O fantasma da Biblioteca

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O FANTASMA DA BIBLIOTECA de

Marco António Vieira da Silva Ilustrações Pedro Miguel

1ª Edição EBI de Fragoso

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Impressão e acabamento ReproFragoso

Certo

dia chuvoso de inverno, o Marco

encontrava-se na Biblioteca da E.B.I. de Fragoso. Estava a escrever no computador,

mas não

conseguia deixar de observar a entrada da escola através da vidraça da janela. Era muito curioso e gostava de ver quem entrava e quem saía. Mal ouvia a professora de Português que lhe dizia para parar de olhar lá para fora e trabalhar. A biblioteca estava calma e silenciosa. De repente ouviu-se um Brooooommmmm. O Marco assustou-se e foi ver o que aconteceu. Ao fundo da biblioteca, caiu uma estante.

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−Dona

Fernanda, pode vir aqui? − pediu o

Marco muito admirado. A dona Fernanda que tinha acabado de chegar exclamou: − Foste tu, Marquinho?! − Não fui eu, dona Fernanda. Caiu sozinha… Eu estou a portar- me bem e sou um excelente aluno! Com a ajuda da dona Fernanda, o Marco levantou a estante e depois arrumaram os livros.

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No dia seguinte, o Marco estava novamente a trabalhar na biblioteca quando ouviu Catrapummmm.

Olhou

para

trรกs

e

computador.

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viu

que

caiu

um


− Fogo, tinha que cair! − exclamou o Marco. − O que é que tu fizeste, Marco António?! − ralhou a professora Clara, que tinha acabado de entrar na biblioteca. − Não fui eu! O computador caiu sozinho. Eu estava a olhar lá para fora e não vi ninguém. A não ser que…

Nesse

mesmo dia, ao fim da tarde, o Marco,

que era um fraco leitor, decidiu ir à biblioteca requisitar a obra “Não abras este livro”, de Andy Lee, para ver feliz a professora de Português.

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A biblioteca estava vazia. O Marco dirigiu-se para a estante, onde estava o livro e, de repente, foi atacado por três tsurus que o picaram bastante. − Deixem-me, deixem-me em paz !!! − pediu o Marco. A professora Inês, que ia a passar no corredor, ouviu os gritos e foi logo socorrer o Marco António. Quando chegou junto dele, não viu nada. 7


−Que foi Marquito?! Alguma abelha te picou? − quis saber a professora. −Não, não, foram eles… aqueles três tsurus que estão ali presos no teto. − respondeu o Marco muito aborrecido.

− Presos

no teto?! Presos no teto?! Ó

Marquito, tu estás com febre?! O Marco saiu da escola furioso. Em casa pensava “Aqui há mistério! Vou ter de investigar! Alguma coisa se passa naquela biblioteca e anda a meter-se comigo. Amanhã tenho de descobrir o mistério. Isto não pode continuar…”

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No dia seguinte, após um almoço apetitoso na cantina da escola, o Marco decidiu ir à biblioteca para espreitar em todos os armários, estantes e debaixo das mesas para ver se encontrava algum morcego ou outro animal atrevido que se andasse a meter com ele. Espreitou, espreitou, espreitou, mas nem uma aranha encontrou.

A Beatriz entrou a saltitar na biblioteca e caiu junto à secretária da dona Fernanda. Foi então que de cima desta caiu um livro que estava aberto. Chamava-se “O fantasma do coliseu” de Gerónimo Stilton.

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Quando

o apanhou, o Marco sentiu um

calafrio e um pequeno fantasma trepou pelo seu braço direito, sentou-se no seu ombro e exclamou: − Ai Marco, Marquinho, Marcão! Eu sou um fantasma trapalhão! Pegaste no meu livro e atiraste-

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o para o chão. Comigo não brincas não! Vou-te trazer muita aflição!

Ao ouvir estas palavras, o Marco ficou muito assustado. O fantasma, apesar de ser pequeno e quase completamente transparente, falou com uma voz grossa e ameaçadora. De repente, o fantasma desapareceu pela biblioteca fora e mais ninguém o viu.

O Marco

ficou espantado e decidiu pedir

ajuda às professoras Manuela e Paula. Quando a professora Paula soube, ficou com os cabelos em pé. A professora Manuela disse:

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− Calma, Marco! Nós vamos resolver este assunto. Eu tenho uma ideia… Nessa mesma noite, os três decidiram ir à biblioteca, de madrugada, para ver se apanhavam o fantasma a dormir.

Quando

chegaram,

abriram

sorrateiramente a porta da biblioteca e ouviram logo o ressonar do fantasma: − Rrrrrrrrrrrrssssssss! 12


Rrrrrrrrrrrrssssssss!

Rrrrrrrrrrrrssssssss!

Deitado no sofá, o atrevido do fantasma dormia profundamente.

Muito cuidadosamente, a professora Manuela atirou-lhe uma rede fina para cima dele e agarrou-o com as mãos firmes.

O fantasma continuou a dormir. O Marco foi a correr buscar o livro “O fantasma do coliseu” e, rapidamente, colocaram-no na página 34. Fecharam o livro com muita força e puseram-lhe muita fita 13


adesiva ao seu redor para que o fantasma não saísse mais dali. Na sua capa escreveram com um marcador grosso “Não abrir este livro” e colocaramno na arrecadação da escola. − Esperemos que este caso esteja resolvido! − disse a professora Manuela. − Esperemos que ninguém se atreva a abrir este livro. − acrescentou a professora Paula. − Esperemos que ninguém seja curioso como eu. – concluiu o Marco. E assim o Marco António aprendeu que não se deve maltratar os livros, mas sim esfolheá-los com cuidado como se fossem uma flor delicada, pois as suas personagens podem zangar-se.

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FIM

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