Brenda Ferreira Novaes

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

BRENDA FERREIRA NOVAIS

REVITALIZAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL URBANO DA LAGOA DAS BATEIAS: UM NOVO CARTÃO POSTAL PARA A JOIA DO SERTÃO BAIANO

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA MAIO/2016

BRENDA FERREIRA NOVAIS

REVITALIZAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL URBANO DA LAGOA DAS BATEIAS: UM NOVO CARTÃO POSTAL PARA A JOIA DO SERTÃO BAIANO

1. Projeto apresentado à Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR, para obtenção de título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Professor Orientador: Eunice Gusmão

VITÓRIA DA CONQUISTA-BA 2016

FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE – FAINOR CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

REVITALIZAÇÃO DO PARQUE MUNICIPAL URBANO DA LAGOA DAS BATEIAS: UM NOVO CARTÃO POSTAL PARA A JOIA DO SERTÃO BAIANO

BRENDA FERREIRA NOVAIS

BANCA EXAMINADORA

Eunice Gusmão Orientadora

Verbena Dourado Correia Avaliador da Instituição

Avaliador Externo

Dedico esse trabalho a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, principalmente aos meus familiares, Rita de Cassia, Elder Jorge, Bruno Novais e Moisés Ítalo que nunca mediram esforços para que eu concluísse essa etapa. A Eunice Gusmão, pelos conhecimentos transmitidos ao longo desse período, que me fizeram ter a certeza de que esse era o caminho certo para minha vida profissional. A vocês o meu muito obrigada.

“Se andarmos apenas por caminhos já traçados, chegaremos apenas aonde os outros chegaram.”

Alexander Graham Bell

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RESUMO

Buscando compreender o processo de transformação do Parque Urbano das Bateias esse trabalho propõe a revitalização do mesmo, traçando um novo projeto urbano de modo que seja identificado primeiramente os reais problemas que o parque vem enfrentando atualmente.

Foi realizada a análise do parque, bem como o seu processo de desenvolvimento e degradação, sendo possível entender as suas necessidades atuais, para que o seu processo de revitalização seja efetivado de forma objetiva e satisfatória, solucionando os empecilhos que fazem o parque urbano não se “comportar” de forma adequada. O seu desenvolvimento buscou responder os seguintes questionamentos: por que o Parque Municipal da Lagoa das Bateias tem sofrido constante degradação? Como recuperá-lo? A ocupação ilegal da população e o crescimento desordenado da cidade contribuíram para a degradação do Parque?

Sua revitalização, com a devida infraestrutura, vai convidar ao uso e consequentemente à valorização e preservação da lagoa? Assim, foi possível identificar os principais fatores sociais que contribuíram e contribuem para a configuração atual do parque.

Palavras-chave: parque, urbano, lagoa, revitalização, paisagismo

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ABSTRACT

Seeking to understand the process of transformation of the Urban Park of Bateias this work proposes the revitalization of the same, tracing a new urban project so that it is identified first the real problems that the park is facing today. The park was analyzed, as well as its development and degradation process, and it is possible to understand its current needs, so that its revitalization process is carried out in an objective and satisfactory way, solving the obstacles that make the urban park To "behave" properly. Its development sought to answer the following questions: Why has the Lagoa das Bateias Municipal Park been constantly degraded? How to recover it? Has the illegal occupation of the population and the disorderly growth of the city contributed to the degradation of the Park? Will its revitalization, with the necessary infrastructure, invite the use and consequently the valuation and preservation of the lagoon? Thus, it was possible to identify the main social factors that contributed and contribute to the current configuration of the park.

Keywords: park, urban, pond, revitalization, landscaping

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10 1.1 ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO PARQUE ................................................................ 17 1.2 APÓS IMPLANTAÇÃO DO PARQUE (2008): ............................................................ 18 1.3 DIAS ATUAIS (2016): ................................................................................................... 24 1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................... 27 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 28 2.1 ORIGEM DAS CIDADES E A URBANIZAÇÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA......................................................................................................................................... 28 2.2 IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES NA CIDADE ............................................... 30 2.3 FUNÇÃO DOS PARQUES URBANOS ........................................................................ 32 2.4 PROJETOS REFERENCIAIS ........................................................................................ 34 2.4.1- PARQUE DAS NAÇÕES INDÍGENAS (CAMPO GRANDE-MS) ......................... 34 2.1.2- PARQUE ESTADUAL DUNAS DE NATAL ......................................................... 38 2.1.3- DIQUE DE TORORÓ ........................................................................................... 39 2.1.4- LAGOA DE RODRIGO DE FREITAS .................................................................. 40 3 DESCRIÇÃO DO SÍTIO ................................................................................................... 43 3.1 ANÁLISE DAS ÁREAS VERDES DA CIDADE .......................................................... 43 3.2 O BAIRRO...................................................................................................................... 47 3.3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA: .......................................................................................... 49 3.3.1 Localização.............................................................................................................. 49 3.3.3 Atividades do entorno .............................................................................................. 52 3.3.4 Condicionantes físicos ............................................................................................. 53 3.4 LEGISLAÇÃO ............................................................................................................... 57 3.4.1 Código Municipal de Vitória da Conquista ............................................................ 57 3.4.2 Plano Diretor Urbano ............................................................................................. 58 3.4.4 SNUC- Sistema Nacional de Unidades de Conservação ........................................ 60 4 CONCEITO E PARTIDO ................................................................................................. 62 4.1 INTRODUZINDO O CONCEITO ................................................................................. 64 4.1.1 Homenagem a Elomar Figueira de Melo ................................................................ 65 4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES ............................................................................. 66

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4.3 PRÉ DIMENSIONAMENTO ......................................................................................... 67 4.4 IMPLANTAÇÃO DA PROPOSTA ............................................................................... 70 5 FUNCIONOGRAMAS....................................................................................................... 71 5.1 GERAL ........................................................................................................................... 71 5.2 MUSEU .......................................................................................................................... 71 5.3 PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES ..................................................................................... 72 5.4 ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................... 72 5.5 PESQUISA ..................................................................................................................... 73 5.6 CAPELA ......................................................................................................................... 73 5.7 RESTAURANTE ........................................................................................................... 73 6 ESTILO ARQUITETÔNICO ........................................................................................... 74 7 DESCRIÇÃO DO PROJETO ........................................................................................... 75 7.1 IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO PÚBLICO .......................................................... 75 7.2 PROJETO GERAL ......................................................................................................... 76 7.2 MATERIAIS ................................................................................................................... 78 7.3 SOLUÇÕES ESTRUTURAIS PRÉVIAS ...................................................................... 83 7.4 RESERVATÓRIO DE ÁGUA ....................................................................................... 87 7.5 ILUMINAÇÃO............................................................................................................... 88 7.6 QUADRO DE ÁREAS .................................................................................................. 90 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 91 9 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO .......................................................................... 92 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 93 APÊNDICES ........................................................................................................................... 96

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1 INTRODUÇÃO

A cidade de Vitória da Conquista que se localiza na região Sudoeste do Estado da Bahia, possui uma população de 340.199 habitantes em uma área de 3.405.580 m².

Como característica de uma cidade em pleno desenvolvimento, Vitória da Conquista passou a sentir os efeitos de um crescimento surpreendente. Em relação à ocupação da cidade, Ferraz (2001, p. 22) afirma: Vitória da Conquista é considerada, atualmente, a terceira maior cidade da Bahia. A partir da década de 40, ela passou a expandir a sua malha urbana num processo crescente, que se intensificou, especialmente nas últimas décadas, em decorrência da abertura de loteamentos e do incremento populacional vivenciado pela zona urbana do município.

Localizado na zona sudoeste de Vitória da Conquista, entre os loteamentos Santa Cruz, Bateias Terras do Remanso, Cidade de Serrinha e Urbis II e III; o Parque das Bateias está situado a 900 metros de altitude e conta com um potencial hídrico relevante, fazendo parte da sub-bacia do Rio Verruga e, por fim, integra a grande bacia do Rio Pardo (SOARES FILHO, 2008).

Anteriormente considerada área de Preservação Permanente, ou seja, área que não deveria ser urbanizada, a Lagoa das Bateias sofreu algumas modificações ao longo dos anos.

Piáu (2013, p. 10, grifo nosso) descreve esse processo de mudanças: Dados obtidos junto a PMVC-Secretaria Meio Ambiente/ Secretaria de Desenvolvimento Social. Coordenação de Habitação. A Lagoa das Bateias foi considerada área de Preservação Ambiental no governo do prefeito José Pedral , em 30 de maio de 1996, no decreto 8.594/96 com base no § 1° do art. 216 da Constituição Federal e também o dispositivo no art.1 da Lei n 707/93. Desde 1996 a área de 54 há localizado no norte pela Av. Brumado, ao Sul com o Aeroporto Pedro Otacílio Figueiredo, ao Leste com o assentamento popular Santa Cruz e ao Oeste com o Loteamento Terras do Remanso. […]

Em 2007, foi aprovado o Código Municipal de Meio Ambiente, onde caracteriza a área da Lagoa das Bateias não mais como área de preservação ambiental mais um Parque Municipal Urbano. Conforme sub-seção I – Das Unidades de Conservação.

Para compreender como ocorreu essa transição de área de preservação permanente para parque urbano, é necessário avaliar as condições da área ao longo dos anos. A medida que as cidades evoluem, suas configurações urbanas se modificam de tal maneira que áreas antes desocupadas, passam a concentrar um grande número de pessoas. Foi o que ocorreu

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com a cidade de Vitória da Conquista, onde o seu crescimento e a natural valorização de determinadas áreas obrigou que uma parcela da população ocupasse locais inadequados.

Ao longo de 20 anos, a área da Lagoa da Bateias tornou-se uma área de ocupação ilegal, onde famílias utilizaram o local, que até então se encontrava livre, porém abandonado, para construir suas moradias. Cerca de 70 famílias passaram a ocupar as áreas da lagoa por conta própria (SANTOS T., 2013). Vitória da Conquista já havia sentido o impacto do seu desenvolvimento, e grande parte do seu território já havia sido ocupado, não restando muitas opções para as famílias desabrigadas. Essas pessoas viram na área da lagoa, um ponto de fuga, e talvez única solução, para o seu problema de moradia.

Essa ocupação se deu de forma rápida, onde as famílias que não tinham outro lugar para morar, não tinham conhecimento das consequências que a ocupação ilegal poderia acarretar naquela área. Os próprios moradores iniciaram um trabalho de retirada das taboas na lagoa, uma espécie de “limpeza” da região para que suas casas fossem construídas. Porém, o que eles não esperavam era que a região, por se tratar de parte da sub-bacia do Rio Verruga, possuía uma umidade muito grande no solo, logo, as casas que ali foram edificadas, sofreram com grandes problemas de infiltração (PASSOS, 2009).

Várias foram as problemáticas enfrentadas pela população até então ali presentes. A exclusão social, a falta de infraestrutura por parte do poder público, que até então não previa a consolidação da área em seu Plano Diretor Urbano, e os fenômenos naturais foram alguns problemas enfrentados ao longo dos anos de consolidação dessa ocupação. Ainda havia aquela parte de terra, que assemelhando-se a qualquer lugar legalmente ocupado, eram destinadas a aluguel e vendas. Logo, observa-se que aos poucos essa área começou a se sustentar por si só, sem o apoio do poder publico.

Diante das configurações que se encontravam aquela área, o poder público se viu obrigado a dar uma nova configuração para o local criando então o projeto de implantação do Parque das Bateias. O parque foi criado pelo poder público municipal em 05 de junho de 2007 através do Código Municipal do Meio Ambiente – Lei 1.410/2007 através do Art. 23º e inclui a Lagoa das Bateias e entorno compreendidos pela pista perimetral, que representa uma área de aproximadamente 53 há.

A Lei Nº 1.410 transformou três espaços do município de Vitória da Conquista em espaços de proteção, através da institucionalização de Unidades de Conservação: I- o Parque Municipal da Serra do Periperi, criado pelo Decreto nº 9.480 de 1999, com seus espaços especialmente protegidos: a Reserva do Poço Escuro, criada pelo Decreto nº 8.696 de 1996; a área com 115.644m², declarada de

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preservação de espécie endêmica dedicada à Melocactus conoideus, pelo Decreto 10.999/2002; II-O Parque Municipal Urbano da Lagoa das Bateias; III-O Parque Municipal Urbano da Lagoa do Jurema (VITÓRIA DA CONQUISTA, 2007, grifo nosso).

