Jessyka Nunes Cintra

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

JESSYKA NUNES CINTRA

MORADIA ESTUDANTIL PARA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB – VITÓRIA DA CONQUISTA/BA

VITÓRIA DA CONQUISTA/BA 2016

JESSYKA NUNES CINTRA

MORADIA ESTUDANTIL PARA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB – VITÓRIA DA CONQUISTA/BA

Projeto apresentado à Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR, para avaliação final da disciplina TCC II, sob responsabilidade da Professora Orientadora: Carolina Issa.

VITÓRIA DA CONQUISTA - BA 2016

JESSYKA NUNES CINTRA MORARIA ESTUDANTIL PARA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB – VITÓRIA DA CONQUISTA

Projeto Apresentado à Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR, para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista.

Professora Orientadora: Carolina Issa

Aprovado em ___/___/______

Banca examinadora:

_____________________________________________________ Carolina Neves Issa Arquiteta e Urbanista Orientadora

_____________________________________________________ Karoline Santana Barbosa Arquiteta e Urbanista Avaliadora Interna

_____________________________________________________ Karoline Santana Barbosa Arquiteta e Urbanista Avaliadora Externa

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA, 2016

“A gente tem que sonhar, senão as coisas não acontecem.”

(Oscar Niemeyer)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que sempre se mostrou onipresente em minha vida, me dando força, paciência e sabedoria nos momentos em que eu mais precisei e mais duvidei da minha competência. Ao meu pai por me proporcionar tudo o que tenho, a minha mãe por todo amor, carinho e dedicação, que sempre me colocou como prioridade em sua vida e abdicou dos seus sonhos para realizar os meus.

Agradeço à Simone, Analu, Juliana e Kamilla; amigas que a faculdade me trouxe, que sempre torceram por mim e sempre e que certamente estarão sempre presentes por toda a vida.

À Yamma, Mila, Gabi, Kim e Thamara por todo amor e toda compreensão nos momentos importantes que eu me ausentei por estar ocupada com os projetos da faculdade. A Jairo Marques por todo amor, carinho e cumplicidade. Por último, e não menos importante, dedico gratidão aos meus mestres, principalmente à Ivana Labanca e Paulo Mascarenhas por sempre me incentivar e me acrescentar conhecimentos e experiências indispensáveis. E à Carolina Issa que além de orientadora foi parceira, mãe e amiga, me fazendo acreditar cada vez mais em mim mesma e em meu projeto.

A todos vocês, meu muito obrigada.

RESUMO O presente trabalho tem como escopo demonstrar a importância das moradias universitárias no país no tocante às grandes universidades e principalmente, sobre a necessidade da implantação de um alojamento estudantil na Universidade do Sudoeste da Bahia – UESB que, por ser um grande centro educacional e localizar-se em uma região favorecida economicamente, atraí diversos estudantes do Brasil. Contudo, muitos desses alunos não possuem condições financeiras para arcar com os gastos durante a graduação, o que torna imprescindível a proposta de uma edificação destinada a abrigar tais estudantes. Ao pensar na edificação dentro do campus de Vitória da Conquista/BA, incidem sobre o projeto diversos fatores favoráveis, como o terreno, a localização, a iluminação e a ventilação.

Pensando nisso, esta pesquisa irá desenvolver um projeto sustentável de edificação de uma moradia universitária na UESB, campus Vitória da Conquista/BA, com suporte para os alunos, aproveitando ao máximo a topografia da área para utilizar iluminação e ventilação naturais.

Palavras-chave: Moradia universitária. Universidade. Vitória da Conquista. Sustentabilidade.

ABSTRACT The present work have as scope to demonstrate the importance of university housing in our country related to major universities, mainly, about the need of implementation of a student housing in the “Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia” - UESB. Because it is a large educational center and to be located in a economically favored region, attracts several students from Brazil. However, many of those students do not have financial conditions to afford the expenses during graduation, which makes imperative to propose a building designed to house such students. Thinking about the building inside the campus of Vitória da Conquista/BA, several favorable factors, such as terrain, location, lighting and ventilation, affect the project. With this in mind, this research will develop a sustainable project to build university housing in UESB campus Vitória da Conquista/BA, with support for students, taking full advantage of the topography of the area to use natural lighting and ventilation.

Keywords: University housing. Universities. Vitória da Conquista. Sustainability.

LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Alojamento Bello Lisboa Primeiro alojamento universitário da UFV................... 22 Figura 2 - Alojamentos da década de 70.................................................................................. 22 Figura 3 - Alojamentos da UFV: Masculino e Feminino..........................................................22 Figura 4 - Moradia Universitária I – UFMG............................................................................24 Figura 5 - Moradia Universitária I – UFMG............................................................................24 Figura 6 - Moradia Universitária I – UFMG.............................................................................24 Figura 7 - Primeiro alojamento UnB.........................................................................................25 Figura 8 - Centro Olímpico e Alojamentos – UnB...................................................................25 Figura 9 - Pavimento de circulação - .......................................................................................26 Figura 10 - Casa do Estudante Universitário – UnB.................................................................27 Figura 11 - Localização do terreno...........................................................................................33 Figura 12 – Fluxograma............................................................................................................33

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CEU

Casa do Estudante Universitário

CPA

Comissão Própria de Avaliação

FIES

Financiamento Estudantil

FJT

Faculdade Juvêncio Terra

FTC

Faculdade de Tecnologia e Ciências

IBGE

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFBA

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia

MEC

Ministério da Educação

PROUNI

Programa Universidade para Todos

UESB

Universidade Estadual Do Sudoeste da Bahia

UFBA

Universidade Federal da Bahia

UFMG

Universidade Federal de Minas Gerais

UFOP

Universidade Federal de Ouro Preto

UFV

Universidade Federal de Viçosa

UNB

Universidade de Brasília

UNIPAM

Centro Universitário de Patos de Minas Gerais

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

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2.1. Ensino Superior no Brasil

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2.2 Moradias Universitárias

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2.3 Moradias Universitárias no Brasil

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2.3.1 Arquitetura De Baixo Consumo Energético

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2.3.1.1 Ilhas De Calor

20

2.3.1.2 Alternativas Sustentáveis

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3. PROJETOS REFERENCIAIS

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3.1 Moradia Universitária da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP

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3.2 Moradia Universitária da Universidade Federal de Viçosa – UFV

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3.3 Moradia Universitária Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

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3.4 Moradia Universitária Universidade de Brasília – UNB

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4. METODOLOGIA

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5. APRESENTENÇÃO DA ÁREA

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5.1 Moradia universitária na UESB

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5.2 Localização do Terreno

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5.3 Entorno

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5.4 Legislação

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6. PROGRAMA DE NECESSIDADES

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7. CONCEITO E PARTIDO

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8. REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO O presente estudo visa demonstrar a importância das residências universitárias em grandes centros educacionais. Os estudantes que desejam ingressar na universidade geralmente escolhem as que são bem estruturadas e com renome na sociedade. Tendo em vista que a maioria dos alunos vem de outras cidades, ou até mesmo de outros estados, para adquirir uma educação de qualidade, surgem, a partir daí, diversos fatores que influenciam na escolha, como localização geográfica, econômica e social, além da moradia que é proporcionada.

