BIO 263 - Maio 2019

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Maio de 2019 | Ano XXX

No 263

Pela intercessão de Maria,

celebramos 30 anos de Evangelização PÁG. 06

NOTÍCIAS

PAPA

SAV

Conchita Cabrera é considerada beata

Dia Mundial de Oração pelas vocações

Vocação Matrimonial

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EDITORIAL

BIO

Caro leitor...

A Igreja de Osasco se reúne para a celebração da Missa da Unidade

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este Jubileu de Pérola da nossa Diocese de Osasco estivemos reunidos em Aparecida – na Romaria Diocesana ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida no dia 01 de maio – elevando um hino de ação de graças, semelhante ao Magnificat da Virgem Maria, para comemorar os trinta anos de evangelização. Trata-se de voltar às raízes, apresentar a todos a rica história que foi sendo construída no decorrer desses anos como fonte de verdadeira felicidade no testemunho de evidenciarmos o Reino de Deus na pujança pastoral de nossa querida Igreja Particular de Osasco. Em cada paróquia e comunidades, pastorais, movimentos e associações; incansavelmente estão dispostos como os apóstolos de levar a todas as pessoas o Cristo Ressuscitado. Onde está o Cristo Ressuscitado? Eis a pergunta que continua a ecoar pelas nove regiões da diocese. São tantas as procuras que inquietam o homem. A realidade parece confusa, esfumaçada, cheia de labirintos... Estamos perdidos e qual será o rumo certo? Nuvens e tempestades obscurecem o Cristo Ressuscitado – luz para nossos caminhos – não enxergamos o seu brilho. Eis que nos céus de Aparecida, todos os olhares de nosso povo percebem novamente o brilho de alegria da Ressurreição que nos levará ao encontro com Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida. Cada família, que vieram de todas as paróquias e comunidades de nossa diocese jubilosa, não satisfeitos com o vazio existencial do dia a dia, somado as várias contradições evangélicas no mundo tais como a violência, as desigualdades sociais, procuram incansavelmente uma direção. Estiveram em Aparecida, graças ao brilho do Ressuscitado, que ao meio da escuridão da angústia cotidiana aparece para os corações cansados da ilusão de felicidade. Nossa Mãe Aparecida apresenta o caminho certo, e nos ensina o quanto é bom viver a euforia de traçar rumos novos que darão um sentido pleno para vida, renascida pela gloriosa ressurreição de seu Filho – Nosso Senhor Jesus Cristo. Comemorando os trinta anos de nossa Diocese, cabe-nos oferecer os melhores presentes que estão expressos nas preciosas contribuições de cada um dos gestos de testemunhos e realizações que experimentamos nesses 30 anos de evangelização. Fomos para agradecer, e a mãe Aparecida nos apresenta seu Filho, que nos preenche de algo essencial: a sua própria vida. Por isso, somos chamados a sermos discípulos e missionários, para continuar a irradiar em todos os lugares essa plena alegria de propagar vida em abundância em todos os lugares. Pe. Henrique Souza da Silva Assessor eclesiástico do BIO

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Marcia Alves - Pascom Catedral

Clero Diocesano de Osasco

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a noite da quarta-feira (17/04) a Diocese de Osasco reuniu centenas de fiéis na Catedral Santo Antônio para a celebração da Missa da Unidade, também conhecida como a Missa dos Santos Óleos. A cerimônia foi presidida pelo bispo diocesano Dom João Bosco, com a presença de Dom Ercílio Turco – bispo emérito, e do clero diocesano. Nesta missa são abençoados os óleos dos enfermos e dos catecúmenos e consagrado o óleo do Santo Crisma. O óleo do Crisma é usado, também, nas missas de ordenações sacerdotais e na consagração de igrejas e altares. Um dos ritos mais significativos da celebração é o momento da renovação das promessas sacerdotais, quando todo o clero renova o compromisso do Sagrado Ministério, assumido perante o bispo no dia da ordenação. Por fim, em sinal de obediência, comunhão e unidade, os sacerdotes saúdam o bispo diocesano. Em sua homilia, Dom João Bosco destacou a fidelidade exigida no exercício do sacerdócio, que ultrapassa os compromissos de uma vida superativa vivida pelos pa-

dres. “Não a fidelidade formal de cumprir compromissos… além desses compromissos; a fidelidade do nosso coração”, frisou. “Vamos levar nos olhos essa alegria de ter sido escolhidos para ser santos”, continuou o bispo. E fez aos sacerdotes o convite de levar às suas comunidades esse testemunho “que brota da unção do Espírito Santo que recebemos”. Após a missa, os óleos foram distribuídos aos sacerdotes para serem utilizados, pelas paróquias, nas celebrações dos sacramentos durante todo o ano. Meire Elaine de Souza Redação BIO Felipe Gazoli – Pascom Diocesana

Bênção e Consagração dos óleos

Boletim Informativo de Osasco Diretor Geral: D. Frei João Bosco B. de Sousa, OFM Assessor Eclesiástico: Pe. Henrique Souza da Silva Moderadora: Ir. Letícia Perez, MJS Supervisão: Pe. Ricardo Rodrigues Secretária Executiva: Meire E. Souza Revisão: Walkyria Aparecida do Rosário Jornalista: Daniela Nanni Colaboração: Pe. Miguel Ochoa, Diác. Carlos Augusto Andrade, Diác. Thiago Jordão da Silva, Sem. Robison Fernandes, Sem. Vitor Mateus Kano, Angela Cristina e Wilson E-mail: bio@diocesedeosasco.com.br

Diagramação: Bruna Aparecida Rocha Tiragem: 13.000 exemplares Impressão: Jornal Última Hora do ABC: (11) 4226-7272 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Cúria Diocesana de Osasco Rua da Saudade, 60, Vila Osasco CEP: 06080-000 - Osasco/ SP Tel: (11) 3683-4522 | (11) 3683-5005 Site: www.diocesedeosasco.com.br Maio 2019


VOZ DO PASTOR

BIO

Missionários extraordinários, ciclones e uma Igreja em saída missionária

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stamos ligados à Diocese de Pemba, seja afetivamente, pela amizade com Dom Luiz Fernando Lisboa, seja efetivamente, pelo projeto do nosso Regional Sul 1, que mantém a presença de missionários, padres, religiosos e leigos, a serviço daquela Igreja e do povo moçambicano. Por isso mesmo ficamos especialmente abalados com as notícias de Dom Luiz: a passagem do Ciclone Kenneth, o segundo em pouco mais de um mês, causando uma grande destruição de casas, destelhando igrejas, atingindo escolas, hospitais e deixando mortos e desabrigados.

