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JOGO COM HISTÓRIA 22ENTREVISTA A DIOGO COSTA

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BOLA EM NÚMEROS

BOLA EM NÚMEROS

VALÊNCIAFC BARCELONA

EM 1995/96, A LUTA PELO TÍTULO EM ESPANHA TEVE PROTAGONISTAS DIFERENTES DO HABITUAL E O VALÊNCIA ESTEVE PERTO DE QUEBRAR UM LONGO JEJUM.

A29 de outubro, o Valência recebe o FC Barcelona, num dos principais jogos da 12ª jornada da liga espanhola. Se os catalães querem voltar aos títulos, depois de nas últimas três temporadas terem visto os clubes da capital a fazer a festa de campeão (Real Madrid em 2019/20 e 2021/2022 e Atlético Madrid em 2020/21), já os valencianos têm passado por muitas mudanças nos últimos anos, isto desde que Peter Lim comprou o clube, e nunca se sabe muito bem o que vale a equipa, dado a constante entrada e saída de jogadores e mudanças no comando técnico. Ainda assim, este é um duelo com história em Espanha e esta temporada não será certamente diferente. 4-1 FOI O RESULTADO FINAL A 9 de março de 1996, os dois conjuntos mediram forças no Mestalla, em jogo da 30 jornada da liga espanhola, e a formação da casa goleou o Barça por 4-1. Ainda na primeira parte, a formação orientada pelo veterano treinador Luis Aragonés chegou a uma vantagem de dois golos (Fernando, aos 40 minutos e Viola aos 43’) e, logo a abrir o segundo tempo, Pedrag Mijatovic, a principal figura da equipa, fez o 3-0 para o Valência. Aos 68 minutos, Amor ainda reduziu para os catalães, mas aos 88’, Mijatovic bisou e fixou o resultado final. O Valência, que não era campeão desde 1971, viria a dar luta até ao fim ao Atlético Madrid, equipa que nessa época garantiu mais um título para o palmarés do clube. Os colchoneros

FICHA DE JOGO terminaram com 87 pontos, mais quatro

ESTÁDIO DE MESTALLA que valencianos e sete que FC Barcelo-

VALÊNCIA: Andoni na. O Real Madrid, que era o campeão

Zubizarreta, Romero, Javi em título, não foi além do sexto lugar. Navarro, Paco Camarasa e Fernando; Antonio Poyatos, Destaque ainda para o quarto lugar do

Mazinho, Jorge Otero e Espanhol e quinto do Tenerife.

Mendieta (Patxi Ferreira, 80’); Viola (Arroyo, 72’) e Nesta época, Juan Antonio Pizzi, avan-

Mijatovic (Raúl Martínez, 86’). çado do Tenerife, foi o melhor marcador

FC BARCELONA: Carles da liga, com 31 golos, seguido de Mi-

Busquets, Popescu, jatovic, com 28. Se o primeiro depois

Abelardo, Sergi e Bakero; viria a rumar ao FC Barcelona (sem Guardiola, Ivan de La Pena (Gheorghe Hagi, 51’) , Amor grande sucesso), já a estrela do Valência e Figo (Robert Prosinecki, causou impacto no Real Madrid, clube 67’) ; Roger e Khodro ( Ángel que representou nas épocas seguintes. Cuéllar, 51’). 1995/96 marcou também a estreia de

GOLOS: 1-0 (Fernando, 40’), 2-0 (Viola, 43’), 3-0 Luís Figo no Barça, vindo do Sporting, (Mijatovic, 48’), 3-1 (Amor, naquela que foi a última temporada de 68’), 4-1 (Mijatovic, 88’). Johan Cruyf como treinador dos catalães.

Podes apostar neste jogo, bem como nos restantes encontros da jornada da liga espanhola no site da Betano.pt.