Atualmente existem inúmeros programas educacionais que facilitam o acesso do estudante a uma universidade, pois em tempos passados a realidade era outra. Os programas mais procurados são o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) e o Programa Universidade para Todos (PROUNI), além de bolsas sociais fornecidas pelas próprias instituições.

Neste sentido, cumpre ressaltar que as faculdades em Vitória da Conquista/BA contribuem para a ascensão da cidade que, atualmente, possui diversos polos de ensino, tais como: Universidade Federal da Bahia – UFBA e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. A cidade, considerada a terceira maior do estado da Bahia, com base nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística conta com 3.204,5km² de extensão e uma população de aproximadamente 340.000 habitantes (IBGE, 2013), além de possuir uma área de influência que abrange 97 municípios entre o sudoeste da Bahia e norte de Minas Gerais (IBGE, 2008).

A cidade apresenta grande importância no setor comercial e de prestação de serviços, sobressaindo a saúde e a educação. Essa demanda advém de estudantes de todo Brasil que chegam para concluir o ensino superior. Muitos estudantes da Bahia, especialmente da região do sudoeste deslocam-se para a cidade na busca de uma educação de melhor qualidade.

Ante a oferta de ensino superior supra mencionada, há uma demanda em relação a moradias universitárias, que mostra um baixo custo para a maioria das pessoas que tem poucas condições de arcar com as despesas da mudança para outra cidade. Ademais, as moradias universitárias são uma excelente oportunidade de confraternização entre os recémuniversitários.

A cidade de Vitória da Conquista/BA comporta alguns pensionatos e repúblicas, e até uma moradia universitária, mas não possui uma boa estrutura para atender as necessidades dos alunos. Dessa forma, é necessária a proposta de uma edificação para residências estudantis que atenda essa demanda.

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Diante de todo o exposto, o presente trabalho tem a proposta de construir um projeto, no campus da UESB em Vitória da Conquista/BA, de uma Residência Estudantil na qual visa atender os estudantes que migram de outras cidades, de forma sustentável. Para desenvolver o projeto é preciso analisar todo funcionamento das moradias universitárias, desde a estrutura até os anseios do público alvo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO A primeira universidade da Europa, da qual se teve conhecimento, surgiu na Itália a partir do século XII, seguida da França e dos demais países europeus. Contudo, de acordo com Masetto (1998), a história do ensino superior no Brasil começa a partir de 1808 com as implantações da Escola de Direito em Olinda/PE, a de Medicina em Salvador/BA e a de Engenharia no Rio de Janeiro/RJ. Todas essas universidades apresentavam currículos baseados no modelo francês. No início do século XX surgiram as primeiras Faculdades de Filosofia, preocupadas em preparar os professores para a escola secundária.

Antes da implantação de universidades no Brasil, os estudantes que pretendiam cursar o ensino superior, e que tinham condições financeiras, deslocavam-se para a Europa, sobretudo para as universidades de Coimbra, em Portugal. Assim, a maioria dos estudantes moravam nas universidades que ofereciam habitação (MASETTO,1998).

De acordo com Silva: Os brasileiros que estudaram na Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra graduaram-se (e alguns se doutoraram) em um ambiente universitário onde não existia a pesquisa matemática séria. Alguns desses brasileiros, ao regressarem à pátria, passaram a formar a primeira geração de matemáticos do país, ensinando na Academia Real Militar da Corte do Rio de Janeiro. (Silva, 1992, p.41):

Embora as universidades brasileiras oferecessem o sistema de moradia dentro do campus, apenas a elite da sociedade tinha acesso ao ensino superior no Brasil e, consequentemente, à estadia. Com o decorrer do tempo, e com o surgimento de novas universidades, houve uma gradual e lenta abertura para o ingresso de estudantes de outras classes sociais.

Ultimamente, o ingresso desses estudantes tornou-se cada vez mais expansivo e as vagas nessas moradias são cada vez mais insuficientes a essa demanda. Assim, surgiu a necessidade de estabelecer regras para o ingresso nas universidades por meio do vestibular, bem como para a seleção de alunos com vulnerabilidade social para terem acesso à moradia estudantil (MASETTO, 1998).

De acordo com Giles, com o advento da Constituição de 1930, a finalidade do ensino universitário no Brasil passou a ser definida da seguinte maneira:

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O ensino universitário tem como finalidade: elevar o nível da cultura geral; estimular a investigação científica em quaisquer domínios de conhecimentos humanos; habilitar ao exercício de atividades que requerem preparo técnico e científico superior; concorre enfim, para a educação do indivíduo e da coletividade, para harmonia de objetivos entre professores e estudantes e para o aproveitamento de todas as atividades universitárias, a grandeza da Nação e o aperfeiçoamento da humanidade(GILES, 2007, p. 292).

2.1 Ensino Superior no Brasil A história do ensino superior no Brasil, conforme Cacete (2014), começou em meados de 1930, pois a sociedade se industrializava, o que contribuiu significativamente para a ascensão de exigências em relação à educação. Foi principalmente na região sudeste, onde a procura por ensino, notadamente o ensino superior, foi mais vista.

Conforme a sociedade ia se modificando era preciso aumentar a demanda de novos profissionais, em novas áreas de estudo, o que acabou por exigir da população mais conhecimento técnico. Nesta senda, as pessoas foram em busca de estudo mais especializado e com novas descobertas, foram criados mais cursos.

Nas palavras de Núria Hanglei:

O surgimento do ensino superior no país deu-se inicialmente sob a forma de cadeiras que foram sucedidas por cursos, posteriormente por escolas e por faculdades de medicina, direito, engenharia, agronomia etc., todas eminentemente profissionais (2014).

Como explica Freitas (2008):

As universidades, de modo geral, salvo algumas exceções, têm como objetivo preparar profissionais para as carreiras de base intelectual, científica e técnica. Como instituição de formação, onde jovens passam de três a cinco anos de suas vidas, as universidades tornam-se lugares privilegiados de vivências e experimentações no que concerne ao exercício da própria juventude, em que o ser universitário imprime significados ao ser jovem.

Mas nem todos os jovens vivenciam o tempo dos estudos universitários do mesmo modo.

Ademais, um fator considerável para o desenvolvimento do ensino superior é a globalização, conforme Moraes apud Gondim (2002, p.3) “o desenvolvimento científico e tecnológico, base da globalização, acarreta exigências a um perfil profissional que necessita lidar com significativos fatores”.

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Em tempos passados, apenas as pessoas de classe alta conseguiam ingressar nas faculdades. Hoje o cenário é totalmente diversificado, pois existem programas sociais que facilitam o acesso do estudante ao ensino superior.

Essa realidade encontra-se muito bem retratada pelo seguinte pensamento “Ou seja, quanto maiores os recursos dos pais, mais os filhos terão chances de acesso ao ensino superior e em cursos seletivos, mais orientados para diplomas prestigiosos e empregos com melhor remuneração” (MORAES apud GRIGNON; CRUEL, 1999, p. 183).

Atualmente a educação vem crescendo no país. Nesse sentido Martins (2000) reza que, desde o final da década passada, o crescimento da educação superior no Brasil, em média de 7% ao ano, produziu uma transformação da forma de atendimento aos ingressantes, sobretudo na graduação.

Nesse crescimento há uma miscigenação acentuada entre os alunos, são eles homens e mulheres de variadas idades. Não se vê apenas alunos do ensino médio que ingressam em faculdades, mas muitas pessoas que já cursaram outras graduações e até pessoas idosas cursando pela primeira vez um curso superior.