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Ainda não temos o total de perdas humanas porque algumas áreas estão sem comunicação. As perdas materiais são incalculáveis. Há Distritos em que a destruição chegou a 90%. A cidade de Pemba teve alagamentos em todos os bairros, com muita destruição. Contamos com as vossas orações e solidariedade.” Dom Luiz Fernando de Lisboa

A ajuda humanitária emergencial tem chegado, segundo dom Luiz, nesses dias difíceis, porém, a reconstrução será lenta e penosa, impossível de se fazer com os recursos já diminutos da Diocese. Por isso lançamos a campanha solidária e missionária “Osasco Abraça Pemba” para facilitar aqueles que puderem ajudar os irmãos de lá. Cada Paróquia irá receber as doações, de 1 a 31 de maio, e encaminhar a Moçambique pela Caritas Nacional. Porém o nosso espírito missionário não pode ser apenas extraordinário e emergencial. A Campanha se insere num contexto missionário abraçado por toda a Igreja que se descobre essencial e permanentemente missionária. Temos diante de nós a proposta do Papa Francisco de realizar em todo o mundo, no mês de outubro, um Mês Missionário Extraordinário (o MME), do qual ele próprio escolheu o tema “Batizados e Enviados – A Igreja de Cristo em Missão no Mundo”. Convido-os a ler a carta do Santo Padre em que ele convoca a Igreja para este outubro especial, e irão perceber que não se trata do mês missionário que celebramos todos os anos, mas de um novo olhar para a missão da Igreja, Maio 2019

que deve ser vivenciado em todas as dimensões da vida cristã, entendendo que o mandato do Senhor “Ide por todo mundo e proclamai o Evangelho” não é opcional para a Igreja, mas sim “uma obrigação imprescindível, porquanto a Igreja é, por sua natureza missionária”. Francisco dizia que a atividade missionária “representa o mais importante desafio da Igreja, e deve ser a primeira de todas as causas”. “Constituamo-nos em permanente estado de missão”. São palavras da Evangelii Gaudium. Aquilo que o Papa Francisco escreveu em seu primeiro documento como pontífice, continua parecendo a ele inadiável,

para que a Igreja não caia vítima de uma espécie de introversão eclesial. Foi ainda como Cardeal Arcebispo de Buenos Aires que o Papa Francisco viveu a experiência de redigir o Documento de Aparecida, em que os bispos repropõem a Missão Continental como caminho da nossa Igreja. Bebendo da mesma fonte, a Igreja no Brasil tem agora as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora que fazem eco a esta mesma necessidade de evangelizar, de sair em missão.

Vamos nos preparar para o Mês Missionário Extraordinário

Não podemos deixar para a última hora nem reduzir tudo a uma simples coleta pelas Missões que nos deixaria “quites” com o Dia Mundial das Missões, mas nem de longe atenderia ao desejo do Papa. A preparação já começou. Estudar com os leigos os documentos que já estão disponíveis sobre o tema, para que conheçam a motivação do MME, dará mais solidez as ações missionárias. A Congregação para a Evangelização dos Povos publicou um subsídio que pode ser utilizado por ca-

pítulos, num programa de formação para ministros, catequistas, coordenações dos movimentos paroquiais. A CNBB tem também publicações que ajudarão nessa tarefa de formar a equipe paroquial. A Paróquia não tem um COMIPA? Aproveite a ocasião para formar um grupo encarregado de animar a Ação Missionária paroquial. Os grupos de novena, aqueles que se formam sobretudo no Advento e na Quaresma, podem ser motivados extraordinariamente para conhecer, meditar e rezar pela missão. O COMIDI, através dos Conselhos Regionais (COMIR’s), pode garantir para todas as regiões e paróquias, o material de outubro, preparado pelas Pontifícias Obras Missionárias. O mesmo COMIDI preparou um retiro aberto a todas as lideranças missionárias paroquiais, dia 25 de maio, que terá como tema “A Espiritualidade do MME, Batizados e Enviados”. Em vista da animação do MME, acontecerá um “encontrão” no dia 24 de agosto. No espírito da proposta do Santo Padre, o Seminário realizará em julho a “Semana Missionária” em Jandira, e o Conselho Diocesano já prepara a “Jornada da Confiança” que se segue à Ação Missionária dos seminaristas. Tanto os membros do COMIDI como os seminaristas do COMISE estarão à disposição para assessorar os encontros regionais de pastorais e de paróquias.

Vamos divulgar as ações missionárias que fazemos

Divulgar não é autopromoção, é testemunho. Pode ajudar outros a ter boas ideias missionárias. Paróquias que estão realizando ações missionárias em cada comunidade, Regiões que estão retomando o programa lançado nas visitas pastorais, crianças da Infância Missionária, ou

Imagem da Internet

Dom Luiz Fernando Lisboa

grupos de Jovens em missões nas escolas, catequistas que se organizam para visitar as famílias dos catequizandos, comunidades que aproveitam a festa do padroeiro para fazer a novena nas casas, estas e outras ações, precisam ser conhecidas. Um desafio aos grupos de Pascom: coloquem num pequeno vídeo o relato da Ação Missionária, editem com imagens simples, e no final uma vinheta: Batizados e enviados – MME 2019. Vamos ver se cada Pascom consegue ao menos um vídeo por Paróquia. E se na Paróquia não houver nenhuma ação para fazer um vídeo? Aí é preciso refletir bem se estamos mesmo na Igreja de Cristo, missionário do Pai.

Vamos multiplicar as boas ações missionárias

“É transmitindo a fé que ela se fortalece”, diz Francisco. O Mês Missionário Extraordinário é apenas um passo. Deve deixar de ser mês e deixar de ser extraordinário. Não pode ser extraordinário e nem ocasional o respirar, o comer, o amar. A vida missionária deve impregnar todas as ações da Igreja. Cada movimento se pergunte: nosso grupo é missionário? Como pode ser ainda mais? Nossa atividade pastoral é missionária? Como pode ser ainda mais? Nosso tempo, nossos recursos, são aplicados na missão? Como pode ser ainda mais? A Campanha “Osasco abraça Pemba” é passageira, pois emergencial. Seja feita com consciência e caridade missionária. Mas como seria bom para nossa diocese se visitada por um “ciclone missionário” que nos tirasse os telhados da “introversão eclesial” para nos colocar em permanente “saída” missionária! Dom João Bosco, ofm Bispo Diocesano de Osasco Instagram: @d.freibosco 3


TESTEMUNHO DE FÉ

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Santa Paulina: devotos comemoram os 17 anos de canonização da 1ª Santa Brasileira “Ó Santa Paulina, que puseste toda a confiança no Pai e em Jesus e que, inspirada por Maria, decidiste ajudar o povo sofrido, nós te confiamos a Igreja que tanto amas, nossas vidas, nossas famílias, a Vida Consagrada e todo o povo de Deus”.

