Revista OM Line - 26ª Edição

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Yoga é união

Performance “Yoga: Coração a Coração”, com Alzira Passos e música “Celebrare”, do Grupo Viratrupe. Clique no ícone acima para ver o vídeo.

* CARTA AO LEITOR

Queridos amigos e amigas, Saudações de Paz!

Em uma tarde fria, caminhava pelos corredores do Om Shanti Retreat Center, um dos vários centros de retiros da Brahma Kumaris na Índia, e minha atenção foi capturada por um quadro enorme com o seguinte texto:

YOGA é conexão entre mente e corpo

Corpo e alma

Entre eu e os outros

Homem e natureza

Micro e macro

E sobretudo

Entre o ser humano e Deus

Entre a alma e o Supremo

Texto simples, direito, objetivo e que, de forma sintética, cobre todas as conexões saudáveis…

Por favor, caro leitor, releia o texto acima e pense profundamente nele… É isso!

Aproveite cada artigo desta edição para receber inspirações e, assim, tornar suas conexões mais e mais saudáveis. O momento é este. Não perca essa chance de diamante, conecte-se à Fonte e recarregue a bateria da alma. Desta forma, você não mais saberá o que é cansaço nem o que é desânimo. Experimente a magia dessa conexão superpoderosa e saudável. Isso é Yoga!

Goreth Dunningham e equipe Om Line

*

28. MATÉRIA DE CAPA

Links e conexões

Patrícia Cantalino

4 * SUMÁRIO *

8. OM PRIMEIRA PALAVRA

Raja Yoga: a conexão com Deus

Ken O’Donnell

16. OM REFLEXÃO

Conexões saudáveis

Mara Gurjão

20. OM TRANSFORMAÇÃO

Conexões saudáveis: conexões que transformam

Rute Freitas

32. OM JOVEM

Uso consciente da tela da mente

Augusto Zimbres

36. OM VIRTUDES

Conexões que regeneram

Paulo Sergio Barros

40. OM INSPIRAÇÃO

A conexão real

Ramon Almeida

46. OM COMIDA PURA

Comida de verdade: uma conexão com a natureza

Ana Paula Paixão

48. OM ÚLTIMA PALAVRA

Uma conexão com a Verdade

Dadi Janki

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ARTE DO RAJA YOGA

6 * OM FLIX *
Não é um lenda... Clique no ícone acima para ver o vídeo.

OM SHANTI!

EXPEDIENTE

Editora

Goreth Dunningham

Design e diagramação

Felipe Arcoverde

Revisão

Josélia Ribeiro

Site

Ricardo Skaf

Mídias sociais

Naiara Rios

Colaboração

Samanta Brandão

Ilustrações: Freepik.com

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* ESPAÇO DO LEITOR *

A conexão com Deus RAJA YOGA

Nos últimos 50 anos ou mesmo nos últimos 5 anos, fomos testemunhas de uma desintegração sem precedentes dos nossos valores, sistemas, costumes e estruturas. No entanto, o desmoronamento de tanta coisa que nos é cara tem um lado positivo. Exige que reconsideremos a abordagem materialista da vida e seus sistemas de suporte de curta duração. Não nos trouxeram o tipo de resultados

que esperávamos e queríamos. Há um clamor igualmente sem precedentes por uma compreensão mais profunda das coisas do espírito, como se bastasse dizer basta.

A busca por novos paradigmas nos trouxe de volta a nós mesmos e às dimensões ocultas da consciência. Uma vez que os problemas que vemos ao redor são o resultado de nossas ações, é lógico querer examinar a semente da ação

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nossa própria consciência. Essas outras dimensões da realidade só podem ser descobertas por experimentos práticos dentro de nós.

Muitos não estão satisfeitos com as respostas tradicionais às nossas dificuldades, talvez porque, apesar delas, as condições mundiais parecem piorar com o tempo. Mais ainda, em nível individual, a própria experiência prática não foi capaz de validá-los.

Um número crescente de pessoas agora descobre que a meditação ajuda a superar as preocupações e estresses da correria da vida moderna e obter um estado de calma que refresca a mente e relaxa o corpo.

Para alguns, a meditação talvez evoque a imagem de um iogue sentado em uma postura de lótus, olhos fechados, em uma sala cheia de incenso ou no topo de uma montanha. Raja Yoga, comumente conhecido como yoga da medi-

“Um número crescente de pessoas agora descobre que a meditação ajuda a superar as preocupações e estresses da correria da vida moderna e obter um estado de calma que refresca a mente e relaxa o corpo”

* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell tação, não se baseia em posturas físicas ou exercícios de respiração. Não há rituais, ídolos, nem preceptores humanos para adorar, nem a repetição de sílabas sagradas.

“Embora muitos vejam a meditação como uma forma de alcançar o silêncio interior, seu significado mais profundo está relacionado ao autoempoderamento. Isto é conseguido por meio de uma compreensão e aproveitamento dos valores inatos que estão latentes no eu”

Embora muitos vejam a meditação como uma forma de alcançar o silêncio interior, seu significado mais profundo está relacionado ao autoempoderamento. Isto é conseguido por meio de uma compreensão e aproveitamento dos valores inatos que estão latentes no eu. As experiências que formam a base conceitual deste livro (Caminhos para uma Consciência mais Elevada) ajudaram muitos milhares de pessoas, de todas as esferas da vida e origens religiosas em todo o mundo, a descobrir sua verdadeira potencialidade em aceitar a mudança. Se alguma vez a época atual pudesse ser descrita em uma palavra, seria mudança.