O Centro Universitário de Patos de Minas/MG – UNIPAM possui um programa denominado Unipam Sênior, que consiste em uma universidade aberta, destinada a pessoas maduras, que busca abranger todos os aspectos da vida, a saber: familiar, afetiva, social, ambiental, físico e psíquico. As aulas são realizadas no período da tarde duas vezes por semana. O principal objetivo é incluir o pessoal de terceira idade na vida social como atores de sua própria existência, ou seja, pessoas autônomas que são capazes de promover bem-estar físico, mental e social.

Os programas sociais mais procurados são: Programa do Ministério da Educação – PROUNI, que concede bolsas de estudo integrais e parciais de 50% em instituições privadas de educação superior para cursos de graduação e sequenciais de formação específica a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior, Programa do Ministério da Educação – FIES, destinado a financiar a graduação não gratuita na educação superior de estudantes conforme a forma da Lei 10.260/2001.

Os projetos comunitários são de suma importância para minimizar as desigualdades sociais ainda presentes no país. Vale lembrar que os alunos participantes dos programas acima mencionados devem atingir uma determinada pontuação ao longo do curso para manter o benefício, ou seja, não é considerado apenas o fator econômico-social no qual o aluno se encontra.

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Os estudantes almejam concluir a faculdade de forma eficiente, de modo que ter condições de arcar com as despesas e acima de tudo estar em um ambiente agradável de estudo e integração é muito importante. Dessa forma, conforme Moraes (2011), os alunos possuem no plano de ensino fatores inerentes a qualquer formação saudável.

O desenvolvimento do aluno em suas atividades acadêmicas depende, não apenas, da qualidade do ensino, da efetivação e inclusão destes em atividades de pesquisa e extensão, mas também, de uma política efetiva de assistência em termos de moradia, saúde, alimentação, dentre outros (2011, p. 213).

De acordo com Sence (2011), um dos problemas enfrentados pelos jovens que saem de suas cidades para estudarem fora é a habitação. Algumas cidades possuem residências que oferecem serviço de acomodação, a estudantes universitários, apenas para que eles possam dormir e estudar, com quartos e banheiros muitas vezes coletivos. São, em sua maioria, casas residenciais que acomodam estudantes em quartos geralmente anexados as suas residências.

Para Roméro e Ornstein, (2003), uma habitação deve atender as necessidades dos usuários com qualidade e eficiência, oferecendo um conforto ambiental para que os mesmos possam desenvolver suas atividades no ambiente de maneira proveitosa. Nos ditames de Laranjo et al (2006), as moradias estudantis, assim como as demais, possuem funções definidas, mas a principal delas é viabilizar a frequência aos cursos universitários para alunos que não dispõem de recursos que ajudam a se manterem nos locais próximos às universidades.

Dessa forma, elas colaboram para a democratização do ensino superior, além de facilitar a superação das adversidades sociais das pessoas de baixa renda que conseguem acesso a uma universidade pública.

Mais do que simplesmente oferecer um abrigo, a moradia estudantil torna-se um espaço de convivência que será utilizado de diversas maneiras, e com diferentes objetivos ao longo da permanência do estudante na Universidade: Os edifícios são construídos para pessoas, para serem habitados por elas. Em cada processo projetual de arquitetura, as dimensões e os movimentos do corpo humano são as determinantes da forma e tamanho dos equipamentos, mobília e espaço, ou pelo menos deveria ser (BOUREI, 2008, p. 7).

Existem universidades públicas que em sua maioria oferecem residência estudantil anexada ao complexo universitário. São alojamentos coletivos com banheiros, quartos e um refeitório separado.

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Neste sentido, a moradia estudantil é uma assistência ao estudante oferecida pelas universidades públicas aos alunos que possuem baixa renda, que passam pela seleção de vagas para adquirir seus direitos de habitação estudantil. Porém, as faculdades particulares não oferecem essa modalidade aos seus estudantes.

A Secretaria Nacional de Casas de Estudantes (SENCE), assim, define o conceito de ‘casa do estudante’ Sence (2011):

Casa de Estudante é todo o espaço destinado à moradia de estudantes, podendo receber as seguintes denominações: alojamento estudantil, residência estudantil, casa de estudante (universitária, secundária, pósgraduação, autônoma, estadual, municipal), repúblicas e outras, independente da renda dos(as) moradores(as). [...] Existem três tipos básicos de Moradia Estudantil: Residência Estudantil, Casa Autônoma de Estudantes e República Estudantil. (SENCE, 2011, p. 05),

Para Barreto (2002), a casa estudantil faz parte da assistência universitária, definida como "um dos instrumentos facilitadores da política educacional, além de ser uma ação de inclusão social e direito de cidadania". Portanto, segundo o autor (o.p. cit.) a Residência Estudantil: é a moradia de propriedade das Instituições de Ensino Superior e/ou das Instituições de Ensino Secundaristas Públicas; Casas Autônomas de Estudantes: é a moradia estudantil administrada de forma autônoma, segundo estatutos de associação civil com personalidade jurídica própria, sem vínculo com a administração de Instituição de Ensino Superior ou Secundarista; e a república estudantil: é o imóvel locado coletivamente para fins de moradia estudantil.

O cenário brasileiro possibilita o acesso de diversas pessoas que se interessem em uma graduação. O avanço da assistência aos alunos é significante comparado com o século passado, logo, pensando em termos de moradia, é necessário as universidades implantarem alojamentos estudantis para abrigar pessoas que não tem condições financeiras favoráveis.

2.2 Moradias Universitárias

A demanda da moradia tem crescido substancialmente, porém, as ofertas de habitações não estão seguindo o mesmo cronograma. Daí a necessidade de novos projetos que favoreçam aos estudantes condições de manter-se fora de casa e perto dos campi para concluírem seus estudos.

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As moradias estudantis de diversas universidades podem fazer parte do campus ou podem ser construídas na cidade perto destes, como é visto em vários projetos pelo Brasil.

Todavia, deve ser levado em consideração que estes espaços são institucionais, os quais possuem definições e funcionalidade próprias.

Quando se trata de república estudantil, a casa alugada passa a ser a moradia de vários estudantes de uma universidade, de várias universidades ou de vários cursos, o que amplia ainda mais o leque de relações interpessoais que possam existir no ambiente. Porém, há de se notar que a república é muitas vezes administrada pelos próprios estudantes o que facilita as decisões a serem tomadas (LARANJO; SOARES, 2006).

Em caso de residências estudantis, estas podem ser oferecidas para os estudantes de graduação e pós-graduação.

As moradias universitárias não devem criar um espaço familiar como é o de casa, mas um espaço de integração com respeito à individualidade de cada um dos estudantes. Na Holanda, o projeto de moradia estudantil transformou mil unidades de contêineres em habitações. Essas habitações-contêineres têm como base a arquitetura verde, aquela que tem por prioridade causar o mínimo de impacto ao meio ambiente. Segundo “Arquitetura e Design”,

O projeto de moradia estudantil transformou mil unidades de contêineres para oferecer todas as amenidades que um estudante pode querer. Além do óbvio uso “verde” dos contêineres, Keetwonen integrou um telhado para acomodar a drenagem de águas pluviais, enquanto proporciona a dispersão de calor e isolamento para os contêineres abaixo. (Arquitetura e Design (2016, p. 2).