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la foi beatificada em 1991 pelo Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil, e canonizada em 19 de maio de 2002. Madre Paulina, a 1ª santa brasileira, foi fundadora da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Mulher humilde, de muita fé e grandes ideais, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus deixou as marcas do ardor missionário, da ousadia profética, da solidariedade e da ternura, de modo especial, com os pobres e abandonados. Várias instituições de ensino e projetos sociais frutificaram das obras de Santa Paulina e estão espalhados pelo Brasil levando a Palavra de Deus, nas áreas de educação, hospitalidade, centros de terapias e assistência social. A trajetória de Santa Paulina em terras brasileiras Amábile Lucia Visintainer (16/12/1865 – 9/07/1942) nasceu no norte da Itália e chegou ao Brasil com apenas 10 anos. Seus pais eram cristãos devotos e muito pobres. Foi esta precária situação financeira que motivou a família a emigrar para o Brasil, em 1875. Eles se estabeleceram no estado de Santa Catarina, em uma comunidade italiana chamada Nova Trento, adquirindo a nacionalidade brasileira. Desde a adolescência, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus mostrou sua intensa devoção à igreja e à caridade. Catequizou crianças e cuidou de pessoas doentes em uma pequena cabana, em terreno doado por um barão. O dia 12 de julho de 1890, então, é considerado a data de fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, a primeira congregação feminina fundada no Brasil. O apostolado das irmãs atraiu muitas vocações. Além de suas obras de caridade, também tinham uma pequena indústria de seda para superar as dificuldades econômicas. Aos 38 anos, Madre Paulina foi convidada a se mudar para São Paulo. Estabeleceu-se no bairro do Ipiranga, onde fundou a obra “Sagrada Família” para acolher os ex-escravos e seus filhos. Em 1938, teve diabetes e o seu estado de saúde se agravou, resultando na perda de visão e na amputação do seu braço direito. Madre Paulina faleceu piedosamente em 9 de julho de 1942, aos 76 anos de idade. Memorial Santa Paulina no bairro paulistano do Ipiranga Sediado no bairro do Ipiranga, o Memorial Santa Paulina é dedicado as suas obras, local onde passou os últimos 24 anos de vida. O museu, abriga seus restos mortais, foi organizado na década de 1980, em comemoração ao 1º centenário da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. 4

frutar de momentos de muita paz e tranquilidade.

Imagem de Santa Paulina no seu Santuário, em Nova Trento (SC).

Os objetos, textos e espaços ali encontrados traduzem um pouco da tradição, dos usos e costumes, devoções e personagens que marcaram a trajetória de Santa Paulina e das Irmãzinhas. Aberto para a visitação do público, o Memorial Santa Paulina conta com 10 espaços para apreciação, entre eles: “Eu vim para servir” e “Aqui morreu Santa Paulina”. Santuário Santa Paulina na cidade catarinense de Nova Trento Após a beatificação de Madre Paulina, em 1991, peregrinos de todo o país começaram a visitar o bairro de Vígolo, em Nova Trento, terra onde Santa Paulina começou a obra da Imaculada. Com o fluxo cada dia maior de pessoas, a criação de uma infraestrutura adequada para receber os peregrinos tornou-se uma urgência. Foi aí que as Irmãzinhas resolveram construir o Santuário, em outubro de 2003, obra que demorou exatos 924 dias para ser finalizada. Com uma beleza arquitetônica exuberante, o Santuário está inserido em um parque ecológico muito rico em fauna e flora. O complexo oferece ao devoto uma estrutura de qualidade com restaurante, hospedagem e loja de lembranças, que possibilita, a todos aqueles que visitam o Santuário, des-

Uma Santa para o nosso tempo Não são poucos os testemunhos de fé em torno dessa devoção. O 1º milagre, atribuído a Santa Paulina e reconhecido pela Igreja, aconteceu na cidade de Imbituba, no sul de Santa Catarina. O milagre aconteceu no Hospital São Camilo, mantido pelas irmãs da Imaculada Conceição. Uma jovem no 7º mês de gestação, depois de ter sofrido 2 abortos espontâneos, soube que seu filho já estava morto há pelo menos 3 meses dentro de seu ventre e precisou fazer uma curetagem de urgência. Durante o difícil procedimento e já desenganada pelos médicos, as irmãs da Imaculada Conceição rezaram para Madre Paulina e tiveram seu pedido prontamente atendido. No dia seguinte, milagrosamente, seu quadro clínico foi revertido e ela estava fora de perigo. Já o segundo milagre comprovado ocorreu com uma menina, de Rio Branco no Acre. Ela nasceu com má formação cerebral e no 5º dia de vida foi submetida, embora anêmica, a uma cirurgia. Depois de 24 horas, apresentou crises convulsivas e parada cardiorrespiratória. Foi, então, que a avó da menina rezou à Madre Paulina e ela logo se recuperou. A cura foi atestada pelo Santo Padre e, no dia 19 de maio de 2002, o então Papa João Paulo II canonizou Santa Paulina, reconhecendo suas virtudes em grau heroico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras. Na Diocese de Osasco, a devoção a Santa Paulina também está presente. Pertencente à Paróquia Santa Edwiges, de Carapicuíba, a Comunidade Santa Paulina tem missa em homenagem à Santa, todo dia 9, às 20h. Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus, rogai por nós! Dani Nanni Redação BIO

Santuário Santa Paulina, em Nova Trento (SC). Maio 2019


NOTÍCIAS

BIO

Conchita Cabrera é declarada beata Beata Concepción Cabrera de Armida Leiga, mística, apóstola México, 1862-1937

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oncepción Cabrera de Armida -Conchita-, declarada beata em 04 de maio de 2019, foi inspiradora da Espiritualidade da Cruz e da Família da Cruz, presente em nossa diocese por meio das Missionárias de Jesus Sacerdote e dos Missionários do Espírito Santo. Ela foi uma mulher do seu tempo, que viveu intensamente o seu estado de vida, e fica próxima de nós como modelo de leiga, mística e apóstola. Para entendermos a sua contribuição à espiritualidade, é preciso adentrarmos no seu perfil humano-espiritual. Ela nasceu na cidade de San Luis Potosí, México, em 08 de dezembro de 1862, numa família católica. Foi a sétima de doze filhos e batizada dois dias após o seu nascimento. Desde pequena, ela foi alegre e brincalhona, gostava

