Revista OM Line - 19ª Edição

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Livre pra Voar Música “Livre pra Voar” do albúm “Criança Vive Cantando”, da Editora Brahma Kumaris. Clique no ícone a cima para ouvir.

Quando eu vou além das complicações E das confusões desse mundo Eu consigo transformar a minha atitude E ver tudo com o olhar muito profundo Eu me sinto leve Eu me sinto puro Eu me sinto livre pra voar Livre, livre, livre Essa liberdade nasce do equilíbrio Entre o dever e o poder Justiça e igualdade em todas as ações Essa consciência eu quero ter Eu me sinto leve Eu me sinto puro Eu me sinto livre pra voar Livre, livre, livre


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CARTA AO LEITOR *

Saudações de Paz! Em um tempo em que a culpa virou a bola da vez, faz-se necessário refletir sobre esse tão perverso hábito mental: culpar. A si e aos outros. Culpa gera dor. Culpa gera mágoa. Culpa só não gera solução para nenhum problema. Nem reparação a nenhuma atitude tomada. Sendo assim, vamos nos libertar da culpa? Já que ela é tão ineficiente na transformação, vamos ressignificá-la? Nesta edição, a revista Om Line traz diversos e interessantes artigos que oferecem sugestões de como se libertar da culpa. Dadi Janki, Ken O’Donnell, Shivani e vários outros professores e praticantes de meditação compartilham suas experiências e métodos de como ir além desse ofensivo jogo mental: culpar a si e culpar os outros ou as situações. Leia, reflita, experimente e liberte- se da culpa! Deus e o mundo agradecem! Goreth Dunningham e equipe Om Line


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SUMÁRIO *

16. MATÉRIA DE CAPA Culpa ou entendimento? Shivani Verma

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8. OM PRIMEIRA PALAVRA

32. OM TRANSFORMAÇÃO

Evite dar desculpas Ken O’Donnell

Escolhendo ressignificar o sentimento de culpa Rute Freitas

10. OM INSPIRAÇÃO Por que culpamos os outros? Maureen Goodman

38. OM COMIDA PURA Brigadeiro? Pode! Ana Paula Paixão

14. OM ATITUDE Assumindo responsabilidade, superando a culpa Alexander Brighton

40. OM ÚLTIMA PALAVRA

24. OM VIRTUDES

42. MEDITAÇÕES OM LINE

Consciência que dissipa as culpas Paulo Sergio Barros

Para se reconciliar consigo mesmo

Erros Dadi Janki

28. OM LEVEZA O Dharma e a Dinâmica de Transformação do ser Patrícia Schmidt Carvalho

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ESPAÇO DO LEITOR *

OM SHANTI!

EXPEDIENTE Editora: Goreth Dunningham Design e diagramação: Felipe Arcoverde Revisão: Valéria Ferreira Amores Site: Ricardo Skaf Mídias Socias: Naiara Rios Colaboração: Samanta Brandão e Sandra Costa Ilustrações: Freepik.com

Envie para nós os seus e-mails, dúvidas e sugestões, através do Facebook e Instagram ou e-mail: revista.omline@br.brahmakumaris.org Facebook.com/omlinebrahmakumaris Instagram.com/omlinebrahmakumaris www.brahmakumaris.org.br/revista

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OM FLIX *

O PODER DO SILÊNCIO

Vídeo com Luciana Rossi, ex-executiva financeira e representante da Brahma Kumaris na ONU, em Nova York. Clique no ícone a cima para ver

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OM PRIMEIRA PALAVRA * por Ken O’Donnell

Evite dar desculpas Esqueci! Foi o outro. Não sabia que era importante. Não tive tempo. Você não me falou isso.

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Essas frases e tantas outras são os temperos com os quais tentamos esconder nossa ineficiência, desorganização ou falta de empenho. Infelizmente, embora façam parte do dia a dia, elas servem para nos privar da força que poderíamos ter. Em essência, a desculpa representa o adiamento do esforço, enquanto as fraquezas internas têm chance de se alastrar.

Assim como criticar alguém é apontar o dedo para a sua própria intolerância ou incompetência, dar desculpas é mentir a si mesmo. A própria palavra desculpa sugere o esforço que exige remover um sentimento de culpa, mas na verdade, acaba aumentando tal sentimento. O uso contínuo de desculpas leva o indivíduo a deixar de acreditar na sua capacidade de mudar. *

Ken O’Donnell é praticante de meditação Raja Yoga desde 1975 (47 anos). É autor de 18 livros sobre desenvolvimento pessoal e de organizações. Atua profissionalmente como consultor internacional nas áreas de planejamento e gestão. Atual coordenador da Brahma Kumaris para a América do Sul.