A mudança convida ao desafio –olhar para o eu e para as situações

ao redor e ver como equilibrar esses dois mundos distintos, mas inter-relacionados. O equilíbrio entre o espiritual e o físico é a única resposta válida às exigências da vida nesta última década do milênio. Envolve trazer a razão e as emoções para um estado de equilíbrio, para que possamos dar rédea aos nossos sentimentos mais verdadeiros sob a orientação da mão firme da sabedoria. Precisamos estar atentos a tudo o que está acontecendo ao nosso redor sem sermos sobrecarregados por isso.

Na Brahma Kumaris, há uma premissa básica que orienta nossos estudos de Raja Yoga. É o fato de que somos seres espirituais ou almas passando por esta vida humana, e não seres humanos buscando uma vida espiritual.

A alma usa a mente como uma tela ou campo no qual ela projeta os pensamentos, sensações, imagens e ideias. De acordo com o impacto que eles causam, é criada uma experiência, sentimento ou emoção.

Por exemplo, se pensamos ‘banana’, imediatamente a imagem

curva e amarela de uma banana aparece na tela mental e, talvez, surja a sensação de seu sabor e textura. Se nos lembramos de algo abstrato como o defeito de um colega, isso traz consigo um sentimento negativo, talvez relacionado com algo que não processamos ou entendemos bem.

Basicamente, o que acontece é que a mente tem a capacidade de assumir a forma de tudo o que ela pensa em qualquer momento, e extrair um sentimento da qualidade que vem junto com a forma. Nada poderia ser um incentivo maior ao pensamento positivo do que esse simples fato. Se queremos nos sentir bem, temos de ter os tipos de pensamentos que trazem essa qualidade boa.

Infelizmente, a mente está sujeita aos caprichos e inconsistências do intelecto. Assim como as marés e suas ondas são puxadas pela força da gravidade para o lado do mundo onde esteja a lua, as ondas da mente são puxadas pela posi-

ção do intelecto, criando assim, seus humores. Para onde quer que o intelecto vagueie, a mente segue de forma automática, produzindo todas as suas funções essenciais.

Neste contexto, vale a pena entender o profundo significado de Raja Yoga.

A palavra “yoga” vem da raiz sânscrita, “yug”, que significa ligação ou conexão. Se nos lembramos de alguma coisa ou de alguém, pode ser dito que estamos tendo “yoga” com aquele objeto ou pessoa. A palavra “raja” significa soberano ou rei.

De todas as coisas possíveis que podemos lembrar ou com as quais podemos nos conectar, a mais elevada ou soberana seria, definitivamente, Deus.

Assim, Raja Yoga refere-se à conexão entre a alma humana e o Ser Supremo ou Deus, que gera soberania ou mestria sobre os sentidos físicos e sobre nossos pensamentos, palavras e ações.

Em outras palavras, a meditação Raja Yoga é um processo de dois passos:

1. Reunir as forças espalhadas de muitos pensamentos e dirigi-las ao ser espiritual interior.

2. Depois de estabilizá-las, criamos a conexão com o Ser Supremo e começar a absorver a energia espiritual ilimitada que emana Dele.

É um esforço muito pessoal. Já que tudo isso acontece no nível do ser interior, o Raja Yoga pode ser praticado por pessoas de qualquer convicção religiosa ou, inclusive, por aqueles sem nenhuma. Afinal de contas, antes de ser um cristão, budista, judeu ou muçulmano, somos simplesmente seres espirituais.

É essa conexão com Deus que restitui a estabilidade interior e a calma, não importa o que esteja

* OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

“Se

olharmos para o tumulto político, econômico, social e até religioso ao redor do planeta, essa é uma das nossas maiores necessidades. Não é tanto uma questão das posturas do corpo, mas as posturas dos nossos espíritos que podem ajudar a transformar nosso mundo”

acontecendo. Se olharmos para o tumulto político, econômico, social e até religioso ao redor do planeta, essa é uma das nossas maiores necessidades. Não é tanto uma questão das posturas do corpo, mas as posturas dos nossos espíritos que podem ajudar a transformar nosso mundo.

Há dois outros aspectos do significado profundo do yoga como conexão ou união:

• União de mente, corpo e espírito: o Raja Yoga busca unir os aspectos físicos, mentais e espirituais de um indivíduo, levando a um estado harmonioso e equilibrado.

• Harmonia com o meio ambiente: a prática de Raja Yoga estimula a consciência da interconexão de todos os seres vivos com o meio ambiente, promovendo um senso de união com a natureza.

Em última análise, o significado profundo do yoga como conexão ou união gira em torno da ideia de transcender as limitações do eu individual e experimentar um profundo senso de interconexão com todos os aspectos da existência.

Ao praticar Raja Yoga, os pensamentos inúteis e negativos são

deixados para trás com mais facilidade. Com isso, entendemos em que momentos estamos, a fim de reorientar a vida para nos tornar mais úteis para nós mesmos e para os outros. Podemos aprender e apreciar a variedade da árvore da humanidade e, assim, ficamos mais tolerantes.

Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975. É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. É o atual coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul. *

* OM REFLEXÃO * por Mara Gurjão

CONEXÕES SAUDÁVEIS

A vida hoje é uma “NET” (teia), onde tudo se conecta a tudo, afetando-se mutuamente. E terminamos, sem perceber, reféns dessa teia.