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de estar com seus irmãos e irmãs. Foi formada espiritualmente pelo seu tio sacerdote, o pe. Luis Gonzaga Arias. Os seus pais infundiram nela o amor pela oração. Por causa da perseguição religiosa no México, ela conseguiu estudar na escola das Freiras da Caridade apenas seis meses. Depois, teve professores particulares em casa. A sua infância transcorreu entre a cidade e as fazendas da sua família, onde ela teve contato com a natureza e com os simples camponeses; aprendeu a tocar piano, cantar, administrar a casa, cozinhar, bordar, montar a cavalo e a semear. Na sua juventude, Conchita gostava dos bailes, assistir ao teatro, passear. Contudo, a sua aspiração de aprofundar na vida espiritual não cessava. Ela queria conhecer sempre mais os caminhos de Deus. Escreveu em seu

diário: “A voz de Deus, que era muito forte mesmo no meio dessa dispersão, me chamava para a oração e aos sacramentos”. Aos 13 anos de idade começou o noivado com Francisco Armida, com quem se casou aos 22 anos. Ela dizia: “O noivado nunca me impediu ser mais de Deus. Me parecia tão fácil juntar as duas coisas! À noite, ao deitar-me, pensava em Francisco e depois na Eucaristia”. Em 08 de dezembro de 1882 celebrou o sacramento do matrimônio com Francisco. Conchita compreendia que “o matrimônio é santo e a sua fecundidade é um reflexo da fecundidade de Deus”. A sua vida matrimonial terminou em 1901, quando Francisco faleceu por causa do tifo, uma doença bacteriana. Como cristã, Conchita viveu profundamente a sua vocação de esposa e mãe. Ela deu testemunho de esposa e mãe fiel amorosa; cuidava dos seus nove filhos, a quem deu formação humana e cristã. Quatro de seus filhos foram casados, um foi sacerdote, uma freira e três filhos faleceram muito novos. Ela escreveu ao seu diretor espiritual: “Antes de todas as demais coisas, a minha tarefa principal é a educação dos meus filhos”. A personalidade de Conchita foi muito rica. Nessas poucas linhas podemos apenas apresentar algumas das suas características: dona de casa, cuidadosa aos detalhes do lar, atenciosa ao seu esposo e aos seus filhos, sempre deu prioridade aos deveres da sua vocação; ela dizia frequentemente: “vã seria a minha vida se, ao querer amar a Deus, não cumprisse a

minha obrigação familiar”. Conchita foi escritora mística, escreveu, além do seu diário espiritual (“Cuenta de Conciencia”), 46 obras editadas e 26 obras inéditas. Entre os temas escritos encontramos revelações sobre a Cruz do Apostolado, símbolo da Espiritualidade da Cruz; sobre o mistério da Santíssima Trindade, o sacerdócio místico do povo de Deus, a missão de Maria no mistério da Igreja, a centralidade da Eucaristia, entre outros. Ela foi instrumento de Deus para fundar na Igreja as cinco Obras da Cruz: Apostolado da Cruz, para todo o povo de Deus; Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus, freiras contemplativas; Aliança de Amor com o Sagrado Coração de Jesus, para leigos; Fraternidade de Cristo Sacerdote, para sacerdotes, e Missionários do Espírito Santo, congregação religiosa masculina. Essas obras se alargam na Família da Cruz, formada por várias congregações religiosas masculinas e femininas, associações e movimentos, que se inspiram para a sua espiritualidade e missão, na herança espiritual recebida de Conchita. Conchita faleceu em fama de santidade em 03 de março de 1937 na Cidade do México, aos 74 anos de idade. Padre Miguel Ochoa Missionários do Espírito Santo (MSpS) Pároco da Paróquia São José/ Itapevi

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Diocese de Osasco: 30 anos Pela intercessão de Maria, celebramos 30 anos de Evangelização Ir. Leticia Perez, MJS

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o último dia 1º de maio, no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na presença de mais de 17.000 romeiros provenientes das 88 Paróquias que formam a nossa Diocese, dos bispos, padres, diáconos, seminaristas e religiosos, aos pés da mãe Aparecida, comemoramos os 30 anos de instalação da Diocese de Osasco, ocorrida na tarde do dia 1º de maio de 1.989, na até então, Igreja Matriz de Santo Antônio, elevada a Catedral naquela mesma tarde. Trinta anos se passaram daquela tarde, onde, na presença de Dom Paulo Evaristo Arns, outras auto-

ridades religiosas e civis e mais de 4.000 fiéis a recém criada Catedral de Santo Antônio, ouvia ecoar a bula papal de João Paulo II que criava a Diocese de Osasco, desmembrada da Arquidiocese de São Paulo e entregava-a ao pastoreio de Dom Francisco Manuel Vieira, sendo ele o nosso 1º bispo diocesano. Por iniciativa de Dom Francisco, no ano de 1990, no mês de Agosto, fomos em nossa primeira romaria como Diocese, porém nos anos seguintes, por um pequeno esfriamento, até o ano de 2004, nossa Diocese não mais organizou Romarias Diocesanas, porém com

a presença de Dom Ercílio Turco, nosso 2º bispo diocesano, retomamos o costume de irmos no mês de Maio, em Romaria, à casa da Mãe. Agora em 2019, sob o pastoreio de Dom João Bosco, nosso 3º bispo diocesano, completamos 15 anos de Romarias ininterruptas, sendo que a nossa Diocese, de todo o Brasil, a partir deste ano, foi considerada a Diocese que organiza a maior Romaria a nível Diocesano até o Santuário Nacional, para nós é uma grande alegria esta notícia, pois percebemos a comunhão e a “diocesaneidade” que existe entre nós devotos e romeiros de Nossa Senhora. A cada ano o número de ônibus aumenta e a procura para estar na casa da Mãe Aparecida também, sendo que em todos os anos sempre tivemos um tema que nos norteou, este ano por exemplo foi: “Com a Mãe Aparecida: 30 anos de Evangelização”, já em 2018, quando abrimos o ano jubilar das comemorações o tema escolhido foi: “Com a Mãe Aparecida, rumo aos 30 anos de evangelização”. Em 2017, após a peregrinação da imagem jubilar dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida em nossa Diocese, o tema foi: “A Mãe de Deus nos visitou, vamos à sua casa agradecer!”. Em 2016, na nossa 12ª Romaria, no ano jubilar da Misericórdia: “Mãe de Misericórdia, am-

parai nossas famílias!” Temas que nos ajudam a rezar, pois colocam um objetivo único, além da comunhão Diocesana. Que Maria Santíssima, a Senhora Aparecida, São José, seu castíssimo esposo, Santo Antônio e São João Paulo II, padroeiros diocesanos, intercedam a Deus por nossa Diocese, para que estes 30 anos celebrados, de fato sejam fecundos e nos ajudem na caminhada de evangelização, com a mesma eficácia, nos próximos anos que virão. Parabéns a nossa amada Diocese, parabéns a cada um de nós diocesanos! Viva a Nossa Senhora Aparecida! Viva a Rainha e Padroeira do Brasil! Diác. Thiago Jordão da Silva Iolanda Cavalcanti - PASCOM Diocesana

Iolanda Cavalcanti - PASCOM Diocesana

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Maio 2019


de Evangelização

30 anos 1989 - 2019

Paróquia em destaque São Lucas Evangelista

“No dia 20 de setembro do ano de 1971, da salvação de Nosso Senhor Jesus Cristo, sendo Papa Paulo VI, arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns, vigário episcopal da região oeste II de Osasco, Pe. Rafael Busatto CP, o prefeito do município de Carapicuíba Sr. Amos Meucci, foi decretado pela cúria metropolitana de São Paulo, a fundação da Paróquia São Lucas Evangelista de Carapicuíba.”