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OM INSPIRAÇÃO * por Maureen Goodman

POR QUE CULPAMOS OS OUTROS? Extraído e traduzido do blog BK do Reino Unido

Toda pessoa é o arquiteto de sua própria vida. No entanto, quando algo dá errado, nós imediatamente procuramos alguém ou algo para culpar. Enquanto modelando nossas vidas, reflitamos sobre quanto tempo e energia gastamos culpando outros por todos os problemas. Por que tendemos a culpar os outros? 10


LIBERTE O EU DA CULPA Nós sutilmente queremos nos redimir da culpa de fazer algo errado. Culpar os outros nos ajuda a justificar o ato. Passamos adiante a responsabilidade pelo nosso comportamento com uma pessoa, situação ou fator externo e tudo soa muito normal. Muitas vezes, ouvimos as pessoas dizerem “Sou responsável pelas minhas ações”, mas elas querem realmente dizer isso? Se realmente quisessem dizer isso estariam livres de culpar outros, sejam amigos, familiares, a sociedade ou até mesmo o tempo. Enquanto jogando esse jogo de culpa, esquecemos que de acordo com a lei do carma, aqueles que se transformam primeiro serão os que obterão felicidade. Sendo assim, se somos buscadores de felicidade, temos de nos transformar e não esperar que os outros o façam.

NÃO FAZER ESFORÇOS PARA MUDAR Uma outra razão para culpar os outros é a preguiça de fazer mudanças no eu. Qualquer mudança requer esforço e não queremos fazer esse esforço. Portanto, escolhemos o caminho mais fácil de culpar os outros. Sentimos que as coisas poderiam ter sido melhores se a outra pessoa se comportasse adequadamente conosco. Gradualmente, isso se torna um hábito de letargia sob um disfarce nobre. edição 19 / ano 05

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OM INSPIRAÇÃO * por Maureen Goodman

NÃO RECONHECER NOSSOS ERROS Nós falhamos em reconhecer porque sempre pensamos que “Eu estou certo.” A incapacidade de ver as coisas ou situações do ponto de vista da outra pessoa resulta em nos tornarmos apegados às nossas próprias noções de certo e errado. Isso, por sua vez, nos leva a corrigir os outros, o que, muito frequentemente, falha. Esse fracasso nos faz sentir miseráveis e, então, torna-se um círculo vicioso. Culpamos os outros pela nossa miséria e tentamos arduamente mudá-los.

CULPAR A SITUAÇÃO Quando não conseguimos encontrar alguém para culpar, acabamos culpando a situação. Enquanto fazemos isso, esquecemos o fato de que todas as situações nas nossas vidas são nossas próprias criações.

CULPAR DEUS Isso acontece por duas razões. [Primeira] Quando não há alguém que possa ser culpado e culpar uma situação não funciona, apenas Deus resta para ser culpado. [Segunda] Uma crença profundamente arraigada de que tudo no mundo acontece pela vontade do Supremo. Como resultado, pensamos que nossos apuros pessoais 12


são também um resultado do desejo de Deus. Esquecemos que tudo o que experimentamos no presente é um resultado das nossas ações no passado. Somos todos atores sujeitos à lei do carma e desempenhamos ações para derivar frutos delas. O Todo Poderoso nunca recebe uma parcela disso. Como nosso Professor e Guia, Ele pode nos ensinar e nos guiar, mas não fazer a prova por nós.

Situações desagradáveis são “exames” de vida. Elas são necessárias para elevar nosso estágio. Elas nos ajudam a dar um salto à frente em autoprogresso. Se falhamos ou passamos nesses exames não importa tanto. O que conta é a coragem e o vigor com os quais enfrentamos essas provas. O hábito de culpar os outros é um dos principais obstáculos para a auto evolução. A primeira regra da espiritualidade é observar nosso próprio eu e não os outros. Por isso é muito importante assumir responsabilidade pelas experiências pelas quais passamos. Então, façamos esforços conscientes para fazer o que é certo e sejamos honestos e responsáveis por nós mesmos. Nos enganar apenas nos afastará mais da libertação espiritual. Então, paremos de culpar porque quando você culpa os outros, desiste do seu poder de se transformar. *

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OM ATITUDE * por Alexander Brighton

ASSUMINDO RESPONSABILIDADE, SUPERANDO A CULPA Extraído e traduzido da revista BK The World Renewal

