Cenarios Pedagógicos_portfolio resumido

Ana Beatriz Goulart de Faria arquiteta-urbanista

PORTFÓLIO projetos selecionados

Sou arquiteta-urbanista formada em 1983 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Desde meu primeiro projeto, o Observatório a Olho Nú na Universidade Estadual de Campinas (1984), escolhi a área social como prioritária para minha atuação, especialmente para as políticas públicas voltadas para Educação, Cultura e Desenvolvimento e Proteção Social.

Outro aspecto de minha trajetória é aproximar a prática da teoria na perspectiva da efetivação da pesquisa-ação.

Neste sentido estando na universidade, na gestão pública ou no meu atelier de projetos, procuro sempre conectar estes três campos de modo a que um possa iluminar os fazeres e reflexões do outro.

Nos projetos e pesquisas que venho desenvolvendo sempre procuro trabalhar com metodologias participativas de modo a potencializar as possibilidades de apropriação dos saberes e dos territórios por parte dos sujeitos para quem se destina minha produção.

O horizonte que me guia é a garantia do desenvolvimento local e da emancipação dos sujeitos e coletivos, na perspectiva da sustentabilidade social e ambiental.

Vivo tudo isso atuando em várias frentes simultãneas e complementares: • • •

como mestre (fauufrj) e pesquisadora do Grupo Ambiente-Educação da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro; como gestora e consultora de políticas públicas e projetos em vários municípios, estados, no Governo Federal e também junto à ONGs; e como coordenadora do atelier de pesquisas e projetos Cenários Pedagógicos.

Em julho de 2013 o Cenários Pedagógicos, juntamente com organizações governamentais e não-governamentais, (Associação Cidade Escola Aprendiz; Institutos Inspirare e Natura; Fundação Itaú Social; Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO; a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME; a Fundação SM; a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - FLACSO; o Cenpec – Educação, Cultura e Ação Comunitária; e o Centro Integrados de Estudos e Programas para o Desenvolvimento Sustentável - CIEDS), criou o CENTRO DE REFERÊNCIAS EM EDUCAÇÃO INTEGRAL, para promover a pesquisa, o desenvolvimento, o aprimoramento e a difusão gratuita de referências que contribuam para a gestão de políticas públicas de Educação Integral no país.

Nos Cenários Pedagógicos desenvolvemos modos de pensar, fazer, transformar e utilizar lugares. A idéia é deixar os lugares e seu entorno cada vez mais atraentes e integrados entre si.

Partimos sempre dos desejos e potencialidades das pessoas e dos lugares. Misturamos coisas da arquitetura e da pedagogia, emprestando temperos e truques de muitas outras áreas.

Fazemos isso sempre que possível com metodologias participativas, sob a coordenação da arquiteta-urbanistapesquisadora Beatriz Goulart apoiada por uma equipe interdisciplinar.

O resultado disso tudo é que a produção dos Cenários Pedagógicos ora são idéias, ora são ações, e outras vezes são coisas.

Por isso acabam tendo muitas caras: arquiteturas, jogos, pesquisas, textos, formações, planos, brinquedos, exposições, vídeos, móveis, instalações, trilhas e atalhos.

A seguir selecionei alguns projetos e publicações que ilustram esta trajetória.

Há escolas que são gaiolas.

Há escolas que são asas. rubem alves

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo.

Pássaros engaiolados são pássaros sob controle.

Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser.

Pássaros engaiolados sempre têm um dono.

Deixaram de ser pássaros.

Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados.

O que elas amam são os pássaros em vôo.

Existem para dar aos pássaros coragem para voar.

Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros.

O vôo não pode ser ensinado.

Só pode ser encorajado.

Projetos Selecionados

CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL DE SERRA GRANDE - Uruçuca, BA ESCOLA ESTADUAL DE SERRA GRANDE - Uruçuca, BA CEUs -São Bernardo do Campo,SP BAIRRO ESCOLA - Nova Iguaçu, RJ PRAÇA ESCOLA - Nova Iguaçu, RJ CECEI - CAASP - São Paulo,SP

CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL DE SERRA GRANDE

O projeto do CENTRO INTEGRADO DE EDUCAÇÃO INTEGRAL DE SERRA GRANDE – CIEI- , localizado no litoral do município de URUÇUCA, ao sul do Estado da Bahia, foi iniciado em setembro de 2012, a convite e financiado pelo Instituto Arapyaú.