A lagoa se tornou unidade de conservação a partir do momento em que a sua importância geoambiental foi percebida pelo poder público, devido a sua capacidade de captação de águas pluviais, por se tratar de uma área mais baixa da cidade e pela vontade e necessidade de que ela não fosse escassa. Logo, foi proposta a criação do parque urbano em seu entorno, para que se pudesse valorizar a área e para que o local se transformasse em uma referência tanto de lazer, como de desenvolvimento em pesquisas. Soares Filho. (2008, p. 08) relata que: A lagoa, propriamente dita, é a maior área do Parque e caracteriza-se por ser uma massa d’água doce com superfície irregular que tem aproximadamente 26 há, e profundidade média de 2 metros; o litoral é a área de terras que circunda a lagoa com 13 há e abriga vegetação ruderal e de charco, além da infraestrutura do parque com museu, quiosques, parque infantil, quadras, áreas arborizadas e pistas para passeios e ciclismo e por fim o ninhal, uma ilha de 14 há encharcada na região da lagoa, dominada por taboas, que funciona como área de reprodução e dormida de várias espécies, principalmente aves

Vivemos em uma sociedade em que a contextualização da conservação do meio ambiente se torna cada vez mais importante. Fala-se muito em preservar os recursos naturais e proteger aqueles que se encontram em situações de risco, logo, atitudes cada vez mais frequentes voltadas para a preservação desses recursos vêm norteando o país como um todo.

A implementação de Unidades de Conservação tem sido uma realidade constante em cidades brasileiras, decorrentes da intensificação iniciada na década de 1970, quando em um intervalo de treze anos 119 unidades de conservação foram criadas, muitas como resultado de pressões nacionais e internacionais, ligadas ao modelo de desenvolvimento sustentável (CUNHA e COELHO, 2003).

A partir do momento em que se entende qual o real motivo de determinadas áreas para a cidade, surge a necessidade de tornar o espaço protegido por lei. Com isso, a degradação ambiental e social do espaço passa a ser diminuído, tanto pela conscientização da população, quanto pelas leis que passam a vigorar naquele local.

Para a institucionalização do parque urbano das bateias foi necessária que houvesse a remoção da população que ali se encontrava abrigada de forma ilegal. Houve então uma

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intervenção do Poder Público através do programa Pró-Moradia, com recursos da União e da prefeitura de Vitória da Conquista por intermédio da Caixa Econômica Federal – CEF. A prefeitura tinha o objetivo de urbanização do Parque e transformação da área em um espaço de lazer. Porém, para que isso de fato acontecesse, era necessário que houvesse a retirada das famílias que ali habitavam (PIÁU, 2013).

O programa Pró-Moradia previa a realocação das casas, construindo cerca de 80 casas novas, onde a população poderia ter acesso aos serviços básicos, como saneamento, locais menos insalubres e apropriados para moradia, diferentemente da área ocupada. Esse processo se deu de forma gradativa e difícil, pois as pessoas que ali estavam não tinham pretensão alguma de deixar o local, alegando que se tratava de um lugar onde eles teriam fixado suas raízes. Raízes essas que não seriam reconstruídas em um local diferente.

Segundo Santos T. e Beneditctis (2012) o projeto durou cerca de 18 meses, a partir de 2005, e contou com ações de cunho social, por se tratar de uma decisão que envolviam diferentes sujeitos. Muitos dos que ali habitavam faziam parte de uma mesma família, de uma vizinhança acolhedora e onde tinham os seus vínculos enraizados.

Retomando Passos (2009), paralelo a implantação do parque, foi feito um projeto social com os moradores onde reuniões periódicas aconteciam, para que eles pudessem expor suas opiniões em relação ao programa. Após apresentada a proposta aos moradores, muitos viram nesse projeto uma oportunidade de desenvolvimento para o local, bem como o recebimento de uma casa em melhores condições, muitas vezes menor do que as suas, porém sem os riscos de desabamentos e afins.

Pode-se perceber então que o Parque das Bateias sofreu um grande processo de mudança até a sua real consolidação como parque municipal urbano. Porém, mesmo com todo esse processo de afirmação como parque, atualmente a cidade de Vitória da Conquista não encontra nele um referencial de parque urbano bem conservado e que cumpre o seu real papel para a cidade. O poder público o consolidou diante das melhorias apresentadas, porém, não o manteve como tal.

Diversos são os problemas que assolam o Parque das Bateias. Sua localização, que se encontra mais baixa que as localidades circunvizinhas, influencia para que as águas pluviais desenvolvam o processo de escoamento, seguindo o curso de drenagem das áreas de maior altimetria para as áreas mais baixas, trazendo consigo lixos e dejetos próximos. As ruas em seu entorno se tratam de logradouros de pouca infraestrutura, contribuindo para a poluição da

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lagoa através de esgotos a céu aberto e esgotos muitas vezes clandestinos, e demonstram os resultados de uma segregação urbana latente. É importante ressaltar ainda que por se tratar de uma unidade de conservação, o projeto urbano tanto na área da lagoa como na do rio Santa Rita, que serve como seu sangradouro, deveria respeitar os seus limites edificáveis. Logo, pelo menos uma faixa de 30 a 50 metros da lagoa e do rio não deveria existir edificações e afins, para que se pudesse cumprir a sua real função de preservação ambiental.

Observa-se então que a implantação do parque se deu de forma errônea, onde as leis municipais se sobreporam as leis federais. A vontade de implantação do parque falou mais alto do que as normas que regem o meio ambiente. No âmbito federal encontra-se muito claro as regras que devem ser seguidas em uma unidade de conservação, o SNUC (Sistema Nacional De Unidade De Conservação), Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002 Decreto nº 5.746, de 5 de abril de 2006 que diz: Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; […]

XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade;

O Parque Municipal da Lagoa das Bateias se encaixa no grupo de Unidade de Uso Sustentável, pelo fato de estar inserido na malha urbana, de modo que se torna possível compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável e a presença humana. Para esse grupo de unidade de conservação o SNUC aponta: Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. [...] § 3º As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.

Na implantação do parque não foram atendidas as normas que estabelecem as unidades de conservação, o parque das bateias além de não ser atualmente uma referência de

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lazer, não atende às normas ambientais que deveria estar em evidencia desde o princípio, que vem sendo o seu principal problema, mas não único.

A problemática ambiental urbana vem sendo um dos temas mais tratados na atualidade no que diz respeito à questão ambiental. Trata-se dos problemas naturais acarretados pela crescente urbanização em todo o mundo. A partir do momento que as pessoas passaram a sair do campo para morar nas cidades trouxeram consigo a necessidade de um maior uso dos recursos naturais e um agravamento nos problemas ambientais.

Com a cidade de Vitória da Conquista não foi diferente. O seu crescimento acelerado acarretou diversos problemas de âmbito urbano. Segundo Silveira: Nessa dinâmica as cidades de médio porte assumem a função de cidade pólo, como Vitória da Conquista, se realçando muito na última década, no entanto as relações de produção, voltadas quase totalmente à reprodução econômica, desconsideraram a necessidade do planejamento e criaram uma “urbanização corporativa”, resultando em ambientes urbanos caóticos onde o solo impermeabilizado e vastamente edificado, aliado a um precário sistema de drenagem e escoamento superficial acaba por não suportar fortes chuvas acarretando assim graves problemas a nível social e de infra-estrutura [sic.]. (SILVEIRA, 2001, p. 2).

Esse impacto ambiental acarretado pela presença humana pode ser percebido de forma clara no parque das Bateias. No período de nove anos, desde a sua implantação a degradação ambiental aumentou consideravelmente. A poluição da lagoa de modo isolado acarretou diversos impactos, que vão desde a poluição do solo até a contaminação do lençol freático influenciando diretamente na saúde dos moradores locais.

Ainda que respaldada pelo fato de ser uma unidade de conservação, a área possui um foco considerável de contaminação. Esgotos são levados diretamente para a área conservada e prioritária, ou seja, as relações que acontecem naquela área não levam em consideração o fato de ser um local de nascente e deságue, com funções ecológicas e econômicas dos mananciais hídricos. É notório o descaso do poder público para com a unidade. É possível observar, lixo em excesso ao redor da lagoa, a vegetação muito alta e descuidada, além da depredação dos mobiliários urbanos implantados em sua consolidação.

As lixeiras se encontram quebradas, as placas da ciclovia estão todas destruídas e a iluminação precária impossibilita a realização de atividades no período noturno.

O solo que é um recurso finito, limitado e não renovável, vem sofrendo também com o descuido da população. Lixos são jogados em grande parte da região e deixados a céu aberto, comprometendo a área e consequentemente toda a região, ocasionando problemas principalmente de saúde.

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Percebe-se a diferença do parque em termos de conservação em um espaço de seis anos. Em se tratando da lagoa, nota-se que atualmente não é mais possível enxergar o seu espelho d'água, devido ao aumento das taboas, vegetação que vem proliferando na lagoa, que apesar de ser uma área que deve ser conservada devido ao seu uso pela fauna local, já se encontra em uma quantidade muito alta, tomando conta de toda a lagoa.

A lagoa em particular possui a sua importância independentemente da existência ou não do parque urbano a sua volta. Para Costa et. al. (2014, p. 4): O sistema da lagoa também é importante porque comporta biotas terrestres a aquáticas, exerce as funções de sítio de nidificação para as aves; de “berçários” anfíbios e peixes e de área de alimentação para a fauna silvestre, principalmente em épocas de seca, quando várias populações de animais, principalmente de aves se aglomeram no local. Não se pode esquecer a importância do parque como monumento paisagístico, área de lazer para a cidade e que esta unidade de conservação (UC) será capaz de estimular investimentos em saneamento, conservação, educação ambiental, lazer e turismo, dentre outros.

O bairro onde se encontra o parque influencia significativamente no modo em que ele se encontra atualmente. Isso se dá devida à falta de infraestrutura do bairro Zabelê. Falta de iluminação, falta de pavimentação, violência, e falta de policiamento são alguns fatores que norteiam os moradores desta localidade, que ainda não têm consciência da importância da conservação da lagoa e do parque, e necessitam de uma educação complementar ambiental, sanitária e de cidadania.

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1.1 ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO PARQUE

Figura 1: Início do processo de ocupação da Lagoa das Bateias Fonte: PASSOS, Julia Gabriela F. Gonçalves.

Figura 2: Entorno sendo aterrado.

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Fonte:PASSOS, Julia Gabriela F. Gonçalves.

Figuras 3: Vista parcial de algumas residências construídas no entorno da Lagoa das Fonte: PASSOS, Julia Gabriela F. Gonçalves.

1.2 APÓS IMPLANTAÇÃO DO PARQUE (2008):

Figura 4: Quadras esportivas de terra Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

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Figura 5: Portal de entrada do parque Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 6: Quadra de futebol Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

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Figura 7: Vista da lagoa e do museu Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 8: Quadra e pista de bicicleta Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

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Figura 9: Museu Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 10: PĂ´r-do-Sol na lagoa Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateia

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Figura 11: Cidade ao fundo da lagoa Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 12: Crianรงas brincando no parque Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

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Figura 13: Vista do parque Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 14: Fundo do museu Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

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1.3 DIAS ATUAIS (2016):

Figura 15: Parque das bateias em 2016 Fonte: Produção própria, 2016

Fonte 16: Taboas invadindo a lagoa Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

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Figura 17: Mobiliário quebrado Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 18:Fundo do museu Fonte: Produção própria, 2016

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Figura 19: Lixo no entorno da lagoa Fonte: www.google.com.br/maps/place/Bateias

Figura 20: Taboas escondendo o espelho d´agua Fonte: http://blitzconquista.com.br

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1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica descritiva, elencando o processo de desenvolvimento das cidades e dos parques urbanos, bem como a importância das áreas verdes para as cidades. Para que se pudesse obter dados a respeito do processo de consolidação do Parque Municipal das Bateias em Vitória da Conquista, e a sua situação atual, foi feita uma pesquisa exploratória e documental.

Buscando compreender a realidade dos parques urbanos no país, a pesquisa passou pelo método comparativo e histórico, que permitiu elencar as principais características de um parque urbano, e a caracterização do que venha a ser um projeto de revitalização.