Mendieta era uma das estrelas do Valência

FOTOS: IMAGO

Figo foi titular nesta partida

DIOGO COSTA

"ESTA CAMISOLA TRAZ SEMPRE O NOSSO ADN"

Aos 23 anos, é o dono da baliza do FC Porto e da Seleção Nacional e parece talhado para seguir as pisadas de grandes nomes da baliza dos dragões. Veste de azul e branco desde os 12 anos e assume-se como um dos líderes na transmissão do espírito do Dragão. Não esconde que o clássico com o Benfica é sempre especial, garantindo que o FC Porto tudo irá fazer para conquistar os três pontos e igualar os encarnados na liderança do campeonato. E a propósito da Seleção Nacional, pensa que Portugal tem tudo para ser campeão do mundo no Catar.

Como é que um rapaz nascido numa cidade na Suíça se tornou o guarda-redes titular do FC Porto e da Seleção Nacional? Muito sinceramente nunca pensei nisso. Nasci na Suíça, foi decisão dos meus pais estarmos a viver lá. Sempre tive paixão pelo futebol e pelo FC Porto, pois toda a família é portista. Aos 7 anos vim para Portugal e comecei a fazer a escola cá. Aos poucos e poucos, fui jogando futebol,

começando pelos Pinheirinhos de Ringe, depois estive nas formações do Benfica em Prado, em futebol de 7, e posteriormente decidi seguir o futebol de 11 e surgiu a oportunidade no FC Porto aos 12 anos. A partir daí fui evoluindo aos poucos e graças a Deus valeu todo o meu esforço e dos meus pais pelas deslocações aos treinos ao Olival. Graças a Deus está a dar tudo certo e só quero dar continuidade à minha carreira da maneira certa.

A decisão que tomaste aos 12 anos de vir para o FC Porto foi fácil? Foi muito difícil a logística? Confesso que foi mesmo muito fácil. A família é portista, eu também, nem foi preciso pensar duas vezes. Também ajudou muito o facto de estar perto de casa. E por eu ser adepto do FC Porto foi uma decisão muito fácil de tomar.

Vais na segunda época como dono da baliza do FC Porto. Já te vês como sucessor de grandes nomes desta casa, como Vítor Baía, Mlynarczyk ou Iker Casillas? Claro que para mim é uma grande honra suceder a esses grandes guarda-redes, mas acho que o bom é pensar no meu caminho, fazer sempre o melhor possível e o futuro o dirá. É uma pergunta que terá de ser feita a outras pessoas, não a mim. O que eu penso é dar o meu melhor todos os dias, para que depois nos jogos esteja o melhor possível.

Casillas chegou a ser teu colega no FC Porto. Como foi, para um miúdo como eras, treinar com ele e que ensinamentos é que aprendeste com o Iker? Obviamente, era um ídolo. Era muito bom trabalhar com ele e aprender muitas coisas que ele fazia e bem. Tentar ser o mais completo possível é sempre o melhor caminho.

A posição de guarda-redes é a mais ingrata no futebol e rapidamente passas de herói a vilão. Por que razão escolheste esta posição? Experimentei apenas por experimentar e confesso que rapidamente habituei-me bem à posição e as coisas aconteceram naturalmente. Senti-me tão bem que disse que a partir daí ia ficar na baliza e segui o sonho.

Nesse período nunca tiveste a tentação de jogar à frente? Tinha, mas como estava tão confortável na baliza acabava por pensar: ‘se me sinto tão bem aqui por que razão hei-de mudar?’

Há algum guarda-redes que admires entre os que viste jogar? Via muito o Iker [Casillas]. Depois comecei a ver o Buffon ou o Neuer. Foram guarda-redes com quem tentei aprender muito. Também via o Helton e muitos vídeos do Vítor Baía. Tirando um pouco daqui e um pouco de acolá tentei fazer um só.