Uruçuca, BAHIA, 2012 - em andamento

Durante alguns meses foi realizado processo participativo envolvendo os estudantes, professores, funcionários, gestores e familiares e responsáveis, onde se discutiu o projeto de arquitetura juntamente com o projeto político e pedagógico do CIEI. Serão atendidos 2300 estudantes de 0 a 14 anos e da Educação de Jovens e Adultos -EJA, que irá atender a totalidade dos estudantes da Vila de Serra Grande, hoje matriculados em escolas da Vila.

Além disso é previsto o uso noturno do CIEI com parceria com a Universidade Federal do Sul da Bahia e com o Instituto Federal Baiano, oferecendo novas vagas novas para uma população atualmente não atendida.

O conjunto de projetos (arquitetura e engenharias) foi aprovado no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério de Educação em 2017 e no final de 2018 as obras foram iniciadas.

Esta escola, com a inauguração prevista para 2022, será a primeira escola sustentável de Educação básica financiada pelo FNDE no Brasil. Energia solar, reuso de água, captação de água de chuva, são alguns dos itens presentes.

O projeto político-pedagógico foi reescrito em 2020, com a participação de toda comunidade escolar.

Os brinquedos, mobiliário externo e jardim serão executados através de projetos participativos a partir do final das obras civis.

O processo de manutenção da escola será feito através de um Conselho de Governança que envolverá representantes do Conselho Escolar do CIEI.

E S C O L A E S TA D U A L D E SERRA GRANDE Uruçuca, BAHIA, 2012 - em andamento

ERA UMA VEZ UM LUGAR...

Um lugar que tinha o poder de juntar muita gente comprometida com a melhoria da qualidade de vida daquele lugar e, a partir dele, em melhorar a vida em muitos outros lugares do mundo.

Vila de Serra Grande.

Lugar de gente grande e pequena, velha e moça, rica e pobre, técnicos e amadores, nativos e forasteiros, gente de lá do chão, de outros lugares da Bahia, de São Paulo, das Minas Gerais, de todo canto, do Brasil e do estrangeiro.

Vila de Serra Grande.

Um lugar especial. Um lugar de sorte.

Um lugar de abundâncias naturais e culturais.

Lugar de água doce e salgada, de brisa quente e fresca, de beira-mar e montes.

Lugar de forte tradição na pesca e na agricultura, e também na música,

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na dança, culinária e literatura. Abundâncias que se não forem bem cuidadas, correm o risco de desaparecer.

Abundâncias das quais partimos para elaborar o projeto de arquitetura da nova escola da Vila de modo que sejam espaços educadores sustentáveis. Projeto esse que foi desenvolvido com a colaboração dos estudantes e de todos que participam da vida da escola e de toda Serra Grande, através do processo participativo que durou 10 meses. Neste processo aprofundamos as discussões sobre os espaços e tempos escolares integrados com a reflexão sobre o currículo e o projeto político pedagógico das escolas de educação infantil, fundamental e de ensino médio. Tudo junto e misturado!

O partido arquitetônico adotado foi baseado nas necessidades de desenvolvimento do aluno, tanto no aspecto físico, psicológico, como no intelectual e social. Foram levados em consideração fundamentalmente aspectos ambientais, geográficos e climáticos, em relação às densidades demográficas, os recursos socioeconômicos e o contexto cultural local, de modo a propiciar ambientes com conceitos inclusivos, aliando as características dos ambientes internos e externos (volumetria, formas, materiais, cores, texturas) com as práticas pedagógicas, culturais e sociais.

Os CEUs de SÃO BERNARDO DO CAMPO

O Plano de Governo de São Bernardo do Campo (2009-2012) tem como principal meta construir uma São Bernardo do Campo acolhedora, inclusiva e cheia de oportunidades, com gestão participativa, transparente e eficiente, engajada no fortalecimento da Ação Regional e crescendo em ritmo de Brasil.