O instrumento utilizado para coletas de dados a respeito dos problemas atuais do parque foi a observação sistemática e individual do local. Também foi elaborado um questionário (APÊNDICE A) aplicado a 50 atuais usuários do parque, para que fosse possível conhecer as principais necessidades e sugestões das poucas pessoas que ainda freqüentam o local. A partir dos dados coletados foi elaborado um estudo e proposta de projeto técnico.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ORIGEM DAS CIDADES E A URBANIZAÇÃO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

As relações econômicas são as principais razões para que as cidades não somente surjam, mas cresçam e se organizem de modo diferenciado, planejado, e capaz de criar configurações a partir de suas formas de produção. A economia gera emprego e renda e cria a divisão social do trabalho, bem como novos espaços de organização social. Por essa razão, é de fundamental importância que cada cidade tenha um plano diretor para que seja mantida a organização do espaço urbano, fato este que não exclui a possibilidade de que a periferização seja mantida.

No Brasil, o processo de urbanização se tornou mais latente a partir da Segunda Guerra Mundial com um forte crescimento demográfico e acompanhado de um intenso êxodo rural. Nesta fase, a taxa de natalidade duplicou, enquanto que a de mortalidade diminuiu significativamente, devido aos avanços nas condições sanitárias, melhorando a saúde da população e um relativo avanço nos padrões de vida.

De acordo com Santos, (1994, P. 69) No recenseamento de 1991 tivemos os dados apontando uma taxa de urbanização superior a 75%, mais adiante no ano 2000 essa taxa já ultrapassava o percentual de 80% o que mostra que esse processo vem se dando de forma constante e diversificada de região para região devido as dinâmicas diversas de cada localidade, como dinâmicas políticas, demográficas, culturais e socioeconômicas.

O autor aborda ainda que uma das fases que serviu como marco para o desenvolvimento econômico do Brasil, foi o período ditatorial, culminado com o golpe militar em 1964, quando houve grandes incentivos à exportação, principalmente de produtos agrícolas que passaram a ser produzidos em larga escala devido a modernização do processo produtivo, o que proporcionou a internacionalização do comércio. A população viveu nesse período o chamado milagre econômico.

O município de Vitória da Conquista sofreu ao longo da sua história várias mudanças nas relações econômicas, sociais e políticas. No decorrer do século XIX o crescimento urbano foi lento e ocorreu no sentido norte-sul. Já na década de 1940, Vitória da Conquista

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acompanhou o processo de urbanização ocorrido no Brasil, aumentando a sua malha urbana.

Neste mesmo período ampliou-se também o comércio local (FERRAZ, 2001, p. 31).

Na década de 1970 começa-se uma política agrária destinada a ampliação do cultivo do café e o município de Vitória da Conquista foi um dos que receberam incentivos financeiros do governo junto a regiões do sul e sudeste do país, para intensificar o cultivo do café, que passou a ser a principal fonte de riqueza da cidade e da região, correspondendo a 30% da produção de todo o Estado.

Um dos principais aspectos que impulsionou a transformação da configuração territorial de Vitória da Conquista foi a prática de parcelamento do solo urbano, uma prática utilizada desde o século passado e que foi mais intensificada nos anos 80 e consiste na concentração de implantação de loteamentos (FERRAZ,2001, p. 33).

As cidades brasileiras em geral, estão passando por um processo crescente de urbanização cada vez mais frequente, o que acarreta significativamente na qualidade de vida das pessoas. Sem levar em consideração os elementos e fenômenos da natureza, aliada à falta de planejamento adequado, esse processo de urbanização se torna cada vez mais agravante. Di Fidio (1985 apud GUZZO, 1999, p. 6-7) preconiza que: As manifestações mais características de um macroecossistema urbanoindustrial são: população humana com altos valores demográficos; multiplicidade e intensidade de intervenções humanas; importação de relevante quantidade de matéria e energia externa; eutrofização dos ecossistemas biótipos terrestres e aquáticos; compactação e impermeabilização do solo, nas áreas de loteamento e infra-estrutura [sic.] de transporte; mudança da morfologia do solo mediante escavações e transporte; redução do nível do lençol freático e subsidência do solo; formação de um clima urbano essencialmente distinto daquele circundante à cidade (isolamento térmico); geração e exportação de grande quantidade de resíduos sólidos, de efluentes domésticos e industriais, de emissões de poeiras e gases, que sobrecarregam o próprio ambiente urbano e o ambiente periférico, com efeitos também, a grandes distâncias; e, mudanças substanciais das populações de plantas e de animais nativos e das cadeias tróficas da biocenose anteriormente existente, como conseqüência [sic.] da modificação dos biótipos a da introdução de espécies exóticas.

A importância do planejamento no século atual está cada vez mais em evidencia.

Porém, tem-se levado em conta em maior peso as atividades socioeconômicas, deixando-se de lado a importância com os elementos naturais. O processo de expansão das cidades tem deixado de lado a qualidade dos ambientes construídos. Nessa linha de raciocínio, Moro (1976, p. 15) relata: Que a constante urbanização nos permite assistir, em nossos grandes centros urbanos, a problemas cruciais do desenvolvimento nada harmonioso entre a cidade e a natureza. Assim, podemos observar a substituição de valores

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naturais por ruídos, concreto, máquinas, edificações, poluição etc..., e que ocasiona entre a obra do homem e a natureza crises ambientais cujos reflexos negativos contribuem para degeneração do meio ambiente urbano, proporcionando condições nada ideais para a sobrevivência humana.

2.2 IMPORTÂNCIA DAS ÁREAS VERDES NA CIDADE

As cidades têm crescido de forma desordenada e acelerada, o que dificulta o planejamento da sua estrutura urbana. Logo, torna-se difícil compreender a necessidade das áreas verdes nos grandes centros urbanos. Essa difícil compreensão leva a não aplicação do planejamento, criação e conservação dessas áreas. O crescimento acelerado da população e da urbanização é na atualidade um dos problemas mais graves da humanidade, sendo visto como uma das principais causas da deterioração do meio ambiente, pois a concentração humana e de suas atividades provocam ruptura do funcionamento do ambiente natural.

(CAVALHEIRO, 1991:88).

As áreas verdes são pontos importantes para uma cidade, não apenas do ponto de vista ecológico como também social, econômico e político. Segundo Silva Filho (2003, apud MILANO e DALCIN 2000) existem aspectos positivos das árvores nas cidades os quais podem ser mensurados, avaliados e monitorados, caracterizando benefícios, e consequentemente objetivos que passam a ser estabelecidos no planejamento: 

Estabilização e melhoria microclimática;



2. Redução da poluição atmosférica;



3. Diminuição da poluição sonora



4. Melhoria estética das cidades



5. Ação sobre a saúde humana



6. Benefícios sociais, econômicos e políticos.

Sendo as áreas verdes tão importantes para o ciclo natural da cidade é importante a conscientização da sua conservação, pois nas áreas em que se encontram deficit de vegetação, também se encontram as temperaturas mais elevadas. Com isso, a urbanização exagerada

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altera significativamente o clima urbano. Nucci (1966) destaca as principais funções exercidas por essas áreas: 

Proteger a qualidade da água, impedindo que substâncias poluentes corram pelos rios;



Diminuir a quantidade de dióxido de carbono (CO2) através do processo de fotossíntese;



Reduzir o nível de ruídos através das árvores que funcionam como uma barreira sonora, absorvendo ou refletindo os ruídos.



Propiciar uma interação entre o homem e a natureza;



Absorver as radiações solares por meio das vegetações, amenizando a temperatura e evitando a formação das ilhas de calor



Exercer função recreativa, oferecendo maior espaço livre para as crianças se movimentarem



Proporcionar também outros meios de diversão quando provida de quadra poliesportiva, playground, etc;



Quebrar a monotonia das atividades humanas, influenciando também as melhorias das relações sociais, ou seja, na convivência entre pessoas;



Facilitar o escoamento e absorção das águas pluviais pelo solo, evitando assim problemas como enchentes



Produzir um efeito psicológico nas pessoas, pelas cores das árvores e sua combinação com a luz. O som e o silêncio das áreas verdes possibilitam um efeito calmante que restabelece equilíbrio mental e corporal.

Visto os benefícios trazidos pela implementação dessas áreas na cidade, é importante ressaltar que essas funções não serão em sua totalidade cumpridas, caso as áreas verdes não se encontrem em perfeito estado de conservação, pois a falta de alguns elementos em sua composição afetará diretamente seu funcionamento e benefícios.

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2.3 FUNÇÃO DOS PARQUES URBANOS

Com o advento da Revolução industrial no século XVIII, houve o surgimento dos primeiros parques urbanos na Inglaterra, pois o crescimento das cidades e a destruição das áreas verdes surgiram o interesse pelos parques. O parque urbano tem seu pleno desenvolvimento no século seguinte, com ênfase maior na reformulação de Haussmann em Paris, e o Movimento dos Parques Americanos - o Park Moviment liderado por Frederick Law Olmstead ¹ e seus trabalhos em New York, Chicago e Boston (SCALISE, 2002, p. 02).

Diante do contexto em que se vivia no século, os parques tinham como função primordial a busca de um espaço de lazer, onde as pessoas poderiam se desvincular dos problemas da urbanização, como uma espécie de fuga da cidade.

Iniciou-se no século XX uma mudança nas funções dos parques, por influência do movimento “Park Moviment” que defendia a utilização econômica dos espaços livres, criando oportunidades de recreação e também de preservar os recursos naturais, controle de enchentes, proteger os mananciais, criando espaços agradáveis para passear e morar. Esses trabalhos, além de inspirar a criação de inúmeros parques e da cidade-jardim de Howard, mudou o conceito de qualidade ambiental urbana (SCALISE, 2002, p. 02).

No Brasil, a configuração dos parques urbanos se deu de forma diferente dos europeus, pois o país passava no século XIX por um momento de mudanças e estruturação como uma nação, surgindo a necessidade de se organizar para a chegada da família real portuguesa. Segundo Bovo e Conrado (2012, p.53): Os primeiros parques urbanos brasileiros são bem diferentes dos europeus, pois, não surgem da urgência social de atender às necessidades das massas urbanas das cidades do século XIX, visto que o Brasil, nesse período, não possuía uma rede urbana expressiva e as cidades brasileiras não tinham o porte das cidades europeias. No Brasil, os parques foram criados como figura complementar ao cenário das elites emergentes, que controlavam a Nação e procuravam construir uma configuração urbana semelhante aos modelos ingleses e franceses.

O Príncipe Regente Dom João funda, em 1808 na cidade do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico e se inicia a história dos parques no Brasil. Segundo Macedo e Sakata (2003, p. 54), “O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um exemplo típico de fusão das duas vertentes projetuais”, ou seja, o lugar do passeio, do “ver e ser visto”. Neste local a aristocracia passeava trajando a última moda francesa. Estes jardins eram espaços públicos quanto à sua localização, mas espaços reservados quanto ao seu uso.

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Nos dias atuais, os parques Urbanos estão cada vez mais frequentes e valorizados, devido à necessidade urbana de possuir espaços que desafogue a intensa urbanização das cidades. Não se trata somente de espaços de vitrines para a alta sociedade, mas locais de fuga para uma sociedade inteira e de diferentes classes sociais.

Para Macedo (2002 apud FERREIRA, 2007, p. 24), um parque urbano é um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana, que atende a uma grande diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas quanto culturais, não possuindo, muitas vezes, a antiga destinação voltada basicamente para o lazer contemplativo.

Para parques temáticos a definição de Macedo vai de encontro com a maioria dos autores, por se tratar de um tipo bem específico de parque: forma de lazer atualmente popular na qual, paralelamente a uma cenarização extrema, representativa de lugares reais ou imaginários, se pratica uma atividade intensa de lazer eletrônico dentro de edifícios Sá Carneiro (2000 apud FERREIRA, 2007, p. 24) afirma que parques urbanos são espaços livres públicos com função predominante de recreação, ocupando na malha urbana uma área em grau de equivalência superior à da quadra típica urbana, em geral apresentando componentes da paisagem natural. Já o conceito de praças, mais facilmente definido, é defendido por Sá Carneiro como espaços livres públicos, com função de convívio social, inseridos na malha urbana como elemento organizador da circulação e de amenização pública, com área equivalente à da quadra, geralmente contendo expressiva cobertura vegetal, mobiliário lúdico, canteiros, bancos.