É dito: “O simples bater de asas de uma borboleta no Brasil pode ocasionar um tornado no Texas” (Edward Lorenz, 1969,139º American Association for the Advancement of Science

- Encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência).

Partindo dessa premissa, não só é necessário, mas até mesmo imprescindível, fazermos uma

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Penso que tem a ver com a maneira como me conecto às grandes verdades da vida e às respostas que trago a questões tipo:

• Quem sou EU? Onde estabeleci minha residência: na morada do ser, estar, ter ou fazer?

• A que ou a quem pertenço?

• O que estou fazendo aqui?

Onde busco a resposta a essas perguntas?

Na “NET” (teia) ou dentro de mim? Que tipo de consciência está por trás das respostas que dou a essas grandes questões? De onde provém a definição que dou a conexões saudáveis?

Estava eu a refletir sobre tudo isso quando entrou uma mariposa. Distraí-me com o bater de suas asas nas paredes, lâmpada... Desconectei-me completamente do que vinha pensando. Pensei: “quão frágil é minha conexão, preciso torná-la mais sustentável”.

Mas, voltando...

Tudo começa e termina na consciência que tenho de mim, como me defino, o que digo reflexão sobre o que são conexões saudáveis. O que é uma conexão saudável e onde ela começa?

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* OM REFLEXÃO * por Mara Gurjão que sou: um ser físico ou um ser espiritual. Como vejo, sinto e conceituo tudo sai daí.

Mas, na prática o que acontece é que, no meio dessa “NET” (teia), muitas vezes, perco a conexão comigo, com minha verdade, meus valores originais mais elevados, minha forma original de ver a vida e passo a dar respostas estereotipadas, entro em lugares comuns, apenas reproduzo o já dito. Vou ao Google, coloco o objeto de pesquisa lá, copio e colo, modifico um pouquinho e coloco meu nome. Viro as costas a minha

sabedoria, experiência, calo meu intelecto, que vai tornando-se ocioso e obtuso, enferrujado devido à falta de uso.

As respostas partem então da “Net” (teia) e não do meu eu original (que é Paz, Felicidade, Amor, Pureza e Poder). Desenvolvo uma falsa sabedoria, elogiada por todos, mas que vem apenas do acesso a informação e não do mar de experiências e sabedoria que habita meu ser . Esse é o bater das asas da mariposa que acontece não uma, mas inúmeras vezes em minha vida, quando constantemente me desconecto do meu eu original para conectar-me a vários outros eus, que não sou eu.

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(Re)produzo coisas que não me pertencem nem expressam minha visão ou entendimento sobre aquilo.

Já perceberam não? Para ter conexões saudáveis, preciso sair da “NET” (teia). Preciso reaprender a conectar-me de forma saudável comigo. E minha parte saudável é o que sou e não esses vários eus que me tornei. Eles são só uma sombra que me segue, tornando-me mais um boi no meio da boiada da “NET” (teia).

Ok, sou um ser social. Mas, antes de ser social, eu sou. Estou dando espaço para o eu sou se manifestar em minha vida ou ele se tornou refém da “NET” (teia)?

Preciso manter-me dentro do espectro da verdade de quem eu sou (Paz, Felicidade, Amor, Pureza e Poder), conectar-me à Verdade Maior (Deus) e, a partir daí, estabelecer uma conexão com o eu sou de todos os demais. Esse é o caminho de volta às conexões saudáveis que tinha quando era apenas o eu sou . Conexões saudáveis são conexões verdadeiras.

Esse texto parte da escolha que fiz em conectar-me de forma saudável e verdadeira comigo e com Deus e não de uma pesquisa minuciosa e incansável na “NET” (teia). *

Mara Gurjão é professora dos cursos de meditação e do programa de equilíbrio na vida. Odontológa, pós-graduada em Saúde Pública.

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* OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

CONEXÕES SAUDÁVEIS: CONEXÕES QUE TRANSFORMAM

O SIGNIFICADO DE UMA CONEXÃO SAUDÁVEL PARA MIM

A cada instante, estamos nos conectando com tudo o que nos cerca, de forma consciente ou automática. Neste sentido, é importante estabelecermos uma compreensão do poder de influência que cada conexão tem sobre nossos pensamentos e sentimentos.

Uma conexão saudável tem o poder de causar bem-estar e harmonia nos nossos relacionamentos, e é dependente da forma e sentimento das escolhas

que faço a cada momento. As conexões que escolhemos têm o poder de inspirar, em nós, uma postura ativa diante da realidade que nos cerca. Quando buscamos compreender como estamos escolhendo nossas conexões, percebemos as emoções que elas constroem nos nossos pensamentos e atitudes. Isto significa ter o entendimento da percepção das emoções geradas ao nos relacionarmos internamente com nossas conexões.

Enfim, estabelecer uma conexão saudável depende fortemente das nossas escolhas e nível de consciência sobre o que é verdadeiramente importante para nosso autoconhecimento, felicidade e bem-estar pessoal e social.

CONEXÕES AUTOMÁTICAS E CONEXÕES CONSCIENTES

Uma conexão automática pode ser considerada aquela que acontece

visualmente e instantaneamente com tudo o que traz cor e é perceptível aos nossos sentidos. A conexão que ocorre por meio dos nossos sentidos acontece, muitas vezes, de forma automática, dependendo apenas dos estímulos externos, como um outdoor colorido com informações de um produto ou uma música. Neste tipo de conexão, nossa mente é convidada a se dissipar entre diferentes pensamentos e emoções quase que instantaneamente, e geralmente sem uma seleção prévia dos sentimentos considerados saudáveis para nosso bem-estar.