Quando você se liberta da culpa, vive com paz interior. Você assume a responsabilidade e deixa de sentenciar-se (punir-se) internamente com sentimento de culpa. Assumir a responsabilidade é construtivo, permite que todo o seu potencial permaneça desperto e flua. Você se sente livre e sem 14

cargas. Quando algo da errado, você pode descobrir métodos diferentes de aliviar-se da carga que isso poderia implicar. Por exemplo, lamentar-se ou sentir-se triste por algo que você fez significa que você está ciente de que agiu contra o seu próprio bem-estar ou o de outra pessoa. Entender


isso é bom; é a base para qualquer mudança positiva. O que importa é não sentenciar-se (punir-se) aprenda a lição. Peça desculpas, se for a coisa certa a fazer. Corrija. E lembre-se de que o ontem já passou. O passado não pode ser mudado. Você não pode engolir de volta as palavras que pronunciou, pois você já as pronunciou. Você não pode repetir a cena de ontem de um modo diferente porque ela já aconteceu e permanece registrada no filme do drama da vida. Portanto, não repita as palavras ou cenas na sua mente de novo e de novo; fazendo isso, você mantém vivo algo que está morto, já que o ontem ficou para trás. Aprenda com o erro e se comprometa consigo e com a vida prometendo a si mesmo que não cairá de novo pela mesma razão. Você pensará sobre isso antes de falar ou agir. Quando há pessoas ou situações que o levam a cair de novo pela

mesma razão, ou seja, elas o fazem cometer de novo o mesmo erro que foi cometido anteriormente, talvez você tenha de evitá-los por alguns dias ou algum tempo, até que tenha se fortalecido e tenha a segurança interior de que eles não influenciarão você. Isso não é fugir; é sábio conhecer suas fraquezas e saber que entrar em situações semelhantes com as mesmas pessoas é apenas repetir os mesmos erros e prejudicar o seu bem-estar e o das outras pessoas. Confie em si. Você pode superar esses erros e parar de cometê-los. É uma questão de amar-se e viver. A partir do amor você para de se magoar e magoar os outros. Chorando por erros passados, você não conserta nada. Abra-se para o perdão. Eleve o nível dos seus pensamentos para que eles não o mantenham num estado de tristeza e perda de esperança. * edição 19 / ano 05

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MATÉRIA DE CAPA * por Shivani Verma

Extraído e traduzido da revista BK The World Renewal

CULPA OU ENTENDIMENTO?

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Nós confundimos entendimento (realização) com culpa e então, a maioria de nós sente que a culpa é necessária para o progresso. A transformação de qualquer hábito ou sanskar (impressões, traços de personalidade) ou ações, requer duas coisas – conhecimento e poder. Por exemplo, todos sabemos que a raiva é prejudicial, temos o conhecimento e ainda assim, quando situações surgem reagimos com raiva porque não temos o poder de permanecer estáveis. Quando cometemos um erro, temos o conhecimento e o desejo de corrigi-lo, mas também precisamos ter força na alma.

Culpa significa um comentário interior repetido das nossas ações passadas, raiva por nosso eu por ter feito algo errado e a tristeza de que isso não deveria ter acontecido. Todas essas emoções esgotam o poder da alma e uma alma enfraquecida tende a cometer os mesmos erros de novo. Qualquer emoção negativa não pode criar um resultado positivo e, assim, a culpa nunca pode ser boa. A culpa foca apenas na ação passada e, às vezes, errada. Também significa que nos rotulamos como “ruins” ou “não bons o suficiente” porque foi isso que as pessoas ao nosso redor nos ensinaram. Esses rótulos reduzem a autoestima da alma. edição 19 / ano 05

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MATÉRIA DE CAPA * por Shivani Verma

Entendimento (realização), significa a consciência de que “Sim, eu cometi um erro”, e a consciência de como posso corrigir fazendo a mesma ação em nova oportunidade. Haverá então, um estado de atenção maior e melhor. O entendimento não perde tempo no passado – foca em cuidar do presente e do futuro, não se arrepender, mas fazer as pazes e corrigir.

Desde a infância, fomos ensinados que se fizemos algo errado, devemos nos sentir culpados ou as pessoas ao nosso redor nos farão sentir culpados. Começamos a acreditar que a culpa é natural e necessária para a transformação. Culpa é raiva infligida ao eu. A raiva é prejudicial tanto emocional como fisicamente para ambos – o que fica raivoso e aquele no qual ela é infligida. A culpa é útil? E quando ficamos com raiva de Culpa é raiva autoinflingida que nós mesmos – nos sentimos culesgota nossa energia emocional pados? Se nos mantemos desta e nos priva da força necessária forma, mesmo que de vez em para nos transformar. quando, temos que conviver