Matriz São Lucas Evangelista

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o início do ano de 1970, Dom Agnelo Rossi, Cardeal-Arcebispo de São Paulo esteve na Paróquia de Santa Isabel, em Osasco, para a celebração do Sacramento da Crisma. Durante a confraternização Pe. Eugênio e o cardeal Rossi falaram da necessidade de criar mais uma paróquia em Carapicuíba, que seria na COHAB. O Pe. José Braekling, vigário da paróquia de Nossa Senhora Aparecida, Carapicuíba, responsável pelas áreas da COHAB e da alta Carapicuíba já há anos tinha feito esse pedido a Cúria Metropolitana de São Paulo. Existiam ao longo da Estrada da Aldeia de Carapicuíba, capelas e núcleos eclesiais como: 1- Igreja Santa Catarina, Aldeia desde 1580. 2- Capela de São Paulo, Jardim Planalto, desde 1957. 3- Capela Nossa Senhora de Lourdes, Jardim Santo Estevão, desde 1962. O povo católico dessa região reunia-se nas casas fazendo orações, novenas e festas. Aos domingos chamavam padres de fora para celebrar a Santa Missa. Foram atendidos pelos padres: José Braikling, Pe. Ramiro, Pe. Dionísio e Pe. Zorta, pertencentes à congregação dos Camilianos que tinham noviciado na Granja Viana, Cotia e pelos padres Passionistas, de Osasco. Quem mais estava presente era Pe. Camilo. Nos anos 70 e 71 colaboraram de uma maneira especial Pe. Léu, residente no educanMaio 2019

dário Santa Terezinha em Carapicuíba; as Ir. Beneditinas de Quitaúna, principalmente na Catequese e Liturgia, onde se destacou a Ir. Eloísa. Também colaboraram com os trabalhos as irmãs Ursulinas. Na ocasião de uma visita à Itália, o Cardeal Dom Agnelo, convidou o Padre Paulo Link que estava estudando no colégio Pio Brasileiro em Roma, para que viesse para o Brasil assumir a COHAB em Carapicuíba. Pe. Paulo Link chega ao Brasil no dia 24 de fevereiro de 1971 na cidade de Santos, ficando uma semana na casa de Pe. Eugênio, em Osasco. Celebrou a 1ª missa no Brasil na capela São Paulo em Carapicuíba no dia 28 de fevereiro de 1971, às 8h. No mesmo dia às 10h celebrou na capela Nossa Senhora de Lourdes, no Jardim Santo Estevão e à noite houve uma recepção na Igreja Nossa Senhora Aparecida. Pelo fato da Cohab ainda não estar habitada, Pe. Paulo Link iniciou seus trabalhos pastorais nos três lugares acima mencionados e no bairro Vila Dirce no centro Social Santa Rita de Cássia. Com a autorização do vigário Episcopal, Pe. Rafael Busatto CP, Pe. Paulo Link e Pe. José Braekling determinaram como divisa entre a Paróquia Nossa Senhora Aparecida e a nova Paróquia, a Estrada Cabreúva e a rua São Paulo. No dia 18 de março de 1971, os irmãos Velozo doaram os lotes 16 e 17 com 935m à Cúria Metropolitana para a construção da igreja. Pe. Eugênio participou do projeto sugerindo o tamanho da constru-

ção. Foi no dia 08 de abril de 1971 que o empreiteiro, Sr. Rogério Belluzzi dava a primeira enxadada para a construção do alicerce da igreja, e no dia 25 de abril de 1971 foi lançada a pedra fundamental na presença da comunidade, Pe. José Braekling, a diretoria do Centro Social e o prefeito municipal, Sr. Amos Meucci. O celebrante foi Pe. Paulo Link, responsável pela área pastoral de Vila Dirce. No dia 24 de outubro de 1971 foi realizada a festa de inauguração da igreja com a Santa Missa celebrada pelo arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Concelebraram os padres: José Braekling, Carapicuíba, Pe. Eugênio Hoefler, Osasco, Pe. Cataldo Culler, Carapicuíba, Pe. Leo Apiúna, Santa Catarina. Na mesma solenidade foi oficializada e criada a Paróquia São Lucas com sede na Igreja São Lucas, Av. Inocêncio Seráfico, 2450 – Jardim Santo Estevão – Carapicuíba, sendo indicado como primeiro pároco Pe. Paulo Link. Numa reunião entre as quatro comunidades ficou estabelecido como padroeiro: São Lucas Evangelista. A capela Nossa Senhora de Lourdes ampliada e totalmente reformada para ser sede da paróquia, passou a ser chamada igreja São Lucas, e Nossa Senhora de Lourdes ficou como segunda padroeira. Esta solução foi encontrada para unir as quatro comunidades, além disso, São Lucas Evangelista discípulo de São Paulo, missionário, foi escolhido como modelo de uma paróquia missionária, que entendem-se como comunhão de comunidades, se conhecem, se ajudam e que crescem juntas, e se responsabilizam pela missão fora da igreja. Também foram párocos da São Lucas Monsenhor Claudemir José, Pe. Cláudio Gabriel, Pe. Ubirajara Vieira e atualmente Pe. Nilso Motta. A paróquia é composta por quatro comunidade: Igreja Matriz São Lucas Evangelista, e Nossa Senhora de Lourdes, Santa Joana D’Arc, São Mateus e Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. Diácono Carlos Augusto Andrade

