A acupuntura no tratamento de corpo lúteo persistente em égua

FACULDADE DE JAGUARIÚNA

DÉBORA CRISTINA FERNANDES ROCHA

A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE CORPO LÚTEO PERSISTENTE EM ÉGUA – RELATO DE CASO

JAGUARIÚNA 2017

DÉBORA CRISTINA FERNANDES ROCHA

A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE CORPO LÚTEO PERSISTENTE EM ÉGUA – RELATO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Acupuntura Veterinária, apresentado à Faculdade de Jaguariúna.

Orientadora: Simões

JAGUARIÚNA 2017

Carla

Barbieri

DÉBORA CRISTINA FERNANDES ROCHA

A ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DE CORPO LÚTEO PERSISTENTE EM ÉGUA – RELATO DE CASO

Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Acupuntura Veterinária, apresentado à Faculdade de Jaguariúna.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

____________________________07/04/2017 Profa. Maria Luísa Buffo de Cápua Faculdade de Jaguariúna

___________________________07/04/2017 Profa. Maria Isabel Sousa Paiva Faculdade de Jaguariúna

DEDICATÓRIA

A meu esposo, Leandro Rocha, companheiro, cúmplice e meu amor, que sempre me incentivou e apoiou incondicionalmente para a realização dos meus ideais, ajudando-me com esforço incomparável a ingressar na pós-graduação e, consequentemente dar continuidade aos meus objetivos profissionais e também encorajando-me a enfrentar todos os momentos difíceis da vida. E que apesar de todo o sofrimento em cada despedida, nas chegadas estava me aguardando com sorrisos e abraços.

Com imenso amor e carinho, dedico este trabalho aos meus pais Ronaldo Marcelo Fernandes e Dalva da Costa Fernandes, por todo amor, carinho, caráter, ensinamentos, compreensão, apoio e contribuição para minha formação acadêmica.

Pelo exemplo de trabalho, dedicação e companheirismo que consolidaram a união de nossa família, mas principalmente pelo exemplo de amor. Sem vocês com certeza não seria o que sou e não chegaria onde estou.

Aos meus irmãos Ronaldo Marcelo Fernandes Júnior e Reginaldo Márcio Fernandes pelo cuidado e zelo que sempre tiveram comigo por ser sua única irmã e também pela paciência, amizade e incentivo.

A todos os meus amigos e familiares pelo apoio e amizade. E não poderia deixar de citar todos os animais que fizeram e fazem parte da minha história e que despertou em mim a vontade de zelar por suas vidas através da minha escolha profissional, sem eles nada disso teria significado.

Todos vocês tornaram possível a realização deste trabalho.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me proporcionado saúde, força e, principalmente fé para superar as dificuldades e por mais esse sonho e promessa concretizados. Pela Sua presença constante em minha vida e na vida de minha família.

A esta faculdade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e ética aqui presentes.

Ao ensinamento de todos os professores da pós-graduação. A minha orientadora Carla Barbieri Simões por toda a sua capacidade científica e metodológica como orientadora. Pela confiança depositada, mas principalmente pela compreensão e apoio. E também pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

Ao apoio da minha família, pelo amor, carinho e incentivo incondicional.

A todos os amigos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.

“E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou”.

(Romanos 8:30)

RESUMO

A Medicina Veterinária Tradicional Chinesa é uma das terapias capaz de auxiliar em casos de infertilidade em éguas sendo estas de qualquer origem. Trata-se de um tratamento que busca estímulos através de pontos específicos do corpo do animal promovendo a restauração, o equilíbrio e mantendo a saúde. Esses pontos cutâneos pertecem a seis pares de canais de energia, os meridianos.

O objetivo deste trabalho é apresentar como o tratamento de corpo lúteo persistente em éguas com o auxílio das técnicas utilizadas na Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, além de não dispender de muitos recursos, demonstra ter resultados bastante positivos podendo melhorar os índices reprodutivos em plantéis.

Foi realizado atendimento clínico em uma égua Quarto de Milha de doze anos de idade, durante o período de estação de monta entre os meses de julho à dezembro de 2016 na Fazenda Santa Elisa, na cidade de Brotas-SP, com histórico de infertilidade. Após realização de avaliação clínica da égua foi possível identificar a presença de corpo lúteo persistente em folículo direito e, assim foi dado incío ao tratamento com acupuntura com êxito ao final de três meses.