Já uma conexão consciente pode ser considerada aquela que selecionamos por meio das nossas escolhas e as quais oferecerem oportunidades de fortalecer a felicidade nos nossos relacionamentos pessoais, profissionais e sociais.

São conexões que consideram a utilidade e especificidade na nossa

* OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

realidade e podem contribuir para fortalecer nossos valores humanos ou virtudes. Desta forma, desenvolvemos o poder interior que contribui significativamente com nossa sabedoria espiritual e pode fortalecer a comunicação da harmonia e alegria nos nossos relacionamentos.

CONEXÃO DIGITAL E AUTOPODER ESPIRITUAL

Mais do que nunca, vivenciamos a experiência diária das conexões digitais em todos os setores da nossa vida. As conexões digitais representam uma fronteira entre o ontem, o hoje e o futuro. São conexões que também são dependentes das nossas escolhas e podem ser direcionadas para celebrar fatos e significados que trazem autopoder espiritual ao nosso cotidiano.

As conexões digitais que fortalecem o autopoder são as que permitem a possibilidade da comunicação e informações que facilitam a mudança da percepção e agilidade emocional

“Ao compreendermos as nossas escolhas pessoais como resultantes dos diversos relacionamentos que cultivamos, percebemos que as conexões que realizamos no dia a dia se alteram com a passagem do tempo, com as diferentes visões de mundo e de sociedade”

positiva da nossa realidade atual. Se considerarmos que a conexão digital permite unir as experiências espirituais do Ocidente com as do Oriente em tempo real e estabelecem a oportunidade de ampliar nossos conhecimentos sobre diferentes realidades e culturas espirituais. Trazem também a oportunidade de esclarecer nossos questionamentos a respeito de como utilizar nosso autopoder diante dos desafios da realidade em que vivemos.

MEUS PENSAMENTOS: A CONEXÃO QUE POSSO ESCOLHER/SELECIONAR

Ao compreendermos as nossas escolhas pessoais como resultantes dos diversos relacionamentos que cultivamos, percebemos que as conexões que realizamos no dia a dia se alteram com a passagem do tempo, com as diferentes visões de mundo e de sociedade.

Muitas vezes, conexões e escolhas de pensamentos são vistas

* OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

por nós como casuais, sem a possibilidade de que temos o poder de escolher e responder de forma significativamente positiva e pacífica aos diversos desafios da realidade externa.

Durante muito tempo, a sociedade ocidental, diante da educação espartana, “olho por olho dente por dente”, considerou apenas os fatos externos a nós como fonte de experiência que direcionava nossos pensamentos a se conectarem com emoções conflitantes. Nesta linha de raciocínio, a conexão mental trazia à tona apenas comportamentos

entrelaçados pelas emoções momentâneas, resultando normalmente em reações interiores inquietantes e que acumulam sentimentos de não paz.

Com o autoconhecimento focado na espiritualidade, percebe-se que existem maneiras mais sábias de trabalhar as emoções para responder aos desafios externos. É possível nos conectarmos com emoções focadas nas virtudes sem reagir, mas sim estabelecer uma oportunidade de resposta positiva diante dos acontecimentos externos perturbadores.

Com o objetivo de viabilizarmos as conexões que fortalecem o bem-estar e transformação positiva nos nossos relacionamentos, é interessante compreendermos como focar nossa atenção no fortalecimento e emprego das virtudes espirituais no contexto e situação da nossa realidade atual.

CONEXÃO COM O SER

pensamentos que nossas conexões proporcionam no nosso viver.

Ter em mente que as virtudes do Ser são a origem e a base de quem somos hoje nos torna mais atentos ao estabelecermos uma conexão. E, assim, podemos desenvolver uma confiança voltada para estabelecer um ponto de equilíbrio nas escolhas de conexões que fortaleçam nossos comportamentos como seres espirituais e pacíficos.

Nessa perspectiva, qualquer conexão pode desenvolver e fortalecer as qualidades natas do Ser sobre o Ter. Sim, as qualidades do Ser requerem que estejamos atentos as nossas escolhas e aos “Com o autoconhecimento focado na espiritualidade, percebe-se que existem maneiras mais sábias de trabalhar as emoções para responder aos desafios externos”

É da alma que cresce a percepção das virtudes capazes de nos conectar com o processo de transformar nossos pensamentos.

* OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

SUGESTÕES DE CONEXÕES SAUDÁVEIS

Com comprometimento e determinação, podemos fortalecer nosso propósito de estabelecer conexões saudáveis, focadas nos ensinamentos espirituais, objetivando atitudes e pensamentos que possam fortalecer o bem-estar, felicidade e harmonia nos nossos relacionamentos. Com este objetivo, seguem algumas sugestões:

1. Atenção plena em cada conexão: estar com a mente focada no significado positivo de cada conexão;

2. Sintonizar a mente com as conexões que fortalecem as qualidades do SER;

3. Escolher se conectar com o silêncio diante das adversidades;

4. Autocuidado em cada conexão: sintonizar minha mente com as possibilidades positivas presente em cada situação;

5. Escolher se conectar com atitudes que fortalecem os valores humanos em cada relacionamento.

CONEXÕES QUE TRANSFORMAM: CONCLUSÃO

Em um primeiro momento, pode parecer que, para realizarmos conexões consideradas saudáveis para nós, precisemos realizar mudanças drásticas na nossa realidade atual, mas na realidade é bem mais simples do que imaginamos.