Sakata (2002 apud FERREIRA, 2007, p. 24) considera parque urbano todo espaço de uso público destinado à recreação de massa, qualquer que seja seu tipo, capaz de incorporar intenções de conservação e cuja estrutura morfológica é auto-suficiente, isto é, não é diretamente influenciada em sua configuração por nenhuma estrutura construída em seu entorno.

No caso do Parque Urbano Municipal da Lagoa das Bateias, o conceito que mais se adéqua à sua atual situação, como unidade de conservação e parque urbano é a de Macedo (2002 apud FERREIRA, 2007, p. 24) que conceitua parque ambiental de acordo com seu objetivo prioritário: a conservação desse ou daquele recurso ambiental, como um banhado ou um bosque. E, paralelamente, diz que possui áreas muito concentradas voltadas para atividades de lazer ativo ao lado de áreas voltadas para o lazer contemplativo.

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2.4 PROJETOS REFERENCIAIS

É possível tomar como base alguns parques urbanos que servem de referência para o projeto de revitalização do Parque das Bateias. São parques que em suas configurações revelam-se como um ideal de parque urbano, conservad e de referências de lazer e de turismo:

2.4.1- PARQUE DAS NAÇÕES INDÍGENAS (CAMPO GRANDE-MS): Principal referência para a escolha do programa de necessidade, o parque das nações indígenas sifreu um processo de consolidação semelhante ao proposto no presente projeto, devido à necessidade de desapropriação de uma parcela da população: Segundo MAYMONE (2009): A criação deste parque se deu pela desapropriação pelo Governo do Estado de várias chácaras e terrenos, situados às margens dos córregos Prosa e Reveilleau, situadas no perímetro urbano compreendido pela Avenida Afonso Pena, Mato Grosso e córrego Soter. […]

A desapropriação da área levou em consideração há necessidade de se fornecer à população, meios que propiciassem o lazer, a cultura e o desporto; considerando que é obrigação do Estado preservar as tradições do povo e fomentar a consciência relativamente ao meio ambiente. […]

O projeto do Parque atendeu a liberdade de concepção e a programação do parque contemporâneo brasileiro, que foi uma realidade no final do século XX, sendo identificadas às características abaixo: programa funcional; equipamentos esportivos; preservação de ecossistemas naturais; educação ambiental; grande área de piso, com pouca e controlada vegetação; elementos escultóricos e da arquitetura pós-moderna; parques temáticos, fato histórico ou homenagem a uma etnia importante; o uso da vegetação, com a preservação dos ecossistemas ou acompanha a tematização do espaço; a água permanece como um importante elemento construtivo do espaço.

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2.1.2- PARQUE ESTADUAL DUNAS DE NATAL: foi reconhecido pela UNESCO (Orgazação das Nacoes Unidas para a Educação, a Ciencia e a Cultura) como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira. Assemelha-se ao Parque das Bateias no que diz respeito à sua atribuição de Unidade de Conservação. O Parque das Dunas dispõe de um Plano de Manejo, instrumento técnico de planejamento ecológico, com zoneamento determinado e orientação sobre o desenvolvimento físico, de acordo com as finalidades do parque.

O

Parque

das

Dunas tem por objetivo garantir a preservação e conservação dos ecossistemas naturais englobados; proteger os recursos genéticos; possibilitar a realização de estudos, pesquisas e trabalhos de interesse científico; preservar sítios de valor histórico, arqueológico e geomorfológico; além de oferecer condições para o lazer, o ecoturismo e a realização de atividades educativas e de conscientização ecológica. O setor de uso público, entrada para o Parque das Dunas, é o “Bosque dos Namorados”, ocupando uma área aproximada de sete hectares, com mais de mil e trezentas árvores nativas da Mata Atlântica. No Bosque dos Namorados localizam-se a sede administrativa do Parque das Dunas, centro de visitantes, biblioteca, centro de pesquisas, viveiro, unidade de mostra de vegetação, anfiteatro pau-brasil, folha das artes, lago artificial, posto de comando ambiental, parque infantil e anel viário para atividades físicas e caminhadas. No centro de visitantes tem uma sala com uma exposição permanente denominada: "Parque das Dunas: um encontro com sua natureza". (Parquedasdunas.com)

Figura 21 – Parque das Dunas Fonte: Site do G1.globo

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Figura 22- Parque das Dunas, local para exposições FONTE: Site Panorâmico

2.1.3- DIQUE DE TORORÓ: é um cartão-postal da cidade de Salvador. Constituído por uma lagoa artificial no centro da capital baiana, atraí turistas de todos os lugares do mundo. Segundo o site Bahia,com: O Dique do Tororó é um dos mais famosos e belos cartões postais de Salvador.

Construído pelos holandeses, no século XVIII, com um espelho d’água de cerca de 110 mil metros quadrados, o local sofreu sucessivas reformas com o passar do tempo. Em 1998, durante uma dessas reformas, o ponto turístico ganhou novos equipamentos de esporte e lazer, anfiteatro, centros comunitários e restaurantes, além de doze esculturas de orixás assinadas pelo artista plástico Tati Moreno.

Figura 23- A nova Fonte Nova junto ao Dique de Tororó Fonte: Site Bahia-turismo, 2016

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Figura 24- Área de Lazer e Pier Fonte: Site Bahia-turismo, 2016

2.1.4- LAGOA DE RODRIGO DE FREITAS: se configura em um lugar de moradia nobre, além da vista privilegiada para as montanhas, e pelo parque que o circunda, referência de lazer ao ar livre na cidade do Rio de Janeiro. O parque conta com uma estrutura de imensa de lazer, destinadas a caminhadas, pedalinhos, pequenos bares, piers e atracadouros, quadras esportivas, gramados e parque (Riodejaneiroaqui.com).

Segundo o site metrorio.com: Na Lagoa, você pode passear de pedalinho e bicicleta, disponíveis para locação, fazer piqueniques e desfrutar dos espaços para diversão em família, como o Parque Lagoa Baixo Bebê, projetado para as crianças. Ou ainda experimentar a diversidade gastronômica nos quiosques temáticos da Lagoa, com culinárias árabe, japonesa e brasileira, entre outras.

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Figura 25: Lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro Fonte: Site metrorio.com

Figura 26: Lagoa Rodrigo de Freitas, pedalinhos.

Fonte: Site aloriodejaneiro.com

Nota-se que os três projetos se assemelham em alguns pontos, como por exemplo, a valorização das áreas de lazer. Portanto, para que se possa dar ênfase ao espaço que será criado no Parque das Bateias direcionado ao lazer, alguns elementos serão incorporados e inseridos nesses projetos, tais como: píer com pedalinho; área de exposição, áreas verdes preservadas, mobiliários urbanos, restaurantes e áreas de convivência. A incorporação desses itens levará a população a uma maior utilização do parque, acarretando em uma preservação consequentemente mais acentuada e consciente. A criação de um centro de pesquisa e de uma

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unidade de mostra de vegetação, tal qual o Parque das Dunas, levará a tona as características de uma unidade de conservação e seus principais objetivos.

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3 DESCRIÇÃO DO SÍTIO Vitória da Conquista é um município brasileiro do Estado da Bahia. Sua população, conforme o IBGE, em 2014 é de 340.199 habitantes, o que faz dela a terceira maior cidade do estado, atrás de Salvador e Feira de Santana, e a quarta do interior do Nordeste. Possui um dos PIBs que mais crescem no interior desta região. Capital regional de uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios na Bahia e dezesseis no norte de Minas Gerais. Tem uma altitude média de 923 metros nas escadarias da igreja Matriz, atingindo os 1.100 metros nas partes mais altas. Possui uma área de 3204,257km².

A cidade possui a 6ª maior economia da Bahia, com participação de 2,29% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual. O PIB é a soma de valores de todos os serviços e bens produzidos em determinado local e período, além de ser o principal indicador do crescimento econômico de uma região.

O destaque está no setor de serviços, responsável por mais de 70% do PIB do município.

Nessa área, o município ocupa a 6ª posição no Estado, com R$ 2,224 bilhões acumulados em 2009. O comércio forte e dinâmico e os serviços educacionais e os de saúde contribuem de maneira fundamental para o desenvolvimento desse setor.

A construção civil é outro vetor de crescimento, principalmente nos últimos cinco anos e em especial após a implementação, por parte do Governo Federal, do programa Minha Casa Minha Vida. O setor tem grande participação na geração de empregos, com fortalecimento do mercado local. (<http://www.pmvc.ba.gov.br/economia/>) 3.1 ANÁLISE DAS ÁREAS VERDES DA CIDADE

A região de Vitória da Conquista possui vegetação divididas em faixas, tais como a caatinga, cerrado e mata de cipó. Sabe-se da real importância que a vegetação possui em uma cidade. As praças estão para as cidades como o coração para o ser humano. É nelas que se encontram a identidade cultural de uma localidade (MACEDO; ROBBA, 2002).

Para que fosse possível entender a dinâmica das áreas verdes da cidade de Vitória da Conquista durante os anos de 2014 e 2015 foi realizada uma pesquisa sobre as praças do Município por meio do projeto de Extensão de Iniciação Científica da Faculdade Independente do Nordeste- FAINOR, sendo possível cadastrar a quantidade de praças no perímetro urbano da cidade, bem como o nível de conservação de cada uma delas

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demonstrando resultados abaixo da média esperada, em se tratando de uma cidade do porte de Vitória da Conquista, a terceira maior do estado da Bahia.

Com o auxílio do programa Google Earth, foram demarcadas no mapa da cidade os pontos referentes às praças existentes na mesma. Assim, foi possível identificar quais pontos da cidade foram destinadas para área de praça no perímetro urbano. Totalizando 228 praças.

Figura 27: Locação e cadastro das praças na cidade de Vitória da Conquista-BA. Fonte: produção própria, 2015

Terminada a localização de cada praça, foi feita uma visita em cada uma delas, utilizando-se o aparelho GPS para serem computadas as respectivas coordenadas geográficas.

Após identificada e cadastrada cada uma, foi aferida a área de cada bairro da cidade, bem como a área de suas respectivas praças. Com isso, foi possível identificar a densidade de praças na cidade. Os resultados quantitativos podem ser observados na tabela a seguir:

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TABELA 1 - Área dos bairros e das praças de Vitória da Conquista BAIRRO Espírito Santo Boa Vista Recreio Felícia Jurema Centro Bairro Brasil Patagônia Jatobá Campinhos São Pedro Zabelê Ibirapuera Nossa Senhora Aparecida Guarani Cruzeiro Candeias Alto Maron

ÁREA DO BAIRRO (km²) 13,36 7,89 2,54 4,13 1,58 2,01 2,17 3,88 3,19 2,33 4,94 5,55 4,01 1,19

Nº DE PRAÇAS 11 20 5 11 8 12 9 9 5 6 1 40 9 2

ÁREA DAS PRAÇAS (m²) 56.956 230.879 11.732 64.270 31.868 29.765 37.578 62.913 18.888 14.793 10.026 157.731 58.009 6.306

DENSIDADE (km²/km²) 0.004 0.029 0.006 0.015 0.020 0.014 0.017 0.016 0.005 0.006 0.002 0.028 0.014 0.002

2,01 2,20 8,74 2,60

6 6 23 11

12.222 31.663 80.143 32.839

0.010 0.014 0.009 0.012

FONTE: produção própria, 2015

Após os resultados quantitativos, foi elaborada uma chave paramétrica para que se pudessem classificar as praças qualitativamente quanto ao seu grau de conservação.

Essa chave elencou itens presentes ou não, e que são responsáveis de forma proporcional à conservação de uma praça:

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TABELA 2 - Presença ou não de itens responsáveis pela conservação das praças 6

Conforto

7

Obra/monumento

8

Conservação e Limpeza

9

Ponto de ônibus

10 Vegetação

11 Ponto de táxi

12 Paisagismo

13 Quadra poliesportiva/campo de terra

14 Traçado

15 Local para exercício físico

16 Espelho d´água

17 Estrutura para terceira idade

18 Banco

19 Parque Infantil

20 Iluminação

21 Quiosques

22 Lixeiras

23 Edificação Institucional

24 Sanitários

25 Identificação da Praça

26 Palco/coreto

27 Acessibilidade

FONTE: produção própria, 2015

Os resultados apontaram que Vitória da Conquista possui apenas 3 praças, das 228, com notas acima de 7,0, ou seja, bem conservadas. As demais praças não atingiram a média de conservação adotada. Apesar de possuir um número satisfatório de áreas verdes, a sua maioria esmagadora não cumpre o seu real papel, influenciando de forma negativa na urbanização da cidade. Esses resultados foram gerados de forma inédita, ou seja, não havia antes dados que pudessem comprovar esse baixo nível de conservação das áreas verdes.