No âmbito da Educação uma das principais propostas é a criação de uma Rede de Desenvolvimento e Educação articulada, envolvendo todos os níveis de ensino e todos os setores da sociedade civil e política, eliminando o enorme déficit de vagas na educação de 0 a 5 anos e atendendo plenamente a atual demanda, assim como melhorando a qualidade da educação fundamental oferecida. É neste contexto que o Plano de Governo previu a construção de Centros Integrados de Educação, Lazer e Cultura, como espaços de convivência e desenvolvimento de toda comunidade: os CEUs de São Bernardo.

A produção desses equipamentos se dará nas regiões carentes afetadas pela ausência de espaços públicos de qualidade, equipamentos culturais e esportivos de alto nível, e estruturas educacionais organizadas.

Porém, a implantação desses equipamentos vai muito além da programação de construções escolares, sejam em edificações isoladas ou compostas, e traduz a integração entre as políticas públicas correlatas, levando o que há de melhor para quem realmente mais necessita. Esses equipamentos de formação ampliam a pertinência da escola para a comunidade, buscando articular a relação entre os espaços de educação do edifício com os espaços de educação da cidade.

Essa vontade política, que se consolida e se fortalece, está fundamentada nos seguintes pontos: •

Ampliação do número de vagas para atendimento da demanda municipal para 14 mil crianças são bernardenses, na faixa entre 0 a 6 anos, hoje fora da escola;

•

Melhoria da qualidade da educação formal oferecida para as demais crianças, jovens e adultos da cidade, integrando a escola à vida e a cidade à escola;

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Melhoria da qualidade de vida da população nas áreas econômicamente e estruturalmente menos favorecidas da cidade;

•

Integração dos serviços e políticas públicas municipais, estaduais e federais, assim como o envolvimento de toda a

sociedade civil nos processos de elaboração destas políticas, formando uma rede sóciopedagógica produtiva, na perspectiva do desenvolvimento social sustentável e da educação integral;

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Necessidade de integração intergeracional e da recriação da possibilidade e do desejo de aprender com os mais velhos, com os mais frágeis e com os menos favorecidos;

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Aproximação das pessoas com seu território para garantia do direito à cidade, não somente como acesso aos lugares ou caminhos, mas como também na apropriação e transformação dos destinos urbanos, a partir dos processos participativos e diálogos envolvendo o poder público e a sociedade civil.

Nesse sentido, reafirma-se a visão de que o CEU não é somente uma escola no estrito senso, mas um complexo que aponta para a consolidação de uma cidade educadora, mais justa, inclusiva e bela. A experiência de São Bernardo do Campo significa um jeito novo de praticar e produzir lugares ressignificados e requalificados por relações mais fraternais e criativas.

Lugares-escola, lugares-cidade.

Estruturado em torno dos princípios de Educação Integral, o projeto dos Centros de Educação Unificados em São Bernardo vem para aumentar, requalificar e ressignificar os espaços, os tempos, os sujeitos e as oportunidades educativas para suas crianças, jovens e para a população em geral.

Cine-Teatro com 400 lugares, Ginásio de Esportes apropriado para competições locais, regionais, nacionais e internacionais, praça-mirante e o conjunto de escolas para atendimento das crianças de 0 a 10 anos e para a educação de Jovens e Adultos. Além do ensino formal convencional, haverá espaços para dar apoio à educação integral e comunitária.

Os princípios que fundamentaram a idéia do CEU de SBC resultaram de uma reflexão feita à muitas mãos a partir de experiências similares ao longo da história, dentro e fora do Brasil. Misturamos a Escola Parque de Anísio Teixeira, na Bahia e em Brasília; os Parques Infantis de Mario de Andrade em São Paulo; os CIEPs de Darcy Ribeiro no Rio de Janeiro; os CEUs da Martha Suplicy na cidade de São Paulo; o movimento das Cidades Educadoras, nascido em Barcelona e hoje espalhado por todos os Continentes; o Bairro-Escola de Nova Iguaçu; a Escola Integrada de Belo Horizonte; e o recente movimento em torno da Educação Integral implantado já em 10 mil escolas de todo Brasil através do Programa Mais Educação, proposto pelo Ministério de Educação.

Assim como nos exemplos citados, aqui o objetivo principal é que possamos ressignificar e requalificar a educação dos meninos e meninas brasileiros e, ao mesmo tempo, ressignificar e requalificar os lugares de educação e de vida, ou seja, a escola e a cidade, juntinhas!