Para viabilizarmos as conexões que fortalecem o bem-estar e transformação positiva nos nossos relacionamentos, é interessante compreendermos como focar nossa atenção no contexto e situação da nossa realidade atual.

Outro fator importante a considerar, nesta construção, são as transformações que podemos implementar nos nossos relacionamentos: podemos focar nossa atenção nas conexões que são importantes para manter o equilíbrio e harmonia nos nossos relacionamentos.

Rute Freitas é praticante de meditação na BK, matemática, mestre em Computação, especialista em Ciência da Mente e Pensamentos Positivos, PNL, terapeuta holística, voluntária da coordenação da Campanha Escolha a Calma e da executiva do Movimento Internacional da Cultura da Paz, em Campinas-SP. *

* MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Cantalino

LINKS E CONEXÕES

Em um curso, aprendi que o “caráter nasce na relação” (com o outro), mas, olhando de perto nossa vida e rotinas, dá para ampliar essa visão e dizer que o caráter é moldado com as repetições das experiências vividas. Assim, mesmo sem perceber, mesmo inconscientemente, dia a dia, estamos nos transformando, sendo moldados pelo que nossas vivências nos trazem: o sentir, falar, fazer, ter e, por fim, o ser, propriamente dito – aos poucos, moldados!

Conexões acontecem a todo momento – das mais sutis às mais concretas... Agora mesmo, você e eu estamos conectados, concorda? Um pouco de mim, nestas palavras, um pouco de você nas sensações enquanto as lê...

Quando vamos “dar uma volta para espairecer”, fazer uma caminhada na orla, num parque, no bairro... Olha a natureza sendo um pouco dela e nós vivenciando as

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sensações a partir dela... Olha o link aí, a conexão...

E quando se trata de conexões com outros, então? Absorvemos um pouco do outro quanto mais intenso, regular e profundo for aquele relacionamento. O outro nos influencia e, certamente, mais ou menos, o influenciamos também.

Conexões acontecem a todo momento – das mais sutis às mais concretas... Então, nesses contextos, conexões no piloto automático, na passividade, são perigosas. A menos, é claro, que você “não esteja nem aí” para o tipo de pessoa que você está tornando-se – o que eu duvido, pois a leitura dessa revista por si só, já me diz o contrário, já lhe entregou...

Na passividade, somos vulneráveis. Pense comigo: Qual a fase de nosso desenvolvimento mais vulnerável? Crianças são observadoras e absorvedoras natas, não sabem escolher ainda, vivem passivamente – e então? Em geral, adultos carregam em si o que vivenciaram na infância – pelo menos até o momento em que o cérebro amadurece e o jovem/adulto opta por manter, ou não, aqueles padrões, aquele jeito de viver a vida...

Mas, e então, se os links estão em toda parte, se as conexões são tão diversas e de efeitos tão diferentes, como fazer escolhas ativamente?

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* MATÉRIA DE CAPA * por Patrícia Cantalino

Talvez a solução seja ter uma meta . Um pretenso marceneiro não vai escolher ser aluno de um cineasta, certo?

Se temos um lugar para chegar, ou, mais importante, se estamos tornando mais claro para nós, assimilando o tipo de caráter que queremos ter, o “eu” com quem queremos estar 24 horas por dia, saímos do piloto automático quase que intuitivamente.

Escolheremos as companhias, a alimentação, o lazer, os influenciadores nas redes sociais, os filmes, as viagens, o trabalho, os livros e tudo o mais organicamente, como quem escolhe roupas numa determinada estação.

Bom, estou deixando aqui a minha visão sobre o efeito das conexões, mas falo um bocadinho mais: Quando estamos conectados conosco, mais centrados, naturalmente, somos influenciados pela nossa força e virtudes inatas à alma que somos. Quando esta conexão fica frouxa, somos levados facilmente pelo mundo ao nosso redor e por toda a sua instabilidade, nos identificamos com o que sentimos, mas, é a partir da experiência que vem de fora e, assim, ora ficamos bem, ora mal. Quando a sutil conexão interna fica fraca, a opção mais fácil é a de fora: “Vou fazer umas compras para me alegrar” – já falou ou ouviu

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algo parecido? Nenhum bolso merece essa solução... Então, entre todas as conexões possíveis, há duas mais importantes e que, especialmente neste momento da nossa jornada humana, precisamos fortalecer: a primeira é a conexão com nossa essência – virtuosa, cheia de luz e divina. Tudo o que buscamos experimentar do lado de fora, todos os links que fazemos, é uma sede de autoconhecimento, é uma saudade de autopreenchimento. A segunda é a conexão com Deus – nossa Casa de Força. Talvez soe estranho dizer que Deus tem uma personalidade, mas, certamente, Ele é uma referência estável e ilimitada do que quer que eu deseje me tornar e ser. Deus nos libera da passividade, abre nossos olhos e nos empodera para que possamos manter nossas escolhas. E uma vez que o caráter nasce na relação... Quão imprescindível essa conexão lhe parece ser?

Patrícia Cantalino é professora de meditação na Brahma Kumaris desde 1998. Atua como assistente da coordenação da BK na região Nordeste. *

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* OM JOVEM * por Augusto Zimbres

USO CONSCIENTE DA TELA DA MENTE

Assim como nós tomamos os cuidados necessários para que telas como a do celular, do computador e da TV estejam funcionando adequadamente, existem alguns cuidados que precisamos tomar para que a tela da mente funcione de forma adequada. Quanto mais preenchemos a tela da mente com consciência espiritual, mais habilidade desenvolvemos para torná-la muito útil a fim de cumprirmos os nossos papéis e responsabilidades de forma poderosa.