A pesquisa realizada foi o processo inicial deste trabalho em questão, pois, após os resultados insatisfatórios de conservação das áreas verdes, surgiu a intenção de oferecer à cidade um local onde fosse possível atender a população como um todo, de modo que a Revitalização do Parque Urbano da Lagoa das Bateias ofereça a Vitória da Conquista um espaço de lazer e conservação. Por se tratar de uma área verde de maior porte, sustentará de

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forma abrangente a falta que as praças bem conservadas têm feito para a cidade em cada bairro.

3.2 O BAIRRO A área em estudo, ao lado sudoeste da cidade, se configura como Zona de Expansão Urbana Condicionada, com restrições ambientais e problemas de macro-drenagem e baixa qualificação de estrutura urbana. No caso da lagoa das bateias, além dessas qualificações ainda se encontra em uma área de interesse ambiental, como pode ser visto nas figuras abaixo.

Figura 28: Planta urbana de Vitória da Conquista, Fonte: Secretaria de Obras e Urbanismo/PMVC.

48

Figura 29:Ă rea de interesse ambiental Fonte: Plano diretor urbano de VitĂłria da Conquista

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3.3 DIAGNÓSTICO DA ÁREA:

3.3.1 Localização Localizado no bairro Santa Cruz, na região oeste da cidade, o parque urbano das bateias se restringe ao entorno da lagoa, que possui 26há e profundidade média de 2 metros.

Ao seu redor, conta com uma infraestrutura atualmente precária, de 13há, com um museu, alguns quiosques e duas quadras de terra.

A lagoa é de formação mista, o que significa que ela é artificial e natural, pois além da captação da água da chuva que a forma, ainda existem nascentes em seu interior. Essa condição foi comprovada quando percebeu-se que a vasão de entrada de água da chuva era sempre menor do que a vazão de saída no seu sangradouro, o rio Santa Rita.

Figura 30:Terreno atual Fonte: Produção própria, 2016

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Para a realização desse projeto, foi incorporada uma nova área ao parque, o loteamento Serrinhas. Essa incorporação se deu devido ao fato do parque, que é uma unidade de conservação federal, está localizado em meio à malha urbana, e por consequência sendo sufocado cada vez mais com intervenções urbanas. A escolha dessa área leva em consideração a necessidade de incorporar o rio Santa Rita, sangradouro da lagoa, ao parque, para que assim seja possível obedecer aos limites não edificáveis tanto do rio, quanto da lagoa.

A solução de anexar essa área ao parque também se da devido a pressão que o rio e lagoa vem sofrendo ao longo dos anos. Esgotos clandestinos estão cada vez mais frequentes nessa região, onde a água tem sido poluída de forma muito intensa. Logo, essa seria uma alternativa de diminuição dessas ações humanas tão próximas à lagoa.

A regularização fundiária do local se torna uma ação positiva à unidade de conservação. O seu processo será semelhante à realocação das famílias que moravam próximas à lagoa em 2007, na implantação inicial do parque, onde as famílias receberam um novo local de moradia prevalecendo assim um dos princípios da administração, a supremacia do interesse público.

Figura 31: Terreno proposto Fonte: Produção própria, 20163.3.2 Estudo do entorno

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O bairro Bateias é predominantemente residencial, ainda é uma região que possui bastante vazios urbanos por se tratar de um bairro ainda em consolidação . A área tem como vias principais a Avenida Brumado, o anel Rodoviário, a Avenida Integração e a Avenida Paraná.

Como principal referencia, o aeroporto Otacílio Figueiredo se encontra próximo à lagoa das bateias. Possui áreas institucionais como feira, hospital, cemitério, IML e etc.

Figura 32: estudo do entorno Fonte: Produção própria,2016

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3.3.3 Atividades do entorno

O Bairro Bateias é carente em serviços e comércio, o que faz com o que seus moradores tenham que se deslocar para outros bairros para suprir suas necessidades. Nota-se que o bairro possui uma infraestrutura baixa, a rede de esgoto desse bairro é recente e muitas vezes incompleta.

Figura 33: Atividades do entorno Fonte: Produção própria,2016

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3.3.4 Condicionantes físicos

3.3.4.1 Insolação O Sol tem nascente ao leste e poente ao oeste

Figura 34: Estudo do Sol Fonte: produção própria,2016

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3.3.4.2 Ventilação Os ventos predominantes são os Sudeste, e como ventos secundários os Norte

Figura 35: Croqui do mapa geomorfológico – Vitória da Conquista-Ba. Fonte: Secretaria de Trânsito, Transporte e Infra-Estrutura Urbana - SINTRANS

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3.3.4.3 Topografia A topografia da cidade de Vitória da Conquista influencia para que algumas áreas sofram com as águas pluviais. Devido à declividade das extremidades e ao relevo rebaixado no centro, combinada à falta de infraestrutura, diversas áreas da cidade se encontram sujeitas a problemas como enxurradas e desmoronamento.

O bairro Bateias se encontra nesse grupo de áreas alagadas, o que contribui para que dejetos sejam jogados dentro da lagoa, causando uma graduada poluição na mesma. Essa problemática é enfatizada no mapa abaixo:

PARQUE

Figura 36: Áreas de risco ambiental em potencial Fonte: Revista Geográfica de América Central, Número especial EGAL, 2011

O terreno em questão possui topografia acentuada, com um desnível variante de 14m, a considerar o nível zero o fundo da lagoa. A declividade foi aproveitada em todo o projeto, não havendo necessidades de cortes e aterros relevantes.

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Figura 37: Curvas de nível Fonte: Produção própria, 2016

Figura 38: Topografia colorida por altura Fonte: Produção própria, 2016

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3.4 LEGISLAÇÃO

3.4.1 Código Municipal de Vitória da Conquista 

O Parque das Bateias se enquadra em área de interesse ambiental: Art. 5º A Sede municipal compreende as seguintes zonas, com base no macrozoneamento instituído pelo art. 22, da Lei do Plano Diretor: V. Sistema de Áreas de Interesse Ambiental: Parque Municipal da Serra do Periperi; de Proteção Ambiental Municipal das Lagoas e Vales de Vitória da Conquista.



Trata-se de um equipamento público por se enquadrar em categoria de parque: Subseção II Parágrafo único. Compreendem-se como equipamentos públicos em áreas abertas, as praças, largos, parques, campos e quadras esportivas, utilizados para o convívio social, o lazer, a prática de esportes, a realização de eventos e a recreação da população, com suas áreas livres de uso público, ajardinadas ou não, e construções permanentes ou provisórias.



Esta inserido na ZR4 cujos coeficientes não são exigíveis por se tratar de uma edificação especial, no caso, um parque urbano



O número de vagas do empreendimento atende ao ítem P3 visto que sua área é superior a 3.000m2, totalizando 45,99hectares. Foram inseridas 4416 vagas para carros, 92 vagas para pne, 92 vagas para motos e 10 vagas para ônibus.

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3.4.2 Plano Diretor Urbano



O bairro Bateias trata-se de uma área de expansão urbana condicionada e possui algumas diretrizes que o rege, inclusive está previsto nesse artigo a implantação do parque de lazer das bateias (grifo nosso): SUBSEÇÃO IV DE EXPANSÃO URBANA CONDICIONADA Art. 26. São Áreas de Expansão Urbana Condicionada as áreas contíguas às áreas urbanas consolidadas, com restrições ambientais e problemas de macro-drenagem e baixa qualificação da estrutura urbana.

Os objetivos das Áreas de Expansão Urbana Condicionada são: I. Condicionar a ocupação à proteção ambiental e à requalificação da infra-estrutura; II. Promover a qualificação da área, com proteção aos recursos naturais e implantação da infra-estrutura, sistema viário e serviços públicos, em especial a solução de esgotamento sanitário e drenagem; III. Compatibilizar a ocupação com os condicionantes ambientais da área; e IV. Promover a regularização urbanística e fundiária, quando couber.

As Áreas de Expansão Urbana Condicionada compreendem os Bairros Bateias, Patagônia II, Jatobá e parte do Bairro Campinhos contígua a esse bairro, aos quais se aplicam as seguintes diretrizes: Ao Bairro Bateias: I. controle de densidade, condicionando seu incremento à qualificação de sua estrutura urbana, observando-se: a) Densidade Bruta Média: 50 hab/ha; b) Densidade Líquida Máxima:150 hab/ha; c) Coeficiente de Aproveitamento Básico: 0,7; d) Coeficiente de Aproveitamento Máximo: 1,0; II. Reordenamento da ocupação existente, com parâmetros compatíveis com a fragilidade ambiental do sitio, com a infra-estrutura e os equipamentos urbanos; III. Remoção de ocupações em áreas alagadiças; IV. Reurbanização das margens da Lagoa das Bateias e criação de um parque de lazer; V. Reserva de áreas para equipamentos institucionais de grande porte, complexos de lazer e outros, necessários ao desenvolvimento urbano, observando os critérios de compatibilidade locacionais; VII. Plano urbanístico para a área do Aeroporto, quando vier a ser desocupada, observando o sistema de circulação global da cidade e a integração local; e VII. Contenção do processo de ocupação nas faixas de domínio das vias e nas faixas de preservação permanente.

59



O plano diretor ainda prevê a criação de áreas de proteção ambiental: DOS PROJETOS ESTRATÉGICOS: Art. 84. Ficam estabelecidos os projetos estratégicos constantes do Anexo II, desta Lei, em acordo com as seguintes prioridades estratégicas: c) criação da Área de Proteção Ambiental/APA das Lagoas e Vales de Vitória da Conquista;

3.4.3 Código Municipal de Meio Ambiente 

Objetivos da criação do código municipal do meio ambiente em 2007: SEÇÃO IV DOS OBJETIVOS Art. 7. A Política Municipal do Meio Aizesmbiente tem os seguintes objetivos específicos: VII. Criar parques, reservas, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e as de relevante interesse ecológico, ou paisagístico, entre outros;



Descreve os espaços que por lei deverão ser protegidos,incluindo as unidades de conservação como o parque das bateias: SEÇÃO III DE ESPAÇOS PROTEGIDOS Art. 22. Integram os Espaços Protegidos, para fins de proteção ambiental e cultural: I. As Unidades de Conservação; II. As Áreas de Preservação Permanente; III. As Áreas de Valor Ambiental Urbano; IV. As Áreas de Proteção Histórico-Cultural.



Aponta as diretrizes que deve seguir uma unidade de conservação. No projeto em questão foi levado em consideração essas restrições, fazendo com que o parque das bateias ofereça à população um local de lazer contemplativo, uma área de pesquisa, uma educação ambiental e o lazer em contato com a natureza em toda a sua extensão: Sub-Seção I Art. 23. São unidades de conservação: II. o Parque Municipal Urbano da Lagoa das Bateias, instituído, oficialmente, por esta Lei; Nos Parques Municipais, só poderão ser desenvolvidas atividades de pesquisas científicas e de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico, respeitados os demais critérios e restrições estabelecidos pela legislação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação.

Quaisquer atividades a serem desenvolvidas nos Parques Municipais estarão sujeitas ao Parecer Ambiental.

60



Demonstra as faixas não edificáveis em áreas de rios e lagoas: Sub-Seção II Das áreas de Preservação Permanente Art. 26. Em todo o território do Município, serão consideradas de preservação permanente os revestimentos florísticos e demais formas de vegetação naturais situados: I. ao longo dos rios ou outros quaisquer cursos desde o seu nível mais alto em faixa marginal, cuja largura mínima seja de 30 (trinta) metros para os cursos de menos 10 (dez) metros de largura; II. ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios de água natural ou artificial, desde o seu nível mais alto medido horizontalmente, em faixa marginal cuja largura mínima seja de 30 (trinta) metros;

3.4.4 SNUC- Sistema Nacional de Unidades de Conservação



Definição de unidade de conservação: Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I - unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;



O plano de manejo é um documento que deve ser elaborado no prazo de 7 anos após a criação da unidade de conservação. No caso do Parque das Bateias esse documento não foi elaborado, e já se passaram 9 anos desde a sua criação: XVII - plano de manejo: documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservação, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à gestão da unidade; Art. 27. § 3º O Plano de Manejo de uma unidade de conservação deve ser

elaborado no prazo de cinco anos a partir da data de sua criação. 