Quem pensas que é o melhor guarda-redes da atualidade? São perguntas que muita gente me faz, mas não consigo dizer um. Consigo pegar em dois ou três e dizer que eles são muito bons, mas não consigo dizer qual é o melhor da atualidade, pois cada um tem a sua maneira de fazer a posição. Para mim, os melhores são Ter Stegen, Oblak, Alisson e Neuer. Hoje em dia,

na posição, procuramos ser o mais completos possíveis, jogar fora dos postes e ajudar na construção inicial da equipa. Uns são melhores entre os postes, outros mais fora da baliza e com os pés. Mas na minha opinião, o mais eficaz é sempre tentar ser o mais completo possível.

equipamento principal de jogador de campo do FC Porto]. Ver essa camisola na bancada dá-vos mais força num jogo como o clássico? Posso dizer que sim. Esta camisola, a clássica, traz sempre o nosso ADN. É motivante ver o estádio com os adeptos todos com esta camisola. É bonito de se ver.

Está a chegar o clássico com o Benfica, que é sempre um jogo especial. Como sentes a equipa para esse jogo? Obviamente, que são sempre jogos diferentes e certamente que também será diferente para o Benfica. Todos gostamos de jogar esses jogos e os adeptos também gostam de ver. Posso dizer que a equipa vai estar muito motivada para trazer a vitória.

BENFICA? TODOS GOSTAMOS DE JOGAR ESTES JOGOS

Ganhaste os três jogos que disputaste com o Benfica ao serviço da equipa principal do FC Porto. Vês-te como um talismã? Acho que não devo pensar nisso. Cada jogo tem a sua história e devemos focar-nos no que é o jogo e não pensar no que é passado, tentando que o presente seja sempre melhor.

Estás a dar esta entrevista com uma camisola que não costumas envergar, mas que é aquela que melhor representa as cores do FC Porto [o Estes jogos acabam por ser sempre especiais, mas os jogadores sentem-se mais nervosos e ansiosos na semana que os antecede? Acho que acaba por ser igual aos outros. Claro que no

dia do jogo existem aquelas borboletas no estômago, mas posso dizer que são borboletas boas, de querer dar alegrias ao nosso clube e aos nossos adeptos. Temos a responsabilidade de ganhar o jogo, mas quando entramos em campo as coisas fluem e damos sempre o nosso melhor. leção Nacional. A forma como ele remata à baliza é impressionante e a forma como ele coloca a bola acaba sempre por ser muito difícil de defender.

Costumas estudar muito os adversários? Recentemente, defendeste dois penáltis nos jogos com o Bayer Leverkusen. Tinhas estudado como esses jogadores marcam os penáltis? Sim, não só eles, mas também outros jogadores que poderiam bater. Estivemos a ver com os treinadores a forma como batiam os penáltis. Temos sempre de ver e de treinar.

É MOTIVANTE VER O ESTÁDIO COM OS ADEPTOS TODOS COM ESTA CAMISOLA

A nível pessoal dá-te mais satisfação um golo marcado pela tua equipa ou defenderes um penálti? Que decisão difícil, mas acho que marcar. Com 0-0 conseguimos sempre sacar um ponto, mas marcar é sempre importante para ir buscar os três pontos, que é sempre o mais importante.

Qual o avançado mais difícil e imprevisível que já defrontaste? Acho que o Cristiano Ronaldo, que apanhei na Se-

Sérgio Conceição apostou em ti como titular do FC Porto. É o treinador que mais te marcou? Sim, pelo facto de me dar essa oportunidade e pela forma como lida connosco, como lida com a vida e pela personalidade que tem.

“SORRIO QUANDO TENHO DE SORRIR”

É MUITO RARO SORRIRES DURANTE UM JOGO. É UMA IMAGEM DE MARCA, PARA INTIMIDARES OS ADVERSÁRIOS OU É APENAS CONCENTRAÇÃO?

É de mim. Não sei se é a minha maneira de estar focado e concentrado. Não é de propósito, é mesmo a minha maneira de ser.

É ALGO EXCLUSIVO DENTRO DE CAMPO, OU NO DIA A DIA TAMBÉM ÉS MUITO SÉRIO?