Matriz São Lucas Evangelista

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BIO

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Vocação matrimonial

o livro do Gênesis encontramos a predileção de Deus ao unir homem e mulher, quando diz: “Não é bom que o homem esteja só. Dar-lhe-ei uma companheira que lhe seja semelhante” (Gen 2,18). Mais tarde, Jesus eleva esta união a Sacramento, quando reforça que esta unidade não pode ser dissolvida por mãos humanas. “... o que Deus uniu o homem não separe” (Mt 19,6). Mas acima de tudo, a vida matrimonial é uma vocação, um chamado de Deus e os esposos o aceitam ao darem seu “sim” livre e consciente, declarando que irão se amar em todos os tempos de suas vidas, ser fiéis e educar os filhos na fé cristã. Desta forma entendemos também a grande importância social deste chamado. Papa Francisco nos recorda na Amoris Laetitia a importância de uma preparação adequada, com tempos e momentos para auxiliar os jovens a descobrirem a beleza do sacramento do matrimônio, devendo dar prioridade, junta-

mente com um renovado anúncio do querigma, àqueles conteúdos que, comunicados de forma atraente e cordial, os ajudem a comprometer-se em um percurso da vida toda “com ânimo grande e liberalidade” (AL 207). Esta vocação produz novas vocações, e queremos destacar a vocação materna, celebrado no mês de maio. Nestes tempos tão conturbados em que tudo é descartável, onde se dá mais valor ao ‘ter’ do que ao ‘ser’, esta figura sempre terá destaque, pois é através dela que a vida, permitida por Deus, encontra a sua origem. Por isso, louvamos a Deus por cada mulher que assume esta importante e difícil missão, muitas remando contra todas as tempestades que não cessam à sua volta. Que a exemplo de Maria, que guardava tudo em seu coração, possam as mães caminhar sempre no caminho que Deus tem preparado, na certeza de que, a vitória é certa àqueles que aguardam o amanhecer, pois sabem que, pela manhã, sempre vem nos saudar a

Ramiro Iodjhn

Momento de Oração durante Dia de Espiritualidade Diocesana para coordenadores paroquiais (Casa das Irmãs Pastorinhas - SP. Fev18)

alegria! (Sl 30,5) Angela Cristina (Tina) e Wilson Casal Diocesano Pastoral Familiar

SAV proporciona momentos de formação e espiritualidade aos servidores do Altar

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s Encontros Regionais e Diocesano de Coroinhas, Acólitos, Cerimoniários e Filhas de Maria são uma forma de mostrarmos a unidade do propósito de todos aqueles que servem ao Altar do Senhor: amar a Deus e aos irmãos, buscando a santidade de vida! Assim, juntamente com o SAV (Serviço de Animação Vocacional), os 8

coordenadores paroquiais e regionais colaboram para que sejam momentos de oração, partilha de experiências e renovamento do entusiasmo em servir ao Senhor! Segue as datas dos próximos encontros a serem realizados neste ano de 2019: • 26/05: Encontro de Coroinhas, Acólitos, Cerimoniários e Filhas

de Maria (Região Itapevi, Barueri e Carapicuíba); • 08/06: Encontro de Coroinhas (Região Ibiúna); • 06/07: Encontro de Coroinhas, Acólitos, Cerimoniários e Filhas de Maria (Região São Roque); • 14/07: Encontro de Coroinhas (Região Cotia); • 28/07: Encontro de Coroinhas,

Acólitos e Cerimoniários (Regiões Sto. Antônio, S. José Operário e Bonfim); • 29/09: Encontro Diocesano • 13/10: Encontro de Acólitos, Cerimoniários e Filhas de Maria (Região Cotia) • 09/11: Encontro de Acólitos e Cerimoniários (Região Ibiúna) Sem. Vitor Kano Maio 2019


FORMAÇÃO PERMANENTE

BIO

Os jovens, a fé e o discernimento vocacional "Os olhos deles se abriram" Setor Juventude

Jovens durante Adoração no Encontro dos Crismandos

Parte II Depois de ouvi-los, o Senhor dirige aos dois viajantes uma “palavra” incisiva e decisiva, com autoridade e capaz de transformar. Assim, com docilidade e força, o Senhor entra em sua casa. Pela ação do Espírito Santo, seus corações são abrasados, seus olhos se abrem e lhes são despertados a fé. O desejo pela vida no amor e a saudável inquietude que habita os corações dos jovens são parte do grande anseio de toda a criação em direção à plenitude da alegria. Tal ação do Espírito Santo também rejuvenesce a Igreja, e os jovens, nesta dimensão, contribuem para mostrar esta face jovem da Igreja, que reflete “o grande vivente, o Cristo eternamente jovem”. Não é, portanto, a questão de criar uma outra Igreja para os jovens, mas de redescobrir com eles a juventude da Igreja.

Maio 2019

Cristo, “jovem com os jovens, torna-se modelo para os jovens e os consagra para o Senhor” (IRINEU, Contra as Heresias, II, 22,4): santificou a juventude pelo próprio fato de tê-la vivido. Em Jesus, todos os jovens podem encontrar-se com seus medos e esperanças, incertezas e sonhos, e n’Ele podem confiar. O Sínodo procurou olhar para os jovens com a atitude de Jesus, a fim de discernir em suas vidas os sinais da ação do Espírito. De fato, acreditamos que, também hoje, Deus fala à Igreja e ao mundo por meio dos jovens, de sua criatividade e compromisso, como também mediante seus sofrimentos e pedidos de socorro. Os jovens são portadores de uma inquietude que deve, primeiramente, ser acolhida, respeitada e acompanhada, assegurada convictamente em sua liberdade e responsabilidade.

A juventude é uma fase da vida que deve terminar para dar espaço à vida adulta. Por sua vez, não pode permanecer em um tempo de interrupção: é a idade das decisões e precisamente nisso se encontra seu encanto e a sua maior tarefa. O Papa Francisco convida os jovens a pensarem a própria vida no horizonte da missão: Muitas vezes, na vida, perdemos tempo a questionar-nos: “Mas quem sou eu?”. E podes passar a vida inteira a questionar-te quem és, procurando saber quem és. Mas a pergunta que deves pôr-te é esta: “Para quem sou eu?” (FRANCISCO, 2017) No Documento, faz-se referência dos vínculos dos jovens com seus familiares. A família é a primeira comunidade de fé na qual, apesar dos limites e incompletudes, o jovem experimenta o amor de Deus e começa a discernir sua própria vocação. No entanto, as famílias nem sempre educam seus filhos a olharem para o futuro em uma lógica vocacional. Por sua vez, a busca por prestígio social ou sucesso pessoal, a ambição dos pais ou a tendência a determinar as escolhas dos filhos invadem o espaço de discernimento e condicionam as decisões. O Sínodo reconhece a necessidade de aju-

dar as famílias a assumirem, com maior clareza, uma visão da vida como vocação, e para qualquer verdadeira opção de vida, a condição essencial é a liberdade, que por sua vez, encontra-se marcada pelas feridas do pecado pessoal e pela concupiscência. Diante do mistério da vocação, nossas decisões contribuem de maneira real para o desdobramento histórico do plano de amor de Deus, que nos chama a sermos amigos e não servos (cf. Jo 15,13). Muitos jovens são fascinados pela figura de Jesus, sua vida lhes parece boa e bela, porque é pobre e simples, feita de amizades sinceras e profundas, doada aos irmãos com generosidade, nunca fechada a ninguém, mas sempre disponível ao dom. Nesta dimensão vocacional, os confrontos no uso da liberdade, e a realização do discernimento, requer um acompanhamento, está aí a missão também da Igreja. O Sínodo reconhece, portanto, a necessidade de promover um acompanhamento integral, em que os aspectos também espirituais estejam bem integrados com os humanos e sociais, e que nesta dinâmica do discernimento, como dimensão do estilo de vida de Jesus e de seus discípulos possibilita processos concretos que visam sair da indeterminação, assumindo as responsabilidades das decisões. Na próxima edição, a terceira parte do Documento Final, será apresentado as decisões para uma conversão espiritual, pastoral e missionária, intitulada por “Naquela mesma hora, voltaram” (Lc 24,33). Sem. Robison Fernandes

