PSICOLOGIA
ANSIEDADE
Tavira, 9 de
dezembro de 2016
Querido diário, Acordei cansado mais uma vez, não consegui dormir. Passei horas a pensar no que fiz de mal, nos erros que cometi, nas pessoas que desiludi, nas atitudes que não tomei… culpo-me constantemente pelo estado da minha vida, mesmo que a culpa não seja minha. Não consigo evitar. Os pensamentos consomem-me por dentro como um fungo que se alastra num organismo, destruindo-o. Penso sempre no pior. A minha mente ruminante deturpa tudo à minha volta e atormenta-me sem aviso. E se não disser a coisa certa, e se não fizer a coisa certa, e se não conseguir, e se correr mal? E se… Estou constantemente à procura da aprovação dos outros porque não me acho suficientemente bom. Tenho a boca seca. Gostava que soubessem como me sinto, não consigo controlar isto, não gosto de ser assim... Ontem fui a uma festa. Quando estava a preparar-me, estava entusiasmado, mas também nervoso. Tinha o estômago às voltas, tinha alguma coisa a impedir-me de ficar demasiado feliz. “É melhor teres cuidado, ou as coisas podem correr mal” pensava eu, constantemente. E quando cheguei lá, não consegui desfrutar. Falta-me o ar. É sempre assim, em todas as situações. Nunca consigo aproveitar um momento enquanto o estou a viver. Começo imediatamente a pensar no que virá depois. Estou a suar outra vez. Penso que todo o meu contentamento naquele instante vai ser destruído em segundos por alguma coisa que aconteça. Tenho medo de aceitar a alegria porque sinto o seu
ESCOLA SECUNDÁRIA DR: JORGE AUGUSTO CORREIA – BIBLIOTECA ESJAC Editado por Ana Cristina Matias
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