“Nosso papel é empoderar as pessoas enquanto as aconselhamos. Poder pode ser irradiado apenas quando permanecemos estáveis mesmo quando não somos capazes de implementar nosso conselho imediatamente” 18


com este “eu raivoso“ 24 horas, 7 dias por semana, durante meses, às vezes, anos. Quando alguém sente raiva de nós, nos defendemos, mas quando ficamos com raiva de nós mesmos, a aceitamos porque sentimos que é justificada. Os profissionais de saúde nos dizem que a raiva, quando não ventilada, cria ainda mais dano. Culpa é raiva interna; não podemos ventilá-la. Criamos raiva internamente e ao mesmo tempo, somos

aqueles atingidos pela raiva. Acabamos então, aceitando-a. A raiva, portanto, é prejudicial, enquanto a culpa é tóxica. Nosso papel é empoderar as pessoas enquanto as aconselhamos. Poder pode ser irradiado apenas quando permanecemos estáveis mesmo quando não somos capazes de implementar nosso conselho imediatamente. Liberte-se das expectativas e aceite sanskars diferentes edição 19 / ano 05

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MATÉRIA DE CAPA * por Shivani Verma

Assumindo responsabilidade e superando a culpa Quando você se liberta da culpa, vive com paz interior, consegue agir através da responsabilidade de maneira atenciosa e serena, evitando um estado de punição ou crítica. Mover-se pela responsabilidade é transformardor e desta forma, todas as qualidades positivas despertam para que haja fluidez. Há uma experiência de leveza e liberdade. Quando não 20

compreende alguma situação mas aprende a libertar-se de punições e da densidade da culpa, você então, encontra diferentes métodos para aliviar-se das cargas que a não compreensão pode acarretar. A base para uma mudança positiva vem da percepção que você tem sobre o que as ações causam: desconfortos? Tristeza? Se isto ocorre é o momento de ajustar sem culpar. O propósito é sempre estar consciente e em um estado


de harmonia. Aprender a lição, se desculpar e corrigir o necessário faz parte do processo de uma mudança positiva. Lembre-se que palavras ditas e ações já feitas não podem ser mudadas. É importante não se apegar ao passado quando a meta é sair da culpa para o entendimento. O entendimento promove o aprendizado e o comprometimento. Com base nisso, haverá mais atenção acerca do uso adequado das palavras e das ações. É necessário fortalecimento e segurança interna para garantir que os mesmos erros não se repitam. Entendimento no lugar de culpa também garante que evitemos influências que não são positivas. Não é necessário fugir de cenas ou pessoas, mas é importante reconhecer o que precisa ser melhorado e quais são

os pontos frágeis que temos, de modo a não vivenciar situações que nos levam a erros e gasto de energia. Um estado de atenção evita a perda do bem estar. Quando entendemos, superamos erros e somos capazes de vivenciar o amor e a vida. Através desta experiência transformadora, não há mais a necessidade de culpar ou ferir. Favorecer o perdão, melhorar o nível dos pensamentos, garantindo que não haja espaço para perda de esperança ou tristeza é uma sabia decisão. Desta forma, o juiz interno que carregamos não agirá sobre nós com duras sentenças. Quando o juiz interior está em harmonia com a nossa consciência, isso é bom, porque ele quer nos proteger. Ao criar culpa, ele nos adverte de que infringimos uma regra do nosso código de edição 19 / ano 05

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MATÉRIA DE CAPA * por Shivani Verma

crenças, valores ou comportamentos. Ele nos alerta para o fato de que estamos agindo contra algo que nos é importante. Nesses momentos, é útil observar e questionar o que é real, verdadeiro, importante e até mesmo sagrado na nossa vida e para nós. Há uma diferença entre estabelecer nosso próprio código de valores ou crenças na vida, e quando nos sentimos obrigados (forçados) a obedecer a um código de crenças imposto. É importante aceitar num nível interior, o código pelo qual pensamos que devemos ser guiados e agir. Quando agimos por obrigação (compulsão), seguindo um código de crenças ou conduta que sentimos que nos foi imposto, mas não é aceito como nosso, devemos perguntar a nós mesmos porque agimos por obrigação (compulsão), nos baseando num 22

código que não aceitamos. A reflexao é: temos medo de sentir culpa se não aceitarmos códigos de conduta que nos são impostos, mesmo não concordando com eles? Quando violamos os códigos de pertencer a um grupo, família, classe social ou comunidade, geralmente nos sentimos culpados. Se essa culpa nos leva a nos questionar sobre o que é certo para a nossa consciência, progredimos em nosso crescimento pessoal e melhoramos a nossa clareza. É necessário autorrespeito e clareza sobre as crenças em que baseamos nossas vidas. Como pensamos, sentimos e avaliamos nossa jornada também precisa ser considerado. Isso nos ajuda a evitar a lacuna entre o que devemos e o que queremos fazer. Até que os “devo” e os “quero” sejam unidos, deixamos um espaço aberto para a culpa.


Shivani Verma é yogini indiana, palestrante internacional, apresentadora do programa de TV Awakening with Brahma Kumaris, tem 2,5 milhões de seguidores no Facebook, suas palestras têm 110 milhões de visualizações no YouTube e é escritora bestselling no Amazon.