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ESPIRITUALIDADE

BIO

Nossa Senhora de Fátima: Por fim meu Imaculado Coração triunfará! “Atualidade da mensagem, a Igreja aprecia e julga as revelações” na sua essência conduz o homem para uma vivência profunda do Evangelho. O Cardeal Tarcísio Bertone também enfatizou esta verdade: “Estas manifestações, que não podem contradizer o conteúdo da fé, devem convergir para o objeto central do anúncio de Cristo: o amor do Pai que suscita nos homens a conversão e dá a graça para se abandonarem a Ele com devoção filial. Tal é a mensagem de Fátima, com o seu veemente apelo à conversão e à penitência, que leva realmente ao coração do Evangelho (Congregação para a Doutrina da Fé – Mensagem de Fátima). Assim sendo, torna-se evidente a atualidade da mensagem de Fátima, visto que, trata-se essencialmente de um apelo urgente à conversão e à penitência ajudando o homem a viver o Evangelho de Cristo, pois enfatiza as suas primeiras palavras dirigidas à humanidade: ‘Convertei-vos (fazei penitência), e acreditai na Boa Nova’. (Mc. 1, 15). Imagem da Internet

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e acordo com o Magistério da Igreja, as aparições de Nossa Senhora em Fátima, são reconhecidas como revelação privada. E, no decurso do tempo, a mensagem de Deus trazida pela Santíssima Virgem permanece atual. Para uma maior compreensão, sobre a atualidade desta mensagem, é pertinente retomar as palavras proferidas por São João Paulo II, na homilia de 13 de maio de 1982, na Cova da Iria. “A mesma Igreja aprecia e julga as revelações privadas segundo o critério da sua conformidade com aquela única Revelação pública. Assim, se a Igreja aceitou a mensagem de Fátima é, sobretudo, porque essa mensagem contém uma verdade e um chamamento que, no seu conteúdo fundamental, são a verdade e o chamamento do próprio Evangelho.” O então, Cardeal Joseph Ratzinger, no comentário teológico sobre o segredo de Fátima, também evidencia, de maneira peculiar, como a Igreja considera as revelações privadas: “o conceito de “revelação privada”, se aplica a todas as visões e revelações verificadas depois da conclusão do Novo Testamento; nesta categoria, portanto, se deve colocar a mensagem de Fátima. Ouçamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica sobre isto também: ‘No decurso dos séculos tem havido revelações ditas ‘privadas’, algumas das quais foram reconhecidas pela autoridade da Igreja’. (…) O seu papel não é (…) “completar” a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a vivê-la mais plenamente numa determinada época da história” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 220.222).

“O amor do Pai que suscita nos homens a conversão”

Constata-se, portanto que, a Mensagem de Fátima, 10

“Não ofendam mais a Deus”

beleza. Assim, pode se verificar a atualidade das aparições de Nossa Senhora em Fátima, especialmente na aparição de agosto de 1917 quando ela conclama: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 179). O Papa São João Paulo II, por ocasião do 80º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, declarou: “A mensagem que naquela ocasião a Virgem Santíssima dirigiu à humanidade, continua a ressoar com toda a sua força profética, convidando a todos à constante oração, à conversão interior e a um generoso empenho de reparação dos próprios pecados e daqueles de todo o mundo”. E o Papa Bento XVI, na sua homilia no 13 de maio de 2010 em Fátima, também afirmou a atualidade da profecia trazida pela Santíssima Virgem: “Iludir-se-ia quem pensasse que a missão profética de Fátima esteja concluída”. Quando os apelos da Santíssima Virgem são acolhidos no coração do homem, o Espírito Santo nele trabalha incessantemente, tornando-o templo e morada do Altíssimo, levando-o a testemunhar, hodiernamente, que somente o amor de Deus pode dar o verdadeiro sentido à vida humana. Que a Virgem Maria nos ajude a acolher esse amor e, também, nos ajude a compreender a urgência dos tempos em que vivemos, fazendo de nós almas orantes, penitentes e reparadoras.

Pode-se constatar que, diante do contexto atual em que a história humana vive, a exortação materna de Maria é mais urgente ainda. Sendo que, ideologias malignas contra as instituições mais importantes da vida humana, como a Igreja e a família, tentam destruir a fé e a dignidade dos filhos de Deus. Na aparição de outubro de 1917, a Virgem Santíssima revelou que Deus estava ofendido diante dos pecados provenienFonte: Site Canção Nova tes da ingratidão humana, ao afirmar: “Não ofendam reprodução do texto de mais a Deus, Nosso Senhor, que já está muito ofendiÁurea Maria/ CN do” (Memórias da Ir. Lúcia, p. 181). Ela pediu orações e sacrifícios em Imagem da Internet reparação desses pecados. A nefasta realidade que a cultura moderna impõe através de ditaduras baseadas no prazer, no ter e no poder, tende a afastar o homem do Sumo Bem, que o criou para o louvor da Sua glória e para refletir a Aparição de Nossa Senhora de FátimaDiocesana Sua bondade e Maio 2019


PAPA

BIO

A coragem de arriscar pela promessa de Deus

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ueridos irmãos e irmãs! Depois da experiência vivaz e fecunda, em outubro passado, do Sínodo dedicado aos jovens, celebramos recentemente no Panamá a XXXIV Jornada Mundial da Juventude. Dois grandes eventos que permitiram à Igreja prestar ouvidos à voz do Espírito e também à vida dos jovens, aos seus interrogativos, às canseiras que os sobrecarregam e às esperanças que neles vivem. Neste Dia Mundial de Oração pelas Vocações, retomando precisamente aquilo que pude partilhar com os jovens no Panamá, desejo refletir sobre a chamada do Senhor enquanto nos torna portadores duma promessa e, ao mesmo tempo, nos pede a coragem de arriscar com Ele e por Ele. Quero deter-me brevemente sobre estes dois aspetos – a promessa e o risco –, contemplando juntamente convosco a cena evangélica da vocação dos primeiros discípulos junto do lago da Galileia (cf. Mc 1, 16-20). Dois pares de irmãos – Simão e André, juntamente com Tiago e João – estão ocupados na sua faina diária de pescadores. Nesta cansativa profissão, aprenderam as leis da natureza, desafiando-as quando os ventos eram contrários e as ondas agitavam os barcos. Em certos dias, a pesca abundante