Moradias bem projetadas oferecem a integração e socialização dos moradores e favorecem a articulação política de acordo com as necessidades de cada campus. Isso foi constatado na ditadura militar quando os estudantes em suas casas estudantis se organizaram para articular medidas de protesto e busca pela democracia (BARRETO, 2002).

Lembrando ainda que habitação coletiva difere da habitação familiar, por ser temporária, esta primeira deve ser utilizada pelos estudantes de maneira também responsável.

As universidades que possuem edificações de moradia estudantil dentro do campus também possuem melhores condições de gerir os mecanismos de uso e conservação do que as universidades que tem suas moradias longe do campus (FROTA; SCHIFFER, 2001).

2.3 Moradias Universitárias no Brasil

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O registro no Brasil é de que as moradias estudantis surgiram com os primeiros cursos superiores do país, em 1808, mas há divergências. Como explica Moraes; Miranda apud Naspolini (2008), com a criação da Faculdade de Direito de São Paulo em 1827, surgiram diversas moradias estudantis. Ainda segundo Moraes; Miranda apud Sardi (2000), os primeiros registros oficiais de repúblicas estudantis no Brasil datam somente 1897, em Ouro Preto (MG), com a transferência da capital de Minas Gerais para Belo Horizonte.

Existem poucos registros oficiais sobre o fato, pois provavelmente os estudantes alugavam moradias temporariamente, sem a intenção de mantê-las para os próximos estudantes.

De acordo com o Ministério da Educação – MEC (2016), as universidades federais atualmente disponibilizam e residências estudantis, e estas são gratuitas para o aluno que consegue uma vaga. Ao conseguir esse tipo de acomodação, ele não tem custos com aluguel, condomínio, água, energia elétrica e gás.

A gestão das residências estudantis é feita pelas universidades federais e estaduais e oferecem vagas para estudantes que se encontram em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Todavia, muitas residências estudantis apresentam problemas de qualidade habitacional como as ilhas de calor, a iluminação deficitária e espaços pequenos para serem divididos por vários estudantes.

Elas são muitas vezes preparadas para estarem dentro do campus universitário e favorecer a socialização dos estudantes, porém, algumas são projetadas fora do campus da universidade, e outras adaptadas de acordo com as necessidades dos alunos, como é o caso dos casarões que se tornaram repúblicas estudantis na cidade de Ouro Preto em Minas Gerais.

De acordo com Souza (2010), a moradia estudantil tem como principal função dispor de recursos a serem utilizados para garantir a proximidade das universidades, ou seja, a mobilidade dos alunos em relação ao campus. Ela também deve ser o lugar que oferece conforto térmico, espaço de convivência e permanência dos estudantes nas universidades.

Ainda para o autor, o mercado habitacional estudantil tem revelado grande expressividade nos últimos dez anos no Brasil e nos demais países. No Brasil, em especial, essa demanda aumentou devido aos programas de governo como PROUNI e FIES, que ampliaram o número de vagas nas instituições públicas e privadas.

A habitação de residências por estudantes surgiu por conta da necessidade de fixação dos alunos e professores na cidade. Ao longo dos anos a demanda de universitários foi

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crescendo, fato que exigiu a construção de edificações maiores com a finalidade de hospedálos.

As moradias universitárias são edificações feitas para abrigar os alunos que acabam de ingressar na faculdade e que têm poucas condições de arcar com suas despesas. Geralmente, os alunos que buscam os alojamentos estudantis são de outras cidades e precisam de uma moradia a baixo custo. Atualmente, a maioria das faculdades federais possuem nos seus campi essas moradias.

De acordo com Freitas (2008, p.81):

A saída de casa, a descoberta de um novo que desperta a sensação de insegurança que se confunde com medo e euforia, impõe uma série de desafios aos jovens que decidem estudar em Sobral. O primeiro desses desafios é a questão da habitação que inclui não só a busca de um lugar, mas, sobretudo, a busca de parceiros de moradia já que as condições financeiras desses jovens não permitem o pagamento integral do aluguel e demais despesas.

Para a maioria dos estudantes a moradia estudantil é considerada como uma segunda família, pois os alunos constroem amizades por meio dela e possuem apoio uns dos outros nessa etapa importante da vida.

Com a saída da casa dos pais, os estudantes assumem a responsabilidade de cuidar dos seus pertences, dos seus estudos, de sua nova casa por si próprios. Desse modo, a moradia universitária é um fator que estimula o amadurecimento dos jovens que ingressam na faculdade, pois além de ter o compromisso com os estudos, também possuem o compromisso com a habitação e com os demais moradores que dividem o espaço.

Vale salientar que para a construção de habitações universitárias a faculdade deve analisar, sobretudo, a demanda dos alunos e a região em que esta se localiza para oferecer o suporte adequado.

2.3.1 ARQUITETURA DE BAIXO CONSUMO ENERGÉTICO

2.3.1.1 Ilhas de calor

Os projetos arquitetônicos devem promover a minimização das ilhas de calor no espaço urbano com a realização de projetos bem direcionados e com o estudo prévio das localizações das edificações.

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De acordo com Silva; Vieira; Santos; Araújo et al:

As ilhas de calor urbanas são caracterizadas pelo aumento da temperatura do ar dentro dos centros urbanos em relação às zonas menos urbanizadas, é comum seu acontecimento dentro de centros urbanos onde as construções formam verdadeiras ilhas. A urbanização está totalmente ligada a intensidades das ilhas de calor. Durante a noite as ilhas de calor são mais intensas, isso acontece porque as superfícies urbanas se aquecem no decorrer do dia e durante a noite ainda continuam liberando o calor, em comparação as zonas rurais que podem atingir 6 ºC de diferença (2013, p.23).

Para Baptista (2010), as Ilhas Urbanas de Calor constituem um fenômeno que ocorre sob as áreas urbanas. Ele consiste na presença de temperaturas, na superfície, relativamente maiores que as encontradas em regiões fora da cidade (regiões rurais ou periféricas com vegetação mais abundante). Alterações da umidade do ar e do vento também estão associadas à presença de ilha de calor urbana. O fenômeno ocorre da seguinte forma: à noite, uma brisa urbana, ou seja, um escoamento que vai em direção ao centro urbano. Sua principal causa é a presença de muitas construções na cidade cujo protótipo é a estrutura aérea conhecida por cânions urbanos.

Conforme Laranjo & Soares (2006), as moradias estudantis devem oferecer conforto térmico, a fim de proteger os edifícios das ilhas de calor tão comuns nos grandes centros urbanos. Também devem proporcionar iluminação adequada e condições favoráveis para que o habitante consiga desenvolver suas atividades diárias de maneira confortável, pois é preciso promover suporte psicofísico favorável.

2.3.1.2 Alternativas sustentáveis Os espaços, arquitetonicamente planejados, devem oferecer a iluminação adequada, o conforto térmico, os móveis direcionados para o público alvo, a fim de facilitar o trânsito e a limpeza destes com nichos individuais e coletivos. A cozinha, por exemplo, é o espaço coletivo que deve ser planejado para atender uma quantidade de pessoas que estejam na casa, e também para receber hóspedes como os familiares e amigos dos estudantes que nela habitam (BARRETO, 2002).