Quando agimos em desacordo com aquilo que realmente sentimos que devemos fazer, surge um estado de culpa. Quando não conseguimos fazer o que queremos, quando não mantemos o que verdadeiramente acreditamos o estado de culpa tende a expandir. O querer e o dever quando entram em conflito retiram de nós a capacidade de corrigir, enxergar, esclarecer. Quando a

culpa nos adverte de que há algo a checar e estamos dispostos a gerar um diálogo interno de qualidade, estamos no caminho certo! Ficar preso a culpa e como dar desculpas sem realmente assumir responsabilidade pelos fatos ocorridos; passamos adiante a responsabilidade pelas normas estabelecidas, normas que, nesse caso, não aceitamos como nossas. * edição 19 / ano 05

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OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

Consciência que dissipa as culpas

O início da salvação é o conhecimento da culpa SÊNECA Somos culpados constantemente: pela sociedade e suas instituições coercitivas, pelos outros, por nós mesmos. Somos educados para aceitar o sofrimento, para magoar e muito pouco para o autoperdão 24

e perdoar ao outro. Também nos custa reconhecer e aceitar o peso dos erros que nos causam culpas. Sofremos demasiadamente por isso. A culpa é uma criação, um entendimento, uma coerção, um sofrimento. Seja qual for a sua razão, corrói-nos o corpo e a alma. A citação usada como epígrafe, atribuída a Sêneca, dá-nos sinais para libertar-nos da culpa. Reconhe-


cer suas razões, suas raízes, suas sombras. Estas podem ser visíveis (uma ação errada, uma infração, magoar alguém etc.) ou invisíveis e profundas, plantadas em algum momento da nossa história que ficou no inconsciente. Nossas experiências com as culpas podem ser dolorosas e infindáveis. Para lidarmos melhor com elas a seminal darmos primazia à espiritualidade em nossas vidas, ou seja cuidarmos dos nossos pensamentos, sentimentos, ações e relacionamentos, alimentando-os com a força de nossas virtudes. Como sugestão, comecemos a ter atenção nos quatro aspectos que seguem: - Compreender que a culpa por uma ação errada no passado não deveria continuar conosco. O que passou não pode ser mudado. Mas a nossa compreensão dele sim. Usar a espiritualidade para tanto diminui ou anula sua pressão sobre nós. edição 19 / ano 05

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OM VIRTUDES * por Paulo Sergio Barros

- Ser um doador de bons sentimentos e pensamentos positivos para si mesmo e outras pessoas envolvidas nas cenas da nossa história, cujas sombras ainda nos seguem. Culpas tomam as nossas energias e as dos outros. Se doamos a nossa energia espiritual, como uma mágica, as culpas desaparecerão. - A poetisa Cecília Meireles questiona: É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado? Mas é possível. Se pesquisarmos a etimologia da palavra perdoar (Latim: perdonare), veremos que está relacionado a doar. Se doamos os nossos sentimentos de estarmos ressentidos, magoados e tristes com quem praticou o ato que aceitamos como agressão, a culpa dissipa-se. Então, perdoe-se, peça perdão, aceite o perdão. - Ocupar a nossa mente com pensamentos virtuosos, poderosos e protetores de forma que nossa comunicação, ações e relacionamentos sejam assertivos, verdadeiros e inspiradores aos demais. Desse modo, diminuiremos nossos erros, mágoas e culpas.

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“A culpa é uma criação, um entendimento, uma coerção, um sofrimento. Seja qual for a sua razão, corrói-nos o corpo e a alma”

Como colocamos em prática? Isso nos requerer, vontade, disciplina, transformação de pensamentos e sentimentos, mudança relacionamentos... De onde obteremos poder para tanto? De nós mesmos, e a meditação é a força motriz que fará emergir muitos de nossos poderes intrínsecos, pois nos dá uma compreensão real do porquê das coisas, de quem nós somos, o que temos que fazer. *

Paulo Barros é educador, escritor e professor da Brahma Kumaris em Fortaleza-CE.

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OM LEVEZA * por Patrícia Schmidt Carvalho

O DHARMA E A DINÂMICA DE TRANSFORMAÇÃO DO SER Culpa, vergonha, medo e outros sentimentos de autopunição são heranças culturais que todos nós carregamos, consciente ou inconscientemente, e que modelam nossa interação com o Sagrado, ou entre nós. A ideia de Deus como Juiz, ou Pai que pune 28


os filhos com toda a sorte de desgraças e sofrimento, ou as cenas retratando o Juízo Final como um momento de sofrimento sem precedentes para a humanidade são algumas das expressões desta cultura baseada no moralismo. Vale ressaltar que quando falamos de moralismo estamos abordando um conjunto da valores que modelam uma determinada cultura ou civilização. No entanto, não existe o que se chama de valores universais, pelo simples fato de que valores são referências relativas, e variam de acordo com a época, ambiente, faixa etária, nível educacional, e uma série de outras influências externas. Logo, criar um código de conduta baseado em aspectos externos acaba fomentando uma cultura baseada em julgamento, exclusão e punição, que não tem absolutamente nenhuma conexão com a espiritualidade verdadeira.