Palavras-chave: MVTC; infertilidade; diagnóstico; tratamento; éguas

ABSTRACT

The Traditional Chinese Veterinary Medicine is one of the therapies able to assist in cases of infertility in mares being these of any origin. It is a treatment that seeks stimuli through specific points in the animal's body promoting restoration, balance and maintaining health. These cutaneous points belong to six pairs of energy channels, the meridians.

The objective of this work is to present how the treatment of persistent corpus luteum in mares with the help of the techniques used in the Traditional Chinese Veterinary Medicine, in addition to not having many resources, demonstrates to have very positive results, being able to improve the reproductive indices in plants.

Clinical care was performed in a twelve-year-old quarter-mare mare, during the mating season between July and December 2016 at Santa Elisa Farm, in the city of Brotas, Brazil, with a history of infertility. After the clinical evaluation of the mare, it was possible to identify the presence of persistent corpus luteum in the right follicle and, thus, was successfully treated with acupuncture at the end of three months.

Keywords: MVTC; infertility; diagnosis; treatment; Mares

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Corpo lúteo persistente ............................................................................ 17 Figura 2 – Ovário direito multifolicular. ...................................................................... 18

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

MVTC

Medicina Veterinária Tradicional Chinesa

TCVM

Traditional Chinese Veterinary Medicine

VC

Vaso da Concepção

VG

Vaso Governador

B

Bexiga

R

Rim

BP

Baço Pâncreas

ml

Mililitro

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................... 13 2.1 Etiologia e Patologia da Infertilidade na MVTC............................................................................... 13 2.2 Tipos de Alterações do Sistema Reprodutor na MVTC .................................................................. 14 2.2.1 Deficiência do Qi do Rim .............................................................................................................. 14 2.2.1.1 Sinais Clínicos ............................................................................................................................ 14 2.2.1.2 Diagnóstico ................................................................................................................................ 15 2.2.1.2 Tratamento................................................................................................................................ 15 3 RELATO DE CASO CLÍNICO .................................................................................................................. 16 4 DISCUSSÃO ......................................................................................................................................... 18 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................................... 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................. 21

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1 INTRODUÇÃO

O tratamento de cavalos com o uso da acupuntura foi determinado devido sua relevância em uma economia fundamentada por guerras e agricultura. Na Medicina Veterinária Tradicional Chinesa os órgãos internos, Qi-Xue, os meridianos correspondentes ao sistema reprodutor pertencem a um complexo de funções cooperativas dando origem as atividades reprodutivas (ARAÚJO, 2014).

A infertilidade ocorre de acordo com afecções do ovário e útero como nos casos de anestro por ovário quiescente ou por persistência do corpo lúteo, estro irregular, folículos anovulatórios e estro silencioso. De acorodo com a MVTC as causas ligadas ao sistema reprodutor podem ter origem no rim, fígado, vaso da concepção e vaso penetrante (XIE; PREAST, 2011).

Existem três padrões distintos que explicam essas alterações no sistema reprodutor das éguas de acordo com a MVTC: deficiência de Qi do rim, deficiência de Yin do rim-fígado e estagnação de Qi-sangue (XIE; PREAST, 2011).

Pela Medicina Tradicional Chinesa quando ocorre alguma alteração num indivíduo saudável este passa a apresentar um desequilíbrio entre Yin e Yang podendo ser tanto por excesso (“Síndrome Shi”) ou deficiência (“Síndrome Xu”) de ambas energias (KLIDE; KUNG, 1977) (MANN, 1982) (SUMANO; LÓPEZ, 1990) (WENBU, 1993).

De acordo com os aspectos identificados através destes desequilíbrios é possível um diagnóstico e posterior tratamento. Para isso o excesso precisa ser equilibrado através da sedação e a deficiência necessita ser tonificada e, assim retomar o equilíbrio e/ou a saúde do indivíduo (KLIDE; KUNG, 1977) (MANN, 1982) (SUMANO; LÓPEZ, 1990) (WENBU, 1993).