Honorato (2012), ao realizar estudos sobre clima urbano e seus atenuantes, aponta que, para realizar qualquer tipo de construção, é preciso levar em consideração as características do solo, vegetação, recursos hídricos, meios de transportes, processos de uso e ocupação da área, dentre outros.

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Vale salientar que a influência que uma cobertura vegetal exerce sobre o que chamamos de microclima urbano, deve-se aos inúmeros benefícios fornecidos ao ambiente em que se encontra, tanto composta por vegetação rasteira, quanto arbustiva e arbórea.

Adequar a arquitetura ao clima de um determinado local significa construir espaços que possibilitem ao homem condições de conforto. À arquitetura cabe tanto amenizar as sensações de desconforto impostas por climas muito rígidos, tais como os de excessivo calor, frio ou ventos, como também propiciar ambientes que sejam, no mínimo, tão confortáveis como os espaços ao ar livre em climas ameno (FROTA; SCHIFFER, 2001, p.53).

No âmbito da Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento, a construção sustentável é definida como: "um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica". Portanto, as novas construções, sejam de morada individual ou coletiva, devem ser sempre voltadas para o cuidado com o meio ambiente, levando em consideração as necessidades dos moradores e favorecendo a qualidade de vida dos mesmos. De acordo com Corbella e Yannas (2003, p. 17):

A Arquitetura sustentável é a continuidade mais natural da Bioclimática, considerando também a integração do edifício à totalidade do meio ambiente, de forma a torná-lo parte de um conjunto maior. É a arquitetura que quer criar prédios objetivando o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental, para legar um mundo menos poluído para as próximas gerações. (CORBELLA; YANNAS, 2003, p.17)

Para os autores (o.p. cit.) hoje, a arquitetura voltada para a sustentabilidade não é mais considerada uma inovação, mas uma necessidade. Por isso, é preciso que se tenha em mente os fatores que proporcionam conforto ambiental sem prejudicar o meio ambiente. Por tanto, é necessário abrir espaço nos projetos para o aproveitamento de energia solar, da ventilação para minimizar o uso de ar condicionado, dos painéis que promovam conforto térmico, entre outros elementos já disponíveis no mercado.

A busca pela sustentabilidade arquitetônica e urbana, de acordo com Corbela; Yannas (2003, p. 20) tem as seguintes metas: (a) preservação e liberação de áreas naturais pelos efeitos e vantagens da compacidade urbana;

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(b) proximidade, diversidade e uso misto (socialização do espaço público); (c) maior eficiência energética (e menor poluição) pelo sistema de transporte; (d) microclimas urbanos mais favoráveis ao uso do espaço público e ao desempenho ambiental das construções; (e) edifícios ambientalmente conscientes; (f) consumo consciente dos recursos em geral; (g) reuso e reciclagem (diminuição do impacto ambiental proveniente da geração de resíduos em geral).

Mesmo em projetos diferentes, as metas a serem almejadas devem ser sempre as mesmas: buscar a integração com a natureza e diminuir o impacto ambiental sem que seja necessário diminuir a qualidade das edificações e a qualidade de vida proporcionada aos moradores das habitações.

De acordo com Lamberts (2007), é possível diminuir os gastos com energia e água a partir de algumas observações que ele sugere como: conforto térmico; envoltória com inércia térmica; revestimentos em cores claras; proteção vertical externa em todos os compartimentos de permanência prolongada (dormitório / estar social); ventilação natural em todos os compartimentos; ventilação cruzada no interior dos apartamentos; uso de telhado verde; plantio de um número significativo de vegetais, principalmente junto à fachada Sudoeste; uso de pergolados com trepadeiras nas áreas abertas de convívio, e aquecedor de passagem para o chuveiro.

Já para a iluminação temos: a instalação de iluminação natural em todos os compartimentos privativos e condominiais; uso de sensor de presença e lâmpadas econômicas nos compartimentos condominiais. O uso de lâmpadas que possuem sensores de presença também é um grande passo para a economia significativa de energia e a instalação de painéis solares é outro ponto que pode ser levado em consideração.

No âmbito da edificação, os processos essenciais são: adequação do projeto ao clima do local, minimização o consumo de energia e otimização das condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais; previsão de requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida (LAMBERTS, 2007). Ao considerar essas observações no momento da construção de um projeto arquitetônico de residência estudantil, obtém-se sucesso tanto na parte sustentável quanto na econômica.

A sustentabilidade é o tema mais recorrente nos últimos anos devido ao crescente problema da questão ambiental no mundo todo. O texto de Barberi (et al 2016) defende que o

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movimento pelo desenvolvimento sustentável parece ser um dos movimentos sociais mais importantes deste início de século e/ou milênio. São incontáveis as iniciativas voluntárias relacionadas com o desenvolvimento sustentável, subscritas por empresas de setores específicos como bancos, seguradoras, hotéis, indústrias químicas, das quais participam os grupos empresariais mais importantes desses setores.

As empresas ou instituições inovadoras são aquelas que buscam melhorias e provocam o mercado a terem novidades. Por isso, a sustentabilidade econômica, social e ambiental, passa invariavelmente pelas inovações, inclusive de produção de novos serviços e produtos. Diante disso, Barberi (et al 2016), aponta que serão mais competitivas e mais produtivas as empresas que investirem em tecnologias sustentáveis e em novas formas de produção com inovação voltada para a economia sustentável.

De acordo com os autores citados, podemos observar que a sustentabilidade ambiental é um dos pontos primordiais para obter sucesso na produção de um projeto, uma vez que a utilização sustentável de recursos naturais, além da oportunidade de inovação no campo, permite a preservação destes. Observa-se também que os projetos arquitetônicos voltados para a moradia estudantil podem atender a todas essas orientações e ainda oferecer capacidade funcional e qualidade de vida para os seus moradores (CORBELLA; YANNAS, 2003).

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3 PROJETOS REFERENCIAIS

3.1 Moradia Universitária da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP A UFOP é considerada uma das faculdades mais tradicionais do Brasil e pioneira em assistência habitacional. Criada em 21 de agosto de 1969, ela oferece 42 cursos de graduação, sendo 38 presenciais e 04 à distância. Possui campus em Ouro Preto/MG, Mariana/MG e João Monlevade/MG, sendo que todos os três campi oferecem alojamentos estudantis.

Em relação à assistência habitacional, a UFOP possui um projeto de imensa importância, ao ceder imóveis para a moradia estudantil na cidade de Ouro Preto. Dessa maneira disponibiliza-se 769 vagas distribuídas em 59 casas que ficam localizadas no entorno do campus Morro do Cruzeiro e no centro histórico de Ouro Preto. Os habitantes das moradias são responsáveis pela conservação, manutenção e gestão destas, ou seja, cabe aos moradores dividir entre si o valor das despesas. Cada casa possui as regras próprias, fundamentada pelo Estatuto das Repúblicas Federais de Ouro Preto, no qual é avaliado o espírito de solidariedade e senso de comunidade; a seleção tem duração máxima de três meses.

3.2 Moradia Universitária da Universidade Federal de Viçosa - UFV A Universidade Federal De Viçosa – UFV criada pelo Decreto 6.053, de 30 de março de 1922, possui cerca de 17.000 alunos. Ela oferece uma estrutura importante de serviços, tais como livraria, papelarias, copiadoras, supermercado, farmácia, lanchonetes, restaurantes, hotel e agências dos bancos do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú, bem como disponibiliza uma rede wireless para acesso à Internet.