Quando falamos de espiritualidade, falamos também do direito de cada ser humano de vivenciar a sua plenitude. Como já diz o Gênesis – “Somos feitos todos à imagem e semelhança de Deus, o Pai”. E somos todos dotados de consciência, que no íntimo desempenha o papel do nosso juiz interior. Cada vez que nos afastamos das virtudes, essas sim universais, pois presentes no âmago de cada ser humano, nossa consciência nos sinaliza, com um sentimento de desconforto interior. A questão é como respondemos à esse incômodo íntimo. Alguns simplesmente procuram calar a voz da consciência, e seguem agindo da mesma maneira, matando aos poucos essa voz interior. Outros se sentem culpados, e iniciam internamente um ciclo de autoflagelo, que simplesmente compromete sua dignidade interior. Geram pensamentos inúteis edição 19 / ano 05

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OM LEVEZA * por Patrícia Schmidt Carvalho

“Quando falamos de espiritualidade, falamos também do direito de cada ser humano de vivenciar a sua plenitude...” e negativos com relação a si mesmos, o que enfraquece e drena todo o poder espiritual necessário para empreender um processo de transformação. Com o autorrespeito comprometido, e vazios de força interna, surge um terreno fértil para a proliferação de todo o tipo de negatividade, como a raiva, a ganância, a arrogância, dentre outras. Esse vazio interior acaba gerando uma série de consequências, como dependência, apego, conflito, que por sua vez acabam por devastar a vida, a saúde e os relacionamentos. Não podemos deixar de considerar a definição de pecado – tudo aquilo que traz prejuízo, perda, primeiro para si, e depois para 30

os outros, e em consequência para o mundo. Ou seja, motivados pelo sentimento de culpa as pessoas acabam incorrendo em outras ações negativas, aumentando o débito energético da sua contabilidade existencial. Para muitos, desculpar-se com a pessoa prejudicada é apenas um ato de alívio do ego, e de fato não promove qualquer nível de transformação, mas cristaliza aquele padrão de comportamento. A terceira forma de lidar com o desconforto espiritual é quando, a partir de um estado de auto respeito, que existe naturalmente quando entendemos, cultivamos e expressamos nossas qualidades inatas, ou seja, pu-


reza, amor, paz, poder, verdade, equilíbrio, felicidade, verificamos nossas ações e identificamos todas as vezes em que nos afastamos do Dharma, a lei universal que governa a natureza e a vida, e que agrega sentido à existência humana. Em outras palavras, identifico toda a vez que me afasto daquilo que eu sou, da minha verdade, e sou levado pelas ilusões e desejos. A partir deste momento de percepção, levando em consideração a totalidade do meu ser, me empenho em um processo de transformação, de retorno à retidão. Logo, enquanto o processo

de culpa me mantém estagnado, e aprisionado ao erro cometido, através de cometer mais erros devido ao erro, a auto percepção me coloca instantâneamente em movimento, em direção ao novo, à minha origem, ao futuro. A verdadeira espiritualidade tem como objetivo nos aproximar do Divino, do Dharma, da Verdade, e gerarmos energia suficiente para sustentar esse processo, que pode durar algum tempo, uma vez que ao perdermos a nossa identidade, ao longo do eterno caminho da vida, nos esquecemos de quem nós somos, e a quem pertencemos. *

Patrícia Schmidt Carvalho é cirurgiãdentista e pratica meditação Raja Yoga há 32 anos.

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

ESCOLHENDO RESSIGNIFICAR O SENTIMENTO DE CULPA A EXPERIÊNCIA DA CULPA Vamos iniciar nossa reflexão sobre o sentimento de culpa, com a seguinte pergunta: você já se sentiu culpado alguma vez na sua vida? O que este sentimento de culpa trouxe para seus pensamentos, atitudes e sentimentos? O sentimento de culpa é frequente na sua vida, atualmente? Pare alguns minutinhos e reflita sobre os questionamentos acima. E depois, siga em frente na leitura. 32


O SENTIMENTO DA CULPA E A ESPIRITUALIDADE Quando perdemos a capacidade de lidar com o sentimento de culpa, e/ou não conseguimos nos perdoar, ou se livrar do sentimento do sofrimento e dor que ela causa, estamos vivenciando o estado de uma mente aprisionada nas emoções negativas de autojulgamento e muitas das vezes da vergonha. Neste caso, esses sentimentos, destroem a paz e a harmonia interior e o que dirá a nossa felicidade.