Acesse as seguintes configurações, usando a função da sua inteligência, discernindo que você tem o poder de usar a tela da sua mente com equilíbrio e concentração:

CONEXÕES

Conecte a tela da sua mente com redes de boas energias. Use uma rede para pescar as virtudes dos outros. Conecte-se com redes de pessoas espiritualizadas. Mas, antes de qualquer coisa, mantenha sempre consigo a rede de proteção do seu autorrespeito. E, quando sentir cansaço, deite-se numa rede e relaxe. Dê um tempo para si e conecte-se com novas redes de perspectivas para a sua vida. A senha para todas as redes é a mesma: “eu sou uma alma eterna”.

TELA DE INÍCIO

Desenhe um padrão, ligando os pontos para proteger a tela da sua mente: você é um ponto de luz, Deus é um Ponto de Luz e a vida pede sempre um ponto final às negatividades. Crie um desenho unindo esses pontos, de modo que intrusos não consigam acessar a tela da sua mente, para roubar as informações mais valiosas sobre a sua viagem através do tempo. Troque essa proteção periodicamente, de acordo com a forma que você sentir que esses pontos precisam ser ligados a cada nova fase da sua jornada. O que você precisa tomar do Ponto de Luz hoje?

* OM JOVEM * por Augusto Zimbres

NOTIFICAÇÕES

Desative as notificações que infestam a tela da sua mente de inutilidades. E, mesmo que elas surjam, role-as para o lado, consciente de que são cenas laterais. Mantenha o foco nas notificações realmente relevantes para a sua jornada. Clique sempre que a notificação “eu sou um ser de paz” surgir. E considere cada dificuldade da vida como uma notificação de que é hora de fortalecer o seu autoconhecimento e meditar.

LIMPEZA

Rode o antivírus do desapego e desinstale as crenças que te limitam e reduzem a performance da sua consciência. De tempos em tempos, faça uma limpeza no excesso de lixo acumulado na sua memória. Deixe que a verdade imperecível sobre quem você é ocupe todo espaço necessário na sua memória, de modo que você lembre claramente do seu estado original antes do momento em que a tela da sua mente começou a receber os toques do uso indevido, pelo desconhecimento de como a alma que você é funciona.

BATERIA

Não deixe que a bateria da alma descarregue completamente para que você então vá carregá-la. De fato, isso já aconteceu. Mas confie que existe Alguém que pode reverter esse quadro. Faça um retiro, sim, mas não o espere chegar. Recarregue-se na Fonte muitas vezes durante o dia, lembrando que você é energia viva e consciente. A bateria da alma nunca vicia quando é sempre recarregada. Ao contrário, a recarga constante é a única forma de fazer a alma voltar a funcionar na sua plenitude máxima.

Se você usar de forma consciente a tela da sua mente desse modo, vai dar um grande passo para usar de forma consciente qualquer outra tela que você veja ao longo do seu dia. *

Augusto Zimbres é apresentador do canal Inspira Saúde Plena no YouTube. Lidera o movimento jovem da Brahma Kumaris para a América Latina com muito ânimo e entusiasmo.

Conexões que regeneram

O ATO ÉTICO É UM ATO DE RELIGAÇÃO: COM O OUTRO, COM OS SEUS, COM A COMUNIDADE, E UMA INSERÇÃO NA RELIGAÇÃO CÓSMICA.

EDGAR MORIN

Somos seres sociáveis, portanto nos conectamos constantemente com tudo no nosso entorno: pessoas, objetos, natureza etc. Tudo passa pela relação com o outro e com o meio. Logo, são conexões humanas que podem ser destrutivas ou regenerativas/criativas. Essas últimas desenvolvem a nossa espiritualidade coletivamente, o sentimento de pertencimento à espécie humana e o comprometimento com um mundo melhor. Somos essencialmente relacionamentos que se dão por diferentes vínculos: família, profissional, amizades, o encantamento com a natureza, a criatividade e a funcionalidade que damos as nossas posses. Como desenvolvemos conexões saudáveis com o que nos envolve cotidianamente?

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* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

[PELAS VIRTUDES] Podemos centrar a energia dos nossos relacionamentos com pessoas pelas nossas virtudes e as virtudes delas. É impossível usarmos as nossas virtudes e não percebermos as dos outros nem desenvolvermos boas relações. Se reconhecermos as virtudes dos demais, naturalmente eles se conectarão com as nossas e serão tecidas relações respeitosas, harmoniosas e cooperativas. Reconhecer as nossas virtudes e as dos outros nos torna melhores e mais felizes, mais compreensivos e instrumentos para humanizar a sociedade. Da mesma forma, nossa relação com o meio ambiente nos conecta com a paz, a felicidade, a simplicidade, o cuidado. Há uma profunda ligação entre o meio e nós. Entre o que pensamos, sentimos e fazemos com a sua energia. Captamos o que sentimos, o que doamos.

[PELAS HABILIDADES] Por trás de nossas habilidades, há virtudes, bons sentimentos e a construção de algo positivo. A habilidade de criar bons relacionamentos, de tocar um instrumento, de escrever poesia, por exemplo, inspira a nossa sensibilidade, criatividade, inteligência, amizade, admiração pela arte, por pessoas e o apreço pelo silêncio espiritual.