A proposta de educação integral a partir da qual o CEU de São Bernardo se constrói é exatamente inverter esse processo, colocando a cidade e a escola juntas na busca de uma vida melhor para todos e todas. A educação integral pede território integral, espaços educadores, ensinantes.

A inovação do CEU de SBC será, portanto, permitir que a cidade entre na escola e a escola se derrame pelo bairro, produzindo conexões, conectividade.

O CEU de São Bernardo será o lugar da amizade da escola com a cidade, onde ambas se ressignificam e se requalificam mutuamente.

Importante ressaltar que não se trata aqui de tirar as crianças da rua, mas, como diz Paulo Freire, devolver as crianças às ruas e as ruas às crianças, dando a oportunidade de que ambas se reencontrem e, por isso, fiquem as duas mais felizes e belas.

Desta forma, em São Bernardo, os CEUs não se reduzem a eles mesmos, mas propõem todo um derramamento de intervenções educativas pelo seu entorno, transformando o bairro em bairro-escola, a cidade em cidade educadora.

Por isso é um sistema, um sistema de equipamentos educativos articulados. O Sistema-CEU. Por equipamentos educativos entendemos não apenas as escolas, mas toda a rede de equipamentos públicos instaladas nos bairros, incluídas as praças, as ruas e as calçadas.

O projeto de arquitetura do Sistema-CEU de SBC se desenvolveu a partir destes princípios e desafios.

Cada um de seus elementos adotará uma mesma solução de estrutura, de componentes e acabamentos, criando uma família de equipamentos educativos nas mais variadas escalas (pequenos, médios e grandes) que se adequam às mais variadas situações sócio-culturais, topográficas e ambientais, dentro do bioma específico de cada bairro de SBC. Nesta perspectiva todos os equipamentos que fazem parte deste sistema terão configurações diversas a partir de programas também variados, dependendo do contexto onde serão implantados. Ora como um conjunto completo, com Escolas, Teatro, Praças-Mirante e Ginásio de Esportes, e, em outras vezes, pode se configurar com apenas um destes elementos ou com pares deles, dependendo das condições topográficas e sócio-ambientais e das respectivas demandas.

Os primeiros CEUs em São Bernardo nascem associados a projetos e investimentos habitacionais, esportivos e culturais. Eles serão também morada, lugar de encontro de quem chega com quem vai, com quem já está. Uma nova morada, uma nova educação.

São eles:

1. CEU Celso Daniel, no bairro Cooperativa, contendo 1 teatro com 410 lugares, 1 ginásio de esportes e um conjunto de escolas de 0 a 10 anos oferecendo 1292 vagas, além de uma biblioteca, salas de múltiplo uso e uma praçamirante para a comunidade; 2. CEU Silvina, no bairro Ferrazópolis, contendo 1 teatro com 380 lugares, 1 ginásio de esportes e um conjunto de escolas de 0 a 10 anos oferecendo 1292 vagas para as crianças, além de uma quadra coberta, uma biblioteca, salas de múltiplo uso e uma praça-mirante para a comunidade; 3. CEU Regina Rocco, no bairro Montanhão, ocupando o antigo Clube da Volks, contendo 4 conjuntos de escolas de 0 a 10 anos oferecendo 1292 vagas cada conjunto, atendendo um total de 5168 crianças, 1 teatro com 400 lugares, 1 Ginásio poliesportivo e outro especial para Ginástica Artística; 4. CEU Parque Hawaí, no bairro Alvarenga, oferecendo 1072 vagas para crianças de 0 a 5 anos.

1. CEU CELSO DANIEL

O CEU Celso Daniel oferecerá 1292 vagas para as crianças dos bairros do entorno, para crianças de 0 a 10 anos.

SÃO BERNARDO DO CAMPO SÃO PAULO, 2010 - 2012 CENTRO EDUCACIONAL UNIFICADO

Na cobertura, uma praça-mirante e salas para a comunidade: salas apropriadas para a educação de jovens e adultos, sala de ginástica, dança, música, artes e internet.