Mas, veja, também sabemos que cada situação pode ser percebida de vários ângulos. E o modo como você percebe e interpreta o sentimento de culpa é o resultado de como você vivencia sua vida e do seu estado mental. Sob o foco da espiritualidade, a culpa, não é um sentimento saudável, ou útil. Pela ignorância do nosso ego, podemos cometer ações e atitudes que reconhecemos, através da luz do conhecimento espiritual, não terem gerado resultados benéedição 19 / ano 05

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

ficos, nem a mim mesmo nem para as pessoas envolvidas, e/ou ao meio ambiente. E o resultado dessas ações, nos conduz a um estado de desânimo, ou a sentimentos amargos, que parecem queimar no nosso interior.

A espiritualidade, nos ensina vários caminhos, e um deles é o desapego mental, e a pacificação da mente através da autocompaixão e a compreensão de que todas as ações que cometi no passado foram, muitas das vezes, de certa forma necessárias, para que eu RESSIGNIFICANDO A CULPA compreendesse e reconhecesse a NA ESPIRITUALIDADE importância de não mais as praticar. E como posso lidar com esses Na autocompaixão, posso subssentimentos que a culpa provoca? tituir o sentimento de culpa pelo sentimento de compreensão, gratidão e perdão. A COMPREENSÃO Então, no momento em que aquelas ações foram realizadas e que resultaram em uma experiência de sofrimento a todos os presentes, ao invés de queimar na culpa, posso escolher, compreender a valiosa lição que aquele cenário da ação me mostrou.

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“A espiritualidade, nos ensina vários caminhos, e um deles é o desapego mental, e a pacificação da mente através da autocompaixão e a compreensão de que todas as ações que cometi no passado foram, muitas das vezes, de certa forma necessárias, para que eu compreendesse e reconhecesse a importância de não mais as praticar”

Talvez, se eu não tivesse sido o autor daquelas ações no passado, em algum momento futuro elas poderiam terem acontecido. Mas, sobre a luz dos ensinamentos da espiritualidade, hoje compreendo que posso agir diferente, e o que aconteceu foi benéfico de certa forma. Mas como assim benéfico? Sim, benéfico no sentido do ensinamento do que não fazer. Pois, se aprendemos com essa situação, esse momento de aprendizagem, abre perspectivas de uma luminosidade positiva na

mente, ou seja, passa a representar uma lição valiosa, de como não agir, em situações semelhantes. GRATIDÃO Na autocompaixão, posso substituir o sentimento de culpa pelo sentimento de compreensão e gratidão. Sim, de gratidão. GRATIDÃO!? Então, ao compreendermos a valiosa lição que vivenciamos, podemos deixar fluir o sentimento de gratidão. Gratidão, a cada pessoa envolvida, naquele cenário da ação, que gerou o sentimento da edição 19 / ano 05

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OM TRANSFORMAÇÃO * por Rute Freitas

culpa. Pois elas, me ajudaram a compreender o que me afasta da felicidade e harmonia da vida. Posso até mesmo, ampliar o sentimento de gratidão à todo o cenário, em que a ação foi praticada, inclusive ao meio ambiente. Ao ampliar o sentimento de gratidão a todo o ambiente, que esteve presente naquela ação, posso me harmonizar com tudo e todos. E ao mesmo tempo, que o sentimento de culpa é substituído pela gratidão, minha mente se ilumina com a positividade e alegria da vida. PERDÃO, UM CONVITE: VAMOS RESSIGNIFICAR? Quando você se perdoa, e deixa ir embora o sentimento de culpa, não apenas se afasta do peso que ela gerava, como também abre as 36

portas para a amorosidade da vida, e para a harmonia da vida. Então, você chegou quase ao final da nossa reflexão e sugestões sobre como ressignificar o sentimento de culpa. Baseado nos fatos apresentados, dedique um tempinho e volte novamente sua atenção para as perguntas do início deste artigo. Reveja as respostas, que você inicialmente escreveu. E de acordo com as sugestões mencionadas, dedique alguns minutos para reelaborar suas respostas. Desenvolva um pequeno lembrete de como você, hoje, pode ressignificar o sentimento de culpa. E na próxima vez que o sentimento de culpa surgir, consulte seu roteiro e aplique as sugestões mencionadas.