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* OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

[POR PROJETOS] São atividades individuais e ou coletivas plenas de sentido criativo e regenerativo, que são importantes, úteis e legítimas para uma coletividade. Ações que envolvem arte, educação, direitos humanos, natureza, espiritualidade, por exemplo, criam conexões essencialmente humanas, pois desenvolvem um profundo senso de cooperação e solidariedade com o outro e com o planeta. Projetos são gregários, pois propiciam diferentes formas de viver juntos e compartilhar virtudes, habilidades e servir com o que cada um tem de melhor.

[POR PAPÉIS] Todos nós desempenhamos diferentes papéis que se conectam com distintas virtudes e habilidades. Ser pai, mãe, amigo, professor, irmão, consumidor e tantos outros papéis que desempenhamos, cotidianamente, exige de nós e dos outros virtudes específicas, que criam uma teia de beleza, criatividade, cooperação e empatia entre todos e desenvolvem nossa inteligência espiritual, criativa, interpessoal e intrapessoal.

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[PELA VISÃO DE MUNDO]

Uma das conexões mais saudáveis é, simplesmente, o nosso desejo coletivo de ser melhor, regenerar princípios e relações com os outros e com a natureza para criar um mundo melhor. É uma aventura absolutamente incrível que, certamente, criará um futuro igualmente incrível. Devemos nos agregar a pessoas e instituições que agem para isso e dar a nossa contribuição com pensamentos, comunicação, ações, relacionamentos e posses. Para isso, é preciso encorajamento, esperança e doação.

39 edição 26 / ano 07
Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

* OM INSPIRAÇÃO * por Ramon Almeida

A Conexão Real

Como uma grande e complexa teia de incontáveis vínculos, nos níveis físico, mental, emocional e espiritual, a vida existe devido à variedade de conexões que a estimula. São interligações, correlações, mutualidades e interdependências presentes no dia a dia, mesmo que não sejam percebidas enquanto estivermos ilusionados nas incertezas cartesianas da dualidade em sua ambivalência e noção de opostos, que limitam a consciência a um mero recorte da realidade.

Ao fixar a atenção na parcialidade das informações - e nelas se identificar -, o ser humano reduz a noção da individualidade a uma espécie de “eu menor”, valorizando verdades relativas que restringem a sua experiência de vida. Desenergizado, busca sustentação no senso de controle e de razão e se apoia na tríade do desejo, expectativa e apego, que o projeta no véu das ilusões e o aprisiona numa inadequada conexão com suas convicções inscientes.

Mas, como escapar dessa armadilha? Há outra forma de conexão mais elevada? Se há, o que fazer para encontrá-la? A resposta para estas questões é: sim, é possível ampliar a consciência, escapar da arapuca e se vincular à Conexão Maior, sendo importante compreender o mecanismo que vincula as ações ao suporte e tendências que as mantêm.

Viver num mundo em movimento requer fazer escolhas e realizar ações, assumindo que ambas implicam vínculos e compromissos. Na Grécia pré-socrática, a palavra kósmos (cosmo, em nosso idioma), que significa Universo, o associa às palavras ordem e harmonia, o que se deve preservar, exigindo esforços para evitar conflitos e desarranjos criados quando se tenta distorcer a ordem, sob arguição indevida de que as concepções pessoais são fatos irrevogáveis.

“Viver num mundo em movimento requer fazer escolhas e realizar ações, assumindo que ambas implicam vínculos e compromissos”

* OM INSPIRAÇÃO * por Ramon Almeida

Quem visita grutas e cavernas na Chapada Diamantina, no coração da Bahia, lê cartazes na entrada, orientando: “Deixe aqui apenas pegadas”. E adiante: “Leve daqui somente lembranças”. O apelo ecológico serve para alertar que nossas escolhas e ações não devem alterar a ordem e a harmonia, como lembra o poeta inglês Francis Thompson ao afirmar: “... não se pode tocar uma flor sem incomodar as estrelas”, talvez para aferir o tamanho da responsabilidade, do vínculo e do compromisso que se projetam a partir das nossas escolhas e ações.

A eloquência das conexões está na correlação entre a causa e o efeito, ação e reação, havendo, portanto, consequência(s) vinculada(s) a cada ato. Por exemplo, ao deixar cair um copo com água - mesmo distraído - e vê-lo quebrar-se no chão da casa, haverá consequências que se iniciam na necessidade de limpeza do ambiente, estendem-se no risco de ferimento provocado, na limpeza doméstica, pelo vidro estilhaçado que se espalhou, indo até os cuidados envidados pelo serviço de coleta de resíduos urbanos ou mesmo para os catadores de lixo e algo mais.

Similarmente, ao falar de forma áspera com alguém, “feridas” mentais e emocionais são incitadas

“Por exemplo, ao deixar cair um copo com água - mesmo distraído - e vê-lo quebrar-se no chão da casa, haverá consequências que se iniciam na necessidade de limpeza do ambiente, estendem-se no risco de ferimento provocado, na limpeza doméstica, pelo vidro estilhaçado que se espalhou, indo até os cuidados envidados pelo serviço de coleta de resíduos urbanos ou mesmo para os catadores de lixo e algo mais”

em ambos - quem falou e quem ouviu -, criando registros subconscienciais que despertam raiva, frustação, arrependimento, decepção, remorso etc, o que, seguramente, retorna de tempos em tempos, muitas vezes sem que se conheça a origem.