Ao tocante às moradias estudantis na UFV, a Divisão de Assistência Estudantil (DAE) administra os alojamentos de estudantes de graduação regularmente matriculados e em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A universidade comporta 6 prédios de alojamentos com vagas limitadas, totalizando 1390 vagas.

Quando o aluno ingressa na UFV e recebe uma bolsa-auxílio é considerado morador provisório do alojamento. Começa então uma fase de entrevistas em vários apartamentos e ele se instala no que lhe aprouver. Os alojamentos possuem quartos coletivos de 02 a 03 pessoas, além de 02 banheiros, sala, cozinha e lavanderia, sendo os próprios alunos responsáveis pela manutenção de seus apartamentos. Os moradores devem comprar os móveis, eletrodomésticos e utensílios de casa, e a faculdade fornece as camas, mesas e guarda-roupas.

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Figura 1 – Alojamento Bello Lisboa Primeiro alojamento universitário da UFV, inaugurado em 1928

Fonte: Museu Histórico da UFV.

Figura 2 - Alojamentos da década de 70

Fonte: Museu Histórico da UFV.

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Figura 3 - Alojamentos da UFV: Masculino e Feminino. Ano: 2012.

Fonte: Museu histórico da UFV.

3.3 Moradia Universitária Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG

O programa de moradia estudantil na UFMG, instituído em 1997 pelo Conselho Universitário da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), oferece habitação para os estudantes que não residem em Belo Horizonte e Montes Claros. Ele promove sua introdução na comunidade acadêmica. A faculdade conta com três unidades de habitação universitária, totalizando em 740 vagas ao todo.

Em Belo Horizonte existem as Moradias Universitárias Ouro Preto I e II, em Montes Claros a Moradia Universitária Cyro Versiani dos Anjos. As primeiras disponibilizam uma linha de ônibus exclusiva para os estudantes que circulam entre os módulos da moradia e o campus Pampulha da UFMG. O transporte é gratuito e direto, possui horários específicos, funciona de segunda à sexta-feira, e, além disso, os ônibus são equipados com elevadores para atender cadeirantes.

Os beneficiários coparticipam nos custos de manutenção da Moradia Universitária de acordo com a classificação socioeconômica, sendo que os valores são revistos e aprovados pelo Conselho Diretor da Moradia Universitária. Ademais, as moradias universitárias situadas na cidade de Belo Horizonte contam com atividades como yoga, aula de alemão, dança de salão, breakin e condicionamento físico, e a de Montes Claros conta com um cinema integrado e formação de grupo de violinistas.

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Figura 4 - Moradia Universitária I – UFMG

Fonte: http://arqfigurinhas.blogspot.com.br/2012/03/moradia-estudantil-ufmg.html Figura 5 - Moradia Universitária I – UFMG

Fonte: http://arqfigurinhas.blogspot.com.br/2012/03/moradia-estudantil-ufmg.

Figura 6 - Moradia Universitária I – UFMG

Fonte: http://arqfigurinhas.blogspot.com.br/2012/03/moradia-estudantil-ufmg.

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3.4 Moradia Universitária Universidade de Brasília – UNB

A Universidade de Brasília, inaugurada em 21 de abril de 1962, possui um campus enorme por conta da demanda dos seus cursos, assim como também abriga moradias universitárias para seus estudantes. O primeiro projeto de edificação para alojamentos estudantil foi elaborado pelos arquitetos Léo Bonfim Júnior, Alberto Fernando Xavier e Solon Leão em 1969, foi iniciado em janeiro de 1970 e concluído em 1972.

Este projeto localiza-se na área do Centro Desportivo e, atualmente, estão construídos dois do conjunto de oito edifícios projetados.

Figura 7 - Primeiro alojamento UnB – 1972.

Fonte: Centro de Documentação - CEDOC – UnB Figura 8 - Centro Olímpico e Alojamentos – UnB.

Fonte: Centro de Documentação - CEDOC – UnB

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Ao que tange o panorama arquitetônico dessa edificação Vilela Júnior (2016, p.33), faz as seguintes ilustrações: O edifício, sobre pilotis, contém unidades de habitação tipo “duplex” de modo a assegurar completa independência entre as atividades de dormir, situadas no pavimento superior, e as de estar, estudo, higiene física e pequena cozinha, situadas ao nível da entrada do apartamento. O pavimento superior com área menor que o inferior, liga-se a esse visualmente, assegurando uma integração rica do ponto de vista espacial. O número de apartamentos por bloco é de 46, com capacidade para 6 estudantes cada um, num total de 544 nos dois blocos. Uma proporção muito agradável visualmente e confortável ao nível das pessoas de passagem pelo pilotis foi encontrada no lançamento das alturas para aquele espaço, como podemos perceber abaixo. Essa altura a que nos referimos, do piso do pavimento térreo à face inferior da viga de sustentação do primeiro pavimento, corresponde, no atual projeto, à 2,22 metros, o que se aproxima bastante daquela seção áurea estipulada por Le Corbusier de 2,26 metros em sua invenção de dimensões harmônicas com a escala humana - “O Modulor” de 1946.

A imagem retrata o alojamento da UnB quanto ao pavimento de circulação.

Figura 9 – Pavimento de circulação - UNB

Fonte – Plano de Desenvolvimento Físico – UnB. A moradia universitária da UnB é destinada a estudantes em situação de vulnerabilidade dos cursos presenciais de graduação dos quatro campi da UnB - Darcy Ribeiro, Ceilândia, Gama e Planaltina. Existem duas modalidades do benefício: vagas em apartamentos na CEU e concessão mensal de auxílio no valor de R$ 530,00 (quinhentos e trinta reais).

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Figura 10 - Casa do Estudante Universitário – UnB. Ano: 2014.

Fonte: http://tribunadaride.com.br/casa-do-estudante-da-unb-tem-inauguracao-prevista-paraabril/

Em sua pesquisa Vilela Júnior (2016) esclarece que os alojamentos da UnB precisam de área de convívio social, área de serviço e espaços de usos específicos. Ademais, relatou que as estruturas dos prédios destinados aos alojamentos estudantis, que existem hoje, devem ser corrigidas em alguns aspectos para dar mais conforto aos moradores.

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4 METODOLOGIA

A questão metodológica busca determinadas técnicas e aplicação de certos métodos que facilitam e tornam mais interessantes o trabalho educativo.

Neste sentido, detectar todas as faces do presente projeto é algo extraordinário e existem diversos fatores que ordenam a construção de uma moradia universitária.

Assim, para concretizar os objetivos mencionados anteriormente, o presente estudo foi fundamentado em pesquisa bibliográfica, em pesquisa qualitativa e em estudo de caso, a pesquisa bibliográfica é uma etapa imprescindível em trabalhos científicos, pois tem imensa influência, na medida em que permite o embasamento teórico do trabalho.

Para Amaral (2007),

A pesquisa bibliográfica é uma etapa fundamental em todo trabalho científico que influenciará todas as etapas de uma pesquisa, na medida em que der o embasamento teórico em que se baseará o trabalho. Consistem no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. É imprescindível, portanto, antes de todo e qualquer trabalho científico fazer uma pesquisa bibliográfica exaustiva sobre o tema em questão, e não começar a coleta de dados e depois fazer a revisão de literatura, como algumas vezes se observa em alguns profissionais de saúde e acadêmicos no início de formação científica.