UMA CONCLUSÃO Sim, é possível as vezes, nos confundirmos, e praticarmos ações e atitudes não positivas. Mas, mesmo que eu tenha praticado estas ações, que me afastaram da harmonia e alegria da vida, eu sou um ser de paz, e sou capaz de mudar. Não importa, em que momento da vida você está, não importa o que aconteceu, lembre-se de que a espiritualidade, nos ensina os caminhos para nos transformamos e a sermos mais verdadeiros, assim como a fazermos o nosso melhor em todas as direções. Ao praticar a autocompaixão, compreender, agradecer e perdoar, consigo sair do sentimento de culpa e aplicar minhas qualidades natas para agir diferente. *

Rute Freitas é aluna de Murli e meditação da BK, matemática, mestre em Computação, especialista em Ciência da Mente e Pensamentos Positivos, PNL, terapeuta holística, voluntária da coordenação da Campanha Escolha a Calma e da executiva do Movimento Internacional da Cultura da Paz, em Campinas-SP.

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OM COMIDA PURA * por Ana Paula Paixão

Brigadeiro? Pode! Aceita um brigadeiro? E um bolo Mas, o que fazer quando não de chocolate? Que tal uma pizza? consigo manter esse equilíbrio e com isso sinto culpa? Ao nos arreSe você pensou que tudo isso não é pendermos de algo, seja com relasaudável e por isso se sente, ou já se ção a qualquer assunto, o primeiro sentiu, mal ao comer qualquer um passo é o acolhimento. Grife aí a deles, eu vou te contar um segre- segunda dica: acolha-se! O amor do: o seu corpo é capaz de absorver e a aceitação curam qualquer senpequenas quantidades desses ali- timento. O segundo passo precimentos, de vez em quando. O gran- sa ser dado para que haja transde problema está no excesso e na formação e novas escolhas sejam frequência. A primeira dica que dou tomadas no futuro. Ele é o silênhoje é: manter uma alimentação cio. No silêncio lembro da minha mais natural e saudável no dia a dia verdade, de Deus e purifico o meu para que em momentos especiais intelecto, que é responsável pelo você possa comer esses alimentos discernimento e decisões da alma. de forma mais leve e consciente. Com a percepção mais limpa, en38


tende que conseguimos mais clareza para fazermos as escolhas certas? Resumindo: se sentir culpa, acolha-se, silencie, se empodere e transforme. * E para fechar, a terceira dica é de uma receita diferente, mas saborosa e saudável. Vamos fazer um brigadeiro vegano?

BRIGADEIRO VEGANO

Ingredientes

• 1L de leite de amêndoas • ½ xícara de açúcar demerara • 1 colher (sopa) de cacau em pó • 1 colher (sobremesa) de óleo de coco • 50g de chocolate 70%

Modo de preparar Ana Paula Paixão, pratica meditação Raja Yoga há mais de 12 anos. É designer, culinarista e encantada com a natureza.

Coloque em uma panela o leite e o açúcar. Deixe ferver, em fogo alto, por uns 40 minutos. Desligue e bata essa mistura na batedeira até esfriar. Volte a mistura para a panela e acrescente o cacau em pó e o óleo de coco. Quando o brigadeiro estiver descolando da panela, desligue o fogo e acrescente o chocolate (barra ou gotas) e mexa bem. Leve para geladeira para esfriar e faça as bolinhas. Para decorar você pode passar no granulado. Prontinho!

edição 19 / ano 05

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OM ÚLTIMA PALAVRA * por Dadi Janki

ERROS

Trechos retirados do livro “Companheira de Deus”, da Editora Brahma Kumaris

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Expanda um pouco sua consciência, e os erros não mais o farão se sentir culpado. Por exemplo, se você vê sua vida como um ator interpretando seu papel, você verá uma cena se desdobrar após a outra. Cada cena que passa, tendo passado, agora acabou. A sabedoria diz: “É assim que se deve ver isso”. Deixar os fatos passados serem fatos passados é mais fácil se você lembrar que não pode mudar o passado, mas definitivamente você pode mudar o futuro. Você pode mudar aqui e agora para que um erro não se repita. A ligação com Deus lhe dá tanto poder que suas falhas podem ser apagadas. *

Dadi Janki, yogini indiana, líder espiritual da Brahma Kumaris, foi considerada pelo Instituto de Pesquisa Médica do Texas como a mente mais estável do mundo. Deixou o corpo físico e ascendeu ao mundo espiritual em 27 de março de 2020.

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MEDITAÇÕES OM LINE *

Para se reconciliar consigo mesmo

Meditação retirada do canal da Brahma Kumaris Brasil, no Youtube. Clique no ícone a cima para ouvir a meditação.


Clique na imagem na tela do tablet para ver o vídeo de apresentação da Editora Brahma Kumaris


OM line é uma revista digital para quem almeja restaurar o equilíbrio interno.

Uma publicação da Brahma Kumaris Brasil brahmakumaris.org.br/revista


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