Ao contrário, ao demonstrar uma natureza mais leve e gentil, é possível ser compreensivo e praticar a virtude da doçura sem olhar a situação na perspectiva pessoal, mas externalizando ao menos um aspecto positivo do interlocutor. Isso ajuda não apenas a potencializar a qualidade e habilidade alheias, mas, também, a desenvolver nossa própria especialidade, revigorando doces palavras sustentadas em nobres pensamentos e sentimentos, capazes de espalhar benefícios. Quem já esteve em um jardim sabe que tocar o caule da roseira com delicadeza evita o ferimento indesejável dos espinhos.

Se há consequências associadas à ação e isso cria a base da nova ação, é fácil compreender a importância de realizar ações decentes, íntegras, honestas e honradas, pois o mecanismo opera num processo de retroalimentação, ou seja, a ação gera o suporte e o suporte impulsiona a ação.

Ajuda - e muito - revolver os valores essenciais, tendo-os como princípios que regem a expressão

cotidiana, pois os princípios atuam no limite das escolhas, que antecedem as ações na construção de suportes que precisam ser elevados, dignos e sublimes. Ao agir, há duas possibilidades: (i) “faça coisas boas e coisas boas retornam” ou (ii) “faça coisas maravilhosas e coisas maravilhosas retornam”. Não deve haver opção negativa, danosa, nociva...

A conexão direta e rotativa entre o suporte que orienta a ação e a ação desenvolvida em si pode ser percebida a partir de dois verbos do idioma sânscrito: o verbo Dhr, que indica sustentar (a Essência, o Bem e a Verdade ou Dhri) e o verbo Kri que significa mover (agir, expressar-se), que deram origem, respectivamente, às palavras Dharma (caminho a seguir) e Karma (ações a realizar).

* OM INSPIRAÇÃO * por Ramon Almeida

São indicadas neste texto como suporte (tendência) e ação (expressão) e estão sempre conectadas, lembrando que existem outros sentidos para a palavra Dharma, tais como: Sabedoria, Ética Universal, Consciência, Verdade, Religião, Fluxo da Vida etc. Como disse o mestre indiano Swami Vivekananda, “se a vida fosse um rio, o Dharma seria a correnteza”, o fluxo da vida num drama que é perfeito. Restanos compreender e preservar a Conexão. Esta, com “C” maiúsculo.

Por ser um processo interno, a meditação assume relevância por facilitar os ajustes necessários à adequada orientação da mente. Como ensina De Jane: “Através dos pensamentos, criamos conexões com as pessoas, com o mundo e com Deus... Isto é Raja Yoga”. A palavra Yoga é traduzida como Conexão, e o conhecimento milenar do Raja Yoga orienta como preservar uma Conexão Divina de forma precisa

e ser uma personificação de Yoga, considerando-a a prática regular da Lembrança (em Deus).

Ao refletir sobre “quem sou eu” e “quem é Deus”, mantendo a Conexão Real, seremos capazes de perceber tudo como realmente é, sem impacto de memórias abstratas ou convicções restritivas, mas encontrando novos meios que sustentam uma vida livre, inclusive da influência das ações (karmateet, em sânscrito).

Ramon Almeida é engenheiro e voluntário do Centro Raja Yoga Brahma Kumaris

Comida de verdade: uma conexão com a natureza

Você já percebeu o quanto, hoje em dia, uma grande parcela da sociedade supervaloriza os alimentos industrializados, congelados, empacotados e repletos de ingredientes artificiais? Acredito que um dos motivos para isso seja a velocidade da vida e a desconexão com a natureza e com Deus.

Por isso é tão fundamental reativar essas conexões. Sentir o ar, contemplar a paisagem, caminhar, meditar... e, por que não,cozinhar. Precisamos voltar a comer

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* OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

comida de verdade. Como assim, comida de verdade? Alimentos in natura, minimamente processados, que nos fornecem nutrientes, aqueles que se mantêm originais, a exemplo de frutas, legumes, grãos integrais e todo alimento feito a partir deles.

Estabelecer uma conexão com a natureza nos permite entender a importância de respeitar e valorizar os alimentos que nos são oferecidos. Sentir essa conexão nos leva a ter uma alimentação mais consciente, verdadeira e sustentável.

Que tal experimentar essa lentilha com legumes?

Ingredientes

• 1 e 1/2 xícara de lentilha

• 2 batatas em cubos

• 1 cenoura em cubos

• 1 tomate picado

• Sal, pimenta-do-reino e coentro a gosto

• 1 colher de sopa de azeite

Preparo

Em uma panela, aqueça o azeite. Acrescente a lentilha (deixada de molho por 12h), o sal e o tomate até murchar e adicione 500 ml de água. Junte a batata, a cenoura e os temperos. Cozinhe por 15 minutos ou até os legumes ficarem macios. Desligue o fogo e coloque o coentro. Sirva com arroz e... Saúde!

Ana Paula Paixão pratica meditação Raja Yoga há mais de 12 anos. É designer, culinarista e encantada com a natureza.

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* OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki

Uma conexão com a Verdade

Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em março de 2020.

Vídeo “Verdade”, da série “Da Terra ao Céu”, com Dadi Janki. Clique no ícone acima para ver o vídeo.

* MEDITAÇÕES OM LINE

Tao do viajante

Meditação e animação Tao do viajante - How to Make Time for Meditation (Brahma Kumaris Internacional). Clique no ícone acima para ver o vídeo.

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OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil

brahmakumaris.org.br/revista

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