Além disso tudo, um laboratório integrando ciências e artes, sala de música, sala para a rádio da escola e demais oficinas do horário integral/Tempo de Escola, uma biblioteca escolar com cantinho especial para os bebês e ambientes para as demais crianças, e uma outra biblioteca voltada para toda comunidade, com um terraço de leitura ao ar livre.

Os funcionários e educadores terão sala de descanso, vestiários e sala de estudos e reuniões.

Na área externa além de brinquedos para todas as idades, haverá um jardim aromático e temático, horta e pomar, com composteira e reservatório para captação da água da chuva, que será reaproveitada para regar o jardim e para a limpeza da escola.

No CEU Celso Daniel também teremos um lindo Ginásio de Esportes, com quadra oficial e 500 lugares na arquibancada, um CinemaTeatro com 410 lugares e salas de ensaio. Será o primeiro cinema e o primeiro teatro da região!

Corte Longitudinal

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Primeiro Pavimento

Segundo Pavimento

Praça Mirante N

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Corte Transversal Escola

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Planta do Teatro

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BAIRRO ESCOLA N O VA I G UAÇ U NOVA IGUAÇU RIO DE JANEIRO, 2005 - 2009

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A experiência de Bairro-Escola da cidade de Nova Iguaçu (RJ) recebeu em 2007 o prêmio Tecnologia Social, concedido pela Fundação Banco do Brasil.

O conceito de Bairro-Escola, implementado em Nova Iguaçu desde 2005, permeia todas as ações da cidade e foi inspirado no trabalho realizado pela Associação Cidade Escola Aprendiz no bairro da Vila Madalena, na cidade de São Paulo (SP). O êxito da cidade fluminense, até então tida como uma das mais pobres e violentas do estado, foi ter conseguido realizar o projeto com um custo de apenas R$ 12 mensais por aluno.

“Para a baixada, que carrega o estigma da violência e que está sempre vinculada a notícias ruins, é muito significativo um prêmio desse porte. Ao invés de problemas, estamos mostrando solução.

Prova que, pelo contrário, há uma série de possibilidades latentes em Nova Iguaçu que se concretizam por meio das atividades integradas do Bairro-Escola”, diz a coordenadora geral do Bairro-Escola de Nova Iguaçu, Maria Antônia Goulart.

Salões de igrejas, clubes e corpo de bombeiros são transformados em locais de estudo e construção de conhecimento. Acompanhamento pedagógico, atividades de reforço escolar e incentivo à leitura, informática e capoeira fazem parte das atividades. As escolas ficam abertas também durante a noite para a prática de esportes.

Pela madrugada, observa-se um grande movimento nas praças. A agitação é da comunidade que participa das atividades de uma academia de ginástica ao ar livre, de aulas de skate e que assiste a shows e espetáculos de teatro.

O Bairro-Escola é referência para as políticas públicas de educação ao retomar uma discussão importante para a educação. Há muitos anos se discutia um projeto de educação integral com base nos Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), instituições criadas para a experiência de escolarização em tempo integral. Acreditava-se que tal projeto era impossível de acontecer e a discussão foi deixada de lado. Por meio da potencia que tem o Bairro-Escola, conseguimos trazer para a pauta nacional a questão da escola e da educação em tempo integral.

Contratada como assessora da Coordenadora Geral do Bairro-Escola, Maria Antonia Goulart, participei da concepção e da implantação do programa de 2005 a 2009, quando fui Secretária Adjunta de Educação do município.

Como arquiteta, o desafio foi pensar em novos espaços para os novos tempos educativos. Territórios Integrais para a Educação Integral, na escola e na cidade.

PRAÇA ESCOLA N O VA I G UAÇ U NOVA IGUAÇU RIO DE JANEIRO, 2005 - 2009 2º PRÊMIO DE OBRAS CONSTRUÍDAS DA 7ª BIA-BIENAL INTERNACIONAL DE ARQUITETURA EM SÃO PAULO PARTICIPAÇÃO: CONSULTORA PEDAGOGICA

O desafio urbano no Brasil é o desafio das periferias - as novas Brasílias: estabelecer nas regiões metropolitanas brasileiras, na simbiose centro x periferia, um novo sistema de sentido, justiça e eficiência territorial, no qual o tripé equipamentos públicos/espaços públicos/infraestruturas é criador de novas cidades dentro de cidades e de um novo campo social, combatendo a cisão da sociedade (a linha vertical). Este tripé levará a civilização brasileira um passo adiante, tal qual Brasília como meta-síntese da sociedade de outra época.