A persistência de corpo lúteo está ligada a deficiência de Qi do rim podendo apresentar anestro, fraqueza, baixa performance, escore corporal ruim, inchaço, dentre outras manifestações clínicas importantes para o diagnóstico segundo a MVTC (XIE; PREAST, 2011).

Infelizmente, estudos para a utilização de terapias com custo reduzido e bons resultados na Medicina Veterinária relacionadas à fertilidade ainda é bastante escasso. Porém no que diz respeito a terapias alternativas como no caso da acupuntura, os tratamentos das afecções do trato reprodutivo em éguas tem

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aumentado por apresentar redução no uso de hormônios e, consequente alto custo com biotecnologias reprodutivas e, assim incentivando esse trabalho (ARAÚJO, 2014).

Contudo objetiva-se descrever as características segundo a Medicina Veterinária Tradicional Chinesa do corpo lúteo persistente como causa comum de infertilidade em éguas e relatar um caso clínico da possibilidade de tratamento através da acupuntura para o sucesso da luteólise.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Etiologia e Patologia da Infertilidade na MVTC

De acordo com a MVTC, o sistema reprodutor necessita apresentar uma excelente relação entre os órgãos internos. Os órgãos do sistema reprodutor, o Qi e o sangue principais para a vida e também os meridianos rim, baço/pâncreas, fígado e coração que suprem o útero, o feto, a placenta, os ovários, as glândulas mamárias em lactação Lin; Chen; Wu (1999) e Ferreira (2003). Dessa maneira, a causa primária para o aparecimento de afecções ligadas ao aparelho reprodutor seriam o surgimento de deficiências ligadas a órgãos ou vias energéticas que possam interferir no suprimento de Qi e sangue aos órgaos reprodutores (COSTA; BOTTECCHIA; SILVA, 2008).

Conforme os autores Lin; Chen; Wu (1999) e Ferreira (2003) além de razões estabelecidas, alterações sistêmicas compreendendo órgãos, mudanças hormonais ligadas ao eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal geram infertilidade.

Segundo Xie; Preast (2011) a essência do rim (Jing) determina a germinação e o crescimento folicular e o Qi fornece a força para a ovulação, assim o rim governa o útrero e os ovários e é também o órgão mais ligado ao canal do vaso da concepção. O fluxo normal do estro dado pelo fígado fornece sangue para suprir o útero e tecidos genitais. No útero nasce o vaso da concepção (VC) ou “mar de todos os Meridianos Yin”, onde se une com os demais meridianos Yin recebendo e regulando o Qi para ajudar nas funções reprodutivas.

No útero nasce o vaso penetrante que junto com o VC, VG e os 12 meridianos regulares formam o “mar do sangue”. Sua função é preservar o Qi e o sangue dos 12 meridianos e regular as funções de fertilidade e estro. O fígado é o órgão mais ligado ao vaso penetrante (XIE; PREAST, 2011).

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2.2 Tipos de Alterações do Sistema Reprodutor na MVTC

De acordo com Xie; Preast (2011) e Araújo; Araújo (2010) são três os tipos de alterações do sistema reprodutor segundo a Medicina Veterinária Tradicional Chinesa, são elas: 

Deficiência de Qi do Rim ou Deficiência de sangue;



Deficiência de Yin do Fígado-Rim ou Umidade no aquecedor inferior;



Estagnação de Qi e Sangue do Fígado ou Estagnação de Qi Essas diferenciações de padrões sobre infertilidade abordam afecções de

ovários e útero com seus respectivos sinais clínicos e diagnósticos pela MVTC (XIE; PREAST, 2011) (ARAÚJO; ARAÚJO, 2010).

A persitência de corpo lúteo em éguas é uma das afecções que causam infertilidade e de acordo com a Medicina Veterinária Tradicional Chinesa é um sinal clínico de deficiência de Qi do Rim (XIE; PREAST, 2011).

2.2.1 Deficiência do Qi do Rim

2.2.1.1 Sinais Clínicos

Xie; Preast (2011) descrevem que a égua pode apresentar os seguintes sinais: 

Anestro, diestro prolongado, folículos anovulatórios, estro silencioso ou ciclo estral irregular;



Leucorréia em pouca quantidade e rala;



Emagrecimento, emaciação, depressão;



Fraqueza, baixa performance;



Dorso (principalmente na região do Bai-hui) e extremidades dos membros frios;



Língua pálida com saburra fina;



Pulso profundo e fraco.

