos nossos pensamentos puros como doadores de paz para todo planeta. E, principalmente, podemos retribuir com a coerência entre as nossas palavras e as nossas ações em prol do planeta. Coerência como a desses jovens, hoje adultos ou pessoas maduras, que foram instrumentos para promover uma revolução na forma como grande parte da população mundial se alimenta e na forma como toda população mundial tem a possibilidade de fazer a sua escolha. *

Augusto Zimbres é apresentador do canal Inspira Saúde Plena no YouTube. Lidera o movimento jovem da Brahma Kumaris para a América Latina com muito ânimo e entusiasmo

* OM TRANSFORMAÇÃO * por Patrícia Cantalino

Ecologia do Ser

Na idade de escolher uma profissão, as inúmeras existentes me deixavam 100% inde cisa, mas fui atraída pela biologia – o estudo da vida e, dentre todas as disciplinas (naquela graduação), pela ecologia – o estudo da casa, por assim dizer!

Então, ecologia do ser – estudo da casa íntima! E este é um estudo mais interessan te e mais surpreendente. Exige curiosidade, disponibilidade, paciência e determinação.

Nosso mundo interno (pasmem!) é ainda mais rico, mais belo, mais exuberante e amplo que tudo o que vemos neste nosso palco: Terra.

“Nosso mundo interno (pasmem!) é ainda mais rico, mais belo, mais exuberante e amplo que tudo o que vemos neste nosso palco: Terra”

Há algumas décadas, temos nos debruçado mais sobre o assunto “cuidar do planeta”, pois nossa macrocasa está mesmo em ruínas, e de mentes pensantes e criativas saem muitas ideias e maravilhosas propostas, mas o macro reflete o micro – já ouviu falar, né? Pois, então... também urge olharmos mais para dentro, organizarmos a casa íntima (micro, por ser mais sutil). Seria o equivalente a “se cada um cuidar da sua rua, a cidade ficará limpa”.

*

“Urge regar o ser com boas intenções, nutri-lo com pensamentos fortes, cultivar virtudes, retomar valores, explorar o amor pelo eu...”

As florestas estão em chamas; a mente humana, em burnout; os rios, desvitalizados; existe a depressão; não só os oceanos estão cheios de plástico, temos tantos pensamentos negativos e inúteis em nossa mente... eles nos tiram o belo e minam nossa energia!

Urge regar o ser com boas intenções, nutri-lo com pensamentos fortes, cultivar virtudes, retomar valores, explorar o amor pelo eu, tocar a paz, contemplar o silêncio, alimentar o intelecto com boas leituras,

vivenciar momentos bonitos e saudáveis –gerar um banco de dados com boas memórias, manter boas conexões.

Não é separado, não é ‘eu e o outro’, não é ‘mundo interno e mundo externo’, não é ‘o macro e o micro’, sempre foi fortemente conectado, mas a chama da ignição é o ser, precisa ser de novo – aí, “vai dar bom!”.

Patrícia Cantalino é professora de meditação na Brahma Kumaris desde 1998. Atua como assistente da coordenação da BK na região Nordeste *

* OM ATITUDE * por Giane Gatti

Ecologia do ser na comunicação

O estado do planeta - com as mudanças climáticas, desmatamentos, poluição do ar e dos oceanos, com toneladas de plástico, guerras, conflitos etc - gera uma grande quantidade de notícias negativas nos veículos de comunicação e nas redes sociais. Assim como devemos cuidar do meio ambiente, local onde vivemos, precisamos também dar atenção ao nosso mundo interno.

Ecologia

A limpeza do externo começa com uma faxina em mim. Então, é importante escolher o que levo para dentro da minha casa interior.

Ao consumir informações negativas diariamente e falar sobre elas, minha mente fica focada naquilo, torna-se agitada e cria sentimentos de medo e de preocupação. Ou seja, fico influenciado. Ao usar meu tempo de forma valiosa e ao selecionar o que os meus olhos veem e leem, e os ouvidos escutam, fico em um estado mais sereno e leve, tendo uma atitude mais positiva perante a vida. Isso não é um convite à alienação, pelo contrário, é um convite à consciência, que nos levará a fazer uma triagem, uma seleção.

Ouço as pessoas reclamarem de que há muitas notícias negativas na mídia, mas, se esse conteúdo é o mais acessado nos veículos de

comunicação, isso demonstra que é o que os leitores ou ouvintes querem. Então, as pessoas têm um papel importante em pautar um maior número de notícias positivas nas diferentes plataformas e nas redes sociais.

Podemos ter narrativas mais edificantes? O projeto Imagens e Vozes de Esperança (IVE) acredita que sim. Ele surgiu em Nova Iorque, em 1999, foi trazido pela Brahma Kumaris ao Brasil, e tem o objetivo de inspirar profissionais de comunicação a serem agentes de benefício do mundo. Parte de sua missão é “gerar conteúdo construtivo, amplificar a esperança humana, e assim aumentar a capacidade da humanidade para ações que promovam a vida”. E contribuir para a transformação do mundo por meio do diálogo e não do conflito.