O Programa Praça-Escola, em implantação na cidade de Nova Iguaçu, tem como principal objetivo estabelecer uma rede de espaços livres públicos que se articule à rede de equipamentos existentes ou a implantar, na totalidade da cidade. A rede de equipamentos envolve as escolas públicas - foco principal do projeto e local gerador da demanda dos novos espaços públicos - os postos e unidades de saúde, as demais instituições públicas e os parceiros do programa Bairro-Escola - responsáveis pelas atividades suporte do horário integral em implantação na rede educacional. Esta rede conta com 98 escolas, fato que determinou o universo de 100 praças a serem implantadas.

As principais constatações, presentes na condição periférica da cidade e que nortearam os projetos são: A. A aridez das áreas públicas, geradora de condição climática desfavorável; B. A presença de atividades esportivas nos locais de intervenção, seja em praças configuradas ou em terrenos baldios; C. O abandono das estruturas públicas, observado na quase totalidade da cidade.

D. Associada a estas feições, a demanda por grandes áreas de atividades para atender as turmas do horário integral das escolas.

As propostas estão fundamentadas na criação de uma nova espacialidade e uma nova paisagem, conduzida pela articulação de elementos estruturadores básicos, criados como resposta às questões postas acima, e em acordo com as especificidades encontradas em cada caso: Amenidades ambientais • Topografia (morrotes), estruturas de sombra, bosques e permeabilidade do solo; • Cardápio de atividades

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Campo ou quadra, ginástica, jogos e playground;

Equipamentos permeáveis e interativos Quadra aberta (onde piso, alambrado e marcação de • jogo não configuram um elemento estanque) e telecentrobrinquedo, ambos elementos de afirmação do sentido comunitário; Praça-brinquedo • Mobiliário especial para atender a grandes grupos.

As intervenções, na medida em que saem do papel uma após a outra, costuram o tecido esgarçado da cidade e concorrem para a refundação de seus espaços públicos, agora abordados de forma articulada, partindo do reconhecimento do binômio escola-praça como peça central do ambiente urbano.

Os autores do projeto são Washington Fajardo, Adriana Sansão, Pedro Évora e Raul Bueno, que na época faziam parte da equipe do Departamento de Urbanismo da Prefeitura de Nova Iguaçu.

Minha participação foi como Arquiteta Consultora Pedagógica e, na época eu ocupava o cargo de Assessora Especial do Prefeito Lindberg Farias e estava locada na Coordenação Geral do bairroEscola, sob a direção de Maria Antonia Goulart.

Este projeto ganhoou o 2º Premio da Exposição Geral de Arquitetos da 7ª Bienal de Arquitetura de São Paulo, categoria Obras Construídas.

CECEI - CAASP SÃO PAULO SÃO PAULO, 2000 CENTRO DE CULTURA E EDUCAÇÃO INFANTIL CAIXA DE ASSISTENCIA AOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO

O projeto do Centro de Cultura e Educação Infantil da Caixa de Assistência aos Advogados de São Paulo (CECEI-CAASP) foi desenvolvido à muitas mãos. Pedagogos, Psicólogos, Advogados e Artistas, coordenados por uma arquiteta, formaram um grupo de estudos e reflexão em torno do tema: qual o espaço para a educação da infância no coração da cidade?

O inusitado e inédito até hoje no país é sua localização: os últimos andares de um edifício de 14 pavimentos onde um antigo heliponto foi transformado em uma praça-observatório, de onde os pequeninos podem ver do alto sua querida cidade e ver beleza onde comumente se vê o medo e a violência.

Durante seus 8 anos de funcionamento, este espaço foi referencia para os educadores e pesquisadores da infância e da arquitetura de dentro e fora do Brasil.

Por que não aproveitarmos as coberturas dos edifícios com usos educativos, culturais, sociais? As cidades teriam seus faróis educativos e culturais iluminando seu horizonte.

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Ana Beatriz Goulart de Faria

cenários pedagógicos tel. 11 2973535547 contato@cenariospedagogicos.com.br www.cenariospedagogicos.com.br