Snbu 2014 - Relatos

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Siméia Ale Girão

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Destaques das palestras, mesas redondas e exposições orais relevantes para o desenvolvimento do conhecimento científico e aplicabilidade, com as adequações necessárias, na execução das tarefas do profissional da informação. A abertura do evento com a palestra “ARQUEOLOGIA DO CONHECIMENTO E ARQUEOLOGIA DE BIBLIOTECAS”, proferida por Peter Burke, relatou a história social do conhecimento com ênfase na organização dos suportes informacionais desde a Idade Média até a contemporaneidade. Destacando a atuação de Auguste Comte, Paul Otlet e Henri de La Fontaine. Traçou o caminho da informação na Biblioteca de Alexandria e bibliotecas do Reino Unido, e a atuação de profissionais como o filósofo Gottfried Wihelm Leibniz, que contribuiu com a filosofia, lingüística comparativa e história. Preparou um catálogo da biblioteca de um duque, em tempo de guerra, incluindo novos assuntos como mecânica e economia. Outro personagem mencionado foi Anthony Panizzi, que destacou-se em sala de aula em uma universidade italiana, sendo contratado para exercer a função de bibliotecário assistente. Propôs um sistema de catalogação, considerado por muitos o primeiro que a história relatou, intitulado 91 Regras de Panizzi. Em seus relatos destacou a atuação fundamental de Melvil Dewey, que ajudou a fundar a American Library Association (ALA), instituição que continua contribuindo para o reconhecimento do profissional bibliotecário. Seu fanatismo por eficiência transpôs o taylorismo das fábricas para dentro das bibliotecas. Sistematizou o conhecimento em categorias dando origem a Classificação Decimal de Dewey (CDD). Otlet e La Fontaine, responsáveis pelo Mundaneum, posteriormente criaram a Classificação Decimal Universal (CDU). Depois surgiu Memex, organizando a informação por associação. Vannevar Bush realizou o sonho tecnológico atual, após a criação da WWW por Tim Berners-Lee. Finalizou seus relatos com a questão: O que significa ser bibliotecário no Séc. XXI? O professor Juan Carlos Fernández Molina da Universidade de Granada palestrou no tema “Contribuição da biblioteca universitária ao uso ético e legal da informação no meio acadêmico”. Mostrou a situação do uso e criação da informação no meio acadêmico, através de professores, alunos e bibliotecários, ressaltando o direito autoral independente de registro em órgãos de propriedade intelectual. Direito que traz consigo a reprodução, distribuição, comunicação ao público, transformação, paternidade e integridade, previstos na lei autoral brasileira, com destaque aos artigos 29 e 107. Ressaltou o uso dos recursos digitais e suas implicações legais e éticas, e a necessidade de um programa de formação, promovido pela biblioteca, sobre a lei de direitos autorais e o Código Penal brasileiros entre os personagens do meio universitário. Após as palestras abriu-se uma discussão (mesa redonda) em torno do assunto “Organização da informação e do conhecimento em contextos colaborativos e integrados em rede”. Abordaram-se assuntos relativos à importância da política de indexação com procedimentos sistematizados de catalogação para recuperação de assuntos. Política que deve objetivar a especificidade e exaustividade, oferecendo uniformidade e segurança ao catálogo. O uso constante da tecnologia disponível na busca da informação nas bibliotecas e em outros ambientes presenciais e virtuais, justificam a necessidade de atualização constante dos bibliotecários no uso de ferramentas de busca e adequação das bibliotecas para a eficiência na recuperação da informação. Outro assunto exposto de grande relevância na atualidade é a necessidade de elaboração e implantação de políticas de desenvolvimento de acervo eletrônico e digital. A implementação desta política viabilizará a otimização dos recursos disponíveis e evitará o crescimento desordenado do acervo.

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