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Administração na Área de Saúde

DESAFIOS PARA ORGANIZAR UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE A VIGILÂNCIA SANITÁRIA A sistematização do uso das informações na gestão do SUS pode ser considerada um processo em consolidação, A título de exemplo, o Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade (SIM) foi implantado, efetivamente, em 1974. Esses menos de trinta anos sinalizam o quanto ainda é preciso realizar para garantir a presença de informações sistematizadas nos processos de tomada de decisões do SUS. Como as informações são um meio, é preciso que o fim seja bem definido para que fique mais claro quais informações devem ser produzidas. As ações de vigilância sanitária vêm sendo alvo de forte questionamento conceitual. De uma feição com traços policiais muito fortes, elas vêm ganhando larga conotação de prevenção e promoção de qualidade de vida. Se no contexto anterior interessava produzir informações sobre a cobertura e eficiência das ações de fiscalização, as atuais demandas tratam do (re)conhecimento da situação de saúde das populações, com destaque para a identificação dos riscos como principal alvo das intervenções a serem desenvolvidas. Com certeza, a utilização do instrumental epidemiológico é vital para o planejamento das ações de vigilância sanitária. Traçar perfis epidemiológicos e identificar riscos potenciais tornam-se diretrizes para refletir sobre as informações necessárias neste processo de trabalho. Mais uma vez, é fundamental saber fazer perguntas sobre determinada situação. Perguntas que permitam conhecer: • Onde: área de abrangência (geográfica, inclusive) de atuação da vigilância sanitária; • Quem: população exposta e/ou estabelecimentos diretamente implicados com aquela situação de saúde; • Quando: contextualização temporal dos conhecimentos, valores, ética e estética que regem a sociedade vigente;4 • O quê: identificação de riscos à saúde;

4 É importante refletir que os fatores de risco e os danos identificam-se com os valores vigentes na sociedade, fortemente submetidos à ideologia predominante; por exemplo, a obesidade tornou-se um fator de risco de ampla magnitude, com implicações diretas na definição do que deve ser controlado pela saúde pública, alimentos, estilo de vida etc.

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