O parque das bateias se enquadra em unidade de conservação de uso sustentável, de modo que seja possível utilizar os seus recursos, no caso a lagoa, de modo parcial: Art. 7º As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável. § 1º O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. § 2º O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

61



Definição de Área de Proteção Ambiental segundo o SNUC, de modo que evidencia a possibilidade de haver em uma área de proteção ambiental áreas culturais, de lazer, com a presença controlada da ocupação humana: Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

62

4 CONCEITO E PARTIDO

A escolha do conceito em relação a esse projeto foi de suma importância para o seu desenvolvimento. Por se tratar de um parque da cidade foi utilizado em seu conceito e em sua essência a história da cidade de Vitória da Conquista, de modo que o parque fizesse referência às suas principais características, desde a sua fundação, e que pudesse por si só contar a história dessa joia do sertão baiano.

Para a introdução desse conceito no projeto foi escolhido um símbolo muito importante para a cidade, o brasão. Nele, encontra-se elementos que representam e contam a história da cidade e a sua evolução ao longo dos anos, para isso, foi destrinchado o significado de cada símbolo presente no brasão. Instituído pelo projeto de Lei Municipal nº 688, de 24 de maio de 1968, o brasão é de autoria do heraldista Alberto Lima e tem as seguintes características heráldicas e históricas (Fonte:Lei nº 528/90) :

- Escudo português terciado em faixas, sendo a primeira faixa em campo de blau(azul), em campanha de sineple (verde) com quatro estrelas de ouro e uma faixa de entrada de prata.

- A segunda faixa está dividida em dois campos: à direita um arco e flecha de ouro em posição de ataque em Campo de Gales (vermelho), à esquerda, uma cruz sobre um monte, tudo em ouro, em campo de blau (azul), um monte de ouro carregado de uma esmeralda em sua cor natural (verde).

-No lastro, acompanhado a forma de escudo, um listel de prata ostentando os seguintes dizeres: 1752 – Vitória da Conquista – 1891.

- Integra o conjunto, na parte superior, uma coroa mural de 5 torres, carregada de uma elipse de blau (azul), ostentando uma flor-de-lis, em ouro, que representa a cidade.

63

- As três faixas que dividem o escudo em três campos, representam: a zona da mata, a zona da caatinga e a zona da mata de cipó, encontradas em território do município.

- Quatro estrelas atestam os primeiros desbravadores da região, a saber: João de Silva Guimarães (mestre de campo), miranda, a faixa ondulada de prata representa o Rio Pardo.

A campina, de verde, atesta a fertilidade do solo.

- O arco e a flecha lembram, em épocas remotas, a presença dos índios mongoiós e imborés, donos da terra.

- O monte e o cruzeiro, a presença da religião católica apostólica romana - Montanha de ouro evidencia a serra Marçal - A esmeralda, a região diamantífera - O orago de Nossa Senhora da Vitória está presente na flor-de-lis - As datas: 1752 e 1891 representam, respectivamente, a ocupação do espaço territorial pelo bandeirante João da Silva Guimarães e a elevação de Vitória da Conquista à cidade -E esmaltes têm o significado: ouro: força; prata: candura; vermelho (géles): intrepidez; azul (blau): serenidade; verde (sinople): abundância

64

4.1 INTRODUZINDO O CONCEITO Identificado os elementos que compõe o brasão, foi introduzido ao projeto os seus significados:  As Cores do Brasão: ◦ Foram incorporadas às cores dos monumentos ▪ ouro (força) ▪ prata (candura) ▪ vermelho (intripidez) ▪ azul (serenidade) ▪ verde (abundância) ◦ Monumento a João Gonçalves da Costa ◦ Monumento ao Banquete da Morte ◦ Monumento ao café ◦ Monumento às rosas ◦ Monumento ao sertanejo 

Vegetação da região: (3 faixas) ◦ O paisagismo foi composto por vegetação nativa de modo que fossem representadas as suas faixas ▪ Zona da Caatinga: ▪ Zona da Mata: ▪ Zona da Mata de Cipó



Os rios Pardo, Verruga, Santa Rita e Periperi ▪ Foram representados pelos desenhos dos caminhos de pedestres, que com suas sinuosidades imitam os cursos dos rios por entre a cidade



Índio: (o arco e flecha) ◦ Foi dedicado ao índio e à sua memória um museu, que pudesse contar sua história e seu trajeto pela cidade. Foi criado ainda um Píer em formato de arco e flecha que adentra a lagoa de forma sinuosa, e barracas de artesanatos que representassem as ocas em suas coberturas de palha.

65



Religião Católica: (o monte e o cruzeiro) ◦ A cidade de Vitória da Conquista tem na religião católica um marco e a maioria de sua população, sendo 183.442 pessoas no total segundo informações do IBGE de 2013. Foi criada uma capela para que fosse a representação da igreja católica na cidade



Serra do Marçal: (montanha de ouro) ◦ Foi representada pela topografia acentuada do próprio terreno que se manteve original no projeto



Flor-de-lis: (orago de Nossa Senhora das Vitórias) ◦ Foi inserido o formato de flor-de-lis na concha acústica, de modo que fosse a representação artística da padroeira da cidade



Busca pelo ouro ◦ A busca frustrada de João Gonçalves da Costa pelo ouro, será representada pelo parque em sua totalidade, o qual representa a sua maior preciosidade: a própria história da joia do sertão baiano

4.1.1 Homenagem a Elomar Figueira de Melo

Elomar, assim como Glauber Rocha e Xangai, é descendente direto dos Bandeirantes e Sertanista João Gonçalves da Costa, fundador do Arraial da Conquista.

Arquiteto e músico, Elomar é uma referência mundial de artista e poeta filho da terra, por isso as edificações do parque levou o nome de músicas e álbuns desse grande artista: 

Restaurante: Casa dos Carneiros I e II



Pavilhão de exposições: Auto da Catingueira



Concha Acústica: Cantiga do Estradar

66



Museu: Concerto Sertanez



Centro de Pesquisa: Cantiga de amigo



Praça de artesanato: Arrumação



Capela: O pedido

4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES Através da introdução do conceito foi elaborado então o programa de necessidades do parque, bem como a partir dos resultados do questionário, que apontaram os seguintes resultados: 

70% dos entrevistados apontaram como o principal problema do parque é a falta de segurança e iluminação



62% sugeriram a implantação de área de esporte e lazer



84% apontaram a pista de caminhada como principal motivo de frequentarem o parque



54% das pessoas disseram que se pudessem mudar algo no parque seria a poluição da lagoa

SETOR SERVIÇOS AMBIENTE

ÁREA

ADMINISTRAÇÃO

90,70m²

POSTO POLICIAL

12,46m²

TRIAGEM DE LIXO

458,03m²

GUARITA

6,90m²

SANITÁRIOS

52,93m²

QUIOSQUES

4,00m²

67

SETOR LAZER ATIVO/CONTEMPLATIVO AMBIENTE

ÁREA

RESTAURANTE

620,14m²

MUSEU

1255,16m²

CENTRO DE PESQUISA

434,49m²

CAPELA

201,67m²

QUADRA COBERTA

1513,21m²

PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES

609,96m²

4.3 PRÉ DIMENSIONAMENTO CÁLCULO DE PÚBLICO ABRANGENTE DO PARQUE: 

Parque Municipal: 37.500 pessoas/semana



5.358 pessoas/dia



1785 pessoas/turno



4 setores ( lazer ativo; lazer contemplativo; serviço; pesquisa)= 447 pessoas/setor

RESTAURANTE: (2 unidades) 

200 refeições/turno



mesa 4 cadeiras



50 mesas



área mínima salão de refeição = 250m2



área de toaletes/80m2 de área do salão de refeições



1 lavatório



1 vaso



1 mictório



cozinha: 1/5 da área do salão de refeições = 50m2



Copa: 2/3 da cozinha = 33m2

3 lavatórios =

3 vasos 3 mictórios

68



banheiro para funcionários/100m2 do salão de refeições



1 vaso

2 vasos



1 lavatório

2 lavatórios



1 mictório



1 chuveiro

=

2 mictórios 2 chuveiros

TOTAL= 600m²

MUSEU DO ÍNDIO: 

Capacidade máxima para 400 pessoas



17m²/6 pessoas = 1.130m² área de exposições



Pé direito mínimo de museu: 4m



Espaço para exposição



Administração 22m2 (4 pessoas)



Depósito



Arquivo



Wc



ÁREA TOTAL= 1500m2

PAVILHÃO DAS EXPOSIÇÕES E FEIRAS 

Capacidade 400 pessoas



Tamanho padrão de uma quadra poliesportiva (40x20) = 800m2



Pavilhão



Escritório 22m2 (4 pessoas)



WC

TOTAL= 600m²

CAPELA 

Capacidade 60 pessoas



Nave= 6 bancos/10 pessoas cada = 93,96m²



Altar=2m²

69



Wc



Sacristia



Total = 200m²

CENTRO DE PESQUISA/LABORATÓRIO 

Recepção 10m2



wc



3 laboratórios = 43,2m²/cada= 130m²



2 salas de aula/32 pessoas=64,8m²/cada



Biblioteca = 0,55m²/pessoa= 120 pessoas= 66m²



Escritório



Mesas de trabalho em grupo



Mesas individuais



Cabines para computadores: 4und.



Balcão informativo

TOTAL=500m²

70

4.4 IMPLANTAÇÃO DA PROPOSTA

Figura 39: Implantação da proposta Fonte: Produção própria

71

5 FUNCIONOGRAMAS

5.1 GERAL LAGOA

ADM

PIER

QUADRAS

POSTO POLICIAL

CONCHA ACÚSTICA

PISTA DE SKATE

PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES

PISTA DE COOPER

GUARITA

FEIRA DE ARTESANATO SANITÁRIOS

QUIOSQUES

PESQUISA

LABORATÓRIOS

MUSEU

PISTA DE BICYCROSS PARQUE INFANTIL

CAPELA

ACADEMIA RESTAURANTE

setor de serviços

lazer contemplativo

lazer ativo

pesquisa

5.2 MUSEU RECEPÇÃ O

SALA DE REPAROS

SALA DE EXPOSIÇÕES

ARTEFATOS INDÍGENAS

ARQUIVO

DML

setor de serviços

setor comum

GALERIAS

SANITÁRIOS

ADMNISTRAÇÃ O

SANITÁRIO

72

5.3 PAVILHÃO DE EXPOSIÇÕES

PAVILHÃO

SANITÁRIOS

setor de serviços

ADM

DEPÓSITO

setor comum

5.4 ADMINISTRAÇÃO RECEPÇÃO

ESCRITÓRIO

setor de serviços

DEPÓSITO

COPA

setor comum

SANITÁRIO

DML

73

5.5 PESQUISA RECEPÇÃO

SALA DE AULA 1

LABORATÓRIO 1

SALA DE AULA 2

LABORATÓRIO 2

setor de serviços

SALA DE ESTUDOS

DML

SANITÁRIOS

ARQUIVO

setor comum

5.6 CAPELA HALL

SACRISTIA

setor de serviços

NAVE

SANITÁRIOS

setor comum

5.7 RESTAURANTE SALÃO DE REFEIÇÕES

SANITÁRIOS

ESCRITÓRIO

COPA

COZINHA

TRIAGEM

VESTIÁRIO

DEPÓSITO

DML setor de serviços

setor comum

74

6 ESTILO ARQUITETÔNICO Linha contemporânea: essa linha de projeto paisagístico, segundo Macedo e Sakata (2003, p.

68), caracteriza-se por uma postura experimental, de busca, não chegando a apresentar padrões rígidos como seus antecessores; são identificadas genericamente as seguintes características: “• O programa funcional é, como no período moderno, de caráter predominantemente ativo, embora alguns parques contemporâneos apresentem um programa exclusivamente contemplativo”. O culto ao corpo ganha importância e, com ele, a disponibilidade e a diversificação de equipamentos esportivos.