“O IVE também incentiva a educação midiática para ‘elevar a consciência pública frente à desinformação, às fake news e à manipulação da opinião pública, que afetam a própria democracia’”

Com a chegada das redes sociais, todos nos tornamos comunicadores, então devemos desempenhar esse papel com responsabilidade e empatia. O IVE também incentiva a educação midiática para “elevar a consciência pública frente à desinformação, às fake news e à manipulação da opinião pública, que afetam a própria democracia”.

No que se refere aos jornalistas, pode haver um equilíbrio entre: informar, por exemplo, juntamente com dados negativos sobre mudanças climáticas, soluções bem-sucedidas para regenerar a natureza e

* OM ATITUDE * por Giane Gatti

reduzir o impacto negativo causado pelos seres humanos. Assim como precisamos da capacitação midiática incentivada pelo IVE, a educação ambiental se faz necessária não apenas nas escolas. A sociedade precisa assimilar o fato de que pequenas mudanças individuais diárias têm um resultado positivo.

No livro Mude ou mude-se para Marte – Um empurrãozinho para uma vida com hábitos mais sustentáveis, falo sobre a beleza de uma vida simples e digna (todos deveriam ter), sem um consumo desenfreado, baseado, muitas vezes, na busca por uma felicidade temporária “no último modelo de celular, na roupa nova, na aparência física, na ostentação”. Viver de forma sustentável é mais simples do que as pessoas imaginam. Quando olho com regularidade para dentro de mim e presto atenção para que meus pensamentos sejam elevados e positivos, conecto-me com a minha natureza,

* OM ATITUDE * por Giane Gatti

Comunicação

e isso abre um canal para que eu me conecte com a natureza aqui fora, da qual sou completamente dependente para viver. Isso me faz valorizar e cuidar mais do meio ambiente. E, ao ter mais equilíbrio, acesso as informações com discernimento e seletividade, buscando veículos que comuniquem de forma mais esperançosa e construtiva.

Algumas práticas ajudam a não sermos aprisionados pela onda vibracional da negatividade, como reduzir o número de notícias lidas, acessar apenas fontes confiáveis, atenção ao repostar notícias que realmente sejam úteis, colocar as notificações do celular no modo silencioso, definir um tempo diário de acesso a informações. Lembrese de que você não precisa saber de tudo nem ter opinião sobre tudo. Podemos viver mais “descolados” dos milhares de acontecimentos

Comunicação

“Algumas práticas ajudam a não sermos aprisionados pela onda vibracional da negatividade, como reduzir o número de notícias lidas, acessar apenas fontes confiáveis, atenção ao repostar notícias que realmente sejam úteis, colocar as notificações do celular no modo silencioso, definir um tempo diário de acesso a informações”

Na Brahma Kumaris, aprendemos a fazer pausas ao longo do dia. Ao parar nossas atividades por um ou cinco minutos, ao olhar para nosso mundo interior em silêncio

Giane Gatti é jornalista e palestrante sobre sustentabilidade, e lançou o livro Mude ou mude-se paraMarte–Umempurrãozinhoparaumavidacom hábitos mais sustentáveis. É aluna da Brahma Kumaris desde 2010 e voluntária da Iniciativa ambiental e da campanha Escolha a calma diários no mundo.

e nos preencher de paz, ao nos recarregar de energia, desaceleramos a mente, checamos a qualidade dos nossos pensamentos e temos mais clareza para fazer melhores escolhas. *

* OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

Ecologia do ser à mesa: cozinhar para cuidar

Vivemos tempos em que a sustentabilidade tem sido discutida em muitas esferas, do meio ambiente às relações humanas. Mas... e a nossa ecologia interna? Como nutrimos nosso corpo, nossos pensamentos, nossas emoções? A verdadeira transformação começa dentro, na escolha consciente de cada passo, inclusive aquilo que colocamos em nosso prato.

A cozinha é um dos espaços mais sagrados da casa. É ali que

transformamos ingredientes brutos em afeto, nutrição e vida. Quando escolhemos cozinhar com presença, intenção e respeito pela natureza, acessamos um nível mais profundo da ecologia do ser, aquele que entende que somos parte do todo e que o que afeta o planeta também reverbera em nós.

A comida que preparamos carrega energia. Comer, então, pode ser um ato meditativo. Um momento de conexão com a terra, com o

silêncio interior e com a sabedoria que cada ingrediente carrega.

Adotar uma alimentação vegana, além de ser um gesto de compaixão com os animais e o planeta, é também um caminho de leveza para o nosso corpo e mente.