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2.2.1.2 Diagnóstico

Segundo Klide; Kung (1977), Mann (1982), Sumano; López (1990) e Wenbu (1993) o diagnóstico pode ser dado de acordo com as particularidades das Síndromes Yin e Yang.

Os autores Xie; Preast (2011) relatam que de acordo com a MVTC essas alterações estão relacionadas ao padrão de deficiência de Qi do rim, ou devido ao dorso frio deficiência de Yang do rim. A reprodução ocorre através do rim que armazena a essência. O Qi do rim recebe essa função e quando deficiente afeta diretamente a função reprodutora levando a infertilidade como nos casos de ovários inativos, atrofiados, ausência de crescimento folicular, corpo lúteo persistente, estro silencioso e diestro prolongado.

2.2.1.2 Tratamento

Para o tratamento, Xie; Preast (2011) indicam: 

Tonificar o rim e aquecer o Yang;



Equilibrar os meridianos vaso penetrante e VC;



Agulha seca ou aquapuntura: VC-4, VC-6, R-7, B-26;



Eletroacupuntura: 20 Hz 10 minutos e mais 10 minutos em 80-120 Hz nos pontos Bai-hui + VG-1, Yan-chi + Shen-peng, Shen-shu (B-23) bilateral, VG-3 + VG-4 e B-24 bilateral.

Segundo os autores Xie; Preast (2011) para tonificar e fortalecer o Qi do rim é

indicado tratamento dos pontos VC-4, VC-6, R-7 e B-26. Já para aquecer o Yang e tonificar o rim usam-se Bai-hui, VG-3, VG-4 e VG-1. O principal ponto para infertilidade é o Yan-chi. O Shen-shu (B-23), Shen-peng e B-24 são utilizados na tonificação do Qi do rim.

Já Lin; Chen; Wu (1999), também cita o VG-2 (Weiken) e o B-25 além dos citados por Xie, Preast (2011) como pontos de eleição para o tratamento da aciclicidade ovariana por motivos adversos. Também relata que num animal hígido é

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suficiente a eletroestimulação no Bai-hui e VG-2 ou aquapuntura com vitamina B12 no B-23 e B-25.

3 RELATO DE CASO CLÍNICO

Em 01/09/2016 foi atendida uma égua, Quarto de Milha, de doze anos de idade, com queixa de infertilidade e sinais compatíveis com possível deficiência de Qi do Rim por apresentar no exame clínico anestro, tanto dorso quanto parte distal dos membros frios à palpação, língua pálida e com leve presença de saburra.

Estava com potro ao pé, não apresentou cio do potro, animal sem histórico relevante de afecções uterinas, hígida, com escore corporal dentro do ideal e recebendo aporte nutricional dentro dos padrões. O animal pariu uma potra saudável. Segundo dados relativos a este animal este seria o segundo ano intercalado em que demonstra dificuldade em apresentar atividade folicular e/ou cio. À palpação retal com auxílio de ultrassonografia foi possível identificar corpo lúteo persistente em ovário direito, conforme ilustrado na Figura 1. Já havia sido instituido tratamento com Cloprostenol Sódico (agente luteolítico) na dose de 0,25ml/animal a cada doze horas, durante sete dias, porém não sendo identificados sinais de luteólise ou regressão do corpo lúteo.

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Figura 1 – Corpo lúteo persistente localizado no ovário direito da égua.

Fonte: Arquivo Pessoal

Em 12/09/2016 foi instituido tratamento com acupuntura com base na deficiência de Qi do Rim afim de tonificar o rim e aquecer o Yang e, assim equilibrar os meridianos Chong e Ren. Eram realizadas sessões semanais e, logo após o término palpação retal para avaliação ovariana através de ultrassonografia. Os pontos utilizados para tratamento foram: VC4, VC6, R-7 e B-26 com agulha seca para tonificar o Qi e fortalecer o rim, VG3 + VG4, Bai-hui + VG1 com eletroacupuntura, sendo 10 minutos com 20 Hz e mais 10 minutos com 80-120 Hz para aquecer o Yang e tonificar o rim e também o mesmo protocolo de eletroacupuntura no B-24 bilateral para tonificar o Qi do rim e Yan-chi (ponto utilizado principalmente para infertilidade), Shen-shu (B-23) e Shenpeng também para tonificar o Qi do rim, todos com moxabustão.