• Desenvolve-se a tendência de preservação de ecossistemas naturais antes considerados menos dignos de conservação, como charcos, manguezais e remanescentes de mata nativa, e ainda velhas pedreiras e aterros. Atividades relacionadas com a educação ambiental passam a ser realizadas no espaço dos parques. A sinalização reforça a conscientização ecológica.

• O retorno aos antigos valores se funde às novas tecnologias e tudo 65 pode ser experimentado, tudo é possível. Os trabalhos mais recentes na Espanha, França, Estados Unidos e Japão influenciam os novos projetos, que apresentam grandes áreas de piso com pouca e controlada vegetação, formas elaboradas e elementos escultóricos. Elementos da arquitetura pós-moderna como pérgulas, mirantes, pórticos, frontões e pontes, tornam-se cada vez mais comuns.

• Os parques podem ser temáticos, destacando algum fato histórico ou homenageando alguma etnia importante.

• O uso da vegetação segue a ideologia de preservação dos ecossistemas ou acompanha a tematização do espaço, compondo cenários variados.

• A água permanece como um importante elemento construtivo do espaço, na forma de lagos já existentes, nascentes, espelhos d'água, fontes, jorros e bicas.”

75

7 DESCRIÇÃO DO PROJETO

7.1 IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO PÚBLICO Por se tratar de uma proposta de caráter publico, a administração pública possui algumas peculiaridades que devem ser observadas. Um projeto do porte de um parque municipal, como da Lagoa das Bateias, necessita de uma atendimento especial quando se trata de recurso. Isso significa que para que não haja uma solicitação de grande recurso financeiro, junto ao Ministério do Turismo, que é o órgão responsável por esse tipo de obra, esse projeto foi pensado para ser executado em 3 etapas, de modo que cada etapa seja independente, ou seja, pode ser executado de forma gradativa sem maiores prejuízos ao projeto. É importante ressaltar que apesar de independentes, uma etapa só poderá ser iniciada com a completa execução da anterior. 

Etapa 1 -Regularização Fundiária: a retirada dos moradores da áreas proposta deverá ser o primeiro passo a ser dado, bem como suas providencias cabíveis



Etapa 2- Despoluição da Lagoa: o projeto só deverá prosseguir após soluções de despoluição da lagoa por parte de órgãos ambientais



Etapa 3 – Implantação dos Equipamentos Urbanos: a construção da parte arquitetônica deverá ser iniciada após conclusão das demais etapas

A proposta então será realizada em 3 contratos de repasse, com valores diferentes pertinente a sua etapa, sendo que o objeto do contrato será o mesmo para os 3. Isso facilitará tanto no cumprimento de cada uma delas, como na distribuição dos recursos da união.

76

7.2 PROJETO GERAL O presente projeto é classificado como um parque municipal devido à sua abrangência populacional, que o permite atender uma demanda maior de usuários. Composto por equipamentos urbanos que cumprem o papel de lazer ativo ou contemplativo, o parque possui áreas de preservação, como a lagoa, o rio, e suas faixas não edificáveis.

Seu principal objetivo foi proteger a paisagem natural de beleza cênica notável, anterior à sua degradação. A recuperação do seu recurso hídrico, a revegetação com espécies nativas, o incentivo à pesquisa, estudos e monitoramentos ambientais são suas características predominantes.

O parque possui uma sucessão complexa de uso e de usuários, visto que a diversidade de equipamentos que nele possui permite que pessoas diferentes, em horários diferentes e com objetivos distintos possam utilizar o parque. A lagoa é o seu elemento espacial central, com hierarquia superior aos demais, e atua como referência no espaço e polarizadora dos usos.

No que se refere ao lazer contemplativo, os equipamentos se encontram voltados ao redor da lagoa, visando explorar o seu potencial paisagístico, bem como a necessidade já mencionada de recuperação da mesma antes da introdução dos elementos de apoio. Logo fazem parte desse lazer os seguintes elementos: concha acústica; píer; museu; pavilhão de exposições; restaurante; bem como elementos de apoio, como bancos, praças e quiosques; onde cada elemento se desenvolve de forma pessoal, dependendo do interesse do usuário em constituir sua forma de contemplação. 

Restaurante: os dois restaurantes presentes possuem capacidade para 200 pessoas por turno, cada. Compostos por uma área externa, com um deck de madeira, eles possibilitam o seu uso juntamente com a interação do parque. Possui em suas instalações uma área de serviço com triagem

e armazenamento de alimentos,

vestiários para funcionários, cozinha, copa para vivencia dos trabalhadores, escritório, casa de lixo e de gás, obedecendo as áreas mínimas exigidas pelo código de obras. 

Museu: local destinado a uma exposição permanente da cultura dos povos que se fizeram presente na história da cidade. Possui uma exposição acerca da trajetória dos mongóis, pataxós e imborés, relevando seus costumes, objetos, e utensílios típicos, a fim de que se perpetue na cidade a sua história. O museu também possui em sua composição uma loja de suvinil onde poderá ser comercializados algumas lembranças.

77

Em seu interior também ficará a exposição dos animais empalhados que se encontram no atual museu do parque. Uma sala será reservada para a utilização de exposições temporárias, na qual artistas da cidade poderão desfrutar. 

Pavilhão de exposições: destinado a receber grandes eventos artísticos, como exposições locais, obras de artes, pinturas, esculturas, e demais manifestações artísticas, o pavilhão é um lugar de uso múltiplo e amplo, podendo ser configurado segundo a necessidade de cada evento.



Conha acústica: teatro aberto com uma concha acústica destinada a apresentações musicais. Integrada com a lagoa, a concha proporciona um dos principais locais de contemplação do parque.



Píer: e, formato de arco e flecha, tem como objetivo levar as pessoas mais próximas à lagoa, de forma que elas possam contemplar a sua existência.



Capela:

O lazer ativo do parque tem como principal objetivo a interação dos usuários, e a utilização do parque pela parcela da população conquistense que admira e pratica esportes que vem se consolidando na cidade, tais como o cooper, ciclismo; crossfit e academia. Os equipamentos urbanos de lazer foram propostos visando atender as demandas constatadas em questionário. 

Quadras esportivas: possui uma quadra coberta que atende a diversas modalidades,com vestiários e deposito; e quadras abertas de tênis, vôlei e futsal.



Pista de skate/bike: são elementos destinada à pratica de esportes radicais



Espaço crossfit: uma das atividades que se encontra em maior evidencia na cidade, o crossfit é uma modalidade que pode ser feita ao ar livre auxiliando no condicionamento físico.



Academia ao ar livre: espaço reservado para o uso de equipamentos de força física



Espaço Infantil: cercado com grade, o espaço visa atender ao publico infantil de modo que fique sempre ao alcance dos seus responsáveis, proporcionando uma maior segurança



Feira de artesanato: a feira de artesanato tem uma proposta de inclusão da população local para a venda de artefatos artesanais no próprio parque



Estacionamento de food truck: esse estacionamento se trata de um local apropriado para que trailers possam parar e vender produtos alimentícios, servindo como uma praça de alimentação

78



Pista de cooper: pista destinada à pratica de corrida esportiva



Ciclovia: já existente no parque

7.2 MATERIAIS

Os meterias utilizados fazem referência a um estilo rústico da construção. Todas as edificações conversam entre si em ralação a essa escolha. Foi optado pelo tijolo de demolição e o telhado colonial (ecológico) aparente em todos os casos, bem como o uso decorativo de pilares de eucalipto que faz alusão ao seu cultivo cada vez mais frequente na cidade de vitória da conquista. 

Estruturas: metálicas pintadas de preto

Figura 40: estrutura metálica



Vedação: tijolo aparente- demolição

Figura 41: tijolo aparente



Revestimento: porcelanato de madeira

Figura 42: revestimento de madeira

79



Piso de entrada das edificações: deck em madeira ecológica

Figura 43: deck ecológico



Piso do parque: intertravado permeável

Figura 44: piso colorido intertravado



Piso tátil: concreto

Figura 45: piso tátil

80



Telhado: ecológico de pvc, estilo colonial - Elaboradas com compósito à base de resina de alta tecnologia proporcionam um sistema mais leve, com praticidade, eficiência . São muito maiores que as telhas convencionais; o que permite uma menor quantidade de material para a estrutura. Permitem menor gasto na compra, e mais rapidez na execução dos trabalhos. Têm baixíssimos índices de expansão térmica e frente a variações de temperatura, sua estabilidade, dimensional e de cor, é muito superior à das telhas convencionais. Sua resistência mecânica garante grande economia de custo e instalação, por suportar melhor, o impacto e o carregamento, para ambas as cargas estáticas e acidentais. O sistema limpo e em circuito fechado colabora para um processo de produção ecológico das telhas, que são 100% recicláveis.

Possuem baixo coeficiente de condução térmica e redução sonora superior à da maioria das telhas – cerca de 17% de diferença, em relação ao ambiente externo.

Figura 46: dimensões telha de PVC Fonte: Precon: telhas de PVC

Figura 47: dimensões telha de PVC Fonte: Precon: telhas de PVC

81

Figura 48: dimensĂľes telha de PVC Fonte: Precon: telhas de PVC

Figura 49: dimensĂľes telha de PVC Fonte: Precon: telhas de PVC

82



Parede verde: (1) painel de aço galvanizado com pintura eletrostática. O excesso de água do sistema de irrigação (2) do jardim , que mescla quatro tipos de plantas fixadas em blocos cerâmicos, cai sobre um recuo de 35 cm no piso coberto com cascalho de telha (3). A irrigação é feita pelo sistema de microgotejamento.

Figura 50: parede verde

Figura 51 e 52: detalhamento de parede verde

83

7.3 SOLUÇÕES ESTRUTURAIS PRÉVIAS A estrutura metálica foi escolhida devido à sua capacidade de vencer maiores vãos, de modo que as edificações possuíssem uma configuração semelhante entre si. Os pilares dessa estrutura em questão são tubos estruturais metálicos sustentando a cobertura metálica com telha colonial de PVC, visto que todas as edificações são de apenas um pavimento.

Esses tubos estruturais são redondos, e seguem dimensões segundo a norma americana ANSI B-36.10 conforme ilustração abaixo:

Figura 53: dimensões tubo estrutural Fonte: ANSI B-36.10

Figura 54: dimensões tubo estrutural Fonte: ANSI B-36.10

Para melhor compreensão do sistema utilizado, segue exemplos de estruturas semelhantes de modo que a escolha da solução apresentada seja mencionada de forma representativa:

84

Figura 55: exemplo de estrutura metรกlica

Figura 56: exemplo de estrutura metรกlica

Figura 57: exemplo de estrutura metรกlica

85

Figura 58: exemplo de estrutura metรกlica

Figura 59: exemplo de estrutura metรกlica

Figura 60: exemplo de estrutura metรกlica

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Figura 61: exemplo de estrutura metรกlica

Figura 62: exemplo de estrutura metรกlica

Figura 63: exemplo de estrutura metรกlica

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7.4 RESERVATÓRIO DE ÁGUA O elemento mais importante do parque, a lagoa, servirá de suporte para a distribuição de água aos reservatórios, considerando-se que esse projeto só poderá ser executado com a premissa de despoluição inicial da lagoa.

Servindo como uma grande bacia de captação de água pluvial, a lagoa cumprirá a função de distribuidora, utilizando os mesmos métodos de captação de água da chuva convencional.

A capacidade atual da lagoa é de 520.000m3, o suficiente para abastecer as necessidades do parque por pelo menos 17 anos. Porém é preciso levar em conta que essa água ela é reabastecida a todo momento, visto que a lagoa possui em seu interior nascentes próprias e canaletas de captação da chuva, e se bem tratada, um recurso hídrico em grande potencial. Segue parâmetro utilizado para cálculo segundo a NBR 6492/1994: Calculo da lagoa Área:260.000m2 Profundidade: aprox. 2m Volume:520.000m3 Restaurante: População 600 pessoas/dia 25 litros/refeição= 15.000l/dia

Museu: População: 400 pessoas/dia 50litros/pessoa = 20.00l /dias

Pavilhão de exposições: População 400 pessoas/dia 20.000/ dias Capela: População : 80 pessoas 2 por lugar= 160l/dia Pesquisa: População: 44 Pessoas 50l/pessoa= 2250l/dia

Administração/posto policial: População: 5 pessoas 50/pessoa= 250l/dia TOTAL: 57660l/dia

88



Tipo de reservatório utilizado:

Figura 64: dimensões de reservatório tipo taça

7.5 ILUMINAÇÃO O Manual da Iluminação Pública serviu de parâmetro para a locação e escolhas dos postes ao longo do parque. Os postes de grande porte, 8m, foram utilizados apenas em vias de carro, visto que é imprescindível o acesso de caminhões para a sua instalação e manutenção. Os demais pontos do parque foram iluminados com postes de médio porte 4m; iluminação no piso; e holofotes.