recompensava da árdua fadiga, mas, outras vezes, o trabalho duma noite inteira não bastava para encher as redes e voltava-se para a margem cansados e desiludidos. Estas são as situações comuns da vida, onde cada um de nós se confronta com os desejos que traz no coração, se empenha em atividades que – espera – possam ser frutuosas, se adentra num «mar» de possibilidades sem conta à procura da rota certa capaz de satisfazer a sua sede de felicidade. Às vezes goza-se duma pesca boa, enquanto noutras é preciso armar-se de coragem para governar um barco sacudido pelas ondas, ou lidar com a frustração de estar com as redes vazias. Com efeito, o desejo de Deus é que a nossa vida não se torne prisioneira do banal, não se deixe arrastar por inércia nos hábitos de todos os dias, nem permaneça inerte perante aquelas opções que lhe poderiam dar significado. O Senhor não quer que nos resignemos a viver o dia a dia, pensando que afinal de contas não há nada por que valha a pena comprometer-se apaixonadamente e apagando a inquietação interior de procurar novas rotas para a nossa navegação. Se às vezes nos faz experimentar uma «pesca miraculosa», é porque nos quer fazer descobrir que cada um de nós é chamado – de diferentes modos – para algo de grande, e que a vida não deve ficar presa nas redes do sem-sentido e daquilo que anestesia o coração. Em suma, a vocação é um convite a não ficar parado na praia com as redes na mão, mas seguir Jesus pelo caminho que Ele pensou para nós, para a nossa felicidade e para o bem daqueles que nos rodeiam. Queridos amigos, nem sempre é fácil discernir a própria vocação e orientar justamente a vida. Por isso, há necessidade dum renovado esforço por parte de toda a Igreja – sacerdotes, religiosos, animadores

Imagem da Internet

pastorais, educadores – para que se proporcionem, sobretudo aos jovens, ocasiões de escuta e discernimento. Há necessidade duma pastoral juvenil e vocacional que ajude a descobrir o projeto de Deus, especialmente através da oração, meditação da Palavra de Deus, adoração eucarística e direção espiritual. Como várias vezes se assinalou durante a Jornada Mundial da Juventude do Panamá, precisamos de olhar para Maria. Na história daquela jovem, a vocação também foi uma promessa e, simultaneamente, um risco. A sua missão não foi fácil, mas Ela não permitiu que o medo A vencesse. O d’Ela «foi o “sim” de quem quer comprometer-se e arriscar, de quem quer apostar tudo, sem ter outra garantia para além da certeza de saber que é portadora duma promessa. Pergunto a cada um de vós: sentes-te portador duma promessa? Que promessa trago no meu coração, devendo dar-lhe continuidade? Maria teria, sem dúvida, uma missão difícil, mas as dificuldades não eram motivo para dizer “não”. Com certeza teria complicações, mas não haveriam de ser idênticas às que se verificam quando a covardia nos paralisa por não vermos, antecipadamente, tudo claro ou garantido» (Vigília com os jovens, Panamá, 26/I/2019). Neste Dia, unimo-nos em oração pedindo ao Senhor que nos faça descobrir o seu projeto de amor para a nossa vida, e que nos dê a coragem de arriscar no caminho que Ele, desde sempre, pensou para nós. Trechos da mensagem do Papa Francisco para o 56º Dia Mundial de Oração pelas Vocações Fonte: Site Vaticano Imagem da Internet

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PROGRAME-SE

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Agenda Diocesana 12/05 • Dia das Mães 14/05 • Festa - São Matias Apóstolo 18 e 19/05 • Escola Discípulo de Emaús Módulo - Aula VI 18/05 • 8h às 12h - Formação da Pastoral Litúrgica – Região Cotia e São Roque 25/05 • 8h às 12h – Formação da Pastoral Litúrgica – Região Santo Antônio, Bonfim e São José Operário • 8h às 16h – Retiro Diocesano COMIDI – Educandário Santa Teresina 01 e 02/06 • Escola Discípulo de Emaús – Módulo - Aula VII 02/06 • Solenidade Ascensão do Senhor • Dia Mundial das Comunicações

Centenário de São Sebastião, em Ibiúna A Festa de São Sebastião e do Divino Espírito Santo acontece de 16 a 28 de maio de 2019. A devoção ibiunense completa 100 anos de tradição.

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devoção acentuou-se entre 1917 e 1918, quando uma terrível peste com características de gripe, apelidada de “gripe espanhola”, espalhou-se por quase toda parte do mundo matando milhares de pessoas. A cidade, se manteve ilesa, devido a uma promessa feita pedindo à intercessão 02 e 08/06 do Santo Protetor, que consistia em trazer nos braços • Semana de Oração pela do povo a imagem de São Sebastião de sua capela, Unidade dos Cristãos no distante bairro do Pocinho, até a Matriz de Nossa Senhora das Dores, no centro da cidade. Depois de 08/06 venerada durante três dias, a imagem do santo seria • 8h às 12h – Formação da então levada de volta nos braços do povo. A promessa Pastoral Litúrgica – Região é realizada até hoje pela comunidade religiosa. Barueri, Carapicuíba e Uma das tradições da festa é Itapevi a missa com a procissão dos la• 8h – Assembleia da vradores, idealizada por Pe. EliRegião Ibiúna – Paróquia zeu Antônio de Camargo e pelo Nossa Senhora das Dores Sr. Anibal Albertin, lavrador do município. É um gesto simples e 09/06 uma forma pela qual os lavrado• Solenidade de res agradecem a Deus pelos frutos Pentecostes colhidos e pedem a intercessão de São Sebastião por uma terra sadia 13/06 e boas colheitas. • 10h – Missa da A Festa de São Sebastião é hoje Solenidade de Santo a maior festa religiosa do municíAntônio – Catedral pio. É realizada também uma novena com missas celebradas por /radiocatolicadeosasco padres convidados, grande parte 12

membros da Diocese de Osasco. Este ano a novena acontece de 16 a 24 de maio às 19h30, na Matriz Nossa Senhora das Dores, no centro de Ibiúna. A festa traz diversas atrações como show de prêmios, futebol solidário, romaria dos cavaleiros, a procissão de São Sebastião e do Divino Espírito Santo, entre outras. A programação completa está disponível no site oficial do evento http://www.festadesaosebastiaoibiuna.com.br/ Redação BIO Fonte: Site Oficial Festa de São Sebastião Ibiúna Site Festa de São Sebastião Ibiúna

Missa dos Lavradores 2018 Maio 2019


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