Após vinte e um dias do início do tratamento foi possível verificar luteólise do corpo lúteo persistente. E em 07/10/2017 verificou-se a presença de múltiplos folículos medindo de 5mm a 15mm em ovário direito, conforme ilustrado na Figura 2.

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Figura 2 – Ovário direito multifolicular.

Fonte: Arquivo Pessoal O animal foi liberado das sessões de acupuntura, mas infelizmente não foi possível dar continuidade nas palpações e posteriores análises de crescimento folicular para uma possível futura inseminação artificial, pois o plantel passou por dezoito óbitos de potros por infecção de Rodococcus equi e Salmonella tornando-se desnecessário arriscar a vida de outro potro.

4 DISCUSSÃO

Na espécie equina não existem muitos trabalhos à respeito de acupuntura para tratamento de desordens reprodutivas. Por isso, o ponto de assentimento do rim por também controlar o sistema reprodutor, Shen-shu (B-23) foi utilizado no tratamento (MANN, 1982) (BASTOS, 1993).

Outro ponto utilizado foi o Bai-hui além de outros pontos também indicados para o tratamento da infertilidade ligada a deficiência de Qi do rim (XIE; PREAST, 2011) (KOREMATSU et al., 1993) (ZHONGJIE et al., 1993) (SUMANO; LÓPEZ,

19

1990) (HERNANDEZ et al., 1989) (GILCHRIST, 1988) (PINEDA BERMUDEZ PÉREZ,

1987)

(VASQUEZ,

1986)

(BRIÑAS,

1986)

(HUANG

DOBSON

FITZPATRICK, 1986) (MALVEN BOSSUT DIEKMAN, 1984).

Segundo Wenbu (1993) e Costa, et al. (2000) o Bai-hui juntamente com o She-shu (B-23) seriam recomendados para simplificar o tratamento sem a necessidade de outros pontos, porém neste trabalho foi escolhido seguir a estratégia de tratamento proposta por (XIE; PREAST, 2011).

De acordo com Bastos (1993) a eletroacupuntura dispende um menor tempo de tratamento além de outros benefícios em comparação ao uso de agulhas secas.

O tratamento utilizado para esse caso teve por base o citado por Xie; Preast (2011) para tratamento da deficiência de Qi do rim a fim de tonificar o rim e aquecer o Yang e equilibrar os meridianos Chong e Ren. Com relação ao tratamento proposto na égua, a luteólise após a primeira sessão ocorreu em vinte e um dias de tratamento, mas por motivos de eventuais riscos à potra que estava em período de amamentação não foi possível dar continuidade e saber se a atividade folicular permaneceria ao ponto de apresentar cio e, assim ser inseminada gerando uma possível futura prenhez.

Conforme Costa et al. (2000) o surgimento de cio pode ocorrer após o primeiro tratamento com acupuntura em média de três a dez dias. Tendo em vista que no sudeste o período de estação de monta ocorre de outubro a janeiro segundo Andrade (1983) é nesses meses que é evidenciado a maior atividade ovariana nas éguas (COSTA et al., 2000). Segundo McKinnon, Voss (1994) relatam o aparecimento do cio em éguas após uma transição entre as estações de inverno e primavera. Podendo variar de seis a oito semanas nessa transição há chances de um irregular crescimento folicular e com meses de duração comprometendo dessa forma a resposta ao tratamento de acordo com cada indivíduo.

O equilíbrio do organismo com a acupuntura demonstrará uma resposta, o cio, de acordo com cada animal (COSTA et al., 2000).

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A MVTC demonstra ser uma excelente terapia para os mais diversos problemas do sistema reprodutor, assim como auxiliar no diagnóstico de alterações nos órgãos pertencentes a atividade reprodutiva das éguas com exceção de casos em que ocorrem deformidades congênitas e neoplasias. É importante relevar que foi alcançada a luteólise de corpo lúteo persistente na égua tratada com queixa de infertilidade e que esta precisava ser acompanhada para que pudéssemos garantir o crescimento folicular e, posterior inseminação artificial e prenhez.

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