A pesquisa foi realizada com base em qualidade e quantidade. Acerca das pesquisas qualitativas, Parga Nina (apud MINAYO, 1999) afirma que podem ser de qualidade muito superior às que fazem análises quantitativas e chama atenção para o fato de que não existe um continuo entre qualitativo-quantitativo em que a superioridade estaria no segundo termo.

Para Minayo (1999), Os fundamentos da pesquisa quantitativa são os próprios princípios do positivismo clássico. A questão do quantitativo traz o tema da objetividade, no qual os dados relativos à realidade social seriam objetivos se produzidos por instrumentos padronizados, visando eliminar fontes de propensões de todos os tipos e a apresentar uma linguagem observacional neutra. A linguagem das variáveis forneceria a possibilidade de expressar generalizações com precisão e objetividade (MINAYO, 1999, p. 30).

Acerca da pesquisa quantitativa explica Fonseca (2002, p. 20): Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são

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grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc. A utilização conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais informações do que se poderia conseguir isoladamente.

A pesquisa inicial demonstrou, principalmente, as definições projetuais. Ao realizar essas primeiras análises foram observadas diretamente as casas de estudantes e pensionatos de Vitória da Conquista/BA. Foram feitas visitas às moradias para pesquisar a infraestrutura, tipologia, proximidade com as instituições de ensino, suas carências e necessidades. Esse tipo de sondagem demandou um estudo de caso que permitiu diagnosticar o cenário abrangente da situação das residências estudantis na cidade.

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5 APRESENTENÇÃO DA ÁREA Primeiramente cumpre destacar as origens do ensino superior no estado da Bahia, como leciona Amorim; Winter E Meira (2014):

É importante destacar que, na Bahia, o ensino superior, até a década de 60 do século XX, só acontecia na capital do Estado, sendo que, no final desta década, mais precisamente no ano de 1969, foi promovida uma política pública estadual de interiorização do Ensino Superior por meio do Plano Integral de Educação do Governo do Estado. Assim, instalaram-se as Faculdades de Formação de Professores, nos municípios de Vitória da Conquista, Jequié, Feira de Santana e Alagoinhas, mas só em 1981 é regulamentada a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). No entanto, somente na primeira década do século XXI é que ocorre a expansão de oferta de curso de graduação e de pós-graduação lato senso e stricto senso. Este último segmento foi favorecido pelos investimentos estaduais na formação e qualificação profissional, uma vez que não por iniciativa própria, mas deve-se observar que em 2001 o MEC, através do Decreto 3860, estabelece novos critérios para avaliação institucional, indicando como um dos itens a qualificação do corpo docente (AMORIM; WINTER; MEIRA, 2014, p.23).

A cidade de Vitória da Conquista/BA é considerada um polo educacional. Atualmente possui duas universidades públicas (UESB e UFBA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia – IFBA, quatro faculdades privadas, a Faculdade Juvência Terra (FJT), a Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR), a Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) e a Faculdade Santo Agostinho, além de diversas instituições especializadas em educação à distância.

A UESB foi a primeira universidade criada em Vitória da Conquista, pioneira no processo de formação de capital humano. Possui três centros de formação e produção de conhecimento, estabelecidos nos municípios de Jequié, Itapetinga e Vitória da Conquista. De acordo com o relatório da Comissão Própria de Avaliação (CPA), a universidade tem procurado “atender à demanda de profissionais de nível superior” em diversas áreas por meio de cursos de graduação e programas de pós-graduação stricto sensu e lato sensu, promovendo suas “ações para o fortalecimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão” (UESB, 2009, p. 12).

A UESB tem sua sede em Vitória da Conquista, situada na Mesorregião do Centro-Sul do Estado da Bahia. Localizada a 510 km da capital Salvador, e um centro de atração populacional devido às condições de moradia, emprego e sobrevivência serem amplas, sobretudo, em razão do comércio dinâmico. A abrangência espacial da cidade é muito vasta, com uma relação direta de mais de 60 municípios.

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O campus de Jequié é considerado um importante polo comercial e de serviços da região, e o campus de Itapetinga, destaca-se como polo pastoril do Estado.

A criação da UESB foi de extrema importância, pois auxiliou o processo de implantação de diversas outras universidades, como pode ser confirmado nas palavras de Amorim, Winter e Meira (2014):

Há trinta anos foi implantada a primeira instituição de ensino superior (IES), na cidade de Vitória da Conquista, chamada Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Contudo, nessa última década, observa-se a sua ascensão e um intenso processo de criação de diversas outras instituições, tanto privadas como também públicas, aumentando grandemente a oferta de vagas para educação superior no referido município (AMORIM; WINTER; MEIRA, 2014).

A demanda pelo ensino superior no município de Vitória da Conquista/BA teve papel importante também para o crescimento da cidade. À medida que a educação superior ia progredindo, outros setores iam se desenvolvendo também, tais como a indústria e a agropecuária.

Os ditames dos autores citados acima disciplinam que o polo educacional de Vitória da Conquista influencia a economia da região, com relevância nas áreas de serviços, indústria e agropecuária. Os fatores que atuam nesse desenvolvimento são: abundância de recursos naturais na região, posição geográfica privilegiada, produção de café, e serviços educacionais.

Dessa forma, percebe-se que as instituições de ensino superior no município foram e são de suma relevância, o que contribui para a elevada demanda de estudantes do país todo por suas universidades.

Em relação aos estudantes, a UESB possui o subprograma de permanência estudantil com objetivo de auxiliar o acesso, a permanência e a conclusão dos cursos aos alunos com vulnerabilidade econômica e social. O programa pretende viabilizar moradia, transporte, alimentação, saúde, creche e acessibilidade.

Estão compreendidos os seguintes benefícios: (a) auxílio moradia, concedido aos alunos que possuem residência a uma distância superior a 100 km do campus que estudam; (b) auxílio alimentação, concedido aos alunos que não tenham família na cidade em que estudam; (c) auxílio transporte urbano, concedido aos alunos que moram a uma distância superior a 2 km do campus;

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(d) auxílio transporte intermunicipal, concedido aos alunos que moram na zona rural ou em municípios próximos do campus que estudam; (e) auxílio permanência, concedido aos alunos que não se encaixam nos requisitos dos benefícios anteriores.

5.1 Moradia Universitária na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia oferece 47 cursos de graduação nos três campi, na modalidade presencial, sendo 25 bacharelados, 21 licenciaturas e 01 bacharelado/licenciatura, e, além disso, são 17 cursos pelo Programa de Formação de Professores (PARFOR). São oferecidos, ainda, 27 cursos de especialização, 12 mestrados e 03 doutorados (Dados de 2013). Percebe-se que a UESB oferta cursos variados em diferentes modalidades, o que atrai ainda mais alunos para seus campi.

Ante o contexto acima apresentado é imprescindível que a UESB tenha um sistema de assistência estudantil voltado para acolher os estudantes que vêm de outras cidades. Para tanto, é preciso implantar uma moradia universitária em seu campus que atenda a essa demanda.

A UESB também possui um benefício denominado auxílio residência universitária, concedido apenas aos alunos do campus de Vitória da Conquista, que possuem residência a uma distância superior a 100 km. Trata-se de uma residência estudantil, mas sua estrutura comporta poucos alunos.