Convido você a transformar sua cozinha em um pequeno templo. Que o ato de cortar os legumes, temperar com ervas, sentir os aromas e servir com alegria, seja um lembrete diário de que a paz começa em nós. *

Ana Paula Paixão pratica meditação Raja Yoga há mais de 15 anos. É designer, culinarista e encantada com a natureza

MOQUECA DE BANANA-DA-TERRA

Ingredientes

• 2 bananas-da-terra maduras (mas firmes), cortadas em rodelas grossas

• 1 pimentão vermelho em rodelas

• 1 pimentão amarelo em rodelas

• 2 tomates em rodelas

• 200 ml de leite de coco

• 4 colheres (sopa) de azeite de dendê

• Suco de meio limão

• ½ xícara de coentro picado

• 1 colher (sobremesa) de sal

Modo de preparo

Em uma panela funda, aqueça o azeite de dendê. Adicione os pimentões e os tomates. Refogue por alguns minutos, até começarem a amolecer. Acrescente as rodelas de banana-da-terra, o leite de coco, o suco de limão. Tempere com sal, tampe a panela e cozinhe em fogo baixo por cerca de dez minutos. Finalize com coentro. Sirva com arroz soltinho e uma farofa de dendê.

* OM DICA DE LEITURA * por Katia Roel

Administração interior inteligente e seu impacto no meio ambiente

A energia interior é o principal recurso para nossas vidas. Se há energia, disposição e interesse em levar uma vida com valores e dignidade, então o caminho será de boas e significativas experiências.

Escolhas moldam nosso destino. Sentir a responsabilidade pelas escolhas feitas é característica de consciência correta e energizada.

O fluir de boas escolhas nos leva a uma situação mais confortável na vida. Confortável não

siginifica que tudo será fácil, mas que haverá força interior para passar por tudo de maneira sábia. O oposto a isso seria viver sempre reclamando, apontando e acusando outros pelo resultados pessoais ou do mundo. A fraqueza interior nos leva a ser parte do que fragiliza o mundo e os recursos da matéria.

Como energizar o ser? Como fortalecer e administrar bem o ser interior? Temos que dar um tempo de qualidade diariamente para essa prática essencial. A meditação é uma ferramenta especial para isso. Olhar para si com olhos de quem se reconhece como tendo recursos preciosos, olhar para si e perceber o valor real que o mundo precisa vem do interior. Quando estamos preenchidos da certeza desse valor, quando cuidamos e administramos essa energia interior, naturalmente estaremos usando e agregando valor ao mundo.

É assim que líderes, administradores ou qualquer pessoa interessada em contribuir com o

* OM DICA DE LEITURA * por Katia Roel

meio ambiente deveria viver. Cada um de nós é um ponto de referência para muitos outros.

Abaixo um trecho do livro A alma no negócio, de Ken O’Donnell. Ele elucida esse aspecto da nossa contribuição especial com o mundo.

SERVIR OS OUTROS (A SOCIEDADE E O MUNDO)

Uma das pernas mais fracas da mesa da estabilidade talvez seja esta: as qualidades que residem no espírito de doação e participação são inúmeras e rompem completamente o egoísmo de tentar acumular muito e acabar não tendo nada. Tenho que contribuir para o fortalecimento da sociedade e seus sistemas com alguma participação positiva e regular. Não posso estar aqui simplesmente tomando e tomando.

Há uma exortação nos Upanishads (livros sagrados da Índia) que aconselha: “Cada vez que você tira água do poço, precisa regar a árvore ao lado”. Quer dizer, regan -

do-se a árvore ao lado do poço, as raízes vão crescer mais, podendo segurar mais água, que, então, será devolvida ao poço. Assim, sempre haverá mais água. Se desfrutamos de tantos benefícios simplesmente por estar vivos, devemos devolver um pouco ao mundo e à sociedade que nos sustenta. Assim, pela própria lei de causa e efeito, sempre teremos o suficiente na nossa vida.

Eu tenho que dar alguma coisa de mim para os outros ou mesmo para a Mãe Terra. Não necessariamente dinheiro para os pobres. Posso doar meus talentos, conhecimentos, know-how ou, inclusive, virtudes para ajudar os menos ou mais favorecidos. *

Katia Roel é professora de meditação Raja Yoga em Serra Negra-SP

A indicação de leitura nesta edição especial da revista

Om Line é o livro A alma no negócio , de Ken O’Donnell

* OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki

Mensagem para o meio ambiente

Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em março de 2020

Veja o vídeo na próxima página...

Vídeo “Mensagem para o meio ambiente”, com Dadi Janki. Clique no ícone acima para ver o vídeo

* MEDITAÇÕES OM LINE *

Poder interior

Meditação orientada com Luciana Ferraz, socióloga, coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil, tem mais de 40 anos de prática de meditação Raja Yoga, ministra palestras em muitos países e é membro do comitê internacional de meio ambiente da BK. Clique no ícone acima para ver o vídeo

brahmakumaris.org.br/revista

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