Foram considerados três fatores que influenciam na escolha da iluminação:  FLUXO LUMINOSO: O fluxo luminoso pode ser entendido como a quantidade de energia radiante em todas as direções, emitida por unidade de tempo, e avaliada de acordo com a sensação luminosa produzida. A unidade de medida é o lúmen (lm).  EFICIÊNCIA LUMINOSA: A eficiência luminosa é a relação entre o fluxo luminoso emitido pela potência elétrica absorvida, sendo a unidade de medida o lúmen por Watt (lm/W). Este conceito é utilizado para comparar a diferentes fontes luminosas.  ILUMINAMENTO OU ILUMINÂNCIA: Iluminância é a densidade de fluxo luminoso recebido por uma superfície. Por definição a unidade de medida é o lúmen por metro ao quadrado (lm/m²), que pode ser denominada também de lux. A verificação deste parâmetro é fundamental para comprovar a qualidade da iluminação de um determinado local.

89

Conforme apresentada a eficiência de cada poste, distribuiu-se segundo a necessidade de cada ambiente e dimensionou-se a distância de cada um deles conforme ilustração do CEMIG 2012 (Companhia Energética de Minas Gerais):

Figura 65: dimensionamento de postes

Figura 66: dimensionamento de postes

Figura 67: dimensionamento de luminárias ornamentais

Figura 68: dimensionamento de postes

90

7.6 QUADRO DE ÁREAS Após concluído os estudos, o projeto do Parque Urbano da Lagoa das Bateias se encontra com as seguinte áreas e configurações: TABELA 3 - Quadro de áreas ÁREA DA LAGOA

260.000m²

26Ha

ÁREA TOTAL DO TERRENO

460.000m²

46Ha

ÁREA PERMEÁVEL

256.709,40m²

25,67Ha

ÁREA CONSTRUÍDA

9.206,51m²

0,92Ha

Nº DE VAGAS

4600 und.

4716 carro 92 moto 92 PNE/PCR 10 ônibus

Fonte: produção própria, 2016

91

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS É notório, pelos estudos apresentados, que Vitória da Conquista tem sido uma cidade carente em áreas verdes e de convivência pública. Possuir um recurso natural hídrico e paisagístico do porte da lagoa das Bateias e não aproveitá-lo como de fato deveria, se torna um grande desperdício e falta de consciência ambiental por parte do poder publico. Porém, não se trata apenas de responsabilidades públicas, é preciso que a população tenha uma educação ambiental embasada.

A proposta apresentada visou atender tanto aos requisitos ambientais como os paisagísticos e arquitetônicos, de modo, que a população conquistense possua possibilidades de lazer, conivência e bem estar. A implantação deste projeto traria à cidade não apenas uma valorização da zona oeste, mas, um ponto de referencia de lazer e um novo cartão postal para a joia do sertão baiano.

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9 LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO A tabela 3 apresenta os trabalhos selecionados como fonte de pesquisa para a realização do trabalho, bem como o seu grau de aprofundamento.

TÍTULO O parque urbano no contexto da

AUTOR BOVO, M. C.; CONRADO, D.

ANO 2012

SITUAÇÃO Lido parcialmente

COSTA, E. B.; e colaboradores.

2014

Lido

A questão ambiental, diferentes abordagens. CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. FERRAZ, Ana O urbano em construção. Vitória da Emília de Conquista: um relato de duas décadas.

Quadros.

MACEDO, S. S.; Praças brasileiras ROBBA, F. PASSOS, Julia Produção do espaço urbano e Gabriela F. requalificação de áreas degradadas: o caso Gonçalves. do bairro santa cruz, entorno da lagoa das

2003

Lido parcialmente

2001

Lido

2002 2009

Lido parcialmente Lido

SANTOS T, Manara; BENEDICTIS, Nerêida.

2012

Lido

SANTOS T., Manara.

2013

Lido

SOARES FILHO, Avaldo de Oliveira VITÓRIA DA CONQUISTA FERREIRA, Liz I. E. Pires LEITUGA, Milton Leando Santos

2008

Lido parcialmente

2007

Lido

2007

Lido um capítulo Lido

organização do espaço da cidade de Campo Mourão (PR) Estudo do Parque da Lagoa das Bateias em Vitória da Conquista, Bahia.

bateias, Vitória da Conquista, Bahia.

A implementação do Parque Municipal Urbano da Lagoa das Bateias e o processo de transferência da população local Parque Bateias (RE)Produção do espaço, implementação da unidade de conservação e características geoambientais O Parque das Bateias: conservação e sustentabilidade socioeconômica.

Código Municipal do Meio Ambiente Parque Urbano. In: Paisagem Ambiente: ensaios - n. 23.

A fragmentação do cotidiano no urbano da cidade de Vitória da Conquista/BA.

2012

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REFERÊNCIAS

Bahia Turismo. Disponível em:<http://www.bahia-turismo.com/salvador/dique-tororo.htm> Acesso em 06 de jun. de 2016.

BOVO, M. C.; CONRADO, D. 2012. O parque urbano no contexto da organização do espaço da cidade de Campo Mourão (PR), Brasil. In: Caderno Prudentino de Geografia, Presidente Prudente, n.34, v.1, p.50-71, jan./jul.2012 COSTA, E. B.; SOARES FILHO, A. O. ; ALMEIDA, C. Q. de; NASCIMENTO, C. G. do; CERRADO, A. 2014 Estudo do Parque da Lagoa das Bateias em Vitória da Conquista, Bahia.

In: VII Congresso brasileiro de geógrafos. Vitória: Associação dos Geógrafos brasileiros.

CUNHA, L. H.; COELHO, M. C. N. Política e gestão ambiental. In: CUNHA, S. B.; GUERRA, A. J. T. (Org.). A questão ambiental, diferentes abordagens. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. p. 43-77.

Dique de Tororo. Disponível em: <http://bahia.com.br/roteiros/dique-do-tororo/> Acesso em: 06 de jun. 2016.

FERRAZ, Ana Emília de Quadros. O urbano em construção. Vitória da Conquista: um relato de duas décadas. Vitória da Conquista: Edições UESB, 2001.

FERREIRA, Liz Ivanda Evangelista Pires. Parque Urbano. In: Paisagem Ambiente: ensaios - n. 23. São Paulo, 2007.

Lagoa Rodrigo de freitas. Disponível em: <https://www.metrorio.com.br/NavegueRio/PontosTuristicosInterna?p_ponto=25> Acesso em: 06 de jun. 2016.

Lagoa Rodrigo de Freitas: um ‘point’ para todas as idades. Disponível em: <http://aloriodejaneiro.com/2016/05/19/lagoa-rodrigo-de-freitas/> Acesso em: 06 de jun.

2016.

LEITUGA, Milton Leando Santos. A fragmentação do cotidiano no urbano da cidade de Vitória da Conquista/BA. Vitória da Conquista, 2012.

MACEDO, S. S.; ROBBA, F. Praças brasileiras. São Paulo: Edusp, 2002.

MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil. 2. ed. São Paulo: Editora da USP, 2003.

PANORAMIO. Disponível em: <http://www.panoramio.com/photo/102209862> Acesso em: 06 de jun. 2016.

94

PARQUE DAS DUNAS. Apresentação. Disponível em: <http://www.parquedasdunas.rn.gov.br/Conteudo.asp?TRAN=ITEM&TARG=6393&ACT=& PAGE=0&PARM=&LBL=Apresenta%E7%E3o> Acesso em: 06 de jun. 2016.

Lagoa das Bateias. Disponível em<https://www.google.com.br/maps/place/Bateias,+Vit%C3%B3ria+da+Conquista++BA/@-14.856532,40.872244,3a,75y,74h,90t/data=!3m8!1e2!3m6!1s48822757!2e1!3e10!6s%2F%2Flh3.google usercontent.com%2Fproxy%2F9uKx1JVgJ9DmJ2GrvRjB6ekaDWEp7HUZ2dLGqeiBzm8L KmafmugTH9gy2_eoMyE8hZcq8wgSnug9ikcgsg3gb47BjsSYvg%3Dw203h152!7i4000!8i3000!4m5!3m4!1s0x7463b9952b2decd:0x735212cc74cb1ab0!8m2!3d14.8532642!4d-40.8753309!6m1!1e1> Acesso em 20de out de 2016

PASSOS, Julia Gabriela F. Gonçalves. Produção do espaço urbano e requalificação de áreas degradadas: o caso do bairro santa cruz, entorno da lagoa das bateias, Vitória da Conquista, Bahia. UFBA, 2009.

PARQUE DAS DUNAS TEM DANÇA, MÚSICA E TEATRO NO FIM DE SEMANA EM NATAL. Disponível em: <http://g1.globo.com/rn/rio-grande-donorte/noticia/2015/12/parque-das-dunas-tem-danca-musica-e-teatro-no-fim-de-semana-emnatal.html> Acesso em: 06 de jun. 2016.

SANTOS T, Manara; BENEDICTIS, Nerêida. A implementação do Parque Municipal Urbano da Lagoa das Bateias e o processo de transferência da população local, 2012.

SANTOS T., Manara. Parque Bateias (RE)Produção do espaço, implementação da unidade de conservação e características geoambientais. In: X Colóquio do Museu Pedagógico, 2013.

SOARES FILHO, Avaldo de Oliveira. O Parque das Bateias: conservação e sustentabilidade socioeconômica. Vitória da Conquista: Gráfica Eureka, 2008.

VITÓRIA DA CONQUISTA. Código Municipal do Meio Ambiente. 2007. Disponível em: <http://www.pmvc.ba.gov.br/wpontent/uploads/CODIGOMUNICIPAL_MEIOAMBIENTE.pdf.> Acesso em:02 de mai.

2016.

Economia. Disponível em: <http://www.pmvc.ba.gov.br/economia/>. Acesso em: 27 jun.

2016

95

O novo pinicão: a lagoa das bateias está descuidada. Disponível em: < http://blitzconquista.com.br/v3/2014/05/o-novo-pinicao-a-lagoa-das-bateias-estadescuidada/> Acesso em 20 de out. de 2016

MAYMONE, Marco Antonio De Alencar: Parques urbanos -origens,conceitos, projetos,legislação e custos de implantação estudo de caso: parque das nações indígenas de Campo Grande, MS. Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul, 2009

CEMIG, Companhia Energética de Minas Gerais Diretoria de Distribuição e Comercialização: Projetos de Iluminação Pública,2012

96

APÃ&#x160;NDICES

97

APÊNDICE A- Questionário LEITUGA, M., (2012) “A fragmentação do cotidiano no urbano da cidade de Vitória da Conquista/Ba”. QUESTIONÁRIO ADAPTADO: 1 – Qual sua idade? ( ) Até 18 ( ) Entre 20 e 30 ( )Acima de 30 2 – Qual a freqüência que você costumar ir ao parque por semana? ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana ( ) 3 vezes por semana ( ) Acima de 3 3-Como se desloca até a área? ( ) Carro ( ) Motocicleta ( ) Bicicleta ( ) Ônibus ( ) A pé ( ) Outros 4 – Qual a sua impressão sobre o Parque Lagoa das Bateias?

5 – Desde quando você passou a frequentar a área?

6- Quais os problemas no parque?

7 – Quais locais/estabelecimentos você costuma freqüentar no parque?

9 – Você acha que melhorou a vida cotidiana no bairro e da cidade com a instauração do parque enquanto área de lazer? ( ) Sim ( ) Não. Por que?

10 – Você observa mudanças em sua vida cotidiana com a implementação do lazer no Parque Lagoa das Bateias? ( )Não ( ) Sim. Quais?

11 - Se você pudesse mudar algo no Parque lagoa das Bateias o que você mudaria?

12-O que falta para você no parque?

13 – Você acha que a implementação do lazer no Parque Lagoa das Bateias, favoreceu a população da cidade de Vitória da Conquista?