Nunca lhe prometi um jardim algun

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2017 braviário talvez esse novo projeto traduza o palmilhar de uma política na arte ou para arte. um arremedo de força ou apenas uma iniciação a Hakim Bey. digo talvez porque ainda aprendo a fazer aliança com o dispêndio e o caráter destrutivo, a permanecer do lado de fora da concha. aprendo justamente a ter coragem de fechar a porta do armário estofado de veludo onde se acumulam sabores burgueses e seus esqueletos. toda noite é isso: uma porta aberta ao assombro. agora, já não acrescentam mais nada as justas opiniões ou as praticadas descrições sobre as coisas, trabalhos ou acontecimentos. também não basta a mea culpa sem percorrer a implacável distância entre umbigo e ponta do nariz. esse mise en abyme, esse mínimo de nós duas, eu e mercadoria, eu e arte, eu e escrita. recupero algumas das notações das aulas e percebo que fechar a boca ou olhos pode ser atividade essencial para colocar, do nariz, uma ponta ínfima para fora, conselho de Nelson Felix: arte esse negócio construído de loucura. um espreitar-se em ato, espécie de bootstrap. alças com as quais agarro-me. sampler a ascensão do Barão (o de Munchausen).


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