Devido a uma grande demanda de alunos por seus cursos, é necessário o planejamento de uma edificação bem estruturada, atendendo àqueles que fazem jus ao benefício, bem como a forma a aproveitar o espaço natural a que será integrada. Como a universidade possui 230 (duzentos e trinta) hectares de área, há espaço suficiente para implantar uma moradia universitária de alta qualidade e de forma sustentável, para integrar a edificação ao meio ambiente.

5.2 Localização do Terreno

O terreno, com área de 9079,75m2, está localizado na Estrada do Bem Querer, Bairro Universidade, próximo aos portões de acesso a UESB. Tem topografia acidentada e apresenta oito metros de desnível total e vegetação em quase toda a sua extensão.

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Figura 11 – Localização do terreno.

Fonte: Google Earth.

5.3 Entorno Por estar localizado em uma área de propriedade da UESB, fora do perímetro urbano, o terreno tem acesso apenas pela Avenida Olívia Flores, que abrange diversos setores na cidade. A localização, além de ser considerado o principal lugar de lazer da cidade, em breve também possuirá novos empreendimentos que serão advindos, como o novo shopping, por exemplo. Por estar quase em frente aos portões de acesso à universidade a implantação de ponto de ônibus, neste caso, é dispensável, pois esta oferece sistema de transporte público.

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5.4 Legislação

ZONA DE USO ZR-7

LOZALIZAÇÃO

USOS PERMITIDOS

Cab

Cam

CO

CP

AIRTON SENA, ESPÍRITO SANTO, UNIVERSIDADE

CV,S – ATÉ O NÍVEL DE VIZINHANÇA R,E,IN

0,2

0,2

0,6

0,3

Fonte: Plano Diretor Urbano 2007 de Vitória da Conquista-Ba

RECUO RECUO FRONTAL LATERAL 3,0

1,5

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6 PROGRAMA DE NECESSIDADES

A moradia estudantil terá acesso por duas guaritas, uma, destinada aos moradores, permitirá a entrada direta à edificação, onde se localizam os dormitórios com capacidade para três pessoas. Cada dormitório terá uma copa e um sanitário e ao fim de cada pavimento haverá uma cozinha de apoio e uma lavanderia comunitária.

Visando uma melhor qualidade de vida e otimização de tempo dos residentes, a moradia disponibilizará uma ampla sala de estudos e de informática, uma academia e um terraço humanizado para diversas atividades ao ar livre.

A outra guarita irá dar acesso imediato ao estacionamento do salão de eventos e do auditório que serão utilizados como meio de arrecadar verbas para a manutenção do empreendimento.

Abaixo fluxograma setorizado do programa de necessidades:

Figura 12 - Fluxograma

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CONCEITO E PARTIDO

As moradias estudantis coletivas possuem um papel importante na vida dos estudantes: a integração. Integrar do latim integrare, significa ato ou efeito de integrar e é sinônimo de reunião.

Neste sentido, o presente projeto visa a integração dos alunos ao optarem pelas moradias universitárias. Devido ao fato de serem ambientes coletivos, em que a maioria dos objetos, inclusive os quartos, são divididos, os alunos aprendem a compartilhar um espaço em comum, consequentemente, integram-se àquele meio em que vão morar.

A experiência de morar em alojamentos dentro do campus em alojamentos contribui para a integração acadêmica e social do aluno. Conforme dita Garrido; Mercuri (2013) apud Yeung (2009) houve um estudo cuja finalidade foi a de identificar o impacto da experiência de morar em residências situadas no campus sobre o rendimento médio do estudante e sobre sua integração acadêmica e social. O tipo de residência foi categorizado como: moradia no campus, residência com os familiares e outros espaços de moradias. O autor concluiu que morar no campus exerce influência positiva na integração acadêmica e social do estudante, enquanto morar com os familiares exerce ligeira influência positiva sobre o desempenho acadêmico.

O fato dos alunos estarem uma boa parte do tempo em convívio com outros influencia, de certa forma, nos estudos, pois o ambiente proporcionado é de colaboração para esta prática.

Vejamos, as vagas destinadas em alojamentos estudantis são para pessoas de vulnerabilidade econômica, dessa forma, conclui-se que os estudantes preenchem requisitos para adentrar nas moradias, bem como precisam atingir determinadas notas para continuarem com o benefício.

Como o ambiente das moradias universitárias é predominante quanto aos estudos, assim os alunos obtém uma integração acadêmica e social significativa. Além disso, ao dividir a moradia com outras pessoas, eles amadurecem e se sentem mais responsáveis, processo que ajuda na maturidade de cada estudante.

Ao escolher morar no campus, os alunos aproveitam os diversos recursos que a faculdade fornece, tais como: clubes, aulas de dança, aulas de idioma, atividades de lazer em geral, o que mais uma vez contribui para sua integração e para uma boa convivência.

Dessa forma, a universidade que fornece alojamentos estudantis, além de auxiliar o aluno que tem condições econômicas desfavoráveis, promove sua integração acadêmica e social, e tal fator influencia, principalmente, no desempenho dos estudantes.

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Toda essa sistemática está relacionada ao meio ambiente, em razão do campus se localizar em áreas com muita vegetação. A UESB, por exemplo, possui 230 (duzentos e trinta) hectares. O projeto da construção da moradia universitária será integrado ao ambiente disponível para reduzir o impacto ambiental.

Também foi muito importante para a implantação da edificação a topografia acidentada do terreno, condição indispensável para o partido arquitetônico.

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CONCLUSÃO

A partir do percurso feito nos estudos das moradias universitárias do país, percebemos a importância que estas têm para os alunos, uma vez que grande parte deles se desloca das suas cidades/estados para ingressar em suas futuras formações acadêmicas.

Além do mais, observamos os fatores que acarretam na necessidade de ter disponíveis alojamentos estudantis gratuitos, como a localização geográfica, e o aspecto econômico e social dos estudantes.

Ressaltamos que a cidade de Vitória da Conquista, terceira maior do estado da Bahia, possui diversos polos de ensino, como a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), e a Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desse modo, há uma demanda em relação às moradias universitárias, já que muitos alunos não conseguem arcar com as despesas de se manterem na cidade.

Nesse sentido, propomos um projeto de edificação para residências estudantis a fim de atender essa demanda. A moradia estudantil proposta se situa no campus da UESB, localizado em Vitória da Conquista/BA. A permanência projetada conta com uma estrutura ampliada e sustentável com elementos diferentes dos que compõem a já existente moradia da UESB. Desta maneira, sugerimos aspectos condizentes ao meio ambiente, em virtude do campus estar localizado em áreas de natureza abundante. São eles: topografia acidentada a fim de viabilizar o aproveitamento de iluminação e ventilação naturais; captação de edificação como condição indispensável para o partido arquitetônico; aproveitamento de iluminação e ventilação naturais; captação de águas pluviais; placas solares para a produção de energia, dentre outros diversos sistemas que podem ser estabelecidos para dispor de uma arquitetura de baixo consumo energético. Entender como as edificações respondem a seus entornos nos ajudou a reduzir de forma significativa o consumo de energia com calefação, refrigeração e iluminação artificial. Outro fator a destacar, que minimiza os impactos ambientais e engrandece a integração com o meio ambiente é o consumo consciente de cada morador, que será de vital importância para o sucesso total do projeto.

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