Acho que dentro e fora do campo sou assim. Sou uma pessoa muito calma, muito caseira e não sou muito sorridente. Sorrio quando tenho de sorrir, a minha maneira de encarar é sempre séria.

Como tem sido trabalhar com Sérgio Conceição? Como disse numa entrevista que foi feita no Olival, tem sido muito bom. É claramente um treinador que nos obriga sempre a estar no nosso melhor e que exige muito de nós. Se formos a ver, o que nos exige é sempre o melhor para nós, por isso, é muito gratificante ter uma pessoa que olhe por nós assim.

Cada vez mais o guarda-redes não se limita a defender a baliza. Sentes-te bem nessa dinâmica ou preferes estar mais perto da baliza? A maneira como penso é ser o mais completo possível. De uma maneira ou de outra, sinto-me bem. Claro que o mais difícil é jogar fora da baliza e tentar ser um pouco mais ofensivo, mas eu sempre fui assim, não consigo ficar apenas na baliza. Foi isso que o FC Porto também procurou que eu treinasse. É algo automático, por instinto.

Está a chegar o Campeonato do Mundo. Estás ansioso por essa competição? Sim, no final de tudo um jogador português quer estar bem no clube e fazer tudo pelo clube, que é o que nos dá a presença na seleção. Estou muito ansioso e, acima de tudo, motivado, para que chegue e que possamos trazer os melhores resultados para o nosso País.

Vês Portugal como um dos favoritos à vitória no Mundial? Acho que sim, que temos todas as possibilidades de ganhar o Mundial. É óbvio que temos de pensar jogo a jogo, pois cada jogo tem a sua história. Temos de ter os pés bem assentes na terra, mas não vou mentir: somos um dos candidatos a ganhar o Mundial e temos de pensar assim, pois isso é que nos vai dar a gasolina para poder vencer todos os jogos.

Que outras seleções colocas no lote de favoritos? Talvez França, que é campeã do mundo. Foi a equipa que me surgiu de imediato à cabeça. Mas temos de pensar em nós e encarar o Mundial com os pés bem assentes no chão e pensar jogo a jogo

Na fase de grupos Portugal vai defrontar Uruguai, Gana e Coreia do Sul. Como vês estes adversários? Podemos passar neste grupo, mas sabemos que vai ser

muito difícil, pois hoje em dia não há jogos fáceis, especialmente no Mundial, competição onde estão as melhores seleções. E sabendo da motivação que os outros jogadores também têm de fazer o melhor pelo país. a procura de ajudar à construção da equipa. Não quero dizer, é mais uma opinião que as pessoas ou os treinadores devem ter.

Na tua formação já conquistaste três grande competições internacionais: a Youth League, pelo FC Porto e os Campeonatos da Europa de sub-17 e sub-19 por Portugal. Falta o Mundial… Calhava mesmo bem.

Quais pensas que são as tuas grandes qualidades como guarda-redes? Nunca pensei muito nisso, pois não é a minha maneira de estar. Procuro sempre ser o mais perfecionista em tudo e tentar ser um guarda-redes o mais completo possível. Tal como outros guarda-redes da atualidade, somos todos muito parecidos. Esse tal jogo moderno de jogar mais fora dos postes e

Já tens mais de uma década de FC Porto. Sentes-te um dos jogadores com o espírito do Dragão no balneário? Acho que sim. O FC Porto sempre teve um ADN diferente, uma

O FC PORTO maneira de estar de cidade muito característica. Temos uma paixão SEMPRE TEVE UM enorme pelo futebol e acima de ADN DIFERENTE tudo estamos à procura de vitórias para que depoispossamos festejar os títulos. E sim, caracterizo-me como um jogador à FC Porto, não digo que não. Consegues eleger a tua melhor defesa? Não me estou a lembrar. Se calhar a mais atual, o penálti com o Bayer Leverkusen. Continuámos com o jogo aberto. Estou feliz por ajudar a equipa, sempre.

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